Proposta de uma nova Tipologia das Organizações
Autoria: Carlos Alberto Serra Negra
Resumo
(Objetivo) Este estudo tem por objetivo propor uma nova tipologia das organizações, em face
da complexidade das organizações criadas pelas novas condições do mundo pós-moderno,
principalmente considerando a evolução das organizações tradicionais e a incorporação das
empresas virtuais e redes sociais como formas organizativas. (Quadro teórico de referencia)
Vivemos em um mundo de organizações. Estas são concebidas de forma mecânica ou
orgânica e de natureza formal ou informal. A forma de classificar as organizações formais dá
origem às tipologias ou taxonomias. No quadro referencial são evidenciado características dos
elementos estruturais das organizações. Pode-se afirmar que todas as organizações formais
são distinguíveis das informais por possuírem: a) Um objetivo claramente definido; b) Um ou
mais processos; c) Produtos e Serviços claramente especificados; d) Relações de Poder; e)
Recursos materiais, monetários e humanos. São mostrados alguns conceitos e características
relativos às organizações e observou-se que a maioria dos analistas concebe as organizações
como estruturas sociais criadas por indivíduos de forma colaborativa e para atingir alvos
específicos. Os primeiros estudos sistematizados e positivistas das tipologias das organizações
surgiram com autores vinculados Teoria Estruturalista da Administração. (Metodologia) A
metodologia utilizada neste estudo é classificada como exploratória quanto aos objetivos,
qualitativa quanto à natureza e bibliográfica quanto aos procedimentos de pesquisa. Por
conseguinte, os problemas de pesquisa que se vislumbram é conseqüência de duas visões: a
primeira é: há necessidade, no mundo atual, de uma nova tipologia de organizações? A
segunda é: qual seria uma possível estruturação dessa nova tipologia? (Resultados) Na parte
de resultados da pesquisa são mostrados os elementos estruturais das organizações,
descrevendo as diversas tipologias encontradas na literatura nacional e estrangeira. São
relatadas, por meio de uma evolução histórica, as 12 tipologias compreendidas entre o período
de 1956 a 1996 dos seguintes autores. Talcott Edgard Frederick Parsons, Everett C. Hughes,
Stanley H. Udy Jr., Amitai Etzioni, Peter M. Blau e W. Richard Scott, Daniel Katz e Tpbert
L. Kahn, Derek Salman Pugh, David John Hickson e C. R. Hinings, Graham T. Allison, Eric
Rhenman, Henry Mintzberg, Charles Handy e Gareth Morgan. (Conclusão) Finalizando o
trabalho apresenta proposta uma nova taxonomia para as organizações, levando-se em
consideração uma análise multi-critério que inclui a finalidade organizativa, o tipo de
estrutura administrativa, o modelo de estrutura organizativa, a tecnologia utilizada e o tipo de
ambiente que estão inseridas.
1
1 Introdução
Mesmo que sejam inevitáveis críticas a este estudo, o grande mérito do trabalho foi o de
ressuscitar a discussão em torno das classificações dos diversos tipos de organizações,
principalmente diante das complexidades que algumas delas se tornaram nas últimas décadas.
A partir da revolução industrial iniciada na Europa e estendida a todos os países do mundo o
conceito de organização foi ganhando forma e, inicialmente, relacionados às máquinas teorias mecanicistas - e depois a processos - teorias orgânicas. (Muniz & Faria, 2007,
Chiavenato, 2003, Motta, 1997,).
De acordo com Robbins (2004, p. 496):
No modelo mecânico - a estrutura é caracterizada por extensa departamentalização, alta
formalização, uma rede limitada de informações e de centralização. No modelo orgânico –
a estrutura utiliza equipes multifuncionais e trans-hierárquicos, tem baixa formalização,
possui uma extensa rede de informações e baseia-se na toma de decisão participativa.
Por sua vez, Hellriegel e Slocum (2004, p.355) aprofundam essa tipologia da seguinte forma:
Uma organização mecânica é projetada para os indivíduos e as funções se comportar de forma
previsível. Esta organização é caracterizada por regras e regulamentos com base em
responsabilidades formais, a centralização das decisões, como estritamente definido e uma
rígida hierarquia de autoridade. Ela enfatiza o acompanhamento dos processos e regras. Quem
trabalha no McDonald's sabe o que as atividades são altamente padronizadas em todas as
etapas das operações básicas. Em contrate, uma organização orgânica é caracterizada por
baixo uso de regras formais e regulamentos. A tomada de decisões é descentralizada, são
compartilhadas responsabilidades amplamente e a estrutura é flexível, com poucos níveis de
autoridade. O grau de especialização de postos de trabalho é baixo, mas exige um
conhecimento amplo de muitas posições diferentes. Espera-se que enfatiza a autocontrole e
coordenação entre os funcionários. Nos últimos tempos, cada vez mais organizações estão a
evoluir para uma abordagem de gestão profissional para promover a eficiência gerencial e
melhorar a satisfação pessoal.
Dessa forma, a adoção de classificações de empresas conforme algumas variáveis além de
serem mecanicistas ou orgânicas não são novas, tais como tamanho (pequena, média e
grande); natureza (primária, secunda e terciária); mercado (industria, comércio e serviços) ou
de dependência (públicas ou privadas).
Não existem duas organizações iguais. As organizações são diferentes entre si e
apresentam enorme variabilidade. Contudo, elas apresentam características que permitem
classificá-las em classes ou tipos denominados de tipologia das organizações e que
permitem uma análise comparativa das organizações por meio de uma característica
comum ou de uma variável relevante. (Chiavento, 2003, p. 297)
Podemos afirmar que qualquer esquema de classificação além de ter uma individualidade
sacrificada para atingir um razoável número de agrupamento, deve permitir que estes
agrupamentos tenham características comuns. Estas classificações na administração são
denominadas de tipologias ou taxonomias (Chiavento, 2003). Por conseguinte, os problemas
de pesquisa que se vislumbram é conseqüência de duas visões: a primeira é: há necessidade,
2
no mundo atual, de uma nova tipologia de organizações? A segunda é: qual seria uma
possível estruturação dessa nova tipologia?
A metodologia utilizada neste estudo é classificada como exploratória quanto aos objetivos,
qualitativa quanto à natureza e bibliográfica quanto aos procedimentos de pesquisa. Este
estudo tem por objetivo propor uma nova tipologia das organizações, em face da
complexidade das organizações criadas pelas novas condições do mundo pós-moderno.
2 Elementos Estruturais das Organizações
Afirma Phesthus (1962) que a nossa sociedade é uma sociedade de organizações. Nascemos,
somos educados e trabalhamos por toda nossa vida em organizações. De acordo com Etzioni
(1980, p. 8):
As organizações não são uma invenção moderna. Os faraós delas se utilizaram para
construir as pirâmides. Os imperadores da China delas se utilizaram, há milhares de anos,
para construir grandes sistemas de irrigação. E os primeiros Papas criaram uma igreja
universal, a fim de servir uma religião universal. Contudo, a sociedade moderna possui
mais organizações a fim de satisfazer uma diversidade maior de necessidades sociais.
De acordo com Morgan (1996, p. 24) “a origem da palavra organização deriva do grego
organon que significa uma ferramenta ou instrumento”. Portanto, as organizações são
entidades criadas para atingirem determinadas finalidades ou objetivos. Elas são meios e não
fins em si mesmas. Por isso, os significados de tarefas, metas, processos, propósitos e
objetivos estejam intimamente relacionadas com os conceitos organizacionais.
Sem definir o que são organizações começa seu estudo relatando que uma organização
produz alguma coisa. Tipicamente, pensamos nela como produtora de um objeto, como um
automóvel, ou como um serviço. As organizações dessa espécie são chamadas de
‘formais’. Nem todas as organizações produzem, necessariamente, um resultado
imediatamente visível ao mundo exterior. Um grupo de musica ou a família são exemplos.
As organizações dessa espécie são chamadas ‘informais (Litterer, 1973, p. 9)
Assim, nas organizações formais os objetivos são geralmente declarados e evidenciando os
meios para alcançar os objetivos são planejados.
Etzioni (1980, p. 9) define organizações como sendo “unidades sociais (ou agrupamentos
humanos) intencionalmente construídas e reconstruídas a fim de atingir objetivos
específicos”. Complementa Pfeffer (2000): quais as organizações se distinguem de outras
comunidades sociais, como pequenos grupos, famílias, entidades, etc.? Observou-se que a
maioria dos analistas concebe as organizações como estruturas sociais criadas por indivíduos
de forma colaborativa e para atingir alvos específicos.
Dessa forma, pode-se afirmar que todas as organizações formais são distinguíveis das
informais por possuírem: a) Um objetivo claramente definido; b) Um ou mais processos; c)
Produtos e Serviços claramente especificados; d) Relações de Poder; e) Recursos materiais,
monetários e humanos.
3
3 Evolução Histórica das Tipologias Organizacionais
Os primeiros estudos sistematizados e positivistas das tipologias das organizações surgiram
com autores vinculados Teoria Estruturalista da Administração. Esta teoria com fortes raízes
na Teoria Burocrática de Max Weber teve como expoentes Robert K. Merton, Philip Selznick,
Alvim Goudner, Amitai Etzioni, Peter M. Blau, W. Richard Scott e Victor A. Thompson,
Talcott Edgar Frederick Parsons, Everett C. Hughes e foram desenvolvidos, em sua maioria
nas décadas de 1950 e 1960. (Chiavenato, 2003; Motta, 1997; Muniz & Faria, 2007).
As principais classificações, não esgotando a lista daqueles que deram sua contribuição a
taxonomia das organizações, que será objeto de análise é mostrado na Figura1.
Tipologia
Parsons
Hughes
Udy Jr.
Etzioni
Blau e Scott
Katz e Kahn
Pugh, Hickson e Hinings
Allison
Rhenman
Mintzberg
Handy
Morgan
Autor (es)
Talcott Edgar Frederick Parsons
Everett C. Hughes
Stanley H. Udy Jr.
Amitai Etzioni
Peter M Blau e W. Richard Scott
Daniel Katz e Robert L. Kahn
Derek Salman Pugh, David John Hickson, C. R. Hinings
Graham T. Allison
Eric Rhenman
Henry Mintzberg
Charles Handy
Gareth Morgan
Ano
1956
1958
1959
1961
1962
1966
1969
1971
1973
1983
1985
1996
Figura 1 – Evolução das Tipologias das Organizações
Fonte: Autor
3.1 Tipologia de Parsons (1956)
De acordo com Muniz e Faria (2007, p. 90) Talcott Edgar Frederick Parsons “visualizou a
organização como um subsistema da sociedade quer mobiliza forças e recursos para a
obtenção de objetivos da coletividade social”.
A Constatação do sistema de ação social das organizações como subsistema social começa a
aparecer em sua obra de Parsons (1937) denominada The Structure of Social Action. As
análises mais elaboradas de Parsons sobre análises de sistemas funcionais usando o anagrama
AGIL aparecem nos livros ´conomia e Sociedade’ e ‘A Universidade Americana’.
De acordo com Quintaneiro e Oliveira (2002, p.209) as organizações vistas por Parsons são
subsistemas da sociedade e dentro da sua compreensão sociológica de ação dos membros
denominada pelo anagrama AGIL ele as classificam conforme Figura 2.
Tipo de Organização
Economia
Política
Comunidade Societal
Ciência Associada
Economia
Política
Sociologia
Característica
Adaptativo (A)
Obtenção de Fins (G)
Integrativo, leis (normas) e
controle social (I)
4
Socialização
Psicologia Social
Manutenção de padrões e
compromissos culturais e
motivacionais (L)
Figura 2 – Classificação de Parsons das organizações segundo suas Ações na Sociedade
Fonte: Autor
De acordo com Blau e Scott (1979, p. 54):
A análise das organizações formais feita por Parsons é de especial interesse porque
envolve a aplicação da teoria geral dos sistemas sociais desenvolvida por ele para a
investigação dessa instituição em particular. Uma das criticas que têm sido feitas ao
trabalho de Parsons é a de que seus conceitos, extremamente abstratos, produzem um
esquema teórico, falho de um sistema de proposições das quais possam ser derivadas
hipóteses específicas; em suma, que ele desenvolveu somente um esquema teórico e não
uma teoria substancial.
3.2 Tipologia de Hughes (1958)
No livro Men and Their Work de 1958 de Everett C. Hughes propõe sua classificação de
organizações baseada em aspectos da análise burocrática das organizações. Hughes (1958)
apud Blau e Scott (1979) fornece uma classificação analítica das organizações tentando a
descrição de modelos básicos encontrados na sociedade, criando cinco tipos: 1) A associação
Voluntária de Iguais; 2) Modelo Militar; 3) Modelo Filantrópico; 4) Modelo de Corporação;
5) Modelo de Negócio de Família.
Esta tipologia apresenta as características mostradas na Figura 3.
Tipo de Organização
A associação Voluntária de
Iguais
Modelo Militar
Modelo Filantrópico
Modelo de Corporação
Modelo de Negócio de
Família
Modelo Básico
Exemplos
As pessoas entram
livremente para a
Seitas, Clubes e Associações
organização com uma
Profissionais
finalidade específica
Enfatiza uma hierarquia de
autoridade e uma posição
Exército e Polícia
fixa
Constam de uma diretoria
Hospitais
leiga, um quadro itinerante
e
de profissionais e os clientes
Universidades
atendidos
Tem acionistas, diretoria,
Empresas em geral
gerentes e pessoal
Formada por grupos de
Pequenas empresas com fins
pessoas com laços de sangue
lucrativos
ou casamento
Figura 3 – características da Tipologia de Hughes
Fonte: Blau & Scott (1979, p. 55-56)
5
3.3 Tipologia de Udy (1959)
O Sociólogo Stanley H. Udy Jr. Em sua obra Organizations of Work de 1959, sugere uma
tipologia com bases multidimensionais para a analise comparativa das organizações, por meio
do estado social, do sistema de administrativo interno e da tecnologia utilizada pela
organização (Muniz & Faria, 2007, p. 90-91).
As características dessa tipologia estão na Figura 4.
Tipo de Organização
Organizações orientadas
para a produção econômica
Organizações orientadas
para objetivos políticos
Organizações Integrativas
Organizações de
Manutenção de Padrão
Bases Multidimensionais
São as organizações cuja
principal
função
é
econômica,
podendo
desenvolver outros objetivos
necessários para manter-se
em equilíbrio e harmonia no
seu sistema ambiente
São as organizações que
visam à obtenção de
objetivos valiosos para gerar
e alocar forças na sociedade
São
as
organizações
relacionadas com o ajuste de
conflitos e a motivação de
direção para cumprir certas
expectativas sociais
São as organizações cuja
principal função é cultural,
educacional e expressiva.
Exemplos
Empresas de produção e
distribuição de produtos e
serviços.
Organizações
governamentais
As profissões
regulamentadas
Igrejas e escolas
Figura 4 – Características da Tipologia de Hudy
Fonte: Adaptado de Muniz e Faria (2007, p. 91)
3.4 Tipologia de Etzioni (1961)
Amitai Etzioni em sua obra A Comparative Analysis of complex Organizations de 1961 com
a tradução brasileira ‘ Analise Comparativa de organizações Complexas’ de 1974 classificou
as organizações com base no uso do poder e no significado da obediência em: 1)
Organizações Coercitivas; 2) Organizações Utilitárias; 3) Organizações Normativas.
Em síntese, a tipologia de Etzioni pode ser evidenciada pela Figura 5.
Tipos de
Organizaçõe
s
Tipo de
Poder
Controle
Utilizado
Ingresso e
Permanênci
a dos
Participante
s
Envolviment
o Pessoal dos
Participantes
Exemplos
6
Coação,
Imposição,
forma,
medo
Alienativo,
com base no
temor
Prisões e
exércitos
Coercitivas
Coercitivo
Prêmios e
Punições
Normativas
Normativo
Moral e
Ético
Convicção,
fé, crença
Moral e
motivacional
Igrejas,
hospitais e
universidades
Utilitárias
Remunerativ
o
Incentivos
Econômicos
Interesse,
vantagem
Caculativo e
busca de
vantagem
Empresas em
geral
Figura 5 – Características da Tipologia de Etzioni
Fonte: Chiavenato (2003, p. 299)
Chiavenato (2003, p.299) faz crítica ao modelo de Etzioni mostrando que sua tipologia
“enfatiza os sistemas psico-sociais das organizações. Sua desvantagem é dar pouca
consideração à estrutura, tecnologia utilizada e ao ambiente externo. Trata-se de uma
tipologia simples, unidimensional e baseada exclusivamente nos tipos de controle”.
3.5 Tipologia de Blau e Scott (1962)
Os autores Peter M Blau e W. Richard Scott (1979, p. 58) propõe uma tipologia baseada na
categoria de participantes das organizações e como dela se beneficiam: 1) Associações de
Benefício Mútuo; 2) Firmas Comerciais; 3) Organizações de Serviços; 4) Organizações de
Bem Estar Público.
Segundo Chiavenato (2003) a tipologia de Blau e Scott “tem a vantagem de enfatizar a força
do poder e da influência do beneficiário sobre as organizações a ponto de condicionar a sua
estrutura e objetivos” (p. 300). Veja na Figura 6 esta tipologia.
Tipo de Organização
Beneficiário Principal
Associação de beneficiários
Mútuos
Os próprios membros da
organização
Organizações de Interesses
Comerciais
Os proprietários ou
acionistas da organização
Organizações de Serviços
Os Clientes
Organizações de estado
O Público em geral
Exemplos
Associações Profissionais,
cooperativas, Sindicatos,
Consórcios
Sociedades anônimas ou
empresas familiares
Hospitais, Universidades,
Igrejas e organizações
filantrópicas
Exército, segurança pública,
correio, saneamento básico,
organização jurídica e penal
Figura 6 – Tipologia das organizações de Blau e Scott
Fonte: Chiavenato (2003, p. 300)
Esta tipologia, da mesma forma que da de Etzioni, não fornece informações sobre tecnologias,
estruturas ou sistemas psicossociais e administrativos existentes nas organizações. Trata-se,
também, de uma tipologia simples e unidimensional.
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3.6 Tipologia de Katz e Kahn (1966)
Na obra The Social Psychology of Organzations de 1966 de Daniel Katz e Robert L. Kahn ao
discutirem fatores relacionados às organizações, incluem no capítulo cinco uma nova
tipologia em função do genotípico das organizações.
Por função genotípica entende-se o “tipo de atividade em que a organização se acha
empenhada, como subsistema do todo maior que é a sociedade. Dessa forma, estamos
interessados pela transformação ou trabalho que é realizado em relação à sua contribuição à
estrutura social circunjacente” (Katz & Kahn, 1976, p. 135).
Para esses autores, as organizações se enquadram em quatro amplas classes, embora possam
ser distinguidos alguns subtipos menores dentro de cada categoria. A descrição tipológica esta
descrita na Figura 7.
Tipo de Organização
Descrição
Produtivas
ou Estas organizações dedicam-se ao suprimento de bens e serviços,
Econômicas
incluindo mineração, lavoura, manufatura, transporte e
comunicação.
Manutenção
Estas organizações preocupam-se com a socialização e treinamento
das pessoas para papeis em outras organizações e na sociedade em
geral. As escolares e as igrejas são principais exemplos.
Adaptativas
São as organizações que procura criar novos conhecimentos,
soluções inovadoras para os problemas, e coisas semelhantes. O
laboratório de pesquisa é o protótipo de tais organizações e as
universidades como organizações de pesquisa e não de ensino
também devem pertencer a esta categoria.
Gerencial ou Política São as organizações que dizem respeito à coordenação e controle
das pessoas e recursos, e à adjudicação entre grupos de competem.
O Estado nacional e órgãos governamentais proporcionam
exemplos dessa categoria. Os sindicatos trabalhistas e outras
organizações de interesse social também podem ser classificadas
como gerenciais e políticos.
Figura 7 – Tipologia das Organizações de Katz e Kahn
Fonte: Katz e Kahn (1976, p. 133-173)
A proposta de Katz e Kahn é uma tipologia de organização baseada em fatores genotípicos
(de primeira ordem) e fatores de segunda ordem. A função genotípica é aquela que uma
organização desempenha como subsistema de uma sociedade maior. Tem a vantagem de
elaborarem uma tipologia multidimensional em termos de características de segunda ordem
tais como estrutura organizacional, natureza das transações com o meio ambiente, transações
internas e analise de processos internos.
3.7 Tipologia Tridimensional de Pugh, Hickson e Hinings (1969)
A tipologia proposta por Derek Salman Pugh, David John Hickson e C. R. Hinings aparece
em artigo intitulado An Empirical Taxonomy of Works Organizations de 1969. Segundo
Muniz e Faria (2007, p. 91) a “tipologia tridimensional de Pugh, Hickson e Hinings
8
classificam as organizações em sete tipos sob três aspectos da burocracia”.
Utilizando as três dimensões da burocracia (estruturação de atividades, concentração de
autoridade e controle de linha de fluxo de trabalho) a uma amostra de 52 empresas
estabeleceram a taxonomia constante da Figura 8.
Tipo de Organização
Burocracia Total
Burocracia Total Nascente
Burocracia de Fluxo de Trabalho
Burocracia Nascente de Fluxo de Trabalho
Burocracia de Pré-Fluxo de Trabalho
Organizações Implicitamente Estruturadas
Burocracia de Pessoal
Elementos Tridimensionais
Forte
estruturação
de
atividades,
concentração de autoridade no topo da
organização, baixa integração tecnológica
no fluxo de trabalho, elevado nível de
estandardização.
Possui as mesas características do tipo
Burocracia Total, mas em grau menor
pronunciado
Muita estruturação de atividade. Existe
aplicação de mecanismos impessoais através
de muita formalização de registro de
desempenho dos cargos. Muita integração
do fluxo de trabalho.
Apresenta as mesmas características da
Burocracia de Fluxo de Trabalho com grau
menor
pronunciado,
sendo
consideravelmente menor em tamanho.
Pouca estruturação das atividades, porém
apresenta um padrão típico d burocracia de
fluxo de trabalho na autoridade dispersa e
no controle de linha interpessoal.
Baixa estruturação de atividades, autoridade
dispersa e elevado controle de linha.
Pouca estruturação de atividade e elevado
controle de linha, com muita concentração
de autoridade
Figura 8 – Características da Tipologia de Pugh, Hickson e Hinings
Fonte: Adaptado de Muniz e Faria (2007, p. 92-93)
3.8 Tipologia de Rhenman (1973)
Apresentando foco dividido entre ambiência interna e externa por meio da estratégia e da
missão, as características da tipologia de Rhenman (1973) prevêem quatro modelos
organizacionais: 1) Marginais; 2) Corporações; 3) Acessórias; 4) Instituições, que são
mostradas na Figura 9;
Tipo de
Organização
Marginais
Características
São organizações sem qualquer foco estratégico interno, nem qualquer
missão externa
9
Corporações
Acessórias
Instituições
São organizações com foco estratégico interno, mas sem qualquer
missão externa.
São organizações com fogo estratégico e missão exclusivamente
externas
São organizações com fogo estratégico interno e missão imposta
externamente.
Figura 9 – Tipologia de Rhenman
Fonte: Falcini (1993, p. 8)
4 Um Novo Olhar das Tipologias – As Imagens Das Organizações
As tipologias mais modernas apresentam como principal característica não mais dar uma
simples taxonomia as organizações, das de mostrar a ‘imagem’ que elas possuem frente a uma
comunidade e mundo complexo, muito estruturado e em permanente transformação.
4.1 Tipologia de Allison (1971)
Graham T. Allison (1971) a partir de análise dos atores que atuam na estrutura organizacional
distingue três tipos de organizações: 1) Ator Nacional; 2) Processo Organizacional; 3)
Políticas Governamentais, que são evidenciadas na Figura 10.
Tipo de Organização
Ator Nacional
Processo Organizacional
Políticas Governamentais
Características
A organização é vista atuando de um modo útil como uma
entidade simples e unificada.
As ações organizacionais são designadas para a interação de
um repertório de programas padronizados.
As ações organizacionais são vistas como resultantes de vários
jogos políticos e acordos entre os diferentes atores.
Figura 10 – Tipologia de Allison
Fonte: Falcini (1993, p. 8)
4.2 Tipologia de Mintzberg (1983)
Henry Mintzberg (2006) propõe uma tipologia organizacional que se configura por meios de
Design. Utiliza uma classificação que agrupa as organizações dentro de configurações e em
função da consistência entre graus de parâmetros de design e níveis de fatores situacionais.
Para Aguiar e Martins (2004, p. 3) “Parâmetros de design, nas palavras de Mintzberg, são
alavancas que podem ser acionadas e os botões que podem ser girados para afetar a divisão do
trabalho e a coordenação das tarefas na organização”.
Os designs estipulados por Mintzberg que fornecem base para sua tipologia de organização
estão condensados na sua obra The Structuring of Organizations de 1983 e mostrados na
Figura 11.
Grupo
Design das posições
Parâmetro de Design
Especialização da tarefa
10
Design da superestrutura
Design dos vínculos laterais
Design do sistema de tomada de decisões
Formalização do comportamento
Treinamento e doutrinação
Agrupamento em unidades
Tamanho da unidade
Sistemas de planejamento e controle
Instrumentos de vínculo
Descentralização vertical
Descentralização
Figura 11 – Parâmetros de Design – Abordagem da Configuração de Mintzberg
Fonte: Adaptado de Mintzberg (2003, p. 37) retirado de Aguira e Martins (2004, p.3)
A partir dos Designs a estrutura de tipologia proposta por Mintzberg (inicialmente 5 e depois
passou a ser 7) é a evidenciada na Figura 12.
Tipo de Organização
Características
Organização jovem e pequena; sistema técnico sem
sofisticação; ambiente simples e dinâmico; possibilidade de
Estruturas Simples
hostilidade externa ou forte necessidade de poder do executivo
principal; não segue a moda.
Organização antiga; sistema técnico regulado e não
Burocracia Mecanizada
automatizado; ambiente simples e estável; controle externo;
não segue a moda.
Ambiente complexo e estável; sistema técnico não regulado e
Burocracia Profissional
não sofisticado; acompanha a moda.
Mercados diversificados (particularmente produtos e
Forma Divisionada
serviços); empresa antiga e de grande porte; necessidade de
poder dos gerentes intermediários; segue a moda.
Ambiente complexo e dinâmico (às vezes diferente); jovem
(especialmente a adhocracia operacional); sistema técnico
Adhocracia
sofisticado e frenquentemente automatizado (na adhocracia
administrativa); segue a moda.
possui como principal mecanismo a coordenação e
padronização de normas, a parte-chave da organização está
centrada na ideologia, seus membros são encorajados a se
unir, e, portanto, existe a tendência de haver uma divisão não
Organização Missionária
muito rígida de trabalho, pouca especialização de cargos e
uma redução nas várias formas de diferenciação entre as suas
partes e utiliza a descentralização pura como parte essencial
do design. (*)
As organizações políticas não têm parte mais importante, NE
Política
mecanismos de coordenação geral, e são caracterizadas pelo
conflito. E constante mudança (**)
Figura 12 – Tipologia das Organizações de Mintzberg
Fonte: Mintzberg (2003), (*) Dorow e Flores (2010), (**) Maximiano (2007).
De acordo com Aguiar e Martins (2004, p. 2) “A escolha da tipologia de Mintzberg deveu-se
à abrangência de critérios classificatórios quando comparada a outras categorizações, pois
busca identificar um conjunto amplo de variáveis interdependentes que podem influenciar a
11
estrutura organizacional de uma organização, muitas delas, consideradas isoladamente nas
demais tipologias”.
Pode-se dizer que Mintzberg “partindo da constatação de que as organizações diferem entre
si, propõe uma abordagem de configuração organizacional, em função da consistência entre
parâmetros de design – que orientam a divisão do trabalho e a coordenação entre as diversas
atividades – e fatores situacionais, ou contingenciais, que juntos, determinam a estrutura
organizacional adotada por uma entidade”. (Aguiar & Martins, 2004, p.2)
4.3 Tipologia de Handy (1985)
De acordo com Maximiamo (2007, p. 398-399) em 1989 com o livro ‘A Era da
Irracionalidade’ Clharles Handy previu um futuro caracterizado por uma mudança
descontínua, que exige das organizações e novas pessoas – com novas qualificações e padrões
de carreira – que passaram menos tempo trabalhando e mais tempo pensando.
A tipologia de Handy na forma de imagem de organização foi apresentada no livro
Understanding Organizations (Compreendendo as organizações) explica que há quatro tipos
de organizações, cada uma simbolizadas por um deus da mitologia grega que são: 1) Zeus; 2)
Apolo; 3) Athena; 4) Dionísio, conforme Figura 13.
Tipo de Organização
Zeus
Apolo
Athena
Dionisio
Características
Organização centralizada, cultura do clube, Todos os caminhos
levam ao chefe.
Organização mecanicista, cultura dos papéis.
Organização orientada para as pessoas, cultura de tarefa.
Organização orientada para as pessoas, cultura existencial.
Figura 13 – Tipologia de Handy
Fonte: Maximiano (2007, p. 399)
4.4 Tipologia de Morgan (1996)
Gareth Morgan (1996) afirma que a organização é vista de modo diferente pelas pessoas. Ele
propõe oito imagens das organizações: 1) Máquina; 2) Organismo Vivo; 3) Cérebro; 4)
Cultura; 5) Sistema Político; 6) Prisão Psíquica; 7) Sistema em Fluxo e Transformação; 8)
Instrumento de Dominação, conforme visto na Figura 14.
Tipo de Organização
Máquina
Organismo Vivo
Cérebro
Cultura
Sistema Político
Prisão Psíquica
Sistema em Fluxo e
Transformação
Instrumento de
Dominação
Características
Ênfase no sistema mecanicista.
Semelhança com o modelo orgânico de Burns e Stalker.
Distribuição uniforme da inteligência e do conhecimento.
Interpretação de situações com base em valores similares.
Conciliação de interesses conflitantes.
Alienação de pessoas.
Intercâmbio dinâmico com o ambiente.
Poder opressivo sobre as pessoas.
12
Figura 14 – Tipologia de Morgan
Fonte: Maximiano (2007, p. 401)
5 Proposta de uma Nova Tipologia
Afirma Morgan (1996, p. 30) que “toda crença básica da teoria da administração clássica e
sua aplicação moderna é sugerir que as organizações podem ou devem ser sistemas racionais
que operam de maneira tão eficientemente quanto possível”. Asseguram Blau e Scott (1979,
p. 56) que “uma tipologia, estritamente falando, é uma classificação multidimensional. Se as
organizações fossem, por exemplo, divididas em públicas grandes e organizações públicas
pequenas, organizações provadas grandes e organizações privadas pequenas, esta seria uma
tipologia simples, baseada em dimensão de tamanho e propriedade”.
Com certeza uma boa tipologia das organizações deve evitar ser demasiadamente simples
como demasiada complexa. No primeiro caso pode não ser possível captar a complexidade da
realidade dessas organizações e no segundo caso pode não ser possível ser entendia ou de ser
usada de modo mais fácil. O equilíbrio proporcionará uma tipologia condizente para análises
e comparações.
Ao observar que as tipologias apresentadas limitam a explorar uma ou poucas variáveis dos
tipos de organizações, inspirou ao autor apresentar uma nova proposta de tipologia. A nova
tipologia proposta está baseada em uma classificação multidimensional que leva em
consideração os seguintes aspectos: 1)finalidade da organização; 2) tipo de estrutura
organizacional; 3) modelo de estrutura organizativa; 4) tecnologia utilizada; 5) ambiente.
De uma forma geral todas as organizações possuem a mesma finalidade, ou seja: atender
necessidades sociais. Para este estudo as finalidades foram individualizadas em categorias.
No que se refere aos tipos de estruturas organizacionais, o estudo baseou-se em dois
conceitos. Entende-se por Estrutura Organizacional a forma pela qual as atividades de uma
organização são divididas, organizadas e coordenadas (Stoner & Freeman, 1992, p.230).
Estrutura Organizacional é a ordenação e o agrupamento de atividades e recursos, visando ao
alcance de objetivos e resultados estabelecidos (Oliveira, 2002, p. 84). Estas estruturas,
conhecida como departamentalização, segundo os dois autores citados são: Funcional;
Clientes; Produtos; Territorial; Projetos; Matricial; Processo.
Para o modelo de estrutura organizativa que pretende categorizar estruturas internas
administrativas as organizações são dos tipos mercado, burocrática, virtual e científica. Isto
quer dizer que as estruturas administrativas internas possuem características voltadas para
modelos de gestão específicas.
Na concepção da tecnologia que cada tipo de organização emprega, utilizou-se a classificação
de Thompson (1967) que afirma que a tecnologia é uma importante variável para a
compreensão das ações de empresas complexas e identifica três tipos de acordo com seu
arranjo dentro das organizações: 1) Tecnologia de Elos em Sequencia; 2) Tecnologia
Mediadora; 3) Tecnologia Intensiva.
Com referência ao ambiente, optou-se por utilizar a classificação de Chandler (1962). Ao
pesquisar quatro grandes empresas americanas (DuPont, GM, Standart Oil e Sears) constatou
13
que as estruturas dessas empresas eram continuamente ajustadas às suas estratégias e pode
demonstrar a intima relação entre a estratégia e a estrutura organizacional. Outra condição
muito importante: é o ambiente em que a organização atua e que é caracterizado por três
tipos: a) O Ambiente Estável, com pequena variação, que quando ocorre é previsível e
controlável; b) O Ambiente em Transformação, em que as tendências de mudanças são
visíveis e constantes; c) O Ambiente Turbulento, em que as mudanças são velozes,
oportunistas e, não raro, surpreendentes.
A nova tipologia com suas caracteristicas é a mostrada nas Figuras 15 e 16.
Tipos
Empresas de Economia
Entidades Associativas
Entidades
Governamentais
Entidades Militares
Instituições do Terceiro
Setor
Empresas Virtuais
Redes Sociais
Entidades de
Conhecimento
Finalidade
Produtos e Serviços
oferecidos Pessoalmente
Defesa de Interesses
Coletivos
Apoio Estrutural ao
Funcionamento da
Sociedade
Segurança Nacional
e/ou local
Atendimento a Grupos de
Exclusão Social ou Ação
Assistencial
Produtos e Serviços
oferecidos a Distância
Informações e Rede de
Relacionamentos
Produção e Disseminação
de Saberes
Tipo de Estrutura
Modelo de
Estrutura
Organizativa
Matricial
Mercado
Clientes
Burocrática
Territorial
Burocrática
Territorial
Burocrática
Funcional
Burocrática
Matricial
Virtual
Funcional
Virtual
Projetos
Científico
Figura 15 – Nova Tipologia das Organizações
Fonte: Autor
Tipos
Tecnologia
Ambiente
Empresas de Economia
Elos em
Sequencia
Ambiente Turbulento
Entidades Associativas
Mediadora
Ambiente estável
Exemplos
Indústria, Comércio e
Serviços
Associações,
Sindicatos e
Cooperativas
Entidades
Governamentais
Mediadora
Ambiente estável
Executivo,
Legislativo,
Judiciário e Estatais
Entidades Militares
Mediadora
Ambiente estável
Exército, Marinha,
Aeronáutica e Policia
14
Instituições do Terceiro
Setor
Mediadora
Ambiente em
Transformação
Empresas Virtuais
Intensiva
Ambiente Turbulento
Redes Sociais
Intensiva
Ambiente Turbulento
Entidades de
Conhecimento
Intensiva
Ambiente Turbulento
Fundações, ONGs,
OSCIP, Fundos
Sociais
Amazon Book,
Google
Orkut, Facebok,
MSN, Messenger,
Universidades,
Laboratórios e
Centros de Pesquisas
Figura 16 – Nova Tipologia das Organizações – Continuação
Fonte: Autor
6 Conclusão
Existem uma série de circunstâncias que fazem com que as tipologias variassem ao longo da
história. As variaveis mais comuns e que contribuiram para seus estabelecimentos são: o
ambiente interno e externo que operam as organizações, a tecnologia utilizada, a estratégia
escolhida, o tipo de estrutura adotada, as caratceriticas de seus partiicpantes e forma de
manifestação do poder.
No mundo real as organizações não terão exatamente aos tipos descritos nas várias
taxanominas mostradas neste estudo, haja vista que suas elaborações são incompletas, tiveram
como objetivo indicar possiveis tendências observacionais e constituem apenas uma estrutura
teórica de referência.
Ao propor uma nova tipologia, o autor, a partir das várias teorias e utilizando processo
descritivo, sistemático, com base de dados observáveis e de forma indutiva, ao mesmo tempo
em que percebe as organizações modernas estão muito mais complexas, caminha numa
direção de mudança de paradigmas relacionado as taxonomias históricas.
Destaca-se, nesta conclusão, que o modelo teorizado da nova tipologia não representa apenas
uma visão do mundo, mas orginadas de idéias, percepções e estudo empiricos das
organizações. O que se pretende é, apenas, contribuir para o entendimento de questões
relacionadas com tipologia ou taxonomia que permeiam as organizações modernas.
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1 Proposta de uma nova Tipologia das Organizações