O ANTI-SEMITISMO JULGADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL BRASILEIRO João Henrique dos Santos [email protected] As reflexões acerca do anti-semitismo ocupam um lugar especial no conjunto da obra de Hannah Arendt, tais como em: Origens do Totalitarismo, Eichmann em Jerusalém e Responsabilidade e Julgamento e na esteira destes estudos indagamos: como e por que o anti-semitismo ainda persiste em diversas manifestações, inclusive no Brasil? Foi Hannah Arendt, entre outros quem mais recorreu às Ciênciais Sociais para a compreensão do anti-semitismo. O objetivo desta apresentação é analisar as implicações da permanência do fenômeno do anti-semitismo no Brasil a partir de um recorte específico, que foi um dos maiores julgamentos da história do Supremo Tribunal Federal – STF:o processo de Habeas Corpus n° 82.424 impetrado pelos advogados de Siegfried Ellwanger, proprietário e editor da Editora Revisão, condenado por racismo e anti-semitismo pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ. Durante o julgamento de Siegfried Ellwanger no Supremo Tribunal Federal, destacaremos o debate ocorrido entre os ministros do STF sobre o conceito de raça, segundo Arendt, uma verdadeira ideologia do século XX, que serviu de instrumento para a expansão das intolerâncias. 1 mestre em História (UNESP), doutorando em Ciênciais Sociais (PUC-SP)