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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA - FGF
PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE
DOCENTES EM ARTE E EDUCAÇÃO
OS RECURSOS TECNOLÓGICOS UTILIZADOS NAS AULAS DE
ARTES VISUAIS
Vanessa Ortiz Ferreira
Fortaleza-CE
2011
1
Vanessa Ortiz Ferreira
OS RECURSOS TECNOLÓGICOS UTILIZADOS NAS AULAS DE
ARTES VISUAIS
Monografia apresentada como requisito
parcial para a obtenção do grau de
Licenciado em Arte e Educação, do
Programa
Especial
de
Formação
Pedagógica de Docentes em Arte e
Educação da Faculdade Integrada da
Grande Fortaleza.
Orientadora: Ms Ismália Cassandra Costa
Maia Dias.
Fortaleza-CE
2011
2
Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes
em Arte e Educação, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de
Licenciado em Arte e Educação, outorgado pela Faculdade Integrada da Grande
Fortaleza – FGF.
______________________________________________
Vanessa Ortiz Ferreira
______________________________________________
Ms Ismália Cassandra Costa Maia Dias
Nota obtida: ______
Monografia aprovada em: _____ / ____ / ____
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelas oportunidades que me foram dadas na vida, principalmente
por ter conhecido pessoas e lugares interessantes, mas também por ter vivido fases
difíceis, que foram matérias-primas de aprendizado.
Agradeço a minha orientadora Ms Ismália, que contribuiu e ajudou muito em todas
as etapas desse trabalho, sempre com orientações e incentivos.
Não posso deixar de agradecer aos meus pais Valdir Ferreira Sobrinho e Cleusa
Ortiz Ferreira, sem os quais não estaria aqui, e por terem me fornecido condições
para me tornar a profissional e Mulher que sou.
A minha irmã Cássia Ortiz Ferreira, que desde pequena me ensinou diversas coisas.
Dedico em especial este trabalho esposo Antonio Domingos Cano, pelos inúmeros
puxões de orelha, que sempre soaram como incentivo, as conversas sobre
educação, a compreensão nos dias de cansaço e por todo o seu carinho e amor.
A todos que colaboraram. Obrigada!
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RESUMO
O acesso à tecnologia é tão vital que hoje a inclusão social e a própria sobrevivência
passam obrigatoriamente pela capacidade que os indivíduos têm de se inserir no
mundo das máquinas. Esta monografia visou compreender a importância e a
utilização de ferramentas tecnológicas no ensino da disciplina de Arte, dando ênfase
as Artes Visuais, nas séries finais do Ensino Fundamental, demonstrando algumas
ferramentas que contribuem para a construção do conhecimento, além de definir a
evolução da tecnologia e da Arte na modernidade e pós-modernidade; descrever o
desenvolvimento do ensino de Arte por meio dos PCNs – Parâmetros Curriculares
Nacionais e o papel do professor; apontar ferramentas tecnológicas e a importância
da utilização delas nas aulas. Observa-se que há cada vez mais uma preocupação
dos professores em se adequarem aos avanços da tecnologia presente no cotidiano
e no âmbito educacional. Os novos recursos tecnológicos possibilitam ao professor
alcançar seus objetivos dentro do ensino/aprendizagem em Arte, de maneiras
diferenciadas da educação tradicional desde que este professor planeje e pense sua
prática utilizando estas ferramentas que abrem um novo caminho na contribuição
para o conhecimento. É importante que o conhecimento sobre as novas formas de
produção e criação de imagens sejam essencialmente repensadas, de forma
contínua, pois o ensino de Arte na atualidade deve se transformar para atender as
necessidades do aluno.
Palavras-chaves: Tecnologia, Arte, Planejamento, Professor.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Theodore Géricault. Corrida de cavalos em Epsom, 1821. Disponível em:
http://weber.blogs.sapo.pt/367009.html, acesso em: 10/ mai/ 2011 ..................... 18
Figura 2: Eadweard Muybridge. Movimento de um cavalo a galope, 1872. Sequência
fotográfica; Kingston – upon – Thames Museum. Disponível em: http://www.globem.de/de/boulevard/eadweard-muybridge-s-motion-tate, acesso em: 15/ mai/ 2011
............................................................................................................................. 19
Figura
3:
De
Hélio
Oiticica.
Disponível
em:
http://picasaweb.google.com/lh/view?q=h%C3%A9lio+oiticica&uname=trcortelacci&p
sc=G&filter=1#5260364866507481426. Acesso: 10/ mai/ 2011 ........................... 22
Figura
4:
Disponível
em:
http://www.arteduca.unb.br/galeria/mostra-arteduca-
2008/operarios-minhas-releituras/image_large. Acesso em: 10/ mai/ 2011 ......... 35
Figura 5: imagens extraídas do livro de Artes Visuais: Da Exposição à Sala de Aula
(Figuras 23-28). BARBOSA et al., (2005) ............................................................. 36
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 07
2. A ARTE MODERNA E PÓS-MODERNA ......................................................... 15
2.1. O Contexto Histórico de Modernidade ...................................................... 15
2.2. A Arte na Modernidade................................................................................ 17
2.3. O significado de Pós-modernidade ........................................................... 20
2.4. A Arte na Pós-modernidade........................................................................ 21
3. O ENSINO DE ARTE E O PROFESSOR DE ARTE ........................................ 24
3.1. O ensino de Artes Visuais e os Parâmetros Curriculares Nacionais ..... 24
3.2. O Professor de Arte e o uso da Tecnologia .............................................. 25
3.3. A importância de planejar a utilização das Ferramentas Tecnológicas . 28
4. FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS ................................................................ 31
4.1. O computador como recurso pedagógico ................................................ 31
4.2. Utilização do cinema (filme) como prática pedagógica em artes ........... 35
4.3. A Fotografia na Arte-educação .................................................................. 37
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 39
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 40
7. ANEXOS.............................................................................................................44
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1. INTRODUÇÃO
O ser humano, com toda a sua inteligência, está cercado de tecnologia. O
sociólogo Laymert Garcia dos Santos (2003, p. 10) argumenta que a experiência e o
ritmo da existência é crescentemente mediado pela tecnologia. ―O acesso à
tecnologia é tão vital que hoje a inclusão social e a própria sobrevivência passam
obrigatoriamente pela capacidade que indivíduos e populações têm de inserir no
mundo das máquinas (...)‖. Assim ele se refere à difusão dos recursos tecnológicos
na cultura contemporânea onde ninguém fica de fora, nem mesmo quem é excluído
do processo por não querer ou não poder participar.
Santos (2003, p. 9) considera que na década de 1990, com a disseminação
dos computadores e da internet, as inovações tecnológicas passaram a fazer parte
do cotidiano de um número maior de pessoas no Brasil, ―cujas percepções e práticas
passaram a ser constantemente modificadas, reordenadas ou, para usar uma
expressão emprestada da linguagem da informática, reconfiguradas.‖
Na arte, a tecnologia também sempre se constituiu num meio para criações e
apresentações artísticas, mesmo que acompanhada de polêmicas e oposições nos
discursos estéticos. No século XIX começava também o desenvolvimento de uma
crítica direcionada para a arte criada com a utilização de tecnologias.
Os movimentos artísticos na atualidade são conhecidos como Modernidade,
Pós-Modernidade, Pop Arte e outros. O desenvolvimento destes está intimamente
relacionado com a tecnologia. Toda a arte ocidental moderna produzida pela ruptura
com o passado libertou a arte da expressão tradicionalista; os artistas desafiaram
convenções acadêmicas que predominavam anteriormente. Arêdes (2009, p.4)
confirma: ―Surgiram então, vários movimentos artísticos de vanguarda na Europa,
popularmente conhecidos como os ―ismos‖ europeus. Na pintura e na escultura
destacaram-se tendências artísticas como o Expressionismo, o Fauvismo, o
Cubismo, o Abstracionismo, o Surrealismo e o Futurismo (...)‖.
Uma das descobertas que marcou a arte e a tecnologia foi a descoberta da
fotografia. Argam (1992, p.78) cita que a invenção da fotografia e o rápido avanço na
melhoria técnica permitiam o registro de movimentos, isso acarretou grandes
mudanças na psicologia da visão. Houveram profundas transformações nas
produções artísticas, principalmente na pintura, assim como, no desenvolvimento
das correntes artísticas ligadas ao Impressionismo. Deste modo, o surgimento e
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desenvolvimento técnico da câmera fotográfica tornou possível notar as imagens
aperfeiçoadas pelas fotografias.
Essas descobertas foram aplicadas nas pinturas, mas causaram certa
desconfiança no espectador que achava estranho tal forma de representação, aquilo
que é novo causa aversão por não conhecer ou até mesmo ter uma pré-concepção
de tal contexto.
O impacto que a fotografia causou foi arrebatador no âmbito da arte e,
sobretudo na pintura, usurpando a tarefa do pintor em fornecer a imagem que
transcrevesse a realidade. A pintura foi cada vez mais influenciada pelos estilos
artísticos que foram surgindo na época subsequente. Vários fatores tiveram
importância para as transformações ocorridas na sociedade moderna.
A oposição à visão clássica acadêmica acarretou a autonomia do pensamento
artístico e no domínio do campo da ciência e da tecnologia.
Já no campo do ensino de Arte no Brasil, só recentemente ampliaram-se as
perspectivas didáticas com o uso de tecnologias. Antes da chegada do computador,
segundo Barbosa (2005, p. 105), ―nosso remoto acesso a obras de arte dava-se
apenas por meio de livros caríssimos, que no Brasil eram produzidos principalmente
pelos bancos para presentear clientes no fim do ano. Nós, professores e alunos de
arte, ficávamos a ver navios.‖
A educação, no Brasil, também passou por profundas mudanças nos últimos
anos. A implantação de programas educacionais como a Prova Brasil, ENEM
(Exame Nacional do Ensino Médio), PROINFO e outros colaboraram para o
desenvolvimento da Educação Básica contribuindo para a qualidade, a eficácia e
missão de construir o conhecimento teórico e prático.
O educando do século XXI conhece a tecnologia e ela está presente em seu
dia-a-dia. Nos celulares, na internet, nas máquinas digitais e nos vídeo games. Este
jovem está ―antenado‖ nas tecnologias e quando vai para a escola carrega consigo
todas estas ferramentas, o problema é que muitas vezes a escola e o professor não
estão preparados para desenvolver atividades e trabalhos utilizando a tecnologia e
consequentemente o educando fica desmotivado e desinteressado nas aulas.
Com os sucessivos avanços tecnológicos da pós-modernidade deu-se início a
uma grande transformação nas relações humanas e em todos os âmbitos da
produção, com influência na economia, ciência e indústria cultural. A carência de
mão-de-obra qualificada para suprir as necessidades do sistema de produção fabril,
9
estabeleceu um modelo de educação voltada à formação de trabalhadores
qualificados a produção industrial. De acordo com Oliveira (2002, p. 9):
...quando se procurou, por meio do uso da Tecnologia Educacional,
levar a escola a um funcionamento racional de forma a permitir a
formação de mão-de-obra que passava a ser exigida pelo
crescimento econômico e pelo processo de industrialização por que
passava o Brasil.
A partir da introdução da tecnologia no cotidiano da sociedade pós-moderna
com o reforço da educação tecnicista, a abertura para a implantação da tecnologia
no ambiente escolar foi uma questão de tempo. Atualmente o interesse em inserir a
tecnologia e as mídias na educação está cada vez mais intenso em razão das
amplas possibilidades tecnológicas disponíveis hoje.
A implementação do computador, da internet e dos diversos programas que
estão à disposição na escola não substitui professor ou o livro de arte, mas amplia o
campo de pesquisa sobre arte e favorece a prática do ensino de Arte.
Oliveira (2003) aponta que, desde a chegada da Tecnologia Educacional os
professores não tinham claro qual era o papel dos instrumentos tecnológicos no
processo educativo. A compreensão a cerca deste contexto foi dividida em duas
fases, a primeira foi marcada pela supervalorização dos instrumentos tecnológicos
sem a compreensão dos problemas que envolviam a educação, e em um segundo
momento houve uma preocupação em relação à utilização dos equipamentos, eles
deveriam ser utilizados com planejamentos, enfatizando os procedimentos
metodológicos em relação à instrução de uso dos mesmos.
O ensino da disciplina de Arte nas séries finais do Ensino Fundamental e
Médio teve seu marco de mudanças a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais,
que configurou uma nova prática docente no ensino da Arte por meio da
Metodologia Triangular que posteriormente foi substituída pela denominação de
Proposta Triangular. A este respeito Paraná (2008, p. 44) afirma:
Os PCN em Arte tiveram como principal fundamentação a proposta de Ana
Mae Barbosa, denominada de Metodologia Triangular, inicialmente
pensada para o trabalho em museus, foi inspirada na DBAE (Discipline
Based Art Education) norte-americana, que teve origem no final dos anos
de 1960 nos Estados Unidos.
Há cada vez mais uma preocupação dos professores em se adequarem aos
avanços da tecnologia que nos últimos anos está cada vez mais presente no
10
cotidiano e no âmbito educacional. Os novos recursos tecnológicos presentes no
ambiente escolar possibilitam ao professor alcançar seus objetivos dentro do
ensino/aprendizagem em Arte, de maneiras diferenciadas da educação tradicional.
As novas tecnologias, as mídias abrem um novo caminho na contribuição para o
conhecimento.
O PCN de Arte (1998, p. 08) aponta como um dos objetivos do Ensino
Fundamental: ―(...) saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos
tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos (...)‖.
Para que exista uma boa interação entre a tecnologia e o ensino/aprendizagem
há a necessidade de uma formação onde os professores sejam capacitados a
manipularem as novas tecnologias e as mídias presentes no ambiente educacional,
assim, a integração das ferramentas tecnológicas no plano de ensino tende a
promover bons resultados na aprendizagem. Afirma o PCN de Arte (1998, p. 41):
Nas aulas, o professor tem de levar em conta que o domínio da tecnologia
e da generalização das redes midiáticas fez com que nossos conceitos de
tempo, espaço, corpo e, portanto, dança, se transformassem,
independentemente de se possuírem ou não computadores, fornos de
microondas, telefones celulares etc. No mundo de hoje, os valores, atitudes
e maneiras de viver e conviver em sociedade estão em constante
transformação por causa da presença das novas tecnologias.
Levando em conta as transformações causadas pelos avanços tecnológicos,
a formação do professor capacitado a esse novo cenário onde a tecnologia está
presente é de grande importância para que possa encaminhar e orientar o aluno
diante das múltiplas possibilidades e formas de se alcançar o conhecimento com o
uso das novas tecnologias em sala de aula.
Todo questionamento gerado em torno das novas tecnologias no ambiente
escolar permitiu mudanças na educação instrucional, acarretou uma nova forma de
ensino/aprendizado, assim o professor precisa buscar a interação com os meios
tecnológicos e midiáticos para poder inserir sua prática pedagógica a nova ordem
social compreendida no contexto tecnológico. Se o professor não tiver a mente
aberta ao novo mundo tecnológico caracterizado pelas redes de computadores,
especificamente pela rede Internet e multimídia não conseguirá integrar as novas
tecnologias ao processo de ensinar.
Neste contexto é real a necessidade dos professores em ampliar a dimensão
do seu conhecimento se interando dos meios tecnológicos e midiáticos, assim há
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também a necessidade em repensar sobre sua prática pedagógica para criar
situações de aprendizagem. Hoje se tem tanta informação por meio da tecnologia e
é preciso um remanejamento na elaboração do fazer pedagógico dando novos
ritmos ao processo de aprendizagem. Por isso Mercado (2011, p. 18) aponta:
Ao professor cabe o papel de estar engajado no processo, consciente não
só das reais capacidades da tecnologia, do seu potencial e de suas
limitações para que possa selecionar qual é a melhor utilização a ser
explorada num determinado conteúdo, contribuindo para a melhoria do
processo ensino-aprendizagem, por meio de uma renovação da prática
pedagógica do professor [...].
A educação básica está diante de um grande desafio que é despertar o
interesse dos educandos para a aprendizagem. E a disciplina de Arte encontra-se
dentro deste contexto. Por isso é necessário buscar nos documentos oficiais
apontamentos que possam nortear o planejamento de aulas que despertem o
interesse e a busca pelo conhecimento do educando. O PCN de Arte (1998, p.44)
afirma:
...entende-se que aprender arte envolve não apenas uma atividade de
produção artística pelos alunos, mas também a conquista da significação do
que fazem, pelo desenvolvimento da percepção estética, alimentada pelo
contato com o fenômeno artístico visto como objeto de cultura através da
história e como conjunto organizado de relações formais. Ao fazer e conhecer
arte o aluno percorre trajetos de aprendizagem que propiciam conhecimentos
específicos sobre sua relação com o mundo.
Assim, o educando precisa ir ao significado, pesquisar a história, ou seja,
conhecer a arte. E um dos caminhos atuais para que este trajeto de aprendizagem
ocorra e de forma prazerosa e eficaz é por meio das ferramentas tecnológicas.
De acordo com o exposto acima, o trabalho se justifica pela necessidade do
professor de Arte conhecer as ferramentas tecnológicas disponíveis na atualidade.
Além de conhecê-las ele precisa utilizar nas aulas, pois tais ferramentas estão
presentes em todos os lugares da sociedade tornando-se uma oportunidade de
aprendizagem em sala de aula.
Apesar de todos os recursos que a tecnologia oferece e que estão presentes
dentro das escolas uma grande quantidade de professores de arte continua
realizando e desenvolvendo seus planos de trabalho docente alheios às inovações
tecnológicas.
Nos diferentes períodos históricos, determinadas técnicas, ferramentas e
materiais foram utilizados pelos artistas na produção da arte. Os romanos, por
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exemplo, utilizaram as esculturas gregas para derreterem o bronze e transformarem
em armamentos. O que demonstra é que com ferramentas e materiais adequados o
artista e o professor de arte têm mais chance de obterem sucesso no que se
propõem a realizar, tornando a ferramenta uma extensão da habilidade. Um exemplo
simples é a agulha de tricô. A ferramenta é uma parceira e uma extensão do corpo
para realizar o trabalho. Nesse trabalho o computador é o instrumento, há uma
interação entre professor e máquina porque ela também tem certa autonomia.
As ferramentas tecnológicas são eficazes e fazem coisas que antes levaram
muito tempo para serem feitas por outros meios. Nas animações infantis, por
exemplo, a utilização de programas em computadores melhorou, ampliou e
revolucionou a produção dos desenhos e a criação de efeitos especiais e
personagens se multiplicaram.
E utilizar tais ferramentas tecnológicas nas aulas de Arte possibilita que o
educando se torne o produtor e o criador da arte como relata Melo (2007, p. 84):
Deixemos claro que uma posição de equilíbrio é fundamental. Um projeto de
educação pela e para a arte deve ser sempre experencial: os indivíduos
devem experimentar as vivências estéticas e não só serem informados sobre
elas. Nesse processo, devem se sentir, sim, como artistas, seja quando
produzem objetos e obras, seja quando aprendem a dialogar criticamente
com o que foi produzido. Trata-se de difundir a idéia de que todos nós
podemos nos sentir artistas.
O espaço virtual, por exemplo, é o que contém informações sobre a História
da Arte, sobre os principais artistas e pintores de cada período e suas obras de Arte.
Outro aspecto relevante é sobre os diversos programas de computador que auxiliam
no desenho, no tratamento de imagens, de simulação e mistura de cores. A criação
de blogs também é muito difundida para o contato entre professor e aluno, a
postagem de atividades, gabaritos, exercícios de revisão e de recuperação.
Desta forma, utilizar a tecnologia na disciplina de Arte, para a pesquisa de
espaços virtuais na internet com obras de arte, biografia de pintores e artistas
colabora para suprir a carência de ambientes culturais que não existem, em muitas
cidades, como os museus e centros culturais para a visitação; hoje, esta visita ocorre
de maneira virtual e contribui para o desenvolvimento e compreensão da arte pelo
educando.
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Portanto, na atualidade contemporânea pós-moderna deixar as ferramentas
tecnológicas fora da sala é impossível e fora da realidade tornando este trabalho de
suma importância para o desenvolvimento da disciplina de Arte na educação básica.
Outro aspecto que demonstra a relevância do trabalho é que o governo
federal através do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) que é um
programa educacional criado pela Portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para
promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações (TICs)
na rede pública de ensino fundamental e médio incentiva de maneira concreta a
utilização da tecnologia por meio da aquisição de laboratórios de informática com
computadores com acesso à internet e impressoras. Estes equipamentos estão
sendo entregues em todas as escolas públicas da educação básica de todo o país
Assim, utilizar as tecnologias é possível em todas as escolas porque já
possuem
os
laboratórios
e,
portanto
estas
ferramentas
apontam
novas
possibilidades para o ensino de Arte. O seja, instrumentos mediadores entre a
cultura em suas mais variadas formas e aspectos e os educandos que anseiam em
aprofundar o conhecimento na arte, na dança e o teatro com o auxílio das
ferramentas tecnológicas disponíveis.
É importante ressaltar que os equipamentos tecnológicos são inventados,
reinventados e transformados com muita rapidez, e em processo contínuo. Portanto,
não se trata de propor novas fórmulas ou esgotar o tema.
A monografia visa compreender a importância e a utilização de ferramentas
tecnológicas no ensino da disciplina de Arte, dando ênfase as Artes Visuais, nas
séries finais do Ensino Fundamental, demonstrando algumas ferramentas que
contribuem para a construção do conhecimento. Como objetivos específicos têm-se:
definir a evolução da tecnologia e das Artes na modernidade e pós-modernidade;
descrever o desenvolvimento do ensino de arte por meio dos PCNs – Parâmetros
Curriculares Nacionais e o papel do professor; apontar ferramentas tecnológicas e a
importância da utilização delas nas aulas de Artes Visuais.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica visando construir o
referencial teórico por meio de autores com trabalhos sobre o tema abordado para
esclarecer as questões propostas e conhecimentos relevantes sobre o tema.
O primeiro capítulo apresenta um Histórico da Arte e a tecnologia na
Modernidade e na Pós-Modernidade ressaltando os recursos tecnológicos que
surgiram ao logo do tempo. O segundo capítulo analisa o papel do professor de Arte
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diante dos recursos tecnológicos, confrontando com os PCNs de Arte e as Diretrizes
Curriculares Estaduais de Arte, relatando a importância de planejar as aulas, de
modo especial, quando utiliza os recursos tecnológicos. O terceiro capítulo
apresenta os recursos tecnológicos como o computador, a internet e o vídeo e
formas como estes podem dinamizar as aulas de Arte.
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2. A ARTE MODERNA E PÓS-MODERNA
2.1. O Contexto Histórico de Modernidade
Inicialmente é importante conceituar o termo modernidade e para Reis
(2005, p.22), o surgimento do conceito de modernidade define um corte na
identidade ocidental, formada por um novo sujeito definido historicamente. A
modernidade constituída por uma nova ordem cultural, econômica e social ocorrida
no ocidente, que tornou possível a expansão européia.
A ideia de liberdade do homem foi bastante promovida pela religião cristã,
mas com a modernidade essa liberdade possui significado profundo; a consciência
que o homem tem de si mesmo e do mundo que o rodeia fundamenta-se na razão e
na forma primordial de conhecimento que é alcançado a partir de fatos reais. Como
afirma Santi (2003, p. 26):
A modernidade é, muitas vezes, definida como campo da interiorização do
Homem. O nascimento da consciência internalizada parece derivar dos
primórdios do mundo cristão e ter sido a condição de reflexividade moderna.
A interioridade levou à instituição de um sujeito tomado como livre e
autônomo diante do mundo, identificado agora a um campo de objetos de
conhecimento e uso do homem.
O conjunto de transformações decorrentes da modernidade transformou o
homem e a sociedade de forma geral. Paralelamente a essas mudanças caminhava
o desenvolvimento tecnológico dando impulso à industrialização.
A modernidade pode ser entendida como a experiência histórica, na qual se
disseminaram valores baseados no processo do conhecimento científico e no
aprimoramento social e cultural da humanidade bem como, um estado de espírito.
Assim, Harrison na obra Modernismo discorre sobre a modernização e a
modernidade – há raras discordâncias entre os dois conceitos na visão de Harrison
– como resultado do processo de desenvolvimento da sociedade.
Como Harrison (2001, p. 06) relata:
Modernização se refere a uma série de processos tecnológicos,
econômicos e políticos associados à revolução industrial e suas
conseqüências; modernidade das condições sociais e experiências, que
são vistas como efeitos desse processo.
16
O capitalismo também colaborou com as transformações ocorridas no
âmbito social, cultural e econômico, favorecendo a expansão industrial. O sistema
econômico feudal foi sendo superado pela implantação de uma nova forma de
produção: a fabril. A industrialização permitiu o aumento da produtividade por meio
da implantação de novas tecnologias. A adoção dessa nova forma de produção por
meio das fábricas marca a ascensão do sistema econômico capitalista.
Na visão de Vieira (2004, p.34), no primeiro século do surgimento da
modernidade, o capitalismo se confundia com o mercantilismo e a partir da
revolução tecnológica industrial houve notável mudança dentro deste contexto
dando força ao capitalismo. O desenvolvimento industrial é definido como um
produto da evolução histórica, econômica e tecnológica.
Alguns autores discutem o desenvolvimento do capitalismo, a tecnologia é
marcada de forma distinta em cada uma delas, esse processo caracteriza-se pela
tecnologia a vapor, o transporte ferroviário e a produção têxtil, em um segundo
momento destaca-se as novas formas de energia e em uma fase mais recente,
marcada pelo desenvolvimento científico-tecnológico. Libâneo divide visivelmente
três fases da Revolução Industrial.
Libâneo (2008) destaca as fases da revolução industrial; a primeira fase
nasce na Inglaterra com a evolução da tecnologia aplicada ao sistema de produção,
a substituição da força humana pela energia a vapor e a valorização da concepção
do capital e seu domínio sobre o trabalho; a segunda fase caracteriza-se pelo
surgimento de novas matérias-primas como aço, petróleo e da energia elétrica
outros avanços significativos ocorreram neste período nos campos do transporte e
da comunicação; a terceira fase caracteriza-se pela revolução tecnológica e
científica com os avanços no desenvolvimento da informática,
biotecnologia,
robótica, química fina, fibra óticas e os chips. Também enfatiza o aperfeiçoamento
nos meios de transporte e comunicação, transformação da ciência e da tecnologia
em matérias-primas por excelência.
As mudanças que ocorreram no modo de produção industrial sempre
estiveram ligadas ao desenvolvimento e às exigências do capitalismo. O início do
período da Revolução Industrial surgiu formas mais organizadas do trabalho,
decorrente ao desenvolvimento técnico, o aperfeiçoamento das máquinas e com a
descoberta de novas tecnologias; e a substituição do tipo artesanal de produção por
um tipo industrial.
17
Vieira (2004, p. 66) aponta:
Em cada um desses estágios ocorreram ciclos tecnológicos, com a
consolidação e a evolução de determinados paradigmas. A máquina a
vapor mobilizou uma poderosa estrutura industrial e de transporte,
tornando-se o paradigma tecnológico da primeira fase da Revolução
Industrial. A eletricidade e os combustíveis líquidos garantiram a
modernização das estruturas industriais e dos meios de transportes,
desencadeando uma nova e profunda transformação nos meios de
produção, de circulação e das estratégias de mercado.
Vieira (2004) e Libâneo (2008) apontam transformações no âmbito técnicoprodutivos, pontos essenciais no processo do desenvolvimento sociais, culturais e
econômico.
Ainda para VIEIRA (2004), o final do século XX foi rico no avanço da
tecnologia e da ciência os quais mudaram substancialmente o rumo das atividades,
do comportamento e das relações humanas.
2.2. A Arte na Modernidade
Na Idade Média a Arte foi conduzida, em função da igreja, para inspirar a
devoção e retratar a realidade. Com a manifestação de novos conhecimentos
técnicos, com o estudo da anatomia e a valorização da figura humana, um conjunto
de conhecimentos oriundos da modernidade colabora para o ressurgimento do estilo
Clássico denominado Renascimento.
Proença (1999) escreve que o Renascimento não somente como um
momento histórico que retoma a antiga cultura clássica, mas também um período
onde houve grande desenvolvimento no campo da arte, literatura e ciência. O ideal
humanista valorizando a figura o homem e o questionamento à Igreja foi à base do
progresso do Espírito Renascentista.
A visão humanista o homem demonstra importância a si mesmo como
indivíduo, rejeitando a influência medieval definindo assim limites entre a ciência e a
religião. Diante desse quadro culminava o desenvolvimento cultural e artístico. O
artista se tornou um indivíduo valorizado por sua produção como afirma Gombrich
(1994 p. 475): ―Recordamos a importância desta época na arte. Foi o período da
Renascença, o tempo em que a pintura ou a escultura deixou de ser uma ocupação
18
como qualquer outra para tornar-se uma profissão distinta.‖
Enquanto na Idade média o artista era considerado um artesão, na
Renascença é reconhecido à força da inspiração. O reconhecimento da autonomia
do artista em relação e sua obra tornaram-se possíveis por meio dos traços típicos
do artista. Como apresenta Proença (1999, p. 82):
Durante a Idade Média, como vimos, a produção artística era anônima. Isso
ocorreu porque toda a arte resultou de idéias anteriormente estabelecidas –
seja pelo poder real, seja pelo poder eclesiástico – às quais o artista deveria
se submeter.
Com o Renascimento esse quadro se altera, já que o período se
caracterizou pelo ideal de liberdade e consequentemente pelo
individualismo.
O declínio do comércio mercantilista e a ascendência do capitalismo
implicaram na revolução industrial que configurou novos rumos à sociedade assim
como na arte. O avanço no campo tecnológico em todo o processo histórico da
Revolução Industrial desde as primeiras máquinas que compunham o processo de
produção fabril até os avanços tecnológicos e científicos da última fase.
Estes desenvolvimentos ocasionaram mudanças no âmbito da arte. A
fotografia foi uma técnica de reprodução da imagem – dentro das evoluções
tecnológicas – que deu novo rumo à arte.
Argam (1992, p.78) cita que a invenção da fotografia e o rápido avanço na
melhoria técnica permitiam o registro de movimentos, isso acarretou grandes
mudanças na psicologia da visão. Houve profundas mudanças nas produções
artísticas principalmente na pintura assim como no desenvolvimento das correntes
artísticas ligadas ao Impressionismo (Figuras 1 e 2).
Figura 1: Theodore Géricault. Corrida de cavalos em Epsom,
http://weber.blogs.sapo.pt/367009.html, acesso em: 10/ mai/ 2011.
1821.
Disponível
em:
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Com o surgimento e desenvolvimento técnico da câmera fotográfica,
consegue-se notar nas imagens aperfeiçoadas pelas fotografias o verdadeiro
movimento feito pelos cavalos correndo, diferente da forma representada até então
nas obras de arte. Essas descobertas foram aplicadas nas pinturas, mas causou
certa desconfiança no espectador que achava estranho a tal forma de
representação. A forma de representação como a de Théodore ficou obsoleta em
consequência ao avanço da tecnologia por meio da fotografia.
Figura 2: Eadweard Muybridge. Movimento de um cavalo a galope, 1872. Sequência fotográfica;
Kingston – upon – Thames Museum. Disponível em: http://www.globe-m.de/de/boulevard/eadweardmuybridge-s-motion-tate, acesso em: 15/ mai/ 2011.
O impacto que a fotografia causou foi arrebatador no âmbito da arte e,
sobretudo na pintura, usurpando a tarefa do pintor em fornecer a imagem que
transcrevesse a realidade. A pintura foi cada vez mais influenciada pelos estilos
artísticos que foram surgindo na época subsequente. Vários fatores tiveram
importância para as transformações ocorridas na sociedade moderna. A oposição à
visão clássico-acadêmica acarretou na autonomia do pensamento artístico, e no
domínio no campo da ciência e da tecnologia.
Toda a arte ocidental moderna produzida pela ruptura com o passado
libertou a arte da expressão tradicionalista, os artistas desafiaram convenções
acadêmicas que predominavam até então. Com toda intensidade da arte moderna
nasce tendências artísticas como o Cubismo, Surrealismo e o Fauvismo.
20
2.3. O significado de Pós-modernidade
O termo pós-modernidade remete a uma época que resultou em uma nova
ordem social. A sociedade pós-moderna, ou era pós-moderna se caracteriza pelo
movimento pós-industrial. Está vinculada ao sistema de ideias do modo de produção
capitalista e, portanto, relacionado à globalização. Há considerações significativas
sobre a origem e significado de pós-modernidade e pós-modernismo no cotidiano do
ser humano ao longo da história da civilização ocidental.
O indivíduo que emergiu na idade moderna e tornou-se centrado – no seu
próprio eixo, senhor de seus atos –, nos discursos e nas práticas que moldaram a
sociedade moderna transformando-se em um sujeito ―descentrado‖ na pósmodernidade, isso ocorre na metade do século XX. Para Morais (2007, p. 19) ―A
descrença do sujeito racional, nos discursos universalistas e na sociedade começou
a despontar iniciando o processo que chamamos de pós-modernidade.‖
Os processos de mudanças, tomados num conjunto, representam um processo
de transformação da sociedade e foram impulsionadas pela falência da
modernidade, da falência da razão é a condição pós-moderna, chega ao fim às
grandes ideologias, acabaram-se as utopias da modernidade. A Pós-Modernidade é
caracterizada por um período de incertezas, fragmentações, do vazio, do niilismo ausência de resposta –, do imediatismo e do fim dos grandes discursos da
modernidade. Segundo Lyotard, a falência dessas idéias leva a falência da
modernidade.
Os ideais da modernidade estão em declínio na opinião geral dos países
ditos desenvolvidos. [...] O que causou a falência do discurso
emancipatório não foi à ausência do progresso, mas o que ele ocasionou: o
desenvolvimento técnico científico, artístico, econômico e político [...].
(LYOTARD apud PEIXOTO, 1998, p.35).
A visão de multiplicidade que deriva da pós-modernidade, afirma que o
indivíduo precisa de uma formação multifuncional, integrada globalmente. As
mudanças ocorreram também no campo do saber, na aquisição do conhecimento.
No mundo de rápidas e progressivas mudanças tecnológicas, é preciso desenvolver
aptidões cognitivas e uma capacidade de administrar as múltiplas possibilidades do
conhecimento que se abrem às exigências. Essas mudanças refletiram na
construção de uma nova atuação da educação.
21
Hall declara que há uma mudança gradativa na noção de sujeito no interior
da própria modernidade, mas que vai sendo questionada e substituída pelo
sujeito plural, fragmentado, enquanto fruto da sociedade pós-moderna
(HALL, 2002 apud MORAIS, 2007, p.42).
O
indivíduo
da
pós-modernidade
é
bombardeado
de
informações
fragmentadas diante de uma cultura eminentemente visual, a singularidade se
constitui na complexidade da expansão midiática. Assim, a sociedade na pósmodernidade, a imagem, a fragmentação das linguagens, do sujeito e a ausência de
historicidade acompanham a revolução tecnológica e dão a designação genérica de
pós-modernidade.
A ―nova‖ concepção cunha-se no fragmento e no indivíduo como sujeito de
uma história fragmentada, desarticulada e individual.
Para tal concepção tomar forma e introjetar-se no campo do
comportamento e do auto-entendimento do próprio sujeito, a mídia se
estrutura e se compõe por meio de suas varias especialidades,
instrumentalizando-se cada vez mais para construir a imagem de tal sujeito
(PEIXOTO, 1998, p.96).
A pós-modernidade se refere às mudanças, ou melhor, a ruptura com os
princípios modernos, essa transformação ocorreu em vários aspectos, desde as
artes até nas ciências. O sujeito presentemente torna-se cada vez mais
individualista, liberto da grande narrativas do mundo moderno, assume vários estilos
de vida e de filosofia, este é um período caracterizado pelas incertezas,
fragmentações e desconstruções bem como da trocas de valores.
2.4. A Arte na Pós-modernidade
A arte também se transformou com o impacto da chegada da pósmodernidade. Refletir a arte na pós-modernidade remete a uma reflexão do homem
que agora não é mais centrado na razão, é cheio de incertezas, a arte aparece com
múltiplas faces a qual reflete as condições da pós-modernidade; alguns autores a
chamam de antiarte.
Estamos agora em outro ciclo, que não é mais puramente artístico, mas
cultural, radicalmente diferente do anterior, e iniciado, digamos, pele pop art.
A esse nono ciclo de vocação antiarte chamaria de arte pós-moderna‖
(PEDROSA, 2004, p.355).
Os artistas pós-modernos sugeriram um novo modo de ver o mundo, onde as
linguagens artísticas mostravam a realidade multifacial refletida pelas características
22
da pós-modernidade, fragmentada. A Pop Art é considerada por alguns artistas a
pioneira na expressão artística pós-moderna. Nasce na Inglaterra e ganha força em
Nova Iorque, faz crítica ao consumismo e ao subjetivismo modernos. A Pop Art
surge com a explosão dos sistemas comunicações de massa, utilizando os objetos
do cotidiano, desta forma, ocorrer uma quebra na fase dos ―ismos‖ e nas referências
estéticas do modernismo.
A Pop Art traz em si o código genético da condição pós-moderna; da
contaminação como estatuto. Estamos sob o domínio do artifício onde tudo
se formula e se constrói. As coisas parecem ser efêmeras e descartáveis.
Estabelece-se assim um culto à superfície, à aparência, à superficialidade
e ao invólucro, no qual tudo se transforma em embalagem e tende a ser
vorazmente consumido. Nesse contexto a ilusão passa a ser o paradigma
para todas as coisas e a própria noção de identidade passa a ser também
uma formulação vazia; um artifício que se inscreve no molde da sociedade
pós-industrial (FIGUEIREDO, 2007, p.46).
Alguns artistas integraram esse sentido as suas obras, como Hélio Oiticica, um
dos artistas que colocam o espectador como peça integrante de sua obra e não um
mero espectador; observador.
Afinal a arte contemporânea se marca exatamente por obras que não só
sejam um ―objeto no mundo‖, alcançando uma ―autonomia‖ de vida pela
dimensão, mas também cresçam tanto que acabem por engolir o
espectador no espaço. A obra passa a criar seu espectador como objeto; daí
ela extravasar o limite artístico que a cingia antes, alcançando um campo
cultural amplo. Assim diz Mario Pedrosa da arte ―pós-moderna‖, ao falar da
obra de Hélio Oiticica (FAGUNDES, 1996, p. 163).
A Figura 3 mostra os ―Parangolés‖ de Hélio Oiticica, que são ―capas‖ que
podem ser vestidas que cada pessoa a compõe de forma subjetiva.
Figura
3: De Hélio Oiticica.
Disponível
em:
http://picasaweb.google.com/lh/view?q=h%C3%A9lio+oiticica&uname=trcortelacci&psc=G&filter=1#52
60364866507481426. Acesso: 10/ mai/ 2011.
23
A reflexão sobre a arte na pós-modernidade remete as mudanças ocorridas
não somente no campo da arte como também em todas as esferas, seja cultural,
social, econômica ou política, essas transformações levam a conceituação de pósmodernismo.
O pós-modernismo é o nome aplicado às mudanças ocorridas nas ciências,
nas artes e nas sociedades avançadas desde 1950, quando, por
convenção, se encerra o modernismo (1900 – 1950). Ele nasce com a
arquitetura e a computação nos anos 50. Toma corpo com a Arte Pop nos
anos 60. Cresce ao entrar pela filosofia durante os anos 70 como crítica da
cultura ocidental e amadurece hoje, alastrando-se na moda, no cinema, na
música e no cotidiano programado pela tecnociência (ciência + tecnologia),
invadindo o cotidiano desde alimentos processados até microcomputadores
sem que ninguém saiba se é decadência ou renascimento cultural‖
(SANTOS, 2000, p. 7-8).
Não se pode negar que os avanços tecnológicos bem como os meios de
comunicação de massa também tiveram grande influência na arte, em um momento
de profundas mudanças em todos os setores, a cultura das mídias, o hibridismo
típico da uma sociedade pós-moderna que valoriza a simulação do real. Neste
sentido, o avanço da tecnologia e a mídia tomam um espaço importante no contexto
da arte pós-moderna.
A televisão, e posteriormente o vídeo, o computador pessoal e a internet
tiveram forte impacto na produção artística contemporânea, mas não no
sentido de uma representação mimética de suas formas estéticas, como
ocorrerá no modernismo em relação aos ícones da revolução industrial [...].
Ao contrário das máquinas de produção do capitalismo fordistas, as
máquinas de reprodução pós-moderna têm expressão material inconspícua
(JAMESON, 1996 p. 38).
Há uma multiplicidade nas expressões artísticas na pós-modernidade,
concebidas por uma infinidade de técnicas, dos mais variados materiais e suportes
como pintura, escultura, cinema, vídeo, dança e música; há uma infinidade de
possibilidades de construir e materializar a arte em um sentido que procura impactar
o público. Para Santos (2000), a arte moderna nasceu com estéticas definidas,
manifestos ruidosos, já a antiarte pós-moderna não é nada definida e convive com
vários estilos e tendências. Os grupos e movimentos são ecléticos, pluralistas e com
estilos misturados.
24
3. O ENSINO DE ARTE E O PROFESSOR DE ARTE
3.1. O ensino de Artes Visuais e os Parâmetros Curriculares Nacionais
Todas as discussões, intensificadas nos anos 80, em torno da disciplina de
Artes estimularam o desenvolvimento de pesquisas, estudos e formulações
conceituais que apontaram caminhos mais consistentes para o ensino dessa
disciplina, configurando uma articulação entre o conceitual e a prática educacional.
Desta forma, a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998)
representou a superação, do ponto de vista institucional, da concepção vigente até
então sobre a Educação Artística, destacando que "... o processo de aprendizagem
compreende também a interação dos alunos entre si, essencial à socialização".
(PCN,1998 p.93).
A aprendizagem desta forma é um processo e que por meio desse o aluno e
professor constróem o conhecimento. O PCN de Arte (1998, p. 08) aponta como um
dos objetivos do Ensino Fundamental: ―saber utilizar diferentes fontes de informação
e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos‖ Assim ele leva a
educação para as novas tecnologias que ajudam construir conhecimento.
Na análise dos PCN, percebe-se que o tratamento do uso das tecnologias
recebe evidência em dois pontos: de um lado, a necessidade de materiais, recursos
e do outro os modos de trabalhar como está em PCN de Arte (1998, p. 41):
Intermediando o processo de produção e apreciação de arte encontram-se,
entre outros, os meios de comunicação (as mídias), que podem ser
informatizados, ou não. Os modos de praticar e pensar a comunicação
sociocultural em arte mediados pelos meios de comunicação (mais
tradicionais, novos e novíssimos), incluindo os informatizados, são por
vezes contraditórios, o que implica encontrar maneiras de compreendê-los e
superá-los.
A arte, afinal, não deve ser justificada apenas pela obrigatoriedade de uma lei,
mas pelo reconhecimento de sua importância como sensibilizadora dos sentidos e
facilitadora das interações sociais. No PCN de Arte (1998, p. 41) esclarece:
Nas aulas, alunos e professores podem vivenciar e refletir sobre situações
comunicacionais em arte e suas propagações nas mídias. Haverá uma
ampliação da compreensão do processo comunicacional e artístico se eles
puderem relacionar questões que tratem das contradições quanto às
resistências e às rupturas nos princípios éticos e nos critérios de qualidades
25
técnicas, expressivas e socioculturais presentes nas formas e conteúdos dos
meios de comunicação em arte; às transformações necessárias e às
possíveis de serem praticadas para aperfeiçoar os princípios éticos, os
critérios de qualidade, inclusão e exclusão das pessoas e a ressignificação de
valores estéticos, humanos nos meios de comunicação de arte.
As escolas nos dias de hoje possuem as tecnologias como laboratórios de
informática, televisão, aparelhos de DVD e CD e estes precisam permanecer a
serviço da aprendizagem do fenômeno artístico PCN de Arte (1998, p. 62): ―O
fenômeno artístico está presente em diferentes manifestações que compõem os
acervos da cultura popular, erudita, modernos meios de comunicação e novas
tecnologias.‖ Estes acervos contribuem e auxiliam para que aluno e professor
produzam o conhecimento.
Desenvolvendo a sensibilidade, a percepção, a observação e a imaginação
para compreenderem o fazer artístico como está em PCN de Arte (1998, p. 44): ―com
fontes de informação e comunicação (reproduções, textos, vídeos, gravações, rádio,
televisão, discos, Internet).‖
Por fim é preciso afirmar que o mundo atualmente é formado por imagens,
cores, informações, luzes, em um segundo pode-se acessar o mundo pela internet,
e as artes visuais podem favorecer a compreensão sobre o mundo e
posicionamentos críticos serão formados. PCN de Arte (1998, p. 63) afirmam que:
As artes visuais, além das formas tradicionais — pintura, escultura,
desenho, gravura, arquitetura, objetos, cerâmica, cestaria, entalhe —,
incluem outras modalidades que resultam dos avanços tecnológicos e
transformações estéticas do século XX: fotografia, moda, artes gráficas,
cinema, televisão, vídeo, computação, performance, holografia, desenho
industrial, arte em computador. Cada uma dessas modalidades artísticas
tem a sua particularidade e é utilizada em várias possibilidades de
combinações entre elas, por intermédio das quais os alunos podem
expressar-se e comunicar-se entre si e com outras pessoas de diferentes
maneiras.
No mundo contemporâneo as linguagens visuais ampliam-se, fazendo
novas combinações e criam novas modalidades. A multimídia, a
performance, o videoclipe e o museu virtual são alguns exemplos em que a
imagem integra-se ao texto, som e espaço
3.2. O Professor de Arte e o uso da Tecnologia
Deve-se discutir o papel do professor diante do processo de ensino e
aprendizagem, valendo-se dos recursos tecnológicos disponibilizados pelas novas
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).
26
PCN de Arte (1998, p. 65) apresenta os objetivos, que os alunos do Ensino
Fundamental, sejam capazes, entre eles relata: ―interagir com variedade de
materiais naturais e fabricados, multimeios (computador, vídeo, holografia, cinema,
fotografia), percebendo, analisando e produzindo trabalhos de arte.‖
O aprendizado é uma parte ligada estruturalmente à carreira profissional do
professor. Assim ela descobre novos caminhos metodológicos, reformulando e
formando conceitos, substituindo modelos já ultrapassados por novos, e atualmente
muito novos, como as tecnologias, sobretudo a Internet e as multimídias.
Por isso o professor deve repensar sobre sua prática pedagógica para criar
situações de aprendizagem. Então a prática pedagógica do professor de Arte ocorre
em três momentos.
O primeiro momento é aquele antes da aula como afirma PCN de Arte (1998,
p. 99):
• o professor é um pesquisador de fontes de informação, materiais e
técnicas;
• o professor é um apreciador de arte, escolhendo obras e artistas a serem
estudados;
• o professor é um criador na preparação e na organização da aula e seu
espaço;
• o professor é um estudioso da arte, desenvolvendo seu conhecimento
artístico;
• o professor é um profissional que trabalha junto à equipe da escola.
O segundo momento é durante a aula, quando o professor não pode ser
aquele em que o conhecimento está centrado, mas aquele que incentiva, estimula,
propicia e orienta para a construção do conhecimento como relata PCN de Arte
(1998, p. 99-100):
• o professor é um incentivador da produção individual ou grupal; o
professor propõe questões relativas à arte, interferindo tanto no processo
criador dos alunos (com perguntas, sugestões, respostas de acordo com o
conhecimento que tem de cada aluno etc.) como nas atividades de
apreciação de obras e informações sobre artistas (buscando formas de
manter vivo o interesse dos alunos, construindo junto com eles a surpresa,
o mistério, o humor, o divertimento, a incerteza, a questão difícil, como
ingredientes dessas atividades);
• o professor é estimulador do olhar crítico dos alunos com relação às
formas produzidas por eles, pelos colegas e pelos artistas e temas
estudados, bem como às formas da natureza e das que são produzidas
pelas culturas; • o professor é propiciador de um clima de trabalho em que a
curiosidade, o constante desafio perceptivo, a qualidade lúdica e a alegria
estejam presentes junto com a paciência, a atenção e o esforço necessários
para a continuidade do processo de criação artística;
• o professor é inventor de formas de apreciação da arte — como
apresentações de trabalhos de alunos —, e de formas de instrução e
comunicação: visitas a ateliês e oficinas de artesãos locais, ensaios,
maneiras inusitadas de apresentar dados sobre artistas, escolha de objetos
27
artísticos que chamem a atenção dos alunos e provoquem questões,
utilizando-os como elementos para uma aula, leitura de notícias, poemas e
contos durante a aula;
• o professor é acolhedor de materiais, idéias e sugestões trazidos pelos
alunos (um familiar artesão, um vizinho artista, um livro ou um objeto trazido
de casa, uma história contada, uma festa da comunidade, uma música, uma
dança etc.);
• o professor é formulador de um destino para os trabalhos dos alunos
(pastas de trabalhos, exposições, apresentações etc.);
• o professor é descobridor de propostas de trabalho que visam a sugerir
procedimentos e atividades que os alunos podem concretizar para
desenvolver seu processo de criação, de investigação ou de apreciação de
obras de arte. Assim, exercícios de observação de elementos da natureza
ou das culturas, por exemplo, podem desenvolver a percepção de linhas,
formas, cores, sons, gestos e cenas, o que contribuirá para o
enriquecimento do trabalho artístico dos alunos;
• o professor é reconhecedor do ritmo pessoal dos alunos, o que envolve
seu conhecimento da faixa etária do grupo e de cada criança em particular;
• o professor analisa os trabalhos produzidos pelos alunos junto com eles,
para que a aprendizagem também possa ocorrer a partir dessa análise, na
apreciação que cada aluno faz por si do seu trabalho com relação aos dos
demais.
O terceiro momento é o depois da aula, porque o professor precisa elaborar e
direcionar seus conteúdos dentro da proposta curricular da escola, fazendo a
interdisciplinaridade com professores de outras disciplinas, criando um ambiente
sempre propicio para a aprendizagem como está em PCN de Arte (1998, p. 100):
• o professor é articulador das aulas, umas com relação às outras, de
acordo com o propósito que fundamenta seu trabalho, podendo desenvolver
formas pessoais de articulação entre o que veio antes e o que vem depois;
• o professor é avaliador de cada aula particular (contando com
instrumentos de avaliação que podem ocorrer também durante o momento
da aula, realizados por ele e pelos alunos) e do conjunto de aulas que forma
o processo de ensino e aprendizagem; tal avaliação deve integrar-se no
projeto curricular da sua unidade escolar;
• o professor é imaginador do que está por acontecer na continuidade do
trabalho, com base no conjunto de dados adquiridos na experiência das
aulas anteriores e da seqüência de aprendizagens planejadas.
Entretanto, no contexto da inovação tecnológica ainda se vê uma resistência
do educador em inovar utilizando as novas tecnologias e os modelos de ensino.
Todavia, qualquer que seja o motivo da resistência à inovação, é preciso
integrar as novas tecnologias à educação. No processo de mudança própria, Boog
(2002, p. 9) diz: ―Antes de mudar os outros, é fundamental primeiro mudar a si
mesmo". Se o professor não tiver a mente aberta ao novo mundo tecnológico
caracterizado pelas redes de computadores, especificamente pela rede Internet e
multimídia não conseguirá integrar as novas tecnologias ao processo de ensinar.
Batalha (1994, p. 201) ao mostrar o medo de ser substituído pela máquina, e
28
tendo como conseqüência a perda de emprego, explicita que: ―A princípio,
argumentava-se que o computador poderia vir a substituir o professor. Isso não se
confirma e ele tem funcionado muito mais como um coadjuvante do professor.‖ De
fato, a substituição do homem pela máquina na educação é somente um fantasma.
Na verdade, a máquina se torna uma importante ferramenta, mas em nenhum
momento substitui o homem. Isto vale especialmente para o educador, cuja missão
vai muito além do ensino de novas tecnologias. Além do mais, o relacionamento
interpessoal e a convivência do professor com o aluno não podem ser substituídos
por máquina alguma. O relacionamento gera afetividade de ambas as partes e
favorece uma melhor aprendizagem, enquanto o computador, sem um uso
devidamente planejado, pode gerar alienação e isolamento, tanto do professor
quanto do aluno.
3.3. A importância de planejar a utilização das Ferramentas Tecnológicas
Planejar de acordo com Houaiss e Villar (2009, p. 582) significa ―elaborar,
―programar, ―projetar, ―organizar, ―ter a intenção de. Ou seja, antes da aula
programar.
O planejamento aponta subsídios para que o professor estabeleça as
atividades que serão desenvolvidas de forma organizada, porém, na fase da
aplicação pode ocorrer um aprimoramento do projeto.
A presença da tecnologia no ambiente de sala de aula contribui para a
construção do conhecimento do aluno e promove o desenvolvimento do pensamento
crítico e seletivo a toda essa explosão de informação.
A autora Ana Rita Martins (2008) faz menção sobre a importância do
planejamento, elaborou um quadro onde abrange casos onde o uso do computador
– uma das ferramentas tecnológicas presentes na arte educação – apresenta o
desenvolvimento positivo e a forma de utilização e o uso desta tecnologia que
proporciona resultado negativo. Essas informações foram resultado da pesquisa de
dados publicados por outros autores. O quadro cita dez passos que dão certo e dez
formas de utilização do computador.
As formas corretas são: escolher o conteúdo é essencial para que a aula seja
objetiva e produtiva, selecionar um programa que se encaixe na proposta da
29
atividade, fazer roteiro da aula, pois a organização evita a dispersão, incentivar a
interação para auxiliar na construção do conhecimento, utilizar jogos educativos para
complementar a aula de forma lúdica, explorar os recursos áudios visuais
favorecendo a aprendizagem, permitir que o aluno tenha a liberdade na hora da
criação, evitar a desatenção permitindo o acesso somente a conteúdos relacionados
a aula, criar espaço lúdico e por fim preparar-se bastante para ter segurança e
alcançar o melhor resultado.
Alguns desses dados citado por Ana Rita Martins são elementos que tem que
estar presente em qualquer plano de aula seja ele tradicional ou com a presença da
tecnologia. Esses apontamentos permitem que o professor tenha de forma
organizada o melhor aproveitamento do tempo disponível para a apresentação do
conteúdo.
Ela também aponta formas de aplicação do conteúdo que não dão certo com
a utilização do computador; dar aula utilizando somente para ensinar a operar o
programa escolhido, pois a aula tem que ter o objetivo de auxílio na aprendizagem e
não a formação de técnicos, não ter um planejamento compromete a aprendizagem,
achar que todos os alunos já sabem lidar com as ferramentas isso faz com que
aqueles que não têm muita destreza com o equipamento não conseguirão
acompanhar a aula, limitar a utilização dos equipamentos somente para fins
didáticos.
Pois a possibilidade de liberar o equipamento para o entretenimento dispersa
o aluno da proposta de aula, deixar o aluno desamparados sem mediação do
professor, censurar de mais, propor-se navegar na internet com objetivo de obter
subsídios para a aula, ter pouco equipamento, isso prejudica na hora da
manipulação dos mesmos e portanto na aprendizagem, não saber utilizar e explorar
o equipamento comprometendo o ensino-aprendizagem, por fim, se a escola possui
equipamentos ultrapassados a aula poderá ser comprometida.
Exceto alguns itens específicos do uso do computador citados a cima, essas
observações sobre os dados do que dá certo ou não, também podem ser
empregadas como base para a utilização de todas as formas de tecnologias e
mídias aplicadas nas aulas de Arte bem como a escolha de conteúdos, fazer roteiros
das aulas, permitirem que o aluno crie e prepare-se bastante são condições que dão
certo e podem ser utilizados em outras formas de aplicações tecnológicas.
30
O professor de Artes Visuais tem que utilizar a seu favor essa gama de
elementos gerados por essa atmosfera tecnológica presente na atualidade. Como
diz Azevedo (2007, p 12):
Na atualidade existem várias maneiras de se representar a realidade ou a
imaginação. Hoje em dia, além das formas tradicionais (desenho, pintura,
escultura, gravura, arquitetura), existe o cinema, a televisão, o computador
e a Internet. Através dessas novas tecnologias surgiram também várias
manifestações artísticas que são produzidas basicamente utilizando-se das
suas possibilidades e inovações.
Os recursos tecnológicos e midiáticos disponíveis atualmente oferecem uma
gama de oportunidade ao professor de Artes Visuais, pois esses elementos
tecnológicos
exploram
extraordinariamente
imagens,
cores,
luzes,
formas,
informações que são elementos que podem ser utilizados de forma didática pelo
docente.
31
4. FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS
O professor de Arte através da tecnologia é capaz de mudar sua atuação e
desempenhar com muito mais rapidez e segurança o processo de ensinoaprendizagem criando um ambiente onde a apropriação dos conteúdos acontece de
forma ativa, PCN de Arte (1998, p. 141) esclarece:
A tecnologia eletrônica — televisão, videocassete, máquina de calcular,
gravador e computador — pode ser utilizada para gerar situações de
aprendizagem com maior qualidade, ou seja, para criar ambientes de
aprendizagem em que a problematização, a atividade reflexiva, atitude
crítica, capacidade decisória e a autonomia sejam privilegiados. Os meios
eletrônicos de comunicação oferecem amplas possibilidades para ficarem
restritos apenas à transmissão e memorização de informações. Permitem a
interação comdiferentes formas de representação simbólica — gráficos,
textos, notas musicais, movimentos, ícones, imagens —, e podem ser
importantes fontes de informação, da mesma forma que textos, livros,
revistas, jornais da mídia impressa. Entrevistas, debates, documentários,
filmes, novelas, músicas, noticiários, softwares, CD-ROM, BBS e Internet
são apenas alguns exemplos de formatos diferentes de comunicação e
informação possíveis utilizando-se esses meios. Na escola, podem ser
usados para obter, comparar e analisar informações, de diferentes
naturezas, sobre períodos da História, fenômenos naturais, acontecimentos
mundiais, usos da linguagem oral e escrita etc., por meio de uma
apropriação ativa da informação, que gere novos conhecimentos.
4.1. O computador como recurso pedagógico
Apesar de algum empecilho em relação ao emprego do computador seja na
aversão de alguns professores quanto à inserção tecnológica na escolar ou ainda
pela ausência de equipamentos, o computador é um ótimo instrumento tecnológico
que auxilia o professor nas aulas, permite uma maior interatividade entre aluno,
conteúdo e professor, têm a possibilidade de tornar a aula mais estimulante e
trabalhar o desenvolvimento cognitivo do aluno.
Ao atuar em um ambiente informatizado, o professor pode favorecer a
mediação e interação ao usar o computador, considerando os aspectos
sócio-culturais e ainda trabalhar a aquisição de conhecimento científico
ampliando determinados aspectos da cognição e da afetividade (MATTAS;
LIMA, 2002, p.188).
Alguns programas de computador auxiliam muito nas aulas de Arte, como o
Microsoft Office Power Point, Paint, Movie Maker, Corel Draw e Photoshop entre
outros.
32
O Microsoft Office Power Point permite a edição de slide para apresentações
e sua manipulação não é muito complexa. Existe também o programa BrOffice.org
Impress – software livre – com o mesmo formato do Office Power Point, no entanto,
tem menos recursos que o da Microsoft (Anexo 1).
Estes programas são bastante usados por professores para apresentação de
slides, seja de texto, imagem e som ou a combinação entre eles, tem também
possibilidades de efeitos de transição de slides entre outros efeitos. Por ser um
programa que não tem muitas dificuldades quanto ao seu manuseio, é bastante
difundido na área da educação. O autor a seguir cita uma experiência de um projeto
no campo da Arte, com a utilização do programa, de forma interdisciplinar.
Marília escolheu para análise e comparação a obra ―O Grito‖, do pintor
Edvard Munch, buscando estabelecer relações entre o ―problema‖ a ser
abordado e uma forma de expressão que fosse capaz de ampliar a
compreensão da situação, procurando armazenar o excesso de
preocupação desses jovens, além de proporcionar um enriquecimento
cultural.
Aproveitando ainda outras obras do artista apresentadas na Bienal do
Mercosul, que ocorria na cidade de Porto Alegre, Marília propôs aos alunos
que concebessem e realizassem um projeto focalizando como tema ―O
Grito da Adolescência‖, podendo, dessa forma, utilizar os mais diferentes
meios de expressão e de comunicação para a produção artística,
integrando outras áreas de conhecimento. Os alunos expressam-se através
de desenho, pintura, criação de texto, expressão corporal e dança.
Com a adesão de professores de outras disciplinas, [...], a proposta inicial
pode ser ampliada e se constituiu em um desafio ainda maior para os
alunos: criar uma animação virtual desse ―grito‖ através de recursos
gráficos como os programas Paint e Power Point. (HERNÁNDES, 2006, p.
52).
Como na citação de Hernándes (2006), os alunos fizeram uso do Paint como
solução gráfica. É um programa com recursos mais simples que possibilita desenhar
a mão livre com auxílio do mouse, e a manipulação de imagem de forma bem
simplificada; vale ressaltar que seus recursos são bem limitados em relação a outros
programas de edição e manipulação de imagem.
O fácil manuseio possibilita que alunos de vários níveis de desenvolvimento –
seja ele intelectual ou cognitivo – tenham a capacidade de desenvolver suas
produções criativas sem muitas dificuldades. Com o Paint o professor pode
desenvolver a criatividade, a coordenação motora e a sensibilidade visual, por meio
da produção do aluno.
O software livre equivalente ao Paint é o Tux Paint – em quanto às funções
33
das ferramentas os dois são bem parecidos, mas na área de trabalho do Tux Paint
as ferramentas são maiores e mais fáceis de ser compreendidas pelas crianças
(Anexo 1).
A produção e exibição de vídeos no ambiente educacional também é uma
ferramenta que pode auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. O Windows
Movie Maker é um programa de edição de vídeos, suas ferramentas são de fácil
manipulação (Anexo 1). O programa possibilita vários efeitos de transição, permite
editar vídeos a partir de imagens ou até mesmo de outros vídeos além de edição de
texto.
É fundamental que os alunos possam realizar atividades de autoria,
utilizando essas novas lógicas. Desta forma, é interessante que estes
cursos possam possibilitar a produção individual e coletiva dos alunos, não
apenas através da escrita, mas também se utilizando das linguagens
audiovisuais. Hoje, existem softwares que possibilitam mecanismo de
edição e de animação de imagem e som, de forma bastante simples. O
próprio Windows, em sua versão comercial mais moderna, já disponibiliza
um sistema de edição de vídeo (o Windows Movie Maker) que possibilita
mecanismo de manipulação de imagens em movimento de maneira
simples, como integração de vídeo e áudio em bandas distintas, fusão e
construção de legendas, entre outros (NOVA; ALVES, 2006, p.133).
O ―curso‖ que os autores Nova e Alves (2006) cita no trecho diz respeito a
formação dos professores e o incentivo dos alunos na utilização de meios
tecnológicos como recurso pedagógico. A produção de vídeos por meio do Windows
Movie Maker dá margem à criatividade, estimula a imaginação o raciocínio, podendo
trabalhar a sensibilidade visual e auditiva.
O Corel Draw é um programa mais avançado, por isso seu acesso se torna
mais difícil, na rede pública de ensino há uma grande chance de não ser aplicado,
mas não impossível. Um dos fatores que complica a utilização é a complexidade de
manipulação das ferramentas e a falta da formação de profissionais que possam
administrar o programa de forma correta. Entretanto, na educação privada há uma
maior possibilidade de utilização desta rica ferramenta que permite a vetorização e a
produção de imagens, pois as escolas particulares dispõem de maior infra-estrutura
e disponibilidade de profissionais qualificados.
A EEB Santa Helena trabalha com propostas que venham em prol da
interdisciplinaridade, sendo que para este trabalho, no início do 1°
bimestre, foram escolhidas temáticas a serem abordadas em cada turma.
No ensino médio o 1°ano tinha como temática Antiguidade x Modernidade,
[...] O objetivo, portanto, era oportunizar aos educandos a interação de
seus trabalhos com a virtualidade, sendo que a arte virtual é uma arte da
atualidade. Nesse sentido ilustraram músicas, de acordo com suas
34
preferências; posteriormente os desenhos foram digitalizados, alguns foram
modificados ou melhorados através do software Corel Draw. Disponível em:
http://eebsantahelena.blogspot.com/2009/05/arte-visual.html, acesso em
29/05/11.
Outro programa que encontra as mesmas dificuldades do Corel Draw no
campo educacional é o Adobe Photoshop, um software bastante complexo que
permite a manipulação de imagens e dispões de uma gama de ferramentas. O
Adobe Photoshop assim como outros programas de manipulação de imagem
quando utilizados para fins pedagógicos, deixa que, a imaginação e a cognição do
aluno sejam transpostas para aquilo que ele cria ou manipula, permite que o aluno
desconstrua a visão empírica que muitas vezes uma imagem carrega, para,
reconstruí-la com uma nova visão, utilizando signos, símbolos e informação,
podendo transformá-lo em novos conhecimentos a partir da criação e manipulação
das imagens. Na revista Nova Escola de 2009, Amanda Porto relatou uma
experiência da utilização da tecnologia envolvendo o Photoshop, para o
desenvolvimento do projeto que tem com objetivo ampliar as possibilidades, reflexão
e expressão no processo de construção da imagem na contemporaneidade.
No que diz respeito à fotografia, o trabalho também precisa incluir a
indispensável etapa de familiarização com os diferentes gêneros. No CE
Presidente Kennedy, em Rolândia, a 393 quilômetros de Curitiba, a
professora Denise Maria Ramos Lugli iniciou um projeto com as turmas de
8ª série por uma conversa sobre fotos como registro pessoal. Em seguida,
explorou características de outras modalidades - fotografia de moda,
publicidade, fotojornalismo e artística. Só depois chegou a hora de produzir
- nessa etapa, a cabeça cheia de referências fez a diferença. "O olhar dos
alunos mudou com a ampliação de repertório", conta ela. O conhecimento
dos tipos de fotografia ajudou ainda na edição das imagens. Usando
programas específicos, como o Photoshop, a garotada pôde mudar a luz,
refinar cores e fazer cortes - técnicas muito usadas em revistas de moda,
por exemplo (PORTO, 2009).
A Figura 4 mostra a releitura da obra de Tarsila do Amaral ―Operários‖ por
meio do Photoshop, demonstrando várias maneiras de se trabalhar com a
manipulação de imagens. As quatro imagens demonstram algumas das muitas
possibilidades que o programa permite envolvendo a criatividade, que pode ser
realizada no ambiente educacional assim como nas aulas de artes.
35
Figura 4: Disponível em: http://www.arteduca.unb.br/galeria/mostra-arteduca-2008/operarios-minhasreleituras/image_large. Acesso em: 10/ mai/ 2011.
Para ajudar o professor na prática pedagógica com um computador e um
datashow em sala de aula é possível desenvolver atividades diferenciadas das
práticas convencionais, o equipamento permite ao professor projetar na tela ou
parede conteúdos como slides, vídeos, imagens, textos ou até mesmo a produção
digitalizada dos próprios alunos, de forma mais dinâmica.
Hoje, é possível utilizar jornais, revistas, computadores, internet, dvd,
datashow, projetor, estórias em quadrinhos, maquetes eletrônicas
pesquisas na web e um infinidade de recursos que contribuem para o
enriquecimento da metodologia didática.
Assim tem sido exigido do docente uma formação mais direcionada a
utilização das TIC em seu projeto metodológico como forma de
desenvolvimento de uma aula mais dinâmica, libertadora e participativa,
onde o educando tem a capacidade interagir com um universo amplo
(BARBOSA et al., 2007, p. 32).
A citação de Barbosa et al. 2007, destaca a apresentação de texto, mas, o
professor de Artes Visuais pode utilizar o datashow tendendo aos conteúdos de arte,
para aproximando cada vez mais o aluno das obres de arte, ou até mesmo os textos
de História da Arte.
4.2. Utilização do cinema (filme) como prática pedagógica em Artes
Os vídeos e o cinema (filme) também são formas de mídias que fazem parte o
cotidiano do indivíduo contemporâneo, e podem ser encontradas no ambiente
36
educacional, além de ser uma forma de entretenimento tem um grande potencial
educativo. Tanto os vídeos e o cinema abrangem os mais variados assuntos dando
ao professor de arte uma gama de possibilidades para trabalhar conteúdos de arte.
Ana Mae Barbosa escreve o relato da professora Rosângela de Souza com a
experiência da utilização de filme como recurso pedagógico em seu plano de aula.
A exposição Arte da África foi extensamente trabalhada por ela em conjunto
a professora de História. Levou a classe pesquisar na internet sobre a
áfrica, apresentou o filme Kiriku e a Feiticeira, e estimulou os alunos a
desenhar a partir do filme. Os alunos trabalharam com lápis colorido sobre
papel, produzindo bem humorados desenhos sobre este filme [...]
(BARBOSA, 2005, p. 34).
O filme instiga a imaginação subjetiva do aluno no momento da criação,
percebe-se que cada um tem uma forma de representar a mensagem transmitida
pelo filme. Cada aluno coloca em sua produção artística a subjetividade e a visão
que ele tem diante daquela experiência, que é resultado dos signos e toda
simbologia que o rodeia (Figura 5 ).
Figura 5: imagens extraídas livro de Artes Visuais: Da Exposição à Sala de Aula (Figuras 23-28).
BARBOSA et al., (2005).
Fantin (2008) discorre sobre a escolha de filmes para fins pedagógicos.
Quanto à escolha correta do filme a ser visto pelos alunos, deve se levar em
consideração filmes que inspiram, provocam e apresentam novos conhecimentos. A
riqueza de conteúdo também é um ponto importante diante da escolha do filme para
37
possibilitar a produção de novas leituras e visão de mundo.
4.3. A Fotografia na Arte-educação
A fotografia teve grande influência no campo da arte, criou novos
paradigmas não somente na arte como também no contexto cultural. Na escola a
utilização da fotografia é um ótimo recurso pedagógico, pode ser utilizado como
fonte de pesquisa, como meio de análise da imagem ou até mesmo como resultado
da produção do aluno como forma de expressão artística.
As fotografias, portanto, pode transformar-se em fontes históricas
iconográficas, possibilitando a pesquisa sobre o mundo escolar em
determinada época e espaço, remetendo ao vestuário, aos tipos étnicos,
[...], indicando campos discursivos nos quais estão presentes ideologias,
estéticas, enfim, uma gnose que organiza e dá sentido a visualidade
(GATTI; INÁCIO, 2005, p. 129).
Antes do advento da fotografia digital era utilizada a fotografia analógica, feita
por processo químico, com a popularização da fotografia digital possibilitou que
muito mais pessoas tivessem acesso a esse elemento visual.
A utilização em sala de aula tanto na apresentação das imagens quanto na
produção, fornecendo ao indivíduo um processo de conscientização visual
instrumento de inclusão no quadro social visto que essa tecnologia digital está muito
presente na sociedade de modo geral. Ainda para Gatti e Inácio (2005) a sociedade
é saturada por imagens e a escola deve sistematizar conhecimentos como forma de
garantir que o indivíduo tenha experiências explorando sua subjetividade por meio
de atividades produzidas com fotografia.
A proposta da utilização da fotografia implicará na releitura de uma pintura,
resultado de pesquisa histórica e análise da imagem e a ser reproduzida. Nesta
atividade o aluno poderá refletir sobre sua subjetividade, capacidade criadora e
revelar por meio da composição fotográfica sua visão de mundo.
Portanto, a leitura de imagem como uma atividade subjetiva
compromissada com a experiência racional e sensível de tomada de
consciência do mundo deve ser uma conquista e, assim sendo, exige uma
educação estética do olhar (SOUZA, 2003, p.73).
Considerado a relação que atual os alunos tem com a as imagens
fotográficas, desde muito cedo, a escola precisa avaliar a inclusão da fotografia em
38
seu currículo, procurando compreender qual a melhor forma de incluí-la na prática
pedagógica.
39
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação básica está diante de um grande desafio que é despertar o
interesse dos educandos para a aprendizagem. Pais, escolas, educandos e
comunidade devem estar interligados e são co-responsáveis por este processo de
aprendizagem.
Dentro de um mundo contextualizado e globalizado a disciplina de Arte surge
como componente curricular importante para estimular e desenvolver habilidades,
aproximando alunos da realidade, utilizando as novas tecnologias de informação e
comunicação disponíveis.
A tecnologia traz vários benefícios para o ambiente educacional; a
implementação do computador, da internet e dos diversos programas que estão à
disposição na escola amplia o campo de pesquisa sobre arte e favorece a prática do
ensino de Arte, de maneira que a tecnologia não substitui o professor ou o livro de
Arte, mas deve contribuir e diversificar sua prática.
Infelizmente, uma grande parte dos professores e funcionários da escola não
está familiarizada com as novas tecnologias. A carência de equipamentos, softwares
e formação adequada principalmente nas escolas públicas prejudica o conhecimento
proporcionado pela Tecnologia Educacional.
Mas, há uma crescente preocupação dos professores em se adequarem aos
avanços da tecnologia que nos últimos anos está cada vez mais presente no
cotidiano e no âmbito educacional. Quando a utilização destes programas se
tornarem possível, o professor terá em mãos uma riqueza de ferramentas que
podem ser usadas nas práticas pedagógicas; o educando passará a ser produtor e
criador de arte.
É importante ter em mente e ressaltar que os equipamentos tecnológicos são
inventados, reinventados e transformados com muita rapidez, e em processo
contínuo. Portanto, nesta monografia não se propõem novas fórmulas ou encerra-se
o tema. Ao contrário, espera-se que a mesma possa contribuir para que professores
conheçam e se integrem a nova realidade mundial de comunicação.
40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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44
ANEXOS
45
Anexo 1: imagens de programas computacionais que podem ser utilizados nas aulas
de Artes Visuais. Em sequência: Power Point, Tux Paint e Movie Maker.
http://1.bp.blogspot.com/_9JZia5rEwLI/TIDjs6B7RnI/AAAAAAAAAD4/40EBae5CPps/s1600/inserindo+
imagem1.png, Acesso em 28/05/11.
http://penta3.ufrgs.br/PEAD/tutoriais/tuxpaint/tutorial_tuxpaint.pdf. Acesso em: 01/05/11.
46
http://witnessthis.files.wordpress.com/2009/03/movie_maker.jpg, Acesso em: 19/05/11.
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