Hospital Regional da Asa Sul
Residência Médica em Pediatria
PERFIL DE SENSIBILIDADE DAS UROCULTURAS
DO HOSPITAL REGIONAL DA ASA SUL
MONOGRAFIA CONCLUSÃO DE RESIDÊNCIA EM PEDIATRIA
VINICIUS SANTANA PEREIRA
Orientador: Jefferson A P. Pinheiro
www.paulomargotto.com.br
22/10/2008
INTRODUÇÃO

Está entre o grupo de infecções mais comuns na faixa etária
pediátrica.

Associado a potenciais conseqüências, caso não seja iniciado
tratamento a tempo e realizado seguimento correto.

Definição de ITU.
Zorc JJ, Kiddoo DA, Shaw KN. Diagnosis and management of pediatric tract infections.
Zorc JJ, Kiddoo DA, Shaw KN. Diagnosis and management of pediatric tract infections.
Clinical Microbiology Reviews 2005; 417-21
Clinical Microbiology Reviews 2005; 417-21.
INTRODUÇÃO

Classificação

Quanto à localização
 Infecção do trato urinário baixa
 Infecção do trato urinário alta

Quanto à incidência
 Primoinfecção
 Infecção recorrente
Chang SL, Shortliffe LD. Pediatric urinary tract infections. Pediatr Clin N Am 2006; 379-400
INTRODUÇÃO


Associação com anormalidades anatômicas.

Refluxo vesico-ureteral

Válvula de uretra posterior.

Bexiga neurogênica.

Necessidade de profilaxia.
Cicatriz renal e suas conseqüências.
Elder JS. Vesicoureteral reflux. In: Kliegman: Nelson textbook of pediatrics 18th ed. St LouisMO 2007; 539: 1246-67
INTRODUÇÃO

ITU em pacientes menores de 1 ano.
 Características.

Importância da amamentação.

Circuncisão.
Toporovki J, Guidoni EBM. Infecção do trato urinário na infância. In: Temas de pediatria.
2006;82:5-33
INTRODUÇÃO

Variação da incidência com a faixa etária.

Associação com higiene, atividade sexual e hábitos alimentares.

Características como perfil de sensibilidade e bactéria mais
prevalentes variam de acordo com cada serviço.
Srarifian M, Karimi, Tabatabaei SR, Anvaripour. Microbial sensitivity pattern in urinary tract
infections in children: A single center experience of 1,177 urine cultures. Jpn J. Infect. Dis
2006; 380-82
OBJETIVOS
Gerais:
Avaliar o perfil de sensibilidade das uroculturas do Hospital
Regional da Asa Sul.
Específicos:
Avaliar os principais microorganismos envolvidos nas infecções
urinárias.
Analisar os índices de resistência aos principais antimicrobianos.
LOCAL DE ESTUDO

Hospital Regional da Asa Sul.
 81 leitos pediátricos

Principal hospital pediátrico da
rede pública
 referência desta especialidade
na região Centro-Oeste do
Brasil

6000 atendimentos no pronto
socorro infantil por mês.
MÉTODOS

DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo retrospectivo, com avaliação das uroculturas
coletadas entre junho de 2007 e julho de 2008.

Utilizado questionário pré-estabelecido.

Analisadas 212 uroculturas.
QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
MÉTODOS

Metodologia
Uroculturas positivas com isolamento de
microorganismo com mais de 100.000 UFC/ml.
 Pacientes com idade inferior a 12 anos.


Análise Estatística

Os dados coletados foram armazenados em banco
de dados e analisados pelo programa software SPSS
versão 14 (Statistical Package for Social Sciences).
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Predomínio de pacientes
de até dois anos de idade.
40
35
30
25
20

Imaturidade do sistema
imune nessa faixa etária.
15
10
5
0
Recém-nascido

Importância da
incidência nessa faixa
etária.
Lactentes
Pré-escolar
Escolar
Distribuição de acordo com faixa etária
dos pacientes com ITU no HRAS
Shaikh N, Morone NE, Bost JE, Farrel MH. Prevalence of urinary tract infection in childhood.
The pediatric infectious disease journal 2008; 302-8.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Risco de grande
número de falsos
positivos.

Coleta por saco coletor.
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Recém-nascido
Lactentes
Pré-escolar
Escolar
Distribuição de acordo com faixa etária
dos pacientes com ITU no HRAS
White CT, Matsell DG. Children’s UTI in the new millennium. Can Fam Physician 2001; 1603-8
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Predominância do sexo
feminino, porém em
menor proporção do que
a encontrada na literatura,
na qual há relatos de
proporção de até 20:1.
39%
61%
MASCULINO

Influência da circuncisão.
FEMININO
Distribuição de acordo com sexo dos
pacientes com ITU no HRAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Maior prevalência de
Escherichia coli.


Presença de fatores que
facilitam adesão da
bactéria.
Em segundo lugar Proteus
mirabilis.


Apenas 1 menina.
Relação com a proporção
maior de meninos.
Escherichia coli
Proteus mirabilis
Klebsiela pneumoniae
Enterococcus faecalis
Pseudomonas aeruginosa
Serracia marcescens
Staphylococcus sp
Enterobacter cloacae
Outros
0
20
40
60
80
Número de pacientes
Perfil dos germes isolados nas
uroculturas do HRAS
100
120
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Alta resistência à ampicilina
associada com sulbactan.


Não é usado de rotina em
nosso serviço.
Mais de 50% das cepas
resistentes ao
sulfametoxazol/trimetropim.


Antibiótico amplamente
usados nos EUA.
Crescente resistência nas
últimas décadas.
Ácido nalidíxico
Sulfametoxazol + Trimetropin
Nitrofurantoína
Cefalosporina de 1ª geração
Ampicilina / Sulbactan
Amoxicilina / Clavulanato
0
10
20
30
40
50
60
70
Percentual de resistência aos antimicrobianos utilizados
para tratamento ambulatorial das ITU do HRAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Cerca de 15% de resistência
à nitrofurantoína.
 Resistência maior que a
encontrada na literatura.
Ácido nalidíxico
Sulfametoxazol + Trimetropin
Nitrofurantoína
Cefalosporina de 1ª geração

Considerada medicação
efetiva, barata e de pouca
repercussão na flora
intestinal.
Ampicilina / Sulbactan
Amoxicilina / Clavulanato
0
10
20
30
40
50
60
70
Percentual de resistência aos antimicrobianos utilizados
para tratamento ambulatorial das ITU do HRAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO

12,5% de resistência à cefalexina.
 Droga muito utilizada em nosso
serviço.
 Influência na flora intestinal.
Ácido nalidíxico
Sulfametoxazol + Trimetropin
Nitrofurantoína
Cefalosporina de 1ª geração

Menor resistência: ácido
nalidíxico.
 Quinolona não fluorada.
 Liberada para uso um crianças.
Ampicilina / Sulbactan
Amoxicilina / Clavulanato
0
10
20
30
40
50
60
70
Percentual de resistência aos antimicrobianos utilizados
para tratamento ambulatorial das ITU do HRAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO

12,5% de resistência à
cefazolina.



Quando foi lançada
apresentava grande atividade
contra as principais causadoras.
Apresentado crescente
resistência.
3% de resistência à
ceftriaxona.


Possibilidade de dose única
diária.
Indutor de resistência.
Amicacina
Gentamicina
Aztreonam
Cefazolina
Cefuroxima
Ceftriaxone
Cefepime
Ciprofloxacina
Piperacilina / Tazobactan
0
2
4
6
8
10
12
14
Percentual de resistência aos antimicrobianos utilizados
para tratamento hospitalar das ITU do HRAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Menos de 1% de
resistência ao cefepime.


Apenas 1 amostra
resistente.
Antibiótico reservado
para casos graves não
responsivos ao esquema
iniciual.
Amicacina
Gentamicina
Aztreonam
Cefazolina
Cefuroxima
Ceftriaxone
Cefepime
Ciprofloxacina
Piperacilina / Tazobactan
0
2
4
6
8
10
12
14
Percentual de resistência aos antimicrobianos utilizados
para tratamento hospitalar das ITU do HRAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO

11,5% de resistência à
gentamicina.
 Muito utilizado em nosso
serviço.
 Altos níveis de
concentração no trato
urinário.
 Toxicidade dependente de
vários fatores.
 Em RN e lactentes jovens
associada à ampicilina.
Amicacina
Gentamicina
Aztreonam
Cefazolina
Cefuroxima
Ceftriaxone
Cefepime
Ciprofloxacina
Piperacilina / Tazobactan
0
2
4
6
8
10
12
14
Percentual de resistência aos antimicrobianos utilizados
para tratamento hospitalar das ITU do HRAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO

2% de resistência à
ciprofloxacina.
 Quinolona fluorada.
 Grande efetividade contra
Pseudomonas.
 Uso limitado devido a
eventuais efeitos
colaterais
Amicacina
Gentamicina
Aztreonam
Cefazolina
Cefuroxima
Ceftriaxone
Cefepime
Ciprofloxacina
Piperacilina / Tazobactan
0
2
4
6
8
10
12
14
Percentual de resistência aos antimicrobianos utilizados
para tratamento hospitalar das ITU do HRAS
CONCLUSÃO

Nosso
serviço
apresenta
sulfametoxazol/trimetroprim.
grande
resistência

O uso de rotina deveria ser evitado.

Sugestão de uso na profilaxia: ácido nalidíxico ou cefalexina.
ao

Agradecimentos:
Funcionários do laboratório.
 Preceptores.
 Colegas e amigos residentes.
 Dr Jefferson.


“Quando nada parece dar certo, vou ver o
cortador de pedras martelando sua rocha talvez
100 vezes, sem que uma única rachadura
apareça. Mas na centésima primeira martelada a
pedra se abre em duas, e eu sei que não foi
aquela que conseguiu isso, mas todas as que
vieram antes”
Jacob Riis
OBRIGADO
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