JORNAL DA AJURIS Ano XIV Nº 268 Junho 2010 Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul Depósitos judiciais: Judiciário tenta reverter decisão do STF Página 7 Reforma do Código Penal volta à pauta de discussões Páginas 9 Justiça gaúcha ganha destaque no cenário nacional Páginas 3 a 5 Jogos da AMB reúnem atletas da magistratura em Foz do Iguaçu Páginas 14 e 15 Divulgação Fabiana Betat JORNAL DA AJURIS Retrato da vida associativa Esta edição do Jornal da AJURIS traz um retrato das várias dimensões da vida de uma entidade de magistrados. Nele se veiculam preocupações com matérias de grande interesse político para a sociedade, mostra-se o envolvimento com iniciativas de natureza social, mas também se expõe o lado lúdico de quem se envolve em uma atividade de tanta responsabilidade. Aqui se mostra a influência da magistratura do Rio Grande do Sul no plano nacional, seja pela atividade dos magistrados chamados ao Conselho Nacional de Justiça para contribuir na melhora do sistema penitenciário, seja pela adesão do CNJ à Campanha Doar é Legal, iniciada no Foro Central de Porto Alegre. Também se discutem inovações em matéria penal e os direitos da criança e do adolescente, numa necessária imersão no Direito, objeto do nosso trabalho e instrumento utilizado pelos juízes na busca de uma sociedade mais justa. Do mesmo modo, debate-se a polêmica que envolve os depósitos judiciais, refletindo a preocupação com as condições materiais de exercício da jurisdição. Este é, aliás, um ponto nevrálgico para o Judiciário do Rio Grande do Sul, também defrontado com a discussão sobre os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, que o põe diante de graves ameaças à qualidade da prestação jurisdicional. Não poderiam faltar as referências a várias atividades que caracterizam o envolvimento dos juízes em atividades de utilidade pública, seja por meio da participação na campanha contra o diabetes, seja na montagem de biblioteca em presídio ou ainda na jornada contra a exploração sexual. Mas isso não é tudo na vida associativa: a cultura e o lazer também são essenciais. Por isso, não poderia faltar menção à participação gaúcha nos jogos realizados em Foz do Iguaçu, ao evento cultural que comemorou os 200 anos de Chopin e à recepção aos futuros juízes, que logo estarão também se integrando à nossa entidade. Expediente Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul Presidente: João Ricardo dos Santos Costa Vice-presidente Administrativo: Benedito Felipe Rauen Filho Vice-presidente de Patrimônio e Finanças: Pio Giovani Dresch Vice-presidente Cultural: Dulce Ana Gomes Oppitz Vice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores Jornal da AJURIS Edição: Elaine Carrasco Diretora de Comunicação: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch Rodrigues Subdiretor de Comunicação Social: Cláudio Luís Martinewski Conselho de Comunicação Social: Carlos Alberto Etcheverry, João Armando Bezerra Campos, Túlio de Oliveira Martins e Leoberto Narciso Brancher Jornalista-chefe: Ivana Ritter Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Elaine Carrasco e Fabiana Betat Editoração eletrônica: Margit Melchiors Tiragem 2.000 exemplares Endereço: Rua Celeste Gobbato, nº 81 – Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160 Telefone: 51 3284-9100 Fax: 51 3284-9141 E-mail: [email protected] Site na Internet: www.ajuris.org.br Institucional Losekann e Márcio Fraga recebem visita de colegas gaúchos em Brasília Os representantes gaúchos no Conselho Nacional de Justiça, Luciano Losekann e Márcio Fraga, receberam, em maio, a visita do presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa; do assessor da presidência Eugênio Couto Terra, e do desembargador Adão Sérgio do Nascimento Cassiano que cumpriram agenda em Brasília. Losekann e Fraga, que atuavam, respectivamente, na Vara de Execução Criminal e na Corregedoria em Porto Alegre, foram nomeados em abril deste ano como juízes auxiliares do CNJ. Os visitantes falaram da satisfação de poder contar com dois magistrados do Rio Grande do Sul atuando no Conselho. AJURIS na luta contra o Diabetes A 12ª Corrida para Vencer o Diabetes reuniu 5,5 mil pessoas no dia 16 de maio, no Parcão, em Porto Alegre. A ação, promovida pelo Instituto da Criança com Diabetes (ICD), arrecadou cerca de R$ 325 mil para o tratamento de crianças e adolescentes com a doença. A edição deste ano mobilizou torcedores da dupla Gre-Nal. A AJURIS também participou da atividade. Além da venda das camisetas personalizadas com as cores do Grêmio ou do Internacional, o presidente da Associação, João Ricardo dos Santos Costa, fez o trajeto de 4,5 quilômetros da corrida, acompanhado do filho Felipe, de 10 anos. Em funcionamento desde janeiro de 2004, o Instituto da Criança com Diabetes é hoje o maior centro do Brasil no tratamento da doença. Cerca de duas mil crianças, adolescentes e adultos-jovens com a doença são atendidos no ICD. Com o trabalho de atenção a esses pacientes já foi possível reduzir em 70% as internações hospitalares. O valor arrecadado nas cinco primeiras edições da Corrida foi utilizado para a construção do ICD. Atualmente, o Instituto oferece uma infraestrutura moderna e completa com hospitaldia, ambulatório, oficina de nutrição, gabinetes odontológicos, centro oftalmológico, brinquedoteca, quadra esportiva e salas de aula. Depois, a verba passou a ser destinada à manutenção e ao desenvolvimento de projetos. Fotos: Carolina Grigol Editorial JORNAL DA AJURIS Responsabilidade Social O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinou termo de acordo com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) para divulgação da campanha Doar é Legal. A intenção do CNJ é incentivar outros tribunais de todo o país a desenvolverem esse trabalho. A parceria foi selada no dia 14 de junho, no Plenário do CNJ, em Brasília. A campanha Doar é Legal teve início em maio do ano passado no Foro Central de Porto Alegre, sob a coordenação do juiz de Direito Carlos Eduardo Richinitti, na época diretor do Foro. O propósito é sensibilizar a população a expressar a vontade de doar órgãos. Em seguida, o TJRS passou a oferecer em seu site - www.tjrs.jus.br - um formulário virtual onde os internautas podem declarar esse desejo. Com os dados do possível doador, é produzida uma certidão que pode ser impressa ou enviada por e-mail para amigos e familiares. O documento não tem validade jurídica, mas é uma forma de deixar a vontade registrada. Hoje, uma das grandes dificuldades enfrentadas por quem faz a captação de órgãos é a autorização da família para o procedimento. “Os familiares precisam ter conhecimento dessa decisão para poder respeitála”, destacou Richinitti. Luiz Silveira/ CNJ CNJ apóia campanha Doar é Legal O termo de cooperação técnica, assinado pelo ministro Cezar Peluso e o desembargador Leo Lima, prevê que o projeto seja adotado por todos os tribunais do país, ficando com o Tribunal gaúcho a responsabilidade pela execução. “Trata-se de uma atividade além da prestação jurisdicional, mas que demonstra o papel social do Judiciário. E que deve beneficiar milhares de brasileiros”, salientou o desembargador Leo Lima. Até agora, já foram produzidas cerca de 4 mil certidões. A campanha Doar é Legal é realizada em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB/RS) e com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, e tem ainda apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). RS está em 3° lugar em transplantes no Brasil Francine de Oliveira/ Comunicação HSVP Até abril deste ano, 418 transplantes foram realizados no Rio Grande do Sul. Uma média de 100 intervenções por mês, semelhante aos últimos dois anos. Dados da Secretaria Estadual da Saúde revelam que, em 2008, foram mil 193 procedimentos. No ano passado, o número chegou a mil 231. Hoje, o estado, que já foi o líder de transplantes no Brasil, ocupa o 3º lugar no ranking, atrás de São Paulo e Paraná. Enquanto perdemos posição no cenário nacional quanto ao número de transplantes, a fila de espera por um órgão aumenta. Atualmente, 2,2 mil gaúchos necessitam desse procedimento para continuarem a viver. A maior lista é a de quem precisa receber um rim - 1691 pessoas. Na sequência, estão os pacientes à espera de córneas - 856 -, e fígado - 264. “Uma benção em minha vida...” As palavras definem o que Verani Maria dos Santos, de 60 anos, sentiu depois de passar por um transplante de fígado. A aposentada, de Taquaruçu do Sul, percebeu que algo estava errado quando começou a ter dificuldade na digestão dos alimentos. Depois de uma tomografia, os médicos constataram que o fígado de Verani estava reduzido e a única alternativa seria o transplante. “Só no dia em que a doença bateu na minha porta fiquei sabendo sobre a doação e percebi a importância dessa atitude”, admitiu. Poucos dias após a saída do hospital, a dona-de-casa faz planos: pretende trabalhar na divulgação de campanhas de conscientização para doação de órgãos. “É como posso ajudar. Além, é claro, de cuidar muito bem do que ganhei, que é sagrado”, comentou emocionada. Colaboração da Assessoria de Comunicação Social do Hospital São Vicente de Paulo/ Passo Fundo • entrevista • entrevista • entrevista • entrevista JORNAL DA AJURIS Entrevista A magistratura gaúcha está representada no Conselho Nacional de Justiça Divulgação TJRS Márcio Fraga e Luciano Losekann. Estes são os nomes dos magistrados gaúchos que abriram uma frente de representação junto ao Conselho Nacional de Justiça e abraçaram o desafio de uniformizar e humanizar os presídios brasileiros na gestão do ministro Cezar Peluso, que se estende até 2012. soluções numa área tão sensível e crítica, que envolve conceitos de segurança pública, direitos humanos, ressocialização, etc. • Quais as expectativas em relação ao trabalho? É inegável que é algo extremamente estimulante. O contato com novas realidades - absolutamente distintas da gaúcha -, a troca de idéias com colegas de outros Estados e a possibilidade de contribuir, humildemente, para a um novo sistema penal e penitenciário gera uma expectativa positiva. • Quais os desafios desta nova função? São tantos e tão distintos como são as peculiaridades de cada Estado deste enorme País, mas inegavelmente que um dos maiores está relacionado a busca de uniformizar e melhorar o sistema carcerário, de forma a torná-lo menos perverso, de acabar com os presos em Delegacias - o que lamentavelmente ocorre em muitas unidades da Federação, - de criar ferramentas de informática que permitam o gerenciamento das varas, que possibilite uma prestação jurisdicional mais célere. Enfim, há muito a construir nesta área. ...um dos maiores desafios está relacionado à busca de uniformizar e melhorar o sistema carcerário, de forma a torná-lo menos perverso... Márcio Fraga • Como surgiu o convite para o cargo? Na verdade, eu e o Luciano já trabalhávamos com essa matéria - execução penal - na Corregedoria-Geral da Justiça, sendo que ele continuou a fazer um trabalho junto aos Conselhos da Comunidade em Brasília, de onde veio o convite. • O que significa para o Rio Grande do Sul esta representação gaúcha no CNJ? Sobretudo o reconhecimento do trabalho de todos os magistrados gaúchos. Trabalho esse que não se resume à atividade exclusivamente processual, digamos assim, mas que demanda um engajamento e comprometimento com a busca de • Seria possível estabelecer algumas prioridades a serem cumpridas nos próximos dois anos? Uma das prioridades está relacionada à criação de um sistema de informática próprio para a área de execução penal. Afora isso, além dos mutirões carcerários, que devem continuar, há necessidade principalmente de iniciar ações projeto eficiência é uma delas - para evitar que os mutirões se tornem algo perene, rotineiro, até porque o mutirão parte do pressuposto de que o serviço judiciário não está atendendo a demanda, e nós precisamos atacar as causas desta deficiência, e não suas consequências. Currículo Idade - 40 anos Local de nascimento - Viamão Tempo de magistratura - 17 anos Formado pela PUC, desde 2002, e ingressou na magistratura em 1993. Cursou a Ajuris, é mestre em Direito pela Unisinos. Jurisdicionou as Comarcas de Nonoai, Encruzilhada do Sul, São Leopoldo e Porto Alegre. Estava na CorregedoriaGeral da Justiça, antes de ir para o CNJ, desde 2007. • entrevista • entrevista • entrevista • entrevista • entrevista • entrevista • entrevista • entrevista • Divulgação TJRS JORNAL DA AJURIS Há grandes valores na magistratura nacional e, precisamente, na gaúcha, que pode e deve dar sua valiosa contribuição ao Judiciário brasileiro. Luciano Losekann • Como surgiu o convite para o cargo? Surgiu diretamente do ministro Peluso. Na verdade, já havia trabalhado em uma Comissão dos Conselhos da Comunidade do Ministério da Justiça, na qual atuo até hoje aqui em Brasília, o que tornou meu nome um pouco conhecido no meio. A partir daí é que acabei recebendo o convite para trabalhar no CNJ como juiz-auxiliar da Presidência. • O que significa para o Rio Grande do Sul esta representação gaúcha no CNJ? Acredito seja uma distinção e reconhecimento ao trabalho da magistratura gaúcha, que se envolve integral e exaustivamente em tudo aquilo que faz. A primeira colega a vir para o trabalho nos Tribunais Superiores foi a colega Fabiana Zilles. Essa é, a meu ver, uma tendência que se inaugura, pois não podemos mais permanecer em posição de isolamento, ou achando que só nós, gaúchos, estamos e fazemos “a coisa certa”. Há grandes valores na magistratura nacional e, precisamente, na gaúcha, que pode e deve dar sua valiosa contribuição ao Judiciário brasileiro. • Como coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário do CNJ, quais as suas prioridades no trabalho a ser desenvolvido? Os objetivos do Departamento, hoje, estão plasmados na Lei federal nº 12.106/09. Ali estão descritos os nossos principais objetivos, entre os quais se inserem o de organizar e realizar mutirões carcerários e o de ser, de modo geral, um órgão fomentador de políticas públicas na área criminal, de execução penal e na execução das medidas socioeducativas. Nesse ano, além de já termos realizado os cronogramas dos mutirões carcerários, que iniciarão nos Estados do Acre e Piauí, realizaremos o primeiro mutirão nacional voltado exclusivamente às medidas de segurança, o que já se coloca como um desafio bastante grande, na medida em que até as informações sobre o número de hospitais de custódia e pacientes neles internados, é incerto. Além disso, outro colega que conosco trabalha, o Dr. Reinaldo Cintra Torres de Carvalho, que é juiz de Direito em São Paulo, está à frente das questões envolvendo as medidas socioeducativas (mutirões e políticas públicas dessa área). O trabalho, enfim, é grande, até em função das diferentes realidades que se encontram pelo Brasil afora. • De posse de dados dos presídios de todo o país, é possível traçar uma radiografia da situação das casas prisionais gaúchas? Em perspectiva comparada, a situação prisional do RS pode ser considerada boa, mas ainda muito longe da ideal. Temos chagas abertas, como o Presídio Central, a PEJ, o Madre Pelletier e alguns albergues do regime semiaberto, que são ruins e onde há muito a fazer (não apenas o Poder Executivo, mas, também, uma ação firme e decidida do Poder Judiciário, em cada Comarca). Mas temos boas experiências no sistema carcerário, como a arquitetura e modo de funcionamento das Moduladas – desde que não se mantenham superlotadas – e alguns estabelecimentos do interior do Estado, que apesar de superlotados ou, no mínimo, com capacidade acima do número de vagas, desenvolvem bons trabalhos. O importante é que nós, juízes, especialmente na execução penal, temos de estar permanentemente envolvidos e comprometidos com a matéria. Sem isso, pouco ou nada se consegue fazer, como temos observado em nossas viagens pelo País. Encontram-se ótimas iniciativas em locais inesperados e péssimas realidades em unidades da Federação nas quais se acreditava que a situação prisional fosse melhor do que em outros. Currículo Idade - 42 anos Local de nascimento - Agudo-RS Tempo de magistratura - 15 anos Formado pela Universidade Federal de Santa Maria (RS). Ingressou na magistratura em 1994. É mestre em Direito Público pela Unisinos. Exerceu a jurisdição nas Comarcas Integradas de Jaguari e São Vicente do Sul e como substituto na Comarca de São Francisco de Assis. Promovido por merecimento em maio/1997 para a 3ª Vara Judicial da Comarca de Bento Gonçalves. Promovido por merecimento para a entrância final, em março/2000, para a Comarca de Porto Alegre. Juiz de Direito Substituto na Capital gaúcha, desde maio de 2000, e juiz-corregedor desde 16 de fevereiro de 2004 até a atualidade. • entrevista • entrevista • entrevista • entrevista • Fotos: Fabiana Betat JORNAL DA AJURIS Eleições Luiz Felipe Difini toma posse como presidente do TRE-RS A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul esteve representada pelo vice-presidente Administrativo, Benedito Felipe Rauen Filho, na cerimônia de posse do novo presidente do TRE-RS, desembargador Luiz Felipe Silveira Difini, e do corregedor regional eleitoral, desembargador Marco Aurélio dos Santos Caminha. Difini e Caminha foram, respectivamente, presidente e vice-presidente Social da AJURIS, na gestão 2000/2001. Ambos estarão à frente do Tribunal até maio de 2011, período que inclui as eleições de outubro de 2010 à presidência da República e ao governo do Estado. A eleição para a Corte ocorreu no dia 4 de maio. No seu pronunciamento, o presidente fez um apelo aos partidos, pela lisura do processo eleitoral, destacando que o TRE estará atento para o cumprimento da sua missão constitucional, assegurando o equilíbrio e a legalidade das próximas eleições. O novo presidente do TRE lembrou da época em que atuou na direção da AJURIS, juntamente com Caminha, fato que muito o orgulha. Para Felipe Rauen, a posse de Difini e Caminha, representa a certeza de que “as próximas eleições se darão sob os princípios da legalidade e da ética, e a Associação se regozija pelo fato de que, dois de seus exdirigentes foram alçados ao comando da Corte Eleitoral Estadual”. O coral da AJURIS, sob a direção do desembargador Irineu Felipe Rauen (dir) parabenizou Mariani, executou os Hinos Nacional e Riograndense. o novo dirigente do TRE Difini e Caminha já foram dirigentes da AJURIS O novo presidente da Justiça Eleitoral Luiz Felipe Silveira Difini, é natural de Porto Alegre. Formouse em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1980, e começou sua carreira na magistratura em 1986, classificando-se em primeiro lugar no respectivo concurso de ingresso. Atuou nas comarcas de Viamão, Santo Antônio das Missões, Três de Maio e Soledade. Na Capital, foi titular das Varas de Acidente do Trabalho e do 1º Juizado da 5ª Vara da Fazenda Pública. É mestre e doutor em Direito do Estado pela UFRGS. Em maio de 2001, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça onde atualmente integra a 1ª Câmara Cível. Compõe o Pleno do TRE desde maio de 2009, como vice-presidente e corregedor. O novo corregedor regional eleitoral O desembargador Marco Aurélio dos Santos Caminha nasceu em Soledade-RS, em 30 de janeiro de 1948. Formou-se em ciências jurídicas e sociais pela PUCRS, em 1971. Ingressou na magistratura em dezembro de 1973. Jurisdicionou as Comarcas de Antônio Prado, Farroupilha, Jaguari, Soledade, Gravataí e Porto Alegre, onde foi titular da 7ª Vara Cível. Exerceu jurisdição eleitoral nos municípios de Jaguari, Soledade e Gravataí. Foi corregedor-geral da Justiça substituto e ocupou a 3ª Vice-Presidência do Tribunal de Justiça na gestão 2004/2005. A Sede Campestre da AJURIS foi cenário para confraternização entre a diretoria da Associação e a turma de juízes aprovados para a última fase do concurso do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). O encontro, realizado 15 de junho, também serviu para maior integração com os futuros colegas. O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, e os vices de Patrimônio e Finanças, Pio Giovani Dresch; Cultural, Dulce Oppitz; Social, José Antônio Azambuja Flores; o Direitor e o vice da Escola Superior da Magistratura, Ricardo Pippi Schmidt e Vancarlo André Anacleto; diretores da instituição; o corregedor-geral da Justiça, Ricardo Raupp Ruschel; e membros da Corregedoria, recepcionaram os candidatos. Na ocasião, foram disputadas partidas de futebol entre convidados e veteranos. João Ricardo disponibilizou a Sede Campestre e os serviços prestados pela entidade e pela ESM. A vice-presidente Cultural entregou aos convidados, exemplares do Caderno de Literatura Fabiana Betat Confraternização com alunos do curso de formação à carreira da Magistratura Estadual e os convidou a participar das diversas atividades culturais promovidas pelo Departamento. Representando o grupo, Luis Filipe Lemos Almeida, agradeceu à Associação e aos demais convidados pelo acolhimento. “Estamos lisonjeados com a recepção. A AJURIS fez com que nos sentíssemos já juízes de Direito”, concluiu. JORNAL DA AJURIS Recursos Impossibilidade de uso dos depósitos judiciais ameaça celeridade da Justiça Fabiana Betat A informatização pode parar e inconcebível que fiquemos sem os o processo digital pode ficar apenas recursos de informática”, reclama o no imaginário dos juízes gaúchos. A magistrado que também é integrante ameaça que ronda o Judiciário do Rio do Conselho de Comunicação Social Grande do Sul é uma consequência da AJURIS. de recente decisão do Supremo O desembargador adverte que a Tribunal Federal que proibiu o TJRS impossibilidade de utilizar os recursos de administrar as verbas decorrentes implicará também na paralisação de dos depósitos judiciais. milhares de processos que dependem O direito de administração das perícias onde os trabalhos desses recursos havia sido concedido técnicos são feitos por profissionais em 2001, por lei aprovada pela pagos com verbas do Judiciário. Assembleia Legislativa e que passou Túlio Martins lembra que ao a vigorar em 2003. Deste período até longo dos últimos anos, o Tribunal 2009, o Tribunal de Justiça do Rio de Justiça administrou com muita Grande do Sul investiu R$ 12 milhões eficiência os depósitos judiciais e no pagamento de advogados dativos a fração de seu lucro financeiro que atendem a pessoas carentes em reverteu aos cofres públicos por meio todo o Estado. de construção de prédios. “Passa de O STF considerou, em maio uma centena o número de comarcas Desembargador Túlio de Oliveira Martins deste ano, inconstitucionais as leis beneficiadas pelo uso criterioso estaduais que autorizam os Tribunais de Justiça a ficarem com o desses recursos”, diz. Além disso, ainda foram adquiridos lucro de aplicações financeiras de depósitos judiciais feitos por veículos, equipamentos de informática, realizadas perícias partes em litígio. A decisão do Tribunal decorreu do julgamento e pagos profissionais da advocacia para defender as pessoas de ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) ajuizadas pela carentes em municípios em que não existe Defensoria Pública. Ordem dos Advogados do Brasil e anulou as leis 7.604/01 do “Neste período, nenhum centavo foi gasto em custeio ou folha Mato Grosso (ADI 2855), 11.667/01 do Rio Grande do Sul (ADI de pagamento, mas apenas em investimentos que reverteram 2909) e 2.759/02 do Amazonas (ADI 3125). em benefício de todos”, complementa o desembargador, Para o presidente do Conselho de Comunicação do TJalertando que o Tribunal usará de todos os recursos legais para RS, desembargador Túlio de Oliveira Martins, a informatização reverter a decisão ou, alternativamente, modular os seus efeitos. é decisiva para o funcionamento do Judiciário. “Com quatro Está em andamento a elaboração de um projeto de lei para a milhões de processos tramitando na Justiça estadual é regulamentação dos depósitos judiciais em nível federal. A divergência no STF A divergência sobre o tema foi aberta pelo ministro Eros Grau, que julgou os pedidos de ADIs da OAB, parcialmente procedentes. Ele afirmou que apenas os depósitos judiciais referentes a tributos, por já estarem disciplinados pela Lei federal 11.429/06, não poderiam ter suas aplicações usadas pelo Judiciário. Segundo Eros, a iniciativa das leis que criam contas únicas de depósitos judiciais e normatizam o uso da renda decorrente das aplicações cabe, sim, ao Judiciário estadual. “O Poder Judiciário atua como seu depositante no sistema bancário para garantir a segurança do depósito e possibilitar a remuneração devida até o momento da restituição a quem de direito. Não tenho dúvida de que o tema está intimamente relacionado à organização financeira do Poder Judiciário”, disse o ministro. Eros Grau defende que o tema de fundo das leis questionadas não é de natureza processual civil – como sustenta a OAB nas ADIs. “O fato de essa matéria envolver aspectos financeiros, porque diz respeito à transferência ao Estado de acréscimos que antes eram usufruídos pela instituição bancária, não consubstancia violação de nenhum preceito constitucional”, argumentou. Na visão do ministro, as leis estaduais corrigiam uma distorção do sistema porque atualmente são os bancos que ficam com a diferença entre o lucro proveniente de aplicações do dinheiro depositado pelo cidadão (geralmente calculadas pela taxa Selic) e o pagamento à parte vencedora do litígio, que recebe uma correção corresponde aos juros de poupança. Eros defende que a diferença daí resultante deveria beneficiar não aos bancos, mas à sociedade, que sairia ganhando com os investimentos feitos no Judiciário. Como ele votaram os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Elaine Carrasco JORNAL DA AJURIS infância. Os magistrados José Antonio Daltoé Cezar, João Batista Costa Saraiva, Conceição Aparecida Canho Sampaio, Cleciana Guarda Lara Pech, Maria Elisa Schilling Cunha também participaram do encontro que foi prestigiado ainda pelos ministros Gilson Dipp e Gilmar Mendes. A redução da privação de liberdade, é sem dúvida, um avanço que foi citado durante o Congresso, mas é pífio se pararmos para pensar que o Estatuto da Criança e Adolescente está fazendo 20 anos e, desde então, estas medidas são previstas. “Em 50% dos municípios ainda não implementaram Ainda está longe de ser esta política”, diz Vera Deboni. o ideal, mas o Rio Grande do Em matéria de infância e Sul está entre os dez estados Vera Deboni reconhece os avanços na área da Infância e Juventude, juventude, a magistrada acredita mas acredita que ainda há muito a ser conquistado brasileiros que conseguiram que foram feitos avanços e um dos recuar o índice de internação de adolescentes em conflito com a principais citado por ela, é a clareza no papel dos Conselhos lei. Na prática, significa que, se este índice está menor, a aplicação Municipais dos Direitos da Criança e Adolescente enquanto de medidas socioeducativas de meio aberto, aumentou. Em local de definição das políticas públicas. “O Judiciário, enquanto 2009, em comparação com o ano anterior, o RS reduziu a taxa julgador dos processos dessas demandas, também está muito em 3,75%. A internação provisória, caiu 37,17%. mais qualificado”, lembra a magistrada, assinalando que isso é “Precisamos implantar em todos os municípios programas de um diferencial porque durante muitos anos ele esteve oscilante execução de medidas socioeducativas de meio aberto – liberdade em relação ao assunto. assistida e prestação de serviço à comunidade”, defende a juíza Na opinião da juíza, o avanço ainda é tímido, e existem do 3º Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre, Vera Lúcia direitos que estão vulneráveis como a oferta de políticas públicas Deboni que, em maio, esteve participando do 23º Congresso da e cita, o que para ela é muito importante quando se trata de Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e proteção da criança. “O turno inverso é um espaço protegido e Defensores Públicos da Infância e Juventude. de acolhimento enquanto os pais trabalham e, nós ainda não Foram três dias de debates onde se discutiu os direitos da temos isso nas escolas”, lamentou. Medidas socioeducativas RS está entre os dez estados que reduziram a taxa de internação de adolescentes Acolhimento e adoção Novos instrumentos de trabalho: brinquedos foram comprados para as crianças que chegam para ser encaminhadas aos abrigos. Mamadeiras e fraldas também integram a lista de aquisições cuja iniciativa é do juiz e dos servidores da Vara. Doações de brinquedos, roupas, mamadeiras, bicos e fraldas descartáveis podem ser feitas para: 2º Juizado da Infância e da Juventude Rua Márcio Luiz Veras Vidor, 10 - 10º andar - sala 1043 Bairro Praia de Belas - Porto Alegre - RS CEP 90110-161 Elaine Carrasco “Foram muitas alterações do ECA feita pela lei nº 12.010/2009. Foram alterados nada menos do que 40 artigos. Especificamente em relação aos abrigos, que passaram a ser nominados de acolhimento institucional. Antes os conselheiros tutelares, preferencialmente, aplicavam a medida protetiva de abrigo. Desde novembro de 2.009, quando a lei entrou em vigor, só os juízes podem aplicar a medida de acolhimento institucional. Ainda a lei refere que o tempo máximo de acolhimento é de dois anos, podendo, excepcionalmente e de forma fundamentada, esse período ser estendido. Pelo menos a cada seis meses, essa medida necessita ser reavaliada. Quanto à adoção entendo que os vínculos biológicos foram por demais valorizados. A adoção só pode ser buscada após a avaliação de que os pais não podem ficar com a criança, bem como a família estendida (avós, tios, etc). Ora, é direito da criança ter as figuras parentais, biológicas ou legais, para sua formação. Nem sempre figuras de tios, avós, etc., conseguem preenchê-las a contento, como uma família substituta em regra consegue. Os cadastros passam a ser obrigatórios, em todo Brasil, sendo possível a adoção internacional somente após a consultas desses, e a verificação de que não existem casais nacionais aptos a adotarem o perfil de criança informado”. José Antonio Daltoé Cezar - juiz do 2º Juizado da Infância e da Juventude Elaine Carrasco JORNAL DA AJURIS Código Penal Projeto de reforma do CPP volta a tramitar no Senado O presidente do Senado, José Sarney, abriu sessão especial em junho para discutir a proposta de reforma do Código de Processo Penal (Decreto Lei 3689, de 1941) que começou a tramitar em 2008 quando uma comissão de juristas apresentou um anteprojeto denominado PLS 156/2009 e ao qual foram anexadas 48 propostas. Com total de 702 artigos, o texto prevê uma série de mudanças, entre elas, prisão preventiva, prisão temporária, foro privilegiado, sequestro de bens, proteção de investigado, prazo de encerramento de inquéritos, entre outros assuntos. As alterações propostas motivaram a escolha do tema para a realização do Curso de Atualização para Magistrados (CAM), realizado pela Escola Superior da Magistratura em parceria com a Corregedoria-Geral da Justiça, também durante o mês de junho. “A nossa estrutura do processo penal é da década de quarenta, com algumas alterações posteriores, sem que tenham alterado a ideologia da prevalência da punição sobre o direito de liberdade”, observa um dos coordenadores do CAM, desembargador Nereu José Giacomolli. Ele cita que inicialmente, a lei não obrigava a presença de defensor no interrogatório do acusado, embora a acusação estivesse intimada e presente na audiência. “Também, para este Código de inspiração totalitária da década de quarenta, o processo penal prosseguia, sem nenhum problema, se não tivesse havido a defesa prévia. Mesmo diante de o órgão da acusação ter acompanhado todo o processo e ter feito as alegações escritas, o juiz poderia solicitar o aditamento da acusação ao órgão administrativo superior do Ministério Público”, explica. O jurista adverte que este Código permite que o juiz recorra de ofício, no lugar da acusação, mesmo que esta não tenha recorrido, e condene o réu mesmo que o Ministério Público tenha pedido a absolvição. “A meu sentir, este entulho autoritário e jurássico tem servido para aumentar o punitivismo, abarrotar os cárceres, servir de instrumento para incluir no sistema criminal os excluídos da sociedade e excluir do sistema criminal os incluídos na sociedade”. Giacomolli cita os pontos que considera um avanço na nova ordenação penal e aqueles que são negativos na reforma. Confira nos quadros abaixo. Avanços Juiz de Garantias - O estabelecimento de um juiz de Direito na fase da investigação criminal, para examinar as medidas cautelares, principalmente o que envolve as questões referentes à prisão e à liberdade, antes do oferecimento de uma acusação, diverso daquele que irá julgar o processo. Ação Penal - A exclusividade da ação penal pública pelo Ministério Público, exigindo-se representação da vítima, em alguns casos, admitindo-se a ação penal privada somente de forma subsidiária, nos moldes da Constituição Federal. Crimes patrimoniais - A possibilidade de ser extinta a punibilidade, com o arquivamento do processo, nos crimes patrimoniais, sem violência ou grave ameaça, quando houver reparação do dano. Prisão preventiva - Utilização da prisão preventiva como última razão, quando outras medidas cautelares não forem suficientes. Hoje as estatísticas informam que mais de 30% dos presos ainda não tiveram condenação. Pelo projeto, a situação do preso provisoriamente deverá ser periodicamente revista e haverá um prazo limite da prisão preventiva, o que hoje não existe. Aspectos negativos Acordo criminal – Esta possibilidade acerca da pena privativa de liberdade, ou seja, a defesa poderá fazer acordo para ir preso. É negativa essa proposta em razão das peculiaridades que envolvem a criminalidade no Brasil, onde a situação dos cárceres, leva os apenados - para serem respeitados ou para assumirem algum poder na prisão -, a confessar crimes que não cometeram. Também, não há defensores públicos suficientes para defenderem todos os acusados que não têm condições de contratar advogados; Hábeas Corpus - Outro atraso é a limitação para uso do Hábeas Corpus e a incorporação de aspectos do processo civil no sistema recursal, um sistema falido e retrógrado. Isso está diminuindo a discussão em sessão das situações processuais importantes. Indenização Cível - Outro aspecto negativo é o arbitramento da indenização cível quando da sentença penal condenatória, o que possibilitará o desvirtuamento das finalidades do processo penal, com a discussão no primeiro grau e nos recursos, da espécie de culpa cível, culpa concorrente, culpa exclusiva, concorrências de culpa, teoria do risco, nexo causal, valores, etc. JORNAL DA AJURIS Comarcas Judiciário e magistratura gaúcha são homenageados nos 130 anos de São Luiz Gonzaga que diz respeito à qualidade do trabalho dos magistrados, bem como na produtividade, razão por que ela é alvo de constantes ataques, todos manifestamente descabidos. Divulgação São Luiz Gonzaga comemorou 130 anos de emancipação político-administrativa e 323 anos de fundação da redução jesuítica pelo padre Miguel Fernandez no dia 3 de junho. Para marcar a data, o município homenageou o Poder Judiciário e a magistratura do Rio Grande Sul, na pessoa do juiz de Direito, diretor do Foro da cidade e diretor de Valorização Profissional da AJURIS, Luís Antônio de Abreu Johnson. Na abertura da solenidade, na Praça da Matriz, o prefeito Vicente Diel fez a entrega de uma placa ao magistrado como agradecimento pela contribuição que o Poder Judiciário vem dando ao município, especialmente pelo empenho de seus juízes na resolução dos conflitos de interesses dos cidadãos e a busca permanente da paz social. O chefe do Executivo Municipal assinalou, ainda, que a conclusão do novo prédio que abrigará o Foro da Comarca representará um marco histórico para São Luiz Gonzaga. O juiz Luís Antônio de Abreu Johnson agradeceu a homenagem recebida, afirmando que ela se estende aos demais colegas da Comarca, André de Oliveira Pires e Gabriela Dantas Bobsin. Ele observou, ainda, que a honraria também é dedicada à magistratura gaúcha, que mesmo tendo a maior sobrecarga de trabalho do País, é a que melhor responde aos anseios da sociedade, tanto no Magistrado recebe placa das mãos do prefeito de São Luiz Gonzaga Campanha para biblioteca no presídio local A Vara de Execuções Criminais de Três Passos (RS), juntamente com a administração do presídio da comarca, lançou campanha para criar uma biblioteca no interior da casa prisional, voltada ao atendimento dos apenados. A iniciativa visa estimular o hábito da leitura e a busca de conhecimento, trazer novas fontes de informação, ser uma alternativa de lazer sadio e propiciar aos apenados mais um suporte na sua jornada de reinserção social. A Vara de Execuções, sob o comando do juiz Marcelo Colombelli Mezzomo, está recebendo doações de livros de literatura, científicos e técnicos, além de períodicos noticiosos ou técnico-científicos para montar o acervo da biblioteca, que ainda representará mais uma alternativa de trabalho para os apenados do regime fechado. De acordo com o administrador do presídio Claudiomiro Silva de Castro milhares de exemplares, entre livros e revistas, já foram arrecadados. A VEC funciona junto ao Fórum, avenida Júlio de Castilhos, nº 210, Três Passos, RS (fone 55-3522-2385), e recebe doações de livros e revistas (inclusive usados), durante o horário de expediente. O Judiciário mais perto do cidadão Comunicação entre a magistratura e a sociedade O programa, produzido pelo Departamento de Comunicação Social da AJURIS, é exibido na TVE, canal 7 de Porto Alegre, às 22h, aos domingos; e na TV Justiça, agora também às 10h30, na segunda-feira, no canal 8 da NET. Entre na página da AJURIS www.ajuris.org.br e clique no banner da Radioweb 10 JORNAL DA AJURIS Caco Argemi Artigo Judicialização da saúde. Um problema ou uma contribuição? Eugênio Couto Terra* A judicialização da saúde, é, sem dúvida, assunto tormentoso. Discute-se a questão na classe médica e entre a população, notadamente por aqueles que buscam mais diretamente uma prestação do Estado nessa área. Os gestores do SUS, nas três esferas de governo, não deixam de manifestarse com veemência, e a mídia, cumprindo seu papel, repercute todas as posições, faz pesquisas, relata casos dramáticos e outros tantos insólitos. E o Judiciário, ocupando a centralidade que lhe cabe no Estado Democrático de Direito - quando a Constituição Federal, pelo menos para razoável parcela da sociedade não tem uma efetivação concreta -, não se tem omitido de enfrentar a situação. É certo que o Poder Judiciário, como os demais Poderes da República, também é responsável por assegurar o direito de acesso à saúde, que é um dos compromissos assumidos pelo Estado no nosso pacto social – a Constituição. Todavia, a responsabilidade do Judiciário, pela sua natureza e estrutura, não é a mesma que a do Executivo e do Legislativo. Não se pode pretender que a atividade jurisdicional venha substituir o planejamento e a execução das políticas públicas de saúde. Estas, por excelência, incumbem às leis, que devem traduzir a proposta constitucional para a sua aplicação pela administração pública, restando ao Executivo a sua consecução prática. Até porque a atividade legislativa representa, pelo menos em tese, a tradução democrática da vontade popular pela via da representação, cabendo, ao Executivo, pela sua maior estrutura de aparelhamento técnico para obter dados e detectar as maiores deficiências sanitárias, a consecução prática daquilo que for estabelecido na lei. Funcionasse o sistema com alguma razoável eficiência, pouco restaria ao Estado-Juiz na esfera da saúde. Ficaria restrito ao exame de casos pontuais e excepcionais que toda e qualquer aplicação da lei de forma geral acaba por fazer surgir. Na disfuncionalidade do sistema, como ocorre no Brasil, impõe-se ao Judiciário fazer correções, tanto no âmbito individual como na formulação das políticas públicas, sempre que não for garantido um mínimo existencial em termos de saúde; a ausência de um mínimo essencial, que garanta a dignidade da pessoa humana - valor central em toda sociedade contemporânea -, não pode ser admitida. Aliás, só se justifica a existência do Estado se ele for antropologicamente centrado. Nessa perspectiva, a judicialização de que falamos não pode ser vista como um problema que impede ou impedirá uma prestação de saúde razoável para a população. As demandas individuais, execradas por aqueles que pretendem deter o monopólio de decidir o que é ou não razoável para uma política pública de saúde e não querem a discussão democrática e ampliada com toda a sociedade, cumprem um papel fundamental. Acabam por servir como um meio de alerta e de indicação de onde está falhando o sistema de saúde. E tanto é assim, que correções já se deram inclusive na esfera administrativa, por força do grande ingresso de ações individuais. Exemplo vivo e recente é a política de tratamento da Hepatite C, independentemente de que ainda precise ser mais aprimorada. O passo seguinte, que o Judiciário não deve deixar passar ao largo, é permitir, quando houver omissão estatal em garantir saúde - e lamentavelmente há – que se trave a discussão da formulação de políticas públicas. E que se faça isso ouvindo a todos: cuidadores, pacientes, gestores, especialistas, enfim, com efetiva participação da sociedade. É factível, é viável basta querer ousar, ainda que seja trabalhoso. Adotando-se a realização de audiências públicas dentro do processo isso é possível e não se rompe com o sistema de garantias processuais. Não há prejuízo para ampla defesa e nem para o contraditório e o resultado será a definição e implementação de uma política pública de saúde razoável e executável. Isso porque passará pelo processo de discussão democrática e, ao final, predominará o bom senso, pois será uma decisão construída coletivamente. A judicialização da saúde, portanto, se encarada com seriedade e bem trabalhada, pode ser a grande contribuição do Judiciário para ajudar a solucionar a questão sanitária brasileira. *Juiz da 10ª Vara da Fazenda Pública – especializada em saúde e meio ambiente – e assessor da Presidência da AJURIS 11 JORNAL DA AJURIS Saiba Mais Sobre o DAS Seguindo o objetivo de sempre procurar melhorar o atendimento e a qualificação dos serviços oferecidos aos associados, a gestão que se inicia está participando ativamente das reuniões de coordenadorias divulgando e recebendo sugestões sobre a atuação do DAS. Nesses poucos meses que passaram, já implementou melhorias na cobertura com a deliberação de aumentar o valor de ressarcimento das consultas médicas de R$ 124,80 para R$ 168,00 a partir de 1°/6/2010. Conta ainda com mais uma opção de convênio para pronto-atendimentos, que em extensão ao credenciamento já existente com o Hospital Moinhos de Vento, abrange agora também o seu serviço de Pronto Atendimento. Também focando o âmbito da prevenção, está reembolsando a vacina trivalente contra os tipos mais comuns de vírus da gripe mais o vírus da Gripe A. Segue algumas dicas para melhor usufruir os benefício do DAS: A apresentação de laudo médico prévio e posterior ao ato cirúrgico é imprescindível, para agilizar a análise e o reembolso das despesas. O associado e cada dependente têm direito a 12 CONSULTAS por ano. As diferenças de CONSULTAS pagas quando da utilização do IPE, serão reembolsadas integralmente sem prejuízo ao crédito de doze consultas anuais; As consultas utilizadas pelo convênio com a UNIMED serão descontadas do crédito de 12 anuais a que o associado e seus dependentes têm direito. O convênio é válido somente para a utilização de consultas médicas eletivas em consultório. A utilização do IPE na realização de EXAMES proporciona o reembolso integral da franquia paga, evitando assim gastos desnecessários aos associados. Se o médico não for cadastrado no IPE-SAÚDE, a requisição do médico particular poderá ser substituída através dos médicos integrantes do Corpo Técnico do DAS. Os EXAMES realizados sem a utilização do IPE, terão cobertura de 50%. Para INTERNAÇÃO EM HOSPITAIS credenciados é necessário solicitar junto ao DAS a Carta de Fiança, com no mínimo 48 horas de antecedência, para tanto o associado deve encaminhar laudo médico indicando a patologia que deverá ser tratada. Para atendimentos de EMERGÊNCIA em locais não credenciados é indispensável que seja solicitado o boletim deste atendimento e que o mesmo seja encaminhado ao DAS para análise. A cobertura fica sujeita ao exame por parte de nossa assessoria médica, enquadrando ou não o atendimento nas normas do regulamento. Para utilizar a ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGIA nos profissionais credenciados é necessário apresentar a Carteira do DAS. No ato do atendimento, o associado não pagará nada ao credenciado, apenas assinará a GAC – Guia de Atendimento e Cobrança, que constará os procedimentos realizados. A cobertura prevista é de 80% das despesas, à exceção dos implantes, que terão cobertura de 60%. A diferença será cobrada do associado diretamente em folha de pagamento. Lembre de ao assinar a guia, solicitar a sua via preenchida no ato do atendimento. Por fim, nunca é demais lembrar que a saúde do DAS, que vai muito bem, depende exclusivamente da forma utilizada pelo associado. Para assim continuar, sempre que possível, também utilize o IPE para quem também contribuímos. 12 JORNAL DA AJURIS Debate Bate-Papo “Por que ninguém me entende?” Mais de 40 pessoas prestigiaram a palestra do consultor de empresas Marcus Paim depende dos instrumentos utilizados p ar a p as s ar a mens agem, a disponibilidade do receptor em recebêla e a forma como ela construída. É importante que a informação seja passada com clareza e objetividade. “Existe muita informação e pouco aprofundamento”, diz o palestrante Fotos: Fabiana Betat Por que ninguém me entende? Esse foi o tema do bate-papo realizado no mês de maio, na Escola Superior da Magistratura (ESM). O evento, promovido pela Vice-Presidência Cultural da AJURIS, trouxe cerca de 40 pessoas para o miniauditório da Escola, que dialogaram com o palestrante, Antonio Marcus Paim, trocando ideias sobre os desafios da comunicação interpessoal contemporânea. O palestrante discorreu sobre as causas mais frequentes do mal-entendido nas relações sociais, profissionais e familiares. Para o consultor, o tema é especialidade de todo o ser humano. Paim lembrou que em todo processo de comunicação existe a figura do comunicador - aquele que deseja passar uma mensagem -, o receptor - que seria o destinatário daquela informação - e a mensagem propriamente dita. O sucesso de um feedback - retorno - positivo As juízas Rosana Garbin, Dulce Ana Gomes Oppitz, o palestrante Marcus Paim, e a magistrada Maria Lucia Buchain ratificando que o comunicador e seu receptor devem estar em compatível nível de entendimento. As chamadas falhas na comunicação acontecem, justamente, porque nem sempre as pessoas estão aptas a receber o que o outro tem a passar. “Se o repertório do emissor do fato não corresponder ao repertório do receptor, a lacuna do total entendimento fica incompleta”. Para Marcus Paim, geralmente as pessoas que têm como princípio respeitar os diferentes posicionamentos estão mais propícias a desenvolverem um processo de comunicação mais eficiente. O debate foi mediado pela juíza de Direito Maria Lucia Buchain Rodrigues, diretora de Comunicação Social da AJURIS. No encerramento, a vice-presidente Cultural da AJURIS, Dulce Ana Gomes Oppitz, e a diretora do Departamento Cultural, Rosana Broglio Garbin, agradeceram a presença e participação de todos, prometendo a realização de novos encontros como esse. Para o estudante de Direito, Rafael Schroder, a palestra foi muito rica, pois o público pode interagir do início ao fim. A juíza de Direito Rute dos Santos Rossato também destacou a importância do evento: “Foi uma oportunidade rara, a palestra de um profissional qualificado, que nos propôs um aprendizado sobre a comunicação do dia-a-dia. Consegui identificar-me com alguns dos problemas por ele apontados”. 13 JORNAL DA AJURIS Esporte Corrida rústica V JNM: AJURIS vence principais jogos e fica em segundo A AJURIS se destacou mais uma vez nos Jogos Nacionais da Magistratura (JNM), vencendo as principais competições em equipe, como vôlei nas categorias masculino (1º lugar) e feminino (1º lugar); vôlei de praia feminino (1º lugar) e masculino (2º lugar); basquete masculino (1º lugar), e Futvolei (3º lugar). Com esses resultados e o desempenho de todos os atletas, a delegação gaúcha conquistou o segundo lugar no quadro geral de medalhas. Num total de 51, foram 19 de ouro, 21 de prata e 12 de bronze. Em primeiro lugar ficou o Paraná com 69 medalhas: 29 de ouro, 19 de prata e 21 de bronze. Este ano, a equipe masculina de vôlei chegou ao pentacampeonato invicta. Uma marca histórica nos JNM. Nas cinco edições, não perdeu um único set. O juiz Alexandre Kosby Boeira foi um sucesso na natação, retornando ao Estado com seis medalhas. A magistrada Milene Koerig Gessinger também se destacou na natação e no atletismo, conquistando seis medalhas. A juíza Analúcia de Albuquerque Paiva, como em anos anteriores, também teve uma participação brilhante na natação com quatro medalhas. Pela primeira vez foi disputada uma corrida rústica nos JNM. Maratonistas representaram a AJURIS, percorrendo 10 quilômetros no Parque Nacional do Iguaçu. Mérito aos atletas Antônio Rodrigues Filho, marido da juíza Rosane Bem da Costa, (1º lugar / master – 38’16”), sendo o primeiro atleta de todas as categorias a cruzar a linha de chegada, e os magistrados Mário Roberto Fernandes Correa (1º lugar / senior – 38’39”) e Nilton Tavares da Silva (2º lugar / senior – 50’01”). O representante da AJURIS na Diretoria de Esportes da Associação Brasileira de Magistrados (AMB), José Antônio Flôres, um dos idealizadores do evento, explicou que a intenção com a organização dessas competições é criar um espaço de convivência entre os magistrados e seus familiares. E é o que tem acontecido. A delegação da AJURIS foi a segunda maior, com 78 participantes, ficando atrás apenas da anfitriã, que levou 100 pessoas. Competição oficial da AMB e realizada pela Associação dos Magistrados do Paraná (AMAPAR), a quinta edição dos JNM foi realizada entre os dias 26 e 29 de maio, em Foz do Iguaçu. 14 VOLEIBOL MASCULINO: André de Oliveira Pires, Daniel Nonohay, Flávio Mendes Rabello, Guilherme Correa, Hilbert Obara, Ralph Langanke, Régis Adil Bertolini, Sérgio Sudbrack, Wilson Dias VOLEIBOL FEMININO: Adriane Dias, Ana Paula Alencastro, Gabriela Chaves, Giovana Farenzena, Julieta Pinheiro Neta, Keila Tortelli, Helena Panichi, Marianne Chaves BASQUETE: Adriano Parolo, Alexandre Kreutz, Alexandre Panichi, Amilcar Melgarejo, Daniel Nonohay, Danilo Schneider Jr., Diego Leonardo Pineiro, Dorval Bráulio Marques, Flávio Mendes Rabello, Hilário Pires, Hilbert Obara, Léo Pietrowski, Nei Breitnan, Marcos Braga Martins VOLEIBOL DE PRAIA FEMININO: Giovana Farenzena e Julieta Pinheiro Neta VOLEIBOL DE PRAIA MASCULINO: Hilbert Obara e Daniel Nonohay / Ralph Langanke e Roger Xavier Leal FUTVOLEI: Daniel Nonohay e Roger Xavier Leal / Hilbert Obara e Wilson Dias EQUIPE FUTSAL: Daniel Nonohay, Diego Pineiro, Gérson Lira, Gérson Martins, Guilherme Correa, Hilbert Obara, Marcos Braga Martins, Ralph Langanke, Régis Adriano Vanzin, Wilson Dias, Roger Xavier Leal TÊNIS DE MESA: Roberto da Silva (3º lugar) TIRO ESPORTIVO: Alexandre Panichi (3º lugar pistola) NATAÇÃO FEMININO 50M COSTA LIVRE Daniela da Silva (2º lugar - 51”01), Alecsandra Silva Lima (3º lugar - 58”27) 50M COSTAS SENIOR Analúcia de Albuquerque Paiva (1º lugar - 54”59) 100M LIVRE LIVRE Milene Koerig Gessinger (3º lugar - 1’40”91) 100M LIVRE SENIOR Analúcia de Albuquerque Paiva (2º lugar -1’58”47) 50M PEITO LIVRE Alecsandra Silva Lima (2º lugar - 1’01”95) 4 X 50M LIVRE LIVRE Milene Koerig Gessinger, Daniela de Lucca, Alecsandra Silva Lima e Analúcia de Albuquerque Paiva (1º lugar – 3’02”89) NATAÇÃO MASCULINO 50M COSTA MASTER Alexandre Kosby Boeira (1º lugar -36”83) 50M COSTAS SENIOR Umberto Sudbrack (2º lugar - 1’04”78), Ricardo Zem ( 3º lugar 1’10”90) 50M LIVRE MASTER Alexandre Kosby Boeira (1º lugar) 50M LIVRE SENIOR Ícaro Carvalho de Bem Osório (2º lugar), Léo Pietrowski (3º lugar) 100M LIVRE MASTER Alexandre Kosby Boeira (1º lugar - 1’00”92) 100M LIVRE SENIOR Icaro Carvalho de Bem Osório (2º lugar - 1’26”48), Ricardo Zem (3º lugar - 1’41”34) 50M PEITO SENIOR Léo Pietrowski (2º lugar - 53”44), Ícaro Carvalho de Bem Osório (3º lugar - 56”10) 50M PEITO MASTER Alexandre Kosby Boeira (2º lugar - 41”28) 50M BORBOLETA MASTER Alexandre Kosby Boeira (1º lugar - 29”23) 50M BORBOLETA SENIOR Ícaro Carvalho de Bem Osóvio (2º lugar - 39”07) 4 X 50M LIVRE SENIOR Umberto Sudbrack, Dorval Bráulio Marques, Ricardo Zem e Ivan Bruxel (1º lugar – 3’02”38) 4 X 50M LIVRE MASTER Alexandre Kosby Boeira, Hilbert Obara, Ícaro Carvalho de Bem Osório e Léo Pietrowski (1º lugar - 2’07”59) ATLETISMO FEMININO 100M LIVRE Milene Koerig Gessinger (1º lugar – 16”3) 400M LIVRE Julieta Pinheiro Neta (2º lugar – 1’21”3) 1.500M SENIOR Regina Machado de Bem Osório (1º lugar – 9’43”8) 200M LIVRE Milene Koerig Gessinger (2º lugar 35”0) 200M MASTER Cristiane Saraiva (2º lugar – 44’6) e Giovana Farenzena (3º lugar – 50”0) 800M MASTER Cristiane Saraiva (3º lugar – 5’06”’8) 800M SENIOR Silvana Tavares da Silva (1º lugar – 5’06”7) 4 X 100 LIVRE Julieta Pinheiro Neta, Milene Koerig Gessinger, Rosane Bem da Costa e Maria da Graça Saraiva (2º lugar – 1’14”2) 4 X 100 MASTER Cristiane Saraiva, Giovana Farenzena, Viviane de Faria Miranda e Silvana Tavares da Silva (1º lugar – 1’29”2) ATLETISMO MASCULINO 100M SENIOR Pedro Luiz Rodrigues Bossle (2º lugar – 15”9) 400M LIVRE Antônio Rodrigues Filho (2º lugar – 1’09”4) 1.500M LIVRE Antônio Rodrigues Filho (2º lugar – 5’27”4) 200M LIVRE Hilbert Obara (2º lugar – 28’6”) 800M MASTER Antônio Rodrigues Filho (1º lugar - 2’41”1) 800M SENIOR Nilton Tavares da Silva (1º lugar – 3’20”3) 4 X 100 LIVRE Hilbert Obara (RS), Elias Rodrigues dos Santos (RN), Sérgio Lucas (SE) e Geraldo Amorim (AL) (1º lugar – 55”7) Adriano Parolo (RS), Mauro Boldini (AL), Rômulo Vasconcelos (SE) e Luciano Galvão (AL) (2º lugar – 1’10”9) 4 X 100 MASTER André Batizani, Antônio Rodrigues Filho (RS), Adriano Parolo (RS) e Luciano Galvão (AL) (3º lugar – 1’03”4) 4 X 100 SENIOR Fernando Clemente, Nilton Tavares da Silva (RS), Rômulo Vasconcelos (SE) e Hilário Pires ( RS) (1º lugar – 1’14”1) • esporte • esporte • esporte • esporte • esporte JORNAL DA AJURIS Basquete Futsal Futvolei Atletismo Reflexão e debates sobre assuntos de interesse da classe Natação masculino Voleibol masculino Voleibol de praia feminino Voleibol feminino Voleibol de praia masculino Mais do que confraternização entre magistrados e familiares, a quinta edição dos Jogos Nacionais da Magistratura serviu para colocar em pauta temas que fazem parte do cotidiano de quem atua no Poder Judiciário. O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, que acompanhou os atletas que representaram a entidade, ressaltou a importância cada vez maior do encontro: “Não é só um momento de descontração, mas de trocas de conhecimento entre as magistraturas de vários Estados da Federação, que acabam ajudando na própria atividade jurisdicional.” Durante as competições, também foi realizada a reunião mensal do Conselho Executivo da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Em debate, a criação de uma Campanha de Combate à Tortura, a organização do I Congresso Internacional da AMB no Canadá e os avanços das propostas legislativas apresentadas pela entidade para a elaboração da nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN). Seis representantes da Ajuris fazem parte da Diretoria da AMB: João Ricardo dos Santos Costa é um dos vice-presidentes e também está à frente da Comissão de Direitos Humanos da entidade; Nelo Ricardo Presser, secretário-geral; Eugênio Couto Terra, coordenador das Justiças Estaduais; desembargador Eladio Lecey, diretor-presidente da Escola Nacional da Magistratura; José Antônio Flôres é um dos diretores de Esportes; e dona Eneida Barbosa, diretora de Pensionistas. • esporte • esporte • esporte • esporte • esporte • 15 JORNAL DA AJURIS Fotos: Elaine Carrasco JORNAL DA AJURIS Cultural Chopin, 200 anos: uma reverência ao grande mestre Tiago Halewicz apresentou a história de Chopin Chopin é, ainda hoje, orgulho para a Polônia Uma música dotada de simplicidade, sensibilidade, exotismo e uma dissonância não usual na época, mas que cruzou as fronteiras da Europa. Foi dono de uma técnica em que não há exata distinção entre improviso e composição e transformou o piano em um instrumento com possibilidades de expressões inesperadas, criando um universo de sons jamais anteriormente executado. Este é o perfil das melodias de Chopin apresentado pelo pianista Tiago Halewicz que abriu o almoço cultural da StudioClio – Instituto e Arte Humanista, em Porto Alegre. O evento, realizado em parceria com a AJURIS, contou com a presença de vários associados da entidade e integra a comemoração dos 200 anos de Chopin, com apoio do Consulado Geral da República da Polônia. Uma homenagem da Capital gaúcha ao grande mestre Fryderyk Chopin. Especialista no tema, Tiago falou sobre as principais influências das composições do músico polonês, obrigado a deixar o país de origem aos 20 anos para se erradicar em Paris, na França, quando no final do século XVIII, perdeu sua autonomia por conta da partilha de seus territórios entre a Áustria, Prússia e Rússia. Fryderyk Chopin nasceu em Zelazowa Wola - localidade distante 54 km de Varsóvia, e deixada pela família no outono de 1810. Transferiram-se para Varsóvia, onde o pai Nicolas Chopin assumiu um cargo de professor em um liceu da cidade. 16 Diversos associados da AJURIS participaram do almoço Desde a tenra idade, teve uma saúde bastante frágil que merecia cuidados especiais. Em período de férias, o compositor costumava passar o verão no interior, na casa de um de seus colegas de escola, Dominik Dziewianowski, em Szafarnia, vilarejo localizado na província de KujawskoPomorskie. Foi lá que Chopin conheceu as tradições rurais, danças e os costumes que compreendiam a cultura dos habitantes daquela região. As estadas em Szafarnia deram subsídios para que o folclore polonês integrasse em grande parte o repertório chopiniano. Com oito anos, Chopin já compunha e apresentava-se em concertos. No ano de 1830, aos 20 anos, devido ao prestígio que já tivera no exterior, Fryderyk Chopin retira-se da Polônia para nunca mais voltar. Depois de excursionar profissionalmente pela Áustria e Alemanha, fixa residência em Paris. George Sand, pseudônimo utilizado pela escritora Amantine Aurore Lucile Dupin, foi a mulher que conheceu aos 26 anos de idade, sendo ela cinco anos mais velha, divorciada e mãe de dois filhos. O relacionamento, na época, levantou muitas críticas ao casal. Chopin faleceu em Paris, no dia 17 de outubro de 1849. Passou seus últimos momentos de vida no apartamento da Place Vendôme, ao lado da sua irmã Ludwika e de alguns amigos próximos, como o pintor Teofil Kwiatowski. O cortejo fúnebre reuniu mais de 3 mil pessoas no dia 30 de outubro e chega à cerimônia na Igreja de Madeleine ao som do Réquiem de Wolfgang Amadeus Mozart. Seu corpo foi sepultado na mesma cidade no Cemitério Père Lachaise. Entretanto, seu coração repousa em solo polonês, na cidade de Varsóvia. A Igreja da Santa Cruz abriga um epitáfio em homenagem ao compositor.