Relato de Experiência
PROJETO PIBID COMO SUPORTE PARA MUDANÇAS NO ENSINO DE
MATEMÁTICA
GT 02 – Educação Matemática no Ensino Médio e Ensino Superior
Karlla Silveira Morales, Unipampa, [email protected]
Talita da Cunha Gonçalves, Unipampa, [email protected]
João Volmar Machado da Silva, Unipampa, Joã[email protected]
Bruno Moreira Teixeira Luiz, Unipampa, [email protected]
Michéli Mieres Pina Peters, Unipampa, [email protected]
Susana Machado Ferreira, Unipampa, [email protected]
Simone de Azambuja Collares, E. E. E. M. José Gomes Filho,
[email protected]
Resumo: É de grande importância à inclusão do licenciando no contexto escolar desde o início de
sua formação, para que a iniciação à docência ocorra antes mesmo de chegar o estágio. E não
menos importando também é a formação continuada dos professores da rede. O PIBIDUNIPAMPA, financiado pela CAPES, vem oferecendo essa experiência aos alunos e professores
de matemática em Bagé, desde abril de 2010. E através deste artigo buscamos mostrar o trabalho
desenvolvido pelos cinco, dos dez bolsistas, do subprojeto da matemática que trabalham na Escola
Estadual de Ensino Médio José Gomes Filho na cidade. Inicialmente com o diagnóstico geral da
escola, indo até um diagnóstico especifico de conteúdos dos alunos. Baseados nos dados coletados,
através dos questionários começaram o planejamento das atividades que será detalhado ao longo
deste trabalho.
Palavras chave: PIBID; matemática; Ensino Médio; jogos matemáticos.
Desafio PIBID – Objetivos a serem alcançados
É de grande importância a inclusão do licenciado no contexto escolar desde o início
da sua formação, para que a iniciação à docência ocorra antes mesmo de chegar o estágio.
O Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), financiado pela CAPES
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), traz essa essência nos
seus objetivos, oferecendo aos discentes dos cursos de graduação da Unipampa a
oportunidade de intensificar e qualificar o processo de formação e iniciação à docência
através de participação em pesquisas, planejamento e execução de metodologias
inovadoras, além de ao vivenciar o ambiente escolar, suas rotinas e dinâmicas em
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atividades de monitoria ou ligadas a espaços como biblioteca e laboratórios, o graduando
estará mais capacitado para desempenhar suas funções de educador. Sem esquecer que o
projeto ressalta também a importância deste para formação continuada dos professores das
escolas envolvidas.
O professor supervisor ligado ao PIBID tem a oportunidade de compartilhar
experiências com o aluno bolsista, aprendendo metodologias inovadoras que na maioria
das vezes não tem tempo de pesquisar e em troca compartilha com o bolsista, suas
experiências em sala de aula. A partir destas experiências adquiridas, procura motivar os
outros professores da escola para que busquem também essa atualização.
No subprojeto de matemática são previstas algumas ações a serem executadas para
que o projeto alcance seus objetivos. Dentre elas estão:
•
Tomada de conhecimento do projeto político-pedagógico, das necessidades
dos professores de matemática que atuam nas escolas conveniadas, a fim de que sejam
estabelecidas as atividades de apoio a serem desenvolvidas pelos bolsistas;
•
Estudo de assuntos relacionados à área de educação e ao ensino de
matemática, através de leitura de textos e artigos, além de encontros para discussão e
análise desses assuntos;
•
Orientação, implementação das atividades pelos bolsistas de iniciação à
docência e acompanhamento dos resultados obtidos;
•
Aprofundamento de ações pedagógicas para os bolsistas e professores
bolsistas supervisores;
•
Elaboração e promoção de oficinas, propostas pedagógicas alternativas para
o ensino de matemática, especialmente no que refere as alternativas de execução de aulas
práticas com materiais de baixo custo e o uso de softwares de domínio público;
•
Seminários anuais destinados a professores e estudantes das áreas dos
subprojetos, organizados pelos coordenadores, professores e estudantes que participam dos
subprojetos, destinados à divulgação e troca das experiências desenvolvidas nas escolas;
•
Realização de reuniões periódicas para avaliações do desempenho de todos
os membros envolvidos neste subprojeto.
A seguir descreveremos algumas das atividades que foram desenvolvidas na escola,
a partir das ações previstas.
Relato de Experiência
A busca pela melhoria da educação
Reconhecer a realidade da escola que iríamos começar a atuar era nossa prioridade,
além de conhecer suas peculiaridades e especificidades. A escola foi escolhida por ter
obtido baixa pontuação conforme os índices do IDEB de 2007. A Escola Estadual de
Ensino Médio José Gomes Filho, contemplada com o projeto, fica localizada na periferia
da cidade.
Iniciamos o trabalho com a elaboração de diagnósticos para professores da área de
matemática, direção, alunos e também um sobre a estrutura física da escola. Para os
professores era de nosso interesse saber: a carga horária de atuação naquela escola, quanto
tempo estava formado e também se buscava a formação continuada; a direção, o enfoque
foi no grau de envolvimento com a escola e como era a administração; já com os alunos
foram feitos dois levantamentos de dados, um sócio-econômico-cultural e outro específico
sobre conteúdos de matemática.
Este diagnóstico específico foi disposto da seguinte forma:
•
Para o primeiro ano do ensino médio foram aplicadas questões retroativas às
séries já cursadas, ou seja, sobre conteúdos de matemática do ensino fundamental, que
consideramos básicos para a aprendizagem de novos conteúdos;
•
Para o segundo ano, foram aplicadas as mesmas questões anteriores, com
um acréscimo de conteúdos abordados no primeiro ano;
•
Já o diagnóstico do terceiro ano contou com questões de todos os anos
anteriores.
É importante ressaltar que todas as questões foram retiradas de livros didáticos e a
montagem dos questionários foi feita entre os dez bolsistas do projeto.
Em seguida, começamos a apuração dos dados em reuniões com todos os bolsistas,
a coordenadora e as duas supervisoras das escolas. Organizamos os resultados em gráficos
e alguns são apresentados a seguir:
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Gráfico 1
Gráfico 2
Gráfico 3
Gráfico 4
A partir desses resultados, podemos perceber as dificuldades encontradas e um
pouco de como e porque elas acontecem com os alunos. Como, por exemplo, o gráfico 2
acima, nos permite identificar quais conteúdos trazem mais dificuldades, sabendo em qual
série ocorreu mais reprovações em matemática. E o gráfico 4 mostra que a escolaridade
dos pais dos alunos da escola é baixa.
Logo, foram aplicados os diagnósticos específicos de conteúdos de matemática, os
quais mostraram os conteúdos que os alunos apresentam mais dificuldade, para que
pudéssemos começar nossos planejamentos. Após a observação das aulas, realizamos
conversas informais com os professores das turmas para nos situarmos a cerca dos
conteúdos a serem desenvolvidos no segundo semestre do ano de 2010. De posse dessas
informações elaboramos mapas conceituais por conteúdos de cada série, dos pré-requisitos
a esses conteúdos e suas subdivisões.
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Posteriormente, fizemos uma seqüência didática para cada série, buscando
apresentar os conteúdos de maneira diferenciada. Neste momento, criamos oficinas com
softwares, jogos didáticos, xadrez, entre outros.
Com o intuito de criar um vínculo com os alunos, foram oferecidas oficinas de
xadrez e também por esse jogo ser considerado um aliado no desenvolvimento do
raciocínio lógico. Nosso público alvo eram os alunos do ensino médio, mas a oficina
acabou por conquistar também os alunos do ensino fundamental, já que as oficinas
aconteciam à tarde, no turno deles. No primeiro encontro desta oficina foi exposta uma das
lendas do xadrez.
Para o primeiro ano foram desenvolvidas atividades com o software livre Winplot,
o qual contava com a visualização das funções e também sua forma algébrica. O estudo das
funções foi progressivo, a cada encontro era relembrado o conteúdo do encontro anterior e
também avançávamos conforme o professor progredia durante a aula.
Para o segundo e terceiro anos foram oferecidos jogos, dentre os quais foram
aplicados o Bingo de Matrizes e a Trilha de Poliedros. O primeiro jogo aplicado foi para o
segundo ano, consistia em um bingo com trinta questões que eram sorteadas pelos alunos,
que diziam um número, logo a questão era fixada no quadro para ser resolvida pelo aluno,
e a seguir conferir se a sua cartela continha a questão. Para o professor foi criado o
gabarito, para que a cada questão ele poderia conferir se o aluno acertou ou não, sem
estender demasiadamente o tempo do jogo. Os alunos que participaram tiveram uma
resposta satisfatória, porque além de responderem bem ao jogo como atividade
diferenciada, responderam também ao conteúdo abordado.
Já a Trilha de Poliedros foi direcionada para o terceiro ano, sobre geometria
espacial. Consta de uma trilha divertida, com figuras coloridas e um dado para indicar
quantas casas cada grupo deve avançar, com o detalhe de que a cada casa conquistada
havia um problema sobre poliedros, que se não fosse resolvido corretamente faria o grupo
retroceder as casas avançadas. Este jogo foi aplicado em duas turmas, na primeira os
alunos apresentaram maior concentração, apesar de toda disputa, se mantiveram calmos.
Na segunda turma houve uma movimentação maior, mas a resolução dos exercícios em
nenhum momento foi deixada de lado. Percebemos que, as duas turmas apresentaram bom
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desenvolvimento e envolvidos pela situação lúdica do jogo, nem perceberam a quantidade
de exercícios que resolveram.
Concomitantemente a essas atividades, foram ministradas aulas expositivas, de
acordo com os pedidos dos alunos, que se preocupavam com as provas. Fato que nos
surpreendeu, porque pensávamos que eles só iriam querer atividades diferenciadas.
Algumas considerações
Percebemos que é de grande importância à inserção do licenciando na escola antes
mesmo do início das atividades práticas da graduação, conhecer a realidade em que está
imersa a comunidade onde se vai atuar, tanto para o desenvolvimento de um projeto,
quanto para nossa futura profissão de educador.
É interessante lembrar que estamos na busca de uma mudança na educação, como
prevê o PIBID, tentando trazer metodologias diferenciadas em cada conteúdo abordado.
Nesta busca, criamos diversas situações didáticas que a nosso ver são inovações em relação
à escola tradicional. Percebemos que os jogos tornam-se ferramentas indispensáveis na
educação, como é o caso do jogo de xadrez. O qual já rendeu bons resultados na escola,
pois algumas alunas já foram premidas na Copa QI de Xadrez na etapa regional do ano de
2010.
É importante observar, através do comentário dos professores, que ocorreu uma
melhora nas notas de alguns alunos que apresentavam grande dificuldade na disciplina de
matemática. O que mostra que a nossa busca não é em vão e continuaremos nosso trabalho
com este foco, favorecer o progresso da educação no país.
Referências
BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares Para o Ensino Médio.
Volume 2: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 2006.
BRASIL, Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino
médio. Brasília: MEC, 2000.
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Anexos
Portão de entrada da escola
Frente da escola
Laboratório de informática
Aula de xadrez
Copa QI
Aula de reforço
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