Hepatites virais Diagnóstico e tratamento Dra. Elisa de Carvalho Hepatites virais Problema de saúde pública Hepatites virais: agentes etiológicos Herpes vírus EBV CMV Enterovírus Adenovírus Febre amarela Vírus hepatotrópicos Outros vírus Hepatite viral aguda: EUA (1982 – 1993) 34% 47% 16% 3% Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite Não-AG * CDC: Sentinel Counties Study on Viral Hepatitis Hepatite A Vírus da hepatite A Picornaviridae: hepatovírus 27 nm RNA Incubação: 15 a 50 dias (média 30) Genótipos: I*, II*, III*, IV, V, VI, VII* (*isolados em humanos) VHA: concentração nos fluídos corporais Fezes Sangue Saliva 102 100 Cópias/mL 104 106 108 1010 Viral Hepatitis and Liver Disease 1984; 9 -22 J Infect Dis 1989;160: 887-890 Modo de transmissão Hepatite A: transmissão fecal-oral •Alimentos ou água contaminados •Contato pessoal íntimo (domicílio, creches) •Exposição sangüínea (rara) (usuário de drogas, transfusões) Distribuição geográfica do VHA Prevalência do anti-VHA Alta Intermediária Baixa Muito baixa HEPATITE VIRAIS POR FAIXA ETÁRIA DISTRITO FEDERAL 2003 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 60 e + 50 a 59 40 a 49 hepatite B 30 a 39 hepatite A 20 a 29 15 a 19 10 a 14 5a9 1a4 <1 0 hepatite C Crianças: transmissão Idade da vacinação Hepatite A: quadro clínico Assintomática Sintomática Anictérica 1 a 2 anos: I Ictérica c t 4 anos: 3a Colestática e 50% assintomáticos r Polifásica >í 5 anos: c Prolongada20% assintomáticos i e Fulminante Adolescentes a 10% adultos jovens: 3% a 20% assintomáticos Manifestações <6 extra-hepáticas 85% assintomáticos 40% a 50% 6 -14 Idade (anos) 70% a 80% >14 Hepatite A: quadro clínico Anictérica Diarréia, dor abdominal, esplenomegalia, fadiga, febre, hepatomegalia, mal-estar, mialgia, náuseas e vômitos. Hepatite A: quadro clínico Colestática Icterícia e prurido ALT – AST GGT – FA Bilirrubinas Hepatite A: quadro clínico Manifestações extra-hepáticas Anemia aplástica, artralgia trombocitopenia, púrpura de Henoch-Schönlein, GuillainBarré, mononeurite, pancreatite, artrite, meningoencefalite, crioglobulinemia, vasculites e exantema. Hepatite A: quadro clínico Polifásica 1 a 3 meses do início da doença (0,14% a 6%) Hepatite A: evolução Insuficiência hepática fulminante Não cronifica Etiologia: insuficiência hepática aguda 3% 2% 35% 60% Tóxico Tóxica Auto-imune Auto-imune Hepatite HepatiteAA Indeterminado Indeterminada Hosp. Juan P. Garrahan Ciocca, maio 2001 Hepatite A: diagnóstico Inespecífico Específico ALT - AST Anti - VHA Inflamação/necrose IgM: Infecção atual recente IgG: Infecção pregressa FA - GGT Colestase Albumina - TAP Função hepática Imunidade permanente RNA - VHA Diagnóstico: anti- VHA Sintomas Anti-VHA - IgG ALT VHA fezes Anti-VHA IgM 0 1 2 3 4 Meses após a exposição 5 6 12 24 Hepatite A ALT 10 Recaída VHA fezes Log10 VHA 8 IgG anti- VHA 6 IgM anti- HVA 4 Viremia 2 0 2 4 6 8 10 12 14 sem Hepatite A Diagnóstico de hepatite A: IgM – VHA: infecção aguda IgG – VHA: contacto com o vírus PCR- VHA: infecção aguda Hepatite A prolongada- associação com HLADRB1*1301 Fainboim et al., Hepatology 2001;33:1512 Hepatite A: tratamento Sintomáticos Suporte Repouso: relativo Dieta: habitual para a idade Internação hospitalar: vômitos incoercíveis, distúrbios hidroeletrolíticos, coagulopatias e insuficiência hepática fulminante. IFH: transplante hepático Hepatite A: Prevenção Vacina contra hepatite A Hepatite A: Diferentes cepas Imunidade Sem variação significativa na conformação do epítopo que determina a neutralização do vírus. Hepatite B O vírus da hepatite B 42 nm 22 nm Família: Hepadnaviridae Medida: 42nm Genoma: DNA - 3200 pares de bases 07 genótipos: A, B, C, D, E, F, G e H Incubação: 45 a 180 dias (média de 60 a 90 dias) Epidemiologia: Prevalência do vírus da hepatite B Distribuição mundial Canadá <1,0% Europa Ocidental 1- 2% Estados Unidos 1- 2% Gabão >10% Rússia 1- 2,4% Oriente Médio 1- 2,4% América Central <1,0% África 1- 10% Bolívia >10% Brasil 1- 2,4% China 2,5 - 4,9% Índia 1- 2,4% Japão 1- 2% Prevalência >8% - Alta 2-7% - Intermediária <2% - Baixa Total Global : 300 a 400 milhões de portadores Reservatório: disseminação Austrália <1,0% Hepatite B: transmissão Concentração elevada Concentração baixa Sangue Exsudatos Urina Fezes Suor Lágrimas Leite materno Concentração moderada Sêmen Fluído vaginal Saliva Crianças Parenteral Sexual Horizontal Vertical Vias de transmissão perinatal Contágio: Intra-útero: 5% No momento do parto: 95% Prevalência dos marcadores do VHB por áreas de endemicidade Baixa AgHBs+ Infecção passada Infecção perinatal Infecção infância Infecção adolescência e adultos 0,1-1% 4-15% rara (<10%) rara (<10%) comum (70-90%) Intermediária 2-7% 16-55% comum (10-20%) comum (10-60%) comum (20-50%) Alta 8-15% 40-90% comum (30-50%) muito comum (>60%) incomum (10-20%) Hepatite B: transmissão Endemicidade Idade de contaminação Clínica Evolução Hepatite B: quadro clínico Sintomática Assintomática Ictérica Colestática Fulminante Manifestações extra-hepáticas Icterícia Anictérica <10% 30 a 50% <5 >5 Idade (anos) Hepatite B: evolução e complicações Hepatite B Aguda Crônica Cirrose Cura IHF: óbito CHC Principais complicações em crianças Hepatite B: risco de evolução para cronicidade 100% C R O N I C I D A D E 90% 80% 60% 40% 20% 6 a 10% 0% RN Lactente Criança Adulto Hepatite B na infância: grande proporção de hepatite B crônica. Hepatite B: clínica X cronicidade X idade (%) (%) 100 100 80 80 Infecção crônica 60 60 40 40 20 20 Sintomas 0 Nascimento 1-6 meses 7-12 meses 0 1-4 anos Crianças maiores adultos Idade da infecção Hepatite B: transmissão perinatal Mãe AgHBs +, AgHBe + , DNA+ risco de infecção- 90% 80-90% - portador crônico Mãe AgHBs +, anti-HBe + , DNA risco de infecção- 10-30% alto risco de HA ou HF mutantes: selecionados durante a transmissão Infecção pelo VHB no período neonatal Evolução para cronicidade • Imaturidade do sistema imunológico do RN • Tolerância imunológica Passagem transplacentária do AgHBe materno: ausência de resposta específica ou tolerância das células T ao AgHBe e AgHBc Infecção pelo VHB Quadro clínico em Recém-nascidos Grande maioria – assintomáticos 6% das crianças de mães anti-HBe+: hepatite aguda auto-limitada hepatite fulminante com alta mortalidade 2-3 meses de idade Broderick AL and Jonas MM. Semin Liver Dis 23:59-68, 2003 > freqüência de mutações precore e/ou core do genoma viral Friedt M et al. Hepatology 29:1252-8, 1999 Vírus da Hepatite B 2.1kb RNA 2.4kb RNA Pre-S1 Pre-S2 -strand ORF-S +strand 3.5kb RNA 5’ DR1 ORF-C A A A A A AA A A AA A 5’ ORF-P DR2 Pre-C ORF-X 0.7kb RNA VHB - Replicação Exportação Entrada do vírus “Uncoating” Montagem e desabrochar ER Síntese positiva da fita HBsAg Importação nuclear Remoção do pregenome cccDNA Reparação Transcrição 5’ 5’ 3’ 3.5 kb RNA 3’ 2.4/2.1 kb RNA Translação Síntese negativa da fita Encapsidação Produção do HBsAg: independente da replicação VHB - Imunopatogênese HBV TH Ig APC CD4 Class II Citocinas Céls B CD8 Class I CTL Apoptose HBV Citocinas Hepatócitos Clearance Citotoxicidade direta ? Céls NK, NKT Céls. não especificas e inflamatórias Hepatite B aguda: cura Boa evolução: cura Hepatite B: evolução Resposta imune adequada Fase aguda exuberante Cura: 90 a 95% (adultos) Resposta imune inadequada Fase aguda assintomática ou subclínica Cronificação Hepatite B crônica HBsAg+ > 6meses ALT Resposta celular e humoral Presentes, porém insuficientes Fator de risco Lesão hepática crônica Cirrose CHC Infecção < 5 anos Hepatite B: evolução Óbito INTENSA Lise e apoptose imunomediada dos hepatócitos Hepatite fulminante Cura Baixa Lise e apoptose imunomediada dos hepatócitos Hepatite crônica Não relata fase aguda no passado Adultos: fases da infecção Fase replicativa Fase não-replicativa HBeAg positivo HBeAg negativo Anti-HBe negativo Anti-HBe positivo DNA VHB * DNA VHB negativo* ALT elevada ALT normal Histologia: inflamação Histologia: sem inflamação Soroconversão HBeAg: 10% a 20% ao ano Soroconversão HBsAg: 0,5% a 2% ao ano Cronificação Clearance viral Crianças (vertical): fase de tolerância imune Fase replicativa Tolerância imunológica Fase replicativa Clearance imunológico Fase não-replicativa HBeAg positivo HBeAg positivo HBeAg negativo Anti-HBe negativo Anti-HBe negativo Anti-HBe positivo DNA VHB DNA VHB DNA VHB negativo ALT normal ALT ALT normal Histologia: sem inflamação Histologia: inflamação ( reação imune) Histologia: sem inflamação Soroconversão HBeAg - baixa taxa Assintomático Duração: 10 a 30 anos Soroconversão HBeAg - 10% a 20% ao ano - em geral com 15 a 35 anos Soroconversão espontânea: baixa < 2%/ano das crianças < 3 anos 4 a 5 %/ano das crianças > 3 anos Hepatite crônica B na infância Características: • Maioria são assintomáticos • Transaminases normais ou levemente aumentadas • HBV- DNA elevado • Lesão histológica leve/moderada Hepatite B crônica: prognóstico em crianças Biopsia inicial n= 185 crianças 1975 -1985 Cirrose 3 % H crônica 93 % Mín. Lesão 4 % 2 0% 1.1 % HCC Evolução 10 a 20 anos 14 Hepatite HBe+ 7.5 % 155 Estável Anti-HBe+ 6+5 Hepatite anti-HBe 84 % 6% Descompensação HBsAg negativo 6 % Bortolotti, Jara J Hepatol 1998 Hepatite B: diagnóstico Sorologia Antígenos: HBsAg: presença do VHB HBcAg HBeAg: replicação viral Anticorpos: anti-HBs: cura anti-HBc: contato - VHB anti-Hbe: replicação Biologia molecular DNA VHB: presença do VHB Hepatite B Diagnóstico AgHBs - infecção aguda ou crônica Anti-HBs - imunidade pós-infecção ou pós vacina AgHBe - > replicação viral - > risco de transmissão do VHB Anti-HBe - < replicação viral - < risco de transmissão do VHB Anti-HBc - infecção aguda, crônica ou resolvida Anti-HBc IgM - infecção aguda ou recente, - diagnóstica durante a “janela imunológica” - reativação viral Hepatite B aguda: cura Sintomas HBeAg anti-HBe anti-HBc total Título HBsAg 0 4 8 anti-HBs IgM anti-HBc 12 16 20 24 28 32 36 Semanas após a exposição 52 100 Hepatite B: cronificação Aguda (6 meses) Crônica (anos) HBeAg anti-HBe HBsAg anti-HBc total Título IgM anti-HBc 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 52 Semanas após a exposição Anos Hepatite B crônica: seguimento HBsAg+ > 6meses ALT Hepatite crônica Cirrose CHC 400 With flares and normalization 300 73 pts 200 100 0 Sorologia Enzimas hepáticas TAP Proteinograma 400 A L T Asympt 90% of Without flares 300 200 100 0 400 300 200 59 pts Anual: Ecografia abdome AFP With flares and Flare-up frequen • once • twice • < onc without normalization 32 pts 100 0 0 12 months 24 Hepatite B crônica Imunizar todos os contatos familiares Imunizar todos os pacientes com vacina para hepatite A Hepatite B: objetivos do tratamento Diminuir ou cessar a replicação viral Induzir: portador inativo (Perda do AgHBe / seroconversão anti-HBe) Erradicar a infecção. Clareamento do DNA –VHB Perda do AgHBs Normalizar as enzimas e a histologia Diminuir inflamação e fibrose Evitar a integração do HBV-DNA Prevenção das complicações tardias (cirrose). < índice de evolução para HCC Quem deve ser tratado? Probabilidade de resposta sustentada Gravidade da doença hepática Efeitos adversos Idade do paciente Co-morbidade Custos Resistência à drogas Hepatite B: tratamento Objetivos Modular seroconversión Acortar período de inflamación HBeAg+ Disminuir tasa de HC HBeAg(-) Suprimir replicación HBeAg- Disminuir riesgo Cirr/HCC Curar la infección Hepatite B: critérios de tratamento Idade > 2 anos AgHBs + > 6 meses AgHBe+ e/ou DNA-VHB + > 4 log ALT > 2x ln em pelo menos 2 determinações intervalos > 30 dias e nos últimos 6 meses Biópsia hepática (> A1/2(?) e/ou > F2 Metavir/Sociedade Brasileira de Patologia) Conceitos de resposta ao tratamento DNA-VHB(-) HBeAg (-) seroconversión antiHBe Asocia mejoría BQ e H mantenida en el tiempo tras retirada de tto Hepatite crônica B HBeAg+ HC leve DNA +++ VHB antiHBe+ HC mod ++ + HC leve ou normal ALT Aumento da ALT: soroconversão Não requer tratamento 40 1 2 3 4 Fase replicativa 5 6 7 8 9 10 Fase não replicativa 11 12 Hepatite B crônica: indicações do tratamento Hepatite crônica ALT alterada (> 2x/normal) Biópsia: atividade IFN ou Antiviral Inmunomodulador Lamivudina Adefovir Análogo nucleotídeo Inibe a replicação do DNA-VHB Bloqueia a DNA polimerase Tratamento com que medicamento, e por quanto tempo ? Eficácia Duração da resposta Efeitos adversos Contra-indicações Facilidade de administração Duração do tratamento Custos da terapia e monitorização Resistência à drogas TRATAMENTO HVB FÁRMACOS Duração tto Resistências Via Eliminação HBsAg Exacerbação Efeitos adversos Custo IFN LAM Limitada NÃO Subcutânea Incerta mutante YMDD Oral Possível SIM SIM US$ 3073 6m NÃO Infreqüente NÃO US$ 599 12 m Hepatite crônica B: tratamento com IFN Pico ALT precede a soroconversão anti-HBe Soroconversão pode ocorrer durante o Tratamento ou até 12 meses após sua suspensão Interferon- Consenso europeu: tratamento Idade > 2 anos ALT alterada Prednisona prévia ?? Não funciona IFN - 5 MU/ m2 3 vezes/ semana 6 meses 3º mês DNA++ dose IFN ou trocar por outro IFN Jara & Bortolotti JPGN 29:163,1999 Lamivudina 3 mg/kg/dia – oral (máximo:100 mg/día) Duração: mínima de 01 ano Mantida: 6 meses após a seroconversão Asociado a manutenção da resposta pós-retirada Lamivudina: Definição de resposta Intratratamento Soroconversão (HBE → anti-HBe) Negativização DNA-VHB Normalização ALT Melhora histológica EFEITO LAMIVUDINA Tratamento prolongado adultos % seroconversão (HBE → anti-HBe) 40% 29% 22% LAM 1a LAM 2a LAM 3a Chang 1998 Lamivudina DNA-VHB +++ - - Factor limitante MUTACIONES YMDD + ALT -12 -6 0 Recaída DNA VHB e/ou ALT > basal 2 12-24 meses ineficácia Suspender e acompanhar Solução: adefovir dipivoxil? Lamivudina: mutantes YMDD em crianças Aumento progressivo com o tempo de tratamento Jonas NEJM 2002 33% 19% (54/163) (31/166) >70% a 3 anos Mês 12 Mês 18 NUC30903/26 Hepatology 2001;34:349A Tratamento com LAM em crianças Vantagem: Seguro em pacientes portadores de cirrose descompensada. Esquema de tratamento 1ª droga: IFN - duração 6 meses Consenso Europeu - 5 MU/m2 3 vezes/ semana Recomendação AASLD - 6 MU/m2 3 vezes/ semana AGUARDAR 6 – 12 MESES PARA SEROCONVERSÃO Se não houver resposta – DNA-VHB + ; ALT elevada LAM 3mg/kg/dia no máximo 100 mg/dia Duração: 6 meses após seroconversão ou indefinido? Outros medicamentos em estudo Entecavir, a telbivudina, a valtorcitabina, a elvucitabina, a emitricitabina, a clevudina, o tenofovir, o famciclovir, o ganciclovir, o MCC-478, o amdoxovir, o remofovir e o thymalfasin. Alguns são promissores, mas ainda há muito o que se avaliar antes que saibamos qual as vantagens e desvantagens de cada um deles e quais serão utilizados para o tratamento da hepatite B. HEPATITE B: prevenção TRANSMISSÃO PERINATAL A infecção em crianças, por sua elevada taxa de evolução para cronicidade, é o principal fator de persistência do VHB na população geral TRANSMISSÃO PERINATAL DO VHB 100% 80% 60% 70-90% 70-90% 40% 10-30% 10-30% 20% 0% AgHBe+ Anti-HBe+ Mãe portadora AgHBs+ 1o e 2o trimestre 3o trimestre Mãe com hepatite aguda Mudando a evolução natural Hepatite B: profilaxia da transmissão perinatal Mãe HBsAg > 90% Cirrose e CHC VACINA HBIG (12 horas) < 5% American Liver Foundation - Se você está grávida: triagem - Se você está infectada:vacine seu bebê !!! TRANSMISSÃO PERINATAL DO VHB LEITE MATERNO O AgHBs pode ser detectado no LM de mães AgHBs+ Estudos em Taiwan e Inglaterra mostraram que o aleitamento materno não aumenta o risco de infecção dos RN A profilaxia pós nascimento com HBIG + vacina eliminam o risco de transmissão viral através do aleitamento IMPACTO DA VACINAÇÃO CONTRA VHB Prevalência VHB 5% - RN 10% - 2 anos 0,7% - < 15 anos Mortalidade por hepatite fulminante (casos/100.000) 5,36 1,71 Incidência anual de HCC (casos/100.000) 0,7 0,36 Incidência de nefropatias 48/381 (12,6%) 8/231 (3,5%) p<0,001 A Hepatite B pode ser prevenida! Hepatite C O vírus da hepatite C Família: Flaviviridae Medida: 30 a 60nm Genoma: RNA Prevalência do vírus da hepatite C Canadá ? Europa Ocidental 0,6-2,4% Grécia 2,5-7,5% Estados Unidos 0,1-0,4% Egito 7,3-38,2% América Central 0,3-1,7% Chile 0,2-0,5% Rússia 1-5% Japão 1- 2% África 4- 8% Brasil 1- 3% Argentina 0,5-2,8% Total Global : 170 milhões de portadores Causa mais comum de doença hepáticacrônicos crônica e transplante em adultos Casos novos:1 hepático a 3 /100.000 pessoas/ano Evolução do percentual de positividade dos marcadores sorológicos e da ALT em doadores de Brasília no período de 1994 a 1997. * Dados da Fundação Hemocentro de Brasília 8,00% Percentual 7,00% 1994 1995 1996 1997 6,00% 5,00% 4,00% 3,00% 2,00% 1,00% 0,00% HBsAG Anti-HBc ALT Anti-HCV Anti-HIV 1,24% 0,28% 1994 0,67% 1995 0,37% 7,40% 0,77% 0,99% 0,32% 1996 0,34% 6,04% 1,35% 0,69% 0,22% 1997 0,31% 5,62% 1,11% 0,95% 0,82% Hepatite C: transmissão Parenteral Sexual Vertical Infecção pelo VHC Modos de transmissão Transfusão de sangue ou derivados Hemodiálise (duração do tratamento) Transplante de doador infectado Uso de drogas injetáveis Acidentes de punção com agulhas Sexual Procedimento médico odontológico Tatuagem, manicure, piercing Domiciliar (barbeador, escova de dente, alicate, etc) Vertical (Mãe infectada) *Desconhecido – 40-50% casos Hepatite C pós-transfusional % of Recipients Infected 30 All volunteer donors HBsAg 25 20 15 Donor Screening for HIV Risk Factors Anti-HIV 10 ALT/Anti-HBc Anti-HCV 5 0 1965 Improved HCV Tests 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 Year (Adapted from HJ Alter and Tobler and Busch, Clin Chem 1997) Resultados da pesquisa do anti-HCV associados à faixa etária em hemofílico do DF 100 Percentual Anti-HCV 90 80 Negativo Positivo 66,67 70 60 50 33,33 40 23,53 30 20 10 0 < 15a<15a n=36 > 15a >15a n=17 Faixa etária < 06 anos: 0% Carvalho et al, 1999. VHC na infância Modos de transmissão Antes de 1992 Transfusão de sangue e derivados Órgão transplantado Após 1992 Materno - infantil Epidemiologia em crianças: Transmissão vertical mães HCV - RNA : 4,6 – 7,8% (6,2%) (> carga viral > risco) HIV coexistente: 11,8 – 19,8% (15,8%) BJM, 1997 transmissão materno-infantil Definição de transmissão materno- infantil • Anti-VHC positivo em cças mais de 18 m. de idade • RNA-VHC positivo em cças a partir de 3 m. de idade • RNA-VHC positivo em pelo menos duas dosagens • Aminotransferases elevadas • Genótipo idêntico mãe e filho Hepatite C: História natural Transmissão vertical 70-80% 20-30 % Hepatite C - História Natural Cura (15%) Hepatite Aguda Crônica (85%) Cirrose (20%) (Seef, 2002) CHC (4% / ano) O vírus da hepatite C Região hipervariável Vírus da hepatite C: alta taxa de mutações Genótipos Subtipos Quasispécies Escape do sistema imune Alto índice de cronificação (85%) Árvore filogenética da seqüência nucleotídica da região NS5 do HCV. (Fontes: SIMMONDS et al., 1993; SIMMONDS, 1995) Distribuição geográfica: genótipos e subtipos Distribuição dos genótipos do HCV no Brasil Genótipo Incidência 1 70% 2 2,5% 3 28% Vírus da Hepatite C - Replicação Lipoproteinas Entrada Vírus da Hepatite C - Replicação Lipoproteinas Entrada NS5B NS4B NS3/4A “uncoating” NS2 NS5A ER C E 1 E2 Chaperones ER Translação E1-E2 núcleo Vírus da Hepatite C - Replicação Lipoproteinas Progeny genome Entrada Replicação + NS5B NS4B NS3/4A “Uncoating” NS2 NS5A ER C E 1 E2 Chaperones ER E1-E2 Translação Núcleo Vírus da Hepatite C - Replicação Lipoproteinas Saída Progeny genome Entrada Montagem Replicação + E1-E2 NS5B Golgi NS4B NS3/4A “Uncoating” NS2 NS5A ER C E 1 E2 Chaperones ER E1-E2 Translação núcleo Vírus da Hepatitis C - Imunopatogênese APC Ig CD4 Class II TH VHC Cél. B Citocinas CD8 Class I CTL HCV Hepatócitos Vírus da Hepatitis C - Imunopatogênese APC Ig CD4 Class II TH VHC Cél. B Citocinas CD8 Class I CTL HCV Citocinas Hepatócitos Céls. não especificas e inflamatórias Vírus da Hepatitis C - Imunopatogênese APC Ig CD4 Class II TH VHC Cél. B Citocinas CD8 Class I CTL Apoptose ou citopática replicação Clearance viral HCV Esteatose Citocinas Hepatócitos Céls. não especificas e inflamatórias Hepatite C - cronicidade Definição Adultos >6 meses desde detección •Disfunção •RNA VHC+ Crianças >3 anos desde inóculo •RNA VHC+ Mínima ou nULA possibilidade de cura espontânea Hepatite C: quadro clínico Sintomática Assintomática Anictérica Ictérica Fulminante (rara) Manifestações extra-hepáticas VHC Manifestações extra-hepáticas Hematológica Crioglobulinemia Endócrina Diabetes mellitus Anemia aplásica Ocular Trombocitopenia Úlcera de córnea Linfoma B Uveíte Dermatológica Vascular Porfiria cutânea tarda Poliarterite nodosa Líquen plano Vasculite necrotizante Renal Neuromuscular Glomerulonefrite Mialgia Síndrome nefrótica Neuropatia periférica Doenças auto-imunes Artralgia (Hadziyannis, 1999) Hepatite C: diagnóstico Sorologia Anti-VHC -ELISA - RIBA Biologia molecular RNA VHC Hepatite C: cura Anti-HCV Sintomas +/- Nível HCV RNA ALT Normal 0 1 2 3 4 Meses 5 6 1 Tempo após Exposição 2 3 Anos 4 VHC – Infecção crônica Anti-HCV Sintomas +/- Nível HCV RNA ALT Normal 0 1 2 3 4 Meses 5 6 1 2 3 Anos Tempo após exposição 4 Hepatite C: Tratamento Hepatite C: objetivos do tratamento Eliminar os sintomas Eliminar o vírus Interromper a progressão da doença Retardar a progressão fibrose Prevenir descompensação Prevenir CHC (Worman, 2002; Peters, 2002) Hepatite C: tratamento Interferon & Ribavirina Hepatite C: tratamento recomendado RVS Peg-IFN + RBV 56% IFN + RBV 41% Peg-IFN 39% IFN 22% 1990: IFN alfa 1997: IFN alfa + ribavirina 2002: Peg-IFN alfa + ribavirina Interferon alfa •Antiviral •Inmunomodulador • Vida média: curta • Dose: 3 MU/m2 3 vezes/semana Local onde uma molécula do PEG se use à molécula de IFN alfa 2b Interferon pegilado 1000 pg/ml Peg-IFN 100 União ao Polietilenglicol Aumenta tamanho Prolonga vida média 10 30 IFN UI/ml 10 Peg-IFN alfa 2b: 1.5 µg/kg Peg-IFN alfa 2a: 90-180 µg 0 0 24 48 72 96 120 144 165 horas Tratamento Idade: > 2 anos ? > 3 anos % RVS HC-VHC na infância Contra-indicações idem aos adultos Genótipo 2 ou 3 Genótipo 1 IFN- 50 % 25 % IFN+Ribavirina 100 % 52 % Peg-IFN + Ribavirina estudos em crianças ainda em andamento e não aprovado HEPATITE C PREVENÇÃO Atividade sexual monogâmica Não se recomenda preservativos Transmissão Vertical Não tem relação tipo-parto Não suspender amamentação Imunoglobinas Vacina Amamentação não está contra-indicada!!! transmissão materno-infantil CDC: o aleitamento materno não é contraindicado em mães VHC+ AAP: mães VHC+ devem ser aconselhadas de que, embora a transmissão do VHC pelo LM não esteja claramente documentada, é teoricamente possível e a decisão deve ser feita individualmente transmissão materno-infantil Conclusões • Gravidez não está contra indicado em mulheres VHC + • Transmissão vertical está restrita principalmente nos casos com viremia e alta carga viral • A associação entre o risco de infecção neonatal e os genótipos ainda não está bem estabelecido • Não há diferença de infecção nas crianças nascidas de parto cesárea e vaginal • Não há evidências de maior risco de transmissão com aleitamento materno A Não cronifica IHF fulminante VACINA B Cronifica Profilaxia nos RN VACINA Obrigada! Cronifica: 85% Evolução lenta, silenciosa e progressiva C