Brochura 2003 pt Parceria com as Cidades A iniciativa comunitária URBAN A Comissão Europeia agradece a todas as organizações nacionais, regionais e locais, incluindo empresas privadas, que reuniram e forneceram a informação necessária para a presente publicação. Fotografias (páginas): Mike St Maur Sheil (1, 2-3, 7, 13, 15, 30, 37, 41), URBAN I Wien (8), URBAN I Bremen (4, 8, 19), London URBAN Conference (10, 22), Bristol URBAN II (16), Ayuntamiento Pamplona (17), Stadt Graz (18), URBAN II Berlin (19, 26), URBAN II Saarbrücken (19), Dienst Sport en Recreatie (20), West Dunbartonshire Healthy Living Initiative (21), URBAN II Bremerhaven (23, 26, 32), URBACT (24), Deutsch-Österreichische URBAN-Netzwerk (25), URBAN I Mantes-la-Jolie (26), Comune di Taranto (27), RAW Tempel e.V. (28), Ville du Havre (29), Les Mureaux (31), Malmö stad (33), Stadt Luckenwalde (34), Cable Factory (35), Greek Ministry of National Economy (36), Ministère du Logement du Grand-Duché de Luxembourg (38), Fundação para o Desenvolvimento do Vale da Campanhã (39), Le Forum de Grenoble (40), Office of the Taoiseach (42), LINDHOLM 21 (43), Ayuntamiento Cáceres (44), Comune di Torino (45), Museu de Construção Naval, Vila do Conde (46). Capa: Uma paisagem da zona URBAN I de Palermo, Sicília, Itália. É possível obter mais informações sobre os Fundos Estruturais da UE no seguinte endereço electrónico: Comissão Europeia Direcção-Geral da Política Regional http://europa.eu.int/comm/regional_policy/index_en.htm Informações sobre a União Europeia disponíveis no servidor Europa (http://europa.eu.int). Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2003. ISBN 92-894-5110-6 © Comunidades Europeias, 2003. Reprodução autorizada mediante indicação da fonte. Concepção e produção: AEIDL Editado por: Sonja Haertel e Daniel Mouqué Impresso na Bélgica IMPRESSO EM PAPEL BRANQUEADO SEM CLORO Europe Direct é um serviço que o/a ajuda a encontrar respostas às suas perguntas sobre a União Europeia Um novo número verde único: 00 800 6 7 8 9 10 11 Índice Prefácio 5 As cidades da Europa, os Fundos Estruturais e a Iniciativa Comunitária URBAN 6 Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN II 11 Parcerias locais e intercâmbio de boas práticas na Europa – o método URBAN em acção 16 Parceria com as autoridades locais – ajudar as cidades a ajudarem-se a si próprias 16 Implicar a comunidade local 19 Um ciclo de aprendizagem sistemática 22 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas 26 Aumentar a competitividade 31 Combater a exclusão social 37 Recuperação física e ambiental 41 Glossário 47 4 Parceria com as Cidades Parceria com as Cidades Prefácio A Europa é um continente com um elevado grau de urbanização. Actualmente, perto de metade da sua população vive em zonas urbanas com mais de 50 000 habitantes. As cidades têm um papel importante na vida social, económica e cultural da Europa. Sendo os principais motores do crescimento numa economia global, é nelas que se encontra a maior parte da riqueza, do conhecimento e das tecnologias da Europa. O paradoxo das cidades europeias é que também é nelas que se verificam alguns dos problemas mais graves que a sociedade enfrenta hoje em dia: carências múltiplas, exclusão económica e social, degradação do ambiente natural e construído, congestionamentos, criminalidade, intolerância e racismo e perda do sentimento de comunidade. A política urbana saltou assim para o centro dos esforços da União no sentido de criar uma Europa forte, competitiva e sustentável, salvaguardando ao mesmo tempo a coesão social. Um dos principais instrumentos neste contexto é a iniciativa comunitária URBAN, através da qual a União concede actualmente apoio a algumas zonas de cerca de 70 cidades dos quinze Estados-Membros. A experiência das minhas visitas pela União permitiu-me confirmar que a iniciativa URBAN é geralmente apontada como uma história de sucesso da política europeia de coesão. E isso porque teve a capacidade de conseguir um equilíbrio entre a necessidade de um quadro político coerente a nível comunitário e o envolvimento das próprias comunidades de base na execução dos programas. Contribuiu deste modo para novas formas de governação das cidades. Outra característica fundamental da iniciativa URBAN reside no facto de dar uma ênfase especial à inovação para atacar os problemas com que se defrontam as zonas e as comunidades urbanas. A presente brochura contém exemplos de alguns dos projectos estimulantes desenvolvidos no âmbito desta iniciativa e dirigidos a uma enorme variedade de problemas e de oportunidades que surgem nas nossas cidades. Estes projectos são a prova do valor acrescentado da política europeia quando combinada com a perspicácia e a imaginação locais. E explicam porque é que, no contexto do ‘grande debate’ sobre o futuro da Política de Coesão europeia após 2006, são tantos os que estão convencidos da necessidade de manter uma forte dimensão urbana. Michel Barnier Membro da Comissão Europeia responsável pela Política Regional e Reforma das Instituições 5 6 As cidades da Europa, os Fundos Estructurais e a Iniciativa Comunitária URBAN Parceria com as Cidades As cidades da Europa, os Fundos Estruturais e a Iniciativa Comunitária URBAN As cidades da Europa apresentam um paradoxo. Por um lado são os motores do crescimento numa economia cada vez mais global, concentrando nelas riqueza, conhecimento e capacidade técnica. São também centros de prestação de serviços públicos, como a educação, cuidados de saúde e transportes. Ao mesmo tempo, porém, muitos dos problemas mais graves que a sociedade enfrenta actualmente estão concentrados em zonas urbanas, designadamente a exclusão económica e social, a degradação do ambiente natural e construído, o sobrepovoamento, a criminalidade, a intolerância e o racismo e a perda da identidade local. As zonas urbanas são por isso locais estratégicos para a prossecução de objectivos europeus comuns, como a promoção da competitividade económica, a inserção social, a sustentabilidade ambiental e a melhoria da cultura e da identidade locais. Destacam-se, em especial, três desafios: • Aumentar a competitividade das cidades europeias. Multiplicar as situações de sucesso e eliminar os obstáculos à capacidade empresarial, às novas tecnologias e ao emprego. • Atacar a exclusão social, melhorando o acesso ao emprego e à formação para todos, incluindo os imigrantes e os membros de minorias étnicas. Além disso, desenvolver a capacidade das comunidades locais para se ajudarem a si próprias. • Recuperação física e ambiental, assegurando a sustentabilidade e aumentando a atracção das cidades. Desenvolver o património cultural e arquitectural das zonas urbanas. As cidades europeias beneficiam da Política de Coesão europeia de várias formas: • O Objectivo 1 ajuda as regiões com atraso de desenvolvimento a recuperar esse atraso. A sua dotação representa dois terços dos Fundos Estruturais, ou seja, cerca de 135 mil milhões de euros (1). As medidas visam dotar as regiões de Objectivo 1 com as infra-estruturas básicas de que carecem – em termos de transportes, telecomunicações, formação, educação, saúde, (1) Para a UE15 a preços de 1999. abastecimento de água, energia e tratamento de resíduos – e incentivar o investimento na actividade empresarial e económica. As cidades funcionam como motores do crescimento dessas regiões e os Fundos Estruturais procuram desenvolver esse mesmo crescimento. • Os financiamentos do Objectivo 2 representam mais de 22 mil milhões de euros e destinam-se a apoiar a reconversão económica e social em zonas que se defrontam com dificuldades estruturais, nomeadamente as que se prendem com a reestruturação industrial e com as zonas urbanas em dificuldade. O problema principal destas zonas não é a falta de infra-estruturas, mas sim o declínio das actividades económicas tradicionais, o que exige o desenvolvimento de alternativas. As medidas principais incluem a promoção das empresas e a reciclagem profissional. • O Objectivo 3 (24 mil milhões de euros) centra-se na modernização dos sistemas de formação e na promoção do emprego. Além disso, a iniciativa comunitária EQUAL visa combater a exclusão social, especialmente importante para as zonas urbanas desfavorecidas. A iniciativa comunitária URBAN dá um contributo específico neste contexto. A actual fase abrange cerca de 2,2 milhões de pessoas em toda a Europa, que vivem em 70 aglomerados urbanos em crise. Cerca de 730 milhões de euros estão destinados a atacar os principais problemas a que estas zonas têm de fazer face. As suas características principais são: • Uma abordagem integrada para questões que muitas vezes são tratadas de forma isolada noutros contextos: reforço da competitividade, combate da exclusão social e recuperação física e ambiental. • Uma posição destacada para as prioridades da UE como a integração das comunidades imigrantes, desenvolvimento sustentável, igualdade de oportunidades e sociedade da informação. • Os programas são geridos a nível local, perto das pessoas e dos seus problemas. As autoridades locais participam na gestão de dois terços dos programas. As zonas URBAN estão a ser preparadas para se ajudarem a si próprias. As cidades da Europa, os Fundos Estructurais e a Iniciativa Comunitária URBAN Parceria com as Cidades • Uma forte implicação das comunidades locais, que participaram na redacção de mais de 80% dos programas. E que estão também representadas nos comités de acompanhamento. A participação da comunidade local constitui uma condição prévia da eficácia do programa, pelo menos no que se refere à abordagem de questões que têm a ver com a exclusão social ou o ambiente local. • Um ciclo de aprendizagem integrado, com numerosas ferramentas para análise e troca de experiências. No âmbito do URBAN, o programa URBACT irá estruturar a identificação de boas práticas e o intercâmbio de experiências entre cerca de 200 cidades da UE. O presente documento fornece informações sobre a situação das zonas urbanas da Europa e sobre a acção da iniciativa comunitária URBAN, nomeadamente: • Elementos essenciais sobre os desafios a que as zonas urbanas têm de fazer face, extraídos de fontes de informação como a Auditoria Urbana (uma análise abrangente de diferentes factores socioeconómicos, efectuada a partir de uma amostra de cidades da UE). Tal como se salientou acima, as zonas urbanas, tanto em termos sociais e económicos como ambientais, contêm uma contradição, que combina desafios significativos com oportunidades extraordinárias. • O sistema de funcionamento dos programas URBAN (“método URBAN”). Alguns exemplos de projectos revelam o empenhamento e envolvimento das autoridades locais e da comunidade local. Também há informações na Rede Europeia de Intercâmbio de Experiências (“URBACT”), que proporcionam às cidades uma óptima oportunidade para estudar as boas práticas de toda a UE. • Exemplos concretos do contributo que o URBAN está a dar para a competitividade, a inserção social e a recuperação física e ambiental, incluindo projectos que ilustram a validade e a natureza da abordagem integrada. Apartamentos degradados na zona URBAN I de Mulhouse, Alsácia, França. 7 8 A Iniciativa Comunitária URBAN Parceria com as Cidades Apresentando a iniciativa comunitária URBAN • A primeira fase da Iniciativa Comunitária URBAN decorreu entre 1994 e 1999 (“URBAN I”). Foram 118 as cidades da UE que beneficiaram de mais de 900 milhões de euros de financiamento comunitário. • Com o apoio activo do Parlamento Europeu, foi criada uma segunda fase (“URBAN II”), a que se refere a Comunicação da Comissão Europeia “que estabelece as orientações relativas a uma Iniciativa Comunitária de revitalização económica e social das cidades e subúrbios em crise, a fim de promover um desenvolvimento urbano sustentável” (ref: COM(2000) 1100 de 28 de Abril de 2000). • Existem 70 programas URBAN II em toda a UE, que abrangem zonas com uma população de cerca de 2,2 milhões de habitantes. Para além disso, o programa URBACT irá apoiar uma rede europeia de intercâmbio de experiências. • Os programas são executados entre 2000 e 2006. A contribuição do FEDER é de 730 milhões de euros e o investimento total ascende a cerca de 1 600 milhões de euros. Mais informações estão disponíveis na página Internet da Inforegio: http://europa.eu.int/comm/regional_policy/urban2/ index_en.htm Antes e depois: renovação de garagens de recolha de eléctricos para criar espaços de instalações educativas, instituições culturais e restaurantes. URBAN I de Viena. Antes e depois: renovação com vista à criação de um centro empresarial e cultural na zona URBAN I de Bremen. A Iniciativa Comunitária URBAN Parceria com as Cidades Cidades que participam na Iniciativa Comunitária URBAN Canarias (E) 64 70 Programas URBAN I (1994-1999) Programas URBAN II (2000-2006) Conjunto dos programas URBAN I e URBAN II Guadeloupe Martinique Réunion (F) (F) 139 (F) Guyane (F) 138 140 6 147 159 150 149 7 142 96 98 97 Açores (P) 141 152 146 151 153 156 165 155 161 157 158 143 160 163 148 145 162 154 20 125 126 129 128 15 14 164 1 19 127 2 91 5 95 43 77 27 124 24 86 94 78 82 88 93 84 144 85 26 25 11 10 8 9 23 13 21 18 16 17 Madeira (P) 22 12 28 131 90 130 81 39 52 61 75 137 48 89 60 79 74 76 62 41 67 66 55 134 38 69 32 102 113 46 73 40 50 115 117 71 72 43 135 133 123 110 101 42 136 121 108 65 54 63 132 122 83 68 53 58 92 80 87 107 112 100 105 44 116 114 57 45 49 109 118 120 37 59 47 51 36 99 106 104 35 33 34 31 29 111 103 119 56 0 50 30 250km R e g i o GI S © EuroGeographics Association for the administrative boundaries Bélgica 1 2 3 4 5 Antwerpen Bruxelles/Brussel Charleroi Mons-La Louvière Sambreville Dinamarca 6 7 Ålborg Århus Alemanha 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Berlin Brandenburg Bremen Bremerhaven Chemnitz Dessau Dortmund Duisburg (Marxloh) Erfurt-Ost Gera Halle Kassel Kiel Leipzig Luckenwalde Magdeburg (Cracau) Mannheim - Ludwigshafen Neubrandenburg Rostock Saarbrücken Zwickau Grécia 29 30 31 32 33 34 35 36 37 Ermoupoli Iraklio Keratsini Komotini Patrai Perama Peristeri Thessaloniki Volos Espanha 38 39 40 Albacete Aviles Badajoz 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 Badalona Barakaldo Cáceres Cadiz Cartagena Castellón de la Plana Córdoba Gijón Granada Huelva Jaén La Coruña Langreo León Madrid - Carabanchel Málaga Murcia Orense Palma de Mallorca Pamplona Pontevedra Sabadell Salamanca San Cristobal de la Laguna San Sebastián-Pasaia Sant Adrià de Besòs Santa Coloma de Gramenet Santander Sevilla Telde Teruel Toledo Valencia Valladolid Vigo Zaragoza França 77 78 79 80 81 82 83 84 Amiens Aulnay-sous-Bois Bastia Bordeaux Chalon-sur-Saone Clichy-sous-Bois - Montfermeil Grenoble Grigny - Viry 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 Le Havre Le Mantois Lyon Mantes-la-Jolie Marseille Mulhouse Roubaix-Tourcoing Saint Etienne Strasbourg Val-de-Seine (Les Mureaux) Valenciennes Irlanda 96 97 98 Ballyfermot Cork Dublin Itália 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 Bari Cagliari-Pirri Carrara Caserta Catania Catanzaro Cosenza Crotone Foggia Genova Lecce Milano Misterbianco Mola di Bari Napoli Palermo Pescara Reggio di Calabria Roma Salerno Siracusa-Ortigia Taranto Torino Trieste Venezia-Porto Marghera Luxemburgo 124 Differdange-Dudelange Países Baixos 125 Amsterdam 126 127 128 129 Den Haag Heerlen Rotterdam Utrecht Áustria 130 131 Graz Wien Portugal 132 133 134 135 136 137 Lisboa Lisboa - Amadora Lisboa - Loures Lisboa - Oeiras Porto - Gondomar Porto - Vale de Campanhã Finlândia 138 139 Helsinki - Vantaa Joensuu Suécia 140 141 Göteborg Malmö Reino Unido 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 Belfast Birmingham Brighton Bristol Burnley Clyde Waterfront Coventry Derry Glasgow North Halifax Hetton & Murton Leeds London Manchester (Moss Side and Hulme( Merseyside Normanton in Derby Nottingham Paisley Peterborough Sheffield Stockwell Swansea Thames Gateway West Wrexham 9 10 A Iniciativa Comunitária URBAN Parceria com as Cidades URBAN II A avaliação inicial do URBAN II e a Conferência de Londres (8 e 9 de Julho de 2002) Uma Comunicação da Comissão de 14 de Junho de 2002 apresentou uma primeira avaliação dos programas da segunda fase do URBAN. A comunicação fornece dados circunstanciados sobre os problemas económicos, sociais e ambientais existentes nas zonas URBAN II. Examina igualmente a selecção dos locais, a elaboração e gestão dos programas e a repartição financeira pelos diferentes tipos de projectos dando alguns exemplos interessantes de projectos previstos. Os delegados enalteceram as principais melhorias do URBAN II: simplificação administrativa, rede de intercâmbio de experiências e grande ênfase nas parcerias locais. Foi igualmente sugerido que as cidades deviam ter um papel decisivo na política regional da UE. Além disso, 75 presidentes de câmara e outros autarcas, em representação de 56 milhões de cidadãos de toda a UE, assinaram uma declaração apelando a um reforço das acções urbanas da UE. Isto foi o ponto de partida para a Conferência “Cidades da Coesão”, realizada em Londres, em 8 e 9 de Julho de 2002, onde se debateram os resultados iniciais do URBAN II e o futuro da dimensão urbana da Política de Coesão. Participaram na Conferência mais de 620 delegados, incluindo presidentes de câmara e autarcas de mais de 170 cidades da UE. O texto completo da comunicação (COM(2002) 308, de 14 de Junho de 2002), bem como os documentos e discursos da Conferência de Londres, estão disponíveis na página Internet da Inforegio: http://europa.eu.int/comm/regional_policy/urban2/ urbanconf_en.htm Presidentes de Câmara e alguns dos 620 parceiros locais da UE que se encontraram com o Comissário Barnier na Conferência “Cidades da Coesão”, realizada em Londres em Julho de 2002. Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN II Parceria com as Cidades Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN II Esta secção aborda os principais problemas com que se defrontam as zonas URBAN II e as cidades europeias. A análise das zonas URBAN II confirma que têm de enfrentar múltiplos desafios, como desemprego elevado, altas taxas de criminalidade, grandes percentagens de minorias étnicas e falta de espaços verdes. Na verdade, na maior parte das cidades europeias, existe uma tendência acentuada para que estes desafios se concentrem em certas zonas de periferia – as disparidades no seio de uma cidade são habitualmente mais profundas do que as diferenças entre cidades. A informação apresentada tem por base a avaliação inicial da Comissão Europeia sobre a Iniciativa URBAN, de Junho de 2002 (2), e ainda o projecto Auditoria Urbana (3). As cidades da Europa defrontam-se com muitos desafios, bem como com muitas oportunidades. Apesar das cidades serem motores de crescimento nas suas regiões, existem ainda muitas bolsas carenciadas, mesmo nas cidades com maior sucesso económico. A diversidade cultural de muitas cidades atrai visitantes, moradores e empresas. No entanto, as elevadas taxas de criminalidade de algumas cidades e arredores afastam as pessoas e o investimento. Verifica-se igualmente um paradoxo em termos ambientais: as pessoas que vivem nas cidades sofrem os níveis mais elevados de poluição, mas também são aquelas que, per capita, sobrecarregam menos o ambiente. Os problemas das zonas URBAN II espelham e ampliam os das cidades de um modo geral. Para se qualificar como zona URBAN, um local tem de obter uma pontuação elevada em pelo menos três dos seguintes indicadores: desemprego de longa duração, pobreza e exclusão, número de imigrantes, minorias étnicas ou refugiados, criminalidade e delinquência, baixos níveis de educação e de qualificações, reduzidos níveis de actividade económica, necessidade de reconversão social e económica, evolução demográfica negativa e degradação do ambiente. O desemprego pode ser particularmente grave nas cidades, concentrando-se em certas zonas da periferia. Algumas cidades apresentam níveis de desemprego muito superiores aos do país em que se situam. O Segundo Relatório da Comissão Europeia sobre a Coesão Económica e Social (4) revelou que em 10 Estados-Membros o desemprego era normalmente mais elevado nas zonas urbanas do que no resto do país. Figura 1. Taxas de desemprego – média da cidade e variação entre as zonas de periferia menos e mais afectadas 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% pe Co An tu érp Bru ia Bé nh xelas lgica ag a D Bélg ic Co lón inam a ar ia A Ess lem ca Fra en A an ha n le Ha kfurt man mb h A urg lem a an o h Ale Lei p m a Mu zig A anh a n l Est ique eman ug ard Alem ha a A anh Ate lema a nh na a s Pat Gréc r Sal as G ia r ó éci Ba rce nica a lon Gré Ma a Es cia dri pan Má d Es ha p l Sar aga E anha ag oç span Sev a Es ha ilh pan Va a Es ha He lença panh lsín a qu Espa nh ia Bo Finlâ a rdé nd ia us F Lill rança eF r an L Ma ião F ça ran rse ça lh Na a Fra n nte s F ça ran N Est ç ras ice Fr a bu an Tou rgo F ça lou ran ç s Du e Fra a blim nç a Irla B nd Flo ari It a ália ren Gé ça It á no va lia I t á Mi lia lã Ná o Itá po lia Pal les It erm ália oI t á Ro Lux ma lia em bu Tur Itália im Ro rgo Itá ter Lux li dã o P em b a urg aís e o Bra s Ba ixo ga s Po Lis r bo t a P ugal ort P o Go r u tem to Po gal rtu bu g r E Bir mi stoc go Su al ng o ha lmo écia Su Bra m R dfo eino écia r Un C dR Ed ardif eino ido im bu f Rei Unid Gla rgo R no U o sgo ein nid o o w Le Rein Unid Liv eds R o U o nid erp e i n Ma o o nch ol R o Un est eino ido er Re Unid ino o Un ido 0% As disparidade no interior de uma cidade são habitualmente mais profundas do que as diferenças entre cidades – as taxas de desemprego são um bom exemplo. Fonte: Auditoria Urbana, dados de 1996. 2 ( ) Programação dos Fundos Estruturais 2000-2006: avaliação inicial da Iniciativa URBAN; Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões, (COM(2002) 308 final de 14 de Junho de 2002). (3) Lançada pela Comissão Europeia em 1997, a Auditoria Urbana destina-se a medir a qualidade de vida em cada cidade da UE e disponibilizar informações comparativas sobre elas. (4) Comissão Europeia (2001): Unidade da Europa, solidariedade dos povos, diversidade dos territórios. Segundo relatório sobre a Coesão Económica e Social, Bruxelas, 2001. 11 Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN II Parceria com as Cidades Figura 2. Taxa de desemprego nos Estados-Membros, nas cidades da Auditoria Urbana I e nas zonas URBAN II 30% Taxa de desemprego 25% 20% Estado-Membro em 2000 Cidades da Auditoria Urbana I em 1996 15% Zonas URBAN II em 2000 10% 5% UE al rtu g lia Itá a Al Po em Fra an nç ha a nh pa Es ia ica lg Bé di lân Fin Pa Gr éc a a nd Irla ia os éc Su íse o sB Un aix id o str ia Re Di in na Áu m ar ca 0% O desemprego nas zonas URBAN II representa cerca do dobro do das zonas urbanas e o triplo do da UE no seu conjunto. Desemprego em percentagem da população em idade de trabalhar Fontes: Eurostat, Auditoria Urbana e relatórios das próprias Zonas URBAN II média de desemprego de 5% na altura da Auditoria, mas no bairro mais afectado a taxa era de 34%. As diferenças entre as zonas periféricas de uma cidade, no entanto, tendem a ser muito mais significativas do que as diferenças entre cidades e entre outras zonas. Em Turim, por exemplo, a Auditoria Urbana concluiu que a taxa de desemprego na zona periférica mais afectada era mais de dez vezes superior à da zona menos afectada. Mesmo nas cidades com uma taxa de desemprego geralmente baixa, alguns bairros apresentam uma grave concentração de desemprego. Edimburgo, por exemplo, tinha uma taxa Estas disparidades entre zonas periféricas não constituem por si só um problema sério, mas podem prejudicar o papel das cidades como motor de crescimento. A Política de Coesão europeia pretende não só reduzir o desemprego global como atacar estas enormes disparidades entre zonas periféricas. Figura 3. Nacionais de países não pertencentes à UE nos Estados-Membros, nas cidades da Auditoria Urbana I e nas zonas URBAN II 50% 40% 30% Estado-Membro em 1999 Cidades da Auditoria Urbana I em 1996 20% Zonas URBAN II em 2000 10% Di na m UE ar ca ia éc Su os sB rtu aix ga l Pa íse Po Bé lg ica a nç an em Al Fra ha ia Áu str a nh pa Es ia éc Gr Fin lân di a o Re in o Un id Itá lia nd a 0% Irla Percentagem de nacionais de países não-UE 12 As zonas URBAN II têm o dobro de imigrantes e de minorias étnicas das cidades da UE em geral e quatro vezes mais do que as da UE no seu conjunto. Fontes: Eurostat, Auditoria Urbana e relatórios das próprias zonas URBAN II Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN II Parceria com as Cidades A taxa média de desemprego nas zonas URBAN II é especialmente elevada – é sempre mais elevada do que a média nacional e na maior parte dos casos é superior à média nacional das zonas urbanas. Em Amsterdão, por exemplo, a taxa de desemprego na zona URBAN II é cinco vezes mais elevada do que a média neerlandesa. A zona URBAN II de Lisboa tem uma taxa de desemprego de 38%, enquanto a média apurada na Auditoria Urbana para as cidades portuguesas é de apenas 3,6%. A integração dos imigrantes e das minorias étnicas tornou-se uma questão política importante em muitos países, designadamente no contexto do envelhecimento da população local. A natureza multicultural das cidades pode constituir uma atracção importante para os turistas e para os moradores. Mas os imigrantes precisam muitas vezes de ajuda para participarem plenamente na vida económica e social do país de acolhimento. A Figura 3 mostra que a maior parte das cidades tem uma percentagem de nacionais de países não pertencentes à UE muito superior à de outras zonas dos países em que se situam. Bruxelas, por exemplo, tem 15% de nacionais não-UE, o que representa quatro vezes mais do que a média belga que é de 3,5%. Nas grandes cidades, um em cada cinco residentes é nacional não-UE, em comparação com apenas um em cada sete nas cidades de dimensão média e um em cada doze nas pequenas cidades. As zonas URBAN II são especialmente afectadas. Nalguns casos, como San Sebastian, Aarhus e Bruxelas, estes grupos minoritários constituem actualmente a maioria. A criminalidade é outra questão política que tem vindo a ganhar importância. Uma sensação de insegurança num bairro limítrofe leva as empresas e os residentes a evitarem ou a abandonarem essa zona. Por sua vez, isso conduz a menor actividade económica e a maior abandono de edifícios, o que aumenta a sensação de insegurança. Romper com este círculo vicioso é um dos objectivos dos programas URBAN II, especialmente tendo em linha de conta que as taxas de criminalidade nas zonas URBAN II correspondem ao dobro da taxa média verificada na UE no seu conjunto. Em termos ambientais verifica-se um paradoxo: os moradores das cidades são expostos a elevados níveis de poluição, embora muitas vezes sejam os utilizadores mais eficientes dos recursos naturais. Por exemplo, a poluição do ar tende a ser mais elevada quando as pessoas vivem muito próximas umas das outras. Mas a utilização de carros per capita, um factor que contribui grandemente para a poluição do ar, é consideravelmente mais baixa nas cidades do que noutros locais. Grande parte da explicação reside no facto de os dias médios serem mais curtos e no acesso a sistemas de transportes públicos urbanos. Do mesmo modo, também a utilização per capita de energia e de água nas zonas urbanas tende a ser significativamente inferior à média nacional. Viena, Áustria: a renovação desta praça na zona da Landstrasse foi financiada pelo URBAN I . 13 Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN II Parceria com as Cidades Figura 4. Nacionais de países não pertencentes à UE nos Estados-Membros e nas cidades da Auditoria Urbana, (1996) Percentagem de nacionais não-UE 20% 15% 10% Percentagem em Cidades de Auditoria Urbana 5% str ia Áu an Ale m Re ha ido Un nça ino Fra éci Su lgic Bé a a a am Din Ba ses Paí arc ixo s rgo bu a Gr éci Lux em al dia rtu g Po lân nd Fin Irla Esp an Itá ha lia a 0% Embora, em média, as cidades tenham uma proporção mais elevada de minorias étnicas, há uma considerável variação de cidade para cidade. Por exemplo, as grandes cidades atraem mais imigrantes do que as pequenas cidades. Fonte: Eurostat, Auditoria Urbana Besòs, situada na área metropolitana de Barcelona. A zona do programa de Sant Adrià de Besòs tem uma densidade de 22 500 habitantes por km2, em comparação com 4 800 na área metropolitana de Barcelona. A densidade populacional indicia falta de qualidade ambiental e a maior parte das zonas URBAN II são densamente povoadas – a densidade populacional média do URBAN II é de 6 600 moradores por km2, comparado com uma média de apenas 4 000 nas cidades da Auditoria Urbana. Esta Auditoria abrange 22 dos programas URBAN II, 18 dos quais apresentavam uma densidade populacional mais elevada do que a cidade no seu conjunto. A Figura 5 mostra estas densidades em comparação com a das cidades no seu conjunto. O exemplo extremo é Sant Adrià de Os dados relativos aos espaços verdes revelam uma situação semelhante. As zonas URBAN II só têm metade da percentagem média de espaços verdes das zonas urbanas da UE – 10,5% da zona total, contra 20,5%. Figura 5. Densidade populacional nas zonas URBAN II em comparação com a cidade correspondente da Auditoria Urbana 25.000 20.000 15.000 Densidade populacional na Cidade no seu conjunto 10.000 Densidade populacional na zona URBAN II 5.000 Wie n Am ado ra) Brux elles -Ca pita le Rott erda m (S. A dria Barcel de B ona esos ) oa ( Lisb Am ster dam va Tori no Gen o Berl in r oma oG ond oa Mila no Gra z aux mot Ball yfer Bord e Lisb Port (Cly de W Glas ater gow fron t) Leip zig n wer pe ama ) (Per Ant a Van ta ens inki / Hels Ath urg Stra sbo rg 0 Göt ebo População por km2 14 A maior densidade populacional nas zonas URBAN II reflecte uma carência de espaços verdes e sobrelotação habitacional. Fontes: Auditoria Urbana (para as cidades), relatórios próprios (para as zonas periféricas URBAN II) Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN II Parceria com as Cidades Programa URBAN I de Mulhouse, na Alsácia, França: no quadro da recuperação social e ambiental foram oferecidos aos habitantes pequenas parcelas de terreno a fim de cultivarem vegetais e flores. 15 16 Parcerias locais e intercâmbio de boas práticas na Europa – o método URBAN em acção Parceria com as Cidades Parcerias locais e intercâmbio de boas práticas na Europa – o método URBAN em acção São muitos os desafios que as cidades enfrentam em toda a Europa e a Iniciativa Comunitária URBAN dispõe de recursos para atacar somente uma pequena parte desses problemas. No entanto, uma parte importante do fundamento do URBAN reside no seu contributo para a eficácia de outras acções urbanas. Para o conseguir, é preciso actuar como um laboratório, como um modelo, gerando a matéria-prima para trocas de experiências. Muito do valor acrescentado do URBAN resulta pois do seu método de implementação. Este método inclui características como a da abordagem integrada em questões como o desenvolvimento económico local, a exclusão social e a recuperação física e ambiental. Inclui igualmente sólidas parcerias com as autoridades locais e a comunidade local e possui diversos instrumentos para promover um ciclo de aprendizagem contínua. Parceria com as autoridades locais – ajudar as cidades a ajudarem-se a si próprias Uma das características que distinguem o URBAN II é o grau de descentralização de gestão valorizando as autoridades locais. Dos 70 programas seleccionados, um terço tem um conselho municipal como autoridade de gestão. Estão neste caso os programas italianos, neerlandeses, austríacos, finlandeses e irlandeses, bem como a maior parte dos programas franceses. Trata-se de uma mudança significativa em relação ao URBAN I, no qual, por exemplo, as autoridades nacionais (ou os seus representantes locais) eram responsáveis por todos os programas em França e em Itália. Em relação a outra terça parte dos programas, a autoridade local é o principal interveniente, em parceria com o governo central. Por exemplo, nas regiões inglesas, embora a autoridade de gestão seja um serviço do governo central, a responsabilidade quotidiana foi delegada nos seus serviços regionais. Além disso, os conselhos municipais aceitaram o papel de “organismo responsável” e incumbe-lhes a gestão financeira e a apreciação dos projectos, dentro de parâmetros muito latos estabelecidos pelo governo central. Em Espanha e na Grécia existem relações semelhantes entre o Ministério das Finanças e os municípios. Na maior parte dos restantes programas o conselho municipal é membro de pleno direito do comité de acompanhamento. É o caso da Alemanha, por exemplo, onde as autoridades de gestão são os Länder, e de Portugal, onde são as autoridades nacionais que conduzem o processo. Em muitos casos, não é só a respectiva autarquia local que está representada, mas também a associação nacional de autarquias. Este intenso grau de parceria com os eleitos locais, para além de impulsionar a democracia local, promove igualmente a eficácia das acções da UE e a sua visibilidade a nível local. Jovens do Programa URBAN II de Bristol visitaram Bruxelas e Antuérpia para apresentarem o seu programa e trocarem ideias. Os jovens daquela zona são parceiros fundamentais na execução do programa. O método URBAN: Parceria com as autoridades locais Parceria com as Cidades URBAN II - Pamplona (Espanha) Um palácio para consenso A renovação de um palácio abandonado do século XVI (Palácio do Condestável), para utilização como equipamento da comunidade. Uma das especificidades do projecto consiste na intensa cooperação entre o conselho municipal e a comunidade local. Localizado no centro histórico da cidade, o palácio renovado será utilizado para actividades e serviços comunitários e para incentivar a renovação social e económica dos subúrbios. O projecto vai recuperar 5 100 m2 de espaço para formação e para actividades sociais, culturais e de tempos livres. Uma característica inovadora do projecto consiste na vasta participação cívica. O conselho municipal desenvolveu as suas relações com as associações de moradores e de comerciantes para realizar, em parceria com estas associações, um processo circunstanciado de consulta Contacto: Ayuntamiento Pamplona Srª Maite Errea e Sr. José Ma. González c/Zapatería, 40-4 E-31001 Pamplona Tel.: +34 948 42 05 27 Fax: +34 948 42 05 32 E-mail: [email protected] Web: http://www.pamplona.net/urbanpamplona/web/intro.htm pública. A população local participou activamente nas diferentes fases, apresentando propostas e definindo o projecto. A consulta assumiu a forma de fóruns e painéis de consulta pública e através do “FOROS URBAN” prossegue uma consulta permanente. O URBAN II proporcionou ao conselho municipal a oportunidade de testar pela primeira vez esta abordagem em profundidade. Na sua totalidade, o programa URBAN II abrange uma área de aproximadamente 1,7 km2, que inclui o centro histórico e o bairro de Rochapea. A zona abrange uma população de 29 119 habitantes. A taxa de desemprego ronda os 12%, sendo mais elevada do que a média da cidade, e a zona caracteriza-se por uma diminuição constante da população, um ambiente urbano em deterioração e problemas de exclusão social e económica. O programa pretende combater estes problemas, principalmente através de uma renovação sensível em termos ambientais dos locais abandonados, de pactos de emprego, serviços básicos, inserção social e acções para promover o acesso e a utilização das novas tecnologias. Custo total do projecto: 3 503 900 euros Contribuição da UE (FEDER): 1 715 950 euros Este programa, administrado pelo conselho municipal, atraiu uma forte participação local. Os moradores e as associações comerciais estão fortemente representados no comité de acompanhamento. O “Palácio para o consenso”. Este palácio será renovado e servirá de centro comunitário. O trabalho, neste projecto, está a permitir que o conselho municipal reforce as suas relações com os moradores e os comerciantes locais. 17 18 O método URBAN: Parceria com as autoridades locais Parceria com as Cidades URBAN II - Graz (Áustria) Uma abordagem integrada para a inovação empresarial Apenas 10% das novas PME de Graz são actualmente definidas como “inovadoras”, pelo que o conselho municipal fixou o objectivo de promover essas empresas em fase de arranque. O programa URBAN II fornece os meios, mas os contactos do conselho municipal com as universidades e as empresas será fundamental para o êxito do projecto. O projecto Gründungspaket (“pacote de arranque”) destina-se a desenvolver esta capacidade técnica e o crescimento das PME. Inclui quatro módulos: o desenvolvimento de um “centro de tutoria”; informação sobre os critérios de participação das PME no URBAN II; um centro de incubação, desenvolvido em estreita cooperação com as universidades e um “balcão único”, que facilita os contactos com a administração e com outros intervenientes no apoio às empresas em fase de arranque. Uma estratégia integrada de comunicação ajudará a atrair empresas dos vários sectores. “Festa de lançamento”, 15 de Novembro de 2002: sensibilizar os empresários e os moradores para as oportunidades oferecidas pelo programa URBAN II de Graz. Um dos objectivos principais da cidade de Graz é fomentar um ambiente empresarial inovador e o URBAN II constitui uma excelente oportunidade para isso. Dando continuidade ao programa URBAN I em Graz (Bezirk Gries), o programa URBAN II, “Urban_Link GrazWest”, abrange uma área total de 738 ha na parte ocidental da cidade. Esta zona, com uma população de 31 930 habitantes (a população total de Graz é de 240 967 habitantes), enfrenta diversos desafios, nomeadamente um declínio da actividade económica, elevado desemprego, uma vasta população imigrante, níveis de educação abaixo da média, exclusão social e pressões ambientais decorrentes dos transportes. No entanto, como factor positivo, está a “Fachhochschule” (instituto superior local), que está a atrair mais estudantes, verificando-se ainda um crescimento contínuo do sector das PME. Contacto: Magistrat der Stadt Graz DI Hansjörg Luster Europaplatz 20 A-8020 Graz Tel.: + 43 3 16872 4200 Fax: + 43 3 16872 4209 E-mail: [email protected] Web: http://www.urban-link.at/ O projecto adopta uma abordagem global dos diversos desafios que as novas iniciativas de inovação têm que enfrentar. Isto é possível graças a uma preexistente e estruturada parceria entre a entidade que gere o projecto – a cidade de Graz – e as universidades, empresas e agências de desenvolvimento locais. A cidade de Graz está também a envidar esforços no sentido de desenvolver sinergias entre os diversos projectos. Por exemplo, o projecto está estreitamente associado aos projectos “Wissensstadt” e “Start-up Center Reininghaus”, também integrados no programa URBAN II de Graz. Além disso, o conselho municipal estabeleceu ligação com outros projectos não financiados pelo URBAN, uma vez que o apoio a novas empresas é um elemento fundamental do plano de desenvolvimento económico da cidade, enquanto a “Initiative Stadtteilentwicklung GrazWest” foi criada para promover parcerias entre intervenientes como as universidades, as empresas e o sector público. O FEDER contribuirá com 4,2 milhões de euros para o programa. O programa terá co-financiamento nacional, regional e local e o seu orçamento total ascenderá a 20,555 milhões de euros. O sector privado contribuirá com 3,755 milhões de euros. Custo total do projecto: 960 000 euros Contribuição da UE (FEDER): 380 000 euros O pavilhão URBAN II de Graz na “Steirische Gründungsmesse 2002”, que distribuiu informação sobre o apoio a novas empresas inovadoras. O método URBAN: Implicar a comunidade local Parceria com as Cidades URBAN I, Bremen, Alemanha: festa de rua em Gröpelingen. Implicar a comunidade local Um objectivo fundamental do URBAN II consiste em fazer da comunidade local um parceiro de pleno direito no esforço de renovação. Em mais de 80% dos casos, parceiros locais como grupos da comunidade, grupos de voluntários e associações de moradores foram amplamente consultados sobre a concepção dos programas. Estes grupos estão igualmente representados nos comités de acompanhamento, que são responsáveis pela sua gestão estratégica. A constituição de uma parceria forte com as comunidades locais é, sem dúvida, uma das melhores formas de valor acrescentado. Não apenas porque torna os programas mais eficazes e mais orientados para as necessidades locais, mas também porque contribui para o desenvolvimento, a longo prazo, das zonas em questão. Uma vez criada, uma parceria local tem potencial para desempenhar outros papéis na promoção do desenvolvimento local como, por exemplo, melhorar o planeamento estratégico local, encontrar novas formas de aplicar as verbas locais e promover o investimento do sector privado. Além disso, o envolvimento da sociedade civil promove o modelo europeu de governação e constitui uma forma visível e concreta de aproximar mais a Europa dos seus cidadãos. Berlim, Alemanha: plantação de uma árvore por ocasião da inauguração do Escritório URBAN II. Saarbrücken, Alemanha: a equipa URBAN II participa no “Faschingszug” (Carnaval) em Dudweiler, Fevereiro de 2001. 19 20 O método URBAN: Implicar a comunidade local Parceria com as Cidades URBAN II - Rotterdam (Países Baixos) Um segundo lar para jovens marroquinos Este projecto de Roterdão pretende dar um sentido à vida de jovens marroquinos reduzindo os problemas da criminalidade, desordem e abandono escolar nos bairros visados. Os grupos da comunidade local, bem como as escolas, os trabalhadores sociais e a polícia local são parceiros fundamentais deste projecto. A zona URBAN II de Roterdão está situada nos bairros do centro desta que é a segunda maior cidade dos Países Baixos. A maioria da população não é de origem neerlandesa, mas principalmente constituída por grupos de imigrantes da Turquia, Suriname e Marrocos. As oportunidades económicas e os níveis de educação são baixos e muitos dos jovens acabam por cair na criminalidade, principalmente a criminalidade associada à droga. Dos 5 000 jovens que vivem nesta zona, cerca de 1 200 são de origem marroquina. A transição para uma nova vida nos Países Baixos não foi fácil para as famílias destes jovens. Na verdade, calcula-se que cerca de metade destas famílias se debatem com múltiplos problemas em matéria de tarefas de educação vital. Os normais processos culturais, que poderiam ter ajudado estes jovens a encontrar o seu lugar numa cultura mais vasta e no mundo do trabalho, foram largamente esquecidos. Assim, foi formulado um “plano de recuperação”, que dá atenção ao desenvolvimento da capacidade das famílias e da comunidade local para se entreajudarem, de modo que tanto os pais como os jovens se possam tornar activos e se transformem em membros de pleno direito da comunidade. “Het Klooster” é a parte do plano centrada nos jovens. “Het Klooster” – Um centro comunitário que promove a inserção social e económica de jovens marroquinos. Contacto: Dienst Sport en Recreatie Postbus 1240 NL-3000 Rotterdam Fax: +31 104 173 885 E-mail: [email protected] Web: http://www.rotterdam.nl/flash/index.html Custo total do projecto: 904 675 euros Contribuição da UE (FEDER): 452 337 euros “Het Klooster” envolve a criação de um centro comunitário que funciona como um segundo lar para os jovens marroquinos, centrando-se no ensino e na formação, bem como nos tempos livres. As actividades incluem música, produções teatrais, grupos de discussão, leitura de livros em voz alta por pais convidados, apoio na realização dos trabalhos de casa e obtenção de conhecimentos informáticos. Além disso, é dada ênfase à igualdade de oportunidades na comunidade marroquina, como aulas para raparigas e formação em matéria de sensibilidade para rapazes, e à integração na comunidade neerlandesa mais alargada, através de actividades que estabelecem uma ponte entre os neerlandeses e os imigrantes. Para atingir estes objectivos ambiciosos é essencial implicar a comunidade local. As organizações locais de cariz social e cultural, bem como os pais, estiveram representados no processo de planeamento e estão activos como voluntários. As escolas, os trabalhadores sociais e a polícia local também estão estreitamente implicados, dando conselhos práticos e assistência. O apoio vem ainda dos serviços municipais, de políticos locais e do Departamento de Desporto e Tempos Livres. O Centro comunitário oferece muitas oportunidades aos jovens, combinando ensino e formação com tempos livres. O método URBAN: Implicar a comunidade local Parceria com as Cidades URBAN II - Clyde Waterfront (Reino Unido) Melhoria de vida para antigas comunidades de construção naval O programa tem por objectivo melhorar a qualidade de vida dos moradores nestas duas antigas comunidades de construção naval. Um projecto interessante que conta com representantes da comunidade local, os quais gerem uma iniciativa que visa promover a saúde e a empregabilidade, especialmente para os socialmente excluídos. A zona URBAN II conta com 27 900 habitantes das antigas comunidades de construção naval de Clydebank e Port Glasgow. Actualmente, a zona debate-se com elevados níveis de desemprego, baixos níveis de resultados escolares e muitos dos problemas socioeconómicos tradicionais em aglomerados urbanos desfavorecidos. No entanto, a zona está bem servida em termos de comunicações e tem acesso à rede de auto-estradas. Tem, portanto, um potencial de desenvolvimento considerável. Esta zona tem uma longa tradição de trabalho em parceria. A entidade que administra o projecto, West Dunbartonshire Healthy Living Initiative (Iniciativa de Vida Saudável em West Dunbartonshire), é gerida por representantes da comunidade local e é financiada por uma série de organismos, nomeadamente o conselho local e o conselho de saúde. Os principais objectivos do projecto, intitulado “South Clydebank Community Focus”, são: Hospital e casas em Clyde Waterfront. O programa dá grande ênfase à promoção de uma vida saudável, sendo dirigido por uma parceria alargada, que inclui representantes da comunidade local. • Promover uma saúde sã na comunidade local, especialmente no que se refere às pessoas socialmente excluídas. O projecto centra-se especificamente na capacidade de identificar e combater situações de stress e tem como objectivo melhorar a saúde mental, física e emocional bem como aumentar a confiança e auto-estima, visando assim aumentar as oportunidades de emprego; • Oferecer formação para o emprego, incluindo informática para funcionários administrativos, primeiros socorros, saúde e segurança e higiene alimentar. O projecto durará três anos e incluirá três cursos de formação para o emprego, cada um com uma duração de 20 semanas e abrangendo 15 residentes locais. O projecto financiará igualmente sete novos postos de trabalho, incluindo dois trabalhadores de saúde de base da comunidade e especialistas de formação. Contacto: West Dunbartonshire Healthy Living Initiative Unit 9, Leven Valley Enterprise Centre Castlehill Road, UK-Dumbarton G82 5BN Tel.: +44 141 572 4400 Fax.: +44 141 572 4499 E-mail: [email protected] Web: http://www.wsep.co.uk Custo total do projecto: 938 863 euros Contribuição da UE (FEDER): 469 431 euros 21 22 O método URBAN: Um ciclo de aprendizagem sistemática Parceria com as Cidades Mais de 600 pessoas provenientes de 170 cidades da Europa – muitos presidentes de câmaras e outros autarcas – participaram na Conferência “Cidades da Coesão”, realizada em Londres em Julho de 2002. Um ciclo de aprendizagem sistemática A Iniciativa Comunitária URBAN dispõe de diversos instrumentos para melhorar a sua orientação e eficácia, tanto para os próprios programas URBAN como para as medidas urbanas em geral. Entre eles incluem-se: • Promoção, através do lançamento de uma nova fase da Auditoria Urbana, de um aprofundamento do conhecimento da situação nas cidades europeias, lançando assim as bases para uma cultura de recurso às estatísticas e aos indicadores urbanos. A Auditoria Urbana, publicada pela Comissão em 2000 (5), avaliou a qualidade de vida em 58 cidades europeias. Foi seleccionada uma vasta série de indicadores socioeconómicos, incluindo temas como participação na vida cívica, ensino e formação, ambiente, cultura e tempos livres. • Adopção de uma lista de indicadores comuns inspirados na Auditoria Urbana para o acompanhamento e avaliação dos programas. Trata-se de uma condição importante para uma execução mais eficaz e proporcionará uma base de avaliação comparável. • A Rede Europeia de Intercâmbio de Experiências, “URBACT”, irá estruturar a identificação de boas práticas e o intercâmbio de experiências entre cerca de 200 cidades da UE. O programa é administrado pelas autoridades francesas, de acordo com os outros Estados-Membros e a Comissão. Elemento fundamental serão as redes para intercâmbio de experiências sobre temas específicos. As cidades tomarão a iniciativa propondo estes temas e construindo as redes. Outras actividades incluirão a formação, instrumentos de informação e estudos. (5) Comissão Europeia (2000): The urban Audit, 2 vols., Bruxelas O método URBAN: Um ciclo de aprendizagem sistemática Parceria com as Cidades A Auditoria Urbana Avaliar a qualidade de vida das cidades europeias Em 1998, a Comissão lançou um inquérito único e global sobre a qualidade de vida em 58 cidades europeias. Este inquérito (“Auditoria Urbana”) permitiu que presidentes de câmara, urbanistas e cidadãos em geral tivessem acesso a uma vasta gama de dados socioeconómicos sobre as suas cidades e os pudessem comparar com os dados de outras cidades europeias. Anteriormente não era possível fazer tais comparações porque havia imensas lacunas na informação disponível. Quando existiam dados muitas vezes eles não eram comparáveis entre Estados-Membros. O objectivo deste exercício experimental era testar a viabilidade da recolha de informação relativa a mais de 500 variáveis nas cidades europeias. Os resultados da primeira auditoria foram apresentados no Dia da Auditoria Urbana em Paris, em Setembro de 2000. Devido à reacção à primeira auditoria urbana, extraordinariamente positiva, e ao crescente interesse por estatísticas urbanas de elevada qualidade, foi lançada uma segunda Auditoria Urbana em 2002. Esta segunda Auditoria Urbana é ainda mais ambiciosa do que a precedente. Abrange mais de 180 cidades, incluindo Londres e Paris, que não foram incluídas na primeira auditoria por razões técnicas. Atendendo ao papel importante desempenhado pelas cidades de média dimensão na Europa, a Comissão decidiu igualmente acrescentar 100 cidades, com populações entre 50 000 e 250 000 habitantes. A avaliação destas questões exigiu, algumas vezes, o desenvolvimento de métodos novos. Para a segunda Auditoria Urbana, estes métodos foram aperfeiçoados e a lista de variáveis foi reavaliada e actualizada. Foi reduzida para pouco mais de 300 variáveis, em relação às quais podem ser obtidos dados exactos e fiáveis. A auditoria processar-se-á em três níveis geográficos diferentes. O nível principal diz respeito à cidade administrativa, o que assegura que a informação recolhida é útil para aplicação de medidas. Um segundo nível é o suburbano, que agrupa zonas periféricas em zonas comparáveis de aproximadamente 20 000 habitantes. A informação a este nível contribuirá para melhorar a compreensão das disparidades entre as diversas partes da cidade. O terceiro nível, sempre que for adequado, diz respeito à região mais vasta, que na maior parte dos casos corresponde à zonagem administrativa seguinte. No que se refere à cidade administrativa, a informação será recolhida nas mais de 300 variáveis. Para o nível suburbano e da região, será recolhida informação relativa a um número menor de variáveis. Todos os resultados serão comparados com o valor médio a nível do Estado-Membro e da União Europeia. Os resultados iniciais da segunda auditoria estarão disponíveis a tempo de alimentar o debate sobre o futuro da Política de Coesão europeia. Os resultados completos serão publicados em 2004. A primeira Auditoria Urbana recolheu informações sobre mais de 500 variáveis em cinco domínios diferentes: aspectos socioeconómicos, ambiente, ensino e formação, participação na vida cívica e cultura e tempos livres. URBAN II - Bremerhaven, Bremen, Alemanha: Festa de bairro na Ernst-Reuter-Platz. 23 24 O método URBAN: Um ciclo de aprendizagem sistemática Parceria com as Cidades O Programa URBACT Trabalhar em conjunto para promover boas práticas Uma das características mais marcantes do URBAN II reside no intercâmbio de boas práticas por toda a Europa, que é objecto de um programa específico - a “Rede Europeia de Intercâmbio de Experiências” ou “URBACT”. Os objectivos do URBACT consistem em salientar as boas práticas e retirar lições dos êxitos e dos pontos fracos identificados nestes programas. O grupo-alvo são os agentes urbanos das 216 cidades que beneficiam dos programas URBAN I e II e dos projectos-piloto urbanos. O URBACT tem duas prioridades principais: • Intercâmbio e disseminação de conhecimentos. Incluem-se aqui as redes temáticas organizadas pelas próprias cidades, as acções de reforço da capacidade dos agentes urbanos e os estudos. Foram afectados a esta prioridade 14 milhões de euros, 50% dos quais virão da UE e outros 50% dos parceiros do projecto. • Capitalização e informação. Inclui a criação de uma página Internet, a apresentação dos resultados e um conjunto de instrumentos e informação sobre projectos exemplares. O financiamento total para esta prioridade é de 8,8 milhões de euros. Lançamento do programa URBACT em Paris, 20 de Fevereiro de 2003. O programa estrutura o intercâmbio de boas práticas em matéria de renovação urbana. Além disso, existe um orçamento de 1,96 milhões de euros para assistência técnica e para a gestão do programa. O programa é administrado por um comité de acompanhamento, que inclui membros representantes de todos os Estados-Membros participantes e da Comissão Europeia. O Ministério francês para a Cidade e a Renovação Urbana (Delegação Interministerial para a Cidade, DIV) foi designado como autoridade de gestão. O programa conta com o apoio activo de uma série de parceiros a nível nacional e local… Contacto: Ministère délégué à la ville et à la rénovation urbaine Sr. Jean-Loup Drubigny 194, avenue du Président Wilson F-93217 Saint Denis La Plaine Cedex Tel : +33 1 47 04 11 23 E-mail : [email protected] Web : http://www.urbact.org Custo total do projecto: 24 760 000 euros … e suscita grande interesse por parte da comunicação social. Contribuição da UE (FEDER): 15 900 000 euros O método URBAN: Um ciclo de aprendizagem sistemática Parceria com as Cidades Rede germano-austríaca URBAN Trabalhar em conjunto para a renovação urbana As 12 cidades alemãs e as 2 cidades austríacas que participam no URBAN II criaram uma rede de intercâmbio de boas práticas sobre diversos temas. Um dos primeiros assuntos a ser tratado foi o do apoio às pequenas e médias empresas (PME). As zonas austríacas URBAN II de Viena e Graz associaram-se às zonas alemãs URBAN II de Berlim, Bremerhaven, Dessau, Dortmund, Gera, Kassel, Kiel, Leipzig, Luckenwalde, Mannheim/Ludwigshafen, Neubrandenburg e Saarbrücken para criarem uma rede de intercâmbio de experiências e de boas práticas. Um dos primeiros grupos de trabalho criados no quadro desta rede aborda o tema do apoio às PME. Um objectivo fundamental consiste em comparar o conjunto de medidas necessárias para aumentar a produtividade das PME. Algumas medidas procuram promover a criação de novas empresas, enquanto outras incidem no desenvolvimento das já existentes. Há cidades que prevêem igualmente a renovação de escritórios, a aplicação de novas tecnologias de produção ou de novas tecnologias no domínio do ambiente e da energia, a prestação de serviços de apoio às PME e a contratação de desempregados, segundo o princípio da igualdade de oportunidades para os grupos socialmente excluídos. Outro objectivo do grupo de trabalho das PME é dar aos agentes locais uma visão acessível das acções elegíveis, dos critérios e das percentagens de investimento máximas no âmbito do URBAN II. O grupo de trabalho apoia-se bastante nas experiências das cidades de Chemnitz, Magdeburg e Rostock, que já implementaram medidas semelhantes no quadro do URBAN I. Existem outros grupos de trabalho previstos ou a funcionar, que cobrem temas como a participação dos cidadãos; indicadores socioeconómicos de acompanhamento; a sociedade da informação; apoio a parques tecnológicos; ensino e investigação como motores do desenvolvimento integrado das cidades; cultura e comunicação social como forças de desenvolvimento; sinergias entre projectos. Contactos: Dr. Lothar Blatt Leiter des Deutsch-Österreichischen URBAN-Netzwerkes und Repräsentant des DV e.V. in Brüssel Tel.: + 32 2 550 16 10 E-mail: [email protected] Christian Huttenloher Wissenschaftlicher Mitarbeiter Tel.: + 32 2 550 16 10 E-mail: [email protected] Web: http://www.deutscher-verband.org/seiten/ urban-netzwerk/default.asp Encontro da rede germano-austríaca URBAN II em Graz, Outubro de 2002, para intercâmbio de experiências sobre a sociedade da informação e “educação e investigação como motores do desenvolvimento integrado da cidade”. 25 26 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas Parceria com as Cidades Uma abordagem integrada das necessidades urbanas As cidades, enquanto motores do crescimento, têm um papel essencial na competitividade económica da UE. A concentração nas cidades das actividades pessoais, económicas e culturais e o seu papel de centros de transporte, fazem também das cidades locais estratégicos para promover a renovação física e a sustentabilidade ambiental. No entanto, devido às bolsas de pobreza, carências e desemprego, tão comuns nas cidades, elas representam igualmente um elemento-chave na luta contra a exclusão social. São muitas as medidas urbanas, adoptadas a nível nacional ou da EU, que procuram resolver estas questões. Contudo, uma característica notável da iniciativa comunitária URBAN é que pretende tratar todas estas necessidades de forma integrada e coordenada. O objectivo consiste em ajudar as cidades a ajudarem-se a si próprias e introduzir melhoramentos auto-sustentáveis nas seguintes áreas: • Aumento da competitividade • Resolução dos problemas sociais • Recuperação física e ambiental A vantagem de uma abordagem integrada reside em ser muitas vezes difícil tratar separadamente estas três prioridades nas zonas urbanas desfavorecidas. Existem ligações óbvias e naturais entre estas prioridades, e a iniciativa URBAN procura levar isso em conta. Por exemplo, a integração no mercado de trabalho das pessoas socialmente excluídas também fomenta a eficiência económica. Do mesmo modo, é difícil promover uma zona sem resolver os seus problemas sociais e ambientais, sem combater a criminalidade e sem dar um novo destino aos terrenos abandonados. Além disso, a criação de mais postos de trabalho e o crescimento económico facilitam geralmente a promoção da inserção social e a recuperação do ambiente natural e físico. Pavilhão gimnodesportivo renovado no quadro do URBAN I em Mantes-la-Jolie, França. Renovação de um clube de jovens no quadro do URBAN II em Berlim, Alemanha. Esperança para o futuro: festa de rua assinalando o lançamento do URBAN II em Bremerhaven, Alemanha. Uma abordagem integrada das necessidades urbanas Parceria com as Cidades URBAN II - Taranto (Itália) Repovoar a ilha O objectivo do programa URBAN II para Taranto é a renovação do centro histórico da cidade, incluindo a ilha de Taranto. 70% dos edifícios da ilha estão ao abandono e não oferecem segurança, devido a problemas fundamentais e estruturais. Taranto situa-se em redor do golfo de Taranto, no mar Jónio. O programa URBAN II abrange o centro histórico da cidade (área de 509 ha, com 47 400 habitantes), que inclui os dois lados históricos do golfo e a ilha no meio. A economia de Taranto baseava-se tradicionalmente na indústria do ferro e do aço, indústria que entrou em declínio nos últimos anos. Com o encerramento desta indústria pesada, os bairros dos arredores vêem-se confrontados com desemprego de longa duração, elevadas taxas de criminalidade, pobreza e um nível residual de poluição do ar e do solo muito elevado. Apesar da ilha constituir um local muito importante do ponto de vista do património arqueológico e cultural (o primeiro povoamento data de 700 a.C.), esta parte da cidade foi efectivamente abandonada a partir da II Guerra Mundial. Isolada do resto da cidade, a ilha não oferece segurança e é considerada um ponto nevrálgico da criminalidade. Para resolver esta situação e incentivar um novo desenvolvimento da ilha, o programa URBAN II vai implementar um extenso projecto de recuperação. O desafio consiste em desenvolver os sectores cultural, comercial e do turismo, oferecendo assim novas oportunidades de emprego. Os edifícios serão recuperados e, paralelamente, será dada formação específica no domínio da construção utilizando materiais locais e de técnicas de restauração. Ponte que liga a ilha de Taranto ao centro histórico da cidade. Uma segunda secção do Museu Nacional de Arqueologia, que está localizado na cidade, ficará alojada na ilha, num dos edifícios recuperados, e será dada formação sobre a gestão do património cultural. Outros edifícios recuperados serão oferecidos a PME que trabalhem no domínio do artesanato e será oferecido aos desempregados um curso de formação em gestão de turismo e serviços comerciais. Os espaços públicos da ilha serão melhorados através da implementação de medidas no domínio do ambiente e dos transportes públicos. Os resultados esperados do projecto incluem a criação de novas oportunidades de emprego: a recuperação de edifícios ocupará directamente 150 pessoas e serão criados mais 600 postos de trabalho nos sectores do artesanato e do comércio. Prevê-se igualmente que os diversos cursos de formação serão frequentados por um total de 1 300 pessoas. Além disso, o aumento do número de pessoas e serviços funcionará como elemento dissuasor para os delinquentes. Contacto: Arq. Antonio Liscio Comune di Taranto Via XX Settembre, 6 I-74100 Taranto Tel: + 39 099 4581981 Fax: + 39 099 4581997 E-mail: [email protected] Web: http://www.comune.taranto.it/ Custo total do projecto: 20 000 000 de euros Contribuição da UE (FEDER): 7 701 530 euros A degradação dos imóveis é comum na ilha de Taranto e 70% dos edifícios estão ao abandono e não oferecem segurança. 27 28 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas Parceria com as Cidades URBAN II – Berlim Lichtenberg-Friedrichshain (Alemanha) “Ultrapassar os obstáculos” Um projecto essencial do programa URBAN II para Berlim é o Kulturgewerbliches Gründerzentrum RAW-tempel e.V (Centro de Artes e Artesanato), que promove a implantação de pequenas empresas do sector cultural e do artesanato em edifícios desocupados dos caminhos-de-ferro. O projecto tem como objectivo renovar e recuperar a zona e reforçar a economia local. O programa abrange parte de dois bairros no sudeste, Lichtenberg e Friedrichshain, abrangendo um total de 30 000 habitantes. Esta antiga zona industrial, caracterizada por infra-estruturas ferroviárias abandonadas, tem vindo a sofrer um declínio económico desde 1990 e apresenta uma taxa de desemprego de quase 16%. O primeiro passo do projecto Kulturgewerbliches Gründerzentrum foi a criação da associação cultural RAW-Tempel, com o apoio financeiro do URBAN. A associação irá renovar os edifícios importantes do ponto de vista arquitectónico e dar formação a pequenas empresas que procuram tornar-se viáveis do ponto de vista financeiro. Tenta-se igualmente criar uma rede de boas práticas entre as diversas empresas que irão ocupar os edifícios renovados. Para além de artistas, operadores culturais e artesãos, o local irá acolher um fabricante de tambores que está a exportar, em colaboração com estúdios de gravação e produtores musicais, a sua invenção do “controlo pneumático do tom”. No total, serão criadas 25 unidades e, até 2006, devem estar instaladas no local 12 empresas. Este projecto permite uma abordagem integrada, onde a cultura é o catalisador do desenvolvimento económico e da renovação urbana. Contactos: RAW - Tempel e.V. Revaler Straße 99 D-10245 Berlin Tel.: +49 (0) 30 25799111 E-mail: [email protected] Custo total do projecto: 661 000 euros O projecto “RAW-Tempel” está a recuperar edifícios desocupados dos caminhos-de-ferro, que transforma em centros de actividades artesanais e de inovação, aumentando o emprego e reforçando a economia local. Contribuição da UE (FEDER): 400 000 euros Uma abordagem integrada das necessidades urbanas Parceria com as Cidades URBAN II – Le Havre (França) A arte da madeira Nos bairros mais a sul do Havre, onde os níveis de desemprego e as carências são especialmente elevadas, este projecto URBAN II, intitulado “Arte da madeira”, irá contribuir para transmitir novas competências no domínio do restauro de mobílias, criar novas oportunidades de emprego e fornecer artigos de mobiliário para revenda a baixo preço. A zona do programa URBAN II do Havre situa-se na parte baixa, a sul da cidade, perto do porto, e tem cerca de 17 000 habitantes. Urbanizada nos finais do século XIX para alojar os trabalhadores do porto, esta zona caracteriza-se actualmente por uma sobreposição de bairros residenciais e não residenciais, pela existência de extensos terrenos industriais abandonados e por um ambiente degradado. A população activa, constituída sobretudo por operários, está a sentir em pleno o impacto do declínio industrial, com uma taxa média do desemprego de 35%. As mulheres são particularmente vulneráveis, especialmente as mães solteiras e as que não possuem qualificações. No entanto, em termos de desenvolvimento potencial, a zona tem uma série de pontos fortes, nomeadamente a sua grande extensão, uma boa localização, um património histórico importante e uma população relativamente jovem. A formação acolherá 16 pessoas por trimestre. Por conseguinte, 64 mulheres iniciarão, em cada ano, um curso de reintegração profissional (formação, emprego, etc.) e, em média, serão restauradas 1 500 peças de mobiliário, que depois serão vendidas. Desde o ano 2000 que a associação PROFILE recolhe grandes peças do lixo, das quais cerca de metade (aproximadamente 1 500) são peças de mobiliário de madeira. Estas peças, que podem ser restauradas, a maior parte das vezes são enviadas para um centro de recolha de resíduos. Com o apoio do programa URBAN II e para salvaguardar o ambiente e arranjar colocação para elementos vulneráveis da comunidade, a associação PROFILE está agora a desenvolver uma acção de formação no domínio do restauro, que proporcionará ocupação para mulheres desempregadas, a maior parte das quais beneficia do RMI (rendimento mínimo de inserção ou subsídio de desemprego). O projecto contribuirá, portanto, para diversos objectivos: • Para os participantes, o projecto não foi concebido de forma rígida, em termos de os preparar para trabalhar com madeira. O objectivo é antes proporcionar uma “oportunidade de regresso ao trabalho”, facilitando o retorno a um emprego estável. Com a ajuda do acompanhamento social, o objectivo é promover a independência, a autoconfiança, um trabalho ético e a reinserção no mundo do trabalho. • Protecção do ambiente. As peças volumosas de mobiliário estão a ser restauradas e, portanto, recicladas. • Coesão social. O mobiliário produzido será vendido a grupos vulneráveis a baixo preço. Com o declínio das docas, a área URBAN II tem-se caracterizado pela degradação e pelo desemprego. Um projecto de reciclagem de mobílias promove o emprego, protege o ambiente e, através da utilização e da venda do produto final a pessoas de baixos rendimentos, apoia a inserção social. Contacto: Ville du Havre Sr. Ouahid Dorbane Avenue du Général Leclerc, B. P. 51 F-76084 Le Havre Cedex Tel.: +33 2 35 19 47 11 Fax: +33 2 35 19 48 22 E-mail: [email protected] Web: http://www.ville-lehavre.fr/ Custo total do projecto: 300 208 euros Contribuição da UE (FEDER): 18 294 euros 29 30 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas Parceria com as Cidades URBAN I – Antwerpen (Bélgica) Telecentro funciona como catalisador da renovação e inserção social O projecto Telecentro, destinado a incentivar o crescimento económico e a inserção social, foi um dos principais pilares do programa URBAN I de Antuérpia. Fundos do URBAN II permitiram ao telecentro empregar mais de 160 pessoas, muitas das quais oriundas de grupos sociais excluídos. O programa URBAN I para Antuérpia (Flandres) abrangia uma zona com uma população de 66 300 habitantes, onde desde há muito não havia investimento. A zona caracterizava-se por elevados níveis de desemprego, criminalidade e pobreza e tinha uma comunidade imigrante importante. A criação de um telecentro em 1998 foi um dos projectos principais do programa URBAN I para Antuérpia. O objectivo era fazer dele uma empresa lucrativa, criar emprego e promover a renovação da zona. A UE concedeu 325 000 euros para o projecto, o governo da Flandres 335 000 euros, a cidade de Antuérpia 1 116 000 euros e o sector privado contribuiu com 497 000 euros, criando um investimento total de 2 273 000 euros. O telecentro tem sido desde então um enorme sucesso. A sua actividade cresceu, em média, 32% ao ano nos últimos três anos. Em 2001 empregou mais de 160 pessoas de 10 nacionalidades falando 14 línguas diferentes. Deu igualmente um importante contributo para a inserção social, uma vez que dois terços dos seus empregados são mulheres, dois terços têm baixas qualificações e um terço pertence a minorias étnicas. Além disso, o crescimento desta empresa convenceu várias empresas de prestação de serviços empresariais, como uma agência de trabalho temporário, um restaurante e um pequeno supermercado a instalarem-se nas imediações do telecentro, contribuindo assim para a renovação económica desta zona periférica. O telecentro promove a inserção social e o emprego – dois terços dos empregados são mulheres, dois terços têm poucas qualificações e um terço pertence a minorias étnicas. Contacto: Stad Antwerpen Soma vzw Coordenador do programa da UE Sr. Hugo Hermans Grote Markt 27 B-2000 Antwerpen Tel.: +32 3 270 03 40 Fax: +32 3 270 03 59 E-mail: [email protected] Web: http://www.somavzw.be/ O crescimento do telecentro incentivou diversas empresas de prestação de serviços a deslocarem-se para os arredores. Custo total do projecto: 2 273 000 euros Contribuição da UE (FEDER): 325 000 euros Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividade Parceria com as Cidades O “hotel de empresas”, um viveiro de PME criado no quadro do URBAN I em Les Mureaux França. Aumentar a competitividade As conclusões do Conselho Europeu de Lisboa, de Março de 2000, fixaram o objectivo da UE se transformar na economia baseada no conhecimento mais competitiva e dinâmica do mundo, capaz de um crescimento económico sustentável com mais e melhor emprego e progredindo para a coesão económica e social até 2010. As cidades europeias são fundamentais para se atingir este objectivo, uma vez que funcionam como motores do crescimento regional, da inovação e da criação de emprego. Para conseguir um desenvolvimento territorial equilibrado na UE, as cidades, qualquer que seja a sua dimensão, devem permanecer ou tornarem-se atractivas tanto para moradores como para empresas. Isto é especialmente importante para as cidades de pequena e média dimensão, situadas em locais isolados ou longínquos, uma vez que a estabilidade dessas cidades é muitas vezes fundamental para o bem-estar das respectivas regiões. A sua capacidade para inovar e para criar novas oportunidades constitui um requisito prévio para assegurar uma boa posição na concorrência global. Além disso, economias regionais fortes, orientadas por cidades competitivas, estão em melhores condições para proporcionar inserção social e para manter e proteger o ambiente físico e natural. As acções para reforçar a competitividade incluem a promoção de pequenas empresas comunitárias, da capacidade empresarial, a criação de empregos, a inovação, a tecnologia da informação e a nova economia. Um domínio particularmente interessante para a criação de postos de trabalho é a economia social, que pode incluir actividades ambientais ou culturais ou a prestação de serviços à comunidade local. A prevenção da criminalidade também desempenha um papel importante na transformação destas zonas desfavorecidas em zonas mais atractivas para o investimento. 31 32 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividade Parceria com as Cidades URBAN II - Bremerhaven (Alemanha) Apoio a novas empresas de tecnologia de ponta No âmbito do programa URBAN II de Bremerhaven, o antigo edifício do ‘Correio Imperial’, fronteiro ao porto, está a ser renovado e reconvertido para alojar pequenas empresas e empresas na fase de arranque no domínio das telecomunicações, tecnologias da informação, multimédia e tempos livres (T.I.M.E., acrónimo de “Telecommunication, Information technology, Multimedia and Entertainment”). Bremerhaven é uma cidade com um porto marítimo na costa do mar do Norte, Alemanha. A zona URBAN II situa-se na parte norte do centro da cidade e tem uma área de 326 ha e uma população de quase 23 000 habitantes. Com o declínio da construção naval tradicional e da indústria de transformação do peixe, os pequenos estabelecimentos, as empresas locais orientadas para os serviços e, infelizmente, os armazéns fechados passaram a ser a nota dominante no A entrada do novo centro empresarial – uma porta de acesso à nova economia para esta antiga zona de construção naval e de transformação de peixe. ambiente económico local. Extensas áreas do porto tornaram-se terrenos abandonados e a taxa de desemprego e nível de pobreza estão agora muito acima da média da cidade. Nalgumas zonas, mais de 25% dos habitantes vivem dos subsídios da assistência social. O nível da criminalidade também aumentou, principalmente devido ao aumento dos crimes relacionados com drogas. O projecto Parque Tecnológico “T.I.M.E. Port” faz parte do programa global de recuperação da zona URBAN II. O projecto destina-se a incentivar o desenvolvimento de um sector sustentável de TI, apoiando as pequenas empresas enraizadas na comunidade local. As actividades do projecto incluem a renovação e reconversão do antigo edifício do ‘Correio Imperial’ para criar o novo centro empresarial “T.I.M.E. Port” Quando estiver totalmente ocupado, este centro empresarial ocupará pelo menos 60 pessoas. A sua localização face ao porto deverá encorajar o prosseguimento da renovação da zona. A cooperação com o instituto politécnico situado nas proximidades e com outros institutos locais irá fomentar o desenvolvimento de uma estrutura económica alternativa e orientada para o futuro, que irá atrair outras empresas de TI do exterior para se instalarem em Bremerhaven. Uma característica inovadora do projecto é a criação de uma direcção do “T.I.M.E. Port” que não se ocupará apenas da gestão do edifício, mas participará também nas actividades de recrutamento e de formação e na manutenção de contactos e cooperação com a comunidade local e com as autoridades locais relativamente ao desenvolvimento global da zona. O centro empresarial de T.I.M.E. Port está situado num edifício fronteiro ao porto, renovado com fundos do URBAN II. Contacto: Management Technologiepark – T.I.M.E. Port, Schifferstraße 10-14 D-27568 Bremerhaven c/o Olaf Stammer (Technologieparkmanager) Tel.: +49 471 2900 142 Fax: +49 471 2900 144 E-mail: [email protected] Web: http://www.europa-bremen.de/efre Custo total do projecto: 3 124 000 euros Contribuição da UE (FEDER): 1 562 000 euros O programa URBAN II abrange uma incubadora para novas empresas nos domínios das telecomunicações, tecnologias da informação, multimédia e tempos livres (designado “Porto T.I.M.E.”). Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividade Parceria com as Cidades URBAN I - Malmö (Suécia) Promover o desenvolvimento empresarial e comunitário O programa URBAN I em Malmö apoiou uma fundação que dá assistência a empresas na fase de arranque e oferece oportunidades de ensino e de emprego. O programa apoiou igualmente a recuperação de zonas exteriores e o desenvolvimento de novos equipamentos comunitários. No total, foram 5 as zonas cobertas pelo programa, caracterizadas por uma elevada concentração de imigrantes, taxas de desemprego elevadas e muitos problemas sociais. A contribuição total da União Europeia foi de 5,1 milhões de euros, que atraiu mais investimentos no valor de 6,7 milhões de euros, permitindo criar recursos num montante total de 11,8 milhões de euros. Um dos projectos principais do URBAN I foi a renovação de um edifício industrial e escritórios anexos, no quarteirão da rua Facklan, que fica no centro da zona URBAN de Malmö. O edifício foi renovado entre 1997 e 2000 para instalar o Centro de Desenvolvimento de Facklan, que alberga actualmente 67 novas empresas. Todas estas empresas arrancaram com o apoio de um gabinete de consultadoria criado para o efeito. Factor importante para o êxito deste gabinete de consultadoria foi a parceria entre a KOOP, uma associação de cooperação empresarial, a ALMI, empresa pública que apoia o crescimento e desenvolvimento económico, e as agências empresariais e de emprego de Malmö. O centro de actividades Facklan renovado com o apoio de URBAN I Um antigo edifício escolar, contíguo ao quarteirão Facklan, também foi renovado e convertido no “Centro Comunitário de Sofielund”, que aloja agora uma série de actividades baseadas na comunidade e que complementa o desenvolvimento da zona. Contacto: City of Malmö Metropolitan Initiative / District of Fosie Sr Bertil Nilsson Augustenborgsgården Ystadvägen 52 S-214 45 Malmö City of Malmö Tel.: +46 40 34 74 34 Fax: +46 40 34 74 35 E-mail: [email protected] Web: http://www.mediacentrum.nu/URBAN Custo total do projecto (Centro de Desenvolvimento de Facklan, gabinete de consultadoria e Centro Comunitário de Sofielund): Cerca de 3 500 000 euros* Contribuição da UE (FEDER): Cerca de 1 750 000 euros * Inclui-se aqui a renovação do Centro de Facklan (1,82 milhões de euros, com uma contribuição da UE de 0,82 milhões de euros). O centro Facklan tem hoje 67 novas empresas e um gabinete de assistência às PME 33 34 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividade Parceria com as Cidades URBAN II - Luckenwalde (Alemanha) Novas oportunidades em biotecnologia Luckenwalde, uma cidade de 22 500 habitantes, situada 60 km a sul de Berlim, está a utilizar o financiamento do URBAN II para aproveitar ao máximo um parque biotecnológico, criando novas oportunidades de emprego e de desenvolvimento económico. biologia). O curso será dado com base num “modelo cooperativo” entre organizações de formação e empresas. Participarão em cada curso 16 pessoas (incluindo 11 mulheres no primeiro curso) e serão criados ou mantidos 21 postos de trabalho (sendo pelo menos 10 postos de trabalho para mulheres). Será concedido financiamento para a preparação, planeamento e melhoramento dos laboratórios e das salas de aula, bem como para equipamento e materiais consumíveis para dois cursos. A formação no sistema de alternância (formação teórica e no posto de trabalho) será financiada por diferentes fontes (Estado Federal, Estado Federado, Fundo Social Europeu e empresas) em diferentes projectos. O parque biotecnológico envolve um curso de formação profissional para técnicos de biotecnologia. Este curso é financiado pelo URBAN e ministrado em parceria com organizações de formação e empresas locais. Este projecto consolidará a posição de Luckenwalde como centro de biotecnologia e contribuirá para uma orientação para indústrias mais sustentáveis baseadas nas tecnologias de ponta. A criação de um curso de ensino e formação profissional orientado para o futuro e o aumento da formação profissional em geral terão também influência nas empresas de biotecnologia que estejam a pensar instalar-se em Luckenwalde. Desde a reunificação da Alemanha e das mudanças políticas ocorridas há onze anos, Luckenwalde viveu alterações profundas. A cidade passou por uma transformação social e económica de que resultou uma diminuição da população, uma debilidade económica, o abandono de zonas industriais, falta de investimento na manutenção dos edifícios, aumento do desemprego, baixos níveis médios de educação e degradação do ambiente. Para enfrentar estes problemas, a criação do parque biotecnológico de Luckenwalde foi um dos trunfos mais importantes, gerando desenvolvimento económico e criando na região novos postos de trabalho virados para o futuro. Um objectivo estratégico importante para continuar a expansão do parque biotecnológico consiste no desenvolvimento de formação profissional orientada para a biotecnologia. No quadro do programa URBAN II, que abrange toda a cidade (2 230 ha), o organismo de execução local decidiu apoiar a criação de um curso de formação profissional com uma duração de três anos e meio, intitulado “Biologielaborant/in” (Técnicos de laboratório de Contacto: Stadt Luckenwalde Sr. Christian Von Faber Markt 10 D-14943 Luckenwalde Tel.: +49 3371 672276 Fax: +49 3371 672359 E-mail:[email protected] Web: http://www.luckenwalde.de/urban/frame.htm Custo total do projecto: 3 124 000 euros Contribuição da UE (FEDER): 1 562 000 euros Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividade Parceria com as Cidades Projecto-piloto urbano - Helsinki (Finlândia) Renovação de um monumento degradado num centro multimédia muito frequentado Este projecto-piloto urbano, em Helsínquia, envolveu a reconversão do edifício histórico Lasipalatsi num novo centro de actividade económica, combinando as tecnologias da informação e comunicação com o apoio às artes e à cultura. O projecto Lasipalatsi é a obra-prima do projecto-piloto urbano. É um excelente exemplo de como se pode combinar a recuperação física com a introdução de um leque de novas actividades económicas. Construído em 1936 no local dos antigos quartéis russos, como o ponto de referência da arquitectura moderna e um símbolo de esperança, o Lasipalatsi encontrava-se há muito tempo em estado de abandono. No âmbito do projecto-piloto urbano, o edifício foi renovado com muita mestria e tornou-se num centro multimédia. A renovação, que foi precedida de um estudo aturado dos planos originais, dos materiais e do método de construção, tentou preservar o maior número possível de características originais do edifício. O centro tem agora mais de 20 empresas, que empregam cerca de 200 pessoas no total, e é visitado todos os meses por mais de 100 000 pessoas. No Verão, o Lasipalatsi acolhe o Festival de Helsínquia, que atrai mais de 200 000 visitantes aos seus espectáculos de teatro, música e dança. O Lasipalatsi, símbolo de esperança quando foi construído em 1936, foi salvo da recente degradação. O centro também proporciona acesso às modernas tecnologias de informação e a serviços culturais, incluindo 20 estações de trabalho Internet, equipamento e instalações de comunicação para produtores de vídeo e de media, uma biblioteca pública e livraria, dois cinemas e outras instalações de media. Há igualmente quiosques Internet e uma “Home-Page-Machine”, que ajuda os visitantes a criarem a sua própria página Internet. A reabilitação do espaço público à volta do Centro também criou um local de reunião para os interessados em actividades culturais e de media. O centro Lasipalatsi torna a tecnologia da informação acessível a uma vasta audiência, especialmente aos que pela idade ou estatuto social se sentem distantes e excluídos das suas vantagens. O projecto criou um ponto de atracção para a vida urbana, facultando aos habitantes e comunidades desfavorecidas o acesso à moderna sociedade da informação e à comunicação social. Contacto: Marjatta Raunila Project Leader Cable Factory Tallberginkatu 1 C/15 FIN-00180 Helsinki Tel.: +358 9 47 63 83 01 Fax: +358 9 47 63 83 83 E-mail: [email protected] Custo total do projecto: 9 000 000 de euros Contribuição da UE (FEDER): 2 700 000 de euros Até o Primeiro-ministro finlandês foi entrevistado aqui! 35 36 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividade Parceria com as Cidades URBAN I - Volos (Grécia) Novas actividades na fábrica Tsalapata O restauro e a reconversão da fábrica de tijolos e de telhas Tsalapata destinada a criar espaço para PME do sector de artesanato foi o projecto de demonstração do programa Volos URBAN I na Grécia A cidade industrial de médio porte, Volos, sofreu um declínio da sua actividade industrial, acompanhado de um aumento acentuado do desemprego e do abandono de edifícios industriais em certas zonas urbanas. O programa URBAN I, que abrangia uma extensa área com uma população de 8 100 habitantes, contribuiu para inverter a tendência desta situação. O projecto de demonstração do programa foi a fábrica Tsalapata, um antigo espaço industrial que foi recuperado e reconvertido em centro de artesanato e indústria tradicionais. Criada em 1925 e laborando até 1975, está instalada numa superfície de 2,3 hectares, com 7 600 m2 construídos. Hoje, mais de 20 lojas e pequenas empresas, que se dedicam à produção de artesanato - incluindo cerâmica, joalharia, vestuário, fotografia, mosaicos, pintura e decoração – estão instaladas no antigo espaço da fábrica. Foi igualmente desenvolvido um museu de arqueologia industrial, com uma biblioteca temática, espaços para exposição, galerias e um teatro, tudo proporcionando excelentes infraestruturas para actividades culturais e para reuniões. O espaço exterior também foi transformado, gerando instalações de recreação e lazer. Visando um mercado pré-existente, estas novas empresas reforçaram a economia local e criaram cerca de 80 novos empregos. Contactos: Ministério da Economia Nacional Sr. Lougiakis Nikis 5-7 GR-10180 Atenas Tel.: +30 210 333 2301 Fax: +30 210 323 4206 Ministério das Obras Públicas Sra. Kiki Manola Mihalakopoulou 87 GR-11528 Athina Tel.: +30 210 747 4400 Fax: +30 210 747 4555 Web: http://www.volos-m.gr http://www.minenv.gr Custo total do projecto: 3 111 263 euros Contribuição da UE (FEDER): 2 333 477 euros Antes e depois: esta fábrica, outrora abandonada, é hoje um vibrante centro de artesanato, com mais de 20 lojas e pequenas empresas. Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Combater a exclusão social Parceria com as Cidades Escola de línguas para imigrantes no URBAN I em Viena, Áustria. Combater a exclusão social As pessoas mais pobres e mais vulneráveis da sociedade também devem poder beneficiar do crescimento económico. A coesão social e o combate à pobreza, à falta de emprego e à alienação social são prioridades importantes da UE. Mas os grupos sociais menos favorecidos abrangem não só os pobres e os desempregados de longa duração, mas também os imigrantes, as minorias étnicas e os jovens das zonas desfavorecidas. A integração no mercado de trabalho e o possível acesso aos serviços essenciais são objectivos específicos dos Fundos Estruturais da UE. Um instrumento essencial na sua concretização é a oferta de programas de formação, destinados principalmente a grupos desfavorecidos e marginalizados. Estes programas poderiam incluir consultadoria personalizada e formação linguística especialmente orientadas para as necessidades das minorias, assim como esquemas de experiência de trabalho em projectos locais de reabilitação. A formação em tecnologias da informação pode também ajudar a promover condições equitativas de concorrência. Em termos de melhoria do acesso a serviços, as medidas específicas incluem a criação de estruturas culturais, recreativas e desportivas, sobretudo onde possam contribuir para a criação de empregos sustentáveis e gerar coesão social. Do mesmo modo, são tomadas medidas para a criação de serviços de acolhimento e guarda de crianças, assim como de estruturas de cuidados alternativos e de outros serviços, nomeadamente para crianças e pessoas idosas. Outras medidas contemplam a melhoria de serviços de saúde, incluindo centros de reabilitação de toxicodependentes, serviços de apoio a cooperativas e mutualidades e disponibilização de serviços de consultadoria no domínio da segurança e da protecção contra a criminalidade. 37 38 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Combater a exclusão social Parceria com as Cidades URBAN I – Differdange & Dudelange (Luxemburgo) Um lar para a Comunidade A Maison de Quartier foi o principal projecto do programa URBAN I em Dudelange. O projecto foi desenvolvido com a participação significativa de cidadãos e destina-se a combater a exclusão social. Um edifício abandonado numa zona de imigrantes foi renovado numa “Maison de Quartier”. A Maison de Quartier propõe actividades extra escolares (incluindo cursos de línguas) às crianças, bem como acesso a serviços sociais aos adultos. O programa URBAN I para Differdange e Dudelange destinava-se a zonas nas imediações da “Petite Italie” em Dudelange e no centro da cidade de Differdange. Devido ao declínio da indústria do carvão e do aço, houve muitos sítios industriais abandonados e edifícios devolutos nestas zonas, que se viram confrontadas com problemas de poluição, de desemprego e de baixo rendimento médio. A população total da zona elegível era de 2 900 habitantes. Quartier. Dispõe agora de um local para residentes, permite encontrar ou entrar em contacto com técnicos sociais, e disponibiliza actividades extra escolares, tais como desporto e cursos de línguas, a 30 crianças. Há classes introdutórias frequentadas por outras 80 crianças do ensino pré-escolar do centro. Graças a estas várias actividades, o centro criou um verdadeiro ponto de encontro para as crianças das redondezas. Dispõe também de uma cafetaria, que serve refeições a 25 crianças três vezes por semana. O projecto emprega actualmente 6 pessoas a tempo inteiro. Os projectos no âmbito do programa URBAN I destinavam-se a integrar as pessoas no mercado de trabalho. Foi construído um centro social por pessoas desempregadas e foram restaurados edifícios antigos para criar centros sociais polivalentes cujos serviços se destinavam a jovens e a crianças. O custo total do programa URBAN I foi de 1 milhão de euros, que incluía uma contribuição comunitária de meio milhão de euros. A Maison de Quartier foi o principal projecto do programa URBAN I em Dudelange. Em 1994, a autarquia adquiriu um edifício devoluto para servir, após restauro, de Maison de Contacto: Ministère du Logement Sr. Constant Kiffer 6, avenue Emile Reuter L-2942 Luxembourg Tel.: +352 478 48 19 Fax +352 478 48 40 E-mail: [email protected] Custo total do projecto: 632 000 euros Contribuição da UE (FEDER): 271 000 euros Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Combater a exclusão social 39 Parceria com as Cidades URBAN I – Porto (Portugal) Participação da juventude na recuperação urbana No âmbito do programa URBAN do Porto, foram organizadas actividades específicas em escolas locais com o objectivo de fazer participar directamente as crianças e os jovens no processo de recuperação urbana. O programa URBAN I destinava-se ao bairro de “Vale de Campanhã” na parte oeste da cidade. Com uma população de 11 000 habitantes, a zona caracterizava-se pela taxa de desemprego elevada, falta de potencial económico e graves problemas sociais. O programa visava melhorar as condições de vida e a qualidade do ambiente da zona e reforçar a sociedade civil. As despesas totais elevaram-se a 19,1 milhões de euros, dos quais 13,7 milhões a cargo da UE. O projecto “Azulejaria Comunitária” foi um dos principais projectos do programa URBAN I no Porto. O projecto contou com a participação de crianças e jovens das escolas locais na criação de painéis de azulejos, que serviram para decorar e personalizar os diferentes edifícios no interior do “Bairro do Cerco”, um bairro de habitação social local. Houve uma excelente participação da população local, que revelou uma nova dinâmica na forma como os habitantes se relacionaram com a vizinhança. Este projecto demonstra como se pode combinar recuperação e introdução de actividades sociais. O projecto inseria-se no programa de recuperação urbana do “Bairro do Cerco”, que também incluía o planeamento e criação de espaços públicos e de zonas verdes. Contactos: Direcção-Geral do Desenvolvimento Regional Ana Paula Neves Rua S. Julião, 63 P-1100 Lisboa Custo total do projecto: 1 173 038 euros Contribuição da UE (FEDER): 841 068 euros O projecto recebeu crianças e jovens de todas as escolas locais para ajudarem a decorar as habitações sociais. Este projecto melhorou tanto as condições de vida como o espírito comunitário da zona. Câmara Municipal do Porto Fundação para o Desenvolvimento do Vale da Campanhã Maria José Azevedo / Maria Virgínia de Sousa Rua de Bonjóia, 185 P-4300 Porto Tel.: +351 2 5899260 Fax: +351 2 5899269 E-mail: [email protected] 40 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Combater a exclusão social Parceria com as Cidades URBAN II - Grenoble (França) Um encontro de gerações O programa URBAN II em Grenoble tenta dar resposta às tensões criadas entre jovens e adultos, levando as duas partes a participar no desenvolvimento de um novo local de encontro para todos os membros da comunidade. O projecto “Quiosque convivial” em Point de Claix procura dar resposta às dificuldades emergentes entre os adultos e os jovens, em grande parte resultantes da falta de locais para os jovens se encontrarem acabando por se arrastar nas entradas de edifícios residenciais. Numa tentativa de dissipar a crescente tensão decorrente desta situação, a comissão de moradores, os jovens do bairro apoiados por uma associação juvenil, os funcionários públicos locais e as autoridades locais desenvolveram a ideia de criar um espaço de encontro aberto a todos os membros da comunidade (adultos, crianças, adolescentes, etc.). Trata-se de disponibilizar um local onde as pessoas de todas as gerações possam encontrar-se e trocar pontos de vista proporcionando também abrigo aos jovens do bairro durante os longos serões. A decoração foi efectuada no Verão de 2002 pelas crianças, jovens e adultos do bairro, com a ajuda de um artista local. Este processo de trabalho em grupo já contribuiu, só por si, para restaurar o diálogo entre as gerações mais idosas e as mais jovens. A zona URBAN II caracteriza-se pela tensão entre adultos e jovens. O “Quiosque convivial” é um centro comunitário concebido para tentar integrar as duas partes. Idosos e jovens reuniram-se para decorar o centro, sob a orientação de um artista local. O investimento total no âmbito do programa URBAN II em Grenoble é de 26 295 941 euros, o que inclui uma contribuição do FEDER de 9 660 000 euros, ou seja 37%. A zona do programa situa-se no sudoeste da cidade, entre o caminho-de-ferro e Drac, abrangendo as zonas de Grenoble, Fontaine, Seyssinet Pariset, Echirolles e Point de Claix. A zona, que tem 40 384 habitantes, caracteriza-se por baldios industriais, amplos espaços abertos, muito ruído e poluição atmosférica e uma frágil imagem pública. A situação económica e social da zona revela-se no aumento da desordem pública e na delinquência, numa população cada vez mais vulnerável e na marginalização e exclusão permanentes do mercado de trabalho. Contudo, em termos de perspectivas de desenvolvimento, a zona tem alguns trunfos importantes, tais como a acessibilidade de certos bairros aos transportes públicos, população jovem, rede dinâmica de associações e boas ligações por cabo e Internet. Contacto: Le Forum 3, rue Malakoff F-38031 Grenoble CEDEX 01 Tel.: +33 4 76 59 58 33 Web: http://www.la-metro.org/fr/developpement/dev_picurban.htm Custo total do projecto: 50 460 euros Contribuição da UE (FEDER): 15 245 euros Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambiental Parceria com as Cidades Palermo, Sicília, Itália: recolha do lixo com veículos especialmente construídos no âmbito do programa URBAN I para vias estreitas. Recuperação física e ambiental O desafio da recuperação urbana é combinar competitividade e inserção social de forma a realçar a qualidade do ambiente físico e natural. Trata-se de um aspecto determinante da qualidade de vida nas zonas urbanas e de um factor decisivo para atrair negócios. É extremamente importante colocar a tónica na recuperação física de centros e espaços públicos citadinos. Isto inclui a criação de espaços verdes, que nas zonas URBAN II tendem a diminuir, bem como a renovação de edifícios devolutos e de baldios. Além disso, uma percentagem significativa das despesas é consagrada ao desenvolvimento de sistemas de transportes públicos ecológicos, o que inclui medidas não só para melhorar a eficácia do sistema de transportes públicos, mas também para promover ciclovias e outras formas ecológicas de transporte urbano. O financiamento destina-se também a desenvolver sistemas eficazes de gestão da energia e da água, a reduzir o ruído e a fomentar o recurso a energias renováveis. 41 42 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambiental Parceria com as Cidades URBAN I em Dublim e Cork (Irlanda) Simbolizar o potencial da recuperação urbana Situado no meio de um bairro desfavorecido de Dublim, o Centro Comunitário de Artes Ballymun é um edifício arquitectonicamente impressionante, que se transformou em símbolo do potencial de recuperação urbana. Este é um projecto emblemático do programa URBAN I na Irlanda, que se centrou nos bairros de Ballmun, Finglas e Darndale no norte de Dublim, oeste de Tallaght e Clondalkin no sudoeste de Dublim e na parte norte de Cork. Um programa integrado, que envolveu um conjunto equilibrado e coerente de medidas de desenvolvimento económico, de inserção social e ambientais, baseadas em propostas de parcerias locais. Os principais objectivos do programa consistiam em facilitar a participação de membros carenciados em matéria de educação e de formação das comunidades visadas; apoiar o desenvolvimento empresarial e assegurar a progressão dos que já receberam formação para o emprego; garantir a criação de infra-estruturas comunitárias, tais como equipamentos desportivos e recreativos e, por último, promover comunidades dinâmicas e autónomas num ambiente físico visivelmente melhorado. As zonas elegíveis de Dublim abrangiam 198 500 habitantes, enquanto a população total da zona elegível de Cork se elevava a 55 600. O custo total do programa foi de 28 milhões de euros, o que incluía uma contribuição comunitária de 21 milhões de euros. Um dos projectos mais significativos na parte Dublim do programa foi o Centro Comunitário de Artes Ballymun. Este projecto envolveu a construção de um centro polivalente de recursos artísticos e comunitários, com um centro de teatro e de conferências de 240 lugares, um serviço de creche para 34 crianças, um café/bar, estúdios de gravação e de dança e escritórios e salas de formação que podem ser alugadas a grupos locais de voluntariado. Assegurando actualmente à comunidade local 26 postos de trabalho permanentes, o Centro situa-se no bairro Ballymun de Dublim e dispõe de estruturas sociais, artísticas e recreativas para a comunidade que até então carecia de acesso a estas estruturas. O projecto contribui assim para dar mais confiança à comunidade e criar uma atracção física para o esforço de recuperação. O edifício tornou-se na bandeira do desenvolvimento com vista à recuperação de Ballymun. Contacto: Sr. Paddy Teahon Office of the Taoiseach Government Buildings Upper Merrion Street IRL-Dublin 2 Tel.: +353 1 668 9333 Fax: +353 1 662 1899 E-mail: [email protected] Web: http://taoiseach.gov.ie/policy_areas.european/index.asp Custo total do projecto: 8 500 000 euros Programa URBAN 3 200 000 euros Contribuição da UE (FEDER): 2 400 000 euros A renovação do Centro Comunitário de Artes Ballymun não só criou postos de trabalho e recursos de lazer, como também dá formação a grupos socialmente excluídos. Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambiental Parceria com as Cidades URBAN I - Aalborg (Dinamarca) Herança viking cria novas oportunidades “LINDHOLM 21”, o Centro de Desenvolvimento Urbano Sustentável, foi um projecto do programa URBAN I em Aalborg. O projecto renovou uma antiga cimenteira num novo processo de desenvolvimento ascendente que envolveu uma estreita cooperação com a comunidade local. O programa dinamarquês URBAN I destinou-se à Paróquia de Lindholm, em Aalborg, uma zona urbana carenciada com falta de indústria, taxas de desemprego elevadas, ausência de estruturas culturais e sociais, elevada concentração de minorias étnicas, baixo nível de educação e um grande número de habitações que necessitavam urgentemente de renovação. Lindholm também sofreu imenso com o encerramento de uma importante empresa local, a Cimenteira ‘DAC’. Com 1,5 milhão de euros disponibilizados pela União Europeia, o programa URBAN I atraiu novo investimento de 1,5 milhão de euros, obtendo um financiamento total de 3 milhões de euros. O projecto de base, “LINDHOLM 21”, contribuiu significativamente para o desenvolvimento da zona de Lindholm. No âmbito do projecto, uma organização habitacional sem fins lucrativos preparou uma estratégia ecológica global para 140 novas casas de habitação. Estão actualmente em construção entre 40 e 60 casas, baseadas num processo ascendente que envolve de uma forma activa a comunidade local. O LINDHOLM 21 e o programa URBAN I também contribuíram para o desenvolvimento de um certo número de projectos de “Turismo Urbano”. Um destes projectos explorou a associação histórica da zona com barcos à vela de madeira e envolveu a construção de réplicas de velhos barcos de madeira, nomeadamente o ‘Sjaegte’. Desde a Era Viking, Nørresundby, situado nos cais do Limfjord, foi um centro importante de comércio e viagens marítimas. Estão a ser construídas no local 140 casas ecológicas. Uma vez mais, a comunidade local esteve envolvida de perto no processo de planeamento e de construção. Contacto: LINDHOLM 21 NIRAS Consulting Engineers and Planners Vestre Havnepromenade 9 DK-9000 Aalborg Tel.: +45 96 30 6400 Fax: +45 96 30 6474 E-mail: [email protected] Web: http://www.niras.dk Custo total do projecto: 336 000 euros Contribuição da UE (FEDER): 148 000 euros Este projecto prosseguiu após a conclusão do URBAN I e conduziu à construção de um novo estaleiro. A comunidade local, que ficou entusiasmada com o projecto, participou activamente ajudando assim a localidade a retomar uma identidade positiva e a tornar-se mais atractiva para os turistas. Antes e depois: renovação de uma antiga cimenteira em estreita ligação com a comunidade local. 43 44 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambiental Parceria com as Cidades URBAN II - Cáceres (Espanha) O renovar de Cáceres O projecto “Edificio Embarcadero” URBAN II na cidade de Cáceres (Extremadura), no Oeste de Espanha, visa converter um local industrial desafectado, de 3 000 m2, numa estrutura de formação, recreativa e cultural para a comunidade local e num espaço de trabalho para as PME. Um aspecto notável do projecto é o respeito dos mais altos padrões ambientais e de sustentabilidade. A renovação do edifício basear-se-á em rigorosos critérios ambientais e bioclimáticos. Os edifícios, que serão equipados com painéis de energia solar, utilizam águas pluviais recicladas e incorporam sistemas de depuração de esgotos. Está igualmente previsto que o projecto actuará como modelo de eficiência energética e sustentabilidade ambiental. No interior, será reservado um espaço para a pesquisa ambiental, a disseminação da informação e educação ambiental. A zona circundante também será transformada em espaço verde, privilegiando essencialmente a vegetação autóctone. Será recuperada uma superfície total de 3 000 m2. O programa alargado URBAN II de Cáceres estende-se até à periferia de Calerizo, tem uma população de 26 705 habitantes e abrange uma superfície de 3 km2. A taxa de desempenho nesta região é de 9,4%, o que é consideravelmente superior à da média da cidade, e caracteriza-se por problemas de despovoamento permanente, por um ambiente urbano deteriorado e por exclusão económica e social. O programa visa resolver estes problemas através da renovação ecológica de locais devolutos, o desenvolvimento de pactos de emprego local, tratamento de resíduos e inserção social. Contacto: Ayuntamiento Cáceres Sr Oscar García Rioboó Ave. de la Universidad s/n Edificio Fundación Valhondo E-10003 Cáceres Tel.: +34 927 24 96 00 Fax: +34 927 24 88 58 E-mail: [email protected] Web: http://www.ayto-caceres.es/ Custo total do projecto: 5 478 808 euros Contribuição da UE (FEDER): 4 106 106 euros Um espaço industrial devoluto está a ser transformado numa estrutura de formação, recreativa e cultural. O novo centro responderá aos mais altos padrões ambientais em termos de eficiência energética e de tratamento de esgotos e de resíduos. Serão incluídos painéis solares e reciclagem das águas pluviais. Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambiental Parceria com as Cidades URBAN II - Torino (Itália) Menos resíduos Um projecto URBAN II em Turim coordenará um processo de triagem de resíduos domésticos, com vista à redução dos resíduos e do volume incinerado. Isto vai exigir a criação de centros ecológicos na zona URBAN II, sensibilizando os cidadãos para a gestão dos resíduos e envolvendo-os num sistema de recolha selectiva de lixo. O programa URBAN II abrange os subúrbios a sul de Turim, com uma superfície de 2 135 km2 e uma população de 24 843 habitantes. Situado para além da zona industrial da FIAT, “Mirafiori Nord”, a zona depara-se com problemas económicos e sociais graves: deterioração do alojamento social, danos ambientais, edifícios e espaços públicos degradados, desemprego, criminalidade, pobreza e baixos níveis de educação e de formação. A região também é cruzada por várias estradas principais, criando níveis elevados de poluição atmosférica e sonora. Contudo, do lado positivo, a zona tem uma quantidade significativa de espaços verdes. O desafio do URBAN II é melhorar a qualidade do ambiente urbano. Trata-se de um objectivo em si, mas melhorará o contexto para o empreendorismo e a coesão social. Com o actual espaço de descarga autorizado programado para cessar funções em 2004, a cidade de Turim terá de reduzir e reciclar os seus resíduos. Para tal, foi aprovado pela municipalidade um plano de gestão integrada de resíduos, e o projecto URBAN II ajudará a implementá-lo. O projecto está a ser organizado em duas fases. A primeira fase tentará provocar uma mudança de hábitos e incluir a comunicação ambiental e a formação. Uma segunda fase de “negociação” permitirá a participação dos habitantes no processo de decisão relativo ao plano de gestão de resíduos. Graças a um processo de tomada de decisão colectiva, as zonas de recolha de lixo diferenciada serão seleccionadas em cada bairro e disponibilizadas as estruturas apropriadas. As escolas, os administradores de blocos de apartamentos e os operadores comerciais serão incorporados no projecto. O projecto visa aumentar a percentagem de resíduos triados por categoria, de 30% para 50%. Um ponto de informação informa e sensibiliza os consumidores… Os resultados esperados são uma melhoria da qualidade do ambiente da região, uma redução do volume dos resíduos canalizados para a incineradora e um aumento da triagem dos resíduos por categoria (a partir dos actuais 30% para 50%). Contacto: Município de Turim Dott. Gianfranco Presutti Via Rubino, 24 I-10122 Torino Tel.: +39 011 311 0042 Fax: +39 011 314 7351 E-mail: [email protected] or [email protected] Web: http://www.comune.torino.it/ Custo total do projecto: 1 291 142 euros Contribuição da UE (FEDER): 387 343 euros … como o faz um ponto de informação móvel. 45 46 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambiental Parceria com as Cidades Projecto-piloto urbano - Vila do Conde (Portugal) Preservação de património marítimo O projecto-piloto urbano em Vila do Conde envolveu a construção da réplica de uma embarcação do século XVI, o restauro da Alfândega Régia e a criação de um novo museu dedicado à história da construção naval na cidade. transformando-a num espaço agradável e atractivo e num ponto de referência urbano com um simbolismo ambiental importante. A renovada Alfândega do Século XV inclui um centro de documentação sobre a vida e a economia da cidade na era dos descobrimentos. Situada na costa atlântica e no estuário do Rio Ave, Vila do Conde foi uma cidade importante desde a Idade Média, quando a sua indústria de construção naval começou a florescer. Esta indústria atingiu o seu apogeu nos séculos XV e XVI, na era dos descobrimentos e da expansão marítima portuguesa. Com um excelente porto natural protegido, Vila do Conde também demonstrou ser um porto comercial importante, onde eram descarregadas mercadorias para as regiões circundantes. O objectivo do projecto-piloto urbano “Rota da Rosa-dosVentos” era recuperar este património quase perdido e estimular a pesquisa de um novo rumo para Vila do Conde, que preservasse e fortalecesse a sua identidade cultural. O projecto tinha um duplo objectivo operacional. Primeiro, desenvolver verdadeiras técnicas (saber-fazer), educação, inovação e internacionalização de culturas; segundo, recuperar a zona portuária da cidade, A recuperação urbana da zona portuária envolveu o velho estaleiro naval, em frente ao edifício da Alfândega. Foi instalada uma réplica de um navio do século XV, a “Nau”, complementado com o restauro da Alfândega Régia e a criação de um museu dedicado à indústria da construção naval em Vila do Conde. Ao mesmo tempo que constitui um recurso importante para o turismo e o entretenimento, o museu também desempenha uma função pedagógica muito valiosa, uma vez que foi construído seguindo uma aturada pesquisa pelo Almirante Rogério de Oliveira e incorpora o conhecimento ancestral de carpinteiros e calafetadores dos estaleiros navais de Vila do Conde. A Alfândega Régia de Vila do Conde é a única alfândega portuguesa da época ainda existente (e uma das poucas ainda existentes na Europa). Incluirá um Centro de Documentação do século XVI e um programa museológico de importância nacional e internacional. Contacto: Alfândega Régia Museu da Construção Naval Rua do Cais da Alfândega P-4480-702 Vila do Conde Tel.: +351 252240740 E-mail: [email protected] Custo total do projecto: 5 066 000 euros Contribuição da UE (FEDER): 2 999 200 euros Reconstrução de um barco histórico (a “Nau de Quinhentos”). O património naval quase esquecido da zona está a ser reclamada tanto pelos locais como pelos turistas. Reconstrução da zona portuária, construindo um ancoradouro para embarcações de pequeno e médio porte. Glossário Parceria com as Cidades Glossário Acções inovadoras: As acções inovadoras do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) são laboratórios de ideias para as regiões desfavorecidas. Como as oportunidades de experimentação se limitam frequentemente ao apoio principal dos fundos estruturais, as acções inovadoras fornecem aos responsáveis regionais o “espaço de risco” necessário para responder aos desafios determinadas pela nova economia. Durante o período de 2002 a 2006, os programas de acções inovadoras podem ser aplicados pelas Autoridades de Gestão às regiões dos objectivos 1 e 2 e devem estar relacionados com um ou vários dos três temas seguintes: economias regionais baseadas no conhecimento e na inovação tecnológica, eEuropeRegio e sociedade da informação e desenvolvimento regional, identidade regional e desenvolvimento sustentável. Auditoria Urbana: Lançada em 1998 pela Comissão Europeia, a Auditoria Urbana visa facilitar uma avaliação do estado de cidades individuais da UE e fornecer acesso a uma informação comparativa das cidades da UE. Os indicadores utilizados para 58 cidades de Auditoria Urbana cobrem 5 domínios: aspectos socioeconómicos, participação na vida civil, educação e formação, ambiente, cultura e lazer. Foi lançada, em 2002, uma segunda Auditoria Urbana que cobre mais de 180 cidades. http://europa.eu.int/comm/regional_policy/urban2/urban/audit/src/intro.html Autoridade de Gestão: Qualquer autoridade ou organismo público ou privado, a nível nacional, regional ou local, designado pelo Estado-Membro para gerir as intervenções dos Fundos estruturais. Coesão económica e social: As origens da coesão económica e social encontram-se no Tratado de Roma, cujo preâmbulo fazia referência à diminuição das disparidades em matéria de desenvolvimento entre as regiões. Mas só na década de 70 começaram a ser implementadas acções comunitárias para coordenar e completar financeiramente os instrumentos nacionais nesta matéria. Estas medidas revelaram-se mais tarde insuficientes num contexto comunitário, no qual a criação de um mercado interno não tinha feito desaparecer, contrariamente às previsões, as diferenças entre as regiões. Em 1986, o Acto Único Europeu introduziu, para além do mercado único, o objectivo de coesão económica e social propriamente dito. Na perspectiva da União Económica e Monetária, esta base jurídica fez da acção comunitária, em 1988, o eixo central de uma política global de desenvolvimento. O Tratado de Maastricht institucionalizou finalmente esta política no Tratado que institui a Comunidade Europeia. A coesão económica e social exprime a solidariedade entre os Estados-Membros e as regiões da União Europeia. Favorece o desenvolvimento equilibrado e duradouro, a redução das diferenças estruturais entre regiões e países e a promoção da igualdade de oportunidades entre as pessoas. Concretiza-se através de diversas intervenções financeiras, essencialmente através dos fundos estruturais. A Comissão Europeia deve apresentar de três em três anos um relatório sobre os progressos realizados na concretização da coesão económica e social e sobre a contribuição dos diferentes meios previstos no Tratado. O futuro da coesão económica e social foi uma das grandes apostas debatidas na comunicação Agenda 2000 da Comissão (apresentada em 15 de Julho de 1997), nomeadamente devido às suas implicações financeiras. Com efeito, a coesão económica e social constitui a segunda rubrica orçamental da Comunidade entre 1994 e 1999 (cerca de 35 % do orçamento). A sua importância foi confirmada pelas perspectivas financeiras para 2000-2006. O Concelho Europeu decidiu em Dezembro de 2002, em Copenhaga, atribuir um orçamento adicional de cerca de 41 mil milhões de euros para o período de 2004-2006, em caso de adesão de 10 novos Estados-Membros. Deste montante, 21 mil milhões serão destinados aos Fundos Estruturais e de coesão. Com o alargamento em 2004 e uma possível multiplicação das disparidades numa UE com 25 Estados-Membros, a política de coesão da Comunidade terá de ser reajustada a partir de 2006. O debate entre as autoridades a nível europeu, nacional e regional está aberto deste 2001. O Terceiro Relatório sobre a Coesão, que será publicado antes do final de 2003, conterá propostas de reforma. Desenvolvimento sustentável: Conceito baseado na opção por um crescimento económico equilibrado, que tenha em conta as exigências do emprego e da inserção social, as necessidades das empresas, da saúde e do bem-estar de todos, bem como a protecção do ambiente. O objectivo é portanto dar resposta às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações para dar resposta às suas. As intervenções dos Fundos Estruturais devem reflectir o princípio do desenvolvimento sustentável. EDEC (Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário): Documento informal adoptado pelos Estados-Membros em 1999, que propõe análises e orientações para reforçar a coordenação de políticas nacionais em matéria de ordenamento do território. Visa favorecer um desenvolvimento equilibrado e policêntrico do espaço europeu, uma planificação urbana adequada, uma nova relação entre cidades e campo, a igualdade de acesso às infra-estruturas, às comunicações (nomeadamente graças às novas tecnologias) e ao conhecimento, bem como uma gestão cuidadosa do ambiente, dos recursos naturais e do património, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável nos planos económico, social e ambiental. 47 48 Glossário Parceria com as Cidades Fundo de Coesão: Fundo criado em 1993 para completar as ajudas estruturais da União Europeia nos quatro EstadosMembros menos prósperos (Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda), através do financiamento de projectos relativos à protecção do ambiente e às redes europeias de transporte. Fundos Estruturais: Os quatro principais instrumentos financeiros da ajuda consagrada às acções «estruturais» da União, ou seja, as acções que visam reduzir as disparidades económicas e sociais. Os fundos estruturais completam os financiamentos de origem nacional ou privada para realizar grandes programas, que abrangem um leque alargado de acções locais, regionais ou nacionais. Combinam as suas intervenções de acordo com as necessidades. Estes fundos são os seguintes: • Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Apoia a criação de infra-estruturas, investimentos produtivos e criadores de empregos, projectos de desenvolvimento local e apoios financeiros às PME nas regiões desfavorecidas. • Fundo Social Europeu (FSE). Financia acções de formação e sistemas de auxílio à contratação e favorece a inserção social e profissional dos desempregados e dos grupos desfavorecidos. • Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola (FEOGA). A secção “Orientação” financia medidas de desenvolvimento rural e de ajuda aos agricultores nas regiões menos desenvolvidas (Objectivo 1), bem como a iniciativa LEADER+ em toda a União. A secção “Garantia” apoia as mesmas medidas fora do Objectivo 1, bem como algumas medidas específicas em toda a União. • Instrumento financeiro de orientação das pescas (IFOP). Financia a adaptação e a modernização dos equipamentos deste sector. Geminação de cidades: A partir da Segunda Guerra Mundial, surgiu um movimento de geminação de cidades que liga municípios de vários países europeus a uma densa e organizada rede de cidadãos. A Comissão Europeia tem concedido financiamento a actividades de geminação de cidades desde 1989, sendo o principal objectivo reforçar os elos existentes entre cidades e encorajar novas actividades de geminação através da concessão de subsídios cuidadosamente orientados. A tónica incide especialmente na criação de relações de geminação em regiões onde este tipo de actividade ainda não está divulgado, como também nos países candidatos à adesão. http://europa.eu.int/comm/dgs/education_culture/towntwin/index_en.html Igualdade de oportunidades: Os dois aspectos essenciais do princípio geral de igualdade de oportunidades estabelecidos pelos Tratados Comunitários são a interdição da discriminação exercida com base na nacionalidade e a igualdade de remuneração entre homens e mulheres. A igualdade de oportunidades é de aplicação em todas as políticas comunitárias, especialmente através de uma abordagem de integração da perspectiva do género (“gender mainstreaming”). A integração da perspectiva do género deve assegurar que as medidas e operações financiadas pelos Fundos Estruturais tenham em conta os seus efeitos sobre as respectivas situações dos homens e das mulheres. Iniciativa comunitária URBAN: Em fins de 1980, a UE desenvolveu abordagens e programas específicos para as cidades, de entre os quais o mais visível é a Iniciativa Comunitária URBAN. Entre 1994 e 1999, a iniciativa URBAN I financiou programas em 118 zonas rurais, com uma ajuda financeira comunitária de 900 milhões de euros. Vivem nas zonas apoiadas 3,2 milhões de pessoas e os projectos incidem sobre a reabilitação das infra-estruturas, a criação de emprego, o combate à exclusão social e a melhoria do ambiente. No período de 2000 a 2006, a Iniciativa Comunitária URBAN II representa um valor acrescentado para estratégias inovadoras de cidades. Está planeado um investimento de 730 milhões de euros na recuperação económica e social sustentável, em 70 zonas urbanas da Europa. A iniciativa URBAN II será acompanhada por uma rede de cidades da UE (URBACT), com vista à troca de experiências e de boas práticas. Iniciativas comunitárias: Programas criados para completar as operações dos fundos estruturais em zonas específicas. As iniciativas comunitárias são estabelecidas pela Comissão e coordenadas e executadas sob controlo nacional. Absorvem 5,35 % do orçamento dos Fundos Estruturais. • URBAN II concentra o seu apoio em estratégias inovadoras para dinamizar as cidades e as zonas urbanas em declínio (financiada pela FEDER). • INTERREG III promove a cooperação transfronteiriça, transnacional e inter-regional, isto é, a criação de parcerias transfronteiriças para encorajar o desenvolvimento equilibrado de zonas multi-regionais (financiada pelo FEDER). • LEADER+ promove estratégias-piloto integradas para o desenvolvimento sustentável nas zonas rurais, elaborado e executado pelas parcerias locais (financiada pelo FEOGA-Orientação). • EQUAL procura eliminar os factores conducentes a desigualdades e discriminação no mercado de trabalho (financiada pelo FSE). Glossário Parceria com as Cidades As características essenciais de execução comum das Iniciativas Comunitárias são: • Simplificação administrativa, por serem financiadas por um único Fundo • Forte ênfase na parceria • Redes para troca de experiências INTERREG: Iniciativa comunitária do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a favor da cooperação entre regiões da União Europeia. Entre 2000 e 2006, o objectivo do INTERREG IIII é uma maior coesão económica e social na União Europeia e o desenvolvimento equilibrado e harmonioso do território da UE. A iniciativa é dotada de um orçamento total de 4,875 mil milhões de euros e promove três vertentes: • A: Cooperação transfronteiriça entre regiões adjacentes, destinada a desenvolver centros sociais e económicos transfronteiriços através de estratégias de desenvolvimento comuns. • B: Cooperação transnacional envolvendo as autoridades nacionais, regionais e locais com vista a promover uma melhor integração na União Europeia através da formação em grandes grupos de regiões europeias. • C: Cooperação inter-regional com vista a melhorar a eficácia das políticas e dos instrumentos de desenvolvimento regional através da troca de informação a larga escala e da partilha de experiências (redes). No âmbito da vertente B, as prioridades de acção centram-se na elaboração de estratégias de desenvolvimento regional, incluindo a cooperação entre cidades, zonas urbanas e zonas rurais, na promoção de sistemas de transportes eficazes e sustentáveis, bem como num melhor acesso à sociedade da informação e na protecção dos recursos ambientais e naturais. NUTS (Nomenclatura de Unidades Territoriais para Fins Estatísticos): Nomenclatura elaborada pelo Serviço de Estatística das Comunidades Europeias (Eurostat), a fim de dispor de um sistema único e coerente de repartição territorial. A nomenclatura actual subdivide os países da União Europeia em 78 territórios de nível NUTS 1 (os Länder alemães, as regiões na Bélgica, etc.), 210 territórios de nível NUTS 2 (as comunidades autónomas em Espanha, as regiões francesas, as regiões italianas, os Länder austríacos, etc.) e 1 093 territórios mais pequenos, de nível NUTS 3. Nos programas de desenvolvimento regional, o Objectivo 1 dos Fundos estruturais abrange principalmente territórios de nível NUTS 2 e o Objectivo 2 os territórios de nível NUTS 3. Objectivos prioritários dos fundos estruturais: Objectivos a que os Fundos estruturais concedem a maior parte (94%) dos seus recursos, que somam um total de 195 mil milhões de euros entre 2000 e 2006 (para a UE a 15 em preços de 1999). • Objectivo 1 (territorial): Ajudas para a recuperação das regiões em atraso de desenvolvimento, dotando-as das infraestruturas básicas que lhes faltam e financiando investimentos nas empresas para permitir o arranque de actividades económicas. Calcula-se que cerca de 60% dos Fundos estruturais e de coesão são gastos nas zonas urbanas e do Objectivo 1. • Objectivo 2 (territorial): Ajuda às zonas confrontadas com dificuldades de reconversão económica e social (zonas urbanas, industriais, rurais ou dependentes da pesca). O Objectivo 2 tem uma vertente urbana: dos 18% da população da UE cobertos pelo Objectivo 2, praticamente 2 % (ou seja, uma população de mais de 7 milhões) é abrangida por esta vertente. A maior parte da vertente industrial do Objectivo 2 é destinada a combater os problemas de reconversão de zonas urbanas. • Objectivo 3 (temático): Medidas para modernizar os sistemas de formação e promover o emprego. O Objectivo 3 abrange toda a União, excepto as regiões do Objectivo 1, onde estas medidas estão incluídas nos programas de recuperação. Pactos territoriais para o emprego: Acordos entre parceiros locais, públicos e privados, para aplicar, a um determinado nível territorial, novos métodos de utilização de todos os recursos (financeiros, administrativos, humanos e técnicos) que possam contribuir para a criação de postos de trabalho e para o desenvolvimento económico e social. A experiência dos 89 pactos criados na União entre 1994 e 1999 serviu de base para favorecer uma melhor utilização dos Fundos estruturais. Parceria: Princípio de funcionamento dos Fundos estruturais que implica a concertação mais estreita possível, na preparação dos programas, entre a Comissão Europeia e as autoridades competentes dos Estados-Membros a nível nacional, regional e local. O princípio da parceria pressupõe também a cooperação de um vasto leque de intervenientes públicos e privados, incluindo os parceiros sociais (sindicatos e organizações patronais) e os organismos competentes em matéria de ambiente, na aplicação dos programas. Política urbana: A política urbana da União Europeia tem sido apresentada em vários documentos, entre outros, nas comunicações da Comissão “Para uma Agenda Urbana na União Europeia” (1997) e “Desenvolvimento Urbano Sustentável na UE: um Quadro de Acção” (COM(98) 605 final). Estes documentos focam essencialmente quatro objectivos políticos: reforçar a prosperidade económica e o emprego nas cidades; promover a igualdade, a inclusão social e a recuperação das 49 50 Glossário Parceria com as Cidades zonas urbanas; preservar e melhorar o ambiente urbano para a sustentabilidade local e global; contribuir para uma boa governança urbana e responsabilização local. Programação: Princípio de funcionamento dos Fundos estruturais que visa a elaboração de programas plurianuais de desenvolvimento. A programação segue um processo de decisão em parceria, em várias etapas, até os programas serem assumidos pelos promotores de projectos públicos ou privados. O período de programação actual abrange os anos 2000 a 2006. Projectos-Piloto Urbanos (UPP): Entre 1989 e 1999, 368 milhões de euros ajudaram a apoiar 59 projectos-piloto urbanos, financiados no âmbito do programa de acções inovadoras do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Estes projectos promoveram a inovação e experimentação urbanas e produziram resultados prometedores, especialmente no que respeita a abordagens participativas e integradas de recuperação urbana. Quadro de Acção para o Desenvolvimento Urbano Sustentável: A Comissão adoptou, em 28 de Outubro de 1999, uma Comunicação sobre o Desenvolvimento Urbano Sustentável na União Europeia. Este quadro de acção tem quatro objectivos: reforçar a prosperidade económica e o emprego nas cidades, promover a igualdade de oportunidades, a integração e a recuperação das zonas abandonadas, melhorar o ambiente urbano e contribuir para uma boa gestão urbana e melhor participação dos responsáveis locais e cidadãos. Para cada um destes objectivos, o Quadro de Acção estabelece modelos de natureza inovadora, baseados especialmente em parcerias que envolvem os sectores público, privado e de voluntariado. Encoraja igualmente a constituição de redes de projectos e ferramentas e difusão de “boas práticas”. A ideia não consiste em aplicar soluções pré-definidas, mas em partir de condições locais, tendo em conta o contexto institucional em cada Estado-Membro. URBACT: Um programa financiado entre 2002 e 2006 no âmbito da iniciativa comunitária URBAN II, destinado à troca de experiências entre 200 cidades europeias. Está disponível uma verba de 24,76 milhões de euros, dos quais 15,9 milhões são provenientes da Comunidade e 8,86 milhões dos Estados-Membros. Foi designada como autoridade de gestão o Ministère délégué à la ville et à la rénovation urbaine da França. O comité de controlo criado pelos Estados-Membros e pela Comissão actuará igualmente como comité director, seleccionando os projectos a implementar. Pode ser obtida informação suplementar na página Internet http://www.urbact.org Comissão Europeia Parceria com as Cidades Luxembourg: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias 2003 — 50 pp. — 21 x 29.7 cm ISBN 92-894-5110-6 13 KN-51-03-003-PT-C ISBN 92-894-5110-6