ConVisão ANO 1 - Número 2 - JUNHO de 2005 R$ 7,00 Vinho, magia e sedução Desde os tempos antigos, o vinho está associado à sedução, à privação de sentidos prazerosa e desejada que acometia os casais. Os gregos tinham um deus para justificar esses excessos, e, quando alguém cometia loucuras em nome do amor, diziam que era culpa de Dionísio, o deus da orgia e do vinho. Página 14 A cara do vinho na Expovinis 2005 Guia: Restaurantes, bares, locais, cursos e eventos em que vinhos e bebidas estão em destaque - 16 a 19 Bate-papo Ciro Lilla A feira Expovinis Brasil 2005 reuniu no mês de maio em São Paulo consumidores de vinhos, estudantes e profissionais no maior evento internacional do setor na América Latina. Segundo a organizadora Exponor, cerca de 12 mil pessoas visitaram os 190 expositores. Página 8 Nesta Edição Sócio-diretor da Mistral Importadora e vice-presidente da Abrabe Pág. 7 - Vinhos Ciro pensa que é hora de estimular o consumo de vinhos no país, e isso só será possível com a sua democratização. É preciso descomplicar o vinho, e não apenas associá-lo com ocasiões especiais ou imagens de riqueza. Página 4 Pág. 13 - Roteiro Tour Mistral do Novo Mundo Dia dos Namorados temperados Pág. 15 - Cervejas Cerveja em temperatura ambiente 2 JUNHO de 2005 Jornal Vinho & Cia Entre aspas Editorial ANO 1 - Nº 2 JUNHO de 2005 Democrático e prazeroso caminho "Enormíssimos parabéns! Finalmente, uma notícia realmente saborosa", Marcos de Sousa, Mandarim Comunicação Lembro-me muito bem, já se vão alguns anos, quando durante uma palestra utilizei pela primeira vez a expressão "precisamos tirar a gravata do vinho". A reação dos ouvintes naquele dia, e de outros tantos com quem tive a oportunidade de falar um pouco sobre essa bebida "dos Deuses", me fez acreditar que estava no caminho certo. Para minha surpresa e ratificando o já que pensava, foi exatamente esta a expressão utilizada pelo Regis (com quem divido a editoria deste jornal) quando nos encontramos pela primeira vez para falar sobre o Jornal Vinho & Cia. Desde então, nosso mote estava definido. Seguindo essa linha, "desenhamos" o projeto do jornal. Primeiro, precisávamos saber exatamente para quem iríamos escrever, depois, o que o nosso leitor gostaria de ler, ver e saber. Começamos a pensar em quem iria escrever nossas colunas, e, aí, uma surpresa: profissionais do vinho, da gastronomia, do charuto, enófilos ou simplesmente bebedores apreciadores das coisas boas da vida, viram no Jornal Vinho & Cia um espaço aberto, sem preconceitos, onde poderiam dar asas à imaginação, onde poderiam chamar o vinho de você. Pois bem, aqui estamos em nossa segunda edição, acreditando ser este, senão o mais fácil, mas com certeza o mais democrático e prazeroso caminho. O pré-lançamento ocorrido na Expovinis, maior feira de vinhos da América Latina, e o lançamento oficial no Café Journal, em Moema, serviram para comprovar tudo o que dissemos até agora. Recebemos cartas, telegramas, e-mails, cartões e flores dos mais diversos setores, dos profissionais aos bebedores descontraídos e de bom gosto, nossos principais leitores. Todos queriam, de alguma forma, nos mostrar que viemos para preencher uma lacuna no setor dos veículos de comunicação que abordam os vinhos, a gastronomia, o turismo e outros produtos diferenciados, como temas principais. Obrigado, em nome de toda a equipe do jornal, pelo apoio e incentivo. Um agradecimento especial aos que acreditaram no nosso projeto, quando ele era ainda um pequeno embrião, e que nos possibilitaram a viabilização do mesmo. Estaremos sempre abertos a comentários e sugestões, e contamos com você, leitor, para nos ajudar a tirar a gravata do vinho e desfrutar o lado descontraído da vida. Forte abraço e até a próxima! "Nossos votos de muito sucesso!", Cecília e José Paulo Schiffini, do Rio de Janeiro Lauro Carvalho, editor junto com Regis Gehlen Oliveira "Parabéns a todos pelo lançamento do Jornal Vinho & Cia, uma proposta muito interessante na divulgação desta bebida que nos cativa, principalmente por ser tão rica e heterogênea", Vera Lucia Duarte, diretora do Restaurante Charpentier e Hotel Frontenac em Campos do Jordão "Quem tem em suas relações um enogastrônomo não precisa de mais nada, só de boas empreitadas", Alberto Mutti de Oliveira, engenheiro civil, ex-funcionário de empreiteira Boa sorte na nova empreitada! Se tiver coca-cola também..." Eduardo Schumann, analista, bebedor de coca-cola "O vinho estimula os sentidos, desperta o paladar, a mente e o prazer de estar entre amigos", Andréa Bonamico, Grand Cru Importadora "Aproveitamos para louvar a iniciativa da publicação, desejando longa e próspera vida a Vinho & Cia", Giovani Capra, assessoria de imprensa do Ibravin "Boa sorte e meus cumprimentos pela iniciativa. Realmente, o Mundo do Vinho é um assunto interessante, apaixonante e delicioso!", Lauro Bastos, Illy Café "Parabéns pelo novo empreendimento. Temos certeza que terá colaboração importante na divulgação do mundo do vinho", Germán Garfinkel & Javier Ruaro, Bodega de los Andes "Em primeiro lugar parabéns pelo projeto! É uma pena que não tivemos oportunidade de conversar mais durante a feira (Expovinis), mas mesmo assim dei uma lida no jornal e achei fantástico. Precisávamos mesmo de algo do gênero", Lis Cleto Cereja, Morandé Brasil "Parabéns a toda a equipe do jornal Vinho & Cia. É através de instrumentos deste porte que o vinho no Brasil passa a ser cada vez mais divulgado, contribuindo assim para o aumento do consumo da bebida (alimento) de Bacco entre os brasileiros", Messina Palmeira Dias, presidente da Confraria das Amigas do Vinho da Paraíba "Gostei bastante do que recebi como pré-lançamento, na Expovinis. Faço votos que continuem adotando o traje ‘sem gravata’, do qual não abro mão, até por respeito ao lado ‘sem frescura’ e democrático do vinho", Paulo Brejon "Ficamos muito felizes com essa novidade! Desejamos à equipe do Vinho & Cia muito sucesso e felicidades", Renata e Henrique Schumann, dos Estados Unidos "Quero parabenizá-los pelo sucesso do Jornal Vinho & Cia. Desejo muito sucesso e muitos exemplares. Muito boa essa do Beto são-paulino!", Sandra Alves, Best Wine Importadora "Gostaríamos de parabenizar a todos e desejar todo sucesso para essa nova empreitada muito bemvinda em nosso mundo do vinho", Neimar Godinho, Sulvin Vinhos "Sucesso!", Ângela Mochi, Wine Company Importadora "Parabéns pela iniciativa!", Rodrigo D’Ávila Mariano, advogado EDITORES Lauro Pimentel Carvalho Regis Gehlen Oliveira PUBLICAÇÃO ConVisão Al. Araguaia, 933, 8o. andar Alphaville 06455-000, Barueri - SP +55 (11) 4196-3637 [email protected] www.jornalvinhoecia.com.br REDAÇÃO Adriana Bonilha Oliveira Denise Cavalcante COLUNISTAS Adalberto Piotto Beto Acherboim Cesar Adames Sergio Inglez de Souza Walter Tommasi FOTOGRAFIA Estevan Norio Ito DIAGRAMAÇÃO Aristides Neto PUBLICIDADE Álvaro Cézar Galvão Carlos Vivi Fabíola Menegasso ASSINATURAS (11) 4196-3637 [email protected] IMPRESSÃO Gráfica da Folha de S. Paulo O Jornal Vinho & Cia é uma publicação da ConVisão dirigida ao segmento de enogastronomia. Circula principalmente na Grande São Paulo para público leitor selecionado, determinado especificamente pelo interesse no assunto. Seu conteúdo é descontraído, abrangendo o mundo do vinho e suas relações com o lado gostoso da vida, por meio de linguagem fácil e inteligente, com textos únicos e compromissados com o leitor e o segmento. Os artigos e comentários assinados não refletem necessariamente a opinião do Jornal. A menção de qualquer nome neste Jornal não implica necessariamente em relação trabalhista ou vínculo contratual remunerado. Jornal Vinho & Cia JUNHO de 2005 Bate-papo "Por ter morado seis anos na França, criei o hábito do consumo de vinhos e me apaixonei pelo tema. Para minhas compras analiso os catálogos das importadoras e procuro avaliar a qualidade e o preço. Acho que existem coisas boas para se tomar até a 20 reais. Acho importante tirar o ar de afetação do vinho, sou a favor do vinho sem frescura", JOSÉ ANÍBAL, vereador, 57 anos Como é a sua relação com o mundo do vinho ? "Tenho o hábito do vinho há dois anos e meio, e sigo as dicas do meu namorado e dos amigos para fazer as compras. Consumo em casa e em restaurantes", SILVANA FONTOLAN, gerente de vendas "Gosto de vinhos e consumo há 25 anos, fazendo minhas compras em lojas especializadas, importadoras e um pouco em supermercado. Para escolher, sigo a relação qualidade-preço, com base em informações de amigos e da ABS", SERGIO DA SILVA JR., consultor de tecnologia da informação, 49 anos "Curto o assunto há um ano. Estou cursando a ABS para aprender mais. Hoje tenho o hábito de beber vinhos em casa e em restaurantes, comprando em lojas especializadas e nas importadoras após provar o vinho e gostar do custo-benefício. Mantenho de 5 a 10 garrafas em casa", VIVIAN MATTOS, empresária de restaurantes, 24 anos 3 4 JUNHO de 2005 Jornal Vinho & Cia Bate-papo Ciro Lilla Sócio-diretor da Mistral Importadora e vice-presidente da Abrabe Associação Brasileira de Bebidas Vestido com roupa esporte, calça, camisa e tênis, numa terça-feira comercial, Ciro Lilla, recebeu no seu escritório em São Paulo os editores do Jornal Vinho & Cia, Lauro Carvalho e Regis Gehlen Oliveira. Ciro, um dos mais bem-sucedidos empresários do setor, pensa que é hora de estimular o consumo de vinhos no país, e isso só será possível com a sua democratização. É preciso descomplicar o vinho, e não apenas associá-lo com ocasiões especiais ou imagens de riqueza. Jornal Vinho & Cia: Como está o consumo de vinhos no país? V&Cia: Há movimento Brasil para isso? Ciro Lilla: O interesse pelo vinho no Brasil nunca foi tão grande, mas há anos o consumo em número de litros não cresce e por habitante é baixo em comparação a outros países. Falta poder aquisitivo da população e divulgação. Ciro: Tramita no congresso um projeto do senador Pedro Simon para classificar o vinho como alimento. V&Cia: E o influencia? governo não Ciro: Eu sou representante da Abrabe na Câmara Setorial do Governo. Nós estamos com um movimento pela alteração da relação com o mundo do vinho. Por exemplo, a burocracia afeta muito o vinho de qualidade, do pequeno produtor, que interessa exportar, impondo dificuldades. Para a importação de vinhos de alto valor em pequena quantidade, pesa a exigência de duas garrafas para análise. V&Cia: E os impostos? Ciro: A carga de impostos sobre o vinho nacional é de 42%. Sobre o importado, além disso, incide 27% de imposto de importação e os custos de portos, que não são baratos. Em São Paulo a alíquota de ICMS para vinho é de 25% e para cachaça, de 18%. Em alguns lugares do mundo, a alíquota para vinho é equivalente à de alimento. no V&Cia: E como vai o mercado? Ciro: O mercado é difícil. Hoje há cerca de 600 importadores. Lojas em geral têm dificuldades de acomodar a sua margem e a das importadoras. Observem quantas importadoras e lojas fecharam nos últimos anos. Felizmente a Mistral está numa fase boa. V&Cia: E qual a receita do sucesso da Mistral? Ciro: Em primeiro lugar a paixão pelo vinho. Eu fui o primeiro presidente da ABS-SP e diretor de degustação da SBAV. Quando assumimos a Mistral, há 13 anos, eu pensava num negócio pequeno, que não desse muito trabalho. Eu sou engenheiro mecânico e tenho negócios na área de máquinas. V&Cia: Porém a paixão envolveu? Ciro: Sim. E percebi desejos não atendidos. Por exemplo, quando entramos no mercado não havia catálogos explicativos. V&Cia: E a seleção dos vinhos? Ciro: Eu escolho cerca de 80% dos vinhos da Mistral. Por sorte, acho que tenho um paladar universal. Quando eu gosto de um vinho, a maioria gosta. E temos um critério de qualidade. Para atender bem, até importamos poucas caixas de um vinho bom, mesmo sabendo que dá o mesmo trabalho que importar em grande escala. Além disso, temos uma filosofia de respeito ao cliente. V&Cia: E quanto aos produtores? Ciro: Quando eu conheci o Catena, por exemplo, no primeiro gole eu perguntei se eles tinham importadora. E fechamos contrato na hora. Assim foi com o Telmo Rodrigues e outros produtores. Também nos preocupamos com a ética, antes de qualquer acerto. V&Cia: Falemos em críticos. Foi você quem criou o termo 'Mal de Parkerson', não é, sobre as conseqüências das avaliações do Robert Parker? Ciro: Sim. A idéia era chamar a atenção para o fenômeno. O lado ruim do Parker é que ele é praticamente único. Isso leva a uma padronização de produção no mercado, em razão da indústria querer produzir vinhos com características que levem à boa pon- tuação. Mas também há o lado bom do Parker. Certos produtores estavam muito acomodados e vivendo apenas da fama. V&Cia: Mas não é meio estranho transformar prazer em uma nota, 88, 92...? Ciro: Tenho um amigo no mercado que diz que vinho com pontuação maior do que 85 ele não consegue vender por ficar caro. E vinho com mais de 90 ele não consegue comprar para vender. Assim é complicado. Acho também que provar num dia 200 vinhos e rotular que o vinho 7 e o 154 têm nota 89, por exemplo, não é lógico. Ignorar vinhos de alguns bons países, como Portugal, não é bom. Os vinhos do Brasil ele também não conhece. Em resumo, crítica é bom, mas grande influência, não. V&Cia: Falando sobre nós... O que você acha do nível do nosso serviço de vinhos? Ciro: Hoje temos um dos melhores serviços de vinho do mundo. Lembro-me de um fato pitoresco há uns 10 anos, em que num restaurante novo eu queria comentar um item de uma boa carta de vinhos. Chamei o maitre e perguntei-lhe se eles tinham um sommelier. E ele me disse que na carta não, mas que poderia preparar-me um. Risos de lado, isso é coisa do passado. V&Cia: Por que não temos maior oferta de vinhos em taça? Ciro: Não sei dizer. Isso é um paraíso para quem gosta, mas há poucas ofertas, e em geral apenas de vinhos muito simples. V&Cia: E a qualidade do vinho nacional hoje? Ciro: A qualidade está evoluindo bem. O espumante na Serra Gaúcha é ótimo. Falta incentivar o consumo e comunicar amplamente. Alguns vinhos podem ser referência, mas na minha opinião a indústria nacional deveria investir no vinho econômico, de bom custo-benefício. E nota-se que hoje há tendência de união dos produtores. Uma linha possível é a exportação. Em função dos impostos, talvez seja mais fácil tomar vinho brasileiro na Rússia do que aqui. V&Cia: E o que mais é preciso fazer para desenvolver o consumo de vinhos no país? Ciro: Descomplicar. Fazer o que estamos fazendo aqui, descontrair. Precisamos mudar a imagem do vinho. Mostrar pessoas simples bebendo informalmente. Na publicidade e nas novelas só vemos o vinho associado com ocasiões especiais, suntuosidade, mulheres maravilhosas. E o dia-adia? Jornal Vinho & Cia JUNHO de 2005 5 Painel Brasil X Argentina 1 A cadeia produtiva da uva e do vinho do Brasil propôs à indústria vinícola da Argentina uma parceria pela ampliação do mercado nacional em troca da regulamentação da entrada de vinhos deles em nosso país. No Brasil há anos o consumo anual é em torno de 1,8 litros por habitante e na Argentina, de 30. Brasil X Argentina 2 A proposição da indústria brasileira é limitar a entrada do produto argentino no país nos patamares de 2003 (6 milhões de litros, contra 11,2 milhões em 2004 e 20 milhões projetados para 2005) e aumentar progressivamente à medida do crescimento de mercado. A indústria propõe também a importação de produtos com preço mínimo de US$15 a caixa de 12, tendo como contrapartida o livre comércio para caixas com valor acima de US$40. Brasil X Argentina 3 Um dos argumentos da indústria brasileira é que o vinho barato argentino, que concorre com a maior parte da nossa produção, pode comprometer a sua imagem aqui, à semelhança do fenômeno garrafa azul alemão. E mais, o volume dessa faixa de vinho direcionada ao Brasil seria pequeno em relação à produção Argentina. Brasil X Argentina 4 A Associação Brasileira de ADALBERTO PIOTTO Beber e ter prazer, só isso. u juro que beber vinho é melhor que não beber. A afirmação parece óbvia, eloqüente e direta. Pode ser... mas, há sempre um "mas", as coisas podem se estender em seus significados. Vejamos: se eu disser que beber cerveja é melhor que não beber, todo mundo que gosta de cerveja há de concordar. Simples. Não há nenhuma equação nisso nem raiz quadrada pra resolver. O detalhe é que, se eu gritar pra uma multidão que beber vinho é melhor que não beber, um grupo grande, eu imagino, vai concordar. Mais que isso é se eu fizer a mesma pergunta e trocar vinho por cerveja, um grupo enorme, muito maior que o anterior, vai responder – afirmativamente – fazendo "ola". E dá-lhe festa! A comparação é ofensiva à bebida milenar? Trata-se de uma campanha pró ou contra a alquimia dos alemães?Acalme-se. Eu quero ir além de uma resposta ‘sim’ ou ‘não’. Primeiramente, permita-me explicar o fenômeno das reações diferentes: cerveja não exige carteirinha de enófilo (que palavrinha mais feia essa, não? Apreciador de vinho merecia tratamento semântico mais simpático pra algo tão nobre), de bebedor especialista ou qualquer coisa que o valha pra que uma garrafa seja aberta. O sujeito vai lá, abre, brinda, bebe e comemora. Pronto! Ganhou o dia e fez a festa dele, deles, dela ou delas. O que interessa dizer é que quem abriu a garrafa não precisou de cerimônia nem se sentiu acanhado pra começar a festejar com a bebida. Agora, pense comigo: se alguém propuser algo semelhante – até mais "respeitoso" – com uma garrafa de vinho, vai aparecer um sujeito chatinho lá do canto com uma conversa mole de que está se abrindo um vinho, que precisa saber qual é a comida, que se deveria ter cheirado a rolha, verificado a safra, perguntado sobre as taças, a temperatura, a pressão atmosférica, a distância do sol, a conjunção lunar e outras coisas. Vai, dependendo do público, assustar mais que juntar pessoas em volta da sempre bela, sedutora e reveladora garrafa de um bom vinho. Acerta ou erra com tantos cuidados? Depende. No caso, fez-se parecer um chato que faz gol contra aos 45 minutos do segundo tempo. Pode ser pior? Não restam dúvidas que vinho e cerveja requerem exigências diferentes. São bebidas distintas, de origem diversa, de manufatura cada qual a seu modo. Eu mesmo sou a cara da minha própria contradição. Critico o cerimonial, mas também sou, vez ou outra, um tanto cerimonioso na hora de E tomar uma boa garrafa. Por razões claras, afinal a bebida pede esse comportamento. Daí, o que importa é responder o básico do jornalismo: o que, quem, quando, como, onde e por que. E identificar o público não significa ter preconceitos e dar a esse algo melhor que àquele. Não é preciso dizer que, como jornalista, vivo de duvidar das certezas. Eu explico: impressionou-me, dias atrás, a felicidade de um grupo de pessoas num bar tomando vinho. Bisbilhotei a garrafa e não era nenhum grand cru classé, embora honesto. A comida arrepiaria os harmonizadores mais exigentes. Estavam numa mesa em que outros tomavam caipirinha, suco de laranja. Mesmo assim, apesar da diversidade, os tomadores de vinho da mesa ao lado estavam na base do hip, hip, hurra! de felicidade. Nada os incomodava. Nenhuma regra seguida ou agredida fazia diferença naquela hora. Assim, desse jeito, eles estavam bebendo vinho, se divertindo e comemorando. Pronto! "Ola" pra eles, também. Com esse caso prático em mãos, eu me pergunto: será que esse mundinho do vinho não impõe muita obrigação na hora que alguém quer beber vinho? Só isso. Beber e ser feliz. Embora seja saudável, bom pro coração, tenha substâncias anti-oxidantes, etc., bebe-se pouco vinho nesse país. Poder aquisitivo, clima e falta de hábito – uma cultura específica, no caso – são apontados como razão pra isso. E é sobre essa cultura que discuto. Quem acaba de entrar no time não pode ser pra bater pênalti. Daí, é preciso dar ao iniciante exigências de iniciante. Deixemos com que ele faça ao modo como se sentir melhor. Afinal, o vinho, naturalmente, vai fazer alguém apurar seu paladar. Vai fazer com que essa pessoa comece a ser mais exigente. Talvez, em pouco tempo, ela comece a querer "comer" a cor do vinho, os aromas, as lágrimas que escorrem pelo copo. Vai fazer do vinho a bebida elegante que é e que requisita alguns cuidados. Mas se fizer isso aos poucos, vai sempre estar aberto a beber sem compromisso também e, o melhor, sem culpa. Ou seja, se pegarmos leve com o "juvenil", ele continua no time. Se não, vai voltar a querer jogar botão. Em tempo: eu não abro mão de uma boa cerveja com ou sem cerimônia. O mesmo faço com vinhos... sem preconceito, e estou muito bem assim. Falamo-nos. Adalberto Piotto é jornalista, âncora da Rádio CBN [email protected] 6 JUNHO de 2005 Jornal Vinho & Cia Clima descontraído marca o lançamento do Jornal Vinho & Cia Sob o lema "O lado descontraído da vida", os editores Lauro Carvalho e Regis Gehlen Oliveira promoveram o lançamento do Jornal Vinho & Cia no último dia 16 de maio, segunda-feira. O evento no Café Journal, no bairro de Moema em São Paulo, contou com a participação de aproximadamente 200 convidados, entre profissionais do mundo do vinho, leitores e apreciadores da bebida. O Jornal fora pré-lançado na Expovinis, maior feira do setor na América Latina, realizada em São Paulo entre os dias 3 e 5 de maio. Na feira, a equipe do Vinho & Cia instalou-se em um estande próximo às vinícolas nacionais. A aceitação do veículo de comunicação foi grande, e sua tiragem de 10 mil exemplares foi praticamente esgotada. No Café Journal, de Denis Rezende, em tom de combinação com a decoração do local, foi preparado pela Luciana do marketing um clima bem informal, com espaço amplo para a apreciação do coquetel. Segundo os editores, "a idéia foi tirar a gravata do vinho". Regis Gehlen Oliveira disse que o "& Cia" reflete a proposta editorial do jornal, dirigido à enogastronomia e às bebidas diferenciadas. "Temos entrevistas, notícias de última hora, produtos, programação, roteiro, turismo, agito, arte, cultura, gente e muita diversão e descontração". Lauro Carvalho afirmou que "somos jornal, impresso pela melhor e maior gráfica do país, a da Folha de S. Paulo, e não queremos ser revista". E completou: "alguns de nossos diferenciais são a agilidade de publicar notícias e peças de publicidade, além do formato mais econômico". 4 5 6 7 8 1 - Da esquerda para a direita, a equipe: Sérgio Inglez de Souza profundo conhecedor de vinhos nacionais, lançando novo livro, Beto Acherboim - são-paulino e enófilo, Walter Tommasi - artista plástico e enófilo, Lauro Carvalho (editor) - quase carioca, enófilo e consultor enogastronômico, Adalberto Piotto - jornalista-âncora da Rádio CBN, Cesar Adames (atrás) - especialista em charutos, Regis Gehlen Oliveira (editor) - que de vez em quando bebe, fundador da SBAV de Aldeia da Serra e Alphaville 1 2 - Em pose: Marco Antonio Fernandes (Art des Caves), Fábio Miolo (Viníciola Miolo), Cezar França (Decanter Importadora) e Carlos Vivi (Vinho & Cia). 3 - Nelson e Vera Marinho, leitores. 4 - Ana Paula Pagani da Casa do Porto 5 - Ana Paula Adachi (Exponor), Marcelo Celentano (Marimpex), Lívia Fonseca (Exponor). 6 - Rodrigo Lucindo (Larousse), Fabíola Menegasso (publicidade do Vinho & Cia), Cristiano Alves (Wal-Mart). 7 - Denis Rezende, Lauro Carvalho e Mariana Valentini do Café Journal. 2 3 8 - Sissi Siebert da Qualimpor - Herdade do Esporão Jornal Vinho & Cia JUNHO de 2005 Tour Mistral do Novo Mundo revela oportunidades de bom custo-benefício Em seqüência aos Encontros promovidos pela Mistral Importadora em 2003 e 2004, o Tour do Novo Mundo foi realizado em formato semelhante a uma grande degustação. A idéia anterior era possibilitar o contato pessoal com vários produtores de países representados pela Mistral, e nesse ano o objetivo principal foi o contato com os vinhos nãoeuropeus. Os editores do Jornal Vinho & Cia, Lauro Carvalho e Regis Gehlen Oliveira, provaram muitos vinhos no evento e fizeram seleções pessoais, considerando o conceito de novidades e da boa relação custobenefício. "O difícil foi selecionar alguns rótulos no meio de tantos exemplares de qualidade", comentaram os editores. 7 SÉRGIO INGLEZ DE SOUZA O lado feminino do vinho homem, gênero masculino, sempre se se tomar cognac. Coisas dos governos autoritários. beneficiou do Homem, raça humana. O No Brasil, ao invés de seios, bebemos em cada taça Homem descobriu o fogo, o Homem de vinho nacional 42 % de amargos impostos... desenvolveu a roda... E o homem invenSeios à parte, as mulheres também emprestaram tou a sociedade machista! Felizmente isso não capacidade, sensibilidade e competência, como tesimpediu que a mulher sempre estivesse no centro temunham os feitos das três bravas viúvas francedos principais acontecimentos. sas. A descoberta do vinho é uma grande incógnita Nicole-Barbe Clicquot aos 27 anos perdeu o perdida na poeira dos tempos. Mas, com uma pitamarido e, ainda guardando luto, arregaçou as manda de bom senso, podemos afirmar que quem o fez gas e reergueu o negócio da família, batizando o seu foi a mulher. Na faina diária de sustentar a vida champagne de Veuve Clicquot Ponsardin. Acreditamansa dos folgados companheiros, respondendo se que foi ela quem desenvolveu a técnica da remuapela alimentação da prole, deve ter ocorrido acige e inventou os pupitre, estrutura onde as garrafas NOVO MUNDO. O Tour da dentalmente a descoberta do vinho. Cachos de uvas de espumante são apoiadas durante o processo de Mistral ofereceu a esquecidos numa jarra fermentaram no primeiro separação de sedimentos formados pelas leveduras oportunidade de vinho! mortas. degustação de vinhos da O homem adorou a descoberta feminina e o adoMadame Lily Bollinger, que durante a época da África do Sul, Argentina, tou. Como dominador do ocupação alemã na Austrália, Chile, Estados mundo, na cara de pau, França, sem gasolina, colocou quem o descobriu batia estrada a pé ou Unidos, Nova Zelândia e os gregos... para serví-lo com todas as pedalando para acompaUruguai. escolheram moldar pompas. No Egito os bannhar a produção em seus as taças nos seios quetes eram fartamente vinhedos, deu verdadeira regados a vinho, servido bicicleta nas adversidades da mulher mais Seleção do Regis por mulheres com vestes históricas e desenvolveu o formosa da Grécia: transparentes e carreganchampagne Bollinger África do Sul Helena de Tróia - Produtor Beyerskloof, tinto Pinotage do símbolos de amor. Na Tradition RD (recent 2003 (R$41), ótimo couro Grécia, o conjunto vinho, dégourgement), um estilo - Guardian Peak SMG 2002 (R$96), amor e sexo ficou mais de fineza, cremosidade, complexo e equilibrado explícito, e as mulheres serviam vinho inteiramente aromas e sabores, tudo resultante de uma autólise Argentina nuas. (manter o espumante com as borras, antes do - Catena Malbec 2002 (R$60), Mas também havia regras rigorosas para o trato dégourgement) mínima de oito anos. muito agradável Austrália do néctar das uvas. Na Babilônia, mulheres religioVeuve Pommery, embora menos famosa, assumiu - Penfolds Koonunga Hill sas eram condenadas à fogueira se ousassem os negócios após perder o marido em 1858, lançanShiraz/Cab Sauv 2002 (R$61), comercializar vinho, enquanto que as taberneiras do-se à tarefa de promover exportações dos seus brilhante custo-benefício eram afogadas se colocassem água para aumentar champagnes. Nessa tarefa, comandou a elaboração - Penfolds Bin 389 Cab Sauv/Shiraz o seu volume. do primeiro champagne brut em 1874, chamado na 1998 (R$132), violento, intenso, divino Das diversas formas de sorvê-lo nas liberadas época de Pommery Nature. Seu nome só foi adota- Rosemount Diamond Shiraz 2002 reuniões masculinas, uma delas inspirou aos gregos do em um dos espumantes da casa, o Louise (R$52), final magnífico - Rosemount GSM 2001 (R$123), quando estes resolveram criar uma taça especial Pommery. ótimo mentolado para o serviço do vinho. Por comparação com a A participação feminina alcança nossos dias - Wynns Shiraz 2001 (R$83), prática, entenderam que a melhor taça teria formacom expressão importante e generalizada pelas lembranças de groselha to de seios femininos. Para não cometer enganos, múltiplas províncias vitivinícolas do mundo. Seria Chile taças-0.0nos seios da8.336 mulher continuar narrando novas4671 sagas indefiniTD(n)Tj0.4671 0 moldar TD(t(u)Tj0.4as 77z6979 15 TD01 0 TD0. -1.2667 TD0.0cansativo 228 Tw-é 0 TD0. 8.336 -1.ranças de groseTD(u)Tj0. 0 TA(n)Tj0. 4671 2 TD(t(u)TjAD - Casa Lapos7 0 TD(kTD0 Tc(3)Tj2 Tr0.454iTD0 Tc(P)Tj2 TrTD(lembranças de groseTD(u)Tj0.4671 0escolheram mais formosa da Grécia: Helena de Tróia. Talvez damente. Mas, como bom amigo dos leitores, propor esse motivo a Grécia tenha sido o seio da demometo voltar ao assunto com as enólogas do mundo cracia! afora e, como não, das maravilhosas e competentes Muitas vindimas mais tarde, uma rainha francewinemakers brasileiras. sa, Antonieta, não aceitando ficar por baixo (pelo menos nesse particular), ordenou que se moldassem Sérgio Inglez de Souza é enófilo, colunista e escritor [email protected] taças em seus exuberantes seios, gerando a taça de O “ ” 8 JUNHO de 2005 Jornal Vinhos A cara do vinho brasileiro Muitas oportunidades de vinhos e 12 mil pessoas na Expovinis Por Regis Gehlen Oliveira A feira Expovinis Brasil 2005 reuniu no mês de maio em São Paulo consumidores de vinhos, estudantes e profissionais no maior evento internacional do setor na América Latina. Segundo a organizadora Exponor, cerca de 12 mil pessoas puderam conhecer 190 expositores, representando cerca de 500 vinícolas do Brasil e de vários Vinho & Cia ESTANDE DE VINHO & CIA, com editores, colunistas e convidados. outros países, entre os quais África do Sul, Argentina, Austrália, Chile, Espanha, França, EUA, Itália, Portugal, Nova Zelândia e Uruguai. A feira abrangeu também a exposição de equipamentos, serviços e acessórios para o vinho, como cristais, adegas climatizadas, produtos para vitivinicultura e outros. A contabilidade do evento aponta que em três dias foram abertas aproximadamente 15 mil garrafas de vinho. Foi uma oportunidade muito interessante para bate-papo, conhecimento e confraternização entre todos. O Jornal Vinho & Cia esteve presente com um estande no evento, marcando o seu pré-lançamento. A sua equipe, de modo bem descontraído, pôde manter contato com o mundo do vinho e observar profissionais e interessados. Muitas Segundo o colunista do Jornal Vinho & Cia Sérgio Inglez de Souza, na Expovinis 2004 "o vinho brasileiro esteve humildemente representado por 6 vinícolas, cujos estandes ficaram dissolvidos e perdidos entre as muitas dezenas de marcas importadas". Nesse ano, observada uma retração na participação do vinho nacional no mercado brasileiro de vinhos finos, foi coordenada a formação da Frente do Vinho Brasileiro, visando participação em bloco e impacto de visibilidade. Sérgio disse que com 26 vinícolas brasileiras e entidades afins "tivemos uma grande área só para as vinícolas nacionais e um chamamento importante da mídia e do público". Participaram, pela primeira vez em feiras nacionais algumas vinícolas nordestinas, catarinenses e, mesmo, gaúchas. De acordo com Sérgio, "a Frente continua ativada e vai aparecer em outros eventos ou acontecimentos relevantes". Comentamos nesta matéria alguns produtores nacionais que não estiveram no 2o Circuito de Vinhos do Brasil, apresentado na última página do Jornal, onde participaram também Aurora, Casa Valduga, Miolo, Pizzato e Salton. Estes produtores estiveram com estandes com muito movimento na Expovinis. Mônica Rossete, jovem enóloga da Lidio Carraro, trouxe o seu conceito de "vinho de boutique", com produção visando características únicas. Com qualidade e ótimo design dos rótulos, o Merlot e o Assemblage Grande Vindima 2002 foram os primeiros vinhos brasileiros disponíveis nas lojas Duty Free de aeroportos. Marcio Marson desfilou o Espumante Brut, elogiado pela crítica internacional Jancis Robinson, lançou a linha comemorativa Famiglia de vinhos de faixa intermediária e fez alarde de um dos tops nacionais, o magnífico Grande Reserva. A Piagentini apareceu no cenário de vinhos finos, com alguns varietais, entre eles um correto Pinotage, motivo de Flávio Piagentini, grande agitador nos estandes do Expovinis, receber elogios até de concorrentes. O enólogo Tiago Dal Pizzol mostrou a linha de vinhos finos da Monte Reale, a Valdemiz, que inclui um Cabernet Sauvignon com bonito rótulo. Giovanni Valduga e Mônica Nunes da Vallontano apresentaram a linha toda da vinícola, e foi destaque o muito gostoso e trabalhado Reserva Cabernet Sauvignon 2002. pessoas passaram pelo estande e muita conversa agradável "rolou". Algumas pediram dicas, como dois noivos que precisavam de indicações do que servir no seu casamento, pois, novatos em vinho, estavam confusos diante de tantas opções e preços. A equipe do Jornal fez uma ampla pesquisa das novidades e das oportunidades de rótulos nacionais VALLONTANO, PIAGENTINI, LIDIO CARRARO, AURORA, e importados. Apre- Mônica Nunes Flávio Piagentini Mônica Rossete Raphael Sérgio sentamos na seqüência uma pequeOs Irmãos Molon adocicaram com o premiado vinho licoroso na amostra, e ressaltamos Mistela Sinuelo. que se algum produto ou Alguns produtores entraram com estandes em bloco. Foi o caso da alguma empresa não estão Agavi (reunindo Panizzon, Giacomin, Mioranza e Lona), do Instituto aqui relacionados não signido Vinho do Vale do São Francisco (com Garziera, Botticelli e outros) fica qualquer desmerecie de nomes de Santa Catarina (Panceri, GBM e Urussanga). A conclusão da equipe de Vinho & Cia é que muitos produtores mento ou falta de atenção, nacionais elaboram hoje vinhos que merecem sem dúvida ser muito pois em função da diversibem apreciados, não devem nada a rótulos importados de preços dade e da quantidade de equivalentes e em degustações às cegas, livres de preconceitos, certarótulos de qualidade é posmente surpreenderão aos que dizem que não temos técnica e "terroir" sível abranger apenas um (solo e clima adequados para a produção). pouquinho neste espaço. Jornal Vinho & Cia JUNHO de 2005 9 Aromas Vinalia e Luis Felipe Edwards O esplêndido toque de café do vinho top da vinícola Luis Felipe Edwards, Dona Bernarda 2002 (R$ 160), combinando com cestinha de parmesão, foi destaque em almoço no Vinheria Percussi promovido pela importadora Vinalia, com a presença do enólogo da vinícola chilena, Nicolas Bizzarri. O Cabernet Sauvignon 2003 da linha Gran Reserva da Edwards também está muito gostoso e macio, com ótimo custo-benefício (R$68). Vinho & Cia indica também o Merlot da Linha Pupilla (R$22). Os vinhos da vinícola serão lançados oficialmente no Brasil na Fispal. Orgânicos Perlage no Fulô O restaurante vegetariano Fulô está com a proposta de uma confraria de vinhos orgânicos, em parceria com a Marimpex, importadora e produtora italiana da marca Perlage. Em salas rústicas e pequenas com artesanato brasileiro, o primeiro evento trouxe seqüência de vinhos harmonizando com novos pratos da casa. Um deles, o amanteigado Perlage Chardonnay Piave (R$35 na carta) com agnelloti artesanal orgânico de gorgonzola e nozes ao molho de alface e pinólis. Casa Silva e Emporium Plaza Uva branca Viognier do chileno Casa Silva Reserva harmonizando espetacularmente com casquinha de frutos do mar, limpando o paladar com seu sabor cítrico. Tinto Carmenère Casa Silva Gran Reserva (R$56 no restaurante) acompanhando costelinhas de cordeiro grelhadas. Essas foram as combinações do enólogo Mario Geisse, diretor técnico da Casa Silva, em jantar no Emporium Plaza. Para abrir o paladar, espumante nacional Cave de Amadeu, também produto de Geisse. Paris Moskow O recém-inaugurado restaurante franco-russo em São Paulo tem dois ambientes numa casa estilizada em Moema. No térreo, a proposta é ambientação sofisticada e no segundo andar, bar com terraço, mesas ao ar livre e churrasqueira. A importadora La Vigne entra com 12 rótulos na carta, entre eles o argentino e bom branco da uva Viognier Ampakama Casa Montes 2004 (R$30 no restaurante), ótimo com salmão e frutos do mar. Marselan da Dom Cândido A Dom Cândido lançou um vinho 100% de uva Marselan. A recomendação da vinícola é a harmonia com pratos elaborados a partir de carnes com gosto e temperos profundos e persistentes. Lançamentos da Marson Para homenagear os 118 anos no Brasil, a Marson rotulou como Famiglia a nova linha de vinhos, composta por um Chardonnay e um Cabernet Sauvignon – Merlot. Em 5 gerações a família adquiriu o conhecimento para os vinhos, que segundo o ancestral Antônio Marson seriam "sinônimo de alegria, emoção, paciência, honestidade e terroir, e precisariam ser alegres e demonstrar todas as características de onde seriam produzidos". A SBAV-SP fará uma degustação no dia 14 de junho com eles. Aromas e sabores Em 20 de junho, em Ipanema no Rio de Janeiro, a Mauad Editora e a Livraria da Travessa (21-3205-9002) lançam o livro "110 curiosidades sobre o mundo dos vinhos noite adentro com aromas e sabores", de Euclides Penedo Borges. LAURO CARVALHO Não ao preconceito! e durante todos esses anos dedicados ao vinho e à gastronomia sempre procurei colocar o prazer como objetivo principal, confesso que após o lançamento da primeira edição do Jornal Vinho & Cia tive a certeza de que é exatamente isso que a maioria das pessoas procura, mas que nem sempre é o que acontece, por puro preconceito. No estande do Jornal Vinho & Cia, durante a Expovinis, maior feira de vinhos da América Latina, conversei com muita gente e infelizmente percebi algumas pessoas torcendo o nariz, como quem diz "O que esse pessoal tá querendo, avacalhar com o vinho? E nós, como é que ficamos? Se essa coisa pega, o que eu vou fazer com a minha coleção de gravatas exclusivas para beber e falar de vinho?" Mas felizmente encontrei muita gente contente por saber que terá um veículo sem preconceito e com muito prazer falando de vinhos. Pois é, o preconceito começa muito antes de se abrir uma garrafa de vinho. Alegrou-me, por exemplo, perceber durante a feira a reação das pessoas quando eu entrava em algum estande e pedia para degustar um vinho rosé. Após o estado de espanto, quase de choque, o vinho rosé era servido, e, para minha surpresa, uma boa e longa conversa se desenvolvia em torno do tema. E olha, degustei alguns rosés muito interessantes, dignos de qualquer mesa ou taça. Outro fato muito curioso e que aconteceu com freqüência, era quando algum visitante da feira me pedia ajuda para lhe indicar alguns vinhos a serem degustados. Mais uma vez o espanto e a surpresa eram nítidos quando eu recomendava alguns rótulos nacionais. Pois é, também no vinho, o Brasil não conhece o Brasil. E não pára por aí! O preconceito é tanto que algumas pessoas, que não se consideram muito entendidas do mundo de Baco, têm receio de visitar alguns estandes e lojas de importadoras porque, por vezes, são tratadas S como uma espécie de escória, que por não terem decorado alguns nomes de produtores, alguns rótulos, por não utilizarem terno e gravata, são considerados não-aptos a reconhecer ou comprar um bom vinho. Eu mesmo já passei por isso. Quando trabalhava como engenheiro e entrei em uma determinada loja vestindo calça jeans e bota com pingos de lama, senti um mal-estar geral, olhares perplexos, indecisão na abordagem, até que um vendedor se aproximou e me disse que havia uma seção de vinhos em promoção em um balcão próximo. Agradeci e disse-lhe que estava procurando por outros rótulos, e novamente o espanto. Ele deve ter se perguntado: "Como alguém vestindo essa roupa, sem pose, sem falar alto o nome de alguns vinhos – pra todo mundo ouvir – poderia entender ou até mesmo gostar de vinhos?". Bem, isso já faz tempo, mas até hoje muitos amigos me confessam que a pompa, o nariz empinado e o ar intelectual que algumas lojas e vendedores ainda insistem em manter os afastam de uma possível compra. E, o que é pior, já houve casos de conhecidos provarem o vinho em algum lugar, gostarem, procurarem a importadora e desistirem da compra por causa do atendimento. Infelizmente o preconceito ainda é grande, de quem vende, de quem ensina, escreve ou comenta e de quem compra vinhos. Sou contra tudo isso, sempre fui a favor do prazer, da alegria e da descontração, e isso não é avacalhar o vinho. Não é, de forma alguma, acabar com o ritual do vinho, com o charme e a sensualidade, com a sua elegância. Só acho que podemos e devemos democratizar o vinho, só assim o interesse por essa bebida será maior. O conhecimento aprofundado, o gosto apurado e o aumento do consumo serão conseqüências naturais. Até a próxima, bons goles e muito prazer! Lauro Carvalho é enófilo, consultor enogastronômico e editor do jornal Vinho&Cia [email protected] 10 JUNHO de 2005 Várias importadoras de destaque apresentaram bons rótulos na Expovinis. Num estande com várias mesinhas, a Adega Alentejana reuniu vários produtores portugueses por ela representados. O simpático Ricardo Dias Coito, da Couteiro-Mor, apresentounos o elegante e premiado branco Antão Vaz 2002 (R$40) e o belíssimo Colheita Selecionada Tinto 2001 (R$75). Dispensando apresentações, o estande dos vinhos do porto Adriano Ramos Pinto contou com a presença dos sócios da importadora Franco-Suissa Alfredo e Joyce Srour. A Allied Domecq destacou os espumantes argentinos da linha Mumm e o lançamento dos varietais chilenos Viña Maipo. A Almeida Garrett trouxe o agradável enólogo da Monte Seis Reis, Luís Ramos Carvalho, para comentar os seus magníficos Syrah e Touriga Nacional (na faixa de R$110 a 120). A gerente Sandra Alves deu um toque de animação no estande da Best Wine e ênfase no jovem, mas com personalidade, vinho australiano Wild Roo Shiraz 2003. A Casa Nunes Martins apresentou a sua vasta gama de produtos, entre eles as linhas de argenti- nos Lurton e chilenos Anakena. Os comentários de Matias Mayol, enólogo da vinícola argentina com o seu sobrenome, foram destaque no estande da Casa Veneto, de Nelson e Paulo João, que contaram com o apoio entusiasmado da Mônica, da sua equipe de vendas. A Decanter esteve presente com um estande muito interessante, bom para a avaliação da sua ampla linha de produtos, que inclui o excelente custo-benefício francês Château La Bastide. A Del Maipo trouxe a linha Casa Tamaya. A equipe da Diageo (Flávio Medeiros, Daniel Mourão, Álvaro Garcia e Miguel Remédio) deu grande destaque ao Periquita 2004, que está com nova composição de castas, visando torná-lo mais fácil de ser apreciado pelo consumidor. "Vinho e comida casamento perfeito" foi um dos motes da Grand Vin, que está em parceria para harmonizações com vários restaurantes, unindo seus rótulos, entre eles a linha de argentinos Rutini, com diferentes pratos. Ken Marshall da KMM apresentou bem a linha Saurus, da Bodega Schroeder, da Patagônia na Argentina, com um Malbec 2004 e um Pinot Noir 2003. A La Vigne, de Richard Bruinjé, esteve no Expovinis com seus produtos argentinos, chilenos, franceses e sul-africanos, destes últimos com as linhas Kumkani, Genesis e Versus. Da LVMH pudemos aproveitar a linha argentina Terrazas de ótima relação custo-benefício. A Marimpex, do divertido italiano Marcelo Celentano, participou bem com seus vinhos orgânicos Perlage. Juan Rodriguez e sua esposa Pepita Rodriguez, com a descontração de sempre, num estande bem agradável, desfilaram seus rótulos espanhóis, em geral de muito boa qualidade. Marcos Pestana da Reloco ressaltou os vinhos espanhóis Torres, de Penedés, e os chilenos Chateau Los Boldos. Tivemos bom contato com os vinhos da interessante linha Agustinos da Wine Company, apresentada a nós por Angela Mochi, entre eles o ótimo Reserve Cab Sauv 2002 (R$58). Heloisa Rossetti da Zahil – Wine House, em um bonito estande, mostrounos o excelente argentino Salentein Merlot 2001, entre os seus muitos rótulos de vários países. Jornal Vinho & Cia JUNHO de 2005 Roteiro Em cidade, praia, serra ou campo: o vinho é um bom companheiro ma das maiores dúvidas que percebo constantemente diz respeito à escolha dos vinhos, principalmente quando viajamos. São centenas e centenas de rótulos, com inscrições das mais diversas, em idiomas diversos e preços mais ainda. O que fazer então para "acertar" na escolha e na harmonização, seja no hotel ou nos restaurantes? Eu costumo dizer que tão importante quanto a harmonização de vinho e comida está a harmonização do vinho com o local onde estamos. Aproveitando a proximidade do inverno, vamos falar um pouco sobre a relação dos vinhos com as cidades serranas. Imaginem um final de semana em um belo e agradável local, como Campos do Jordão e Monte Verde em São Paulo ou Visconde de Mauá, Penedo e Itaipava no estado do Rio. Que vinhos beber? Que tal então, antes da viagem, para que tudo corra bem, checar alguns itens? Por exemplo, se você for para um hotel, é bom saber se eles têm uma boa adega e bom preço. Pergunte quais os vinhos da carta e, se puder, peça a relação por e-mail ou por fax e compare com os preços nas importadoras e lojas onde você mora. Pergunte também se cobram rolha e quanto custa, dessa forma você poderá decidir se é melhor levar os vinhos ou deixar para comprar no hotel. A cada dia, os hotéis e restaurantes de cidades turísticas têm-se preocupado mais com a qualidade, variedade e preço dos vinhos, mas não custa nada verificar antes. Nos restaurantes, vale a mesma regra. Variedade, qualidade, preço e rolha devem ser checados. Também se informe quanto à existência de lojas ou locais que vendam vinhos na cidade. Na dúvida, é melhor levar as suas garrafas. Eu, na verdade, sempre carrego comigo um abridor, duas taças de vinho e duas de espumante, a famosa "flute". Fundamental para o sucesso da sua viagem é a companhia, seja ela o seu par romântico, sua família ou os amigos: o importante é não estar sozinho, afinal, o vinho é uma bebida para se dividir com outras pessoas, para um bom e prazeroso batepapo. Geralmente nessa época do ano, as cidades de montanha têm manhãs ensolaradas, com céu azul, um convite para a partir das 11 horas da manhã degustarmos e saborearmos um belo espumante (os nacionais são uma ótima opção), de preferência ao ar livre, respirando ar puro e apreciando os aromas e sabores frescos e tostados dessa bebida que tem sabor de alegria. Para beliscar, experimente canapés de salmão ou surubim, frios depa pa9 e d o (eerimendepo e)TjT*-060488 Tmi corncia nozanteundadorubiaadáãs,os. 11 12 JUNHO de 2005 Jornal Vinho & Cia Vinhos Vinho, magia e sedução Por Denise Cavalcante F az parte da mitologia uma infinidade de casos em que o vinho se torna o vilão, por embriagar, seduzir amantes e gerar situações constrangedoras. A imagem de uma garrafa de champagne num balde de gelo já arranca um sorriso maroto da pessoa a ser seduzida, entendendo o objetivo do anfitrião, ou anfitriã. E por quê? Porque o vinho tem esse poder de transformar situações corriqueiras em momentos especiais. O que sai de uma garrafa de champagne, por exemplo, pode ser pura mágica em forma de borbulhas. Inexplicável em palavras, essa mágica fez do champanhe a bebida mundialmente escolhida para os brindes e infalível para os momentos de sedução. Desde os tempos antigos, o vinho está associado à sedução, à privação de sentidos prazerosa e desejada que acometia os casais. Os gregos tinham um deus para justificar esses excessos, e quando alguém cometia loucuras em nome do amor, diziam que era culpa de Dionísio, o deus da orgia e do vinho. O culto a Dionísio foi celebrado por todo o mundo Grego, e além dele. Seus devotos transformavam cerimônias sérias em celebrações orgíacas em seu nome. Foi conhecido então como o deus que trouxe os prazeres e êxtases do vinho à terra, e não unicamente na Grécia, também na Índia e no Egito. Acreditavam que Dionysus podia reduzir casais à loucura, se eles o aborrecessem. Vinho pode causar embriaguez, como outras bebidas, mas associado a ele há um ritual diferente, pois não freqüenta a mesa dos solitários, nem está presente na tristeza. Nunca se ouviu falar de alguém que curtiu uma dor de cotovelo agarrado à uma garrafa de Bordeaux. O vinho proporciona uma complexa experiência sensorial e, por amolecer as defesas, combina bem com os momentos de sedução. O néctar da uva gera uma bebida única, pelo seu paladar e por ser a única fruta capaz de captar mais de 600 aromas da natureza, com um poder transformador que guarda as riquezas em seu crescimento. E o beijo e o vinho? O importador Alfredo Srour, um notório erudito, em seus estudos deparou-se com um texto antigo escrito em latim clássico que explica a origem do beijo. "Quem jamais pensaria que o beijo dado na boca em sinal de amor ou de desejo teria nascido na Roma antiga, do beijo inquiridor?", conta ele. Antes da época dos Césares, o vinho foi interdito às mulheres, sob pena de morte. Catão escreveu que parentes beijavam as mulheres para descobrir se cheiravam temetum (nome do vinho naqueles tempos), de onde procede a palavra temulentia (embriaguez). Acreditavam que, por tratar-se de um dos quatro líquidos sacrificiais (junto com a água, o leite e o sangue), o vinho tinha poderes mágicos, assim como a mulher, não necessitando pois da magia suplementar da embriaguez, primeiro estágio do delírio, sinal de possessão e atos inconseqüentes. O juiz Cn. Domitius Ahenobarbus, pretor urbano em 194 AC, condenou uma mulher à perda do seu dote por lhe parecer que havia bebido mais vinho do que sua saúde permitia sem o conhecimento de seu marido. O vinho era considerado Beijo no Esporão pernicioso, podendo levar seres fracos à perdição. Daí que, por precaução, os romanos passaram a beijar suas mulheres na boca quando chegavam em casa, para descobrir, pelo seu hálito, se haviam sucumbido à terrível tentação de beber vinho. Só bem mais tarde, as mulheres foram admitidas a participar das libações privadas e o beijo na boca passou a simbolizar amor, desejo, ternura e afeto. A centenária casa Adriano Ramos Pinto fez do beijo o símbolo e a marca registrada dos seus famosos Portos, associando aos seus vinhos a sensualidade, o encanto e a sedução. Todos os vinhos da linha Esporão exibiam pinturas em seus rótulos feitas por artistas portugueses. Com a decisão de criar uma nova linha do Esporão Garrafeira, vinificado e elaborado com castas diferentes das usadas no vinho Esporão, veio a idéia de homenagear um pintor estrangeiro, e para ilustrar a primeira safra foi escolhido o pintor brasileiro, Rubens Gerchman, muito conhecido no país e na Europa. A pintura exibe um casal num beijo apaixonado, em meio a taças de vinho. O sucesso da imagem foi tão grande que a Herdade do Esporão decidiu deixá-la adornando as garrafas de Garrafeiras das próximas safras. Jornal Vinho & Cia Roteiro Por Denise Cavalcante O dia dos namorados é uma data importante para muita gente, e restaurantes, hotéis e lojas preparam surpresas para os casais, atrás de um clima romântico para reafirmar as juras de amor. Como a data cai num domingo, as comemorações começam antes. O pequeno bistrô La Marie, em Pinheiros, oferece apenas no sábado à noite cardápio com espumante servido à vontade. Uma opção de casual dining é o Galeto’s, com novo cardápio, que sugere Galeto à Moda do Mediterrâneo (ao perfume de zattar, molho de tahine e tabule marroquino, por R$29), com oferta de duas taças de vinho importado. A charmosa pizzaria e restaurante Vila Harmonia, localizada na Vila Madalena, prepara uma romântica noite a luz de velas, com cardápiodegustação a R$60 para o casal, incluindo duas taças de espumante. A idéia é porções de degustação de uma massa, uma carne e sobremesa, além da deliciosa casquinha de pizza de entrada. Para quem quer um clima mais sofisticado, duas opções são o Toro e o Café Antiqüe. Especializado em culinária espanhola, o Toro faz um menu compartilhado para o almoço (R$59 o casal), com direito a ostras frescas, morangos com chantilly e coulis de framboesas, acompanhado de duas taças do vinho espumante cava Josep Maria Raventós Blanc Brut. O prato principal é escolhido na hora. O Café Antiqüe apresenta cardápio elaborado pelo novo Chef Marcílio Araújo (R$115 por pessoa), com uma taça de champagne na entrada e pato ao vinho sancerre como JUNHO de 2005 13 Namorados prato principal. Abre excepcionalmente no domingo para almoço e jantar. Hotéis O sofisticado Hotel Unique oferece pacote para casais, incluindo jantar no Skye, hospedagem por uma noite em apartamento Deluxe, uma garrafa de champagne no quarto, arranjo de flores e café da manhã no dia seguinte. O valor do pacote é de R$1.600 o casal. Outro programa completo é o do Hotel Sonesta Ibirapuera, com jantar no restaurante Tabu e pernoite. Para apimentar mais a noite, oferece palestra com demonstração de massagem Tântrica. Os casais ganham um livro de bolso do Kama Sutra, "dadinhos eróticos" e uma cesta com itens sugestivos, como frutas e mel, entre outras surpresas. O pacote sai por temperados R$325 o casal. Para o jantar afrodisíaco, uma refeição com ostras, flores, gengibre, mel e chocolate, com direito a uma garrafa de Chandon Passion. Lojas Quem quer comemorar em casa, pode checar as lojas que apresentam promoções para a data. A Bacco´s reservou uma promoção com um vinho de sedução, a Cham-pagne Veuve Clicquot Brut, de R$196 por R$169. Outros vinhos estão a preços especiais, como a linha Terrazas Alto 2003 (R$34,90). A novidade é o Cheval des Andes, uma parceria feita entre Cheval Blanc da França com a Bodega Terrazas, a R$358. TABU. Para aqueles que não abrem mão de comemorar o Dia dos Namorados no domingo, o Tabu promove um brunch, com absolutamente tudo incluído em seu valor (R$170 o casal), com opções de entrada, prato principal, sobremesa, bebidas alcoólicas, não-alcoólicas, estacionamento e, como presente, chocolates "Kisses", da Hershey´s. Pitu, canard e foie gras passeiam pelos pratos do CHEF ROUGE, que elabora um menu de sabores especiais para namorados, servido desde o sábado à noite, a R$120. Para compatibilizar com o menu, a chef sommelier Renata Braun sugere o espumante rosé Luis Pato Baga 03 (R$120), que vai bem com todas as opções do menu, sendo um ótimo coringa, ou o Beyerskloof Pinotage 03 (R$ 80), que combina bem com as aves com molhos fortes e carnes com molhos suaves e aromáticos. O L’AMI BISTRÔ, cuja decoração nos remete à romântica Paris, propõe alguns vinhos a preço de importador, como o Cabernet Sauvignon / Syrah 2003 da Viña Errazuris (R$60). Se o cliente optar pela compra de uma garrafa de Terrazas, ganha alfajores de chocolate. O cardápio com tartare de atum, magret de pato, petit gateaux e outras opções sai por R$56. O casal ainda ganha um pingente de cristal, oferecido pela designer Renata Facchini. O EMPÓRIO LA RIOJA, na rua da Cantareira, no Centro, está com opções para esquentar o seu amor. O Whisky Johnnie Walker Red Label está por R$61,90 e o Ballantines´s 12 Years, por R$79,90. Na linha de Prosecco, promove o Di Valdobbiadene La Villa DOC (R$27,90) e o Georges Aubert (R$16,90). Se for esquentar com vinho tinto, o argentino Terrazas Reserva Malbec 2002 está por R$56,80. 14 JUNHO de 2005 Jornal Vinho & Cia Em foco WALTER TOMMASI Mondovino aro leitor, outra noite eu tive a opor- que pode destruir ou endeusar um vinho! Será tunidade de assistir ao filme que ninguém tem capacidade de discordar da Mondovino do cineasta Jonathan opinião deste senhor? Ou será que temos verNossiter. Já ouvira muito sobre o filme, mas gonha de discordar de alguém que conhece, diz posso dizer que pouco vi do que fora comenta- o que pensa e ainda ganha dinheiro e vive do do (a luta do bem contra o mal), especialmente que gosta? Uma coisa é certa: se ele chegou quando comparado o trabalho de Jonathan onde chegou, deve ter o seu valor. Ou não? com o de Michael Moore. Entretanto, ninguém nos obriga a acompanhar O documentário apresenta, pelo menos para a sua opinião: é possível consultar a Jancis mim, a velha discussão entre o novo e o tradi- Robinson, o Johnson, o Záckia, o Saul, sei lá, cional, sem rotular qualquer um como bom ou qualquer outro crítico, à escolha. mau. Particularmente a mim agrada a persoUma coisa ficou clara para mim: o que está nalidade, o terroir do vinho, e conseqüente- acontecendo no mundo do vinho está acontemente me considero um cendo também em todos Já ouvira muito borgonhista de carteios outros setores da ecosobre o filme, mas rinha, sempre me deleinomia mundial, a globaposso dizer que tando com seus tradilização inevitável. Os cionalíssimos rótulos pequenos e médios estão pouco vi do que fora de Pinot Noir e sendo engolidos pelos comentado Chardonnay. Mas grandes, que imediatacomo posso ignorar o que a globalização fez mente impõem a eles seus padrões, sua filosoem países do "Novo Mundo", como EUA, Nova fia e o ritmo que os fez crescer. Nesse processo Zelândia, Chile, etc.? Ou há gente que não normalmente os que desaparecem tendem a gosta dos soberbos Pinot Noir do Oregon e da jogar a culpa no processo de globalização. Nova Zelândia? Não nos esqueçamos que tam- Mas será que essa é a forma de encarar esse bém muitas regiões do "Velho Mundo", como novo mundo? Bem, eu não pretendo tomar parBordeaux, acabaram se rendendo à nova tec- tido, pois acho que esse tipo de idealismo não nologia. "Come on friends", vamos dar uma de nos leva a nada, pelo contrário, como consumimineiros e ficar com os dois lados dessa dis- dor e apreciador acho que deveríamos concencussão, para mim completamente sem nexo. Se trar nosso tempo em provar os diferentes o vinho for bom, ele pode ser tradicional, vinhos produzidos e decidir de qual gostamos modernista, feito na Itália ou em Marte, como mais, quais vamos querer repetir, quais poderenos apontaram os Mondavi! mos indicar a nossos amigos. Cada vinho tem Que mais o documentário nos mostra? Um uma hora certa para ser tomado e apreciado "workaholic", Mr. Rolland? E daí? Ele traba- (claro, sempre que seja bom!). lha muito, ganha muito e faz bons vinhos? E, para finalizar, me chamou muito a atenOpa! O que existe de errado aí? Ah! Ele está ção como alguns nobres conseguem manter pasteurizando o sabor dos vinhos que faz? Há seus impérios. É curioso ver a adaptabilidade gente que não gosta? Bem, pelo o que eu saiba, às mudanças políticas e econômicas (os ele deve prestar serviços para umas cem viní- Frescobaldi e os Antinori que o digam). colas, né? Então, se há quem não goste desses Que Bacco proteja a todos nós e que contivinhos, ainda há as alternativas das outras nue nos dando o PODER DA ESCOLHA! milhares de marcas que existem à disposição nas prateleiras de lojas especializadas e superWalter Tommasi é executivo de multinacional, mercados. enófilo e artista plástico [email protected] Aí, falam da influência do Robert Parker, C “ ” Guia de degustação de Sérgio Inglez de Souza Sérgio Inglez de Souza, colunista do Jornal Vinho & Cia e diretor de degustação da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho - SBAV, lançou um novo livro: um guia de degustação para apreciadores de vinho tinto. Sérgio montou um roteiro para o aprendizado da degustação de vinhos, com o objetivo de orientar a avaliação das suas características olfativas, gustativas, aromáticas e visuais. A idéia do autor é proporcionar ao leitor a possibilidade de reconhecimento das principais características dos vinhos tintos mais famosos, exatamente o que os novos enófilos buscam saber para participar do universo da apreciação de vinhos. Acompanham o livro 100 fichas de degustação de vinhos tintos, para o leitor preencher segundo um modelo orientador. As fichas são para gravar a seqüência correta de degustação e sistematizar elementos para comparações de vinhos diferentes, além de servir como memória para consultas futuras. Pela forma simples das explicações, é intenção do autor que o leitor possa compreender a relação dos atributos de um vinho tinto com todos os aspectos de sua produção. Das centenas de uvas tintas existentes são destacadas as principais, com especificações de suas qualidades, das características de seu vinho e de sua harmonização com diferentes pratos. O livro aborda também um pouco das condições dos vinhedos e a importância do "terroir" para os vinhos. Jornal Vinho & Cia JUNHO de 2005 15 Cervejas Cerveja em temperatura ambiente Por Denise Cavalcante O frio está chegando e não é por isso que você vai deixar de tomar uma cerveja, se esta é a sua paixão. Para os dias de inverno existem tipos de cervejas mais adequados, um pouco mais alcoólicas, que devem ser servidas menos geladas do que no verão. No inverno cabe bem a expressão, usada erroneamente para o vinho, de consumir a bebida em temperatura ambiente. As cervejas de inverno são feitas de maneira diferente da lourinha, preferência nacional. São em geral mais encorpadas, podendo ser clara ou escura. Assim como o vinho, que pode ser feito de uvas diferentes, o mesmo acontece com a cerveja, que pode ser produzida com diferentes tipos de malte e outros cereais, gerando produtos de paladar muito distintos, e também com várias técnicas de produção, que criam mais distinções. Existem centenas de tipos de cerveja, mas duas divisões são primordiais: as Lagers e as Ales. Na família das Lagers, de baixa fermentação, estão classificados os tipos mais conhecidos de cervejas escuras: Malzbier, Dunkel, München e Bock. As cervejas do tipo Ales são fermentadas a temperaturas mais altas, tem aromas e sabores frutados, complexos e com toques de especiarias. Estão incluídas nesta classificação: Porter (da Inglaterra), Stout (típica irlandesa, seca, amarga, com bastante espuma, intensa e com um sabor de café quei- mado, ideal quando servida a 13o.C) e a Trapiste (da Bélgica). As mais conhecidas no nosso inverno são a Red Ale (cor avermelhada, amarga, forte e encorpada) e a Bock. Em geral sua produção está concentrada nas cervejarias artesanais, como Baden Baden, Eisenbahn e Schmitt, ou podem ser encontradas em casas que oferecem uma carta de cerveja (exatamente como o vinho), como o bar Frangó. A Kaiser produz a Bock, que circula apenas nos meses de inverno. O gosto do brasileiro pela cerveja clara tem suas explicações na sua chegada ao Brasil. O início da fabricação da cerveja no país foi realizado por cervejeiros alemães que introduziram o tipo Pilsen (clara), mais leve, com boa aceitação por causa do clima. Como a preferência recaiu sobre as claras, as indústrias cervejeiras nacionais gastam com elas a maior parte da produção, sendo o restante dedicado às Malzbier (tipo adocicada) ou a Caracu (preta, forte e encorpada, com aroma de malte torrado e teor de amargor acentuado, com 5,3% de álcool). Para acompanhar as cervejas mais encorpadas, o ideal é evitar o petisco tradicional, como a batata frita. O melhor é com pães de centeio, patês, queijos ou pratos quentes mais pesados. E, acredite ou não, existe cerveja adequada até para acompanhar sobremesas. Mas isso é para outra estória. Baden Baden lança cervejas comemorativas Por Lauro Carvalho O inverno em Campos do Jordão terá duas novas atrações neste ano. As cervejas "20 anos" e se acompanhada por grelhados e massas com molho de funghi. Já a cerveja "1999" adota o estilo Bitter Ale, que, assim como a CARLOS HAUSER, cervejeiro da Baden Baden. "1999" foram lançadas no início de maio pela Cervejaria Baden Baden, em comemoração aos 20 anos da Choperia e dos cinco anos da Cervejaria, ambas pontos tradicionais da cidade, já consagrada como a "Suíça Brasileira". A "20 anos" é uma cerveja preta, do tipo Porter, de origem britânica e teor alcoólico de 6%. Seu aroma de chocolate, corpo levemente denso e sabor equilibrado promete agradar ao paladar dos brasileiros, principalmente Spitfire, celebra a tradição das cervejas nobres e artesanais. Com tom avermelhado, a bebida tem um paladar mais pronunciado do que a Ale padrão, aroma mais frutado, corpo leve e agradável, trazendo harmonia perfeita com steak au poivre, risoto de tomate seco, cordeiro e outros pratos com base em especiarias. Concebidas pelo cervejeiro Carlos Hauser, as duas cervejas compõem o leque de rótulos já lançados pela Baden Baden, cervejaria criada por quatro amigos no início de 1999 e que já é considerada fábrica modelo na produção de cervejas artesanais do Brasil, mantendo produtos muito bem conceituados internacionalmente. Ao contrário da "1999", que passa a fazer parte da linha de produtos da cervejaria e deverá estar disponível nos principais pontos comerciais do País, a "20 anos" faz parte das edições limitadas lançadas pela Baden Baden. Serão fabricadas apenas 15 mil garrafas, disponíveis somente na Choperia Baden Baden durante o ano de 2005. Considerando que o estabelecimento atende a uma média de 50 mil clientes por temporada, quem quiser provar a seleção especial deve se apressar. 16 JUNHO de 2005 Jornal Vinho & Cia Restaurantes SÃO PAULO BETO ACHERBOIM Amigos em feiras de vinho eiras de vinho deveriam virar objeto Saldo do estande: mais 8 vinhos. Uau! Já de estudo do comportamento huma- tomou quase 30 e ainda não caiu! no. Não existe lugar mais apropriado Em frente: Oba, uma ala com produtores de para uma pessoa "destravar". Como Portugal... Inúmeros! Depois de uma hora, 30 habituée destes eventos, às vezes algumas pes- vinhos degustados – Vinho do Porto inclusive – soas pedem que eu os acompanhe. Na última já sem saber se sorria, com bochechas vermelhas Expovinis não foi diferente, e cheguei à conclu- como uma pimenta, e olhos esbugalhados, sem são que é realmente muito divertido vê-los duran- forças, nosso bravo amigo foi para a próxima te o dia inteiro em uma feira. Vejamos. parada: mais um importador. Esse parecia bom. Chegando ao cadastramento, cheio de expec- Estava todo mundo alegre e sorridente. Degustou tativa, lá foi nosso amigo preencher a ficha e uns 20 vinhos, saiu alegre e levemente trôpego, pegar seu crachá de visitante (eu, felizardo, tinha sem rumo definido. uma credencial). Completou seus dados pessoais Hummm, Shiraz Australiano. Degustou um, no convite: fulano de tal, idade x, endereço y, e dois, cinco, dez vinhos! Com certeza já não sabia assinalou no campo ocupação "enófilo(a)", mais o que fazia e falava. O Shiraz tinha cheiro "apreciador(a)"ou "de abacaxi! Distribuiu outros". Pronto. Crachá sorrisos, saiu com sua Depois de uma hora, no pescoço, lá se foi sacolinha com folhetos, 30 vinhos degustados, pelos corredores da taças (começou a coletájá sem saber se feira, perder-se em las depois do décimosorria, com bochechas devaneios e experimenquinto vinho), e seguiu tar prazeres inimagináem frente. vermelhas como uma veis. Depois de uns 20 pimenta, ...nosso Começamos. estandes (embora ele bravo amigo foi para a Importador A. 13 produachasse que foram 40), tores reunidos em seu 100 vinhos degustados próxima parada: mais espaço. Taça na mão, (sua mente lembrava de um importador provou um Malbec 200, seus sentidos de 12, argentino aqui, um Carmenère chileno ali, portu- e seu fígado já havia perdido as contas), nosso gueses muito bons, espanhóis potentes... Ôpa! visitante chegou perto da saída. Cambaleante, Esqueceu do Chianti Clássico, hummm, e do olhos vermelhos e fixos, um para cima e outro Supertoscano! Antes de sair do local, passou para baixo, bochechas vermelhas e rijas, sorriso ainda pela França, onde tomou um Bourgogne, e eternizado no rosto, sacola com 10 taças na mão, terminou na Itália, provando um Barolo, um ao menos teve bom senso para uma ação correta: Amarone. Saldo: sorriso estampado no rosto, entrar num táxi para ir para casa (se bem que ele bochechas rosadas, leve torpor na alma, mas nem se lembrava se tinha ido de carro). Disse o feliz, muito feliz (detalhe: sem cuspir o vinho, endereço ao motorista, pensou que deveria ter pois isso é coisa de "fresco", ele disse). tomado um Engov antes, outro depois, e cochilou Mais 3 paradas, uns 20 vinhos, e ele parou no no caminho... produtor nacional. Já que estava ali, teve que confirmar a qualidade ... PS : Existe um aspecto que devo reiterar: não - Quer um espumante? Prove nosso dirija após consumir álcool em excesso. É periChardonnay... É nosso lançamento! goso para você, e pode ser mais ainda para - Por favor. Excelente! Hummm, muito bom! outros. Preserve a vida, sem deixar de aproveitáSim, pois não... la. - Prove nosso Merlot da safra 2004... E o nosso top? Vinho de sobremesa... Beto Acherboim é relações públicas, enófilo, são- Sim, sim. Tudo muito bom (óbvio! bastava paulino e apreciador das boas coisas da vida. ver seu sorriso cada vez maior...) [email protected] F “ ” DICAS Citados nesta edição. GABINA Espanhol com carta com 60 rótulos destaca Castillo de Liria (R$29), Castillo de MonasterBadajoz (R$69) e Torrelongares Cariñena Reserva 1997 (R$85). Para acompanhar: Paella Gabina e Paletila de Cordero. Rua Fernandes Moreira,1244, Chácara Sto Antônio (11) 5181-6714 http://www.gabina.com.br Fecha 2a e no jantar de domingo. MONTANA GRILL A rede de churrascarias rodízio, com carnes de boa procedência e bons acompanhamentos, tem carta de vinhos com 60 rótulos. Aurora Marcus James R$23 e sulafricano Klein Constantia Cab. Sauv. R$135. Em promoção o Rio Sol: por R$ 45 uma garrafa no restaurante e outra para casa. EMPORIUM PLAZA R. Oscar Freire, 574, (11) 3065-3355 Fecha 2a. e dom à noite PARIS-MOSKOW Al. dos Aicás, 22, (11) 5052-8513 3a. a dom. Fecha dom à noite.v GUIA VINHO & CIA Endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 816 (11) 3078-0999 www.montanagrill.com.br 2a a domingo CAMPOS DO JORDÃO RÔTI LUDWIG O restaurante do chef João Leme lançou cardápio outono-inverno, com opções de Ostras frescas e Mignon de cordeiro. 117 rótulos, Albamar Sauv Blanc e Chard (R$27) e Brunello de Montalcino Val Di Suga (R$266). Luis Pato Maria Gomes (R$55). Em luxuosa casa em Capivari, o restaurante franco-suíço sugere menus com harmonização, como a Truite au Parfum de la Cachaça com Merlot Misterioso Reserva Lo Major ou Poully Fumé Domaine du Petit Soummard. Carta com 140 rótulos. Rua Lisboa, 191, Pinheiros (11) 3082-7904 http://www.rotirestaurante.com.br Fecha domingo e 2a. para o jantar Rua Aristides de Souza Melo, 50 (12) 3663-5111 www.ludwigrestaurant.com.br 2a a domingo Se não fez, faça a sua assinatura R$ 70,00, um ano de edições mensais (12 edições) do Jornal Vinho & Cia. Nome ou Razão Social:________________________ Endereço: __________________________________ __________________________CEP:____________ Cidade - UF: ________________________________ Fone: ( ) __________________ e-mail: _____________________________________ CPF ou CNPJ:_______________________________ Mande seus dados por e-mail, fax ou telefone [email protected] fone/fax: (11) 4196-3637 (dpto de circulação) Será enviado boleto bancário para pagamento. Jornal Vinho & Cia JUNHO de 2005 17 Namorados JANTARES DICAS Restaurantes citados em matéria da pg. 13 ARLECCHINO O restaurante italiano Arlecchino montou um menu comemorativo ao dia dos namorados, com 4 opções de prato principal. Tortelloni Verde ao Molho de Creme e Sálvia, Penne ao Molho de Berinjela e Ricota Defumada, Espetinhos de Camarões com Ravioli de Alcachofra ou Cubinhos de Carne de Vitela com Nhoque ao Ragú. Para acompanhar Trebbiano Toscano e Barbera D´Alba. Rua Barão de Capanema, 568, Jardins (11) 3086-0625 / 3083-32480 GOYA Rua Haddock Lobo, 1416 - Jardins (11) 3062-0882 GALETTO´S Diversos endereços. Shopping Iguatemi, (11) 3814-7869 Rua Joaquim Floriano 466, (11) 3078-0561 Rua Lopes Neto 382, Itaim (11) 3168-1256 LA MARIE Rua Francisco Leitão, 16 — Pinheiros (11) 3086-2800 LE CHEF ROUGE BISTROT Morumbi Shopping, piso (11) 5181-8749 Gran Meliá WTC Av. das Nações Unidas 12.559, (11) 3055-8800 http://www.granmeliawtc.com.br Rua Joaquim Antunes, 224, Pinheiros (11) 3085-8485 Harmonização da culinária italiana típica da região do Veneto, com os vinhos também italianos dos produtores Perlage, Jacúss e Canella, é a proposta da Enoteca e Trattoria La Vigna para 11 de junho. Rua Baronesa de Bela Vista, 663, Vila Congonhas (11) 5044-0972 / 5044-3376 SKYE Hotel Unique - Av. Brig. Luiz Antônio, 4700 — Jardim Paulista. (11) 3055-4700 www.skye.com.br TABU Av. Ibirapuera, 2.534 — Moema (11) 2164-6060 TORO VILA HARMONIA Rua Harmonia, 21 - Vila Madalena (11) 3814-9369 Bebes & Comes CAFÉS CAFÉ SANTA LÚCIA LA FORCHETTA Sob o comando de Aldo Teixeira, com culinária que mescla a italiana e a nacional, sugere para o Dia dos Namorados o Casônsei (massa recheada ao molho de funghi secci) ou Risotto di Rúcula e Brie, acompanhados de Chardonnay Terrazas Alto ou Malbec Terrazas. Rua Bela Cintra, 521 — Consolação (11) 3237-0717 O Café Santa Lúcia lançou sua primeira cafeteria, na Vila Madalena em São Paulo. O local oferece aos apreciadores de café gourmet a possibilidade de experimentarem o expresso ou drinks com o café, como o com Bailey´s, Frangélico, chocolate e chantilly. Para tirar o café o barista Zuma usa a máquina italiana La Spaziale. Rua Fidalga, 373, Vila Madalena, (11) 3034-4474 www.coffeefarmsantalucia.com.br LE COQ HARDY A tradicional casa de culinária francesa em ambiente sofisticado, que apresenta uma vasta carta de vinhos de todos os países, estará aberta no domingo dos namorados com cardápio degustação (R$ 96). Chateau Lafleur, Catena Reserva Cabernet Sauvignon e Montes Reserva Merlot. Rua Jerônimo da Veiga 461, Itaim (11) 3079-3344 CAFEERA O Cafeera oferece opções de cafés expresso: Confraria, Gourmet, Fazenda ou Euro, além de drinques e petiscos. Brooklin, Itaim e Vila Olímpia - (11) 5093-9058 http://www.cafeera.com.br Matéria na seção Aromas (pg. 9) CAFÉS NO SANTA LUZIA O hotel Gran Meliá Mofarrej SP preparou pacote para hospedagem, incluindo duas opções para o jantar do dia dos namorados: restaurante Las Palmas, com bufê afrodisíaco da Chef Marie Anne Bauer ou inauguração do Window, com jantar gastronômico da mesma chef. A Casa Santa Luzia possui um setor para cafés, no Mezanino, e promove o evento Cafés Especiais. Além da opção de saborear diferentes marcas, o cliente poderá participar de palestras, demonstrações de baristas e abordagens com técnicos da área. Evento com o Spress Café conta com painéis com fotos das principais regiões produtoras do Brasil, outro com o Cafeera, terá palestra com a barista Isabela Raposeiras, fundadora da Academia de Barismo. De 6 a 18 de junho. Al. Santos,1437, Jardins (11) 3146-5900 Al. Lorena, 1471 — SP - Tel (11) 3897-5000 rm 5076 Programação completa no site www.santaluzia.com.br Especial GRAN MELIÁ MOFARREJ Ramos Pinto e os charutos L´AMI Bistrô A semana dos namorados é comemorada no restaurante Goya com o Festival da alta gastronomia californiana “A cozinha do Sol”, sob comando do chef Pierre Sauvaget, do Air Bay Club & Restaurant de Santa Mônica, Califórnia. Menu degustação com 6 pratos. Sugestão: Espumante Brut Salton Reserva. De 9 a 12 de junho. LA VIGNA CESAR ADAMES CAFÉ ANTIQÜE undada em 1880, a Casa Ramos Pinto deve o seu nome a um extraordinário homem, que aos 21 anos – e contra todos os conselhos dos mais velhos – decidiu aventurar-se no negócio de exportação de vinho do Porto. Adriano começou com um pequeno escritório no Porto, sua cidade natal, com os poucos meios de que dispunha. Logo em seguida mudou-se para a outra margem do rio, para Vila Nova de Gaia, onde se encontravam os mais importantes e famosos armazéns e onde os principais comerciantes tinham se instalado. O negócio desenvolveu-se rapidamente, e em 1896 Adriano chamou seu irmão Antonio para administrar o negócio, formando assim uma sociedade que veio a se chamar Adriano Ramos Pinto & Irmãos. Ainda sem completar 40 anos, Adriano viu o sucesso de sua empresa multiplicar-se nos armazéns em Vila Nova de Gaia e em uma nova sede, em prédio de elegante arquitetura, que destoava dos demais concorrentes. Adriano foi um dos primeiros comerciantes de seu tempo a interessar-se seriamente pela publicidade, que o levou a organizar uma coleção de cartazes que marcaram para sempre a história do vinho do Porto. O comércio do seu vinho também foi motivo da criação e do envio de brindes, na maioria objetos de uso pessoal ou peças decorativas, colocados nas caixas de vinho destinadas aos importadores ou aos clientes. O Brasil sempre foi um dos melhores mercados para os vinhos de Adriano. Como reconhecimento dessa fidelidade, ele enviou de presente ao país uma fonte de mármore de Carrara, que foi inaugurada no Rio de Janeiro em 1906. Adriano era um grande mecenas dos esportes com a oferta de taças para diversos eventos desportivos internacionais. Uma das histórias mais pitorescas que envolveram a marca foi a dos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que pela primeira vez iriam fazer a travessia do Atlântico Sul, ligando Lisboa ao Rio de Janeiro. Adriano entregou-lhes uma garrafa de seu vinho como presente ao Presidente do Brasil. Próximo de Natal o avião caiu, e os aviadores ficaram à deriva por alguns dias. Durante este período, F eles se aqueceram e se alimentaram graças à garrafa de vinho que foi devolvida a Vila Nova de Gaia, devidamente vazia, com o relato do salvamento e das virtudes calóricas e gustativas do vinho Adriano. Enquanto Adriano percorria o mundo, o movimento dos negócios aumentava dia a dia graças à alta qualidade de seu vinho. Nesse período, a maioria dos produtores exportava seus vinhos em barris de madeira, que deixavam a qualidade final a desejar. Adriano percebeu que a qualidade do produto tinha de ser acompanhada por uma excelente embalagem, com rótulos selecionados de artistas produtores de seus cartazes, além das caixas com o seu nome e a marca de fogo da casa. Além disto, todas as garrafas eram acompanhadas de um pequeno livreto, com descrição do vinho, de suas características e de sua origem. Graças a esses cuidados, ele conseguiu ser o fornecedor oficial da Casa Real, obtendo a satisfação do serviço dos seus vinhos nos banquetes reais e o direito de usar as armas da Coroa Portuguesa, que não fez desaparecer mesmo com o surgimento da república, e se faz presente até os dias atuais. O vinho do Porto pelo seu teor alcoólico é uma excelente companhia para os charutos ao término de uma refeição. Pela grande variedade de vinhos produzidos, é possível combinar os vinhos Ramos Pinto com diversos charutos, como os sugeridos a seguir. - Ramos Pinto Porto Tawny – Charuto sugerido para acompanhar: Hoyo de Monterrey Epicure No. 2 - Ramos Pinto 10 Anos Quinta da Ervamoira – Sugestão: Partagas Serie D No. 4 - Ramos Pinto 20 Anos Quinta do Bom Retiro – Sugestão: Cohiba Robusto - Ramos Pinto Ruby – Sugestão: Montecristo No. 4 - Ramos Pinto LBV – Sugestão: Bolívar Royal Corona - Ramos Pinto Vintage – Sugestão: Punch Punch-Punch Cesar Adames é consultor na área de tabaco [email protected] 18 SABORES JUNHO de 2005 Sabores Eventos Chocolate e sedução: tudo a ver Por Denise Cavalcante Dia dos namorados chegando e – mesmo que seja um evento comercial – sua namorada (ou seu namorado) esperando uma idéia romântica de comemoração... Bem, temos uma sugestão infalível: chocolate para começar e vinho ou espumante ao longo da noite! Receita para a sedução. São poucos os alimentos que despertam tanto desejo nas pessoas como o chocolate, um desejo além da necessidade de açúcar, que poderia ser suprido por qualquer doce, mas geralmente é saciado mesmo pelo chocolate. Alguns dizem que chocolate pode ser um substituto do sexo! Comer chocolate pode ser uma experiência sensual, embora não substitua abraços e a emoção do carinho físico. Como dizem os psicanalistas, a primeira relação do homem com o prazer se dá através da boca, portanto presentear a amada com chocolate pode ser um bom início de uma noite sedutora. Não é à toa que o chocolate virou um presente dado aos amantes. O chocolate é feito da amêndoa do cacau Theobroma cacao, batizada por um pesquisador sueco, Linnaeus no século 17. O termo grego Theobroma significa literalmente "comida dos deuses", porém o chocolate também já foi chamado de comida do diabo. O cacau era usado pelos astecas para preparar uma bebida quente com propriedades estimulantes e restau- Jornal radoras, oferecida aos nobres, guerreiros e autoridades religiosas. Eles acreditavam que o chocolate tinha a propriedade de conferir sabedoria e vitalidade a quem o bebesse (sim, porque só foi transformado em barra no final do séc. XIX). O chocolate tem a reputação de ser um afrodisíaco desde quando os conquistadores espanhóis travaram contato com os ritos pagãos dos astecas. Essa reputação provavelmente surgiu na corte dos reis franceses no século 18. A arte e a literatura da época estão cheias de imagens eróticas ligadas à ingestão dessa delícia, influenciadas pelos escritos do Marques de Sade, que exaltava as qualidades eróticas do chocolate. O famoso conquistador italiano Giacomo Casanova também usava o chocolate (e a champagne) como armas de sedução. Consta que o Imperador Montezuma bebia cerca de 50 canecas por dia. Na corte de Luís XV, Madame de Pompadour tomava seu chocolate com bebidas para estimular seu desejo pelo rei, por quem não tinha atração. Madame du Barry era o oposto, tinha a reputação de ser ninfomaníaca e dava chocolate aos seus amantes para que tivessem energia para acompanhá-la. Estudos recentes mostram que os chocólatras vivem mais dos que os que se abstêm desta delícia. Essa longevidade é explicada pelo alto índice de polifenóis encontrado no chocola- Veja a sugestão que a fábrica de chocolates Sweet Brazil preparou para o Dia dos Namorados: a Caixa dos Desejos. te, o que funciona como um anti-oxidante. Aconselha-se para esse fim o consumo do chocolate amargo, não os calóricos e misturados a leite e manteiga que se encontram por aí. Alguns artigos em revistas médicas afirmam que o chocolate é um afrodisíaco, baseados em "importantes estudos universitários". Os cientistas isolaram a feniletilamina (PEA), um estimulante que aumenta a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos. Uma quantidade bem pequena de PEA é liberada pelo cérebro nos momentos de euforia emocional. A questão é que não há provas de que a ingestão de PEA aumente o índice de PEA no cérebro, e não está provado que a ingestão de chocolate pode promover essa euforia. Pesquisadores italianos afirmam que as mulheres que comem chocolate regularmente têm uma vida sexual melhor do que as que não o consomem. O que se sabe na prática, sem dúvida, é que o chocolate causa um efeito psicológico positivo na sexualidade feminina. Vinho & Cia Cursos DEGUSTAÇÃO BÁSICO DE VINHOS ABS-SP ABS - SP Na Associação Brasileira de Sommeliers, em junho, a programação de degustações inicia no dia 8, com “Top - cortes bordaleses”, e segue com: 15/6 - Vinhos chilenos Merlot x Carmenère 22/6 - Tannat, do Uruguai, Brasil e França 29/6 - Vinho do Porto Niepoort Colheita (Mistral), degustação vertical (vários anos) A próxima turma do curso básico de vinho da ABS, com 8 aulas, está sendo formada para início em 1 de agosto. Av. Faria Lima 2012, 14º andar, cj. 142 Informações: (11) 3814-7853 e 3814-1269 www.abs-sp.com.br A Bacco´s promove curso com Luiz Henrique Schmitt, tratando de: Mundo do Vinho e Fatores de Qualidade no Cultivo da Videira, Processo de Vinificação, Castas, Técnicas de Degustação, Geografia do Vinho, além da Conservação e Serviço do Vinho. 5 aulas, às 3as. feiras. 5 de julho. CONFRARIA DO ORGÂNICO O restaurante Fulô e os vinhos Perlage estarão juntos no 2o. encontro da Confraria de Vinhos e Alimentos Orgânicos, harmonizando massas artesanais, de farinha de trigo orgânica e ovos caipira, e risoto de arroz cateto integral biodinâmico, com os vinhos da Cantina Perlage - produzidos com técnicas orgânicas. 16 de junho, às 19h30min. R$70 com reserva, ou R$ 75. R. Haddock Lobo, 899 Reservas: (11) 3081-7858 / 3081-7769 CONFRARIA FEMININA A Confraria Feminina de Vinhos é a novidade da Casa do Porto. Identificação das características da regiões, uvas e terroirs e degustação de Carmenères, como Casa Silva Reserva 2003. 8 de junho. Al. Franca, 1.225 (11) 3061-3003 EMPÓRIO SÃO DIMAS O Empório São Dimas irá realizar degustação de vinhos argentinos e chilenos com o enófilo e editor deste Jornal, Lauro Carvalho. 16 de junho às 19h30min. A loja com mais de 900 rótulos entre nacionais e importados, tem também destilados e licores. Av. Faria Lima 2012, 14º andar, cj. 142 Informações: (11) 3814-7853 e 3814-1269 www.abs-sp.com.br BACCO´S Rua Sergipe, 568, Higienópolis - (11) 3661-7898 http://www.baccos.com.br / [email protected] LA FRONTERA A loja de vinhos La Frontera, com cerca de 350 rótulos, promove o Curso Básico de Vinhos ministrado pelo consultor enogastronômico Lauro Carvalho, editor deste jornal. Com degustações, apresentação em powerpoint e apostila. 22 e 29 de junho. Todas as 3as.feiras às 20h. promove degustações. Rua Anesio Pinto Rosa, 62 Brooklin (11) 5506-6797/ 5507-2031 [email protected] SBAV - SP Na SBAV as quartas-feiras de junho estão reservadas para o “curso básico de iniciação ao vinho e degustação”, com temas como o panorama do vinho no mercado mundial, os diferentes processos de vinificação, as técnicas de degustação, com o exame visual, olfativo e degustativo e informaçõers sobre o “serviço” do vinho. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586 Informações: (11) 3814-07905 e 3034-1548 www.sbav-sp.com.br Rua Dr. Franco da Rocha, 288 (11) 3673-7388 [email protected] GASTRONOMIA GUIA VINHO & CIA Endereços onde existe a atenção ao vinho e às bebidas diferenciadas SBAV-SP VINHOS E BEBIDAS Curso de pós-graduação em “Gastronomia: vinhos e bebibas” no Senac. O objetivo é desenvolver competências em serviços de vinhos, orientação na degustação e avaliação da qualidade, identificando as características e compatibilidades com a ocasião e harmonização. 15 meses. Início: agosto. Processo seletivo até 28 de julho. Av. Eng. Eusébio Stevaux, 82, Sto. Amaro - (11) 5682-7300 http://www.sp.senac.br Em junho na SBAV-SP: 7/6 - Uruguaios, com Jorge Lucki 14/6 - Lançamento da linha Famiglia da Marson 21/6 - Vinhos do Porto com harmonização gastronômica, com Ennio Federico A Univali de Camboriú oferece Curso de Graduação em Gastronomia, Cozinheiro Chef Internacional e Cozinherio Chef Pâtissier. Cursos de 4 a 7 semestres. Al. Gabriel Monteiro da Silva, 2586 Informações: (11) 3814-7905 e 3034-1548 www.sbav-sp.com.br 5a. Avenida, s/n, Bloco 4 - Balneário Camboriú - SC (47) 261-1241 http://www.univali.br / [email protected] COZINHEIRO CHEF Jornal Vinho & Cia Compras JUNHO de 2005 Promoção VINHOS BOAS COMPRAS ENOTECA FASANO MARQUÊS DE BALLESTAR A Enoteca Fasano traz novos franceses do Camplong D´Aude, localizado em Corbières, aos pés da montanha d’Alaric em Lagrasse. Château Rouge 2003, Château Cuvée Grande Pièce 2002 e Le C de Rouge 2001. Rua Amauri, 255 - Itaim (11) 3074-3956 http://www.enotecafasano.com.br VIEIRA VINHOS São cerca 400 rótulos de vinhos de diversos países, além de acessórios, charutos, cachaças, azeites, adegas e whisky. Promove degustações e cursos de vinhos. Rua Professor Herbert Baldus, 209 - Vila São Francisco (11) 3714-4358 www.vieiravinhos.com.br VINÍFERA Nova importadora de São Paulo, oferece vinhos portugueses. Dão Painel 2001, Bairrada Império 2000 e Bairrada Império Reserva 2001, além da Aguardente Vínica Relíquia Velha. REGIS GEHLEN OLIVEIRA Na importadora Planas&Buil, a caixa com 12 garrafas do espanhol Marquês de Ballestar Tinto Jovem 2003 está saindo por R$240. (11) 5034-3842 WINEMAKERS LOT 4 Entre as ofertas do mês na Expand, destacamos o chileno da Concha & Toro Winemakers Lot 4 Cabernet Sauvignon 2002, por R$ 49,50. (11) 4613-3333 www.expand.com.br CHÂTEAU LA BASTIDE Família em viagem vende tudo, inclusive seu estoque de vinhos e fica a cargo do jornal Vinho & Cia. a sua divulgação. 30 rótulos. Solicite por e-mail a listagem e preços. Châteus La Bastide L´Óptimée 2002, por R$ 50. [email protected] Feiras SAM´S CLUB VINHO E ALIMENTOS FISPAL (11) 3685-5777 http://www.walmartbrasil.com.br DICAS Citados nesta edição. VINÁLIA R. João Moreira, 128, Sumarezinho (11) 3931-7651 www.vinalia.com.br MARSON Rua Barão de Jaceguai, 1401, Campo Belo (11) 5042-3890 http://www.vinhosmarson.com.br EMPÓRIO LA RIOJA Rua da Cantareira, 709, centro (11) 3311-0511 http://www.emporiolarioja.com.br MIOLO Rua Pascal, 1195 - Campo Belo (11) 5561-1320 http://www.mioloshop.com.br SOCIEDADE DA MESA (11) 5181-4140 www.sociedadedamesa.com.br Serviços ADEGAS Será realizada no Anhembi, entre 7 e 10 de junho, a 21ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para Alimentação. Anhembi: Av. Olavo Fontoura, 1209, São Paulo (SP) Fispal: (11) 5694-2666 http://www.fispal.com GOURMET & CIA. De 27 a 31 de julho acontece a Gourmet & Cia., a 5a. Feira Sul Brasileira da Gastronomia, no Centro de Exposições de Curitiba. Entre as exposições têm-se cursos de “Cozinha dos Chefs”, com segredos da alta gastronomia, Mostra de mesas decoradas e “Restaurante dos novos talentos” com a degustação de pratos de chefs expoentes. Parque Barugüi, Curitiba (PR) Diretriz Feiras: (41) 335-3377 http://www.diretriz.com.br Turismo VIAGENS VINHO e ARTE 23 modelos de adegas climatizadas, projetos personalizados, climatização de ambientes e servidores, são alguns do produtos da Art de Caves Adegas. No hotel Villa Michelon, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS), Maria Amélia Duarte Flores, enóloga da WineMarketing promove “Vinho e Arte, Encontro Especial de Degustação na Serra Gaúcha”, com palestras e degustações. De 1 a 3 de Julho. Av. Guarapiranga, 991, Socorro São Paulo (SP) (11) 5525-2400 http://www.artdescaves.com.br Winemarketing - (51) 8163-9778 / 8163- 9776 [email protected] Art de Caves Ted Bebedor investiga relações suspeitas entre a Safra 2005 do Sul e o time do Grêmio “V Av. Paulista 2.073 - Cj Nacional - Horsa 1 - sala 2009 (11) 3285-1166 / 3285-5435 [email protected] O Sam´s Club do Wal Mart valoriza espaço para vinhos e arte gourmet, com bom sortimento. Oferece atendente para dicas sobre os vinhos. E promove cursos a donos de restaurantes e bares para elaboração de cartas e harmonização. 19 ou voltar / Sei que ainda vou voltar / Para o meu lugar / Foi lá e é ainda lá..." Toca o CD, muitos papéis sobre a mesa, dia atarefado, missão dos editores do Jornal, investigação em curso... Da adeguinha climatizada da Art des Caves retiro um tinto Cuvée Giuseppe Cabernet Sauvignon e Merlot 2003 da Miolo, com bom tempo em carvalho francês. É um dos melhores nacionais. Ah! A 18ºC, muito gostoso, aromático, macio, harmônico, ótimo para ajudar nesse duro trabalho. - Ted Bebedor, a música é a Sabiá do Chico Buarque e Tom Jobim? - Também, caro leitor. - Também? - Sim, agora um trecho da música também faz parte do novo hino do time do Grêmio de Porto Alegre. - Hino do Grêmio? - É, agora na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol os gremistas precisam de um novo incentivo! - Sei... "Vou voltar / Sei que ainda vou voltar / Não vai ser em vão..." - E por que você está ouvindo essa música, Ted? - Missão dos editores do Jornal. Muitas suspeitas sobre o Grêmio e... Blam! Abre-se repentinamente a porta. Sobre a mesa, com o fluxo de ar, balança a flâmula vermelha do Internacional de Porto Alegre. Alguns papéis voam. - Ted, precisamos fechar a edição! (o editor do Vinho & Cia irrompe a sala). Alguma conclusão sobre as relações suspeitas entre Safra 2005 do Sul, da Serra Gaúcha, e o time Grêmio? Pego os papéis no chão. Muitas anotações sobre o assunto. Prometo ao editor até o final do dia concluir. A preocupação na redação do Jornal é grande. A Safra 2005 da Serra Gaúcha promete ser excepcional. As condições climáticas permiti- ram ótima maturação das uvas, e isso é o grande ponto de partida para a produção de grandes vinhos. As vinícolas estão entusiasmadas. - Ted, e como você encaminhou essa investigação? - Caro leitor, bati muito papo com os enólogos das 26 vinícolas na Expovinis e das 17 no 2º Circuito do Brasil em São Paulo... - Colheu muita informação, Ted? - Sim, deu para investigar muita coisa... E agora tenho de concluir! Sinto-me compelido a experimentar outro rótulo para continuar o trabalho. Afinal, trabalho duro é trabalho duro! Retiro da adeguinha um tinto espanhol da região de Cariñena, Torrelongares Reserva 97, das uvas Garnacha e Tempranillo, importado pela Planas & Buil. Uau! Surpreendente, com um tostado delicioso e um toque de baunilha muito gostoso. Isso com pinhões... Com um risoto de pinhões! Toca outro CD, agora letra da Vanessa da Mata, na maravilhosa interpretação da Mônica Salmaso. "Eu não sei o que vi aqui / Eu não sei pra onde ir / Eu não sei porque moro ali / Eu não sei por que estou..." - Ted, na realidade, que estória é essa de investigação de Safra 2005, time do Grêmio?... - Elementar, caro leitor. Conversando com os enólogos cheguei à conclusão que a maioria é gremista! - Gremista? Hum... E daí? - Isso é um perigo para os vinhos da Safra 2005! Como estarão os humores? O humor afetará o vinho? O Grêmio lá na Segundona, na parte de baixo da Segundona, e o Inter lá na Primeirona, no topo da Primeirona... - Ah! Realmente, grande preocupação! "Eu não sei pra onde a gente vai / Andando pelo mundo / Eu não sei pra onde o mundo vai / Nesse breu vou sem rumo..." Regis Gehlen Oliveira é editor deste jornal e fundador da SBAV de Aldeia e Alphaville. De vez em quando bebe. [email protected] 20 JUNHO de 2005 Jornal A equipe de Vinho & Cia girou em maio pelo 2º Circuito de Degustação de Vinhos do Brasil em São Paulo. Realizado pelo Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho, reuniu no Museu da Casa Brasileira 17 vinícolas nacionais, que ofereceram para degustação seus vinhos tradicionais e suas novidades. OLIVIER ANQUIER, empresário de gastronomia, pôde conhecer alguns espumantes, um deles, recomendado pelo editor de Vinho & Cia Lauro Carvalho, o Brut Cave Geisse, da CAVE DE AMADEU. Outros destacados foram o Brut da DON GIOVANNI e o Prosecco da PETERLONGO. JUCIANNE CASAGRANDE, da CASA VALDUGA, E FERNANDA VIANNA, sommelière. A vinícola mostrou o Duetto Pinot Noir / Shiraz. Regis Gehlen Oliveira gostou muito do Cab Sauv da CASA DE AMARO. Entre os vinhos da CASA PERINI, um destaque foi o Espumante Moscatel. SÍLVIO PASIN, da Cordelier, pôs em destaque suas garrafas diferenciadas. A PIZZATO trouxe a novidade da uva tinta Egiodola, bem diferente. A UNIÃO DE VINHOS mostrou o Chardonnay, com toques de maracujá. RICARDO HAAS E JANAÍNA TORRES, da ALMADÉN, que apresentaram entre os destaques o Espumante Brut. A AURORA trouxe a nova linha Pequenas Partilhas, com rótulos de várias uvas, entre eles o Cab Franc, elogiado pelo editor de Vinho & Cia Regis Gehlen Oliveira. A BOSCATO ressaltou o Gran Reserva Cab Sauv, que agradou muito ao colunista Adalberto Piotto. CLAUDIA STEFENON, da ABE, conferiu o Circuito, em que, na área de tintos, a MIOLO trouxe o Cuvée Giuseppe, top muito recomendado por Regis Gehlen Oliveira e Adalberto Piotto. O destaque da DON LAURINDO ficou por conta do Ancellotta, e a DOM CÂNDIDO ressaltou o Gran Reserva Cab Sauv. ARNALDO PASSARIN, da AGAVI, e ÂNGELO SALTON. A vinícola enfatizou o Espumante Brut Reserva Ouro e a VALMARINO também ressaltou espumantes, o Brut e o Moscatel. Vinho & Cia