COMO EDUCAR SEU FILHO GAY Leandro Soares da Silva (UNEB/UFMG)1 RESUMO: Esta comunicação propõe uma reflexão sobre como a representatividade simbólica e artística da diferença sexual contribui para o reconhecimento positivo das identidades. No processo de descoberta de si e do mundo que ocorre para toda pessoa jovem a importância de se sentir apoiado e compreendido é fundamental para seu desenvolvimento. De que maneira, pergunta-se, a literatura pode contribuir nesse processo? As narrativas com personagens ou histórias ligadas à homossexualidade são material incontornável para leitores e especialistas. Este material é substrato para uma história descontínua da própria homossexualidade, na medida em que preserva uma memória e um conjunto de modos de socialização que serviram, em algum momento, para definir as pessoas homossexuais. Palavras-chave: Literatura – Teoria Literária – Homossexualidade – Estudos de Gênero O título ecoa uma comunicação proferida por Eve K. Sedgwick em 1989, “How to bring your kids up gay” (SEDGWICK, 2007 [1993], p. 69-81). Naquela época, a autora chamava atenção para os discursos da comunidade médica e para os casos crescentes de suicídio juvenil causado pela rejeição da sexualidade. O assunto continua atual ainda hoje. Embora as taxas reais de suicídio (e das tentativas de por fim à própria vida) sejam provavelmente desconhecidas, seja por causa da discrição da família ou porque os óbitos são registrados pelas autoridades médicas considerando efeito e não causa, o suicídio é um problema de saúde pública, e aquele motivado pela diferença sexual é muito mais grave, pois decorre da própria reação da sociedade diante dessa diferença. Lidar com a discriminação é muito mais danoso para uma pessoa nos seus anos de formação do que para um adulto e é dever da família, da escola, de profissionais do ramo da psicologia e das autoridades estarem preparados para a ameaça do preconceito diante de corpos e mentes tão vulneráveis como os das crianças e dos adolescentes. Uma reflexão que pode servir de auxílio a todos nós, envolvidos com educação, mas que também têm famílias e convivem com jovens, é sobre como a representatividade simbólica e artística da diferença sexual contribui para o reconhecimento positivo das identidades. Mais do que reiterar ou promover a cristalização de uma identidade gay, lésbica ou trans, podemos ter em mente que no processo de descoberta de si e do mundo que ocorre para toda pessoa jovem, a 1 Professor Auxiliar de Literatura na UNEB, Campus XVIII. Doutorando em Teoria Literária e Literatura Comparada na UFMG. Email: [email protected] importância de se sentir apoiado e compreendido é fundamental para seu desenvolvimento. Estas observações dirão respeito sobretudo ao prolífico material fornecido pela literatura como educação sentimental e histórica para pessoas LGBT, jovens ou não. Alberto Manguel escreveu, na introdução a uma antologia de contos de temática homossexual, que pessoas hétero sabem desde muito cedo como agir e se comportar, modos de amar e conviver, porque essa é a história que romances, novelas e filmes tem contado desde sempre. Diz ele: Os heterossexuais aprendem sobre seus costumes sexuais (particularmente de fontes conservadoras, sexistas) em centenas de lugares diferentes: lar, escola, trabalho, televisão, cinema, material impresso. Os homossexuais estão, em geral, privados de qualquer orientação desse tipo. Crescem sentindo-se invisíveis e devem passar pelo aprendizado de adolescência quase invariavelmente sozinhos. A ficção gay – em especial a biográfica – serve, portanto, de guia que ao mesmo tempo reflete e permite comparações com a experiência do leitor (MANGUEL, 2000, p. 41-2). O treinamento para a heterossexualidade não só começa desde o nascimento da pessoa, como ele define desde muito cedo o que é ser uma pessoa, através das brincadeiras, das normas e histórias repetidas no cinema, na música, na televisão e nos livros com casais formados por um homem, uma mulher, filhos e uma casa. Mais do que isso, aprendemos o que é o amor e o afeto através dessas narrativas, e a desempenhar o papel designado pelo sexo que nos é imposto ao nascer. Não existem ainda narrativas outras fortes o suficiente para se contrapor. Se a televisão for realmente a fonte mais acessível dessas histórias, a diferença estaria representada pelo personagem do gay de classe média e branco que aparece nas novelas, o que, nem seria preciso afirmar, não representa ninguém, a não ser a vontade de nossa sociedade em normatizar e neutralizar a diferença. Apesar de também encontrarmos na literatura encenações problemáticas da homossexualidade, sua capacidade de ser interpretada e sua iterabilidade abrem caminhos de significação que podem ser positivos, porque permeáveis às produções de sentido. Hoje pode-se argumentar que a internet tornou as possibilidades narrativas muito mais abrangentes, além de dar acesso a uma pletora de histórias que, para homossexuais de outra geração, eram mais difíceis de se conseguir. De fato, a cada nova geração, assumir ou entender positivamente sua condição diferencial é muito mais fácil, sobretudo porque as redes de comunicação entre pares se tornaram mais próximas e as noções de afeto e amizade tenham sido redimensionadas para caber na “realidadeficção”, conforme expressão de Josefina Ludmer, que configura nossa contemporaneidade. A realidade cotidiana não é a realidade histórica referencial e verossímil do pensamento realista, de sua história política e social (a realidade separada da ficção), mas uma realidade produzida e construída pelos meios, pelas tecnologias e pelas ciências. [...] “A realidade cotidiana” dos textos pós-autonomia exibe, como em uma exposição universal ou uma mostra global de web, todos os realismos históricos, sociais, mágicos, os costumbrismos, os surrealismos e os naturalismos. Absorve e funde toda a mimese do passado, a fim de constituir a ficção ou as ficções do presente. Uma ficção que é “a realidade” (LUDMER, 2013, p. 128). Segundo a autora, esses textos não poderiam ser lidos com critérios ou categorias literárias porque “aplicam à literatura uma drástica operação de esvaziamento”, onde o sentido é tomado pela ambivalência de ser e não ser literatura, ser ficção e realidade: [Eles] representariam a literatura no fim do ciclo da autonomia literária, na época das empresas transnacionais do livro, ou das lojas dos livros nas grandes cadeias de jornais, rádios, televisão e outros meios; a literatura na indústria da língua. Esse fim de ciclo implica novas condições de produção e circulação do livro, que modificam os modos de ler (LUDMER, 2013, p. 129). Suas observações sobre a literatura produzida no século XXI servem muito bem para a recepção da literatura produzida em outras épocas. A perda de autonomia literária não se restringiria apenas a uma geração de autores que precisou se adaptar à “realidadeficção”, mas ela transforma a relação dos leitores com todos os textos. Nós passamos grande parte de nosso tempo diante da tela do computador, lendo e escrevendo nossas histórias pessoais, se engajando em teias de relação mediadas pela escrita e construindo na nuvem da internet uma persona, ou identidade, para chamar de sua. É necessário compreender, então, como essa vereda tecnológica tem afetado nossa percepção do que é e para que serve um texto e mesmo que tipo de noção de literatura estamos interessados em defender e ampliar. Não parece mais possível pensar na literatura como uma categoria autônoma, ancorada em dogmas da teoria e blindada das formas de leitura desenvolvidas não somente pelos jovens, mas por qualquer pessoa que tenha em casa um computador ou smartphone. Considerar as possibilidades abertas por blogs, redes sociais, sites e fóruns virtuais como danosas ou indiferentes à literatura nos deixa ainda no tempo em que a atividade da escrita não era compulsória, ou quando a experiência era garantida apenas a quem se embrenhava mundo afora. Talvez não exista hoje menos experiência, ou mais pobreza de experiência, já que não é mais necessário sair pelo mundo para ter acesso a ele. Pode-se ter acesso a outro mundo, de outras maneiras, sem que uma coisa anule a outra. Para escritores e escritoras, existem novas alternativas e mesmo maior alcance para seus trabalhos, que não exigem a consignação do círculo formado por editoras, críticos literários e universidade para serem validados. Fenômenos editoriais tem nascido, principalmente nos Estados Unidos, de textos publicados primeiro na internet. Editoras e livrarias tem se especializado apenas em e-books. Também existem os fanfictions (como o nome indica, ficções criadas por fãs), que são narrativas publicadas em blogs ou sites, caracterizadas por produzir, a partir de personagens e universos da ficção, histórias paralelas ou contraditórias em relação ao contexto onde primeiro elas surgiram. Sem dúvida, existe uma democratização na produção e recepção de textos, mas também existe lugar para a literatura canônica, ou tradicional. O projeto literário não é fundamentalmente elitista, mas suas formas de divulgação e ensino podem ser. É preciso existir um equilíbrio que consiste em realocar o projeto institucional da literatura numa sociedade cujas formas de leitura se alteraram radicalmente, pois se já sabemos dos prejuízos do elitismo, existe também o estrago da demagogia. A equivalência valorativa entre todas as formas de produção cultural torna cada uma delas irrelevante, pois é a especificidade delas que as distingue e prevê um lugar de importância na cultura. Quanto à literatura, outro aspecto produtivo, dessa vez a respeito da sexualidade, é que seu cânone é sustentado por formas homossociais, não só como desenvolveu a própria Sedgwick, mas também porque escritores sinônimos do literário foram ou são homossexuais. Para ser mais exato, homens brancos homossexuais. Este aspecto pode ser usado a nosso favor porque revela que existe uma história subentendida da literatura canônica onde a homossexualidade é importante. Dos poemas de Safo aos contos de Caio Fernando Abreu, textos com personagens ou histórias ligadas à homossexualidade são material incontornável para leitores e especialistas. Este material é substrato para uma história descontínua da própria homossexualidade, na medida em que preserva uma memória e um conjunto de modos de socialização que serviram, em algum momento, para definir as pessoas homossexuais. O que os estudos feministas fizeram, ao concentrar seus esforços na divulgação de mulheres escritoras ou na análise da representação feminina, foi inserir a mulher numa história onde lhe foi negada outro papel além da passividade. Os estudos gays e lésbicos, ou oriundos da teoria queer, atuam na mesma área na medida em que promovem novas possibilidades de leitura. Esse material advindo da pesquisa teórica pode servir para a educação de um indivíduo cujo conflito de identidade é marcado pela percepção de que sua história pessoal é uma anomalia singular. A confusão sexual própria da puberdade, ou a auto descoberta do corpo como fonte e satisfação do desejo, não são temas desconhecidos da história literária. Para ficar num exemplo extraído do cânone, em O Ateneu, o jovem protagonista Sérgio passa por dúvidas e receios diante das demandas da puberdade que muitos adultos já passaram; para um jovem descobrindo-se gay, e agora falo de maneira pessoal, acompanhar sua narrativa pode começar a dar sentido e conforto para suas aflições íntimas, e revestir-se de significados diferentes. No ensaio “Queer and now”, Sedgwick expressa que esse tipo de investimento emocional se torna importante mesmo na fase adulta: Penso que para muitos de nós, na infância, a habilidade de se apegar intensamente a uns poucos objetos culturais, da alta cultura ou da popular, ou ambas, objetos cujo significado parecia misterioso, excessivo ou oblíquo em relação aos códigos mas prontamente disponíveis, se tornou uma fonte primordial de sobrevivência. Precisávamos que existissem locais onde os significados não se alinhassem ordenadamente uns com os outros, e aprendíamos a revestir esses locais com fascínio e amor. Isto só pode ajudar a colorir uma relação adulta com textos e objetos culturais; de fato, é difícil, para mim, imaginar outro jeito de começar a se importar o suficiente com literatura para investir uma vida nela (SEDGWICK, 2013 [1993], p. 5). Não é a primeira nem última vez que tomaremos conhecimento da importância da leitura para a formação do sujeito. Nas Confissões, Rousseau indicava como o ato de ler foi um aspecto que lhe trouxe uma distinção, significativa o suficiente para chamá-la de autoconsciência; na citação a seguir, Rousseau descreve como o universo da literatura lhe servia como um método vicário de adquirir experiência: Ignoro o que fiz antes dos cinco ou seis anos: eu não sei como aprendi a ler. Lembro das minhas primeiras leituras e do seu efeito sobre mim: este é o tempo em que dato, sem interrupção, a consciência de mim mesmo. [...] Em pouco tempo adquiri, por este costume perigoso, não somente uma extrema facilidade de ler e me entender, mas um conhecimento único, para minha idade, sobre as paixões. Eu não tinha a menor ideia das coisas, e todos os sentimentos já me eram conhecidos. Nada concebera; tudo já sentira. Essas emoções confusas que eu experimentava em sucessão não alteravam a razão que eu ainda não tinha, mas elas me formaram uma de uma outra têmpera, e dotaram a vida humana com noções bizarras e românticas das quais a experiência e a reflexão nunca foram capazes de curar (ROUSSEAU, [1765-1767]). Já o tipo de ligação que Sedgwick evoca é uma ressignificação afetiva dos objetos culturais cujas narrativas nos causam uma familiaridade recompensadora, como alguém que se identifica com a história de uma canção pop e investe nela uma gama de referências que a transformam num motivo desencadeador de memórias e afeições. No desenvolvimento da personalidade, esses locais onde o indivíduo vai buscar os contornos de sua identidade pessoal são relevantes porque o incluem numa socialidade a despeito da rejeição que possa existir à sua sexualidade e ao mesmo tempo compõem o panorama de sua narrativa íntima. Existe uma “solidariedade por procuração” quando alguém se identifica com um romance ou um poema, sobretudo quando o índice comum diz respeito a um aspecto problemático para a vida do indivíduo. Em termos de conteúdo, o material proveniente de uma literatura que consigna a diferença sexual nos ajuda a desvelar os mecanismos de produção e reprodução de imagens, símbolos, estereótipos e representação social que também são responsáveis, numa via dupla, pelos afetos, políticas e obstáculos para as pessoas homo, lésbicas ou trans. Pode-se afirmar que foi através da literatura que formas de socialidade que hoje classificamos como homossexuais puderam ser reproduzidas e fazer parte da “alta cultura” ocidental, pelo menos até meados do século XIX. Com a invenção médicopsiquiátrica da homossexualidade, práticas e modos de socialização foram marcados pela doença, e dois dos mais celebrados escritores da época encarnaram isso de maneira emblemática. Oscar Wilde não só foi responsável por certo decadentismo hedonista e humor sagaz, ferino, estereotipado até hoje como “típico” de homens gays, como foi símbolo da homossexualidade como doença e vício. Marcel Proust demonstrou, através de suas personagens lésbicas e homossexuais, o vício como artifício de uma cultura e um sociedade requintada e decadente. As transformações sociais, quanto às pessoas LGBT como grupo, que farão parte da agenda política décadas depois do surgimento desses autores, também se faz notar num crescente número de obras cujas vozes, mais plurais, menos falocêntricas, dariam conta de experiências marcadas pelo signo do preconceito. Há que se destacar que não existe uma correspondência de mão única entre o social e o literário, senão uma mútua relação onde essas esferas se inventam e se restringem na dinâmica própria da cultura (WAGNER, 2012, p. 138-158). A literatura pode nos servir para educar para a diferença, para compreensão do outro e para a afirmação do eu, mas não pode fazer isso sozinha. Educadores, pais e qualquer pessoa interessada precisam estar munidos da compreensão da porosidade do literário à significação, o tipo de trabalho que a teoria da literatura já fez há muito tempo, mas que nunca foi privilégio da universidade. Na verdade, é a ideia de que um texto só é autorizado a ser literário quando um especialista assim o permite que tem fechado as possibilidades mais abrangentes da literatura para a vida de todas as pessoas. Na promoção da igualdade e no desafio de atenuar os preconceitos, vale mais pensar no leitor do que na estrutura textual, e é por isso que o próprio papel da instituição chamada literatura precisa ser examinado para que sua relevância ultrapasse as paredes dos cursos de letras e não se conforme em ser assunto de um diálogo entre iniciados. Mais uma vez, não se trata de defender que tudo é literatura, pois nada o seria, e insistir que existe uma resposta atemporal e a-histórica do que é literatura (pergunta, aliás, jamais respondida a contento) vai de encontro à própria noção de como a cultura funciona. A literatura não nos ensina a viver, mas pode se tornar uma parte importante da nossa vida. A questão está em não reduzir o projeto literário a uma democratização demagógica, o erro inverso ao temor apocalíptico de que a tecnologia nos deixa mais burros e superficiais. O projeto da literatura como instituição tem um papel fundamental contra a irrelevância e a mediocridade, um projeto onde a educação formal é tão necessária quanto o desenvolvimento do pensamento crítico. Infelizmente os mesmos problemas enfrentados na formação de leitores afetam a educação: a qualidade ainda é um privilégio, não um direito básico, em nossa sociedade. O leitor não tem que ser obrigado a escolher entre Dostoievski e Paulo Coelho, por exemplo, porque o único efeito desse tipo de escolha é o isolamento e o esnobismo, seja qual for a alternativa. Com educação de qualidade qualquer pessoa pode se interessar por Dostoievski, reconhecer sua importância e mesmo assim sentir-se livre para gostar de Paulo Coelho, e vice-versa. Assim como ouvimos com atenção uma música que nos emociona e apenas consumimos aquela que toca numa festa, o leitor pode ser capaz de separar os livros que considera “sérios” daqueles que lhe servem a um propósito específico ou “mundano”. Num artigo esclarecedor sobre o assunto, que é da ordem do valor estético, Avelar faz o paralelo com a música e afirma: [A]s distinções valorativas realizadas pelos fãs de música popular não são, absolutamente, menos complexas, rigorosas, multifacetadas ou especializadas que aquelas feitas pelos ouvintes do heterogêneo corpus de peças europeias modernas que, a partir do século XX, passou a ser agrupado sob o rótulo de “música clássica” (AVELAR, 2009, p. 138). Partindo daí, o autor chega ao seguinte argumento: Carece de qualquer fundamentação filosófica a ideia de que a viabilidade do conceito de valor estético dependa da aceitação de uma diferença essencial, imanente entre o valor das obras agrupadas sob a rubrica da arte erudita e o valor daquelas que convencionamos chamar de populares ou massivas (AVELAR, 2009, p. 138). A percepção do que é importante ou banal deve ser uma decisão consciente, fundamentada na agência do sujeito, pois ninguém deveria ser convencido de que existem produtos culturais mais certos do que outros, ou mesmo mais acessíveis. Educar, afinal, não é convencer. O título deste trabalho é enganador, porque ninguém tem autoridade para dizer como educar os filhos dos outros, sobretudo porque “educar” não se resume a matricular os filhos na escola. Contudo, como professores, somos responsáveis pelos filhos dos outros diariamente, e nunca será demais repetir que esta responsabilidade pode ser crucial para as pessoas que dependem dela. Referências: AVELAR, Idelber. Cânone literário e valor estético: notas sobre um debate de nosso tempo. In: Revista brasileira de literatura comparada, Rio de Janeiro, v. 2, n. 15, p. 113-150, 2009. LUDMER, Josefina. Aqui América Latina: uma especulação. Tradução de Rômulo Monte Alto. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013. MANGUEL, Alberto. No bosque do espelho. Tradução de Pedro Maia Soares. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Collection complete des œuvres. Disponível em: <http://www.rousseauonline.ch/Text/les-confessions-de-jj-rousseau.php> Acesso em: 23 mar. 2015. SEDGWICK, Eve K. How to bring your kids up gay. In: WARNER, Michael (Org.). Fear of a queer planet: queer politics and social theory. Minneapolis: University of Minneapolis Press, 2007, p. 60-81. SEDGWICK, Eve K. Queer and now. In: HALL, David; JAGOSE, Annamarie (Org.). The Routledge queer studies reader. London/New York: Routledge, 2013, p. 3-17. WAGNER, Roy. A invenção da cultura. Tradução de Marcela Coelho de Souza e Alexandre Morales. São Paulo: Cosac&Naify, 2012, Col. Portátil.