INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS SIMONE CRISTINA REIS CARVALHO TRATAMENTO DA SOBREMORDIDA ATRAVÉS DE MECANISMOS DE INTRUSÃO DENTAL CONTAGEM 2012 SIMONE CRISTINA REIS CARVALHO TRATAMENTO DA SOBREMORDIDA ATRAVÉS DE MECANISMOS DE INTRUSÃO DENTAL Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – Funorte/ Soebrás, núcleo Contagem, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista. ORIENTADORA: Profa. Ms. Sandra Lello. CONTAGEM 2012 SIMONE CRISTINA REIS CARVALHO TRATAMENTO DA SOBREMORDIDA ATRAVÉS DE MECANISMOS DE INTRUSÃO DENTAL Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Ortodontia do ICS – Funorte/ Soebrás, núcleo Contagem, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista. Aprovada em BANCA EXAMINADORA ___________________________________________ Profa. Sandra Lello – FUNORTE/SOEBRAS ____________________________________________ Prof. Arnaldo Virgílio Oliveira Leôncio – FUNORTE/SOEBRAS ____________________________________________ Profa. Louise Cristina Cambraia Reis – FUNORTE/SOEBRAS DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu esposo Adilson, cujo amor, incentivo e reconhecimento me inspiraram a seguir com determinação e coragem. Aos meus filhos Ana Clara e Fernando pelo amor e compreensão. Meus pais, irmãos e tias pelo carinho e confiança. AGRADECIMENTO A Deus, rocha que me fortalece e torna tudo possível em minha vida. A coordenadora do curso e minha orientadora Profa. Ms. Sandra Lello, pela dedicação, profissionalismo e confiança. A todos os professores, sobretudo Ana Beatriz Ésper, Louise Reis, Nácler Júnior e Renato Andrade, por me inspirarem na busca pelo conhecimento. Aos funcionários desta instituição pela disponibilidade e competência. Aos meus caros colegas, de modo especial a Cássia Baumgratz, por tornar mais fácil esta jornada. Aos amigos, Milena Araújo, Arnaldo Leôncio, Sandra Rita Pallos e Prof. Hélio Brito, pelo auxílio na captação do material. “Não busque realizar grandes obras, procure realizar as pequenas com grande amor.” (Madre Tereza de Calcutá) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AFAI - Altura facial anterior inferior AEB - Aparelho extra-bucal APM - Aparelho de protração mandibular ATM - Articulação têmporo-mandibular CIA - Connecticut Intrusion Arch CNA - Arco de Beta- titânio III DKL - Double Key loop=Arco de Dupla Chave FMA - Ângulo formado pelo plano de Frankfurt com o plano mandibular GOGN-SN - Ângulo formado pela linha Sela-Nasion com o plano GoníacoGnatio IAF - Índice da altura facial IMPA - Ângulo formado pelo longo eixo do incisivo inferior com o plano mandibular JANPI - Janson e Pithon criadores do acessório M/F - momento/força NiTi - Niquel-titânio NL - Naso-labial PICVEM - Placa de reposição mandibular para incremento do crescimento vertical posterior da maxila PMPF - Placa de mordida provisória fixa SNA - Ângulo formado pela linha Sela-Násio com a linha Násio-ponto A TAS - Técnica do arco segmentado TMA - Arco de liga titânio- molibdênio Xi - Ponto da cefametria de Rickkets localizado no centro geométrico do ramo mandibular, ponto "biológico” 1-APO - Medida linear que vai da borda do incisivo inferior até a linha que vai do ponto A ao ponto pogônio 1-NA - Ângulo do eixo do incisivo superior com a linha Nasio-ponto A 1-NB - Ângulo do eixo do incisivo inferior com a linha Nasio-ponto B RESUMO A sobremordida apresenta-se ainda como uma maloclusão que gera muitas dúvidas e dificuldades quanto ao tratamento. Podendo a abordagem do tratamento seguir em três linhas: a intrusão de dentes anteriores, a extrusão de dentes posteriores ou a associação das duas técnicas. O presente estudo abordou o tratamento da sobremordida com mecanismos de intrusão de dentes anteriores superiores e inferiores. Através de revisão de literária o mesmo visou salientar a importância do tratamento precoce dessa maloclusão, evitando um prejuízo futuro para o sistema estomatognático, aumentando também a possibilidade de sucesso e maior estabilidade pós- tratamento. Onde, muitas vezes esgotadas as alternativas de tratamento com o benefício do crescimento do paciente, os tratamentos possíveis são compensação dentária ou até mesmo a cirurgia ortognática. Os autores citados utilizam vários mecanismos para realização da intrusão, sendo o mais utilizado o arco de três peças preconizado por Burstone. E conclui-se através deste estudo que diagnóstico criterioso, correto planejamento e perícia na execução são fundamentais para o sucesso do tratamento. Palavras-chave: Sobremordida. Intrusão. Curva de Spee. Bioprogressiva. ABSTRACT The overbite is presented also as a malocclusion that generates many doubts and difficulties in treatment. Being able to follow the approach of treatment in three lines: the intrusion of anterior teeth, extrusion of posterior teeth or a combination of both techniques. The present study addresses the treatment of overbite with mechanisms of intrusion of upper and lower front teeth. By reviewing the literature it is intended to emphasize the importance of early treatment of malocclusion, preventing future damage to the stomatognathic system, also increasing the possibility of success and stability after treatment. Where often exhausted alternative treatments with the benefit of growth of the patient, the possible treatments are offset tooth or even orthognathic surgery. The authors cited several mechanisms used to perform the intrusion, being the most widely used arc of three parts recommended by Burstone.E conclude from this study that careful diagnosis, correct planning and skill in execution are critical to the success of treatment. Keywords: Overbite. Intrusion.Curve of Spee.Bioprogressive. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11 2 PROPOSIÇÃO........................................................................................................13 3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................14 4 DISCUSSÃO...........................................................................................................49 5 CONCLUSÂO.........................................................................................................53 REFERÊNCIAS .....................................................................................................54 APÊNDICE A .........................................................................................................60 1 INTRODUÇAO A sobremordida é a sobreposição da coroa dos incisivos superiores em relação aos incisivos inferiores. Apesar do valor da sobremordida em pacientes com oclusão normal poder ser variável, ela é considerada normal quando apresenta valores de 2 a 3 mm ou um terço da coroa clínica. Acima destes valores fica determinada a existência de uma sobremordida acentuada, exagerada ou profunda. Caracterizada esta condição, os movimentos mandibulares de abertura, lateralidade e protrusão ficam prejudicados, o que pode acarretar problemas na ATM e intervir no processo de crescimento e desenvolvimento facial. A etiologia desta maloclusão tem sido amplamente estudada e pode estar relacionada a alterações de crescimento das bases ósseas, modificações funcionais do sistema estomatognático e a alterações dentoalveolares. A correção da sobremordida profunda é de fundamental importância para manter a estabilidade e a função. Para alcançar êxito no tratamento, um correto diagnóstico ortodôntico deve ser realizado avaliando quatro planos: diagnóstico facial, diagnóstico cefalométrico, diagnóstico dentário e variáveis externas (gênero e idade). As estratégias terapêuticas devem estar relacionadas à etiologia da sobremordida apresentada, abordando assim a causa primária do problema. As opções terapêuticas disponíveis seriam então: intrusão de dentes anteriores, extrusão de dentes posteriores, o nivelamento da curva de Spee, associada com rotação da mandíbula no sentido horário ou a combinação de abordagens. Serão abordadas em maior detalhe as técnicas voltadas para a intrusão de dentes anteriores (superiores e/ou inferiores). O correto diagnóstico e a interceptação do problema ainda em idade precoce é de suma importância, uma vez que previne a instalação de desvios esqueléticos permanentes e prejuízos para o sistema estomatognático. Evitando-se, portanto, um tratamento complexo no futuro. Porém, como nem sempre isto é possível, serão revistas abordagens terapêuticas para os diferentes diagnósticos e fases. As técnicas voltadas para a intrusão de dentes anteriores superiores e/ou inferiores aqui se destacarão como a principal importância da realização deste estudo. 2 PROPOSIÇÃO Este trabalho se propôs através de revisão de literatura demonstrar a necessidade de diagnosticar e tratar precocemente a sobremordida, principalmente através do mecanismo de intrusão dos dentes anteriores, citando os mecanismos mais utilizados, estomatognático. devolvendo assim uma função equilibrada ao sistema 3 REVISÃO DE LITERATURA Ricketts (1976) realizou um trabalho sobre a terapia Bioprogressiva como uma resposta às necessidades ortodônticas, onde apresentou os estudos sobre a ação da força ortodôntica sobre os dentes. Também foi discutida a evolução que levou à concepção de bandas pré-formadas e as fórmulas para a primeira, segunda e terceira ordem de controle no aparelho fixo. Depois explicou o mecanismo de ativação e alguns princípios do tratamento; além de uma revisão dos aspectos fundamentais no planejamento de ancoragem. Reconheceu-se a necessidade de aplicações de forças mais leves e sequenciais. Para confecção do arco utilidade, comumente usa-se o fio 0,016”x 0,016” Elgiloy azul. Loops e outras dobras podem ser realizados no fio para que forças mais leves e contínuas possam ser aplicadas sobre os dentes. Os dentes de ancoragem são estabilizados contra osso cortical denso, esta é a “ancoragem cortical”. Recurso empregado nesta técnica, a fim de diminuir o fluxo sanguíneo e controlar a movimentação dos dentes. A utilização de fio redondo é limitada às condições específicas em que haja necessidade de alinhamento, inclinação ou rotações dentais. Procura-se evitar o nivelamento com fios redondos. A terapia adota o conceito do sobretratamento. Um arco contínuo é dividido em segmentos, de modo que os movimentos em planos diferentes do espaço são menos complexos e a ancoragem pode ser deslocada a favor do movimento desejado e estimular o crescimento e correção ortopédica maxilo-mandibular. A ancoragem muscular também é considerada no planejamento de ancoragem e utilizada plenamente, para garantia da estabilidade pós-tratamento. Para visualizar objetivamente o planejamento clínico, é bastante recomendado como referência a cefalometria. Na aplicação da terapia progressiva especificamente, em seu maior potencial, os princípios biológicos e mecânicos são reunidos com os dados cefalométricos de cada paciente individualmente. Só depois da avaliação completa, são determinadasas necessidades específicas para cada caso . Desta forma, a filosofia e ciência da ortodontia podem ser praticadas como uma arte. Burstone, em 1977, realizou um estudo onde descreveu uma mecânica de correção da sobremordida profunda pela intrusão dos incisivos. Através da discução dos princípios da utilização de molas da intrusão de incisivos e caninos e da descrição capazes de intrusão de incisivos com efeitos colaterais mínimos sobre os dentes posteriores. A técnica do arco segmentado que foi descrita, é fundamentada na segmentação da arcada dentária, formando blocos de dentes com maior quantidade de raízes, oferecendo maior inserção, que são chamados de unidade ativa e unidade reativa. A unidade ativa caracteriza-se por ser a que se deseja movimentar e a unidade reativa (unidade de ancoragem), caracteriza-se por ser a que não se deseja movimentar. Para tanto, é necessário prévio alinhamento e nivelamento dos dentes; estabilização do segmento posterior com uma barra palatina ancorando a posição dos molares, uma vez que estes dentes tendem a inclinar e extruir. O segmento posterior é estabilizado por um fio 0.017” x 0.025” de aço inoxidável, no mínimo, formando, com a barra palatina, um grande segmento posterior de ancoragem como se fosse um grande dente formado por todas as raízes dos dentes incluídos neste segmento 2-4. A mecânica foi composta por três peças: uma unidade posterior de ancoragem, um segmento anterior e um arco de intrusão. Além disso, preconizou a intrusão do canino em uma segunda etapa, depois de intruir os dentes anteriores com o uso de cantileveres. Concluindo que seis princípios devem ser considerados nesta mecânica de intrusão de incisivos e caninos: o uso de grandezas ideais de força e a manutenção desta força em baixa carga de deflexão-molas; a utilização de um único ponto de aplicação na região anterior; a seleção cuidadosa do ponto de aplicação da força no que diz respeito ao centro da resistência dos dentes a serem intruídos; intrusão seletiva com base na geometria dos dentes anteriores (normal, vestibularizado ou verticalizado); o controle sobre as unidades reativas pela formação de uma unidade de ancoragem posterior,que inibe a erupção destes dentes. Henriques et al. (1997), realizaram um estudo sobre a utilização do aparelho removível conjugado à ancoragem extrabucal para a correção da má-oclusão de Classe II, 1ª divisão, com sobremordida profunda. Através da apresentação de caso clínico de paciente do gênero feminino, leucoderma, com nove anos e cinco meses, com má oclusão de classe II, divisão 2ª, perfil convexo, mordida profunda com trespasse vertical de 6 mm. Cefalometricamente, maxila protruída, mandíbula bem posicionada e padrão de crescimento favorável. Mordida profunda esquelética, incisivos superiores com inclinação lingual e retruídos e os inferiores com inclinação vestibular e bem posicionados antero-posteriormente. Foi planejada a utilização do AEB conjugado com deslocamento do ponto de inserção dos braços internos do arco facial para a região anterior. O tratamento teve 18 meses de duração. A paciente não necessitou de ortodontia fixa. Conclui-se que a utilização do aparelho removível conjugado à ancoragem extra bucal em paciente em fase de desenvolvimento, com trespasse vertical excessivo, onde houve aplicação da força do AEB na região anterior promove correção da má oclusão de Classe II, divisão 2ª no sentido ântero-posterior, restrição do crescimento vertical na região anterior da maxila e intrusão dos incisivos superiores resultando na redução da sobremordida. Duarte et al. (1998), estudaram a intrusão dentária com finalidade periodontal e ortodôntica através da revisão de literatura e apresentação de casos clínicos onde o objetivo foi tratamento com reposicionamento estético de dentes extruídos assim como a redução da bolsa periodontal presente. Nos dois casos procedeu-se com raspagem e sequência de tratamento ortodôntico de intrusão de elemento dentário anterior isolado. Comprovou-se que clínica e radiograficamente é válido o procedimento ortodôntico de intrusão como meio de reduzir a bolsa periodontal. Sodré et al. (1998), revisaram a literatura a respeito da sobremordida na Classe II, divisão 1ª dando ênfase ao diagnóstico e recursos para o tratamento desta má oclusão. Concluiu-se que: É preciso sempre traçar o plano de tratamento de acordo com a etiologia do problema, pois disso depende a estabilidade do caso. Para um bom planejamento é importante verificar padrão de crescimento, análise facial e potencial de crescimento. O prognóstico para tratamentos de sobremordida torna-se melhor se o tratamento é iniciado na dentição decídua. A Ortodontia preventiva e interceptativa tem papel fundamental no controle da recidiva da sobremordida. O tratamento corretivo é realizado intruindo dentes anteriores, extruindo os posteriores ou associando os dois recursos. A extração de pré-molares não está correlacionada à estabilidade dos tratamentos de sobremordida profunda. O melhor tratamento para pacientes adultos com sobremordida severa deve envolver cirurgia ortognática. Sakima et al. (2000) realizaram uma avaliação cefalométrica comparativa de dois métodos de correção da sobremordida e utilizaram implantes metálicos intramandibulares para referência nas sobreposições. O propósito deste estudo cefalométrico prospectivo foi descrever, comparativamente, os resultados de duas estratégias de correção da sobremordida. A amostra constitui-se de 27 pacientes, com idade de 11 e 15 anos, que apresentavam maloclusões de Classe II, Divisão 1, com sobremordida de no mínimo 4 milímetros. Os vinte e sete pacientes foram divididos da seguinte forma: nove formaram o grupo controle, nove foram tratados com aparelhos fixos e arco contínuo de níquel-titânio 0,016" com curva reversa de Spee e os outros nove pacientes foram tratados com do arco segmentado para mecânica de intrusão. Foram colocados implantes metálicos de referência intramandibulares, para sobre-posições de traçados, em todos os componentes da amostra. Telerradiografias cefalométricas, em norma lateral, para a avaliação do comportamento dos incisivos inferiores, foram tomadas no início do tratamento e após o nivelamento da curva de Spee do arco inferior nos grupos experimentais e após, aproximadamente, 6 meses no grupo controle. As conclusões a que chegaram foram que na região de incisivos inferiores não houve diferença estatística entre os dois métodos de tratamento; os incisivos tratados com a mecânica de intrusão da técnica do arco segmentado tiveram deslocamentos dos centros de resistência o que comprova que houve intrusão real; a borda incisa dos grupos experimentais sofreram deslocamentos intrusivos; as raízes dos incisivos nos grupos tratados deslocaram para lingual. No mesmo estudo os autores avaliaram também através de telerradiografias o comportamento dos primeiros pré-molares e primeiros molares inferiores e concluíram que as posições dos primeiros pré-molares não foram influenciadas pelos tratamentos realizados. Na região de molares, as posições das coroas não foram influenciadas pelos tratamentos; no entanto, os tratamentos promoveram significante restrição da irrupção quando considerados os pontos radiculares. Gondim et.al.; realizaram em 2001 um estudo cefalométrico longitudinal do desenvolvimento da sobremordida em jovens leucodermas brasileiros dos 6 aos 18 anos visando estudar o desenvolvimento da sobremordida determinando o seus valores, a significância entre as idades, o dimorfismo sexual e as variáveis que mais participaram neste comportamento. A amostra constou de 223 telerradiografias de norma lateral realizadas aos 6, 9, 12,15 e 18 anos em 75 jovens leucodermas brasileiros (37 do gênero masculino e 38 do feminino), que não fossem mutilados e nem tivessem aparelhos ortodônticos. Realizou-se o traçado das estruturas anatômicas, a marcação dos pontos e o traçado das linhas e planos. Os pontos de referência foram digitalizados para a obtenção das grandezas cefalométricas e utilizando-se o programa Dentofacial planner 7.0 para leitura das medidas. As conclusões foram que a sobremordida tende a aumentar até os 12 anos, porém a partir daí existe uma redução e até estabilização de seus valores até os 18 anos. Contudo não há dimorfismo sexual, senão por volta dos 12 anos. As medidas que mais contribuíram para seu estabelecimento foram: AFAI, posições dentárias, medidas de crescimento e principalmente alturas dentárias anteriores. Prieto e Oshiro (2002) discorreram sobre o uso da placa de mordida provisória fixa (PMPF) na mordida profunda. O estudo foi apresentado com revisão de literatura, apresentação de dois casos clínicos e a confecção da mesma com resina acrílica e fio ortodôntico. Sua fixação na boca foi realizada com cimento de ionômero, para a parte acrílica, e resina ortodôntica, para os grampos de retenção. Após o período correto de permanência na boca, que foi de aproximadamente três meses, Observou-se que a PMPF proporcionou os seguintes benefícios: desoclusão desejada para a montagem imediata do aparelho fixo inferior, auxílio na planificação da curva de Spee; maior liberdade de distalização na correção da Classe II, pela ausência da intergitação posterior; facilitou a correção de mordida cruzada. Concluíram ainda que a PMPF é um elemento valoroso como auxiliar no tratamento da mordida profunda nos casos de ângulo mandibular baixo, onde se indicam mecânicas preferencialmente extrusivas tendo como ponto forte a simplicidade de construção, mínimo desconforto, e o fato de não depender da cooperação do paciente, por ser fixo, quando comparado às placas removíveis. Shroff et al. em 2002, descreveram a utilização do arco segmentado para intrusão simultânea ao fechamento de espaço, utilizando a biomecânica do arco base de três peças. Com o objetivo de apresentar um modelo de aparelho que permita a intrusão e a retração simultânea dos dentes anteriores, assim como a correção de suas inclinações axiais. Várias situações clínicas foram discutidas e analisadas sob o ponto de vista biomecânico. O protocolo de tratamento, as variações nos modelos de aparelho e o controle dos efeitos colaterais foram descritos detalhadamente. Foi apresentado um caso clínico, para melhor demonstrar a técnica: paciente melanoderma do gênero feminino, com 10 anos e 9 meses de idade, mostrou boa simetria facial e um perfil convexo, biprotrusão labial, ângulo naso-labial agudo e um sulco labiomentoniano profundo; má oclusão de Classe II, Divisão 1 na dentadura mista tardia e o oclusograma confirmou o espaçamento de 11mm na arcada superior. O trespasse horizontal era de10mm, e o trespasse vertical era de 65%, com demarcação no palato. Curva de Spee profunda na arcada inferior; relação esquelética de Classe II, por protrusão maxilar. Os incisivos superiores vestibularizados em relação ao plano horizontal de Frankfurt; e os incisivos inferiores em posição relativamente normal em relação ao plano mandibular. Seria necessário reduzir da protrusão maxilar, a correção da sobremordida profunda e o fechamento do espaço superior. A sobremordida profunda foi corrigida pela intrusão dos incisivos superiores e inferiores. Na arcada superior, a rotação dos primeiros molares foi obtida, inicialmente, com um arco transpalatino removível de aço inoxidável. Usou-se AEB de tração alta para corrigir a oclusão de Classe II e controlar a dimensão vertical. Intrusão e retração simultâneas dos incisivos superiores foram iniciadas, após o fechamento dos espaços na arcada superior entre os incisivos centrais e laterais. Devido à inclinação vestibular dos dentes superiores, um aparelho arco base de três peças foi selecionado para intruí-los e uma força distal leve foi aplicada para redirecionar a força intrusiva ao longo de seus eixos axiais. A intrusão, a retração dos incisivos e o fechamento de espaço foram obtidos simultaneamente. Na arcada inferior, a intrusão dos incisivos foi conseguida com um arco contínuo de intrusão. A curva de Spee foi nivelada. O arco base de três peças permitiu o controle preciso do sistema de forças liberado na arcada superior, já que foi possível direcionar a força intrusiva no longo eixo dos incisivos e aplicá-la lingualmente ao centro de resistência. A sobreposição dos traçados cefalométricos antes e depois do tratamento mostrou a movimentação dos incisivos superiores e dos molares durante o tratamento. O estudo concluiu que os níveis constantes de força podem ser mantidos e a relação momento/força (M/F), nos centros de resistência, é facilmente regulada para produzir os movimentos dentários desejáveis. É importante monitorar os segmentos anterior e posterior e alterar o sistema de forças, caso necessário, modificando-se as magnitudes e os pontos de aplicação de forças intrusivas e distais com relação ao centro de resistência do segmento anterior. A correção da sobremordida profunda e o fechamento de espaço podem ser alcançados com o mecanismo de intrusão do arco-base de três peças, em pacientes com incisivos protruídos. O sistema de forças liberado no segmento anterior depende do ponto de aplicação da força intrusiva e de sua direção. A baixa carga de deflecção desse aparelho libera uma força intrusiva constante, podendo os níveis de força ser mantidos baixos e seu modelo permite aplicar um sistema de forças bem controlado e estaticamente determinado. LIMA et al. (2002), avaliaram por meio de revisão literária as alterações verticais na dentadura mista. O objetivo deste trabalho foi revisar alguns conceitos sobre as más-oclusões verticais na dentadura mista, tais como sua etiologia, diagnóstico e tipos de tratamento mais usualmente empregados para sua correção. Concluiu-se que: a. a mordida aberta anterior se desenvolve como resultado da interação de diversos fatores etiológicos, relacionados com a presença de hábitos bucais deletérios e com anormalidades no padrão de crescimento; b. o tratamento da mordida aberta deve ser multidisciplinar; c. a terapia ortodôntica para a correção da mordida aberta visa a impedir a erupção dos dentes posteriores, extruir os dentes anteriores e redirecionar o crescimento vertical da maxila; d. dentre os fatores relacionados ao desenvolvimento da sobremordida exagerada, estão a supra-oclusão dos incisivos e/ou a infra-oclusão dos molares e a rotação anterior da mandíbula; e. os mecanismos básicos do tratamento da sobremordida exagerada consistem na intrusão dos incisivos, extrusão dos molares e redirecionamento do crescimento das estruturas maxilares e mandibulares; f. o diagnóstico das más-oclusões verticais deve ser feito no contexto das estruturas dentárias e esqueléticas. Penido et al., em 2003 apresentaram caso clínico onde o paciente foi tratado pela técnica do arco segmentado de Burstone, para intrusão dos dentes anteriores sem extrusão dos posteriores, considerando magnitude da força e ponto de aplicação da mesma. Foi avaliado um paciente de 12 anos, gênero masculino, respirador bucal, simetria facial, padrão dolicocefálico, perfil convexo, altura facial inferior aumentada, maloclusão de Classe II, divisão 1ª de Angle, linhas médias superior e inferior coincidentes, sobremordida de 4 mm e sobressaliência de 5 mm. Foram realizadas as extrações dos primeiros pré-molares superiores, montagem de aparelho fixo superior e inferior com técnica do arco segmentado de Burstone. Ancoragem com barra transpalatina e arco lingual. O estudo concluiu que o uso do arco de Burstone de três peças permite a intrusão dos dentes anteriores sem vestibularização e sem permitir extrusão dos posteriores; também concluiu que os de vetores de força aplicados, corrigiram a sobremordida sem agravar o padrão facial vertical do paciente. Almeida e Pedrin (2004), com o objetivo de demonstrar a aplicabilidade do arco de intrusão (sobrearco) como um método auxiliar na correção das sobremordidas profundas fizeram um estudo tendo como material 4 casos clínicos: Caso Nº 1: paciente R.F., 11 anos, má oclusão de Classe II, divisão 1 e sobremordida acentuada. Usou-se AEB por 1 ano, procedendo à mecânica fixa, sobrearco com fio 0,8mm de aço acoplado ao arco estabilizador na linha média e mesial de caninos superiores para mecânica de intrusão de incisivos. A ativação manteve-se por 3 meses. O tempo de tratamento fixo foi de 1 ano e 6 meses. : já havia vestibularização dos incisivos, o uso do AEB acentuou a sobremordida, o que tornou ainda mais necessário o uso do sobrearco. Caso Nº2: paciente J.G., 14 anos, com má oclusão de Classe II, divisão 1, acentuada sobremordida e infra- vestíbulo- versão do canino superior esquerdo. Utilizou-se mecânica fixa e sobrearco com fio 0,8mm de aço no arco inferior amarrado ao arco estabilizador somente na linha média. A ativação deste foi mantida por 2 meses. O tempo de tratamento foi de 2 anos. : o arco de intrusão foi amarrado somente na linha média inferior, os incisivos inferiores além de terem intruído, sofreram discreta vestibuloversão. Caso Nº 3: paciente com 15 anos, perfil de Classe II, com má oclusão de Classe II, divisão 2, sobremordida profunda e discreta mordida cruzada. Procedeu-se as extrações de 2 primeiros pré- molares superiores e 2 segundos pré-molares inferiores. Mecânica fixa com sobrearco para intrusão dos dentes antero-inferiores por três meses. O tempo de tratamento fixo foi de 3 anos. : foram realizadas extrações dos dois segundos pré-molares superiores, o que dificultou a correção da sobremordida. Caso Nº 4: paciente V.N., gênero feminino, 16 anos, com má oclusão de Classe II, divisão 2, acentuada sobremordida e grande discrepância negativa de modelo. Procedeu-se extrações dos 2 primeiros pré-molares superiores e dos dois segundos pré-molares inferiores. Utilizou-se mecânica fixa a qual se adicionou sobre arco com fio 0,9mm amarrado ao arco inferior de estabilização flexível de aço inoxidável .014”, na linha média e mesial dos caninos por 3 meses. O tempo de tratamento foi de 3 anos. : o arco estabilizador empregado era flexível (.014” de aço), o que causou acentuada protrusão dos incisivos, bem como a inclinação do plano oclusal inferior. Isto vem a reforçar o conceito de que o arco estabilizador deve ser de aço inoxidável e possuir espessura mínima de .020” ou preferencialmente ser um arco retangular . Tal estudo conclui que houve correção da curva de Spee, melhora significativa da sobremordida, intrusão e vestíbulo-versão dos incisivos. Capelloza et al., em 2004 realizaram um estudo objetivando apresentar um recurso ortopédico para associação ao tratamento ortodôntico sem extrações, para melhorar prognóstico de indivíduos portadores de más oclusões do padrão face curta. Tal estudo teve como material e método a técnica da construção da placa PICVEM (placa de reposição mandibular para incremento do crescimento vertical posterior da maxila) em paciente adulto jovem, com diagnóstico de má oclusão do padrão face curta, Classe I, com forte sobremordida. Concluiu-se que a placa PICVEM tem a intenção de simular o que acontece no processo de crescimento vertical da face, permitindo estimular o vertical na região dento alveolar posterior da maxila; se necessário à região dento alveolar anterior, inibindo a área alveolar inferior. A área alveolar posterior da mandíbula é usada como ponto de apoio da placa. Kichise et al. (2004), discorreram sobre o tratamento de Classe II, 2 com overbite exagerado . O objetivo do estudo foi apresentar tratamento onde se conquistou oclusão Classe I de molares e caninos com sobremordida e sobressaliência normais e o perfil harmonioso. A amostra constou de um paciente do gênero masculino, 15 anos, Classe I esquelética e com má oclusão de Classe II, divisão 2, subdivisão direita, dentição permanente, sobremordida exagerada, incisivos inferiores com leve apinhamento e giroversões dos dentes 21,31,33. Terço inferior facial diminuído, perfil inferior reto e mento, lábio inferior e o nariz proeminentes. Padrão esquelético I, retruído em relação à base craniana, perfil convexo, supra-irrupção dos incisivos, vestibularização dos incisivos inferiores. O tratamento foi planejado sem extrações dentárias, com arcos retangulares com dobras de intrusão e aparelho extra-bucal do tipo Kloehn, para intruir região anterior e corrigir a relação molar. Elásticos de classe II, na alça bullbosa do arco superior e dobra de extrusão na região intercaninos do arco inferior para intrusão do segmento anterior. Arcos em formato de “J” com puxada alta para intrusão do incisivos superiores. Após tratamento ativo aparelhos removíveis de contenção tipo Wraparound na arcada superior e barra lingual, fixa de canino a canino nos inferiores. Conclusão: Houve crescimento mandibular para frente e para baixo, aumentando o FMA. Houve a projeção dos incisivos superiores e inferiores e sobrecorreção da sobremordida. A associação dos aparelhos fixo total, extra-bucal de Kloehn e ganchos em “J” corrigiram os desvios nos planos vertical a ântero-posterior, sobrecorrigindo a sobremordida, nivelando a curva de Spee, intruiu incisivos inferiores, porém causou leve reabsorção radicular. Pinto (2004), explanou sobre que recursos mecânicos que ele utilizaria na correção da sobremordida profunda onde a intrusão dos incisivos (superiores e/ou inferiores) se fizesse necessária. E através de revisão de literatura, destacou o arco base de intrusão, citou os princípios básicos e técnicos da intrusão com este arco (para incisivos e caninos), também descreveu a mecânica de três peças de Burstone com cantiléveres duplos. Concluiu-se que para o uso do arco base de intrusão deve-se respeitar os princípios biomecânicos e o conceito dos dentes, um formado pelos dentes anteriores, logo bloco anterior e outro pelos dentes posteriores ou bloco posterior. Os blocos formados pela união destes dentes com fios rígidos, e os posteriores ainda unidos por barras. O centro de resistência do bloco anterior localiza-se no terço médio radicular de incisivos e na direção da cervical de caninos, podendo estar alterado de acordo com a inclinação destes dentes. O centro de resistência do bloco posterior localiza-se na região de furca, podendo estar à frente ou atrás dependendo do número de dentes incorporados a este bloco. Para se determinar o ponto de aplicação de força, deve-se levar em conta o centro de resistência e o movimento desejado. No arco base de intrusão, o sistema de força pode ser estaticamente determinado e previsível, não ocorrendo alteração no sentido das forças, nem nos momentos, mas sim na intensidade. Na técnica Bioprogressiva de Ricketts, o sistema de força é estaticamente indeterminado, portanto na sua desativação podem surgir mudanças na intensidade, no sentido e nos momentos de força. A força para intrusão dos incisivos é de 15 a 25g/dente, em média. O arco base de intrusão e o cantilever duplo são idênticos segundo a biomecânica.O que difere é a aplicação da força, que havendo necessidade de ocorrer mais posterior, seria mais fácil através do cantilever. A intrusão dos caninos deve ocorre preferencialmente após s intrusão dos incisivos e pode ser realizada com braço de alavanca ou arco com alça retangular. Almeida et al. (2006), apresentaram um estudo sobre o emprego racional da Biomecânica em Ortodontia: “arcos inteligentes”. E através de revisão de literatura e apresentação de casos clínicos, intencionaram demonstrar os arcos de intrusão de nitinol Connnecticut Intrusion Arch (CIA®) e o arco de retração Mushroom Loop®como ferrramentas de grande versatilidade clínica. Concluíram que: No uso dos “arcos inteligentes” e multifuncionais nas terapêuticas ortodônticas Biomecânicas, permitem melhor controle dos casos, uma vez que se pode contar com melhor controle de ancoragem, melhor controle de sobremordida, maior rapidez nas retrações fracionadas ou em bloco anterior nos casos de extrações e ainda maior controle da magnitude e do momento de força empregados. O arco CIA foi criado para suprir as deficiências do pré-existente arco de Burstone, quanto aos efeitos indesejáveis durante a intrusão, perda da força aplicada e deformação do arco devido a constantes ativações. Sendo confeccionado em liga de Nitinol Martensítica estabilizada tem baixa taxa de carga-deflexão; suas dobras em V pré-calibradas permitem níveis de força ótima (leve e contínua). O arco de Beta-0-titânio CNA, permite a calibragem das pré-ativações, podendo oferecer melhor controle da magnitude das forças empregadas. A dobra distal no arco CIA, permite a intrusão dos incisivos sem causar a protrusão deles. Freitas et al. (2006), apresentaram um estudo da recidiva da sobremordida relacionada com a curva de Spee, em pacientes Classe II, divisão 1, na fase póscontenção , tendo como objetivo avaliar e quantificar a recidiva da sobremordida, avaliar a estabilidade da correção da curva de Spee e correlacionar a recidiva da sobremordida com a curva da Spee através de uma amostra de 29 pacientes apresentando má oclusão de Classe II, divisão 1, e sobremordida mínima de 3,5mm, tratados com exodontias de quatro primeiros pré-molares. Este grupo foi comparado a grupo de controle, com oclusão normal. Avaliaram-se telerradiografia em norma lateral e os modelos de estudo de início, final e 5 anos pós-tratamento. Concluiu-se que a recidiva da sobremordida se apresentou estatisticamente significante e com valor médio de 1,68mm. A curva de Spee apresentou uma recidiva estatisticamente significante, com valor médio de 0.84mm. A recidiva da sobremordida apresentou-se correlacionada significativamente com a curva de Spee pós-contenção. Steenbergen et al. em 2006 realizaram estudo sobre a influência do tamanho do segmento posterior na prevenção de efeitos colaterais da intrusão dos incisivos. E o objetivo deste estudo foi para determinar se o tamanho do segmento posterior do arco maxilar influencia na inclinação, extrusão, ou estreitamento dos segmentos bucais, ou na taxa de intrusão conseguida nos incisivos superiores. Através de um amostra de vinte pacientes, com idade de 9 a 14 anos que foram divididos em 2 grupos. Os pacientes do grupo de segmento maxilar posterior longo, onde este segmento era formado pelos caninos, pré-molares e primeiros molares. No grupo de segmento curto, este consistia apenas os primeiros molares superiores. Registos dos pacientes foram tomadas no início e no fim da intrusão dos incisivos superiores. Concluíram que a largura intermolares aumentou ligeiramente no grupo de segmento curto e diminuiu ligeiramente no grupo segmento longo. Maior inclinação do segmento posterior ocorreu no grupo de segmento curto, e mais vestibularização do segmento anterior no grupo de segmento posterior longo. O tamanho do segmento posterior não teve nenhuma influência sobre a taxa de intrusão dos incisivos ou na quantidade de extrusão dos dentes posteriores. Em ambos os grupos, a quantidade média de intrusão dos incisivos excedeu 2 mm. Um segmento posterior que se estende de canino a primeiro molar vai ajudar a minimizar os efeitos colaterais decorrentes da intrusão dos incisivos. Mônico e Amaral em 2006 realizaram um estudo tendo como tema a sobremordida exagerada e sua relação com a sobressaliência nas dentições decídua, mista e permanente. O objetivo do estudo foi verificar a prevalência de sobremordida exagerada nas dentições decídua, mista e permanente, no Município de Niterói, e correlacionar o grau de sobremordida à idade cronológica e à sobressaliência. Avaliou-se com 1039 estudantes da rede particular de ensino de Niterói, com idade entre 3 e 13 anos com as características seguintes: sem cáries, sem restaurações extensas, sem perdas dentárias precoces, sem anomalias dentárias, nunca terem tratado ortodonticamente, estarem com a dentição decídua completa, dentição mista, ou dentição permanente completa . Realizaram os exames intra-orais coletando os dados. Utilizando o teste x², verificaram a variação das frequências observadas para diferentes graus de sobremordida nas dentições decídua, mista e permanente. Foi aplicada a análise de regressão e correlação linear para verificar a existência de correlação entre a sobremordida e a idade cronológica, e entre a sobremordida e a sobressaliência. A sobremordida exagerada apresentou prevalência de 28,10% nas crianças de 3 a 13 anos, sua maior porcentagem na dentição decídua (33,15%). A sobremordida normal foi significativamente maior que a exagerada nas dentições mista (7 a 11 anos) e permanente (12 a 13 anos). Houve correlação positiva entre o grau de sobremordida e a idade cronológica apenas na dentição decídua. Há uma correlação também entre o grau de sobremordida e a sobressaliência nas dentições mista e permanente. A sobremordida exagerada tende a diminuir com a idade nas meninas, enquanto permanece constante nos meninos. Schütz-Fransson et al. em 2006, relataram sobre o acompanhamento a longo prazo de pacientes tratados ortodonticamente de mordidas profundas. O objetivo foi avaliar a estabilidade a longo prazo da correção da mordida profunda e apinhamento anterior mandibular em uma amostra de 62 indivíduos (30 pacientes e 32 controles). Os pacientes receberam tratamento em uma média de idade de 12,2 anos (DP 1,56). O tratamento consistiu em aparatologia fixa sem extração em 23 indivíduos e aparelhos funcionais em sete. O grupo de tratamento foi comparado com o grupo controle com oclusão molar normal, sobressaliência e sobremordida normais, sem apinhamento e sem necessidade de tratamento ortodôntico. Os registros foram feitos em quatro ocasiões: antes do tratamento (T1), após o tratamento (T2), e dois registros a longo prazo após alta (T3 e T4). Quatro registos também foram feitas em o grupo de controle. Todas as medições foram realizadas em modelos de gesso e telerradiografias laterais. O tratamento foi realizado para corrigir o trespasse vertical e horizontal além de eliminar a deficiência de espaço na região anterior inferior. No T4, houve uma recidiva menor na sobremordida para o grupo tratado (média 0,8 mm). O grupo controle, foi submetido ao desenvolvimento de uma sobremordida reversa (mordida aberta de 0,7 mm) durante esse mesmo período. O espaço disponível para os incisivos inferiores, no entanto, foi - 0,9 mm de no grupo de tratamento e - 1,8 mm, no grupo de controle. A estabilidade a longo prazo dos resultados do tratamento foi boa. A estabilidade a longo prazo da correção de mordida profunda e da correção da deficiência de espaço para o segmento anterio-inferior era boa tanto 5 anos, como 11 anos após o tratamento. Embora a sobremordida tendesse a ter uma recidiva de 0,8 mm no T4 no grupo de tratamento, ainda está dentro da faixa normal, média de 3,6 mm (DP 0,92). Os achados do estudo não demonstraram diferenças no ângulo interincisivos entre os quatro registros no grupo de tratamento. Ambos os grupos desenvolveram rotação anterior da mandíbula entre T1 e T3. O ângulo SN / ML, bem como o ângulo de NL / ML diminuíram. Depois que os pacientes atingiram 20 anos de idade, entre T3 e T4, estes ângulos apresentara-se aumentados. Em 2006, Kim et al. discorreram sobre a correção da sobremordida profunda e sorriso gengival usando um mini-implante com um fio segmentado em um paciente de Classe II Divisão 2 em crescimento. Através da apresentação do caso de um menino, com idade de dez anos, com uma relação molar de Classe II, divisão 2; sobremordida muito profunda; incisivos superiores severamente extruídos e retroinclinados; sorriso gengival dentoalveolar (que ocorre devido a excessiva errupção dos incisivos superiores em relação ao lábio superior); apinhamento ântero-inferior e dentes posteriores em posições verticais normais. O tratamento foi realizado sem extração, com um mini-implante, AEB e aparelhos fixos edgewise. Os incisivos superiores foram intruídos e vestibularizados com uma mola fechada de níquel-titânio ancorada por um do arco segmentado ao mini-implante, o que resolveu o sorriso gengival e sobremordida profunda de forma eficiente sem a extrusão dos molares superiores ou a abertura da mandíbula. Os incisivos inferiores foram vestibularizados sem força ortodôntica direta durante a intrusão dos incisivos superiores; isso ajudou o tratamento do apinhamento destes sem que fosse necessário recorrer à extração. O aparelho de AEB de puxada alta promoveu o crescimento mandibular, controlou o crescimento maxilar, e mudou a relação do canino e molar de Classe II para Classe I. A sobremordida e sobressaliência do paciente foram sobrecorrigidas, e, um ano pós-contenção, apresentavam-se satisfatórias. Concluiu-se que utilizando apenas um mini-implante e um fio de segmentado, foi realizada com sucesso a intrusão dos incisivos superiores e reduzido o sorriso gengival. Este sistema de intrusão tem sido utilizado pelo autor de forma eficiente no sorriso gengival de pacientes com sobre-erupção e retroinclinação de incisivos, tanto para Classe II Divisão 2 como Classe I. Os efeitos e indicações deste sistema são semelhantes aos da intrusão do arco de uma peça de Burstone ou o arco utilidade de Ricketts. O mini-implante com um fio segmentado tem algumas vantagens: não causa a extrusão dos molares superiores; não abrindo o plano mandibular, o que seria causado pelo giro da mandíbula no sentido horário, movendo o mento para baixo e para trás, e agravaria a retrusão do perfil. Torres e Zenóbio (2006), avaliaram a condição periodontal em pacientes de 10 a 18 anos com diferentes más oclusões. A amostra constou de 245 indivíduos, foram selecionados 41 que apresentassem uma das malocusões: sobremordida de 6 mm e/ou sobressaliência maior que 6mm , ou mordida cruzada posterior. Sendo os critérios de exclusão: doenças sistêmicas, determinados medicamentos, uso de aparelhos ortodônticos, próteses, ausência de um dos dentes-índice ou pacientes fumantes. Os parâmetros clínicos periodontais (índice de placa, sangramento gengival, mucosa queratinizada inserida, recessão periodontal, profundidade de sondagem e perda de inserção) foram mensurados em dentes-índice (16, 26, 36,46,11 e 42). Os resultados foram analisados pelo teste estatístico de Kruskall Wallis (p<0,05). Observou-se que a condição periodontal dos dentes índices, nos quatro grupos de más oclusões avaliadas, apresentou-se nos limites de normalidade. Porém com uma maior tendência ao acúmulo de placa nos pacientes portadores de sobressaliência e sobremordida associadas, bem como nos portadores de mordida cruzada posterior que, também, apresentam aumento na profundidade de sondagem; no entanto, sem significância estatística. Concluindo que a gravidade da má oclusão não esteve relacionada de maneira signicativa à presença de doença periodontal. Almeida et al.; em 2007 realizaram um estudo sobre padronização na confecção do arco de intrusão com objetivo de demonstrar as etapas de confecção do arco de intrusão, utilizando o alicate ortodôntico para confecção de dobra de alívio do arco de intrusão (nº291), torre de contorneamento para fios retangulares, alicate de Tweed, régua milimetrada, dinamômetro e caneta ou lápis para demarcação de fio. Contorneia-se o arco de TMA com a torre; demarca-se a região distal dos laterais superiores; com o alicate 291 realiza-se na demarcação a dobra de alívio para afastar o arco dos bráquetes dos caninos e pré-molares (3 mm de altura); demarca-se a região interproximal do 2º pré-molar e 1º molar; com o alicate de Tweed confecciona-se a dobra em “v” para ativação do arco de intrusão; mensura-se com o dimamômetro a magnitude da força que deve ser de 40 a 60 gramas. O arco é introduzido na ranhura auxiliar do tubo triplo, amarrado na região dos incisivos ao arco estabilizador (com ligadura elástica ou metálica) e procede-se a dobra distal bilateralmente. Concluiu-se que o arco de intrusão é uma ferramenta muito poderosa não somente para a efetiva intrusão dos incisivos, como para o controle mecânico vertical e sagital, utilizando o sistema Straight-wire em pacientes com ou sem extração dentária, que requerem um controle mais apropriado da sobremordida e da ancoragem. Preston et al. em 2008, avaliaram a eficácia a longo prazo das técnicas do arco reto e do arco segmentado no nivelamento da curva de Spee. Visando investigar a estabilidade do nivelamento das curvas de Spee a longo prazo, comparou-se os resultados , produzidos com o uso de técnicas diferentes como a do arco reto de Alexander e da Bioprogressiva com arco segmentado. Trinta e um pacientes foram selecionados aleatoriamente em consultório particular do Drs. Alexandre e Ruel Bench. E os 132 modelos de estudo feitos 2 meses antes do tratamento (T1), 2 meses após o tratamento (T2), e depois da contenção (T3) foram avaliados. As medições das curvas de Spee foram feitas nos modelos mandibulares com medidores palatais disponíveis comercialmente. Também, foram registrados, a largura intercaninos inferior, sobremordida, sobressaliência, a irregularidade dos incisivos da mandíbula, e comprimento do arco mandibular. Concluiu-se que ambas as técnicas produziram reduções significativas nas curvas de Spee (T1 e T2). Houve recidiva na curva de Spee pós-contenção (T1 e T2) estatisticamente significativo, mas clinicamente insignificante. Em ambas as técnicas, uma diferença estatisticamente significativa foi observada na incidência da recidiva da curva de Spee pós-tratamento entre os pacientes que foram completamente nivelados e aqueles que não foram, sendo nestes, maior que naqueles. Não encontramos uma correlação entre a curva de Spee antes do tratamento e a recidiva em qualquer uma das cinco outras características oclusais estudadas. Este estudo indica que, em pacientes bem tratados, a recidiva observada nas curvas de Spee é mínima, e ela ocorre após um período de tempo prolongado. Em 2008, Upadhyay et al. realizaram um estudo sobre o uso dos miniimplantes para intrusão em massa de dentes anteriores em caso de severa maloclusão de Classe II divisão 2. Através do relato do tratamento de um paciente de 16 anos, sexo masculino com uma severa má oclusão de Classe II divisão 2 e mordida profunda de 100%. Iniciou-se o tratamento com um aparelho 'Jones-Jig' para distalizar dos molares superiores até atingir uma relação de Classe I molar. Depois foram inseridos mini-implantes entre as raízes do incisivo lateral e canino para intruir todos os dentes anteriores superiores em massa numa única etapa. Quatro milímetros de intrusão foram alcançados. Na mandíbula, os incisivos foram vestibularizados para corrigir o apinhamento severo. Conseguiu-se boa correção de sobressaliência e sobremordida com estabilidade após um ano. Concluíram que os mini-implantes são muito úteis na realização de intrusão em massa dos dentes anteriores, sem depender da cooperação do paciente. A ancoragem foi mantida durante a intrusão, não havendo extrusão dos dentes posteriores. Controlar a direção e intensidade da força também contribuiu para a correção da sobremordida. Os implantes permaneceram estáveis durante todo o tratamento e não surgiram complicações associadas dos tecidos moles. Damico et al, em 2008 realizaram um estudo da análise correlativa entre medidas esqueléticas verticais em indivíduos com oclusão excelente e má oclusão com o objetivo de apresentar diferentes correlações entre o ângulo do plano mandibular, o índice da altura facial e a sobremordida , avaliando a resposta dessas correlações quanto ao padrão citado na literatura, além de identificar possíveis fatores que, eventualmente, levassem essas medidas a um comportamento fora do padrão. Estudaram radiografias cefalométricas de perfil entre dois grupos de indivíduos brasileiros- um portador de oclusão excelente e outro de má oclusão. Concluiu-se que as medidas esqueléticas GoGn-SN e IAF apresentaram forte correlação entre si, porém não com a sobremordida no grupo de excelente oclusão e fraca no de má oclusão. Uma correlação coerente com o padrão da literatura foi encontrada em 35% do grupo de excelente oclusão e 31% dos de má oclusão. A maior partes dos grupos avaliados apresentou comportamento diferente do citado em literatura, quando correlacionadas simultaneamente GoGn-SN, IAF e a sobremordida. Janson e Pithon (2008), discorreram sobre as alternativas para acelerar a colagem dos acessórios inferiores em casos com sobremordida profunda. Tal estudo teve como finalidade apresentar as diversas formas de levantamento de mordida para possibilitar a colagem dos acessórios ortodônticos no arco inferior, e propor um novo dispositivo de confecção clínica, para tornar o processo mais fácil e de menor custo. Paciente do gênero masculino com 28 anos, padrão II, sobremordida profunda, com apinhamento e desgaste dos incisivos inferiores, simetria facial, terços faciais harmoniosos, perfil convexo. Foi usado aparelho fixo prescrição Roth na arcada superior e instalado nos incisivos centrais superiores, o dispositivo JAMPI, anteriormente confeccionado segundo a técnica do autor (Com cera sete, confecciona-se um rolete, corta-se e esculpe-se em formato piramidal, com um dos ângulos em 90° e em tamanhos diferentes. A base maior deve receber a forma convexa e ser perfurada para criar retenções, quando da colagem na palatina dos incisivos superiores. E a superfície inferior deve estar de forma que fique perpendicular aos incisivos inferiores. Moldagem em silicona pesada e preenche-se o negativo com resina acrílica. Procede-se o acabamento, sem polir a superfície de retenção). Instalou-se então o aparelho inferior. Os batentes foram usados por quatro meses. Conclui-se então, que a colagem de acessórios fixos para o levante de mordida, torna mais rápida a correção da curva de Spee, pois antecipa a colagem dos bráquetes inferiores, que não sofrerão quedas, além de evitar a necessidade de colaboração por parte do paciente. O dispositivo JAMPI mostrou-se eficiente, fácil de confeccionar e instalar, além de apresentar baixo custo. Figueiredo, (2008) avaliou a versatilidade clínica do arco utilidade, com a finalidade de discutir a fabricação, ativação e usos do arco utilidade de Ricketts nos tratamentos ortodônticos, através de revisão de literatura e apresentação de alguns casos clínicos. Primeiro caso: paciente do gênero feminino, 22 anos, com má oclusão de Classe I, biprotrusão dento alveolar e suave apinhamento na região dos incisivos superiores, Onde o arco utilidade foi empregado para promover a expansão dentoalveolar. Consegue-se a redução da biprotrusão dento alveolar, comprovada cefalometricamente pela alteração do ângulo interincisivos de 104° para 119°; redução da protrusão do incisivo inferior em relação à linha1-Apo de 7mm para 3mm e redução do IMPA de 112° para 101°. Alteração sofrida pelos incisivos através do emprego deste arco trouxe ganho de espaço de 8mm. Fotografias de 8 anos após o término mostram sucesso satisfatório. Segundo caso: paciente do gênero feminino, com 40 anos, padrão dolicofacial, má oclusão Classe II esquelética, protrusão dos incisivos inferiores e retrusão dos superiores, mordida cruzada posterior do lado direito, mordida aberta anterior e sorriso gengival. Onde se optou pelas exodontias dos primeiros pré-molares superiores e segundos pré-molares inferiores, mais a utilização do arco base como sistema de “ancoragem cortical”. Como resultado obtiveram a redução da convexidade facial, diminuição de 1-Apo 8mm para 1mm, houve ainda aumento de 15mm no perímetro do arco. Terceiro caso: paciente gênero masculino, 16 anos, com má oclusão de Classe II, divisão 2ª, mordida profunda, sorriso gengival, desvio mandibular para a esquerda, assimetria facial e desvio de linha média inferior, abertura limitada da boca, mordida cruzada vestibular do lado direito. Pela análise cefalométrica de Ricketts convexidade moderada, com suave prognatismo maxilar, padrão facial braquifacial, com incisivos superiores e inferiores verticalizados e extruídos formando ângulo de 143°. O tratamento pelo qual se optou foi o compensatório sem exodontias, em razão do padrão muscular braquifacial e da mordida profunda. Foram utilizados aparelho de bi-hélice e quadri-hélice e de elásticos intermaxilares para a Classe II. Os objetivos do tratamento foram alcançados, sendo correção da Classe II, da mordida profunda e da mordida cruzada vestibular. Houve expansão dentoalveolar do arco inferior, com avanço dos incisivos com 1-Apo indo de 1mm para 4mm, redução da convexidade de 4mm para 1mm e redução do ângulo interincisivo de 143° para 118°. Não houve crescimento nem mandibular e nem maxilar. Os incisivos superiores e inferiores foram intruídos, vestibularizados e avançados. Os molares superiores não sofreram alterações, ao passo que os inferiores mesialisaram e extruíram. Houve melhora do sorriso gengival e correção da mordida profunda. Concluiu-se que o arco utilidade apresenta grande versatilidade de uso: intrusão, extrusão, avanço, retração, manutenção ou alteração do espaço do arco inferior, ancoragem de molares e sobretudo a correção da Classe II com mordida profunda de pacientes em fase de crescimento. Moura et al. (2008), demonstraram a combinação de duas técnicas ortodônticas “arco segmentado” e “arco reto” na correção da mordida profunda, com o propósito de apresentar as diferentes mecânicas de ambas as técnicas . Através da apresentação de um caso clínico de um paciente do gênero masculino, com 12 anos e oito meses, com má-oclusão de Classe II de Angle, mordida cruzada posterior, sobremordida profunda, apinhamento dentário e impacção de canino. O tratamento foi iniciado com o disjuntor de Hyrax, corrigindo a mordida cruzada posterior, placa lábio ativa, colocou-se um cantiléver do lado esquerdo no arco superior para tracionar do canino incluso, os molares foram estabilizados com uma barra palatina, procedeu-se o alinhamento dos incisivos, utilizou-se do fio 0.018 x 0.025 de aço nos segmentos posteriores para ancoragem e estabilidade, formando, com a barra palatina, um bloco de ancoragem. O sistema de intrusão e retração simultâneas foi preconizado com o uso de cantiléveres, um de cada lado do arco (40 gramas de cada lado), estendidos de molar até a região de canino. Nos incisivos, foi utilizado um segmento de estabilização com fio 0.018 x 0.025 de aço passando dentro dos slots dos bráquetes e com um braço extenso a cima dos caninos e pré-molares para apoio dos cantiléveres. A este conjunto, dá-se o nome de arco de intrusão de três peças. Devido à presença de sobremordida profunda severa, optou-se também pela correção do arco inferior, porém, pela técnica do arco reto de maneira simultânea. Para tal, foi utilizada curva de Spee reversa. Conclusões: o ponto de aplicação da força bem anterior teve como finalidade fazer a linha de ação de força passar no centro de resistência dos incisivos superiores gerando intrusão para correção da sobremordida profunda. Tratamentos ortodônticos de alta complexidade, em geral, independente de discrepâncias nos sentidos ânteroposterior, transversal e vertical, necessitam de um específico e cuidadoso plano de tratamento. Diversas mecânicas de diferentes técnicas devem ser utilizadas em conjunto para obtenção total de sucesso. Nestes tipos de tratamento, a perícia e o conhecimento do operador são variáveis importantes a serem consideradas. Maia et al. em 2008, relataram sobre o tratamento da mordida profunda segundo a técnica do arco segmentado (TAS) através da apresentação de caso clínico com o objetivo de analisar esta opção de tratamento da mordida profunda, sua filosofia e princípios mecânicos. No caso clínico, um paciente leucoderma, masculino, de onze anos, Classe II, divisão 1ª, simétrico , mesofacial, perfil convexo, altura facial inferior proporcional, com deficiência de selamento labial, sobremordida de 70%, curva de Spee acentuada, maxila atrésica, incisivos superiores vestibularizados e protruídos e incisivos inferiores verticalizados e retruídos. O tratamento de escolha foi a disjunção de maxila com aparelho de Haas, exodontias dos quatro primeiros pré-molares, intrusão dos incisivos inferiores com arco de três peças, ancoragem com barra transpalatina, arco lingual e AEB de puxada alta. E concluiu-se que o tratamento da sobremordida e Classe II, com intrusão de dentes anteriores através do arco segmentado de três peças obteve sucesso com a conquista da relação dentária de Classe I, boa saúde e estética do sorriso favorável. Além da intrusão real de incisivos, foi possível o controle da força aplicada e o controle da proporção momento-força, evitando assim efeitos colaterais indesejados. Araújo em 2008, discorreram sobre intrusão dentária utilizando miniimplantes, através de revisão literária e apresentação de casos clínicos pretendeuse, descrever e demonstrar, clinicamente, as diversas possibilidades de utilização dos mini-implantes como recurso de ancoragem para o movimento de intrusão. No caso apresentado, a intrusão é de incisivos inferiores, onde o paciente apresentava agenesia de um dos incisivos, inclinação vestibular, grande desnível do plano oclusal com acentuação da curva de Spee; optou-se pela exodontia do incisivo correspondente e mesialização dos caninos; para o nivelamento de Spee, sem agravar a vestibularização, foram utilizados 2 mini-implantes na vestibular entre caninos e pré-molares e procedeu- se a intrusão. Concluíram que, sendo a intrusão dental, um movimento que oferece grande grau de dificuldade, devido principalmente ao controle de efeitos colaterais, os miniimplantes, por oferecerem efetiva ancoragem esquelética, têm se mostrado muito importantes para os ortodontistas, no sentido de simplificar a mecânica. Na maioria dos casos, poucos mini-implantes são suficientes para a realização do movimento de intrusão, embora seja preciso considerar o sistema empregado, as condições do osso alveolar de suporte e a resposta individual do paciente. Vale ressaltar que o movimento intrusivo, por demandar maior área de reabsorção óssea, ocorre, em média, mais lentamente que outros movimentos ortodônticos. Em alguns casos observa-se um período de até três meses de inércia antes que qualquer alteração na posição dentária seja notada. Devendo-se aguardar o início da movimentação, sem aumentar a intensidade da força aplicada, pois, uma vez rompida a inércia, a intrusão se mantém, com certa constância. Os mesmos cuidados geralmente tomados quando da utilização da mecânica convencional, em relação à contenção, também devem ser empregados após o movimento de intrusão com a utilização dos mini-implantes. Sugere-se, então, a manutenção destes por um período adicional de cerca de três meses, fazendo-se sua conexão com o dente, ou grupo de dentes que foram movimentados. Controle acurado da higiene bucal antes e durante o movimento é fundamental. Dobranszki et. al. em 2009 realizaram estudo em nove modelos fotoelásticos, com a proposta de analisar a direção, distribuição e intensidade da força no ápice radicular de caninos e incisivos, usando o arco DKL com: (1) ativação na alça distal; (2) ativação entre as alças e na alça distal; e (3) ativação com Gurin®. O arco foi ativado e a região de incisivos, caninos e dentes posteriores, foi fotografada, com interposição de filtros polarizadores de luz. Concluiu-se que a força aplicada no braquete por meio da ativação do arco DKL produz efeitos na raiz dentária dos dentes, da seguinte forma: Região anterior (incisivos e caninos) • A ativação na alça distal (Suzuki´stie) pode produzir movimento de retração sem intrusão, pois, funciona como uma dobra gable, produziria uma força contrária à força extrusiva, inerente à contração da alça. • A ativação entre as alças e Suzuki´stie pode produzir movimento de retração com intrusão e momento (torção) distal das raízes. • A ativação com Gurin® pode produzir movimento com o menor componente intrusivo entre as diferentes mecânicas testadas, pois não há compensação para o efeito extrusivo inerente à contração da alça do fio de aço, como a dobra gable. Polat-Ozsoy et al. em 2009, estudaram a intrusão de incisivos superiores com uso de miniparafusos, com o objetivo de investigar se poderia haver intrusão verdadeira dos incisivos utilizando-se deste recurso. Através da amostra de onze pacientes (três do gênero masculino e oito do gênero feminino, com idade média: 19,8 ± 4,8 anos) com dimensão vertical normal, mordida profunda de 5,9 ± 0,9 mm e um sorriso gengival. Após o nivelamento dos incisivos centrais e laterais superiores com um arco segmentado, uma força intrusiva de 80 g utilizando molas helicoidais fechadas foi aplicado a partir de dois miniparafusos colocados entre as raízes da lateral e canino. A quantidade de intrusão dos incisivos laterais foi avaliada em radiografias cefalométricas tomadas no final de nivelamento (T1) e no final de intrusão (T2). A análise estatística foi realizada. Um nível de significância de P <0,05 foi prédeterminado. A média de intrusão do incisivo superior foi de 1,92 mm e a redução média overbite 2,25 ± 1,73 mm em 4,55 meses. A intrusão real dos incisivos pode ser alcançada através da aplicação de forças intrusivas perto do centro da resistência usando miniparafusos. No entanto, estudos com um número maior de sujeitos num período maior de acompanhamento são necessários. Durante a aplicação de força intrusiva, a inclinação axial dos incisivos superiores apresentou alteração mínima, que foi considerada clinicamente aceitável. Não foi observado reabsorção radicular como uma conseqüência da intrusão dos incisivos. Lemos et al.; em 2009 avaliaram o tratamento da má oclusão de classe II segundo a terapia bioprogressiva. Foi apresentado caso clínico onde o tratamento de paciente adulto, Classe II, divisão 1, foi realizado com arcos seccionados segundo a terapia bioprogressiva e sem a realização de extrações. Paciente de 28 anos, gênero feminino, portador de má oclusão de Classe II, divisão 1ª, subdivisão direita, mordida profunda, desvio de linha média dentária superior para a esquerda e inferior para a direita, e padrão braquifacial. O tratamento foi realizado com arcos seccionados segundo a terapia Bioprogressiva, sem extrações, utilizou-se o aparelho de quadri-hélice, arco base e elásticos intermaxilares de Classe II. Concluiu-se que a correção das giroversões dos molares superiores (que foi realizada com uso do quadri-hélice) é de grande valia na correção da relação de Classe II e em sua estabilização. A correção do trespasse vertical antes do trespasse horizontal permitiu a retração anterior sem interferências. Com o uso de arcos seccionados, a força empregada será menor, pois havendo redução do atrito, os dentes se movimentam mais livremente. Lins et al. (2009), avaliaram a prevalência de más oclusões em crianças com 12 a 36 meses de idade em João Pessoa, Paraíba. A amostra constou de 292 crianças, sendo 161 meninos (55,1%) e 131 meninas (44,9%), selecionados aleatoriamente. As crianças foram examinadas nas dependências das instituições selecionadas, sob luz natural, e os dados foram registrados em um formulário préestruturado, sendo os exames feitos por um examinador calibrado (Kappa=0,85), avaliando a presença de sobremordida, de sobressaliência, de mordida aberta anterior e de mordida cruzada posterior. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS. Os critérios de exclusão foram: presença de cáries extensas; anomalias dentárias de forma, número e tamanho; crianças com fraturas nas incisais dos dentes anteriores; portadores de síndromes, disfunções sistêmicas e fissura labiopalatina. Concluiu-se que a prevalência de má oclusão na amostra foi de 40,7%, com mordida aberta anterior presente em 35,6% das crianças, mordida cruzada posterior em 5,1%, e sobremordida moderada em 35,5% e 24,7%, respectivamente. Em 2009, Brito e Machado apresentaram seis casos clínicos para servirem de auxílio diagnóstico e estratégias de tratamento da sobremordida citando como principais elementos os diagnósticos facial, cefalométrico e dental para facilitar na seleção da estratégia de tratamento individualizada para cada situação clínica de sobremordida, sendo as opções de tratamento: extrusão de dentes posteriores, intrusão de dentes anteriores ou a combinação de ambas. Descrição dos elementos de diagnóstico (Apêndice A - Quadro 1). No mesmo estudo os autores avaliaram 4 casos clínicos. Casos de extrusão de dentes posteriores Caso 1: paciente do gênero feminino, com 11 anos de idade, Classe II, divisão 1, braquifacial, leve diminuição do terço inferior da face, perfil reto e ângulo nasolabial normal, boa linha do sorriso, sem exposição gengival, padrão horizontal; no final da dentadura mista, com sobremordida exagerada e dois planos oclusais no arco inferior. O planejamento foi de extrusão de dentes posteriores com uso de aparelho extra-bucal cervical e placa batente anterior. Após esta fase de correção da sobremordida e da Classe II, foi realizado o alinhamento, nivelamento e a finalização. O padrão de crescimento não sofreu um impacto desfavorável. Conseguiu-se bom engrenamento. E a estabilidade foi observada após 6 anos do término do tratamento. Caso 2: paciente do gênero feminino, com maloclusão de Classe I, mas padrão esquelético de Classe III, com 11 anos, suave deficiência do terço médio da face, perfil reto, ângulo nasolabial normal, linha do sorriso dentro dos padrões; cefalometricamente padrão equilibrado de crescimento; dentadura mista, sobremordida exagerada pequena falta de espaço nos arcos. O planejamento foi extrusão dos dentes posteriores, com utilização da placa com batente anterior (por 14 meses) e arco lingual. Após este período aguardou-se o desenvolvimento normal da oclusão e depois com aparelho fixo seguiu-se o alinhamento, nivelamento e finalização. Apesar da escolha do tratamento gerar a abertura do plano mandibular e giro horário da mandíbula, que facilita a correção da Classe III, esta se manifestou com o crescimento da paciente. Mesmo assim alcançou-se, intercuspidação e relação de molares e caninos adequadas, bem como a estabilidade do caso após 2 anos de tratamento. Casos de intrusão de dentes anteriores Caso 3: paciente do gênero feminino, com bom equilíbrio entre os terços faciais, perfil convexo e ângulo nasolabial aberto. Sem exposição gengival no sorriso,o que contraindica intrusão anterossuperior. Na cefalometria mostra padrão horizontal, logo braquifacial; má oclusão de Classe I, sobremordida exagerada e no arco inferior dois planos oclusais. O planejamento então foi a intrusão de incisivos e caninos inferiores, pela técnica segmentada, para correção da mordida profunda e correção da curva de Spee. Iniciou- se com alinhamento e nivelamento segmentado do arco, com três segmentos> Depois a alça segmentada, para intrusão dos caninos, que posteriormente foram incorporados aos segmentos posteriores. A intrusão dos incisivos, foi realizada com arco contínuo de intrusão amarado a outro segmento anterior. Os resultados finais mostram relação correta de caninos e molares, assim como boa intercuspidação. Após dois anos há estabilidade do caso. Caso 4: paciente do gênero masculino, com 11 anos, apresentando bom equilíbrio entre os terços faciais, perfil levemente convexo, ângulo nasolabial normal e sorriso gengival com relação de 4,5mm do lábio à borda incisal dos superiores. Pela avaliação cefalométrica mostra padrão equilibrado de crescimento vertical esquelético de Classe II anteroposteriormente. Final da dentadura mista, em má oclusão de Classe I e sobremordida exagerada. O planejamento foi extração de quatro primeiros pré-molares, alinhamento e nivelamento e depois a intrusão anterossuperior concomitante a retração deste grupo de incisivos , pois proporcionaria melhor controle da inclinação axial dos mesmos. Após o tratamento as características faciais foram mantidas, houve pequena melhora na exposição gengival, corretas intercuspidação e relação de caninos e molares. Após sete anos do término mostra-se a estabilidade do caso. Caso 5: paciente do gênero masculino, aos 13 anos, perfil convexo. Linha mentocervical diminuída, ângulo nasolabial aberto e linha do sorriso normal. Na cefalometria mostrou padrão equilibrado de crescimento, padrão Classe II esquelético no sentido anteroposterior. Má oclusão de classe II, 1ª divisão, sobremordida exagerada, planos oclusais bem posicionados, porém, devido à falta de espaço para os caninos, os mesmos encontram-se ectópicos. O planejamento do tratamento foi placa de Cetlin associada ao extra-bucal combinado para corrigir Classe II e controlar verticalmente. Procedeu-se o alinhamento, nivelamento e a retração anterior simultânea a intrusão. Ao final obteve-se melhora no perfil e da linha mento cervical, correta intecuspidação e relação de molares e caninos normais. Combinação de técnicas de intrusão anterior associada à extrusão posterior Caso 6: paciente do gênero feminino, 15 anos, apresentando perfil convexo, ângulo nasolabial normal , porém sorriso gengival bem pronunciado. Pela cefalometria apresentava de crescimento vertical equilibrado e esquelético de Classe II. Classe I dentária, sobremordida profunda e ainda no arco superior, presença de dois planos oclusais. Realizou-se o tratamento com alinhamento e nivelamento em arcos flexíveis e depois arcos onde a curva de Spee foi trabalhada. Assim, houve pequena extrusão posterior e intrusão anterior com vestibularização e correção da curva de Spee. Ao término, mantiveram-se características faciais, melhoria do sorriso gengival, intercuspidação correta e Classe I de molares e caninos. Um controle feito após um ano e oito meses do término, mostrou estabilidade. A conclusão foi de que para obter-se sucesso no tratamento da sobremordida exagerada é preciso critério no diagnóstico e planejamento individualizado de forma a beneficiar a estética facial em conjunto com uma oclusão adequada e visando sempre a estabilidade do caso. Oliveira et al. em 2010 apresentaram através de revisão literária algumas mecânicas que podem ser utilizadas para intrusão de dentes anteriores estabelecendo meios para indicar a melhor escolha de técnica, de acordo com a fabricação do arco e formas de ativação. Entre elas estão: arco base de Ricketts, arco contínuo de intrusão de Burstone, arco de três peças ou segmentado e o arco de intrusão Connectcut Intrusion Arch/CIA. O estudo conclui que na intrusão, para que o movimento seja de corpo, a força deve ser aplicada no centro de resistência, levando-se em conta o ponto de aplicação e a graduação da força. Uma força aplicada fora do centro de resistência pode inclinar os dentes ao invés de intruir. No arco de intrusão de Ricketts, por ser encaixado nos molares e na vestibular dos incisivos, gera maior tendência à inclinação, problema este solucionado pela aplicação do torque de compensação anterior. O arco de três peças, o de Burstone e o CIA, por serem amarados em determinados pontos da região anterior, gera força de intrusão constante e pré-determinada. O arco de intrusão de Burstone e o arco CIA seriam como dois cantiléveres unidos na linha média. A intrusão com o arco de três peças é mais pura porque a aplicação da força passa exatamente pelo centro de resistência. Os arcos de Burstone e CIA, por receberem a ativação pelo amarrilho 0,025” de aço na região anterior, podem aplicar a força de acordo com a necessidade do caso. A barra transpalatina e o arco lingual impedem o movimento de inclinação lingual nos molares. A intrusão dos caninos deve ocorrer depois da intrusão dos incisivos para evitar força excessiva sobre estes. Para evitar a extrusão durante o uso do arco contínuo, após intrusão pode-se realizar dobras ou recolar bráquetes. Em 2010, Ribeiro realizou um estudo avaliando a correção da sobremordida em paciente classe II divisão 2. Paciente adulta, portadora de má oclusão Classe II, divisão 2 de Angle, com sobremordida e curva de Spee acentuadas, vestibuloversão do dente 12 e recessões gengivais; onde se realizaram exodontias dos primeiros pré-molares superiores. Buscou-se manter o posicionamento vertical transverso anteroposterior das bases ósseas. Na maxila, a proposta foi de manutenção da relação molar de Classe II, correção de sobremordida e da inclinação dos incisivos superiores. Na mandíbula, a proposta foi o nivelamento da curva de Spee, com manutenção das distâncias intercaninos e intermolares. Esperava-se obter guias corretas em caninos, com sobremordida e sobressaliência adequadas, promovendo melhora estética do sorriso. O tratamento ortodôntico foi realizado com bráquetes Standart Edgewise, ancoragem extra-bucal tipo Klohen e barra transpalatina; arcos segmentados de segundos molares a caninos; para o movimento de intrusão utilizou-se o arco base de Ricketts, arco segmentado de aço 0.017”x0.025” para retração do caninos superiores; para ancoragem alças “T” de Burstone no fio de TMA ” para retração dos caninos; alças no aço para retração ântero-superior; nivelamento inferior; elásticos intermaxilares de classe II . A contenção para o superior foi a placa removível (wraparound), barra colada inferior de 33 a 43. Foram feitos comparativos cefalométricos de início e final de tratamento. Concluindo que: na maxila houve pequena alteração anteroposterior e discreta movimentação do ponto A, devido à correção da inclinação dos incisivos. O ângulo 1.NA passou de 0° para 16° e o posicionamento linear 1-NA passou de 2mm para 4mm permitindo a correção da sobremordida. Foram mantidas as distâncias intercaninos e intermolares tanto na maxila quanto na mandíbula. Na Mandíbula não ocorreram alterações na posição da base óssea. O ângulo 1.NB passou de 14° para 26° e o IMPA de 87° para 98°. O ângulo interincisal foi de 161° para 135°. A oclusão dentária apresentou melhora na intercuspidação posterior, de ambos os lados, tendo-se finalizado o tratamento com uma relação de Classe II, nos molares e de chave de oclusão nos caninos, além de sobremordida e sobressaliência adequadas. Houve manutenção do perfil facial. Contudo, o sorriso sofreu melhora significativa. Aranha et al. em 2010 através da apresentação de um caso clínico, avaliaram o tratamento da má oclusão de Classe II, divisão 2ª com o emprego dos arcos seccionados, segundo a técnica Bioprogressiva de Ricketts. Através da apresentação do tratamento de um paciente , do gênero masculino, aos 14 anos, com terço facial inferior curto, perfil levemente convexo. Má oclusão de Classe II, divisão 2ª, sobremordida profunda, curva de Spee acentuada e leve apinhamento anteroinferior. Incisivos centrais e laterais superiores retroinclinados e linha média inferior desviada para a direita. Pela análise de Ricketts, ângulos interincisivos de 155°, com retroinclinação dos superiores (12°) e inferiores (13°). A medida de profundidade facial de 83° e profundidade maxilar de 88, ambas diminuídas, indicando problema mandibular, mas não de deficiência de crescimento e sim de posicionamento posterior. O tratamento foi realizado com a instalação do arco utilidade superior e inferior com fio Elgiloy azul 0,016”x0,016” para intrusão, com ativação no ângulo caudal de 30°. Depois de quatro meses já possível colar dos acessórios inferiores. Colou os bráquetes de caninos e pré-molares superiores e instalou um arco seccionado de aço inoxidável 0,016” de cada lado. Intruiu os caninos, depois os amarrou às pontes laterais do arco utilidade. Com a correção da sobremordida, utilizando-se o arco utilidade de Ricketts, a mandíbula avançou e houve melhora na estética. Foram instaladas placas Planas de contenção. Observou-se boa oclusão, melhora no perfil e após 10 meses boa estabilidade. O ângulo interincisivo caiu de 155° para 120° com a vestibularização dos dentes em questão. O ponto A foi para trás 6 mm e a maxila girou no sentido horário. O incisivo inferior inclinou 6° para vestibular e intruiu1 mm, o molar inferior mesializou 1 mm. O incisivo superior intruiu 3mm e inclinou 10° para vestibular, ficando paralelo ao eixo facial. O molar superior extruiu 4 mm e mesializou 5 mm. O lábio inferior teve um avanço de 1mm e o Plano oclusal baixou 10° em direção ao ponto Xi. Kim e Freitas em 2010 discorreram sobre o tratamento ortodôntico do sorriso gengival utilizando-se mini-implantes e enfocando como tratamento do crescimento vertical do complexo dentoalveolar anterossuperior. Através da apresentação de três casos com excessivo crescimento vertical do complexo dentoalveolar anterossuperior, que foram caracterizados com extrusão e lingualização dos incisivos superiores, sobremordida profunda e sorriso gengival. E o propósito foi contribuir na simplificação do tratamento ortodôntico, mostrando o uso de miniimplantes na região anterior para intrusão de incisivos e correção do sorriso gengival. Foram utilizados mini-implantes nas regiões anterior e superior (1,6 x 6,0mm) e mola fechada de NiTi para intruir e vestibularizar os incisivos extruídos e lingualizados. Concluíram que os mini-implantes podem ser utilizados com sucesso como ancoragem para intrusão de dentes anteriores. A ancoragem esquelética apresentase mais vantajosa, por isso tornou-se tão difundida na Ortodontia. Além de reduzir os efeitos recíprocos da aplicação de forças ortodônticas, os mini-implantes abriram novas possibilidades terapêuticas, como a implementação dos movimentos de intrusão dentária. A intrusão de dentes anterossuperiores apresenta uma indicação muito precisa: para a correção da sobremordida profunda em pacientes com exposição demasiada de gengiva somente na região anterior ao preferencialmente ao sorrir, associada com os incisivos superiores retroinclinados. As limitações no uso de mini-implantes para intrusão de dentes anterossuperiores são as mesmas para qualquer tipo de intrusão convencional, como, por exemplo, pacientes que apresentam doença periodontal, reabsorção radicular, espaço interradicular estreito. Mesmo não havendo pesquisas sobre a estabilidade da intrusão de dentes anteriores, clinicamente parece ser melhor do que a extrusão de dentes posteriores. Silva Filho et al. em 2010, avaliaram a redução da sobremordida com extrusão dos dentes posteriores e leve intrusão dos dentes anteriores. Através de descrição de detalhado protocolo para correção da sobremordida, elaborado a partir de revisão de literatura, mais a apresentação de caso clínico.Este protocolo constitui-se de nivelamento da arcada superior até fio retangular incluindo segundos molares; degrau de intrusão dos dentes anteriores superiores,colagem de acessórios palatinos “Stop e guia” da Morelli na face palatina dos incisivos centrais superiores, possibilitando a montagem do aparelho fixo inferior e o uso dos elásticos intermaxilares para extrusão dos dentes posteriores. Concluiu-se que é de grande valor a bandagem dos segundos molares, como recurso importante na redução da sobremordida e aumento da ancoragem posterior quando a mecânica envolver intrusão anterior com degrau no arco retangular. O uso do acessório palatino “Stop e guia” facilita a correção da sobremordida profunda. Thiesen em 2011 apresentou um trabalho sobre a abordagem para o tratamento da Classe II com distalização intrabucal. Observou-se um caso clínico de retratamento ortodôntico onde a paciente apresentava ausência dos quatro primeiros molares com overjet de 3mm e overbite de 90%, diastemas inferiores e relação de Classe II de molares e caninos. O tratamento foi realizado com distalização, arco base passivo e a ancoragem superior foi o botão de Nance com acrílico espesso suficiente para servir de batente. Para a intrusão dos incisivos inferiores e redução da sobremordida foi escolhido o arco segmentado de três peças. Realizou-se a retração anterior ancorada com o elástico de Classe II e no inferior permitiu-se a correção com perda da ancoragem. Houve a redução do overjet e overbite, assim como o fechamento dos diastemas e obtenção da Classe I de molares e caninos. Os incisivos inferiores sofreram intrusão e leve inclinação vestibular pelo uso do arco de intrusão de três peças. Gonçalves e Nakandakari em 2011 realizaram um estudo sobre o Arco de Três peças de Burstone para retração e intrusão simultâneas dos incisivos superiores, quando o paciente apresentar mordida profunda. Através de revisão de literatura e apresentação de caso clínico, descreveram as alterações cefalométricas e clínica que o referido arco pode produzir. Paciente, leucoderma, com 11 anos, com incisivos vestibularizados, mordida profunda, ausência de selamento labial, lábios hipotônicos e evertidos, excesso de exposição dos incisivos superiores, sobressaliência de 11mm e sobremordida de 5mm. O tratamento foi realizado com arco contínuo, depois com arco de três peças e teve duração de 21 meses. Após neste período realizaram nova telerradiografia e traçado. Concluiu-se que o selamento labial foi alcançado e a fonoterapia indicada para trabalhar tônus labial e respiração. Os incisivos superiores tiveram seus centros de resistências intruídos durante a retração. Como o paciente possuía padrão dolicofacial, houve rotação mandibular, devido à extrusão posterior. Os incisivos retraíram e verticalizaram. Como a maxila tem crescimento anteroinferior, em pacientes em fase de crescimento, a intrusão dos incisivos e a extrusão posterior podem ser mascaradas, pelo crescimento alveolar vertical. O Arco de três peças de Burstone realmente realiza intrusão e retração simultâneas dos incisivos. Em 2012, Sahad et al. apresentaram o tratamento da má oclusão de Classe II, subdivisão direita, segundo a terapia bioprogressiva. Através de revisão de literatura, explicou características do caso em questão e um caso clínico, onde se empregou o quadri-hélice, arcos seccionados e arco utilidade. Objetivando mostrar o tratamento do paciente de gênero masculino com idade de 15 anos e 8 meses, terço facial inferior curto, perfil convexo, Classe II, divisão 1, subdivisão direita, canino superior direito em infra-vestíbulo-versão e linha superior desviada para o lado direito. Pela análise de Ricketts, ângulo interincisivos aumentado par 140°. Os arcos base ou utilidade de Ricketts, foram usados nos superior e inferior para a intrusão de incisivos e correção de curva de Spee, em fio Elgiloy azul 0,016”x0,016”, quadrihélice para corrigir giroversão e ganhar espaço no lado direito. Realizada a distalização pré-molar a pré-molar, utilizou-se elástico ¼ médio kppara Classe II direito. Abrindo espaço para o canino, foi usado arco seccionado de TMA para a retração. Os autores observaram, que pelo uso da terapia bioprogressiva conseguiram boa oclusão, equilíbrio estético, melhora na função e recuperação de 9mm para inclusão do canino, além da correção da linha média. Então, a técnica preconizada por Ricketts, mostrou-se como excelente alternativa para a correção das assimetrias dento-oclusais. 4 DISCUSSÃO A sobremordida exagerada é um tipo de má oclusão vertical que apresenta etiologia multifatorial e necessita de um diagnóstico diferencial elaborado específico. Muitas vezes, essa má oclusão é a menos compreendida e mais difícil de tratar com sucesso e estabilidade. Brito et al. (2009); Sodré et al. (1998), revisando literatura a respeito da sobremordida deram ênfase ao diagnóstico e prognóstico, ressaltando que o sucesso do tratamento da sobremordida depende de um início precoce, com prevenção, também com planos de tratamento fiel à etiologia do problema e ao padrão do paciente. Semelhante a qualquer outra má oclusão, a sobremordida possui diversas modalidades de tratamento e os métodos a serem empregados, dependem do correto diagnóstico (Pinto 2004, Brito et al., 2009 e Oliveira et al., 2010) Monico et al (2006), observaram que a sobremordida exagerada apresentou prevalência de 28,10% nas crianças de 3 a 13 anos, sua maior porcentagem na dentição decídua (33,15%). A sobremordida normal foi significativamente maior que a exagerada nas dentições mista (7 a 11 anos) e permanente (12 a 13 anos). Houve correlação positiva entre o grau de sobremordida e a idade cronológica apenas na dentição decídua. Há uma correlação também entre o grau de sobremordida e a sobressaliência nas dentições mista e permanente. A sobremordida exagerada tende a diminuir com a idade nas meninas, enquanto permanece constante nos meninos. Em pesquisa também sobre prevalência da sobremordida Gondim et. al. (2001), concluiram que a sobremordida tende a aumentar até os 12 anos, porém a partir daí existe uma redução e até estabilização de seus valores até os 18 anos. Contudo não há dimorfismo sexual, senão por volta dos 12 anos. Sodré et al (1998); Lima et al. (2002) e Brito et al. (2009), concordaram em afirmar que os mecanismos extrusão/intrusão, corrigem a sobremordida, e confirmam também que os critérios para diagnóstico e as estratégias de tratamento devem ser cuidadosamente investigados para a escolha do método mais adequado. Henriques et. al. (1997), realizaram um estudo utilizando aparelho removível associado à ancoragem extra-bucal e concluiram que a aplicação da força na região anterior, promove correção da má oclusão de Classe II, divisão 2 no sentido ântero– posterior e a intrusão dos incisivos superiores, reduzindo a sobremordida, e restringindo o crescimento vertical na pré-maxila; já Almeida et al 2004 também utilizaram o arco extra-bucal, mas associado à sobrearco e arco estabilizador e concluíram que o AEB agravou a sobremordida do paciente; Kichise et. al. (2004), também escolheram o arco extra bucal como método de correção da sobremordida auxiliado de fios de aço com dobras de intrusão e ganchos “J”; e perceberam que houve correção nos planos vertical e ântero-posterior , assim como a sobrecorreção da sobremordida e a intrusão dos incisivos, porém com leve reabsorção radicular. A intrusão de incisivos foi considerada durante muitos anos um movimento complexo de ser realizado. Quando este movimento é realizado de forma controlada e precisa pode ser uma das alternativas de correção da sobremordida. Burstone em 1977 descreveu tratamento da sobremordida através de intrusão de dentes anteriores com o arco segmentado que ele preconizou, amarrando este arco a outro de estabilização preso aos incisivos; enquanto Ricketts (1976) utilizou o arco utilidade ou base preconizado por ele preso diretamente aos bráquetes dos incisivos. Em 2000, Sakima corrigiu a sobremordida com intrusão de dentes anteriores utilizando tanto o arco contínuo de níquel-titânio como o arco segmentado afirmando que os resultados nos tratamentos são parecidos. Shroff (2002) e Gonçalves e Nakandakari (2011), realizaram a intrusão associada à retração e optaram pela técnica do arco segmentado de três peças (TAS), ancorando na arcada superior com barra transpalatina e AEB; assim como Penido (2003) que também utilizou a TAS de três peças de Burstone e ancorou o superior com a barra transpalatina e o inferior com o arco lingual; concordando com a técnica, Maia et al. (2008) utilizando a TAS de três peças tanto no superior quanto no inferior realizaram intrusão de todos os incisivos, ancorado o sistema com AEB, barra transpalatina e arco lingual. Almeida; Almeida e Pedrin (2004) optaram pela retração e correção da sobremordida com arco de intrusão ou sobrearco; já Moura et al. (2008) associaram o uso da TAS de três peças para retração e intrusão somente na arcada superior enquanto na inferior o arco de intrusão era contínuo; ao contrário destes, em (2011) Thiesen utilizou a TAS de três peças na arcada inferior para intrusão enquanto retraía o superior com arco base que é contínuo, ancorando com botão de Nance. Brito et al. (2009), trabalharam a redução da sobremordida pela TAS, arco contínuo de intrusão, placa de Cetlin associada à AEB e também arcos de aço com acentuação e reversão da curva de Spee; enquanto Ribeiro (2010), Sahad (2012) trabalharam a associação de técnicas usando o arco base de Ricketts para intruir anteriores, arco segmentado para retração de caninos e alças “T” de Burstone para ancoragem. Em (2006), Almeida et al., referem-se aos arcos de nitinol CIA e CNA como “arcos inteligentes” afirmando ter maior eficiência com estes arcos quando a retração for associada à intrusão anterior. Porém, em 2010, Oliveira et al., coloca os arcos CIA, arco base de Ricketts e arco de intrusão contínuo ou de três peças de Burstone num mesmo patamar de eficiência. O uso dos mini-implantes foi apresentado também como recurso para correção de sobremordida pela intrusão de incisivos superiores, em 2006 por Kim et al. e em 2010 por Kim e Freitas corrigindo também o sorriso gengival. J Upadhyay (2008) e Polat-Ozsoy et al. (2009) utilizaram-se dos mini-implantes para a intrusão em massa os incisivos superiores e Araújo (2008) empregou o mesmo recurso para intruir os incisivos inferiores corrigindo o desnível oclusal e a curva de Spee. 5 CONCLUSÃO Por meio da revisão de literatura, pode-se concluir que o tratamento da sobremordida ainda representa um desafio na Ortodontia. Mas, que a abordagem precoce, corretos métodos para diagnóstico e elaboração de um criterioso plano de tratamento; assim como a perícia clínica para sua execução são fundamentais para o sucesso e estabilidade do tratamento. Conclui-se também que se tratando de correção da sobremordida pelos mecanismos de intrusão dos dentes anteriores, pode-se dispor de variadas e eficientes mecânicas tanto mais antigas como mais modernas podendo ser utilizadas isoladamente ou associando as técnicas. No presente estudo foram apresentadas como técnicas para intrusão dos dentes anteriores, principalmente os arcos especiais para intrusão. E, dentre eles, o mais citado pelos autores, foi o arco segmentado de três peças, um mecanismo eficiente tanto para a intrusão pura, como para a associação desta com a retração de dentes anteriores. Contudo, o mais importante é perceber que a prioridade, em qualquer tratamento ortodôntico, independentemente da técnica utilizada é a promoção do equilíbrio de todo o sistema estomatognático e a estética facial do paciente. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, S.S.L.; DUARTE, R.C.; CAVALCANTI, A.L.; BELTRAO, E.M. Prevalência de más oclusões em crianças com 12 a 36 meses de idade em Joao Pessoa, Paraíba. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, Maringá, v.14, n.6, p.50-57, nov./dez. 2009. ALMEIDA, M.R.; PEDRIN, R.R. A.; ALMEIDA, R.R.; PEDRIN, F.; INSABRALDE, C.M.; GUIMARÃES Jr, C.H. Padronização na confecção do arco de intrusão. Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, Maringá, v.6, n.3, p.30-37, jun./jul.2007. ALMEIDA, M.R.; ALMEIDA, R.R.; PEDRIN, R.R.A. Uso do sobrearco na correçao da sobremordida profunda. Revista Clínica de Ortodontia Dental Press, Maringá, v.3, n.1, p.14-31, fev./mar. 2004. ALMEIDA, R.M.; VIEIRA, M.G.; GUIMARÃES JR. C.H.; AMAD NETO M.; NANDA R. 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Lábio superior/incisivos superiores em repouso Até 2mm Grau de exposição incisivos inferiores Diagnóstico cefalométrico Padrão de crescimento Inclinação axial de incisivos Diagnóstico dentário Horizontal ou braquifacial Terço facial inferior reduzido Normal ou Mesofacial Terços faciais proporcionais Vertical ou dolicofacial Terço facial inferior aumentado Classe II, divisão 1 Aumentada Classe II, divisão 2 Diminuída Trespasse vertical dos incisivos aumentado Inclinação do plano oclusal (sup.e/ou inf) Contorno dos bordos Contorno gengival Variáveis externas Magnitude da curva de Spee Aumentada na Cl II, div. 1 Idade Exposição gengival superior Diminui Exposição de incisivos inf. Aumenta Distância do bordo inc./lábio Diminui ♀-linha sorriso mais alta Maior exposição gengival ♂-linha sorriso mais baixa Menor exposição gengival Gênero