ConVisão
ANO 1 - Número 2 - JUNHO de 2005
R$ 7,00
Vinho, magia
e sedução
Desde os tempos antigos, o vinho está associado
à sedução, à privação de sentidos prazerosa e
desejada que acometia os casais. Os gregos
tinham um deus para justificar esses excessos, e,
quando alguém cometia loucuras em nome do
amor, diziam que era culpa de Dionísio, o deus da
orgia e do vinho.
Página 14
A cara do vinho na
Expovinis 2005
Guia:
Restaurantes, bares,
locais, cursos e
eventos em que vinhos
e bebidas estão em
destaque - 16 a 19
Bate-papo
Ciro Lilla
A feira Expovinis Brasil
2005 reuniu no mês de
maio em São Paulo consumidores de vinhos,
estudantes e profissionais no maior evento
internacional do setor na
América Latina. Segundo a organizadora Exponor, cerca de 12 mil pessoas visitaram os
190 expositores.
Página 8
Nesta Edição
Sócio-diretor da Mistral Importadora
e vice-presidente da Abrabe
Pág. 7 - Vinhos
Ciro pensa que é hora de estimular o consumo de
vinhos no país, e isso só será possível com a sua
democratização. É preciso descomplicar o vinho, e
não apenas associá-lo com ocasiões especiais ou
imagens de riqueza.
Página 4
Pág. 13 - Roteiro
Tour Mistral do Novo Mundo
Dia dos Namorados temperados
Pág. 15 - Cervejas
Cerveja em temperatura ambiente
2
JUNHO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Entre aspas
Editorial
ANO 1 - Nº 2 JUNHO de 2005
Democrático e
prazeroso caminho
"Enormíssimos parabéns!
Finalmente, uma notícia realmente
saborosa",
Marcos de Sousa, Mandarim
Comunicação
Lembro-me muito bem, já se vão alguns anos, quando
durante uma palestra utilizei pela primeira vez a expressão
"precisamos tirar a gravata do vinho". A reação dos ouvintes
naquele dia, e de outros tantos com quem tive a oportunidade
de falar um pouco sobre essa bebida "dos Deuses", me fez acreditar que estava no caminho certo.
Para minha surpresa e ratificando o já que pensava,
foi exatamente esta a expressão utilizada pelo Regis (com quem
divido a editoria deste jornal) quando nos encontramos pela
primeira vez para falar sobre o Jornal Vinho & Cia. Desde
então, nosso mote estava definido.
Seguindo essa linha, "desenhamos" o projeto do jornal.
Primeiro, precisávamos saber exatamente para quem iríamos
escrever, depois, o que o nosso leitor gostaria de ler, ver e
saber. Começamos a pensar em quem iria escrever nossas colunas, e, aí, uma surpresa: profissionais do vinho, da gastronomia, do charuto, enófilos ou simplesmente bebedores apreciadores das coisas boas da vida, viram no Jornal Vinho & Cia um
espaço aberto, sem preconceitos, onde poderiam dar asas à
imaginação, onde poderiam chamar o vinho de você.
Pois bem, aqui estamos em nossa segunda edição, acreditando ser este, senão o mais fácil, mas com certeza o mais democrático e prazeroso caminho.
O pré-lançamento ocorrido na Expovinis, maior feira de
vinhos da América Latina, e o lançamento oficial no Café
Journal, em Moema, serviram para comprovar tudo o que dissemos até agora. Recebemos cartas, telegramas, e-mails, cartões e flores dos mais diversos setores, dos profissionais aos
bebedores descontraídos e de bom gosto, nossos principais leitores. Todos queriam, de alguma forma, nos mostrar que viemos para preencher uma lacuna no setor dos veículos de comunicação que abordam os vinhos, a gastronomia, o turismo e
outros produtos diferenciados, como temas principais.
Obrigado, em nome de toda a equipe do jornal, pelo apoio e
incentivo. Um agradecimento especial aos que acreditaram no
nosso projeto, quando ele era ainda um pequeno embrião, e
que nos possibilitaram a viabilização do mesmo.
Estaremos sempre abertos a comentários
e sugestões, e contamos com você, leitor, para nos ajudar a tirar a gravata
do vinho e desfrutar o lado descontraído da vida.
Forte abraço e até a próxima!
"Nossos votos de muito sucesso!",
Cecília e José Paulo Schiffini, do
Rio de Janeiro
Lauro Carvalho, editor junto
com Regis Gehlen Oliveira
"Parabéns a todos pelo lançamento
do Jornal Vinho & Cia, uma
proposta muito interessante na
divulgação desta bebida que nos
cativa, principalmente por ser tão
rica e heterogênea",
Vera Lucia Duarte, diretora do
Restaurante Charpentier e Hotel
Frontenac em Campos do Jordão
"Quem tem em suas relações um
enogastrônomo não precisa de
mais nada, só de boas
empreitadas",
Alberto Mutti de Oliveira,
engenheiro civil, ex-funcionário de
empreiteira
Boa sorte na nova empreitada! Se
tiver coca-cola também..."
Eduardo Schumann, analista,
bebedor de coca-cola
"O vinho estimula os sentidos,
desperta o paladar, a mente e o
prazer de estar entre amigos",
Andréa Bonamico, Grand Cru
Importadora
"Aproveitamos para louvar a
iniciativa da publicação, desejando
longa e próspera vida a Vinho &
Cia",
Giovani Capra, assessoria de
imprensa do Ibravin
"Boa sorte e meus cumprimentos
pela iniciativa. Realmente, o
Mundo do Vinho é um assunto
interessante, apaixonante e
delicioso!",
Lauro Bastos, Illy Café
"Parabéns pelo novo
empreendimento. Temos certeza
que terá colaboração importante
na divulgação do mundo do vinho",
Germán Garfinkel & Javier
Ruaro, Bodega de los Andes
"Em primeiro lugar parabéns pelo
projeto! É uma pena que não
tivemos oportunidade de conversar
mais durante a feira (Expovinis),
mas mesmo assim dei uma lida no
jornal e achei fantástico.
Precisávamos mesmo de algo do
gênero",
Lis Cleto Cereja, Morandé Brasil
"Parabéns a toda a equipe do
jornal Vinho & Cia. É através de
instrumentos deste porte que o
vinho no Brasil passa a ser cada
vez mais divulgado, contribuindo
assim para o aumento do consumo
da bebida (alimento) de Bacco
entre os brasileiros",
Messina Palmeira Dias, presidente
da Confraria das Amigas do Vinho
da Paraíba
"Gostei bastante do que recebi
como pré-lançamento, na
Expovinis. Faço votos que
continuem adotando o traje ‘sem
gravata’, do qual não abro mão,
até por respeito ao lado ‘sem
frescura’ e democrático do vinho",
Paulo Brejon
"Ficamos muito felizes com essa
novidade! Desejamos à equipe do
Vinho & Cia muito sucesso e
felicidades",
Renata e Henrique Schumann,
dos Estados Unidos
"Quero parabenizá-los pelo
sucesso do Jornal Vinho & Cia.
Desejo muito sucesso e muitos
exemplares. Muito boa essa do
Beto são-paulino!",
Sandra Alves, Best Wine
Importadora
"Gostaríamos de parabenizar a
todos e desejar todo sucesso para
essa nova empreitada muito bemvinda em nosso mundo do vinho",
Neimar Godinho, Sulvin Vinhos
"Sucesso!",
Ângela Mochi, Wine Company
Importadora
"Parabéns pela iniciativa!",
Rodrigo D’Ávila Mariano,
advogado
EDITORES
Lauro Pimentel Carvalho
Regis Gehlen Oliveira
PUBLICAÇÃO
ConVisão
Al. Araguaia, 933, 8o. andar
Alphaville
06455-000, Barueri - SP
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REDAÇÃO
Adriana Bonilha Oliveira
Denise Cavalcante
COLUNISTAS
Adalberto Piotto
Beto Acherboim
Cesar Adames
Sergio Inglez de Souza
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DIAGRAMAÇÃO
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IMPRESSÃO
Gráfica da Folha de S. Paulo
O Jornal Vinho & Cia é uma publicação da
ConVisão dirigida ao segmento de enogastronomia. Circula principalmente na Grande
São Paulo para público leitor selecionado,
determinado especificamente pelo interesse
no assunto. Seu conteúdo é descontraído,
abrangendo o mundo do vinho e suas relações com o lado gostoso da vida, por meio
de linguagem fácil e inteligente, com textos
únicos e compromissados com o leitor e o
segmento.
Os artigos e comentários assinados não
refletem necessariamente a opinião do
Jornal.
A menção de qualquer nome neste Jornal
não implica necessariamente em relação trabalhista ou vínculo contratual remunerado.
Jornal
Vinho & Cia
JUNHO de 2005
Bate-papo
"Por ter morado seis anos
na França, criei o hábito do
consumo de vinhos e me
apaixonei pelo tema. Para
minhas compras analiso os
catálogos das importadoras
e procuro avaliar a
qualidade e o preço. Acho
que existem coisas boas
para se tomar até a 20
reais. Acho importante tirar
o ar de afetação do vinho,
sou a favor do vinho sem
frescura",
JOSÉ ANÍBAL, vereador,
57 anos
Como é a sua
relação com
o mundo do
vinho
?
"Tenho o hábito do vinho
há dois anos e meio, e
sigo as dicas do meu
namorado e dos amigos
para fazer as compras.
Consumo em casa e em
restaurantes",
SILVANA FONTOLAN,
gerente de vendas
"Gosto de vinhos e
consumo há 25 anos,
fazendo minhas compras
em lojas especializadas,
importadoras e um pouco
em supermercado. Para
escolher, sigo a relação
qualidade-preço, com
base em informações de
amigos e da ABS",
SERGIO DA SILVA JR.,
consultor de tecnologia
da informação, 49 anos
"Curto o assunto há um
ano. Estou cursando a ABS
para aprender mais. Hoje
tenho o hábito de beber
vinhos em casa e em
restaurantes, comprando
em lojas especializadas e
nas importadoras após
provar o vinho e gostar do
custo-benefício. Mantenho
de 5 a 10 garrafas em
casa",
VIVIAN MATTOS,
empresária de
restaurantes, 24 anos
3
4
JUNHO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Bate-papo
Ciro Lilla
Sócio-diretor da Mistral Importadora
e vice-presidente da Abrabe
Associação Brasileira de Bebidas
Vestido com roupa esporte, calça, camisa e tênis, numa terça-feira comercial, Ciro
Lilla, recebeu no seu escritório em São Paulo os editores do Jornal Vinho & Cia, Lauro
Carvalho e Regis Gehlen Oliveira. Ciro, um dos mais bem-sucedidos empresários do
setor, pensa que é hora de estimular o consumo de vinhos no país, e isso só será possível com a sua democratização. É preciso descomplicar o vinho, e não apenas associá-lo com ocasiões especiais ou imagens de riqueza.
Jornal Vinho & Cia: Como está
o consumo de vinhos no país?
V&Cia: Há movimento
Brasil para isso?
Ciro Lilla: O interesse pelo vinho
no Brasil nunca foi tão grande,
mas há anos o consumo em
número de litros não cresce e por
habitante é baixo em comparação
a outros países. Falta poder aquisitivo da população e divulgação.
Ciro: Tramita no congresso um
projeto do senador Pedro Simon
para classificar o vinho como alimento.
V&Cia: E o
influencia?
governo
não
Ciro: Eu sou representante da
Abrabe na Câmara Setorial do
Governo. Nós estamos com um
movimento pela alteração da relação com o mundo do vinho. Por
exemplo, a burocracia afeta muito
o vinho de qualidade, do pequeno
produtor, que interessa exportar,
impondo dificuldades. Para a
importação de vinhos de alto
valor em pequena quantidade,
pesa a exigência de duas garrafas para análise.
V&Cia: E os impostos?
Ciro: A carga de impostos sobre
o vinho nacional é de 42%. Sobre
o importado, além disso, incide
27% de imposto de importação e
os custos de portos, que não são
baratos. Em São Paulo a alíquota
de ICMS para vinho é de 25% e
para cachaça, de 18%. Em
alguns lugares do mundo, a alíquota para vinho é equivalente à
de alimento.
no
V&Cia: E como vai o mercado?
Ciro: O mercado é difícil. Hoje
há cerca de 600 importadores.
Lojas em geral têm dificuldades
de acomodar a sua margem e a
das importadoras. Observem
quantas importadoras e lojas
fecharam nos últimos anos.
Felizmente a Mistral está numa
fase boa.
V&Cia: E qual a receita do
sucesso da Mistral?
Ciro: Em primeiro lugar a paixão
pelo vinho. Eu fui o primeiro presidente da ABS-SP e diretor de
degustação da SBAV. Quando
assumimos a Mistral, há 13 anos,
eu pensava num negócio pequeno, que não desse muito trabalho. Eu sou engenheiro mecânico
e tenho negócios na área de
máquinas.
V&Cia: Porém a paixão envolveu?
Ciro: Sim. E percebi desejos não
atendidos. Por exemplo, quando
entramos no mercado não havia
catálogos explicativos.
V&Cia: E a seleção dos vinhos?
Ciro: Eu escolho cerca de 80%
dos vinhos da Mistral. Por sorte,
acho que tenho um paladar universal. Quando eu gosto de um
vinho, a maioria gosta. E temos
um critério de qualidade. Para
atender bem, até importamos
poucas caixas de um vinho bom,
mesmo sabendo que dá o mesmo
trabalho que importar em grande
escala. Além disso, temos uma
filosofia de respeito ao cliente.
V&Cia: E quanto aos produtores?
Ciro: Quando eu conheci o
Catena, por exemplo, no primeiro
gole eu perguntei se eles tinham
importadora. E fechamos contrato
na hora. Assim foi com o Telmo
Rodrigues e outros produtores.
Também nos preocupamos com a
ética, antes de qualquer acerto.
V&Cia: Falemos em críticos.
Foi você quem criou o termo
'Mal de Parkerson', não é, sobre
as conseqüências das avaliações do Robert Parker?
Ciro: Sim. A idéia era chamar a
atenção para o fenômeno. O lado
ruim do Parker é que ele é praticamente único. Isso leva a uma
padronização de produção no
mercado, em razão da indústria
querer produzir vinhos com características que levem à boa pon-
tuação. Mas também há o lado
bom do Parker. Certos produtores
estavam muito acomodados e
vivendo apenas da fama.
V&Cia: Mas não é meio estranho transformar prazer em uma
nota, 88, 92...?
Ciro: Tenho um amigo no mercado que diz que vinho com pontuação maior do que 85 ele não consegue vender por ficar caro. E
vinho com mais de 90 ele não consegue comprar para vender. Assim
é complicado. Acho também que
provar num dia 200 vinhos e rotular que o vinho 7 e o 154 têm nota
89, por exemplo, não é lógico.
Ignorar vinhos de alguns bons países, como Portugal, não é bom.
Os vinhos do Brasil ele também
não conhece. Em resumo, crítica é
bom, mas grande influência, não.
V&Cia: Falando sobre nós... O
que você acha do nível do
nosso serviço de vinhos?
Ciro: Hoje temos um dos melhores serviços de vinho do mundo.
Lembro-me de um fato pitoresco
há uns 10 anos, em que num restaurante novo eu queria comentar
um item de uma boa carta de
vinhos. Chamei o maitre e perguntei-lhe se eles tinham um sommelier. E ele me disse que na carta
não, mas que poderia preparar-me
um. Risos de lado, isso é coisa do
passado.
V&Cia: Por que não temos
maior oferta de vinhos em taça?
Ciro: Não sei dizer. Isso é um
paraíso para quem gosta, mas há
poucas ofertas, e em geral apenas de vinhos muito simples.
V&Cia: E a qualidade do vinho
nacional hoje?
Ciro: A qualidade está evoluindo
bem. O espumante na Serra
Gaúcha é ótimo. Falta incentivar o
consumo e comunicar amplamente. Alguns vinhos podem ser referência, mas na minha opinião a
indústria nacional deveria investir
no vinho econômico, de bom
custo-benefício. E nota-se que
hoje há tendência de união dos
produtores. Uma linha possível é
a exportação. Em função dos
impostos, talvez seja mais fácil
tomar vinho brasileiro na Rússia
do que aqui.
V&Cia: E o que mais é preciso
fazer para desenvolver o consumo de vinhos no país?
Ciro: Descomplicar. Fazer o que
estamos fazendo aqui, descontrair. Precisamos mudar a imagem
do vinho. Mostrar pessoas simples bebendo informalmente. Na
publicidade e nas novelas só
vemos o vinho associado com
ocasiões especiais, suntuosidade,
mulheres maravilhosas. E o dia-adia?
Jornal
Vinho & Cia
JUNHO de 2005
5
Painel
Brasil X Argentina 1
A cadeia produtiva da uva e
do vinho do Brasil propôs à
indústria vinícola da Argentina
uma parceria pela ampliação
do mercado nacional em troca
da regulamentação da entrada
de vinhos deles em nosso
país. No Brasil há anos o consumo anual é em torno de 1,8
litros por habitante e na
Argentina, de 30.
Brasil X Argentina 2
A proposição da indústria
brasileira é limitar a entrada do
produto argentino no país nos
patamares de 2003 (6 milhões
de litros, contra 11,2 milhões
em 2004 e 20 milhões projetados para 2005) e aumentar
progressivamente à medida
do crescimento de mercado. A
indústria propõe também a
importação de produtos com
preço mínimo de US$15 a
caixa de 12, tendo como contrapartida o livre comércio
para caixas com valor acima
de US$40.
Brasil X Argentina 3
Um dos argumentos da
indústria brasileira é que o
vinho barato argentino, que
concorre com a maior parte da
nossa produção, pode comprometer a sua imagem aqui,
à semelhança do fenômeno
garrafa azul alemão. E mais, o
volume dessa faixa de vinho
direcionada ao Brasil seria
pequeno em relação à produção Argentina.
Brasil X Argentina 4
A Associação Brasileira de
ADALBERTO PIOTTO
Beber e ter prazer, só isso.
u juro que beber vinho é melhor que
não beber. A afirmação parece óbvia,
eloqüente e direta. Pode ser... mas, há
sempre um "mas", as coisas podem se
estender em seus significados.
Vejamos: se eu disser que beber cerveja é melhor
que não beber, todo mundo que gosta de cerveja há
de concordar. Simples. Não há nenhuma equação
nisso nem raiz quadrada pra resolver. O detalhe é
que, se eu gritar pra uma multidão que beber vinho
é melhor que não beber, um grupo grande, eu imagino, vai concordar. Mais que isso é se eu fizer a
mesma pergunta e trocar vinho por cerveja, um
grupo enorme, muito maior que o anterior, vai responder – afirmativamente – fazendo "ola". E dá-lhe
festa!
A comparação é ofensiva à bebida milenar?
Trata-se de uma campanha pró ou contra a alquimia dos alemães?Acalme-se. Eu quero ir além de
uma resposta ‘sim’ ou ‘não’.
Primeiramente, permita-me explicar o fenômeno das reações diferentes: cerveja não exige carteirinha de enófilo (que palavrinha mais feia essa,
não? Apreciador de vinho merecia tratamento
semântico mais simpático pra algo tão nobre), de
bebedor especialista ou qualquer coisa que o valha
pra que uma garrafa seja aberta. O sujeito vai lá,
abre, brinda, bebe e comemora. Pronto! Ganhou o
dia e fez a festa dele, deles, dela ou delas. O que
interessa dizer é que quem abriu a garrafa não precisou de cerimônia nem se sentiu acanhado pra
começar a festejar com a bebida.
Agora, pense comigo: se alguém propuser algo
semelhante – até mais "respeitoso" – com uma garrafa de vinho, vai aparecer um sujeito chatinho lá
do canto com uma conversa mole de que está se
abrindo um vinho, que precisa saber qual é a comida, que se deveria ter cheirado a rolha, verificado
a safra, perguntado sobre as taças, a temperatura,
a pressão atmosférica, a distância do sol, a conjunção lunar e outras coisas. Vai, dependendo do
público, assustar mais que juntar pessoas em volta
da sempre bela, sedutora e reveladora garrafa de
um bom vinho.
Acerta ou erra com tantos cuidados? Depende.
No caso, fez-se parecer um chato que faz gol contra
aos 45 minutos do segundo tempo. Pode ser pior?
Não restam dúvidas que vinho e cerveja requerem exigências diferentes. São bebidas distintas, de
origem diversa, de manufatura cada qual a seu
modo. Eu mesmo sou a cara da minha própria contradição. Critico o cerimonial, mas também sou,
vez ou outra, um tanto cerimonioso na hora de
E
tomar uma boa garrafa. Por razões claras, afinal a
bebida pede esse comportamento. Daí, o que
importa é responder o básico do jornalismo: o que,
quem, quando, como, onde e por que. E identificar
o público não significa ter preconceitos e dar a esse
algo melhor que àquele.
Não é preciso dizer que, como jornalista, vivo de
duvidar das certezas. Eu explico: impressionou-me,
dias atrás, a felicidade de um grupo de pessoas
num bar tomando vinho. Bisbilhotei a garrafa e
não era nenhum grand cru classé, embora honesto.
A comida arrepiaria os harmonizadores mais exigentes. Estavam numa mesa em que outros tomavam caipirinha, suco de laranja. Mesmo assim,
apesar da diversidade, os tomadores de vinho da
mesa ao lado estavam na base do hip, hip, hurra!
de felicidade. Nada os incomodava. Nenhuma
regra seguida ou agredida fazia diferença naquela
hora. Assim, desse jeito, eles estavam bebendo
vinho, se divertindo e comemorando. Pronto! "Ola"
pra eles, também.
Com esse caso prático em mãos, eu me pergunto: será que esse mundinho do vinho não impõe
muita obrigação na hora que alguém quer beber
vinho? Só isso. Beber e ser feliz.
Embora seja saudável, bom pro coração, tenha
substâncias anti-oxidantes, etc., bebe-se pouco
vinho nesse país. Poder aquisitivo, clima e falta de
hábito – uma cultura específica, no caso – são
apontados como razão pra isso. E é sobre essa cultura que discuto. Quem acaba de entrar no time
não pode ser pra bater pênalti. Daí, é preciso dar
ao iniciante exigências de iniciante. Deixemos com
que ele faça ao modo como se sentir melhor.
Afinal, o vinho, naturalmente, vai fazer alguém
apurar seu paladar. Vai fazer com que essa pessoa
comece a ser mais exigente. Talvez, em pouco
tempo, ela comece a querer "comer" a cor do vinho,
os aromas, as lágrimas que escorrem pelo copo. Vai
fazer do vinho a bebida elegante que é e que requisita alguns cuidados. Mas se fizer isso aos poucos,
vai sempre estar aberto a beber sem compromisso
também e, o melhor, sem culpa. Ou seja, se pegarmos leve com o "juvenil", ele continua no time. Se
não, vai voltar a querer jogar botão.
Em tempo: eu não abro mão de uma boa cerveja com ou sem cerimônia. O mesmo faço com
vinhos... sem preconceito, e estou muito bem assim.
Falamo-nos.
Adalberto Piotto é jornalista, âncora da Rádio CBN
[email protected]
6
JUNHO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Clima descontraído
marca o lançamento
do Jornal Vinho & Cia
Sob o lema "O lado descontraído da
vida", os editores Lauro Carvalho e Regis
Gehlen Oliveira promoveram o
lançamento do Jornal Vinho & Cia no
último dia 16 de maio, segunda-feira.
O evento no Café Journal, no bairro de
Moema em São Paulo, contou com a
participação de aproximadamente 200
convidados, entre profissionais do mundo
do vinho, leitores e apreciadores da
bebida.
O Jornal fora pré-lançado na Expovinis,
maior feira do setor na América Latina,
realizada em São Paulo entre os dias 3 e
5 de maio. Na feira, a equipe do Vinho &
Cia instalou-se em um estande próximo
às vinícolas nacionais. A aceitação do
veículo de comunicação foi grande, e sua
tiragem de 10 mil exemplares foi
praticamente esgotada.
No Café Journal, de Denis Rezende,
em tom de combinação com a decoração
do local, foi preparado pela Luciana do
marketing um clima bem informal, com
espaço amplo para a apreciação do
coquetel. Segundo os editores, "a idéia foi
tirar a gravata do vinho".
Regis Gehlen Oliveira disse que o "&
Cia" reflete a proposta editorial do jornal,
dirigido à enogastronomia e às bebidas
diferenciadas. "Temos entrevistas, notícias
de última hora, produtos, programação,
roteiro, turismo, agito, arte, cultura, gente
e muita diversão e descontração".
Lauro Carvalho afirmou que "somos
jornal, impresso pela melhor e maior
gráfica do país, a da Folha de S. Paulo, e
não queremos ser revista". E completou:
"alguns de nossos diferenciais são a
agilidade de publicar notícias e peças de
publicidade, além do formato mais
econômico".
4
5
6
7
8
1 - Da esquerda para a direita, a equipe: Sérgio Inglez de Souza profundo conhecedor de vinhos nacionais, lançando novo livro,
Beto Acherboim - são-paulino e enófilo, Walter Tommasi - artista
plástico e enófilo, Lauro Carvalho (editor) - quase carioca, enófilo e
consultor enogastronômico, Adalberto Piotto - jornalista-âncora da
Rádio CBN, Cesar Adames (atrás) - especialista em charutos,
Regis Gehlen Oliveira (editor) - que de vez em quando bebe, fundador
da SBAV de Aldeia da Serra e Alphaville
1
2 - Em pose: Marco Antonio Fernandes (Art des Caves), Fábio Miolo
(Viníciola Miolo), Cezar França (Decanter Importadora) e Carlos Vivi
(Vinho & Cia).
3 - Nelson e Vera Marinho, leitores.
4 - Ana Paula Pagani da Casa do Porto
5 - Ana Paula Adachi (Exponor), Marcelo Celentano (Marimpex),
Lívia Fonseca (Exponor).
6 - Rodrigo Lucindo (Larousse), Fabíola Menegasso (publicidade do
Vinho & Cia), Cristiano Alves (Wal-Mart).
7 - Denis Rezende, Lauro Carvalho e Mariana Valentini do Café
Journal.
2
3
8 - Sissi Siebert da Qualimpor - Herdade do Esporão
Jornal
Vinho & Cia
JUNHO de 2005
Tour Mistral do Novo Mundo
revela oportunidades de
bom custo-benefício
Em seqüência aos Encontros promovidos pela Mistral
Importadora em 2003 e 2004,
o Tour do Novo Mundo foi realizado em formato semelhante
a uma grande degustação. A
idéia anterior era possibilitar o
contato pessoal com vários
produtores de países representados pela Mistral, e nesse
ano o objetivo principal foi o
contato com os vinhos nãoeuropeus.
Os editores do Jornal Vinho
& Cia, Lauro Carvalho e Regis
Gehlen Oliveira, provaram
muitos vinhos no evento e fizeram seleções pessoais, considerando o conceito de novidades e da boa relação custobenefício. "O difícil foi selecionar alguns rótulos no meio de
tantos exemplares de qualidade", comentaram os editores.
7
SÉRGIO INGLEZ DE SOUZA
O lado feminino do vinho
homem, gênero masculino, sempre se
se tomar cognac. Coisas dos governos autoritários.
beneficiou do Homem, raça humana. O
No Brasil, ao invés de seios, bebemos em cada taça
Homem descobriu o fogo, o Homem
de vinho nacional 42 % de amargos impostos...
desenvolveu a roda... E o homem invenSeios à parte, as mulheres também emprestaram
tou a sociedade machista! Felizmente isso não
capacidade, sensibilidade e competência, como tesimpediu que a mulher sempre estivesse no centro
temunham os feitos das três bravas viúvas francedos principais acontecimentos.
sas.
A descoberta do vinho é uma grande incógnita
Nicole-Barbe Clicquot aos 27 anos perdeu o
perdida na poeira dos tempos. Mas, com uma pitamarido e, ainda guardando luto, arregaçou as manda de bom senso, podemos afirmar que quem o fez
gas e reergueu o negócio da família, batizando o seu
foi a mulher. Na faina diária de sustentar a vida
champagne de Veuve Clicquot Ponsardin. Acreditamansa dos folgados companheiros, respondendo
se que foi ela quem desenvolveu a técnica da remuapela alimentação da prole, deve ter ocorrido acige e inventou os pupitre, estrutura onde as garrafas
NOVO MUNDO. O Tour da
dentalmente a descoberta do vinho. Cachos de uvas
de espumante são apoiadas durante o processo de
Mistral ofereceu a
esquecidos numa jarra fermentaram no primeiro
separação de sedimentos formados pelas leveduras
oportunidade de
vinho!
mortas.
degustação de vinhos da
O homem adorou a descoberta feminina e o adoMadame Lily Bollinger, que durante a época da
África do Sul, Argentina,
tou. Como dominador do
ocupação alemã na
Austrália, Chile, Estados
mundo, na cara de pau,
França, sem gasolina,
colocou quem o descobriu
batia estrada a pé ou
Unidos, Nova Zelândia e
os gregos...
para serví-lo com todas as
pedalando para acompaUruguai.
escolheram moldar
pompas. No Egito os bannhar a produção em seus
as taças nos seios
quetes eram fartamente
vinhedos, deu verdadeira
regados
a
vinho,
servido
bicicleta nas adversidades
da mulher mais
Seleção do Regis
por mulheres com vestes
históricas e desenvolveu o
formosa da Grécia:
transparentes e carreganchampagne
Bollinger
África do Sul
Helena de Tróia
- Produtor Beyerskloof, tinto Pinotage
do símbolos de amor. Na
Tradition RD (recent
2003 (R$41), ótimo couro
Grécia, o conjunto vinho,
dégourgement), um estilo
- Guardian Peak SMG 2002 (R$96),
amor e sexo ficou mais
de fineza, cremosidade,
complexo e equilibrado
explícito,
e
as
mulheres
serviam
vinho
inteiramente
aromas
e
sabores,
tudo
resultante
de uma autólise
Argentina
nuas.
(manter
o
espumante
com
as
borras,
antes do
- Catena Malbec 2002 (R$60),
Mas também havia regras rigorosas para o trato
dégourgement) mínima de oito anos.
muito agradável
Austrália
do néctar das uvas. Na Babilônia, mulheres religioVeuve Pommery, embora menos famosa, assumiu
- Penfolds Koonunga Hill
sas eram condenadas à fogueira se ousassem
os negócios após perder o marido em 1858, lançanShiraz/Cab Sauv 2002 (R$61),
comercializar vinho, enquanto que as taberneiras
do-se à tarefa de promover exportações dos seus
brilhante custo-benefício
eram
afogadas
se
colocassem
água
para
aumentar
champagnes. Nessa tarefa, comandou a elaboração
- Penfolds Bin 389 Cab Sauv/Shiraz
o seu volume.
do primeiro champagne brut em 1874, chamado na
1998 (R$132), violento, intenso, divino
Das
diversas
formas
de
sorvê-lo
nas
liberadas
época de Pommery Nature. Seu nome só foi adota- Rosemount Diamond Shiraz 2002
reuniões masculinas, uma delas inspirou aos gregos
do em um dos espumantes da casa, o Louise
(R$52), final magnífico
- Rosemount GSM 2001 (R$123),
quando estes resolveram criar uma taça especial
Pommery.
ótimo mentolado
para o serviço do vinho. Por comparação com a
A participação feminina alcança nossos dias
- Wynns Shiraz 2001 (R$83),
prática, entenderam que a melhor taça teria formacom expressão importante e generalizada pelas
lembranças de groselha
to de seios femininos. Para não cometer enganos,
múltiplas províncias vitivinícolas do mundo. Seria
Chile
taças-0.0nos
seios
da8.336
mulher
continuar
narrando
novas4671
sagas
indefiniTD(n)Tj0.4671 0 moldar
TD(t(u)Tj0.4as
77z6979
15 TD01
0 TD0.
-1.2667 TD0.0cansativo
228 Tw-é 0 TD0.
8.336 -1.ranças
de groseTD(u)Tj0.
0 TA(n)Tj0.
4671 2 TD(t(u)TjAD
- Casa Lapos7 0 TD(kTD0 Tc(3)Tj2 Tr0.454iTD0 Tc(P)Tj2 TrTD(lembranças de groseTD(u)Tj0.4671 0escolheram
mais formosa da Grécia: Helena de Tróia. Talvez
damente. Mas, como bom amigo dos leitores, propor esse motivo a Grécia tenha sido o seio da demometo voltar ao assunto com as enólogas do mundo
cracia!
afora e, como não, das maravilhosas e competentes
Muitas vindimas mais tarde, uma rainha francewinemakers brasileiras.
sa, Antonieta, não aceitando ficar por baixo (pelo
menos nesse particular), ordenou que se moldassem
Sérgio Inglez de Souza é enófilo, colunista e escritor
[email protected]
taças em seus exuberantes seios, gerando a taça de
O
“
”
8
JUNHO de 2005
Jornal
Vinhos
A cara do vinho brasileiro
Muitas oportunidades
de vinhos e 12 mil
pessoas na Expovinis
Por Regis Gehlen Oliveira
A feira Expovinis Brasil
2005 reuniu no mês de
maio em São Paulo consumidores de vinhos, estudantes e profissionais no maior
evento internacional do
setor na América Latina.
Segundo a organizadora
Exponor, cerca de 12 mil
pessoas puderam conhecer
190 expositores, representando cerca de 500 vinícolas do Brasil e de vários
Vinho & Cia
ESTANDE DE VINHO & CIA,
com editores, colunistas e convidados.
outros países, entre os
quais África do Sul,
Argentina, Austrália, Chile,
Espanha, França, EUA,
Itália,
Portugal,
Nova
Zelândia e Uruguai. A feira
abrangeu também a exposição de equipamentos, serviços e acessórios para o
vinho, como cristais, adegas climatizadas, produtos
para vitivinicultura e outros.
A contabilidade do evento
aponta que em três dias
foram abertas aproximadamente 15 mil garrafas de
vinho. Foi uma oportunidade muito interessante para
bate-papo, conhecimento e
confraternização
entre
todos.
O Jornal Vinho & Cia
esteve presente com um
estande no evento, marcando o seu pré-lançamento. A
sua equipe, de modo bem
descontraído, pôde manter
contato com o mundo do
vinho e observar profissionais e interessados. Muitas
Segundo o colunista do Jornal Vinho & Cia Sérgio Inglez de Souza,
na Expovinis 2004 "o vinho brasileiro esteve humildemente representado por 6 vinícolas, cujos estandes ficaram dissolvidos e perdidos
entre as muitas dezenas de marcas importadas". Nesse ano, observada uma retração na participação do vinho nacional no mercado brasileiro de vinhos finos, foi coordenada a formação da Frente do Vinho
Brasileiro, visando participação em bloco e impacto de visibilidade.
Sérgio disse que com 26 vinícolas brasileiras e entidades afins
"tivemos uma grande área só para as vinícolas nacionais e um chamamento importante da mídia e do público". Participaram, pela primeira vez em feiras nacionais algumas vinícolas nordestinas, catarinenses e, mesmo, gaúchas. De acordo com Sérgio, "a Frente continua
ativada e vai aparecer em outros eventos ou acontecimentos relevantes".
Comentamos nesta matéria alguns produtores nacionais que não
estiveram no 2o Circuito de Vinhos do Brasil, apresentado na última
página do Jornal, onde participaram também Aurora, Casa Valduga,
Miolo, Pizzato e Salton. Estes produtores estiveram com estandes com
muito movimento na Expovinis.
Mônica Rossete, jovem enóloga da Lidio Carraro, trouxe o seu
conceito de "vinho de boutique", com produção visando características únicas. Com qualidade e ótimo design dos rótulos, o Merlot e o
Assemblage Grande Vindima 2002 foram os primeiros vinhos brasileiros disponíveis nas lojas Duty Free de aeroportos.
Marcio Marson desfilou o Espumante Brut, elogiado pela crítica
internacional Jancis Robinson, lançou a linha comemorativa
Famiglia de vinhos de faixa intermediária e fez alarde de um dos tops
nacionais, o magnífico Grande Reserva.
A Piagentini apareceu no cenário de vinhos finos, com alguns
varietais, entre eles um correto Pinotage, motivo de Flávio Piagentini,
grande agitador nos estandes do Expovinis, receber elogios até de
concorrentes.
O enólogo Tiago Dal Pizzol mostrou a linha de vinhos finos da
Monte Reale, a Valdemiz, que inclui um Cabernet Sauvignon com
bonito rótulo.
Giovanni Valduga e Mônica Nunes da Vallontano apresentaram a
linha toda da vinícola, e foi destaque o muito gostoso e trabalhado
Reserva Cabernet Sauvignon 2002.
pessoas passaram pelo
estande e muita conversa
agradável "rolou". Algumas
pediram dicas, como dois
noivos que precisavam de
indicações do que servir no
seu casamento, pois,
novatos em vinho,
estavam confusos
diante de tantas
opções e preços.
A equipe do Jornal
fez uma ampla pesquisa das novidades
e das oportunidades
de rótulos nacionais
VALLONTANO,
PIAGENTINI,
LIDIO CARRARO, AURORA,
e importados. Apre- Mônica Nunes
Flávio Piagentini Mônica Rossete Raphael Sérgio
sentamos na seqüência uma pequeOs Irmãos Molon adocicaram com o premiado vinho licoroso
na amostra, e ressaltamos
Mistela Sinuelo.
que se algum produto ou
Alguns produtores entraram com estandes em bloco. Foi o caso da
alguma empresa não estão
Agavi (reunindo Panizzon, Giacomin, Mioranza e Lona), do Instituto
aqui relacionados não signido Vinho do Vale do São Francisco (com Garziera, Botticelli e outros)
fica qualquer desmerecie de nomes de Santa Catarina (Panceri, GBM e Urussanga).
A conclusão da equipe de Vinho & Cia é que muitos produtores
mento ou falta de atenção,
nacionais elaboram hoje vinhos que merecem sem dúvida ser muito
pois em função da diversibem apreciados, não devem nada a rótulos importados de preços
dade e da quantidade de
equivalentes e em degustações às cegas, livres de preconceitos, certarótulos de qualidade é posmente surpreenderão aos que dizem que não temos técnica e "terroir"
sível abranger apenas um
(solo e clima adequados para a produção).
pouquinho neste espaço.
Jornal
Vinho & Cia
JUNHO de 2005
9
Aromas
Vinalia e Luis Felipe Edwards
O esplêndido toque de café
do vinho top da vinícola Luis
Felipe
Edwards,
Dona
Bernarda 2002 (R$ 160), combinando com cestinha de parmesão, foi destaque em almoço no Vinheria Percussi promovido pela importadora
Vinalia, com a presença do
enólogo da vinícola chilena,
Nicolas Bizzarri. O Cabernet
Sauvignon 2003 da linha Gran
Reserva da Edwards também
está muito gostoso e macio,
com ótimo custo-benefício
(R$68). Vinho & Cia indica
também o Merlot da Linha
Pupilla (R$22). Os vinhos da
vinícola serão lançados oficialmente no Brasil na Fispal.
Orgânicos Perlage no Fulô
O restaurante vegetariano
Fulô está com a proposta de
uma confraria de vinhos orgânicos, em parceria com a
Marimpex, importadora e produtora italiana da marca
Perlage. Em salas rústicas e
pequenas com artesanato brasileiro, o primeiro evento trouxe seqüência de vinhos harmonizando com novos pratos
da casa. Um deles, o amanteigado Perlage Chardonnay
Piave (R$35 na carta) com
agnelloti artesanal orgânico de
gorgonzola e nozes ao molho
de alface e pinólis.
Casa Silva e Emporium Plaza
Uva branca Viognier do chileno Casa Silva Reserva harmonizando espetacularmente
com casquinha de frutos do
mar, limpando o paladar com
seu sabor cítrico. Tinto
Carmenère Casa Silva Gran
Reserva (R$56 no restaurante) acompanhando costelinhas de cordeiro grelhadas.
Essas foram as combinações
do enólogo Mario Geisse, diretor técnico da Casa Silva, em
jantar no Emporium Plaza.
Para abrir o paladar, espumante nacional Cave de
Amadeu, também produto de
Geisse.
Paris Moskow
O recém-inaugurado restaurante franco-russo em São
Paulo tem dois ambientes
numa casa estilizada em
Moema. No térreo, a proposta
é ambientação sofisticada e
no segundo andar, bar com
terraço, mesas ao ar livre e
churrasqueira. A importadora
La Vigne entra com 12 rótulos
na carta, entre eles o argentino e bom branco da uva
Viognier Ampakama Casa
Montes 2004 (R$30 no restaurante), ótimo com salmão e
frutos do mar.
Marselan da Dom Cândido
A Dom Cândido lançou um
vinho 100% de uva Marselan.
A recomendação da vinícola é
a harmonia com pratos elaborados a partir de carnes com
gosto e temperos profundos e
persistentes.
Lançamentos da Marson
Para homenagear os 118
anos no Brasil, a Marson rotulou como Famiglia a nova
linha de vinhos, composta por
um Chardonnay e um
Cabernet Sauvignon – Merlot.
Em 5 gerações a família
adquiriu o conhecimento para
os vinhos, que segundo o
ancestral Antônio Marson
seriam "sinônimo de alegria,
emoção, paciência, honestidade e terroir, e precisariam ser
alegres e demonstrar todas as
características de onde seriam
produzidos". A SBAV-SP fará
uma degustação no dia 14 de
junho com eles.
Aromas e sabores
Em 20 de junho, em
Ipanema no Rio de Janeiro, a
Mauad Editora e a Livraria da
Travessa (21-3205-9002) lançam o livro "110 curiosidades
sobre o mundo dos vinhos
noite adentro com aromas e
sabores", de Euclides Penedo
Borges.
LAURO CARVALHO
Não ao preconceito!
e durante todos esses anos dedicados ao vinho e à gastronomia sempre procurei colocar o prazer como
objetivo principal, confesso que após o lançamento da primeira edição do Jornal Vinho &
Cia tive a certeza de que é exatamente isso
que a maioria das pessoas procura, mas que
nem sempre é o que acontece, por puro preconceito.
No estande do Jornal Vinho & Cia, durante a Expovinis, maior feira de vinhos da
América Latina, conversei com muita gente e
infelizmente percebi algumas pessoas torcendo o nariz, como quem diz "O que esse pessoal
tá querendo, avacalhar com o vinho? E nós,
como é que ficamos? Se essa coisa pega, o
que eu vou fazer com a minha coleção de gravatas exclusivas para beber e falar de vinho?"
Mas felizmente encontrei muita gente contente por saber que terá um veículo sem preconceito e com muito prazer falando de vinhos.
Pois é, o preconceito começa muito antes
de se abrir uma garrafa de vinho. Alegrou-me,
por exemplo, perceber durante a feira a reação das pessoas quando eu entrava em algum
estande e pedia para degustar um vinho rosé.
Após o estado de espanto, quase de choque, o
vinho rosé era servido, e, para minha surpresa, uma boa e longa conversa se desenvolvia
em torno do tema. E olha, degustei alguns
rosés muito interessantes, dignos de qualquer
mesa ou taça.
Outro fato muito curioso e que aconteceu
com freqüência, era quando algum visitante
da feira me pedia ajuda para lhe indicar
alguns vinhos a serem degustados. Mais uma
vez o espanto e a surpresa eram nítidos quando eu recomendava alguns rótulos nacionais.
Pois é, também no vinho, o Brasil não conhece o Brasil.
E não pára por aí! O preconceito é tanto
que algumas pessoas, que não se consideram
muito entendidas do mundo de Baco, têm
receio de visitar alguns estandes e lojas de
importadoras porque, por vezes, são tratadas
S
como uma espécie de escória, que por não
terem decorado alguns nomes de produtores,
alguns rótulos, por não utilizarem terno e gravata, são considerados não-aptos a reconhecer ou comprar um bom vinho. Eu mesmo já
passei por isso. Quando trabalhava como
engenheiro e entrei em uma determinada loja
vestindo calça jeans e bota com pingos de
lama, senti um mal-estar geral, olhares perplexos, indecisão na abordagem, até que um
vendedor se aproximou e me disse que havia
uma seção de vinhos em promoção em um balcão próximo. Agradeci e disse-lhe que estava
procurando por outros rótulos, e novamente o
espanto. Ele deve ter se perguntado: "Como
alguém vestindo essa roupa, sem pose, sem
falar alto o nome de alguns vinhos – pra todo
mundo ouvir – poderia entender ou até mesmo
gostar de vinhos?". Bem, isso já faz tempo,
mas até hoje muitos amigos me confessam que
a pompa, o nariz empinado e o ar intelectual
que algumas lojas e vendedores ainda insistem em manter os afastam de uma possível
compra. E, o que é pior, já houve casos de
conhecidos provarem o vinho em algum lugar,
gostarem, procurarem a importadora e desistirem da compra por causa do atendimento.
Infelizmente o preconceito ainda é grande,
de quem vende, de quem ensina, escreve ou
comenta e de quem compra vinhos.
Sou contra tudo isso, sempre fui a favor do
prazer, da alegria e da descontração, e isso
não é avacalhar o vinho. Não é, de forma
alguma, acabar com o ritual do vinho, com o
charme e a sensualidade, com a sua elegância. Só acho que podemos e devemos democratizar o vinho, só assim o interesse por essa
bebida será maior. O conhecimento aprofundado, o gosto apurado e o aumento do consumo serão conseqüências naturais.
Até a próxima, bons goles e muito prazer!
Lauro Carvalho é enófilo, consultor
enogastronômico e editor do jornal Vinho&Cia
[email protected]
10
JUNHO de 2005
Várias importadoras de
destaque apresentaram
bons rótulos na Expovinis.
Num estande com várias
mesinhas, a Adega Alentejana reuniu vários produtores portugueses por ela
representados. O simpático Ricardo Dias Coito, da
Couteiro-Mor, apresentounos o elegante e premiado
branco Antão Vaz 2002
(R$40) e o belíssimo
Colheita Selecionada Tinto
2001 (R$75).
Dispensando apresentações, o estande dos vinhos
do porto Adriano Ramos
Pinto contou com a presença dos sócios da importadora Franco-Suissa Alfredo
e Joyce Srour.
A Allied Domecq destacou os espumantes argentinos da linha Mumm e o
lançamento dos varietais
chilenos Viña Maipo.
A Almeida Garrett trouxe
o agradável enólogo da
Monte Seis Reis, Luís
Ramos Carvalho, para
comentar os seus magníficos Syrah e Touriga Nacional (na faixa de R$110 a
120).
A gerente Sandra Alves
deu um toque de animação
no estande da Best Wine e
ênfase no jovem, mas com
personalidade, vinho australiano Wild Roo Shiraz
2003.
A Casa Nunes Martins
apresentou a sua vasta
gama de produtos, entre
eles as linhas de argenti-
nos Lurton e chilenos
Anakena.
Os comentários de
Matias Mayol, enólogo da
vinícola argentina com o
seu sobrenome, foram destaque no estande da Casa
Veneto, de Nelson e Paulo
João, que contaram com o
apoio entusiasmado da
Mônica, da sua equipe de
vendas.
A Decanter esteve presente com um estande
muito interessante, bom
para a avaliação da sua
ampla linha de produtos,
que inclui o excelente
custo-benefício
francês
Château La Bastide.
A Del Maipo trouxe a
linha Casa Tamaya.
A equipe da Diageo
(Flávio Medeiros, Daniel
Mourão, Álvaro Garcia e
Miguel Remédio) deu grande destaque ao Periquita
2004, que está com nova
composição de castas,
visando torná-lo mais fácil
de ser apreciado pelo consumidor.
"Vinho e comida casamento perfeito" foi um dos
motes da Grand Vin, que
está em parceria para harmonizações com vários
restaurantes, unindo seus
rótulos, entre eles a linha
de argentinos Rutini, com
diferentes pratos.
Ken Marshall da KMM
apresentou bem a linha
Saurus,
da
Bodega
Schroeder, da Patagônia
na Argentina, com um
Malbec 2004 e um Pinot
Noir 2003.
A La Vigne, de Richard
Bruinjé, esteve no Expovinis com seus produtos
argentinos, chilenos, franceses e sul-africanos, destes últimos com as linhas
Kumkani,
Genesis
e
Versus.
Da LVMH pudemos
aproveitar a linha argentina
Terrazas de ótima relação
custo-benefício.
A Marimpex, do divertido
italiano Marcelo Celentano,
participou bem com seus
vinhos orgânicos Perlage.
Juan Rodriguez e sua
esposa Pepita Rodriguez,
com a descontração de
sempre, num estande bem
agradável, desfilaram seus
rótulos espanhóis, em
geral de muito boa qualidade.
Marcos Pestana da
Reloco ressaltou os vinhos
espanhóis
Torres,
de
Penedés, e os chilenos
Chateau Los Boldos.
Tivemos bom contato
com os vinhos da interessante linha Agustinos da
Wine Company, apresentada a nós por Angela Mochi,
entre eles o ótimo Reserve
Cab Sauv 2002 (R$58).
Heloisa Rossetti da Zahil
– Wine House, em um
bonito estande, mostrounos o excelente argentino
Salentein Merlot 2001,
entre os seus muitos rótulos de vários países.
Jornal
Vinho & Cia
JUNHO de 2005
Roteiro
Em cidade, praia, serra ou campo:
o vinho é um bom companheiro
ma das maiores dúvidas que percebo constantemente diz respeito à escolha
dos vinhos, principalmente quando
viajamos. São centenas e centenas
de rótulos, com inscrições das mais
diversas, em idiomas diversos e preços mais ainda. O que fazer então
para "acertar" na escolha e na harmonização, seja no hotel ou nos restaurantes?
Eu costumo dizer que tão importante quanto a harmonização de
vinho e comida está a harmonização
do vinho com o local onde estamos.
Aproveitando a proximidade do
inverno, vamos falar um pouco
sobre a relação dos vinhos com as
cidades serranas.
Imaginem um final de semana
em um belo e agradável local, como
Campos do Jordão e Monte Verde
em São Paulo ou Visconde de Mauá,
Penedo e Itaipava no estado do Rio.
Que vinhos beber?
Que tal então, antes da viagem,
para que tudo corra bem, checar
alguns itens? Por exemplo, se você
for para um hotel, é bom saber se
eles têm uma boa adega e bom
preço. Pergunte quais os vinhos da
carta e, se puder, peça a relação por
e-mail ou por fax e compare com os
preços nas importadoras e lojas onde
você mora. Pergunte também se
cobram rolha e quanto custa, dessa
forma você poderá decidir se é
melhor levar os vinhos ou deixar
para comprar no hotel. A cada dia, os
hotéis e restaurantes de cidades
turísticas têm-se preocupado mais
com a qualidade, variedade e preço
dos vinhos, mas não custa nada verificar antes. Nos restaurantes, vale a
mesma regra. Variedade, qualidade,
preço e rolha devem ser checados.
Também se informe quanto à existência de lojas ou locais que vendam
vinhos na cidade. Na dúvida, é
melhor levar as suas garrafas. Eu, na
verdade, sempre carrego comigo um
abridor, duas taças de vinho e duas
de espumante, a famosa "flute".
Fundamental para o sucesso da
sua viagem é a companhia, seja ela o
seu par romântico, sua família ou os
amigos: o importante é não estar
sozinho, afinal, o vinho é uma bebida para se dividir com outras pessoas, para um bom e prazeroso batepapo.
Geralmente nessa época do ano,
as cidades de montanha têm manhãs
ensolaradas, com céu azul, um convite para a partir das 11 horas da
manhã degustarmos e saborearmos
um belo espumante (os nacionais
são uma ótima opção), de preferência ao ar livre, respirando ar puro e
apreciando os aromas e sabores frescos e tostados dessa bebida que tem
sabor de alegria.
Para beliscar, experimente canapés de salmão ou surubim, frios
depa pa9 e d o (eerimendepo e)TjT*-060488 Tmi corncia nozanteundadorubiaadáãs,os.
11
12
JUNHO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Vinhos
Vinho, magia
e sedução
Por Denise Cavalcante
F
az parte da mitologia uma infinidade de casos em que o vinho
se torna o vilão, por embriagar, seduzir amantes e gerar
situações constrangedoras.
A imagem de uma garrafa
de champagne num balde de
gelo já arranca um sorriso
maroto da pessoa a ser seduzida, entendendo o objetivo
do anfitrião, ou anfitriã. E
por quê? Porque o vinho tem
esse poder de transformar
situações corriqueiras em
momentos especiais. O que
sai de uma garrafa de champagne, por exemplo, pode ser
pura mágica em forma de
borbulhas. Inexplicável em
palavras, essa mágica fez do
champanhe a bebida mundialmente escolhida para os
brindes e infalível para os
momentos de sedução.
Desde os tempos antigos,
o vinho está associado à
sedução, à privação de sentidos prazerosa e desejada que
acometia os casais. Os gregos tinham um deus para justificar esses excessos, e
quando alguém cometia loucuras em nome do amor,
diziam que era culpa de
Dionísio, o deus da orgia e do
vinho. O culto a Dionísio foi
celebrado por todo o mundo
Grego, e além dele. Seus
devotos transformavam cerimônias sérias em celebrações
orgíacas em seu nome. Foi
conhecido então como o deus
que trouxe os prazeres e êxtases do vinho à terra, e não
unicamente na Grécia, também na Índia e no Egito.
Acreditavam que Dionysus
podia reduzir casais à loucura, se eles o aborrecessem.
Vinho
pode
causar
embriaguez, como outras
bebidas, mas associado a ele
há um ritual diferente, pois
não freqüenta a mesa dos
solitários, nem está presente
na tristeza. Nunca se ouviu
falar de alguém que curtiu
uma dor de cotovelo agarrado à uma garrafa de
Bordeaux. O vinho proporciona uma complexa experiência sensorial e, por amolecer as defesas, combina
bem com os momentos de
sedução. O néctar da uva
gera uma bebida única, pelo
seu paladar e por ser a única
fruta capaz de captar mais de
600 aromas da natureza, com
um poder transformador que
guarda as riquezas em seu
crescimento.
E o beijo e o vinho?
O importador Alfredo
Srour, um notório erudito,
em seus estudos deparou-se
com um texto antigo escrito
em latim clássico que explica
a origem do beijo. "Quem
jamais pensaria que o beijo
dado na boca em sinal de
amor ou de desejo teria nascido na Roma antiga, do
beijo inquiridor?", conta ele.
Antes da época dos Césares,
o vinho foi interdito às
mulheres, sob pena de morte.
Catão escreveu que parentes
beijavam as mulheres para
descobrir se cheiravam temetum (nome do vinho naqueles tempos), de onde procede
a palavra temulentia (embriaguez). Acreditavam que, por
tratar-se de um dos quatro
líquidos sacrificiais (junto
com a água, o leite e o sangue), o vinho tinha poderes
mágicos, assim como a
mulher, não necessitando
pois da magia suplementar da
embriaguez, primeiro estágio
do delírio, sinal de possessão
e atos inconseqüentes. O juiz
Cn. Domitius Ahenobarbus,
pretor urbano em 194 AC,
condenou uma mulher à
perda do seu dote por lhe
parecer que havia bebido
mais vinho do que sua saúde
permitia sem o conhecimento
de seu marido.
O vinho era considerado
Beijo no Esporão
pernicioso, podendo levar
seres fracos à perdição. Daí
que, por precaução, os romanos passaram a beijar suas
mulheres na boca quando
chegavam em casa, para descobrir, pelo seu hálito, se
haviam sucumbido à terrível
tentação de beber vinho. Só
bem mais tarde, as mulheres
foram admitidas a participar
das libações privadas e o
beijo na boca passou a simbolizar amor, desejo, ternura
e afeto.
A centenária casa Adriano
Ramos Pinto fez do beijo o
símbolo e a marca registrada
dos seus famosos Portos,
associando aos seus vinhos a
sensualidade, o encanto e a
sedução.
Todos os vinhos da
linha Esporão exibiam
pinturas em seus rótulos
feitas por artistas portugueses. Com a decisão de
criar uma nova linha do
Esporão Garrafeira, vinificado e elaborado com
castas diferentes das usadas no vinho Esporão,
veio a idéia de homenagear um pintor estrangeiro, e para ilustrar a primeira safra foi escolhido o
pintor brasileiro, Rubens
Gerchman, muito conhecido no país e na
Europa. A pintura
exibe um casal num
beijo apaixonado, em
meio a taças de
vinho. O sucesso da
imagem foi tão
grande que a Herdade do Esporão
decidiu deixá-la adornando as garrafas de Garrafeiras
das próximas safras.
Jornal
Vinho & Cia
Roteiro
Por Denise Cavalcante
O dia dos namorados é
uma data importante para
muita gente, e restaurantes,
hotéis e lojas preparam surpresas para os casais, atrás
de um clima romântico para
reafirmar as juras de amor.
Como a data cai num domingo, as comemorações começam antes.
O pequeno bistrô La
Marie, em Pinheiros, oferece
apenas no sábado à noite
cardápio com espumante
servido à vontade. Uma
opção de casual dining é o
Galeto’s, com novo cardápio, que sugere Galeto à
Moda do Mediterrâneo (ao
perfume de zattar, molho de
tahine e tabule marroquino,
por R$29), com oferta de
duas taças de vinho importado. A charmosa pizzaria e
restaurante Vila Harmonia,
localizada na Vila Madalena,
prepara uma romântica noite
a luz de velas, com cardápiodegustação a R$60 para o
casal, incluindo duas taças
de espumante. A idéia é porções de degustação de uma
massa, uma carne e sobremesa, além da deliciosa casquinha de pizza de entrada.
Para quem quer um clima
mais
sofisticado,
duas
opções são o Toro e o Café
Antiqüe. Especializado em
culinária espanhola, o Toro
faz um menu compartilhado
para o almoço (R$59 o
casal), com direito a ostras
frescas, morangos com
chantilly e coulis de framboesas, acompanhado de duas
taças do vinho espumante
cava Josep Maria Raventós
Blanc Brut. O prato principal
é escolhido na hora. O Café
Antiqüe apresenta cardápio
elaborado pelo novo Chef
Marcílio Araújo (R$115 por
pessoa), com uma taça de
champagne na entrada e
pato ao vinho sancerre como
JUNHO de 2005
13
Namorados
prato principal. Abre excepcionalmente no domingo
para almoço e jantar.
Hotéis
O
sofisticado
Hotel
Unique oferece pacote para
casais, incluindo jantar no
Skye, hospedagem por uma
noite em apartamento Deluxe, uma garrafa de champagne no quarto, arranjo de flores e café da manhã no dia
seguinte. O valor do pacote é
de R$1.600 o casal. Outro
programa completo é o do
Hotel Sonesta Ibirapuera,
com jantar no restaurante
Tabu e pernoite. Para apimentar mais a noite, oferece
palestra com demonstração
de massagem Tântrica. Os
casais ganham um livro de
bolso do Kama Sutra, "dadinhos eróticos" e uma cesta
com itens sugestivos, como
frutas e mel, entre outras surpresas. O pacote sai por
temperados
R$325 o casal. Para o jantar
afrodisíaco, uma refeição
com ostras, flores, gengibre,
mel e chocolate, com direito
a uma garrafa de Chandon
Passion.
Lojas
Quem quer comemorar
em casa, pode checar as
lojas que apresentam promoções para a data. A Bacco´s
reservou uma promoção com
um vinho de sedução, a
Cham-pagne Veuve Clicquot
Brut, de R$196 por R$169.
Outros vinhos estão a preços
especiais, como a linha
Terrazas
Alto
2003
(R$34,90). A novidade é o
Cheval des Andes, uma parceria feita entre Cheval Blanc
da França com a Bodega
Terrazas, a R$358.
TABU. Para aqueles que não abrem mão de
comemorar o Dia dos Namorados no domingo,
o Tabu promove um brunch, com
absolutamente tudo incluído em seu valor
(R$170 o casal), com opções de entrada,
prato principal, sobremesa, bebidas alcoólicas,
não-alcoólicas, estacionamento e, como
presente, chocolates "Kisses", da Hershey´s.
Pitu, canard e foie gras passeiam pelos pratos do CHEF ROUGE,
que elabora um menu de sabores especiais para namorados,
servido desde o sábado à noite, a R$120. Para compatibilizar com
o menu, a chef sommelier Renata Braun sugere o espumante rosé
Luis Pato Baga 03 (R$120), que vai bem com todas as opções do
menu, sendo um ótimo coringa, ou o Beyerskloof Pinotage 03
(R$ 80), que combina bem com as aves com molhos fortes e
carnes com molhos suaves e aromáticos.
O L’AMI BISTRÔ, cuja decoração nos remete à
romântica Paris, propõe alguns vinhos a preço
de importador, como o Cabernet Sauvignon /
Syrah 2003 da Viña Errazuris (R$60). Se o
cliente optar pela compra de uma garrafa de
Terrazas, ganha alfajores de chocolate. O
cardápio com tartare de atum, magret de pato,
petit gateaux e outras opções sai por R$56. O
casal ainda ganha um pingente de cristal,
oferecido pela designer Renata Facchini.
O EMPÓRIO LA RIOJA, na rua
da Cantareira, no Centro, está
com opções para esquentar o
seu amor. O Whisky Johnnie
Walker Red Label está por
R$61,90 e o Ballantines´s 12
Years, por R$79,90. Na linha
de Prosecco, promove o Di
Valdobbiadene La Villa DOC
(R$27,90) e o Georges Aubert
(R$16,90). Se for esquentar
com vinho tinto, o argentino
Terrazas Reserva Malbec 2002
está por R$56,80.
14 JUNHO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Em foco
WALTER TOMMASI
Mondovino
aro leitor, outra noite eu tive a opor- que pode destruir ou endeusar um vinho! Será
tunidade de assistir ao filme que ninguém tem capacidade de discordar da
Mondovino do cineasta Jonathan opinião deste senhor? Ou será que temos verNossiter. Já ouvira muito sobre o filme, mas gonha de discordar de alguém que conhece, diz
posso dizer que pouco vi do que fora comenta- o que pensa e ainda ganha dinheiro e vive do
do (a luta do bem contra o mal), especialmente que gosta? Uma coisa é certa: se ele chegou
quando comparado o trabalho de Jonathan onde chegou, deve ter o seu valor. Ou não?
com o de Michael Moore.
Entretanto, ninguém nos obriga a acompanhar
O documentário apresenta, pelo menos para a sua opinião: é possível consultar a Jancis
mim, a velha discussão entre o novo e o tradi- Robinson, o Johnson, o Záckia, o Saul, sei lá,
cional, sem rotular qualquer um como bom ou qualquer outro crítico, à escolha.
mau. Particularmente a mim agrada a persoUma coisa ficou clara para mim: o que está
nalidade, o terroir do vinho, e conseqüente- acontecendo no mundo do vinho está acontemente me considero um
cendo também em todos
Já ouvira muito
borgonhista de carteios outros setores da ecosobre o filme, mas
rinha, sempre me deleinomia mundial, a globaposso dizer que
tando com seus tradilização inevitável. Os
cionalíssimos rótulos
pequenos e médios estão
pouco vi do que fora
de Pinot Noir e
sendo engolidos pelos
comentado
Chardonnay.
Mas
grandes, que imediatacomo posso ignorar o que a globalização fez mente impõem a eles seus padrões, sua filosoem países do "Novo Mundo", como EUA, Nova fia e o ritmo que os fez crescer. Nesse processo
Zelândia, Chile, etc.? Ou há gente que não normalmente os que desaparecem tendem a
gosta dos soberbos Pinot Noir do Oregon e da jogar a culpa no processo de globalização.
Nova Zelândia? Não nos esqueçamos que tam- Mas será que essa é a forma de encarar esse
bém muitas regiões do "Velho Mundo", como novo mundo? Bem, eu não pretendo tomar parBordeaux, acabaram se rendendo à nova tec- tido, pois acho que esse tipo de idealismo não
nologia. "Come on friends", vamos dar uma de nos leva a nada, pelo contrário, como consumimineiros e ficar com os dois lados dessa dis- dor e apreciador acho que deveríamos concencussão, para mim completamente sem nexo. Se trar nosso tempo em provar os diferentes
o vinho for bom, ele pode ser tradicional, vinhos produzidos e decidir de qual gostamos
modernista, feito na Itália ou em Marte, como mais, quais vamos querer repetir, quais poderenos apontaram os Mondavi!
mos indicar a nossos amigos. Cada vinho tem
Que mais o documentário nos mostra? Um uma hora certa para ser tomado e apreciado
"workaholic", Mr. Rolland? E daí? Ele traba- (claro, sempre que seja bom!).
lha muito, ganha muito e faz bons vinhos?
E, para finalizar, me chamou muito a atenOpa! O que existe de errado aí? Ah! Ele está ção como alguns nobres conseguem manter
pasteurizando o sabor dos vinhos que faz? Há seus impérios. É curioso ver a adaptabilidade
gente que não gosta? Bem, pelo o que eu saiba, às mudanças políticas e econômicas (os
ele deve prestar serviços para umas cem viní- Frescobaldi e os Antinori que o digam).
colas, né? Então, se há quem não goste desses
Que Bacco proteja a todos nós e que contivinhos, ainda há as alternativas das outras nue nos dando o PODER DA ESCOLHA!
milhares de marcas que existem à disposição
nas prateleiras de lojas especializadas e superWalter Tommasi é executivo de multinacional,
mercados.
enófilo e artista plástico
[email protected]
Aí, falam da influência do Robert Parker,
C
“
”
Guia de degustação de
Sérgio Inglez de Souza
Sérgio Inglez de Souza,
colunista do Jornal Vinho &
Cia e diretor de degustação
da Sociedade Brasileira dos
Amigos do Vinho - SBAV,
lançou um novo livro: um
guia de degustação para
apreciadores de vinho tinto.
Sérgio montou um roteiro
para o aprendizado da
degustação de vinhos, com
o objetivo de orientar a avaliação das suas características olfativas, gustativas,
aromáticas e visuais. A idéia
do autor é proporcionar ao
leitor a possibilidade de
reconhecimento das principais características dos
vinhos tintos mais famosos,
exatamente o que os novos
enófilos buscam saber para
participar do universo da
apreciação de vinhos.
Acompanham o livro 100
fichas de degustação de
vinhos tintos, para o leitor
preencher segundo um
modelo orientador. As fichas
são para gravar a seqüência
correta de degustação e sistematizar elementos para
comparações de vinhos
diferentes, além de servir
como memória para consultas futuras.
Pela forma simples das
explicações, é intenção do
autor que o leitor possa
compreender a relação dos
atributos de um vinho tinto
com todos os aspectos de
sua produção. Das centenas de uvas tintas existentes são destacadas as principais, com especificações
de suas qualidades, das
características de seu vinho
e de sua harmonização com
diferentes pratos. O livro
aborda também um pouco
das condições dos vinhedos
e a importância do "terroir"
para os vinhos.
Jornal
Vinho & Cia
JUNHO de 2005
15
Cervejas
Cerveja em temperatura ambiente
Por Denise Cavalcante
O frio está chegando e
não é por isso que você vai
deixar de tomar uma cerveja,
se esta é a sua paixão. Para
os dias de inverno existem
tipos de cervejas mais adequados, um pouco mais
alcoólicas, que devem ser
servidas menos geladas do
que no verão. No inverno
cabe bem a expressão,
usada erroneamente para o
vinho, de consumir a bebida
em temperatura ambiente.
As cervejas de inverno
são feitas de maneira diferente da lourinha, preferência
nacional. São em geral mais
encorpadas, podendo ser
clara ou escura. Assim como
o vinho, que pode ser feito de
uvas diferentes, o mesmo
acontece com a cerveja, que
pode ser produzida com diferentes tipos de malte e
outros cereais, gerando produtos de paladar muito distintos, e também com várias
técnicas de produção, que
criam mais distinções.
Existem centenas de tipos
de cerveja, mas duas divisões são primordiais: as
Lagers e as Ales. Na família
das Lagers, de baixa fermentação, estão classificados os
tipos mais conhecidos de
cervejas escuras: Malzbier,
Dunkel, München e Bock. As
cervejas do tipo Ales são fermentadas a temperaturas
mais altas, tem aromas e
sabores frutados, complexos
e com toques de especiarias.
Estão incluídas nesta classificação:
Porter
(da
Inglaterra), Stout (típica irlandesa, seca, amarga, com
bastante espuma, intensa e
com um sabor de café quei-
mado, ideal quando servida
a 13o.C) e a Trapiste (da
Bélgica). As mais conhecidas
no nosso inverno são a Red
Ale (cor avermelhada, amarga, forte e encorpada) e a
Bock.
Em geral sua produção
está concentrada nas cervejarias artesanais, como
Baden Baden, Eisenbahn e
Schmitt, ou podem ser
encontradas em casas que
oferecem uma carta de cerveja (exatamente como o
vinho), como o bar Frangó. A
Kaiser produz a Bock, que
circula apenas nos meses de
inverno.
O gosto do brasileiro pela
cerveja clara tem suas explicações na sua chegada ao
Brasil. O início da fabricação
da cerveja no país foi realizado por cervejeiros alemães
que introduziram o tipo
Pilsen (clara), mais leve, com
boa aceitação por causa do
clima. Como a preferência
recaiu sobre as claras, as
indústrias cervejeiras nacionais gastam com elas a
maior parte da produção,
sendo o restante dedicado
às Malzbier (tipo adocicada)
ou a Caracu (preta, forte e
encorpada, com aroma de
malte torrado e teor de amargor acentuado, com 5,3% de
álcool).
Para acompanhar as cervejas mais encorpadas, o
ideal é evitar o petisco tradicional, como a batata frita. O
melhor é com pães de centeio, patês, queijos ou pratos
quentes mais pesados. E,
acredite ou não, existe cerveja adequada até para
acompanhar sobremesas.
Mas isso é para outra estória.
Baden Baden lança
cervejas comemorativas
Por Lauro Carvalho
O inverno em Campos
do Jordão terá duas
novas atrações neste ano.
As cervejas "20 anos" e
se acompanhada por grelhados e massas com
molho de funghi.
Já a cerveja "1999"
adota o estilo Bitter Ale,
que, assim como a
CARLOS HAUSER, cervejeiro da Baden Baden.
"1999" foram lançadas no
início de maio pela
Cervejaria Baden Baden,
em comemoração aos 20
anos da Choperia e dos
cinco anos da Cervejaria,
ambas pontos tradicionais
da cidade, já consagrada
como a "Suíça Brasileira".
A "20 anos" é uma cerveja preta, do tipo Porter,
de origem britânica e teor
alcoólico de 6%. Seu
aroma de chocolate,
corpo levemente denso e
sabor equilibrado promete
agradar ao paladar dos
brasileiros, principalmente
Spitfire, celebra a tradição
das cervejas nobres e
artesanais. Com tom avermelhado, a bebida tem
um paladar mais pronunciado do que a Ale
padrão, aroma mais frutado, corpo leve e agradável, trazendo harmonia
perfeita com steak au poivre, risoto de tomate seco,
cordeiro e outros pratos
com base em especiarias.
Concebidas pelo cervejeiro Carlos Hauser, as
duas cervejas compõem o
leque de rótulos já lançados pela Baden Baden,
cervejaria criada por quatro amigos no início de
1999 e que já é considerada fábrica modelo na produção de cervejas artesanais do Brasil, mantendo
produtos muito bem conceituados internacionalmente.
Ao contrário da "1999",
que passa a fazer parte
da linha de produtos da
cervejaria e deverá estar
disponível nos principais
pontos comerciais do
País, a "20 anos" faz parte
das edições limitadas lançadas pela Baden Baden.
Serão fabricadas apenas
15 mil garrafas, disponíveis somente na Choperia
Baden Baden durante o
ano de 2005. Considerando que o estabelecimento atende a uma
média de 50 mil clientes
por temporada, quem quiser provar a seleção
especial deve se apressar.
16
JUNHO de 2005
Jornal
Vinho & Cia
Restaurantes
SÃO PAULO
BETO ACHERBOIM
Amigos em feiras de vinho
eiras de vinho deveriam virar objeto
Saldo do estande: mais 8 vinhos. Uau! Já
de estudo do comportamento huma- tomou quase 30 e ainda não caiu!
no. Não existe lugar mais apropriado
Em frente: Oba, uma ala com produtores de
para uma pessoa "destravar". Como Portugal... Inúmeros! Depois de uma hora, 30
habituée destes eventos, às vezes algumas pes- vinhos degustados – Vinho do Porto inclusive –
soas pedem que eu os acompanhe. Na última já sem saber se sorria, com bochechas vermelhas
Expovinis não foi diferente, e cheguei à conclu- como uma pimenta, e olhos esbugalhados, sem
são que é realmente muito divertido vê-los duran- forças, nosso bravo amigo foi para a próxima
te o dia inteiro em uma feira. Vejamos.
parada: mais um importador. Esse parecia bom.
Chegando ao cadastramento, cheio de expec- Estava todo mundo alegre e sorridente. Degustou
tativa, lá foi nosso amigo preencher a ficha e uns 20 vinhos, saiu alegre e levemente trôpego,
pegar seu crachá de visitante (eu, felizardo, tinha sem rumo definido.
uma credencial). Completou seus dados pessoais
Hummm, Shiraz Australiano. Degustou um,
no convite: fulano de tal, idade x, endereço y, e dois, cinco, dez vinhos! Com certeza já não sabia
assinalou no campo ocupação "enófilo(a)", mais o que fazia e falava. O Shiraz tinha cheiro
"apreciador(a)"ou "de abacaxi! Distribuiu
outros". Pronto. Crachá
sorrisos, saiu com sua
Depois de uma hora,
no pescoço, lá se foi
sacolinha com folhetos,
30 vinhos degustados,
pelos corredores da
taças (começou a coletájá sem saber se
feira, perder-se em
las depois do décimosorria, com bochechas
devaneios e experimenquinto vinho), e seguiu
tar prazeres inimagináem frente.
vermelhas como uma
veis.
Depois de uns 20
pimenta, ...nosso
Começamos.
estandes (embora ele
bravo amigo foi para a
Importador A. 13 produachasse que foram 40),
tores reunidos em seu
100 vinhos degustados
próxima parada: mais
espaço. Taça na mão,
(sua mente lembrava de
um importador
provou um Malbec
200, seus sentidos de 12,
argentino aqui, um Carmenère chileno ali, portu- e seu fígado já havia perdido as contas), nosso
gueses muito bons, espanhóis potentes... Ôpa! visitante chegou perto da saída. Cambaleante,
Esqueceu do Chianti Clássico, hummm, e do olhos vermelhos e fixos, um para cima e outro
Supertoscano! Antes de sair do local, passou para baixo, bochechas vermelhas e rijas, sorriso
ainda pela França, onde tomou um Bourgogne, e eternizado no rosto, sacola com 10 taças na mão,
terminou na Itália, provando um Barolo, um ao menos teve bom senso para uma ação correta:
Amarone. Saldo: sorriso estampado no rosto, entrar num táxi para ir para casa (se bem que ele
bochechas rosadas, leve torpor na alma, mas nem se lembrava se tinha ido de carro). Disse o
feliz, muito feliz (detalhe: sem cuspir o vinho, endereço ao motorista, pensou que deveria ter
pois isso é coisa de "fresco", ele disse).
tomado um Engov antes, outro depois, e cochilou
Mais 3 paradas, uns 20 vinhos, e ele parou no no caminho...
produtor nacional. Já que estava ali, teve que
confirmar a qualidade ...
PS : Existe um aspecto que devo reiterar: não
- Quer um espumante? Prove nosso dirija após consumir álcool em excesso. É periChardonnay... É nosso lançamento!
goso para você, e pode ser mais ainda para
- Por favor. Excelente! Hummm, muito bom! outros. Preserve a vida, sem deixar de aproveitáSim, pois não...
la.
- Prove nosso Merlot da safra 2004... E o
nosso top? Vinho de sobremesa...
Beto Acherboim é relações públicas, enófilo, são- Sim, sim. Tudo muito bom (óbvio! bastava
paulino e apreciador das boas coisas da vida.
ver seu sorriso cada vez maior...)
[email protected]
F
“
”
DICAS
Citados nesta edição.
GABINA
Espanhol com carta com 60 rótulos destaca
Castillo de Liria (R$29), Castillo de MonasterBadajoz (R$69) e Torrelongares Cariñena
Reserva 1997 (R$85). Para acompanhar:
Paella Gabina e Paletila de Cordero.
Rua Fernandes Moreira,1244, Chácara Sto Antônio
(11) 5181-6714 http://www.gabina.com.br
Fecha 2a e no jantar de domingo.
MONTANA GRILL
A rede de churrascarias rodízio, com carnes
de boa procedência e bons acompanhamentos, tem carta de vinhos com 60 rótulos. Aurora
Marcus James R$23 e sulafricano Klein
Constantia Cab. Sauv. R$135. Em promoção
o Rio Sol: por R$ 45 uma garrafa no
restaurante e outra para casa.
EMPORIUM PLAZA
R. Oscar Freire, 574, (11) 3065-3355
Fecha 2a. e dom à noite
PARIS-MOSKOW
Al. dos Aicás, 22, (11) 5052-8513
3a. a dom. Fecha dom à noite.v
GUIA VINHO & CIA
Endereços onde existe
a atenção ao vinho e
às bebidas diferenciadas
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 816
(11) 3078-0999 www.montanagrill.com.br
2a a domingo
CAMPOS DO JORDÃO
RÔTI
LUDWIG
O restaurante do chef João Leme lançou
cardápio outono-inverno, com opções de
Ostras frescas e Mignon de cordeiro. 117
rótulos, Albamar Sauv Blanc e Chard (R$27)
e Brunello de Montalcino Val Di Suga (R$266).
Luis Pato Maria Gomes (R$55).
Em luxuosa casa em Capivari, o restaurante
franco-suíço sugere menus com harmonização, como a Truite au Parfum de la Cachaça
com Merlot Misterioso Reserva Lo Major ou
Poully Fumé Domaine du Petit Soummard.
Carta com 140 rótulos.
Rua Lisboa, 191, Pinheiros
(11) 3082-7904 http://www.rotirestaurante.com.br
Fecha domingo e 2a. para o jantar
Rua Aristides de Souza Melo, 50
(12) 3663-5111 www.ludwigrestaurant.com.br
2a a domingo
Se não fez, faça a sua assinatura
R$ 70,00, um ano de edições mensais
(12 edições) do Jornal Vinho & Cia.
Nome ou Razão Social:________________________
Endereço: __________________________________
__________________________CEP:____________
Cidade - UF: ________________________________
Fone: (
) __________________
e-mail: _____________________________________
CPF ou CNPJ:_______________________________
Mande seus dados por e-mail, fax ou telefone
[email protected]
fone/fax: (11) 4196-3637 (dpto de circulação)
Será enviado boleto bancário para pagamento.
Jornal
Vinho & Cia
JUNHO de 2005
17
Namorados
JANTARES
DICAS
Restaurantes citados em matéria da pg. 13
ARLECCHINO
O restaurante italiano Arlecchino montou um
menu comemorativo ao dia dos namorados,
com 4 opções de prato principal. Tortelloni
Verde ao Molho de Creme e Sálvia, Penne
ao Molho de Berinjela e Ricota Defumada,
Espetinhos de Camarões com Ravioli de
Alcachofra ou Cubinhos de Carne de Vitela
com Nhoque ao Ragú. Para acompanhar
Trebbiano Toscano e Barbera D´Alba.
Rua Barão de Capanema, 568, Jardins
(11) 3086-0625 / 3083-32480
GOYA
Rua Haddock Lobo, 1416 - Jardins (11) 3062-0882
GALETTO´S
Diversos endereços.
Shopping Iguatemi, (11) 3814-7869
Rua Joaquim Floriano 466, (11) 3078-0561
Rua Lopes Neto 382, Itaim (11) 3168-1256
LA MARIE
Rua Francisco Leitão, 16 — Pinheiros (11) 3086-2800
LE CHEF ROUGE
BISTROT
Morumbi Shopping, piso (11) 5181-8749
Gran Meliá WTC Av. das Nações Unidas 12.559,
(11) 3055-8800 http://www.granmeliawtc.com.br
Rua Joaquim Antunes, 224, Pinheiros (11) 3085-8485
Harmonização da culinária italiana típica da
região do Veneto, com os vinhos também
italianos dos produtores Perlage, Jacúss e
Canella, é a proposta da Enoteca e Trattoria
La Vigna para 11 de junho.
Rua Baronesa de Bela Vista, 663, Vila Congonhas
(11) 5044-0972 / 5044-3376
SKYE
Hotel Unique - Av. Brig. Luiz Antônio, 4700 — Jardim Paulista.
(11) 3055-4700 www.skye.com.br
TABU
Av. Ibirapuera, 2.534 — Moema (11) 2164-6060
TORO
VILA HARMONIA
Rua Harmonia, 21 - Vila Madalena (11) 3814-9369
Bebes & Comes
CAFÉS
CAFÉ SANTA LÚCIA
LA FORCHETTA
Sob o comando de Aldo Teixeira, com culinária que mescla a italiana e a nacional, sugere
para o Dia dos Namorados o Casônsei (massa
recheada ao molho de funghi secci) ou Risotto
di Rúcula e Brie, acompanhados de
Chardonnay Terrazas Alto ou Malbec Terrazas.
Rua Bela Cintra, 521 — Consolação (11) 3237-0717
O Café Santa Lúcia lançou sua primeira
cafeteria, na Vila Madalena em São Paulo.
O local oferece aos apreciadores de café
gourmet a possibilidade de experimentarem
o expresso ou drinks com o café, como o
com Bailey´s, Frangélico, chocolate e
chantilly. Para tirar o café o barista Zuma
usa a máquina italiana La Spaziale.
Rua Fidalga, 373, Vila Madalena, (11) 3034-4474
www.coffeefarmsantalucia.com.br
LE COQ HARDY
A tradicional casa de culinária francesa em
ambiente sofisticado, que apresenta uma vasta carta de vinhos de todos os países, estará
aberta no domingo dos namorados com cardápio degustação (R$ 96). Chateau Lafleur,
Catena Reserva Cabernet Sauvignon e Montes Reserva Merlot.
Rua Jerônimo da Veiga 461, Itaim (11) 3079-3344
CAFEERA
O Cafeera oferece opções de cafés expresso: Confraria, Gourmet, Fazenda ou Euro,
além de drinques e petiscos.
Brooklin, Itaim e Vila Olímpia - (11) 5093-9058
http://www.cafeera.com.br
Matéria na seção Aromas (pg. 9)
CAFÉS NO SANTA LUZIA
O hotel Gran Meliá Mofarrej SP preparou
pacote para hospedagem, incluindo duas
opções para o jantar do dia dos namorados:
restaurante Las Palmas, com bufê afrodisíaco
da Chef Marie Anne Bauer ou inauguração
do Window, com jantar gastronômico da mesma chef.
A Casa Santa Luzia possui um setor para
cafés, no Mezanino, e promove o evento
Cafés Especiais. Além da opção de saborear diferentes marcas, o cliente poderá
participar de palestras, demonstrações de
baristas e abordagens com técnicos da área.
Evento com o Spress Café conta com painéis com fotos das principais regiões produtoras do Brasil, outro com o Cafeera, terá
palestra com a barista Isabela Raposeiras,
fundadora da Academia de Barismo. De 6 a
18 de junho.
Al. Santos,1437, Jardins
(11) 3146-5900
Al. Lorena, 1471 — SP - Tel (11) 3897-5000 rm 5076
Programação completa no site www.santaluzia.com.br
Especial
GRAN MELIÁ MOFARREJ
Ramos Pinto e os charutos
L´AMI Bistrô
A semana dos namorados é comemorada no
restaurante Goya com o Festival da alta
gastronomia californiana “A cozinha do Sol”,
sob comando do chef Pierre Sauvaget, do Air
Bay Club & Restaurant de Santa Mônica,
Califórnia. Menu degustação com 6 pratos.
Sugestão: Espumante Brut Salton Reserva.
De 9 a 12 de junho.
LA VIGNA
CESAR ADAMES
CAFÉ ANTIQÜE
undada em 1880, a Casa Ramos
Pinto deve o seu nome a um extraordinário homem, que aos 21 anos – e
contra todos os conselhos dos mais velhos –
decidiu aventurar-se no negócio de exportação
de vinho do Porto. Adriano começou com um
pequeno escritório no Porto, sua cidade natal,
com os poucos meios de que dispunha. Logo em
seguida mudou-se para a outra margem do rio,
para Vila Nova de Gaia, onde se encontravam
os mais importantes e famosos armazéns e onde
os principais comerciantes tinham se instalado.
O negócio desenvolveu-se rapidamente, e em
1896 Adriano chamou seu irmão Antonio para
administrar o negócio, formando assim uma
sociedade que veio a se chamar Adriano Ramos
Pinto & Irmãos. Ainda sem completar 40 anos,
Adriano viu o sucesso de sua empresa multiplicar-se nos armazéns em Vila Nova de Gaia e em
uma nova sede, em prédio de elegante arquitetura, que destoava dos demais concorrentes.
Adriano foi um dos primeiros comerciantes
de seu tempo a interessar-se seriamente pela
publicidade, que o levou a organizar uma coleção de cartazes que marcaram para sempre a
história do vinho do Porto. O comércio do seu
vinho também foi motivo da criação e do envio
de brindes, na maioria objetos de uso pessoal ou
peças decorativas, colocados nas caixas de
vinho destinadas aos importadores ou aos clientes.
O Brasil sempre foi um dos melhores mercados para os vinhos de Adriano. Como reconhecimento dessa fidelidade, ele enviou de presente
ao país uma fonte de mármore de Carrara, que
foi inaugurada no Rio de Janeiro em 1906.
Adriano era um grande mecenas dos esportes
com a oferta de taças para diversos eventos desportivos internacionais. Uma das histórias mais
pitorescas que envolveram a marca foi a dos
aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral,
que pela primeira vez iriam fazer a travessia do
Atlântico Sul, ligando Lisboa ao Rio de Janeiro.
Adriano entregou-lhes uma garrafa de seu vinho
como presente ao Presidente do Brasil. Próximo
de Natal o avião caiu, e os aviadores ficaram à
deriva por alguns dias. Durante este período,
F
eles se aqueceram e se alimentaram graças à
garrafa de vinho que foi devolvida a Vila Nova
de Gaia, devidamente vazia, com o relato do
salvamento e das virtudes calóricas e gustativas
do vinho Adriano.
Enquanto Adriano percorria o mundo, o
movimento dos negócios aumentava dia a dia
graças à alta qualidade de seu vinho. Nesse
período, a maioria dos produtores exportava
seus vinhos em barris de madeira, que deixavam
a qualidade final a desejar. Adriano percebeu
que a qualidade do produto tinha de ser acompanhada por uma excelente embalagem, com
rótulos selecionados de artistas produtores de
seus cartazes, além das caixas com o seu nome
e a marca de fogo da casa. Além disto, todas as
garrafas eram acompanhadas de um pequeno
livreto, com descrição do vinho, de suas características e de sua origem. Graças a esses cuidados, ele conseguiu ser o fornecedor oficial da
Casa Real, obtendo a satisfação do serviço dos
seus vinhos nos banquetes reais e o direito de
usar as armas da Coroa Portuguesa, que não fez
desaparecer mesmo com o surgimento da república, e se faz presente até os dias atuais.
O vinho do Porto pelo seu teor alcoólico é
uma excelente companhia para os charutos ao
término de uma refeição. Pela grande variedade
de vinhos produzidos, é possível combinar os
vinhos Ramos Pinto com diversos charutos,
como os sugeridos a seguir.
- Ramos Pinto Porto Tawny – Charuto sugerido para acompanhar: Hoyo de Monterrey
Epicure No. 2
- Ramos Pinto 10 Anos Quinta da Ervamoira
– Sugestão: Partagas Serie D No. 4
- Ramos Pinto 20 Anos Quinta do Bom Retiro
– Sugestão: Cohiba Robusto
- Ramos Pinto Ruby – Sugestão:
Montecristo No. 4
- Ramos Pinto LBV – Sugestão:
Bolívar Royal Corona
- Ramos Pinto Vintage – Sugestão:
Punch Punch-Punch
Cesar Adames é consultor na área de tabaco
[email protected]
18
SABORES
JUNHO de 2005
Sabores
Eventos
Chocolate e sedução:
tudo a ver
Por Denise Cavalcante
Dia dos namorados chegando e – mesmo que seja
um evento comercial – sua
namorada (ou seu namorado) esperando uma idéia
romântica de comemoração... Bem, temos uma
sugestão infalível: chocolate
para começar e vinho ou
espumante ao longo da
noite! Receita para a sedução.
São poucos os alimentos
que despertam tanto desejo
nas pessoas como o chocolate, um desejo além da
necessidade de açúcar, que
poderia ser suprido por qualquer doce, mas geralmente
é saciado mesmo pelo chocolate.
Alguns dizem que chocolate pode ser um substituto
do sexo! Comer chocolate
pode ser uma experiência
sensual, embora não substitua abraços e a emoção do
carinho físico. Como dizem
os psicanalistas, a primeira
relação do homem com o
prazer se dá através da
boca, portanto presentear a
amada com chocolate pode
ser um bom início de uma
noite sedutora. Não é à toa
que o chocolate virou um
presente dado aos amantes.
O chocolate é feito da
amêndoa do cacau Theobroma cacao, batizada
por um pesquisador sueco,
Linnaeus no século 17. O
termo grego Theobroma significa literalmente "comida
dos deuses", porém o chocolate também já foi chamado de comida do diabo.
O cacau era usado pelos
astecas para preparar uma
bebida quente com propriedades estimulantes e restau-
Jornal
radoras, oferecida aos
nobres, guerreiros e autoridades religiosas. Eles
acreditavam que o chocolate
tinha a propriedade de conferir sabedoria e vitalidade a
quem o bebesse (sim, porque só foi transformado em
barra no final do séc. XIX).
O chocolate tem a reputação de ser um afrodisíaco
desde quando os conquistadores espanhóis travaram
contato com os ritos pagãos
dos astecas. Essa reputação
provavelmente surgiu na
corte dos reis franceses no
século 18. A arte e a literatura da época estão cheias de
imagens eróticas ligadas à
ingestão dessa delícia,
influenciadas pelos escritos
do Marques de Sade, que
exaltava as qualidades eróticas do chocolate. O famoso
conquistador italiano Giacomo Casanova também usava o chocolate (e a champagne) como armas de
sedução. Consta que o
Imperador Montezuma bebia
cerca de 50 canecas por dia.
Na corte de Luís XV,
Madame de Pompadour
tomava seu chocolate com
bebidas para estimular seu
desejo pelo rei, por quem
não tinha atração. Madame
du Barry era o oposto, tinha
a reputação de ser ninfomaníaca e dava chocolate aos
seus amantes para que
tivessem
energia
para
acompanhá-la.
Estudos recentes mostram que os chocólatras
vivem mais dos que os que
se abstêm desta delícia.
Essa longevidade é explicada pelo alto índice de polifenóis encontrado no chocola-
Veja a sugestão que a
fábrica de chocolates
Sweet Brazil preparou
para o Dia dos Namorados:
a Caixa dos Desejos.
te, o que funciona como um
anti-oxidante. Aconselha-se
para esse fim o consumo do
chocolate amargo, não os
calóricos e misturados a leite
e manteiga que se encontram por aí.
Alguns artigos em revistas
médicas afirmam que o chocolate é um afrodisíaco,
baseados em "importantes
estudos universitários". Os
cientistas isolaram a feniletilamina (PEA), um estimulante que aumenta a pressão
sanguínea e os batimentos
cardíacos. Uma quantidade
bem pequena de PEA é liberada pelo cérebro nos
momentos de euforia emocional. A questão é que não
há provas de que a ingestão
de PEA aumente o índice de
PEA no cérebro, e não está
provado que a ingestão de
chocolate pode promover
essa euforia. Pesquisadores
italianos afirmam que as
mulheres que comem chocolate regularmente têm
uma vida sexual melhor do
que as que não o consomem.
O que se sabe na prática,
sem dúvida, é que o chocolate causa um efeito psicológico positivo na sexualidade
feminina.
Vinho & Cia
Cursos
DEGUSTAÇÃO
BÁSICO DE VINHOS
ABS-SP
ABS - SP
Na Associação Brasileira de Sommeliers, em
junho, a programação de degustações inicia
no dia 8, com “Top - cortes bordaleses”, e
segue com:
15/6 - Vinhos chilenos Merlot x Carmenère
22/6 - Tannat, do Uruguai, Brasil e França
29/6 - Vinho do Porto Niepoort Colheita
(Mistral), degustação vertical (vários anos)
A próxima turma do curso básico de vinho
da ABS, com 8 aulas, está sendo formada
para início em 1 de agosto.
Av. Faria Lima 2012, 14º andar, cj. 142
Informações: (11) 3814-7853 e 3814-1269
www.abs-sp.com.br
A Bacco´s promove curso com Luiz Henrique
Schmitt, tratando de: Mundo do Vinho e
Fatores de Qualidade no Cultivo da Videira,
Processo de Vinificação, Castas, Técnicas de
Degustação, Geografia do Vinho, além da
Conservação e Serviço do Vinho. 5 aulas, às
3as. feiras. 5 de julho.
CONFRARIA DO
ORGÂNICO
O restaurante Fulô e os vinhos Perlage estarão juntos no 2o. encontro da Confraria de
Vinhos e Alimentos Orgânicos, harmonizando massas artesanais, de farinha de trigo orgânica e ovos caipira, e risoto de
arroz cateto integral biodinâmico, com os
vinhos da Cantina Perlage - produzidos com
técnicas orgânicas. 16 de junho, às
19h30min. R$70 com reserva, ou R$ 75.
R. Haddock Lobo, 899
Reservas: (11) 3081-7858 / 3081-7769
CONFRARIA FEMININA
A Confraria Feminina de Vinhos é a novidade da Casa do Porto. Identificação das características da regiões, uvas e terroirs e
degustação de Carmenères, como Casa
Silva Reserva 2003. 8 de junho.
Al. Franca, 1.225
(11) 3061-3003
EMPÓRIO SÃO DIMAS
O Empório São Dimas irá realizar degustação de vinhos argentinos e chilenos com o
enófilo e editor deste Jornal, Lauro Carvalho. 16 de junho às 19h30min.
A loja com mais de 900 rótulos entre nacionais e importados, tem também destilados e
licores.
Av. Faria Lima 2012, 14º andar, cj. 142
Informações: (11) 3814-7853 e 3814-1269
www.abs-sp.com.br
BACCO´S
Rua Sergipe, 568, Higienópolis - (11) 3661-7898
http://www.baccos.com.br / [email protected]
LA FRONTERA
A loja de vinhos La Frontera, com cerca de
350 rótulos, promove o Curso Básico de
Vinhos ministrado pelo consultor enogastronômico Lauro Carvalho, editor deste jornal.
Com degustações, apresentação em powerpoint e apostila. 22 e 29 de junho.
Todas as 3as.feiras às 20h. promove degustações.
Rua Anesio Pinto Rosa, 62 Brooklin
(11) 5506-6797/ 5507-2031
[email protected]
SBAV - SP
Na SBAV as quartas-feiras de junho estão reservadas para o “curso básico de iniciação ao
vinho e degustação”, com temas como o
panorama do vinho no mercado mundial, os
diferentes processos de vinificação, as
técnicas de degustação, com o exame visual,
olfativo e degustativo e informaçõers sobre o
“serviço” do vinho.
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586
Informações: (11) 3814-07905 e 3034-1548
www.sbav-sp.com.br
Rua Dr. Franco da Rocha, 288
(11) 3673-7388
[email protected]
GASTRONOMIA
GUIA VINHO & CIA
Endereços onde existe
a atenção ao vinho e
às bebidas diferenciadas
SBAV-SP
VINHOS E BEBIDAS
Curso de pós-graduação em “Gastronomia:
vinhos e bebibas” no Senac. O objetivo é desenvolver competências em serviços de vinhos, orientação na degustação e avaliação
da qualidade, identificando as características
e compatibilidades com a ocasião e
harmonização. 15 meses. Início: agosto.
Processo seletivo até 28 de julho.
Av. Eng. Eusébio Stevaux, 82, Sto. Amaro - (11) 5682-7300
http://www.sp.senac.br
Em junho na SBAV-SP:
7/6 - Uruguaios, com Jorge Lucki
14/6 - Lançamento da linha Famiglia da
Marson
21/6 - Vinhos do Porto com harmonização
gastronômica, com Ennio Federico
A Univali de Camboriú oferece Curso de
Graduação em Gastronomia, Cozinheiro Chef
Internacional e Cozinherio Chef Pâtissier.
Cursos de 4 a 7 semestres.
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586
Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548
www.sbav-sp.com.br
5a. Avenida, s/n, Bloco 4 - Balneário Camboriú - SC
(47) 261-1241
http://www.univali.br / [email protected]
COZINHEIRO CHEF
Jornal
Vinho & Cia
Compras
JUNHO de 2005
Promoção
VINHOS
BOAS COMPRAS
ENOTECA FASANO
MARQUÊS DE
BALLESTAR
A Enoteca Fasano traz novos franceses do
Camplong D´Aude, localizado em Corbières,
aos pés da montanha d’Alaric em Lagrasse.
Château Rouge 2003, Château Cuvée Grande Pièce 2002 e Le C de Rouge 2001.
Rua Amauri, 255 - Itaim (11) 3074-3956
http://www.enotecafasano.com.br
VIEIRA VINHOS
São cerca 400 rótulos de vinhos de diversos
países, além de acessórios, charutos, cachaças, azeites, adegas e whisky. Promove
degustações e cursos de vinhos.
Rua Professor Herbert Baldus, 209 - Vila São Francisco
(11) 3714-4358 www.vieiravinhos.com.br
VINÍFERA
Nova importadora de São Paulo, oferece
vinhos portugueses. Dão Painel 2001,
Bairrada Império 2000 e Bairrada Império
Reserva 2001, além da Aguardente Vínica
Relíquia Velha.
REGIS GEHLEN OLIVEIRA
Na importadora Planas&Buil, a caixa com 12
garrafas do espanhol Marquês de Ballestar
Tinto Jovem 2003 está saindo por R$240.
(11) 5034-3842
WINEMAKERS LOT 4
Entre as ofertas do mês na Expand, destacamos o chileno da Concha & Toro
Winemakers Lot 4 Cabernet Sauvignon
2002, por R$ 49,50.
(11) 4613-3333 www.expand.com.br
CHÂTEAU LA BASTIDE
Família em viagem vende tudo, inclusive seu
estoque de vinhos e fica a cargo do jornal
Vinho & Cia. a sua divulgação.
30 rótulos. Solicite por e-mail a listagem e
preços. Châteus La Bastide L´Óptimée 2002,
por R$ 50.
[email protected]
Feiras
SAM´S CLUB
VINHO E ALIMENTOS
FISPAL
(11) 3685-5777 http://www.walmartbrasil.com.br
DICAS
Citados nesta edição.
VINÁLIA
R. João Moreira, 128, Sumarezinho (11) 3931-7651
www.vinalia.com.br
MARSON
Rua Barão de Jaceguai, 1401, Campo Belo (11) 5042-3890
http://www.vinhosmarson.com.br
EMPÓRIO LA RIOJA
Rua da Cantareira, 709, centro (11) 3311-0511
http://www.emporiolarioja.com.br
MIOLO
Rua Pascal, 1195 - Campo Belo (11) 5561-1320
http://www.mioloshop.com.br
SOCIEDADE DA MESA
(11) 5181-4140 www.sociedadedamesa.com.br
Serviços
ADEGAS
Será realizada no Anhembi, entre 7 e 10 de
junho, a 21ª Feira Internacional de Produtos
e Serviços para Alimentação.
Anhembi: Av. Olavo Fontoura, 1209, São Paulo (SP)
Fispal: (11) 5694-2666 http://www.fispal.com
GOURMET & CIA.
De 27 a 31 de julho acontece a Gourmet &
Cia., a 5a. Feira Sul Brasileira da Gastronomia, no Centro de Exposições de Curitiba.
Entre as exposições têm-se cursos de “Cozinha dos Chefs”, com segredos da alta
gastronomia, Mostra de mesas decoradas e
“Restaurante dos novos talentos” com a
degustação de pratos de chefs expoentes.
Parque Barugüi, Curitiba (PR)
Diretriz Feiras: (41) 335-3377 http://www.diretriz.com.br
Turismo
VIAGENS
VINHO e ARTE
23 modelos de adegas climatizadas, projetos personalizados, climatização de ambientes e servidores, são alguns do produtos da
Art de Caves Adegas.
No hotel Villa Michelon, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS), Maria Amélia
Duarte Flores, enóloga da WineMarketing
promove “Vinho e Arte, Encontro Especial de
Degustação na Serra Gaúcha”, com palestras
e degustações. De 1 a 3 de Julho.
Av. Guarapiranga, 991, Socorro São Paulo (SP)
(11) 5525-2400 http://www.artdescaves.com.br
Winemarketing - (51) 8163-9778 / 8163- 9776
[email protected]
Art de Caves
Ted Bebedor investiga relações suspeitas entre
a Safra 2005 do Sul e o time do Grêmio
“V
Av. Paulista 2.073 - Cj Nacional - Horsa 1 - sala 2009
(11) 3285-1166 / 3285-5435 [email protected]
O Sam´s Club do Wal Mart valoriza espaço
para vinhos e arte gourmet, com bom
sortimento. Oferece atendente para dicas
sobre os vinhos. E promove cursos a donos
de restaurantes e bares para elaboração de
cartas e harmonização.
19
ou voltar / Sei que ainda vou voltar / Para o meu lugar / Foi lá e é
ainda lá..."
Toca o CD, muitos papéis sobre a mesa, dia
atarefado, missão dos editores do Jornal,
investigação em curso... Da adeguinha climatizada da Art des Caves retiro um tinto Cuvée
Giuseppe Cabernet Sauvignon e Merlot 2003
da Miolo, com bom tempo em carvalho francês.
É um dos melhores nacionais. Ah! A 18ºC,
muito gostoso, aromático, macio, harmônico,
ótimo para ajudar nesse duro trabalho.
- Ted Bebedor, a música é a Sabiá do Chico
Buarque e Tom Jobim?
- Também, caro leitor.
- Também?
- Sim, agora um trecho da música também faz
parte do novo hino do time do Grêmio de Porto
Alegre.
- Hino do Grêmio?
- É, agora na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol os gremistas precisam de um novo incentivo!
- Sei...
"Vou voltar / Sei que ainda vou voltar / Não
vai ser em vão..."
- E por que você está ouvindo essa música,
Ted?
- Missão dos editores do Jornal. Muitas suspeitas sobre o Grêmio e...
Blam! Abre-se repentinamente a porta. Sobre
a mesa, com o fluxo de ar, balança a flâmula
vermelha do Internacional de Porto Alegre.
Alguns papéis voam.
- Ted, precisamos fechar a edição! (o editor
do Vinho & Cia irrompe a sala). Alguma conclusão sobre as relações suspeitas entre Safra
2005 do Sul, da Serra Gaúcha, e o time
Grêmio?
Pego os papéis no chão. Muitas anotações
sobre o assunto. Prometo ao editor até o final
do dia concluir.
A preocupação na redação do Jornal é grande. A Safra 2005 da Serra Gaúcha promete ser
excepcional. As condições climáticas permiti-
ram ótima maturação das uvas, e isso é o grande ponto de partida para a produção de grandes vinhos. As vinícolas estão entusiasmadas.
- Ted, e como você encaminhou essa investigação?
- Caro leitor, bati muito papo com os enólogos das 26 vinícolas na Expovinis e das 17 no
2º Circuito do Brasil em São Paulo...
- Colheu muita informação, Ted?
- Sim, deu para investigar muita coisa... E
agora tenho de concluir!
Sinto-me compelido a experimentar outro
rótulo para continuar o trabalho. Afinal, trabalho duro é trabalho duro! Retiro da adeguinha
um tinto espanhol da região de Cariñena,
Torrelongares Reserva 97, das uvas Garnacha
e Tempranillo, importado pela Planas & Buil.
Uau! Surpreendente, com um tostado delicioso
e um toque de baunilha muito gostoso. Isso
com pinhões... Com um risoto de pinhões!
Toca outro CD, agora letra da Vanessa da
Mata, na maravilhosa interpretação da Mônica
Salmaso.
"Eu não sei o que vi aqui / Eu não sei pra
onde ir / Eu não sei porque moro ali / Eu não
sei por que estou..."
- Ted, na realidade, que estória é essa de
investigação de Safra 2005, time do Grêmio?...
- Elementar, caro leitor. Conversando com os
enólogos cheguei à conclusão que a maioria é
gremista!
- Gremista? Hum... E daí?
- Isso é um perigo para os vinhos da Safra
2005! Como estarão os humores? O humor afetará o vinho? O Grêmio lá na Segundona, na
parte de baixo da Segundona, e o Inter lá na
Primeirona, no topo da Primeirona...
- Ah! Realmente, grande preocupação!
"Eu não sei pra onde a gente vai / Andando
pelo mundo / Eu não sei pra onde o mundo vai
/ Nesse breu vou sem rumo..."
Regis Gehlen Oliveira é editor deste jornal e
fundador da SBAV de Aldeia e Alphaville.
De vez em quando bebe.
[email protected]
20
JUNHO de 2005
Jornal
A equipe de Vinho & Cia girou em maio pelo 2º Circuito de
Degustação de Vinhos do Brasil em São Paulo. Realizado
pelo Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho, reuniu no Museu da
Casa Brasileira 17 vinícolas nacionais, que ofereceram para
degustação seus vinhos tradicionais e suas novidades.
OLIVIER ANQUIER,
empresário de
gastronomia, pôde
conhecer alguns
espumantes, um deles,
recomendado pelo editor
de Vinho & Cia Lauro
Carvalho, o Brut Cave
Geisse, da CAVE DE
AMADEU. Outros
destacados foram o Brut da
DON GIOVANNI e o
Prosecco da
PETERLONGO.
JUCIANNE
CASAGRANDE, da CASA
VALDUGA, E FERNANDA
VIANNA, sommelière. A
vinícola mostrou o Duetto
Pinot Noir / Shiraz. Regis
Gehlen Oliveira gostou
muito do Cab Sauv da
CASA DE AMARO. Entre
os vinhos da CASA
PERINI, um destaque foi o
Espumante Moscatel.
SÍLVIO PASIN, da
Cordelier, pôs em
destaque suas garrafas
diferenciadas. A PIZZATO
trouxe a novidade da uva
tinta Egiodola, bem
diferente. A UNIÃO DE
VINHOS mostrou o
Chardonnay, com toques
de maracujá.
RICARDO HAAS E
JANAÍNA TORRES, da
ALMADÉN, que
apresentaram entre os
destaques o Espumante
Brut. A AURORA trouxe a
nova linha Pequenas
Partilhas, com rótulos de
várias uvas, entre eles o
Cab Franc, elogiado pelo
editor de Vinho & Cia Regis
Gehlen Oliveira. A
BOSCATO ressaltou o
Gran Reserva Cab Sauv,
que agradou muito ao
colunista Adalberto Piotto.
CLAUDIA STEFENON, da
ABE, conferiu o Circuito,
em que, na área de tintos,
a MIOLO trouxe o Cuvée
Giuseppe, top muito
recomendado por Regis
Gehlen Oliveira e Adalberto
Piotto. O destaque da DON
LAURINDO ficou por conta
do Ancellotta, e a DOM
CÂNDIDO ressaltou o Gran
Reserva Cab Sauv.
ARNALDO PASSARIN, da
AGAVI, e ÂNGELO
SALTON. A vinícola
enfatizou o Espumante
Brut Reserva Ouro e a
VALMARINO também
ressaltou espumantes, o
Brut e o Moscatel.
Vinho & Cia
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