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Terça-feira, 21 de março de 2006
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edição 93 - [sumário]
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você com dinheiro - faça seu dinheiro trabalhar para você
em evolução
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em equilíbrio
A Bovespa vive um momento de euforia. Confira como
aproveitar essa onda, saiba quanto renderam os papéis das
empresas que abriram capital desde 2004 e o que vem por aí
até dezembro deste ano
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A abertura de capital de empresas brasileiras na Bolsa de Valores
de São Paulo (Bovespa) deve mexer com o apetite dos
investidores nos próximos meses. Tudo porque 2006 promete ser
marcado por ofertas públicas iniciais (IPOs) numa quantidade
superior aos anos anteriores. Há a expectativa de
aproximadamente 15 novas estréias. O presidente da Bovespa,
Raymundo Magliano Filho, no entanto, chegou a projetar, no final
de 2005, um total de 20 lançamentos para este ano. Algumas
novatas, como demonstra o desempenho de debutantes de 2004 e
2005, podem representar bons ganhos futuros. Mais ainda para
quem monta uma carteira de ações pensando na aposentadoria.
Só que antes de se entusiasmar e sair comprando, é bom lembrar
que esse é um mercado para esperar retornos no longo prazo,
entre cinco e dez anos. Por isso, a aposentadoria pode ser um
bom referencial. "Em compensação, a bolsa é a única opção de
investimento em que você ganha duas vezes: na valorização do
papel e na distribuição de dividendos", diz Luis Abdal, assessor de
marketing da Bovespa. O número de aberturas de capital tem
aumentado desde 2002. Mas foi a venda de papéis da Natura, em
2004, que reanimou os lançamentos em bolsa. Houve sete
aberturas naquele ano e dez no ano passado (incluindo a Lojas
Renner, que, apesar de já listada na bolsa, tinha praticamente sido
objeto de um fechamento de capital). "Com tantas companhias
novas, é difícil avaliar se o desempenho de todas as novatas tem
sido positivo para os investidores", diz Márcio Veríssimo, um dos
sócios da MZ Consult, consultoria líder no segmento de relações
com investidores no Brasil. "Mas, ao analisar e comparar os
desempenhos das debutantes, dá para decidir se vale a pena
investir nas recém-chegadas." Pensando nisso, VOCÊ S/A pediu
para a MZ Consult fazer uma análise das últimas operações e seu
retorno para os acionistas (veja o quadro Oferta de Ações).
Como mostra o levantamento da MZ, praticamente todas as
empresas debutantes apuraram retorno positivo para os
investidores. É importante observar que o desempenho das ações
não foi uniforme entre a abertura e o momento atual. Ou seja, a
cotação subiu e desceu diversas vezes no período analisado.
Quem se desesperou com uma queda abrupta logo após uma
subida perdeu dinheiro porque vendeu a ação na baixa de preço.
"Para estar preparado para a próxima leva de abertura de capital é
bom verificar o que alguns casos recentes têm para ensinar", diz
Márcio. Segundo o estudo da MZ, há cinco lições importantes para
http://vocesa.abril.com.br/edicoes/0093/fechado/dinheiro/mt_121718.shtml
21/3/2006
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o investidor que quer aproveitar a onda de abertura de capital na
Bovespa. São elas:
LIÇÃO NÚMERO 1
O mercado acionário não é recomendável para os de coração
fraco
Quem tem planos de ganhos
rápidos pode amargar uma
grande perda. Por isso, os
especialistas recomendam ao
investidor ter paciência para
obter o retorno desejado.
A ação do Submarino é o
melhor exemplo de como o
mercado acionário é volátil.
Cerca de um mês e meio após a
abertura de capital, a ação tinha
despencado mais de 30% do
seu valor inicial. Quem se
apavorou e vendeu seus papéis
perdeu não apenas boa parte de seu investimento inicial, mas
também uma excelente oportunidade de comprar mais ações a um
preço menor que o da oferta inicial. Isso porque o título do
Submarino tem mantido uma forte tendência de alta, acumulando
ganhos de 129% desde a abertura de capital, no dia 30 de março
do ano passado, até 3 de fevereiro deste ano.
LIÇÃO NÚMERO 2
Abertura de capital não é sinônimo de ganhos rápidos
A Natura reinaugurou o
mercado de capitais brasileiro e
suas ações subiram mais de
10% no primeiro dia de
negociação. Teve ainda altas
expressivas nas semanas
seguintes. Sem dúvida, foi
excelente para seus
investidores, mas isso criou a
falsa impressão de que todas as
aberturas de capital devem
produzir um altíssimo retorno
em pouquíssimo tempo. O
desempenho nos dias seguintes
à abertura de capital pode não ser fabuloso. Ainda assim, a ação
pode ser uma excelente companhia para investimentos de longo
prazo. A Gol é um desses casos em que o papel não teve um
grande desempenho nos primeiros dias, mas, após mais de um
ano e meio desde a oferta, tem provado ser um bom investimento.
Entre o dia 24 de junho de 2004, data da oferta na bolsa, e o dia 3
de fevereiro deste ano, quando foi concluído o estudo da MZ, a Gol
valorizou 151,4%.
Em média, a ação tem dado retorno equivalente a praticamente
40% ao ano acima do rendimento do Ibovespa, índice que reflete o
comportamento das ações mais negociadas na Bovespa."Como
não há receita, o investidor deve saber onde está pisando antes de
comprar embalado pela emoção", diz Orlando Zainaghi Júnior,
superintendente adjunto da corretora Santander-Banespa Ações.
LIÇÃO NÚMERO 3
Investir em ações significa correr riscos
Vale a pena repetir: o mercado
acionário é feito de ganhos e
perdas. "Quem só quer ganhar
não deve correr o risco de
negociar com ações", diz Einar
Rivero, coordenador de América
http://vocesa.abril.com.br/edicoes/0093/fechado/dinheiro/mt_121718.shtml
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Latina da consultoria
Economática, especializada em ações. Dois casos ilustram bem o
risco de perda nesse tipo de aplicação. O primeiro exemplo é o
papel da Grendene, que fez sua oferta de ações no dia 28 de
outubro de 2004. Quem investiu nesse título perdeu ao ano quase
50% em relação a alguém que investiu o mesmo valor no
Ibovespa. O segundo caso é o da Renar Maçãs, outra empresa do
Sul do país. Nesse caso, as perdas superam 70%.
LIÇÃO NÚMERO 4
Maior risco pode significar maior retorno
Exatamente por ser um
investimento mais arriscado, a
remuneração das ações
costuma ser maior para atrair os
investidores. Estudos mostram
que o mercado acionário paga
entre 4% e 6% em média a mais
do que a renda fixa. Em um
período longo -- como o
necessário para fazer uma
previdência privada -- com uma
carteira com peso de ações
reduzindo-se conforme se
aproxima da data de resgate do
investimento, o risco pode ser relativamente baixo e com um
retorno total significativamente mais alto. "Uma estratégia
interessante para uma carteira previdenciária formada por ações é
ter uns cinco papéis de setores diferentes", diz Orlando, da
corretora Santander-Banespa Ações.
LIÇÃO NÚMERO 5
As decisões de investimento devem se basear em
informações técnicas
A última lição refere-se à sua
necessidade de consultar as
informações disponíveis no
mercado sobre as ações em
que está investindo. Isso pode
ser feito junto à sua corretora ou
acompanhando o noticiário.
Além disso, no momento da
abertura de capital, as
companhias devem
disponibilizar o Prospecto da
Oferta Pública (POP). Vale a
pena conferir o site das
companhias para obter mais
informações. Trata-se de um documento bastante detalhado sobre
a saúde financeira da empresa, sua estratégia, posicionamento e,
inclusive, os riscos de seu mercado. Investidores de primeira
viagem devem pedir orientação a analistas da sua corretora. Eles
estão preparados para interpretar dados mais técnicos e indicar,
com base no prospecto, se a ação é uma boa aposta.
Com essas lições na cabeça, você já pode se preparar para
comprar o que vem por aí. Até o início de março, quatro
companhias abriram o seu capital e outras estão na fila de espera
(veja o quadro abaixo). Por determinação da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), a xerife do mercado de capitais, as candidatas a
IPOs não podem fazer comentários sobre as ofertas antes de
serem realizadas. Por isso, os analistas evitam fazer comentários
até o processo ser efetivado. Sabendo disso, VOCÊ S/A fez um
levantamento junto ao mercado, sem consultar as empresas, para
adiantar quais poderão vender ações ainda este ano.
http://vocesa.abril.com.br/edicoes/0093/fechado/dinheiro/mt_121718.shtml
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Na onda do setor de construção, iniciada com as ofertas da Cyrela,
da Gafisa e da Rossi Residencial, a Company deve estrear na
Bovespa em breve. A Totvs, companhia resultante da fusão da
Microsiga e Logocenter, também está na fila. Outra empresa
aguardada é a BrasilAgro. "A companhia é um caso particular, pois
deve começar a operar a partir dos recursos levantados no IPO",
diz um analista que prefere não se identificar. Há ainda muita
expectativa em torno da MMX, mineradora ligada ao grupo EBX,
do empresário Eike Batista. Essa oferta poderá ser a maior
operação de abertura de capital do ano. No segmento de cartões
de crédito são esperadas as empresas VisaNet, CSU e American
Banknote. Já o varejo deve ser representado pela Magazine Luiza.
Outra novidade pode impulsionar o mercado nos próximos meses.
A partir do meio do ano, a Bovespa deve lançar o Bovespa Mais,
voltado para pequenas companhias. A Netuno, processadora e
exportadora de pescados do Nordeste, e a Bematech, líder em
equipamentos para automação comercial e bancária, devem ser as
primeiras a usar esse novo segmento. Outras candidatas são a
Democrata Calçados e o Grupo TCI.
Naturalmente, todas essas são promessas para 2006. Ne m
sempre planejar o IPO significa entrar efetivamente no mercado.
Diversas empresas já desistiram da oferta de ações como a
WayTec, maior fabricante de monitores do Brasil, a EcoRodovias,
concessionária de rodovias, e a CVC Turismo, maior operadora de
turismo do país. Quem sabe agora, com o mercado mais aquecido,
elas se animem e retomem os IPOs, ampliando o leque de opções
para você investir.
OFERTA DE AÇÕES
Eleja suas favoritas entre as empresas estreantes na Bolsa de Valores de São
Paulo...
Data de
Empresa
abertura
Tamanho
da
operação
(em R$
milhões)
Preço
de
oferta
da
ação
(em
R$)
Preço
atual*
(em
R$)
768,12
36,50
122,95
236,8
36,39
Rendimento
Valorização anualizado
no período* acima do
Ibovespa (em
(em %)
%)
25/5/04
Natura
24/6/04
ALL
588,23
46,50
117,19
152,0
22,67
24/6/04
Gol
1 009,86
26,57
66,80
151,4
22,75
29/9/04
CPFL
940,56
17,22
30,50
77,1
6,98
28/10/04 Grendene
616,90
31,00
21,70
-30,0
-48,81
18/11/04 Dasa
437,38
20,00
56,21
181,1
63,07
Porto
19/11/04
Seguro
442,96
18,75
31,60
68,5
6,52
24/1/05
Renar
Maçãs
16,00
1,60
0,71
-55,6
-70,42
30/3/05
Submarino
543,88
21,62
49,65
129,6
76,43
20/5/05
Localiza
284,04
11,50
38,86
237,9
205,31
14/6/05
TAM
624,93
18,00
50,98
183,2
181,76
30/6/05
Lojas
Renner
890,26
37,00
90,50
144,6
127,21
13/7/05
EDP
Energias
1 184,70
18,00
33,00
83,3
51,55
14/7/05
Obrascon
Huarte
Lain Brasil
431,30
18,00
28,00
55,6
13,68
27/10/05
Nossa
Caixa
953,96
31,00
49,00
58,1
112,57
17/11/05 Cosan
885,77
48,00
97,00
102,1
1 014,02
15/12/05 UOL
532,14
18,00
16,00
-11,1
-82,73
http://vocesa.abril.com.br/edicoes/0093/fechado/dinheiro/mt_121718.shtml
21/3/2006
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Fonte: MZ Consult
... e confira agora as empresas que devem vender ações pela primeira vez este
ano:
American Banknorte (Cartões de crédito), Bematech*** (Software), BrasilAgro
(Imobiliário), Company (Construção), Copasa** (Saneamento), CSU (Cartões de
crédito), Gafisa** (Construção), Magazine Luiza (Varejo), MMX (Mineração),
Netuno*** (Pesca), RBS (Mídia), Rossi Residencial** (Construção), Totvs
(Software), VisaNet (Cartões de crédito), e Vivax** (TV a cabo)
*Cotação no dia 3 de fevereiro de 2005; ** IPO já realizado; *** Oferta na Bovespa
Mais
Fonte:analistas do mercado
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