G.7.7 - Educação Especial Percepções dos professores sobre alunos/as com Fissura lábio palatal em sala de aula. 1 3 Glorismar Gomes da Silva , Maria Stella Coutinho de Alcântara Gil², Lucia de Araújo Ramos Martins 1. Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos/UFSCar: [email protected] 2. Professora do Programa de Pós Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos/UFSCar 3. Professora do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN Palavras Chave: Educação Especial; Fissura Lábio Palatal; Percepção de Professores. Introdução Quadro 1: Transcrição de trechos das falas dos professores sobre os/as alunos/as com FLP. A pesquisa em questão constituiu um estudo exploratório de caráter qualitativo, no qual foi investigado o conhecimento dos professores sobre a Fissura Lábio Palatal – FLP e o processo de escolarização de alunos (as) com essa malformação. A FLP é uma malformação congênita que afeta a região facial, cuja fenda comunica as regiões oral e nasal. A fenda provoca escape de ar pelo nariz e produz uma voz nasalizada que pode comprometer a inteligibilidade da fala (LOFIEGO, 1992). A prevalência das FLP é de uma criança entre 650 nascimentos, estimando-se cerca de 300 mil pessoas com fissura no país. A escolarização de crianças com fissura é um tema inexplorado cientificamente e as demandas educacionais destes/as alunos/as têm se mantido à margem do debate sobre a inclusão sendo ainda pouco conhecida no meio educacional. Este estudo teve por objetivo caracterizar o conhecimento sobre a FLP de professores que têm alunos com fissura em suas salas, bem como a percepção que têm do processo de escolarização destes alunos. Método, Resultados e Discussão Responderam o questionário de entrevista sete professores, de três escolas públicas do ensino fundamental, do Município de João Pessoa, PB: um professor e seis professoras, com idade entre 31 e 54 anos. O tempo mínimo e máximo de docência foi de 14 anos e 27 anos. Todos responderam questões abertas que trataram do conhecimento sobre FLP e das experiências e conhecimento sobre as necessidades educacionais de alunos/as com FLP. Todos os professores tinham pouco ou nenhum conhecimento sobre as FLP. A falta de informações dos professores também era generalizada quando se tratava de conhecer as características da FLP dos seus próprios alunos. Em relação aos seus alunos todos os professores afirmaram perceber os alunos com FLP da mesma maneira que os demais e os caracterizaram pela timidez e retraimento. A boa avaliação do desempenho escolar foi predominante. Cinco professores lhes atribuíram características positivas e os consideraram “normal”, “bem integrado”. Dois professores informaram algum grau de dificuldade nas atividades com os alunos, por apresentarem pouca comunicação ou problema na fala. Uma professora referiu lentidão na compreensão das atividades por parte do aluno e dois professores referiram a falta de apoio em casa na realização das atividades. Dois professores não relacionam a FLP com as dificuldades e problemas de interação desses alunos/as na escola. A malformação dos alunos com FLP foi enfatizada com destaque para a diferença em relação ao aspecto estético ou ao relacionamento social. Agradecimento Maria Stella Coutinho de Alcantara Gil – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE). Conclusões A análise das respostas dos professores indicou que, para eles, as dificuldades e falhas no processo ensinoaprendizagem, assim como nas interações do aluno com a comunidade escolar, estavam centralizadas nos próprios alunos com FLP. Esta percepção se deu, em grande parte, em função das dificuldades relacionadas à expressão oral e comunicação decorrente da malformação ou de seus indícios. Destaca-se que o comportamento retraído, comumente apresentado pelo aluno com fissura em sala de aula, pode ser confundido com falta de atenção e de interesse, influenciando as relações que estabelecem na escola tanto como a percepção dos professores a respeito deles. Referência: LOFIEGO, J. L. Fissura labiopalatal: avaliação, diagnóstico e tratamento fonoaudiológico. Rio de Janeiro: Revinter Ltda, 1992. 67ª Reunião Anual da SBPC