FILOSOFIA - III O ATEÍSMO O ATEÍSMO O ateísmo é um fenômeno sumamente complexo; O Concilio Vaticano II há tomado em consideração este fato Não é fácil definir o conceito de ateísmo; Significa desde um ponto de vista etimológico: a negação ou ausência de Deus; O ateísmo sempre está relacionado com a imagem concreta e histórica de Deus; O ateísmo é o oposto ao teísmo – concepção de Deus como ser infinito, criador, providente; É diferente do deísmo – postura que admite a existência de Deus, mas nega a sua providencia, e não é o mesmo que panteísmo; e Assim que, em sentido mais amplo, ateísmo abarca também em sua postura, os temas do deísmo e do panteísmo. O ATEÍSMO Distinguem-se comumente três tipos de ateísmo: histórico; prático; e teórico-prático. O ATEISMO Expressões do Ateísmo Teórico Pode ser considerado: Negativo si a existência de Deus é simplesmente ignorada, ainda que se tenha certa idéia dele; Positivo quando leva consigo um juízo que de algum modo exclui a Sua existência. O ateísmo positivo pode ser assertivo ou dogmático, ascético, agnóstico ou semântico. O ATEISMO Expressões do Ateísmo Prático O ateísmo é prático quando não se baseia em um juízo especulativo-prático, sobre a obrigação de não contar com Deus na vida humana. Não é fácil explicar. O ateísmo prático consiste em dirigir positiva e exclusivamente a própria atenção a um sistema de valores no qual Deus esta ausente. Dita atitude não se identifica com a imoralidade, já que existem crentes que vivem desonestamente, enquanto que, ao contrário, existem ateus práticos que vivem de maneira honesta. O ATEISMO Expressões do Ateísmo Teórico prático Baseia-se no juízo expeculativo-prático, sobre o dever de excluir a Deus da atividade humana; É evidente o nexo que esta forma de ateísmo tem tanto com o deísmo, como com o ateísmo teorético positivo; Esta forma de ateísmo especulativo-prático tende a relegar a religião ao âmbito da existência individual, excluindo qualquer influencia do religioso na vida pública, na legislação, e particularmente, na educação; É evidente que esta forma leiga do Estado, em matéria de religião, é distinta, somente quer dizer que o Estado, evite emitir juízo de valor em matéria religiosa; Combate à intromissão do clero religioso na vida pública; e Por outro lado, a outra cara da moeda, pode ser a forma de governos teocráticos. O ATEISMO Estrutura do Ateísmo O ateísmo contemporâneo apresenta características particulares sobre as quais temos que considerar; 1. O ateísmo como qualquer outro fato histórico, deve-se de estudá-lo em relação como um processo do pensamento filosófico; 2. Em um sentido antropocêntrico, acompanhado de um sentido leigo, e progressivo das estruturas sociais, e da secularização da cultura. O ATEISMO Matrizes do Ateísmo. 1. Matriz cientifica – técnica a) A primeira raiz, o causa do ateísmo atual a encontramos no espírito cientifico, e técnico. Deveria estar claro, que ciência e tecnologia são por si neutrais, em relação ao problema metafísico e religioso. Entretanto, com freqüência tem-se a pretensão que ambas resolvem todo o problema do ser humano. Estas matrizes positivas da ciência e da técnica, dão lugar a uma concepção do homem qualificada como humanismo científico e técnico. O ATEISMO b) A segunda forma, de humanismo, é em certo sentido, oposto a primeira raiz, à ciência como contínua busca da verdade. A ciência jamais chega a conclusões definitivas e irreformáveis, não pretende, por tanto, que suas próprias teorias sejam verdadeiras ou falsas, se não somente que sejam simples, coerentes e fecundas. Esta é, em geral, a postura do neopositivismo. Na melhor das hipóteses, a religião e a teologia ficam excluídas do âmbito da ciência e da tecnologia. O ATEISMO 2. Matriz da Liberação Referimo-nos ao humanismo ateu: Propõe-se tal humanismo da liberação da humanidade, de toda forma de alienação; A humanidade segundo esta doutrina, encontra-se em sua maior parte em uma situação anormal de escravidão e exploração; Qual é a influencia da religião neste processo? A religião é ao mesmo tempo efeito – em quanto é protesta contra uma ordem injusta – e causa, em quanto mistifica a protesta dirigindo-a a uma meta irreal; O ATEÍSMO Aqui encontramos as duas características fundamentais do marxismo como humanismo social, que vincula estreitamente à alienação as estruturas religiosas, e como filosofia a práxis, que não deseja ser tão só ser contemplativa; e O materialismo de Feuerbach também atuava por este lado – compromisso prático, social, e político transformação radical da situação atual. O ATEISMO Nietzsche Sem dúvida, que estamos diante de um notável filósofo que no intuito de superar-se a si mesmo escreveu: “Eu sou o que tem que me superar a mim mesmo, (...) por nós mesmos devemos uma e outra vez superar-nos...”. Para Nietzsche a meta da auto-transcêndencia é sempre o homem; Isto é, o homem superior que é capaz de superarse a si mesmo; E para se conseguir este tipo de homem, deve eliminar a idéia da existência de Deus; O ATEISMO Nietzsche. Por isto a mensagem de Zaratustra ao homem superior é que Deus há morto; A morte de Deus proclamada por Nietzsche significa o desmoronamento do mundo transcendente, e o inicio do ateísmo, ou De uma transformação libertadora; É o homem buscando sua liberdade. “...Mais agora este Deus há morrido! Vós homens superiores, este Deus era vosso máximo perigo. Só desde que ele jaz no túmulo, haveis ressuscitado. Somente agora chega o grande meio dia, somente agora se converteram em homens superiores; O ATEÍSMO (...) Haveis entendido esta palavra, irmãos meus? Estais assustados: sentem o vértigo em vossos corações? Vistes abrir aqui para vós o abismo? Os ladra aqui o cachorro infernal? ¡Bem! ¡Adiante! ¡Vós homens superiores! Agora é quando gira a montanha do futuro humano. “Deus há morto, agora queremos que viva o super-homem. O ATEISMO Nietzsche A grande expectativa de Nietzsche é a esperança no super-homem; Quando o homem não busca a Deus, quando renuncia o seu trato com Deus; O homem terá forças suficientes para converter-se no super-homem; Este poder criador do super-homem exclui evidentemente qualquer referencia a Deus; O ATEÍSMO O super-homem é por tanto livre de qualquer atadura legal, ele está mais além do bem e do mal; O super-homem deve estar disposto a afrontar grandes sofrimentos, E partir para a guerra, e não necessita de justificação, já que ele mesmo justifica sua própria ação, Não deve ter piedade com os fracos. O superhomem é um ser solitário. O ATEÍSMO Karl Marx. Marx monta sua filosofia em dois grandes filósofos por um lado Georg W. F. Hegel de quem Marx herdou o método dialético, e por outro lado a Ludwig Fuerbach, de quem herdou o materialismo ateu. Ainda que devedores a ambos, Marx, os critica, afirmando que os filósofos limitam-se a interpretar o mundo, de distintas formas, entretanto, o que realmente importa não é interpretá-lo, e sim transformá-lo. O Marxismo é antes de tudo uma filosofia revolucionária de transformação e crítica. O ATEISMO Karl Marx Quanto a Deus, e a religião, Marx baseia-se em Fuerbach, e Afirma que não foi Deus quem criou o homem, e sim o homem quem criou a Deus; Deus é tão só uma projeção do desejo de infinitude do homem; O ATEÍSMO A religião é por tanto um “ópio do povo” é uma ilusão; A idéia de Deus como projeção das qualidades humanas, Marx encontra o seu fundamento, na filosofia de Fuerbach, que produz o conceito de alienação; A tese de Fuerbach marca um momento decisivo no pensamento de Marx; O ATEISMO O sentido de projeção. Que significa projeção em um sentido técnico? Admito que Deus seja a projeção da experiência do pai em nosso interior, é a sua imagem; Mais porque esta imagem de Deus? Quem é a tela sobre a qual se projeta esta imagem? O ATEÍSMO Fuerbach tinha uma resposta a esta pergunta. Diz que a experiência que tem o homem de sua infinita vontade de viver, a intensidade do amor (...) o permite contar com uma tela sobre a qual projeta imagens (...) neste ponto; Fuerbach fez algo que Marx reconheceu como a crítica final e definitiva da religião; Não podemos entender a Marx, sem entender sua relação com Fuerbach. (...) A religião é uma projeção. É algo subjetivo que colocamos no céu do absoluto. O ATEISMO Karl Marx. Conceito de Alienação Marx leva o conceito de alienação mais além de Hegel e Fuerbach; E aplica a ordem social política, e econômica e religiosa; No sistema marxista a alienação torna-se um conceito fundamental; E instrumento de crítica aos vários seguimentos, do pensamento, e da sociedade; Na sua visão histórica, Marx identifica vários tipos de alienação, que alcança ao homem em sociedade, isto é, O ATEÍSMO Alienação: filosófica, política, econômica, e religiosa; Desde sua tese doutoral sobre Epicuro, Marx já se rebelava contra a religião; Inspirado em Fuerbach, Marx critica severamente a religião; Ele vê na religião, a forma de alienação, do homem; Critica sobre tudo, o caráter de resignação, de conformismo, que a religião cria no homem, com uma doutrina de um futuro céu, esquecendo-se da miséria, e da realidade presente do mundo, onde o homem vive em sociedade. O ATEISMO O trabalho O trabalho voltará a ser uma fonte de felicidade para o homem; A propriedade privada é a raiz de todos os maus, e deve ser erradicada; O capitalismo será definitivamente vencido, e a vitória dará origem ao novo homem da sociedade comunista; O Estado desaparecerá, e o homem experimentará a volta a si mesmo; O ATEÍSMO Nesta nova sociedade, o homem se situará em um plano superior de existência, de pensamento, e de ação; A natureza humana será transformada, e o homem vivera em perfeita harmonia com a natureza; Somente o homem conhecerá a perfeita liberdade, e terá condições para realizar plenamente sua humanidade. ESCOLA FRÁNKFURT Introdução: Escola de Fránkfurt e Teoria Crítica: Estes dois conceitos é algo mais que a Idéia de um paradigma das ciências Sociais. São conceitos que estão intimamente ligados aos nomes de Adorno, Horkheimer, Marcuse e Harbermas. ESCOLA FRÁNKFURT Também nos desperta associações com o movimento estudantil, positivismo, crítica da cultura, terceiro Reich, judeus, República de Weimer, marxismo e pisco analises. É mais que uma corrente Teórica ou uma parte das ciências sociais em Alemanha. ESCOLA DE FRÁNKFURT É necessário admitir que se trata de um grato e bom objetivo. Os Frankfurtianos, constituem-se em uma nova forma de pensar em Ocidente. ESCOLA FRÁNKFURT Esta nova forma de pensar recebe como Herança os pensamentos ateu tanto de Hegel como de Karl Marx. A denominação ESCOLA DE FRÁNKFURT É uma entiqueta posta desde fora na década de 1960. Utilizada por Adorno. ESCOLA FRÁNKFURT La fama de Herbert Marcuse, ídolo dos estudantes em rebelião em Alemanha ao lado de Marx, Mao Zettung y Ho Chi Minh, fez que a Escola de Fránkfurt se converte-se em um mito. A ESCOLA DE FRANKFURT Respaldados por toda sorte de provas cientificas, e em alguns casos com diálogos fecundos com as ciências, as artes, e o amor. ESCOLA DE FRANKFURT Os de Frankfurt unem todos os elementos da tradição ocidental: (1) a razão, (mais uma razão integralmente humana, uma razão que fundamenta suas raízes no sentimento) e, (2) no amor, se não for assim, a tradição ocidental perde a razão de sua existência. A ESCOLA DE FRANKFURT Desde a piedade, e desde a dor, desde a ânsia da vida feliz e desde o sonho de emancipação, se põe a caminho a autentica razão do Ocidente. Por isto, o sonho da emancipação, a razão autentica, julga e condena a razão minguada que em nossa sociedade prende o homem à miséria. A ESCOLA DE FRANKFURT Os Frakfurtianos almejam colocar este idealismo na cabeça, mais também realizá-lo na práxis diária do viver em sociedade. Quatro nomes representam esta Escola: Adorno, Hokheimer, Marcuse e Habermas. A ESCOLA DE FRANKFURT Em Frankfurt um grupo intelectual de esquerda, desejoso de situar-se na encruzilhada: entre os compromissos político totais, que sacrifica a independência, e a inteligência socialmente desligada, que renuncia a critica, por sua incapacidade de autocrítica; vê na ilustração teórica da ação, a missão própria da filosofia. A ESCOLA DE FRANKFURT 1. AS ORIGENS DE UM GRUPO PECULIAR: O período posterior à primeira guerra mundial na Alemanha, a revolução proletária não se há produzido nos países industrializados, se não na Rússia agrária. A revolução alemã há fracassado em 1921: Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram assassinados. O socialismo alemão encontrase em uma difícil situação: O que fazer? A ESCOLA DE FRANKFURT Desde o ponto de vista político cabe duas opções: alistar-se nas filas do partido comunista de signo bolchevique (KPD), ou bem nas filas do partido socialista (SPD), afeto a evolução, mais não a revolução. Este tipo de decisões sempre resultaram complexa para os intelectuais. ESCOLA DE FRANKFURT A oferta filosófica na Alemanha da década dos anos vinte era generosa. Estava presentes nela a fenomenologia, a filosofia da vida, a antropologia filosófica, a filosofia neokantiana dos valores, o positivismo e o marxismo. ESCOLA DE FRANKFURT Os frankfurtianos entenderam que a opção por um marxismo, por uma teoria critica da economia política, que antecipava a ação, representava o melhor serviço que um intelectual podia prestar. A ESCOLA DE FRANKFURT “A ação pela ação”, diria Horkheimer “não é de nenhum modo superior ao pensar pelo pensar, si não que este mais bem o supera” porque a falta de teoria deixa o homem inerte ante a violência. A ESCOLA DE FRANKFURT Era, pois necessários revisar os princípios teóricos do marxismo, precisamente com vistas a sua realização; mas uma tarefa tão importante como esta exigia independência com respeito às forças sociais, inclusive as progressistas, independência política, econômica e financeira. ESCOLA DE FRANKFURT A independência com as forças sociais e a ausência de compromisso político conferirão aos neo-marxistas de Frankfurt, um selo único e inconfundível, e descomprometido. ESCOLA DE FRANKFURT A independência acadêmica e financeira veio assegurada pela criação em Frankfurt do INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO SOCIAL. Criado no dia dois de fevereiro de 1923. O Instituto radicalmente traz uma critica radical da sociedade Freudianomarxista, baixo a direção de Horkheimer. A ESCOLA DE FRANKFURT A pré-história institucional do Instituto, que constitui o embrião da Escola de Frankfurt, foi verdadeiramente breve. Em 1922 Felix. J. Weil organiza um discurso entre intelectuais baixo o título: Primeira Semana de Trabalho Marxista. E mais tarde pensa em fundar um Instituto para o Marxismo, que se converte prudentemente no Instituto de Investigação Social. Junto a Weill, figuram Friedrich Pollock e Max Horkheimer como fundadores do Instituto. A ESCOLA DE FRANKFURT O primeiro órgão divulgador das idéias do grupo de Frankfurt foi à revista publicada em 1932 como o título de Revista de Investigação Social. A revista continha seções dedicadas à filosofia, sociologia geral, psicologia, historia, movimentos sociais e política social etc. Nela se fusiona a herança do idealismo alemão com a tradição da teoria da sociedade de Marx a Durkheim e Weber. Trata, pois, de representar a unidade das ciências sociais, com inspiração filosófica. Com isto se inicia a historia contemporânea de um grupo peculiar. A ESCOLA DE FRANKFURT Tentar uma relação de todos os pensadores que colaboraram com o Instituto de Investigação Social de Frankfurt, ou que guardaram relação com a Escola desde 1922 até 1985, é, sem dúvida uma empreitada difícil. A ESCOLA DE FRANKFURT 2. OS MEMBROS DA ESCOLA DE FRANKFURT: Alguns membros que principiaram ali ficaram no esquecimento, como seja o caso de Pollock, Wittfogel, Sorge, Borkenau, Gomperz, Grossman, inclusive os primeiros diretores do Instituto, Gerlack e Grünberg; e outros menos ligados a Escola que por motivos diversos gozaram e gozam de muita fama, como é o casso de Erich Fromm, Walter Benjamin o Ernest Block que desfrutam de um discreto prestigio. A ESCOLA DE FRANKFURT Nos faz difícil destacar todos os pensadores que passaram pela Escola de Frankfurt.De alguma forma vemos a influencia do teólogo Paul Tillich amigo de Horkheimer e Adorno. A Tillich se deve a criação da primeira cátedra de filosofia social em Alemanha, em 1929, para que Horkheimer pudera ser catedrático e fazerse cargo deste modo da direção do Instituto. A Tillich atribui-se a contribuição da evolução do pensamento teológico com relação aos intelectuais de Frankfurt. A ESCOLA DE FRANKFURT A Escola de Frankfurt propõe um projeto de teoria crítica, referida a práxis, marcada no contexto de um materialismo marxista, entendido no sentido amplo. Na elaboração desta teoria devem concorrer a filosofia, as ciências sociais e as artes. Por tanto, interdisciplinarmente, ela está conectada a reflexão especulativa, a práxis, ou a experimentação. Teoria e práxis estão refletidas neste ambicioso projeto da Escola de Frankfurt. A ESCOLA DE FRANKFURT Outro elemento de suma importância relacionado à Escola de Frankfurt era que os fundadores da Escola eram de origem Judaica. Em efeito a maioria dos fundadores da Escola, precedia de família burguesas etnicamente de origem judaica, o qual – como é obvio - não se sentiam seguros em uma Alemanha em que os Nazis pronto tomariam o poder. A ESCOLA DE FRANKFURT Os fundadores da Escola de Frankfurt eram marxistas,isto é, intelectuais de esquerda. Já se podia vislumbrar sem temor de erro, que a sentença de morte contra os membros da Escola, estava já firmada de antemão. As duas figuras principais Horkheimer e Adorno trabalham em temas comuns, embora, desde posições diferentes. A ESCOLA DE FRANKFURT O recém inaugurado Instituto empreendeu na década dos anos vinte a via do marxismo ortodoxo, em virtude da filiação do seu diretor e de alguns de seus componentes. A ESCOLA DE FRANKFURT O marxismo ortodoxo que deu origens ao Instituto se havia transformado em um marxismo extinto dos postulados fundamentais do materialismo histórico, ao renunciar a confiança no potencial revolucionário da classe obreira, e na luta de classe. A ESCOLA DE FRANKFURT A 30 de janeiro de 1933 com a tomada dos Nazis do poder, o Instituto se vê obrigado a transferirse primeiro a Genebra (estabelecendo filiais em Paris e Londres), mais tarde aos Estados Unidos, concretamente a Columbia University – 1934. Se inicia com isto o período americano, durante o qual o Instituto pretende preservar a cultura alemã, que desde sua perspectiva, não encontra-se neste momento em Alemanha, e começa a familiarizar-se com os métodos empíricos das ciências sociais. A ESCOLA DE FRANKFURT A escola de Frankfurt manteve sempre relações com tendências de todas as linhas de pensamentos; desde as clássicas e polemicas como o cientificismo, como as disputas com o pragmatismo, o neo-positivismo e até enfrentamentos com o marxismo. Da mesma forma houve controvérsias filosóficas bastante acentuadas. A ESCOLA DE FRANKFURT Marcuse se convertia no líder intelectual de uma nova esquerda, fundamentalmente representada pelos movimentos estudantis dos anos sessenta. Horkheimer , Adorno e Habermas tiveram suas diferenças com a esquerda ativista. Habermas protagonizou uma polemica com os principais dirigentes da revolução estudantil dos anos sessenta, ao longo do seu transcurso cunhou a expressão que se fez celebre, de fascismo de esquerdas para o lema estudantil, nenhuma ilustração sem ação. Habermas protagonizou uma polemica com os principais dirigentes da revolução estudantil dos anos sessenta, ao longo do seu transcurso cunhou a expressão que se fez celebre, de fascismo de esquerdas para o lema estudantil, nenhuma ilustração sem ação. ESCOLA DE FRANKFURT Resta por dizer para concluir esta introdução, assinalar que já não vivem mais nenhuns dos três indiscutíveis membros da Escola de Frankfurt. Adorno substitui a Horkheimer na direção do Instituto em 1959, e morreu em 1969. Horkheimer faleceu em 1973, e Marcuse em 1979. TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA “Uma ciência que se crendo independente, vê a formação da práxis, a que serve, e que se satisfaz com a separação entre pensar e o atuar, já há renunciado a humanidade” (Horkheimer). TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA A palavra de Horkheimer expressa sobriamente, e de forma clara, a práxis, servidora da práxis; de uma teoria que não renuncia a humanidade, nem admite, por tanto, a separação entre a ação e o pensamento. A ação sobre a ação. TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA Certamente, não é novo na historia este modelo de conceber a teoria. Somente a partir dos anos sessenta a opinião publica conheceu os de Frankfurt com a denominação teoria crítica. TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA A filosofia sempre se achou crítica, e agora com maior profundidade, se apóia no termo “crítica” encabeçando explicitamente um bom número de obras filosóficas de relevância. TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA Assim que a princípios dos anos trinta Horkheimer busca com afinco “a teoria”. Adorno colabora com ele, mas não chegou mais além dos “fragmentos filosóficos”. Já Marcuse depois da segunda Guerra Mundial é um convicto da teoria – na tradição da crítica de Marx ao caráter fetichista de uma reprodução capitalista da sociedade. TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA Posteriormente vão surgir pensadores como: Habermas, Martin Heidegger, Walter Benjamim etc. Comprometidos de alguma forma com o pensamento dos frankfurtianos. TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRITICA As obras que marcam este giro de interpretação filosófica da práxis escritas por membros do Instituto de Sociologia de Frankfurt: 1) Teoria tradicional y teoria crítica (Horkheimer, 1937), 2) A Teoria crítica ontem e hoje (Horkheimer 1970), 3) Filosofia e teoria crítica (Marcuse, 1937), 4) Para Uma Teoria Crítica da Sociedade (Marcuse 1969), 5) Teoria da Ação Comunicativa (Harbermas, 1981). AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA. O célebre trabalho de Horkheimer “Teoria Tradicional y Teoria Crítica”, descreve o conceito de teoria surgida na filosofia moderna, como uma acumulação de saber, disposto de tal modo que possa utilizar-se para investigar, ou pesquisar, os fatos de modo mais completo possível. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA. O investigador, ou pesquisador, se vê obrigado a configurar o material cientifico como uma estrutura hierárquica de hipóteses capaz de dar conta dos novos fatos que se apresentam. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA esta tarefa representa um momento mais no desenvolvimento da infra-estrutura social, porque a transformação e aplicação de teorias, esta ligada em boa medida a processos sociais reais. A introdução de novas definições não só se deve a coerência lógica de um sistema, si não também as metas da investigação, fixadas desde fora dela mesma. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA Por outra parte, tão pouco, é somente o cientifico que comprova a relação entre as hipóteses e os fatos, porque é na indústria onde se verifica tal conexão. Por tanto, crer que a tarefa cientifica é uma atividade independente da auto-conservação, e reprodução da sociedade, crer que pode subtrair-se a historia e que brota unicamente do conhecimento é em boa medida pura ideologia. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA Isto é precisamente o que ocorre a juízo de Horkheimer, os conceitos tradicionais de teoria, que ignora suas raízes sócio-históricas, e não reconhece como uma atividade produtiva, junto a outras, nascida da divisão do trabalho, em um modo de produção determinado. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA Os sujeitos da ciência burguesa, persuadidos de sua independência com respeito ao processo de produção, separam a razão de tal processo e a hipostasiam nas ciências físicas-matemáticas da natureza. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA Este é o tipo de ciência lógica por excelência, que serve de paradigma também para as ciências sociais. A razão que neste tipo de teoria reside, é para o cientifico burguês, a razão humana, em cujas mãos devemos encomendar a historia. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA A Escola de Frankfurt não negará que a historia deva confiar-se a razão. Herdeira da tradição grega e do idealismo ilustrado. A Escola de Frankfurt advogará por uma sociedade fundada na razão, mais não na razão hipostasiada nas ciências naturais, se não na racionalidade difusa que late nas entranhas mesma da sociedade. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA Por isto é preciso repudiar a razão identificadora, que confunde a verdade com a adequação do conceito da coisa, quando o objeto é sempre mais que conceito, é preciso sentar as bases socioeconômicas de uma sociedade na que confluem Logos e Eros, é preciso recuperar a racionalidade do mundo da vida, desconectada na modernidade: da arte, da moral, e da ciência. AS RAÍZES SOCIAIS DA TEORIA MODERNA A teoria crítica se propõe, pois, construir um saber acerca da sociedade que trate de sacar à luz a racionalidade dos processos sociais, desmascarando do irracional existem neles. DA CRITICA IDEALISTA DA RAZÃO PURA A DIALÉTICA NEGATIVA: Mudar a teoria tradicional do conhecimento de corte fundamentalmente kantiano, é um dos objetivos da teoria crítica da sociedade desde suas origens até os nossos dias. Recordemos que o idealismo kantiano toma boa nota de que a coincidência reinante entre os juízos humanos não pode explicar mediante faculdades subjetivas, mais em lugar de atribuí-la a atividade pensante conjunta, a atividade social histórica, recorre a uma razão inter-sujetiva, hipostasiada, quase que misteriosa . DA CRITICA IDEALISTA DA RAZÃO PURA A DIALÉTICA NEGATIVA: O idealismo reflexa ideologicamente, a remoção do mundo burguês: o individuo aparece como um ser passivo desde o ponto de vista da sensibilidade, ativo desde suas faculdades intelectuais, a sociedade, pelo contrario, se revela como um sujeito ativo, mais cego, porque sua atividade não resulta da atividade consciente de indivíduos livres, se não de uma espécie de misterioso destino sobre-humano. A remoção sujeito-objeto, sua interpretação estática, alheia a qualquer dinamismo histórico, é um dos maiores erros do conhecimento kantiano. Assim que, o que propõe a Escola de Frankfurt, é que o método transcendental kantiano seja modificado por um método filosófico que permita captar a historicidade, a dinâmica do real. DA CRITICA IDEALISTA DA RAZÃO PURA A DIALÉTICA NEGATIVA: A polemica entre o racionalismo crítico e a teoria crítica vem sendo famosa desde que começou a guerra ideológica em 1961 Popper – como representante da razão analítica – e Adorno como representante da razão dialética, por ocasião de um congresso realizado em Tubinga pela Sociedade Alemã de Sociologia. O tema do Congresso era naquela ocasião a Lógica das Ciências Sociais. TEORIA CRÍTICA COMO HERMENÊUTICA DIALÉTICA Desde aquela época se pode dizer que o enfrentamento permanece vivo, e inclusive que se há condensado em dois modos de entender a totalidade do saber em duas formas de vida. Convém precisar que se os dialéticos Adorno e Habermas comandaram a luta frente aos analíticos, Popper e Albert, mantém vivo o fogo dos analíticos. TEORIA CRÍTICA COMO HERMENÊUTICA DIALÉTICA Vamos examinar um pouco esta polemica: 1) O verdadeiro problema consiste em determinar se é possível aos homens assumir praticamente a marcha da historia, de uma historia que até agora os homens não fizeram, e por isto podemos dizer marxianamente que nos encontramos imersos no reino da necessidade. A filosofia dirá Horkheimer já em 1940, insiste em que as ações e fins do homem não têm que ser o produto de uma necessidade cega, a preocupação constante dos frankfurtianos será precisamente, fazer possível que os homens tomem as rendas da historia. Este é o interesse que guia as investigações sociológicas, que quer compreender o sentido dos fatos sociais. TEORIA CRÍTICA COMO HERMENÊUTICA DIALÉTICA A filosofia dirá Horkheimer já em 1940, insiste em que as ações e fins do homem não têm que ser o produto de uma necessidade cega, a preocupação constante dos frankfurtianos será precisamente, fazer possível que os homens tomem as rendas da historia. Este é o interesse que guia as investigações sociológicas, que quer compreender o sentido dos fatos sociais. TEORIA CRÍTICA COMO HERMENÊUTICA DIALÉTICA 2) Nesta ordem de coisas, o ponto de partida da investigação social não pode ser os atos objetivados, ainda quando estiverem formalmente conectados em um sistema. O ponto de partida é a experiência mais não a experiência positivista, se não a experiência da sociedade como totalidade. TEORIA CRÍTICA COMO HERMENÊUTICA DIALÉTICA 3) A totalidade social não se interpreta organicamente, não possui vida própria aparte de seus membros, é impossível entender cada um dos elementos se não é em sua relação ao todo. Sistema e particularidade só resultam cognoscível em sua reciprocidade. TEORIA CRÍTICA COMO HERMENÊUTICA DIALÉTICA 4) Desde um ponto de vista histórico, a teoria dialética da sociedade afirma que os fenômenos particulares dependem da totalidade. Sua analises aponta a leis objetivas do movimento histórico, que não fazem abstração das situações concretas nem se impõem necessariamente, se não tendencialmente. TEORIA CRÍTICA COMO HERMENÊUTICA DIALÉTICA Tais leis se propõem expressar o sentido objetivo de uma trama histórica, por quanto o sentido é constitutiva a tendência histórica. A través delas, a partir do que, todavia no é – o possível – se faz patente na sociedade. TEORIA CRÍTICA COMO HERMENÊUTICA DIALÉTICA 5) A teoria critica não entende sua relação com a práxis como se suas investigações tivessem que se colocar a serviço da técnica. 6) Isto exige atender a uma nova totalidade; a totalidade de ser e o dever de ser, de atos e valorações. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT 1. Max Horkheimer (1895 – 1973): Já dizemos que Max Horkheimer foi o fundador da teoria crítica e diretora do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt. Desde 1932 até 1941, publicou o órgão de pesquisa inter-displinária, utilizando a economia, a sócio-psicologia e a estética. Que de alguma forma constituiu a infraestrutura da Escola de Frankfurt. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT Em 1931 Horkheimer apresenta o programa para corrigir as deficiências das correntes filosóficas idealista: temos que superar esta deficiência mediante uma interpretação dialética contínua entre a teoria filosófica e a prática cientifica especializada. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT A teoria crítica de Horkheimer procura promover a superação entre teoria e prática, e se compreende como uma crítica radical do que existe, para chegar a libertação do ser humano de todas as condições opressivas. As obras mais destacadas de Horkheimer apareceram durante este período: “Autoridade e Família” (1936). “Dialética da Ilustração” (1944). “Eclipse da Razão” (1947). “Teoria e Crítica” (1968). OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT 2. Teodoro Wisengrud Adorno (1903 – 1969): Foi junto a Horkheimer un dos principais expoentes da teoria crítica da sociedade da Escola de Frankfurt. O perfil intelectual deste autor resultaria, até certo ponto, incompreensível, si não tivéssemos em conta a experiência que teve na vanguarda musical da cidade de Viena. Suas primeiras obras foram principalmente no campo da estética e da crítica musical de Viena. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT Obras: “Filosofia da nova música” (1949). “Wagner” (1952). “Mahler” (1960). Segundo Adorno, existe uma força produtiva musical, as quais constituem o material com o que trabalha o compositor as que determina sua posição progressista ou conservadora. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT Na obra escrita em colaboração com Horkheimer, “A Dialética da Ilustração” (1947), afirma que a razão esta estritamente vinculada ao domínio, sua função liberadora encontra-se asfixiada pelo totalitarismo que se manifesta nas sociedades burguesas de forma direta com o fascismo, o indiretamente através de uma implacável integração. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT Posteriormente, aborda o mesmo tema desde outra perspectiva na obra “A Personalidade Autoritária” (1950), obra de caráter coletivo dirigida por Adorno, na que se impõe a tarefa de determinar as inclinações individuais ao racismo e ao autoritarismo que estão encobertos na sociedade norte-americana. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT 3. Herbert Marcuse (1898-1980): Se graduou junto com Heidegger, e a partir da metade da década dos vinte ingressou no Instituto de Investigação Social de Frankfurt. Às vezes realiza uma síntese existencialista-marxista em sua filosofia. Foi um dos primeiros membros da Escola de Frankfurt. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT Marcuse teve que emigrar aos EE.UU. em 1934, ali permaneceu o resto da sua vida ensinando em instituições acadêmicas, ganhou fama nos anos sessenta por ser o inspirador e teorizador dos movimentos radicais da nova esquerda. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT A mentalidade cientifica-tecnológica há produzido o que Marcuse chama “o homem unidimensional”, a pessoa preocupada pelos atos e o domínio onde se perdeu a dimensão mais profunda do ser pessoal. As comodidades e conveniências da sociedade tecnológica deixam o homem unidimensional satisfeito onde está. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT A sociedade tecnológica é um sistema de opressão. O caráter profundamente pessimista de Marcuse aflora em sua obra “O homem unidimensional” (1964). Obra que constitui em uma feroz critica a sociedade industrial contemporânea, onde a individualidade da pessoa se vê tolhida pela instrumentalização e pela repressão da organização social tolerante, só em aparência. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT A esperança da liberação deve depositar-se nas capas sociais marginalizadas, que são as únicas que percebem a carga e o caráter insustentável desta ordem, já que a classe obreira esta integrada completamente no sistema. OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT Marcuse anima a seus leitores a transcender o sistema, e reafirmar a racionalidade e a liberdade. Advoga por um novo tipo de homem, um tipo de ser humano diferente, com novas necessidades, capaz de encontrar um estilo de vida qualitativamente diferente e de construir um ambiente diferente. Como pode chegar a realizar-se este novo tipo de homem? OS TRÊS GRANDES NOMES DA ESCUELA DE FRANKFURT Tal como a historia há demonstrado repetidamente, uma revolução política no o levaria a efeito. Marcuse acreditava que uma sociedade tecnocrática é igualmente falsa, tando em sua forma capitalista como na socialista. Sugeriu que a arte podia ter o poder para efetuar a transformação há uma nova humanidade, mais não deu nenhum tipo de razão suficientemente convincente para tal tipo de esperança. A Religião nas filosofias pósexistencialistas. O termo pós-existencialismo se refere a aquelas filosofias que não só emergem depois do existencialismo, se não que continua com algumas de suas características. Os expoentes mais importantes, são Heidegger e Sartre, que estavam extremamente ligados a um período particular da historia européia. A Religião nas filosofias pósexistencialistas Por outro lado a própria escola de Frankufurt, vai jogar um papel importante na transição do pensamento filosófico europeu, buscando uma praxiologia mais acentuada e apoiada nas idéias práticas de Marx, abandonando de alguma forma o poder frio das idéias. A Religião nas filosofias pósexistencialistas Os pensamentos sobre a liberdade, a transcendência, e a criatividade seguem vigentes, mais as questões de linguagem e da interpretação vai demandar uma maior atenção. A Religião nas filosofias pósexistencialistas Assim que a historicidade vinculada a linguagem, e os textos, estão no centro da noção da interpretação dada por Heidegger, para quem o ser humano “está lançado” ao mundo, no sentido de que a sua existência é inerente a uma certa précompreensão do mundo que está encarnado na linguagem que cada um pode dispor. A Religião nas filosofias pósexistencialistas A interpretação é a “articulação do compreendido” que nos constitui como existentes, ao tempo que, reitera Heidegger “uma interpretação jamais é uma apreensão de algo dado e levado a cabo sem suposto” (O ser e o Tempo). Esta generalização da interpretação que se converte na dimensão constitutiva de toda a existência. A Religião nas filosofias pósexistencialistas Diversa elaboração contemporânea do fenômeno interpretativo há acentuado outros aspectos. Exemplos: 1. Ricoeur há assinalado o conceito de interpretação, como revelação dos sentidos ocultos, em quanto, se restringe a hermenêutica como a interpretação reservada a compreensão dos símbolos, vinculando-a a obra de Freud. A Religião nas filosofias pósexistencialistas Paul Ricoeur, filósofo protestante francês que pode ser enquadrado dentro da ampla tradição fenomenológica existencialista, ainda que em realidade é um pensador ao que se pode considerar eclético, porque seu pensamento se desenvolve em diferentes direções e, também, bebe muito de diversas fontes. Aborda temas antropológicos, simbólicos e hermenêuticos, e se acerca a sua maneira a muitos dos problemas que Gadamer havia pranteado. A Religião nas filosofias pósexistencialistas A principio de sua carreira filosófica, Ricoeur se sentiu atraído a Husserl, cuja obro (Idean) traduziu ao francês. De ai se inclinou ao estudo da natureza humana. O primeiro volume da trilogia “O Homem Falível” que reflete de uma forma clara o abandono do pessimismo e a ansiedade propriamente existencialista, a favor de uma visão mais de esperança . Critica o dualismo e o niilismo virtual que caracteriza a Sartre na obra o “Ser e a Nada”. A Religião nas filosofias pósexistencialistas Foi a problemática do mal (Finitude e Culpa – 1960) o que orientou o interesse de Ricoeur pelo simbolismo e a hermenêutica. O ensino Bíblico sobre o pecado reviste em forma de mito e símbolo. O ser humano não se compreende a si mesmo de maneira direta, se ano reflexivamente, através de símbolos que surgem de seus esforços por existir interativamente com o mundo. A Religião nas filosofias pósexistencialistas A hermenêutica é importante se pretendemos captar adequadamente para a atualidade as intuições que estão presentes no mito e no símbolo. Reconhece na linguagem da religião, do mito, e da poesia a condição de possibilidades e o significado ultimo do pensamento e da vontade. A Religião nas filosofias pósexistencialistas religiosos: proféticos, descritivos, sapiencial, e em forma de hinos. Reconhece na linguagem da religião, do mito, e da poesia a condição de possibilidades e o significado ultimo do pensamento e da vontade. A Religião nas filosofias pósexistencialistas 2. Ch. S. Pierce, desde uma perspectiva da teoria pragmática do signo, faz coincidir o âmbito da interpretação com os do efeito veiculados pelos signos; estes efeitos os interpretam em três gêneros categoriais. A Religião nas filosofias pósexistencialistas (1) emotivos (reações sentimentais a um signo); (2) energéticos (os atos que o signo faz acontecer); (3) lógicos O interpretante lógico pode ser identificado com um conceito na mente de quem recebe o signo. Mais o conceito é ao mesmo tempo um signo que necessita de um interpretante ulterior. Parece que Pierce mantém na interpretação certo caráter de abertura e de processo infinito. A Religião nas filosofias pósexistencialistas 3. Hans Georg Gadamer, Filósofo Alemão discípulo de Heiddegger, no funeral de seu mestre pronunciou um discurso intitulado: “Uma invocação ao Deus desvanecido”. Neste discurso, Gadamer afirmou que seu velho mestre teve um grande interesse pela religião, e particularmente o cristianismo. A Religião nas filosofias pósexistencialistas O seu silencio e ambigüidade a respeito do tema religioso, e de sua convicção de filosofo ele careceu de uma linguagem apropriada para falar de Deus, porque não se pode falar de Deus como se fala de ciências exatas. A Religião nas filosofias pósexistencialistas Gadamer estava profundamente preocupado pelos problemas da linguagem, da verdade e da interpretação. A obra principal de Gadamer “Verdade e Método” mantêm que a linguagem não é simplesmente um instrumento humano, se não que é constitutivo do mundo. A relação do ser humano com o mundo é absoluta e fundamentalmente lingüística por natureza. A Religião nas filosofias pósexistencialistas Segundo Gadamer a obra de arte nos diz mais sobre a realidade de algo que os feitos expostos pela investigação empírica. A obra de arte nos ensina mais porque nos mostra a essência do sentido. Assim que existe mais de uma via para o conhecimento e para lograr a verdade. A hermenêutica, o simbolismo, o uso da imaginação e a linguagem, são fatores necessários para observar a realidade e a verdade. DEFESA DA RAZÃO PRÁTICA Jürgen Habermas (1929) Habermas, filosofo sociólogo e um dos principias representantes da tradição da escola de Frankfurt. Pensador mais racionalista que Bloch e Marcuse, e provavelmente, o filosofo mais conhecido do presente século. Sua atividade intelectual se há centrado fundamentalmente na epistemologia, e especialmente, na questão de como o conhecimento está relacionado e afetado pelos interesses do sujeito que conhece. DEFESA DA RAZÃO PRÁTICA Por “interesses” concebe Habermas as orientações existencialistas básicas que surgem da pessoa em sua relação com o mundo e com outras pessoas. O ato de conhecer não tem lugar no vazio. não é um valor livre o de interesses livre, se não está condicionado. DEFESA DA RAZÃO PRÁTICA Em sua obra conhecida em alemão com o título “Erkenntnis und Interesse” começa com uma analise de tentativa kantiana de encontrar um fundamento transcendental para o conhecimento. Contrasta (desfavoravelmente para Kant) o pressuposto Kantiano de que existam categorias intemporais e inerentes a mente. DEFESA DA RAZÃO PRÁTICA com o ponto de vista de Marx de que o conhecimento está intimamente relacionado com as atividades práticas em condições históricas e sociais variáveis. Habermas tenta harmonizar o conhecimento e interesse mediante um processo de auto-reflexão baseado em Freud.