boletim G E POLTS A nova Rússia e o homem. de. sempre JOSÉ ADELINO MALTEZ ano 1989 foi, na verdade, um ponto alto marcado por uma determinada forma de queda de um bloco ou império que não obedeceu O aos preceitos doutrinários do realismo político e do marxismo. Com efeito,como afirma João Paulo II, diferentemente dos que pensavam que a configuração estabelecida nas.Tordesilhas de Yalta não pelo irmão-inimigo dareapropriação (Aneigung) de uma qualquer ditadura de uma qualquer classe, mas sim pela reconciliação (Versõhnung) entre os homens de boa vontade. A essa dialéctica libertacionista chamou Soljenitsine milagre. Esse quid que os discípulos do mecanicismo do fim da história, desde os adeptos da antropo-teologia marxista aos seguidores da teo-logia do, mercado, nunca poderão compreender, dado que carecem daquelas asas teóricas que os poderiam levar mais além. Todos aqueles que, continuam emaranhados na hiper-informação sobre os acontecimentos políticos russos da era pós-gorbatcheviana e que não assumem a modéstia de ler os sinais dos tempos, através dos que têm a humildade de juntar o lume da profecia ao lume da razão, serão capazes de. elaborar ima- só poderia ser abalada por outra guerra eis que a mudança se operou através de uma luta pacífica que lançou mão apenas das armas da verdade e dajustiça. Através do empenho não violento de homens que sempre se recusaram a ceder ao poder da força, e ao mesmo tempo souberam encontrar aqui e ali formas eficazes para dar testemunho da verdade. 0 fim do comunismo na URSS e nos países ditos do Leste se foi condicionado pelas relações externas, teve, sobretudo, aver com circunstâncias internas desses países, nomeadamente pela conquista da chamada sociedade civil feita pelo libertacionismo humanista. Na verdade, a alteração de regime ocorrida nessas partes da Europa não aconteceu com nenhuma Terceira Guerra Mundial, como o admitiam os chamados realistas políticos, mas sim com as chamadas revoluções de veludo de 1989-1990, onde o poder dos sem poder foi bem mais poderoso que o aparelho de poder do concentracionarismo. Com efeito, os ingredientes escatológicos do salvacionismo marxista onde o conceito de alienação procurava substituir o de pecado original, que seria redimido por um sistema terráqueo de construção do socialismo como objectivo da luta de classes, foi, com o leninismo, reduzido à estreiteza de um maquiavelismo mecanicista. Na verdade, o marxismo-leninismo, ao adoptar uma antropologia que esvaziava apessoa de interioridade eomundo de mistério, só podia ser superado através de um processo libertacionista que aprofundasse simultaneamente a imanência e a transcendência, que ultrapassasse o pecado original da alienação, Hannah Arendt e as origens do totalitarismo lei s ^11nrir.iit lei A leiAlei s e r rintendidoninioiespriatúà., pensanaentopi lilicode He i ltastrotes,, que ecirrerm mi tempo em que viveu o e em The Or1einc nJ Yurk, 111511 que encontro o tundiimento paru as 7bfultzci , icrnism considi L aÇ ees posteriores sobre e iondii'ei humen.ii. o tio teueoe,s entre e pelttiee filosofia. Considerando a discusee desencadeada pula catre, aproximo-me de intr'preto'ecis de Reuti l 1^elner, lP rnarei (_ 1 rielc e (fieude Leiort, pooieiP e que se opilem e mlentaderes dr. Arendt coam iiidhu Paril-.li ll. hena r anel. thr Seerih. /ur u Afeie PUlilli'C1( I ' 1diI0S'0p1L1', 71etii71 r'. trUol'g(' h3tN11 1 7 ' U(lt1CE, C01(N'le7LC!' hei/. t )xtiird, la`?d'i para ias goitis e penoement de Hanneh Arendt sO pede ser entendido e partir de leitura de 6 ita ictu e. Na discussão de lhe Orr ino ^ij 7eUili(erietie-im aturdo e tuirtlise que Arendt fazdec'pocalaaodernaedo s elementos, tenti semitLon dreedenciedo.Nuti uulstoet, r^ cismo, c'p'in,? vi pele expe noão, eli(1nce entre r capital c 1 `caiiell e'd cie, segundo e autora, nem sei o tetahtarios em ci. tuas que, ore conjunto, constituem a base do tiltelit 1u-mo Neste contexto surfe 1 quest ue ria iizpeusão ilimitada de poder termo fim em si premo. Partindo de tese de Arendt segundo e qual o objectivo das estruturas total miareis con_i c te em ruuder a natureza humane, eniquilendo a diversidade e e espontaneidade humanas e tornando es pessoas sulutituiveis onpertluas, erieiiso, por uni ledo, i s a T1poe de Conceníreceu como centrei dei. destruição de personalidade a v actos niv eis e, por outro lado, e prohlinmtice das vítimas. Neste contexto peei-se a questiio do mel rtdicll 1faasoeedo-me na tese Flenneh rlreudt i de aairde ciam a qual nem e moral estebr'ir cila nem. e reli;;iao provarem ,ser garantias contra o totelit cismo, pergunto ata que perito podem proteger o indivíduo e a soara cagada de estruturas tat ehterias. Dileto resulta uma analise da ,dïrm,e t•íio de Arendt, segunde e qual ri caca sserio, contra e expei'icaacie totelitaria, assumir a rrisponsebil dado de criar rui .sociedade, nu espoo entre ii pessoiis ; estrutures que protelam ,a liberdade de cede uru r, que promovam a capacidecl i hunienra de pen<er e de agir. 1 10