Os Jovens e o Golfe
Tal como acontece em todos os desportos, os jovens são o futuro, a continuidade e o sucesso de
qualquer projecto. São também os que constantemente melhoram as performances e elevam a
barra da exigência, uma vez que, munidos de ferramentas mais actuais desde muito cedo, se
tornam capazes de lidar com as mesmas situações com as quais um adulto se depara, mas com
outra simplicidade.
O Golfe em Portugal precisa de mais dedicação e investimento, merece a nossa preocupação e
está 100% dependente das novas gerações. Num país com cerca de 10 milhões de habitantes, e 16
mil jogadores de golfe, conseguimos uma média de pouco mais de 200 jogadores por campo. Se
compararmos com Espanha, deparamo-nos com um país com 44 milhões de habitantes, com mais
de 330 mil praticantes e uma média de 1000 jogadores por campo! São precisos mais jogadores
em Portugal!
Era fundamental ver nascer uma acção conjunta entre os clubes/associações, campos de golfe,
Federação Portuguesa de Golfe, escolas primárias e secundárias, liceus, faculdades privadas e
públicas, com o apoio do estado.
A FPG apoiou alguns atletas de alta competição de forma inequívoca, garantindo assim uma
estratégia de promoção para as camadas mais jovens de algumas das nossas estrelas, tanto no
mundo profissional - Filipe Lima - como a nível amador - Pedro Figueiredo.
Os campos, com as suas academias e profissionais, desenvolvem hoje vários projectos de iniciação
e promovem o primeiro contacto com escolas existentes nas suas imediações, criando com isso o
“bichinho” do golfe nas camadas mais jovens.
Os Clubes sem campo, embora na sua maioria não possuam instalações que sirvam o jogador no
desenvolvimento do seu jogo, são de fulcral importância pois posicionam-se como intermediários
relativamente aos campos, com preços drasticamente mais baixos, oferecendo os serviços
mínimos para que o jogador ingresse neste desporto, e sucessivamente se desloque mais aos
campos, para aí poder praticar.
Desde muito cedo que as escolas moldam as educações dos jovens, incutindo neles a necessidade
de praticar desporto. É neste contexto que o golfe pode ser visto como mais um desporto de fácil
acesso.
É urgente que a modalidade se enraíze nos jovens e usufrua de investimento público e privado, de
programas de incentivo, que disponibilizem gratuitamente ou a custos muito baixos, este primeiro
contacto no mundo do Golfe.
Aqui todos os intervenientes têm uma palavra a dizer, a começar pelos campos de golfe, que
deviam facilitar às camadas mais jovens o acesso. A média dos valores de inscrição nos campos
Portugueses até aos 18 anos é muito elevada, e limitam à nascença a maioria dos potenciais
jogadores até terem condições económicas para serem independentes. Um jovem não tem
possibilidades para se inscrever, e continuará portanto a depender, como se verifica hoje em dia,
da ajuda dos pais.
Temos consciência que o processo de aprendizagem pode ser demorado, mas o facto de não
existir uma cultura própria na maioria das escolas para desenvolver o Golfe desde cedo, prejudica
o nascer de novos jogadores de golfe. A abordagem neste caso podia ser feita pelas Universidades,
com a criação de uma liga de Golfe Universitária. Uma liga inter-universidades públicas e privadas,
onde certamente existe um número de jogadores de golfe suficiente para formar equipas próprias,
que seriam pagas pelos fundos das faculdades.
Esta liga inter-universidades tornar-se-ia um objectivo a atingir pelas camadas mais jovens – fazer
parte da equipa de golfe da faculdade! Que jovem golfista não gostaria? Dessa forma, o interesse
mantinha-se durante o curso, altura em que grande parte dos jovens golfistas perde o estímulo
para jogar se não tiver já atingido um nível que lhe permita estar nas selecções nacionais.
Em ultima análise, esta necessidade de integrar o golfe nas escolas primárias e/ou secundárias, iria
permitir a todos os alunos que o quisessem, escolher esta modalidade em vez de terem que optar
pelo futebol, basket ou andebol, evidentemente sem desprimor para estes desportos. Neste
campo, com a ajuda dos clubes e campos, a FPG poderia fazer um trabalho junto das escolas
promovendo a modalidade e ensinando as Regras.
O Golfe é uma postura de vida que deve ser incutida nos jovens desde cedo, pois promove uma
cultura de competição, cavalheirismo, integridade, amizade e honestidade sempre associada a
este desporto.
Vamos aumentar o número de Golfistas!
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