Informativo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Ano XiII - nº 209 - agosto/2009 Sindicatos confirmam Júlio Rocha à frente da Faes Faes Com 98% dos votos válidos os sindicatos rurais capixabas reelegeram o atual presidente, que permanecerá no cargo até 2012 Páginas 6 e 7 Multiplicadores de conhecimento Por dentro do georreferenciamento À espera de um acordo Página 3 Página 5 Página 11 EDITORIAL Campo legal Aos nossos presidentes e delegados representes dos sindicatos rurais Vistoria em imóvel rural passível de desapropriação Motiva-nos externar-lhes nossos sinceros agradecimentos pela confiança que nos concedeu mediante sua participação em nossa eleição no dia 10/08/2009. Sentimo-nos, todos os integrantes da chapa, e, tenho certeza também os não integrantes de DIREITO, que estão integrados de FATO, honrados em participar da Organização, da Representação e Defesa dos interesses dos produtores rurais, a nível municipal, estadual e nacional, promovendo o desenvolvimento sócio-econômico e ambiental do setor agropecuário. Estamos todos cientes da necessidade de avançarmos. Para tanto, precisamos nos preparar, difundir conhecimentos, socializar informações e organizar os nossos argumentos, como tem nos mostrado a nossa Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Conclamamos a todos que participem e que emitam suas idéias, sugestões e críticas construtivas. Alcançar o melhor é impossível, mas lutarmos para fazer o melhor que cada um podemos fazer, é obrigação. Haveremos, com as bênçãos de DEUS, de conquistar melhores resultados para nossa valorosa gente do campo, proprietários (as) e trabalhadores (as). Uma feliz jornada para todos; que o PAI nos guie e oriente sempre, em busca do melhor caminho, facultando-nos sempre o conforto e a paz de nossas consciências, pela certeza do dever cumprido. Júlio da Silva Rocha Jr. Presidente da Faes Modernização nos sindicatos rurais EXPEDIENTE O sistema de elaboração de carta de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) realizado pelos sindicatos rurais vai mudar. Representantes da Faes e dos sindicatos pólos de Jaguaré e Cachoeiro de Itapemirim viajaram ao Paraná em agosto para treinar a utilização do sistema próprio do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. A Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAF identifica as famílias beneficiárias do programa, diz a que grupo social ela pertence e é obrigatória para acessar o crédito Pronaf. Após o treinamento, os técnicos que atuam nos pólos irão difundir o que aprenderam para outros sindicatos rurais capixabas, a fim de que todos se adaptem à nova metodologia. 2 O Decreto nº 2.250, de 11 de julho de 1997, que dispõe sobre a vitória em imóvel rural destinado a Reforma Agrária reza que as entidades estaduais representativas de trabalhadores rurais e agricultores (no nosso caso os Sindicatos Rurais Patronais) poderão indicar ao órgão fundiário federal – Incra ou ao órgão colegiado de que trata o art. 2º, § 1º, da Medida Provisória nº 1.577 (11/06/1997), áreas passíveis de desapropriação para reforma agrária. Formalizada a indicação de que trata o caput, o órgão fundiário procederá à vistoria no prazo de até 120 dias, sob pena de responsabilidade administrativa. A realização da vistoria prevista no artigo anterior será comunicada à entidade representativa dos trabalhadores rurais e das classes produtoras, a fim de que cada entidade possa indicar um representante técnico para acompanhar o levantamento de dados e informações. Os laudos de vistoria, bem como as atualizações cadastrais resultantes, serão comunicados ao proprietário do imóvel rural, que poderá exercer, no prazo de 15 dias, direito de manifestação. O imóvel rural que venha a ser objeto de esbulho (ato violento, contra a vontade do produtor, daquilo que lhe pertence ou está em sua posse), ou seja, invadido, por qualquer movimento que seja, não será vistoriado, para os fins do art. 2º da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, enquanto não cessada a ocupação, observados os termos e as condições estabelecidos em portaria do presidente do Incra. Os jurídicos da Faes e dos Sindicatos Rurais Patronais estão à disposição para mais esclarecimentos. Valdirene Ornela da Silva Barros Assessora Jurídica Coordenadora-Faes O Jornal Esta Terra é uma publicação mensal da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional do Estado do Espírito Santo (SENAR-AR/ES). FAES: DIRETORES: Júlio da Silva Rocha Júnior (Presidente), João Calmon Soeiro (1º Vice-presidente), Waldir Magewiski (2º Vice-presidente), Jonas Sossai (3º Vice-presidente), Tolentino Ferreira de Freitas (4º Vice-presidente), Francisco Loss Milagres (5º Vice-Presidente), Rodrigo José Gonçalves Monteiro (6º Vice-presidente), Francisco Vervloet Sampaio Silva (1º Secretário), José Manoel Monteiro de Castro (2º Secretário), Neuzedino Alves Victor de Assis (1º Tesoureiro), Carlos Roberto Aboumrad (2º Tesoureiro). Suplentes Da Diretoria: Luiz Carlos da Silva, Leomar Bartels, Luiz Malavasi, Erci Calvi, José Silvano Bizi, Jacinto Pereira das Posses, Nilson Izoton de Almeida, Acácio Franco, Marlene Busato, Valdeir Borges da Hora. Conselho Fiscal: Efetivos: Acyr Annies, José de Assis Alves, Abdo Gomes - Suplentes: Luciano Henriques, Gilda Domingues, Jairo Bastianello. CONSELHO REPRESENTATIVO DA CNA: Júlio da Silva Rocha Júnior e João Calmon Soeiro Endereço: Av. Nossa Senhora da Penha, nº 1495 - Torre A - 10º e 11º andares - Bairro Santa Lúcia - Vitória/ES - Tel: (27) 3185-9200 - Fax: (27) 3185-9201 - e-mail: [email protected] | [email protected] Produzido por: Iá! Comunicação (27) 3314-5909 - ([email protected]) - Jornalista responsável: Eustáquio Palhares ([email protected]) - Edição: Priscila Norbim - Textos: Priscila Norbim e Danielle Ewald - Colaboradores: Neuzedino Assis, Ivanete Freitas, Maria Tereza Zaggo, Liliane Fundão, David Adame, Luana Boldrini e Murilo Pedroni. Editoração: Interativa Marketing e Comunicação (27) 3222-2908. Multiplicadores de conhecimento A Os sindicatos rurais de Itarana e Nova Venécia saem na frente quando o assunto é mobilização e realização de treinamentos última reunião dos sindicatos rurais capixabas foi especial para a multiplicação de conhecimento e profissionalização na zona rural capixaba. Como forma de incentivo, o Senar/ES homenageou os dois sindicatos que mais realizaram treinamentos em 2008. Os ganhadores foram os municípios de It ara n a e Nova Venécia. A diferença entre ambos foi muito pequena, já que as duas entidades realizaram 28 treinamentos. A decisão ficou por conta do número de capacitações de Formação Profissional Rural, no qual Itarana promoveu 20, contra 18 de Nova Venécia. Além dos presidentes dos dois sindicatos rurais, Jacintho Pereira das Posses (SR Itarana) e Jairo Bastianello (SR Nova Venécia), também receberam uma placa de homenagem os mobilizadores dos sindicatos, Sérgio Henriques e Márcia Cristina Capucho. Segundo o presidente da Faes, Júlio Rocha, os mobilizadores são os principais responsáveis pelo sindicato alcançar resultados positivos. “O trabalho do mobilizador é incentivar a comunidade a participar dos treinamentos, levando conhecimento e oportunidade para o meio rural”. Fotos: Comunicação /Faes Itarana Sérgio Henriques Mobilizador de Itarana “Para chamar mais pessoas para os treinamentos eu divulgo na rádio comunitária do município, que é a mais ouvida, e também vou às comunidades, converso com as lideranças rurais e ofereço os treinamentos do Senar/ES. Mas a maior satisfação de ter recebido essa homenagem foi ver um trabalho realizado. Ver que as pessoas estão tendo oportunidade no campo, adquirindo novos conhecimentos e podendo aumentar a renda familiar”. Nova Venécia Jacintho Pereira das Posses Presidente SR Itarana “Não esperava receber esta homenagem. Achei ótimo. É o reconhecimento de todo um trabalho feito pelo sindicato. O nosso mobilizador é muito competente e contribuiu para que o sindicato ficasse com o primeiro lugar. É sucesso para o sindicato e para o nosso município.” Márcia Cristina Capucho Mobilizadora de Nova Venécia “Há três anos trabalho como mobilizadora do sindicato rural de Nova Venécia. Para mim foi muito gratificante ser homenageada. Também sou do meio rural e vejo como o campo precisa desses treinamentos e como eu pude contribuir para o desenvolvimento do município e da profissionalização de mais pessoas na região.” Jairo Bastianello Presidente SR Nova Venécia “O Senar/ES valoriza o homem do campo. Essa parceria com o sindicato é fundamental e o nosso objetivo é dar continuidade ao trabalho, para levar mais oportunidades para o meio rural. Fiquei satisfeito com a homenagem. Vamos divulgar os serviços do Senar/ES e realizar mais capacitações. A intenção é oferecer mais qualidade de vida ao homem do campo.” Inclusão Digital Rural chega ao Espírito Santo O programa Inclusão Digital Rural da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA está a um passo de ser implantado no Espírito Santo. Maria da Conceição Felizardo participou entre os dias 03 e 07 de agosto de um treinamento em Brasília para se tornar instrutora do programa. Ela será também multiplicadora para a formação de outros instrutores. Inicialmente, quatro cidades receberão o Inclusão Digital, mas a meta é alcançar todos os municípios onde existe sindicato rural vinculado à Faes. Cachoeiro de Itapemi- rim e Jaguaré serão os pólos de interiorização das ações e de apoio aos sindicatos. As outras duas localidades que primeiro participarão do projeto serão escolhidas de acordo com a maior quantidade de produtores rurais. A cada ano, o programa Inclusão Digital Rural pretende alcançar aproximadamente cinco mil pessoas, levando conhecimentos básicos de informática ao interior para produtores rurais, trabalhadores e suas famílias. Quatro salas serão implantadas no Estado, além de uma unidade móvel que circulará pelo território capixaba. 3 OPINIÃO A educação ambiental no século XXI– retrospectivas e perspectivas E m artigo recente do Prof. Prakki Satyamurty – expresidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia – o autor enfatiza a necessidade de mudanças profundas no processo de definição das alternativas propostas para a reversão dos efeitos das mudanças climáticas. Segundo tese defendida pelo autor do artigo, o princípio do desenvolvimento sustentável não é mais o caminho único para enfrentar as mudanças climáticas, tornando-se inevitável a redução drástica do consumo de recursos naturais e um eficaz programa de controle da natalidade. Ou seja, segundo o pesquisador, já passamos da fase do “desenvolvimento” sustentável; a hora agora é do “consumo” sustentável. Por outro lado, neste caso analisando a posição do G20 (maiores economias mundiais), recentemente reunido em Londres, observa-se uma nítida preocupação com a crise financeira (através da definição de propostas inovadoras e ambiciosas), porém com um discurso vago e breve em relação à problemática ambiental. Porém, entre o contexto limite das visões dos pesquisadores e dos políticos, persiste uma análise de idêntica importância, ainda não suficientemente abordada, voltada a saber como a sociedade está preparada para pressionar por soluções proteladas, aceitar as conseqüências da adoção das mesmas e, sobretudo, como nossos futuros gestores (no horizonte do curto e médio prazos) estão preparados não apenas para implementar as propostas conhecidas, mas para gerar novas e efetivas respostas para o cenário que a sociedade deverá enfrentar, já que o tem- 4 po, neste novo contexto, é uma variável crítica ao processo. Se agregarmos a este cenário os resultados do estudo desenvolvido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2006), que mostra que 37% dos alunos brasileiros com 15 anos de idade - a pesquisa foi realizada em 57 países em diferentes regiões do mundo - apresentam um nível mínimo de conhecimento ambiental, ficando abaixo do Brasil apenas países como Catar, Quirquistão e Azerbaijão, fato que coloca os jovens do Brasil sem o conhecimento mínimo necessário para lidar com os desafios ambientais. Ou seja, a pesquisa deixa claro (inclusive no Brasil) que os estudantes estão preocupados e conscientizados de que é preciso agir (ponto positivo), entretanto não evidenciam condições plenas de assumir seu papel no processo da ação desejada. O estudo infere, entre outros pontos, que os estudantes falam muito sobre temas ligados à área ambiental, mas parece saber pouco a respeito do assunto. Tendo estes aspectos em foco, em 2003 foi criado o Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA – UNIVIX, voltado especificamente a estudar o nível de percepção ambiental e social de segmentos formadores de opinião, priorizando às áreas educacional e ambiental. Desde então o NEPA vem consolidando um significativo banco de dados gerado a partir de pesquisas desenvolvidas com estudantes e professores dos ensinos fundamental, médio, médiotécnico e superior, assegurando o conhecimento efetivo do perfil de cidadania ambiental de tais segmentos. Como decorrência da análise deste banco de dados, em 2006, o NEPA fez a proposição da criação do ENADE AMBIENTAL (não compulsório, de iniciativa das próprias instituições de ensino superior), voltado a identificar e quantificar as lacunas do conhecimento ambiental de estudantes ingressantes e concluintes, propiciando aos gestores educacionais e aos gestores públicos informações que propiciem a definição de ações preventivas e corretivas que assegurem um mínimo nível de conhecimento ambiental com que tais futuros gestores cheguem ao mercado de trabalho. Neste momento o NEPA já conta com pesquisas específicas de aplicação do instrumento a estudantes dos cursos de Administração e Engenharias, e, em andamento, com estudantes de Direito e Arquitetura e Urbanismo. Tudo isso nos leva a caracterizar a necessidade de uma reavaliação profunda – retrospectiva – da Educação Ambiental no Século XX, tendo em conta – perspectiva – daquilo que deverá ser definido para a Educação Ambiental do Século XXI. Não que isso seja entendido como uma identificação de erros – dado que na realidade não erramos na forma como até então vínhamos encaminhando o processo de Educação Ambiental - mas sim de reconhecer e assumir que posturas que até então vinham sendo aceitas como válidas, precisam passar por uma profunda reflexão, projetando o que deverá ser a Educação Ambiental no Século XXI. Pensar, por exemplo, em estruturar programas de Educação Ambiental sem um diagnóstico prévio da percepção ambiental e social do segmento a ser atendido, bem como não dispor de formas de pós avaliar a eficácia dos resultados de tais programas, não poderão mais constar das premissas para as novas intervenções. Ou seja, não basta “oferecer Educação Ambiental”; há que se ter certeza que estamos realmente “mudando a percepção ambiental da sociedade” (conscientização, exame crítico da realidade e desenvolvimento da cidadania). Não há como protelar esta reflexão; se não a iniciarmos de imediato, com muita certeza não termos tempo hábil para evitar o que parece ser inevitável à luz da atual conjuntura. Poder Público e as empresas, cada um na sua área de atuação – gestores e financiadores de Programas de Educação Ambiental - devem fazer – isoladamente e em conjunto – esta reflexão. Comunicação/Faes Roosevelt S. Fernandes, M. Sc. Membro dos Conselhos Estadual de Meio Ambiente e do Estadual de Recursos Hídricos (ES), bem como do Conselho Temático de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria. Coordenador do curso de Engenharia de Produção Civil da UNIVIX (Vitória – ES), além de criador e coordenador do NEPA - UNIVIX Georreferenciamento: mais que uma necessidade, uma obrigação Os proprietários rurais precisam regularizar sua situação com o Idaf e o Incra G rande parte dos proprietários rurais capixabas ainda não realizou a Averbação da Reserva Legal junto ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo – Idaf e a Certificação de Imóveis Rurais no Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Para regularizar a situação é necessário, entre outros documentos, uma planta ou croqui georreferenciado que descreva as características naturais e culturais, a configuração do terreno, os limites, as confrontações e exata localização da reserva legal. O Idaf realiza o georreferenciamento em propriedades que possuem até 25 hectares, cobrando apenas uma taxa de vistoria, que varia de acordo com o tamanho do imóvel. O Estado ou o Fundo de Conservação do Desenvolvimento Florestal cobrem os custos da averbação para proprietários rurais que possuem baixa renda familiar comprovada. Nas propriedades com mais de 25 hectares, pessoas físicas ou jurídicas podem realizar o georreferenciamento, desde que cadastradas no órgão. Averbação da Reserva Legal Todas as propriedades rurais devem possuir uma reserva legal, que ocupe, no mínimo, 20% de seu território, área necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção da fauna e flora nativas, como dita o Código Florestal, em seu artigo 2°. Isso já é do conhecimento dos agricultores desde 1965. Mas o que alguns ainda não Comunicação/Faes Para a averbação da reserva legal é indispensável a apresentação do georeferenciamento. sabem é que até 11 de dezembro de 2009, todos os proprietários rurais precisam averbar a reserva legal ou efetivar o requerimento para a implantação ou recuperação da cobertura vegetal com floresta nativa. Medida necessária para que os produtores possam utilizar sustentavelmente os recursos naturais da área, visto que não é permitido o corte raso e a supressão de florestas nas reservas legais. É importante que todos os proprietários rurais deem entrada no processo de averbação dentro do prazo definido, porque o Poder Público só emite licenças, anuências, autorizações, certidões, laudos e outros documentos, mediante comprovação do requerimento de averbação. Será cobrada multa diária a partir de abril de 2010, que varia de R$ 50 a R$ 500, de acordo com o tamanho da reserva legal, para quem não realizar a averbação. A penalidade para quem desmatar ou explorar áreas destinadas à conservação ambiental sem prévia autorização é de R$ 5 mil por hectare. Certificação de Imóveis Rurais A Certificação do Imóvel Rural é um documento emitido pelo Incra certificando, depois de feito um memorial descritivo ou planta do imóvel, que a propriedade rural não se sobrepõe a nenhum outro imóvel que conste no cadastro georreferenciado do Instituto. O certificado verifica também se o documento foi efetuado de acordo com as especificações estabelecidas na Norma Técnica aprovada pelo Incra. Apenas 43 imóveis do Espírito Santo estão certificados, segundo dados do Incra. A certificação é feita gratuitamente pelo Instituto e o único gasto que o proprietário tem é com o georreferenciamento. Os profissionais que são contratados para fazer a medição da propriedade realizam todo o processo da certificação. O Incra já realizou a certificação das propriedades com mais de 1000 hectares, e agora está emitindo os certificados para quem possui entre 500 e 1000 hectares, até novembro de 2011. Depois da data serão certificadas todas as outras áreas. É importante que todos os imóveis rurais sejam cadastrados já para que qualquer transação em cartório que envolva a propriedade há a exigência do documento. Passos para a averbação da Reserva Legal Primeiramente, os proprietários rurais devem se dirigir ao Idaf com os seguintes documentos: - Cópia de CPF e identidade do proprietário ou procuração (cópia dos documentos do procurador); - Cópia dos documentos do Incra ou CCIR; - Escritura atualizada da propriedade (máx. 05 anos); - Planta georreferenciada da propriedade contendo todas as características do imóvel. O produtor deve preencher um formulário de requerimento da averbação e logo depois o Idaf realiza uma vistoria técnica na propriedade. Após a aprovação do projeto técnico o Instituto fornece um Termo de Averbação de Reserva Legal, que deve ser encaminhado ao Cartório de Imóveis Rurais, onde a propriedade está registrada. Para mais informações: Idaf – (27) 3132 1541 5 Sindicatos confirmam Júli Com 98% dos votos válidos os sindicatos rurais capixabas reele E m eleição no dia 10 de agosto, para o mandato 2009-2012 teve início a maioria dos sindicatos rurais em julho, quando foi publicado em vedo Espírito Santo decidiu pela ículos de grande circulação no Estado, permanência de Júlio da Silva Roo primeiro edital. Apenas uma chapa cha Júnior à frente da Federação da se candidatou ao pleito e não houve Agricultura e Pecuária do ES (Faes), qualquer solicitação de impugnação de o que correspondeu a 98% dos votos candidatura, o que, segundo Waldeque válidos. Garcia, aponta a satisfação com a atual Mais que reeleger o atual presiadministração. dente, o resultado da eleição mostra Depois da contagem dos votos, o que representantes de todo o Estado presidente da Faes fez questão de aprovam a gestão da atual diretoria e agradecer a parceria de todos. querem a continuidade dos trabalhos. “É muito importante representar Dos 49 sindicatos aptos a particiuma categoria tão nobre. Com profisparem da eleição, sionalismo e comparComunicação/Faes 46 foram às urnas e tilhamento de todos 45 votaram na chapa estamos felizes por única, encabeçada c h e g a r o n d e e s ta por Rocha. A nova mos. Nós do Sistediretoria toma posse ma Sindical temos o em setembro e gadever de organizar e nhou novos líderes. defender a categoria Para garantir a dos produtores rurais transparência do proe defenderemos até cesso, o presidente Depois da contagem dos votos os presentes onde for possível”, da mesa coletiva e comemoraram o resultado. disse. apuradora foi o reO presidente do presentante da Fecomércio, Sérgio sindicato rural de Cachoeiro de ItapeMagalhães. Além dele, acompanharam mirim, José Garcia, aproveitou para a eleição o consultor jurídico, Waldeque parabenizar a atual gestão. “Nós dos Garcia, e a coordenadora do Sindical sindicatos rurais estamos muito orguda Faes, Maria Christina Alvarenga. lhosos. Júlio está levando o nome do Espírito Santo a nível Brasil e sabemos PROCESSO que com a continuidade dos trabalhos, o nosso presidente vai levantar também A abertura do processo eleitoral o nome dos sindicatos”. 6 io Rocha à frente da Faes egeram o atual presidente, que permanecerá no cargo até 2012 Resultado final da eleição 49 46 45 01 Sindicatos Rurais aptos a votação Sindicatos Rurais participaram da eleição Sindicatos Rurais votaram na chapa única Sindicato Rural anulou seu voto Conheça a Diretoria eleita EFETIVOS Presidente 1º Vice-Presidente 2º Vice-Presidente 3º Vice-Presidente 4º Vice-Presidente 5º Vice-Presidente 6º Vice-Presidente 1º Secretário 2º Secretário 1º Tesoureiro 2º Tesoureiro Júlio da Silva Rocha Júnior João Calmon Soeiro Rodrigo José Gonçalves Monteiro Abdo Gomes José Garcia Wilson Tótola Acácio Franco Luiz Carlos da Silva Altanôr Lôbo Diniz Neuzedino Alves Victor de Assis Carlos Roberto Aboumrad SUPLENTES Armando Luiz Fernandes Antônio Roberte Bourguignon Jairo Bastianelo Nilton Falcão Fábio Gomes e Gama Luiz Malavasi Valdeir Borges da Hora Antônio José Baratela José Pedro da Silva José de Assis Alves Francisco Tristão Conselho Fiscal EFETIVOS Leomar Bartels Jacintho Pereira das Posses José Manoel Monteiro de Castro SUPLENTES Gilda Domingues Luciano Henriques Nelson Broetto 7 Zona rural tem atenção redobrada em Alfredo Chaves “A participação em todos os setores de interesse do homem do campo é o diferencial do Sindicato Rural de Alfredo Chaves”, afirma o presidente. O Sindicato Rural de Alfredo Chaves é conduzido desde 2007 por Sinval Rosa da Silva, que através de projetos internos e diversas parcerias procura atender às necessidades do homem do campo e de sua família. Com uma média de 95 associados, o sindicato caminha em busca do crescimento, da ampliação de seus serviços e do desenvolvimento da região. A entidade é bastante ativa em todos os setores de interesse dos moradores do campo, seja apoiando a agricultura e a pecuária, seja promovendo programas ambientais, de saúde e educação. Mantém representação nos conselhos de saúde, de agricultura, de meio ambiente, de ação social e de defesa civil, na Sociedade Pestalozzi, na Associação dos Produtores de Ração do Vale do Benevente e no Comitê da Bacia da Região do Vale do Benevente, a fim de atender de forma mais eficaz os interesses do campo. Atender a população do campo com assistência odontológica, auxílio a processos de aposentadoria e declaração de ITR, realização de serviços de contabilidade, cadastramento de anúncios no site da Faes e emissão da Carta de Aptidão ao Pronaf, são as principais atividades realizadas na entidade. “Diante das dificuldades ma- teriais e de pessoal existentes em nosso sindicato, estamos cumprindo nossa missão satisfatoriamente, o que pode caracterizar um diferencial para nós”, destaca Sinval Rosa. CAPACITAÇÕES Com o intuito de elevar a qualidade de vida no município, o sindicato participa ainda Comunicação/Faes Sinval Rosa conta que o número de treinamentos realizados em Alfredo Chaves cresceu 225% no último ano. Qualidade do rebanho em destaque O interior do Espírito Santo, mais precisamente a região de Apiacá, possui vacas com elevado nível de qualidade. Foi o que constatou o secretário executivo da Faes, Altanôr Lobo, ao participar do XVII Concurso Leiteiro de Apiacá, que aconteceu entre os dias 23 e 25 de julho. O concurso reuniu 62 vacas disputando as categorias 20, 30 e 40 Kg, e despertou a atenção do secretário, 8 que incentivou aos participantes a se inscreverem na GranExpoES/2009. Os produtores rurais demonstraram interesse em participar da exposição e solicitaram a Altanôr a intervenção junto aos coordenadores do concurso estadual. Ele esteve presente no evento conversando com produtores rurais e divulgando as ações da Faes e do Senar/ES. Esse contato já gerou o agendamento de uma assembléia para a reorganização do Sindicato Rural de Apiacá, que acontecerá no dia 05 de agosto. de projetos como o “Ação Cidadã” e o “Movimento de Educação Promocional de Alfredo Chaves”. Enquanto em 2008, o sindicato promoveu quatro capacitações do Senar/ES, formando aproximadamente 60 alunos, só em 2009 já aconteceram 13 treinamentos que capacitaram em média 200 alunos. O progresso do Sindicato Rural de Alfredo Chaves é visível e seus próximos passos dizem respeito à diversificação das atividades agrícolas da região. Para isso, a instituição mantém estreita ligação com o Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural. Hoje, os principais objetivos da aproximação são a melhoria na produção e comercialização do café arábica e a inserção da cultura cacaueira no município. Sindicato Rural de Alfredo Chaves End.: Av. Getúlio Vargas, 76 Telefone: (27) 3269-1347 E-mail: [email protected] Viana de olho no futuro digital Viana está preocupada com a inclusão digital do homem do campo. O Sindicato Rural do município colocou à disposição das associações dos produtores rurais três computadores e outros três ainda serão entregues. Atento para a realidade do atual mundo globalizado, que vive em constante inovação tecnológica, o sindicato conta com a parceria de outras entidades na doação dos equipamentos para a informatização da localidade. Remédios que brotam no quintal O Até serviços públicos de saúde já utilizam plantas medicinais nos tratamentos médicos. Senar/ES oferece treinamento na área uso de plantas medicinais deixou de ser uma prática do tempo da vovó. Tanto que o Ministério da Saúde também já reconheceu a importância das plantas medicinais e em dezembro de 2008 lançou o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que tem o objetivo de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas e fitoterápicos. O interesse pelo uso de ervas naturais é tradição em muitas famílias. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população fazem uso de plantas medicinais. Com o objetivo de resgatar o saber tradicional e levar ao conhecimento da população sobre o uso correto das plantas medicinais, o Senar/ES já oferece treinamento na área. CAPACITAÇÃO Na capacitação do Senar/ES os alunos aprendem sobre dosagem, uso, princípios ativos, formas de preparo de plantas como calêndula, guaco, alcachofra, entre outras. Na parte prática, os participantes aprendem a fazer xaropes, óleos e balas medicinais, pomadas e outros produtos. Segundo a instrutora do treinamento e especialista em plantas medicinais, Rita Zanúncio, durante o treinamento os alunos aprendem também sobre o cultivo orgânico, montagem da horta, secagem, colheita e armazenagem. “Quando um sindicato solicita o treinamento, também se faz uma pesquisa para detectar as principais doenças da comunidade e ervas locais para que possamos fazer um resgate do conhecimento popular e ensinar como usar as plantas para combater as doenças mais comuns na região”, ressaltou. EXPERIÊNCIA Em julho, 13 pessoas participaram do treinamento realizado pelo Sindicato Rural de Viana. Muitos deles já tinham conhecimentos na área. É o caso da aposentada, Maria Eterna Coura, que desde pequena já tinha contato com as ervas através de seu avô. Hoje, Maria Eterna possui um grupo que faz trabalho voluntário na área de conscientização ambiental e no uso de plantas medicinais. “Fiz o treinamento para incentivar as pessoas a fazerem, porque os conhecimentos podem ser usados em casa. Produtos naturais são sinônimo de qualidade de vida. Por isso, aconselho o uso”, explica. Quem também participou da capacitação foi o psicanalista clínico, José Durval da Silva. Ele já utiliza há anos plantas medicinais, e com a descoberta de uma doença grave em um membro de sua família, passou a intensificar a utilização, com Divulgação esperança na reversão do quadro clínico do paciente. Segundo Rita Zanuncio, o estado está crescendo na área e se o SUS implantar a utilização de ervas nos postos de saúde, a tendência é a demanda crescer e quem vai lucrar é o produtor. “Já ministrei muitos cursos e a Conheça algumas plantas e suas ações terapêuticas: Plantas/ Ervas Ações terapêuticas Antisséptico, tônico, estimulante, depurativo, antitérmiAlho co, aperiente (estimula o apetite) e expectorante. As folhas são utilizadas em saladas ou para fazer chá. É uma planta hepatoprotetora (previne e trata probleDente de leão mas de fígado), aperiente, laxante suave, depurativa, tônica, baixa colesterol e ácido úrico. Expectorante utilizado nas gripes e tosses rebeldes, Assa-peixe sinusites, hemostática. Digestivo, aperiente, afrodisíaco, sudorífico, hipotenGengibre sor, expectorante, antioxidante atuando contra os radicais livres. Utilizada para amigdalite (inflamação das amigdalas), Tansagem estomatite, faringite, utilizada em banhos para cicatrizar ferimentos. Vermífuga, antisséptica, digestiva, antiespasmódica, Hortelã anti-inflamatória. Conhecida também como mastruz. Vermífuga (exceErva de Santa Maria lente para combater oxiúros), cicatrizante, anti-inflamatória. Fique de olho em alguns treinamentos que acontecem em Setembro Ação/ Atividade Produção de Embutidos e Defumados Vaqueiro Merendeiras Rurais Equideocultura (Rédea) Agricultura Orgânica Aplicação de Agrotóxicos Os participantes aprendem sobre a produção, armazenagem e utilização de ervas medicinais procura é grande. O perfil de quem faz é variado. Pessoas que já comercializam, outras que querem aprender para vender em feiras, membros de pastorais da saúde para aprender a fazer xaropes e outros produtos como forma de atendimento social a população, entre outros”, conta. Produção de Derivados de Leite Identificação de Pragas e Doenças do Maracujá Apicultura Sangrador de Seringueira Inseminação Artificial de Bovinos Início 01/09 17/09 02/09 09/09 04/09 07/09 08/09 28/09 09/09 10/09 11/09 23/09 10/09 Município Muniz Freire Cachoeiro de Itapemirim Pinheiros Colatina Cachoeiro de Itapemirim Colatina Cachoeiro de Itapemirim Fundão Pinheiros Vitória Cachoeiro de Itapemirim Vitória Fundão 10/09 Pedro Canário 15/09 Fundão 21/09 Cachoeiro de Itapemirim 21/09 Linhares 9 Um passo para garantir o direito de propriedade O fim da lei que dita ao produtor rural o cumprimento simultâneo dos índices de 80% do Grau de Utilização da Terra (GUT) e de 100% do Grau de Eficiência de Exploração (GEE), para que a propriedade não seja considerada improdutiva e passível de desapropriação para fins de reforma agrária está próximo. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado aprovou, no dia 04 de agosto, o projeto da senadora Kátia Abreu (DEM/TO) que substitui a lei vigente. Agora a matéria segue para a Câmara dos Deputados, onde também será votada. Essa é uma luta antiga, considerando que a lei fere o direito de propriedade e a livre iniciativa ao impor a exigência de índices de produtividade. Kátia defende que as pequenas, médias e produtivas propriedades não podem ser desapropriadas e que o Congresso Nacional deve decidir quanto à renumeração dos índices do GUT e do GEE. Atenção produtores: rebanho de ovinos pode estar contaminado O Espírito Santo já conquistou o status de Zona Livre de Febre Aftosa com vacinação, mas a conquista pode estar ameaçada. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou, em julho, que o Estado está recebendo ovinos de forma irregular, o que aumenta a possibilidade de propagação e contaminação da Aftosa. Os animais estão sendo adquiridos através de leilões virtuais e vêm de áreas de risco não conhecido ou sem classificação. É importante que os produtores rurais capixabas fiquem atentos. O Idaf já foi informado do problema para que sejam adotadas medidas de prevenção e para que a lei, que prevê o sacrifício de animais contaminados sem indenização, seja cumprida. Divulgação O Mapa alertou para a entrada irregular de ovinos no Estado Renegociação de dívidas A volúpia sobre taxação de Impostos e sobre lucro de empréstimos financeiros tem demonstrado ao longo dos tempos que não conhecem qualquer cerimônia e escrúpulo para sangrar letalmente aqueles que produzem. As instituições financeiras e o Governo arbitram sobre a renegociação com a classe produtora rural, a quem não são concedidas oportunidades facultadas aos outros setores. O conservadorismo na manutenção das condições estruturais abrangentes, muitas das vezes destoadas da realidade do produtor, mantém os riscos elevados, com ameaça permanente de inadimplência. Esta realidade é comprovada, já que a legislação do crédito rural, que é a base da política agrícola, data dos anos sessenta, não sendo mais adequada para o agronegócio que se modernizou, alcançando notoriedade mundial, a despeito da competição globalizada perversa que enfrenta. O alimento como fator de segurança nacional independente de qualquer interesse político ideológico, é exigência de todos os consumidores, que o requerem com qualidade e preço acessível, que, portanto demanda obrigação do poder público, da concessão pelo menos igual ao tratamento dispensado aos bancos, às montadoras, às companhias de aviação, dentre outros. A renegociação tem que contemplar caso a caso. Se forem identificados casos de picaretagem, tem que haver sanção, mas o produtor regular precisa ser respeitado e protegido com políticas que lhe garantam sustentabilidade e renda. As medidas judiciais propostas pelos credores (bancos, multinacionais, cooperativas, etc.), muitas vezes ilegais, levarão ao sacrifício de bens móveis e imóveis, e ao abandono da atividade. A intervenção do Governo é indispensável e deve contemplar primeiro, o cálculo do valor correto da dívida dos produtores, seja quem for o credor e o débito, a juros de 3% a.a., durante pelo menos 20 anos, como já feito no passado. Enquanto convivermos com alto grau de risco e baixa renda seremos cada vez mais discriminados pelos bancos, que não serão atraídos para financiar o setor. À medida que a renegociação continua na forma tradicional, provoca mais arrocho, mais risco, menos renda, afugentando o capital. O segmento não pode pagar para produzir, e sim, ter garantia de renda, que garanta sua dignidade e a continuidade da produção. Júlio da Silva Rocha Júnior Presidente da Faes Assembléia faz homenagem a agricultores capixabas Em comemoração ao Dia Nacional do Agricultor, 28 de julho, a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) homenageou 84 produtores rurais capixabas em sessão solene no dia 12 de agosto. A Faes e os sindicatos rurais de norte a sul do Estado indicaram 42 nomes de destaque 10 do agronegócio capixaba, que receberem diplomas ou placas. Os homenageados por indicação da federação foram: Antero Caliman, Argêo João Uliana, Julieta Lievore Cassaro, Martinho Adalmo Venturin, Valdeir Borges da Hora, Camilo Cola e Haroldo Brunow Fontenelle da Silveira. Autoridades locais como os deputados estaduais Freitas, César Colnago e Athayde Armani, marcaram presença na sessão. Eles discursaram sobre a situação do agronegócio capixaba, destacando os produtos que mais se desenvolvem aqui, a importância da agricultura familiar e da conservação ambiental. Julieta Lievore recebeu homenagem À espera de um acordo, produtores de cana temem a falência P Desde a safra passada, grande indústria sucroalcooleira não paga fornecedores capixabas, o que gera apreensão e acúmulo de dívidas rodutores de cana-deaçúcar do norte capixaba temem uma sequência de falências. Primeiro a insolvência da indústria sucroalcooleira Infinity Bio-Energy, que não cumpre o pagamento de seus fornecedores desde a última safra. Em cascata, a de centenas de plantadores de cana, que não recebendo o pagamento por seus produtos e submetidos a contratos preestabelecidos, acumulam dívidas. Com duas usinas no norte do Espírito Santo, a Infinity fechou contrato com produtores de diversos municípios capixabas e não vem cumprindo os pagamentos desde julho do ano passado. Para tentar um acordo, a indústria está enviando, desde o início de agosto, correspondências aos produtores locais apontando saldos credores individuais. Caso o fornecedor concorde com avaliação estipulada pela Infinity, deve confirmar a negociação com a empresa. Já os que discordam dos preços estipulados devem provar em juízo o valor da dívida. Enquanto as negociações não saem, a moagem da cana está paralisada. O processo que deveria ter início em abril ainda não foi realizado, por que o maquinário foi para manutenção em São Paulo, como rotineiramente acontece, mas não retornou. O motivo do embargo é a falta de pagamento por parte da Infinity à empresa que faz a revisão das máquinas. APREENSÃO Segundo produtores da Cooperativa Agrícola de Cana de Cristal do Norte (Cristalcoop), a maior cooperativa de cana do Estado, localizada em Pedro Canário, a situação se agrava a cada dia. O medo dos credores é que, apesar das tentativas de acordo, a empresa venha a falir sem pagar o que deve. O engenheiro agrícola da Cristalcoop, Rossini Brito Pereira, conta que na safra passada a cooperativa foi responsável pelo fornecimento de 120 mil toneladas de cana para a Infinity. A maior parte do valor devido por essa produção não foi repassado aos produtores. Para tentar resolver o problema com a empresa e renegociar as dívidas, produtores de cana de vários municípios, incluindo do noroeste mineiro, criaram uma comissão para ficar à frente das negociações com a empresa. Os produtores pediram apoio à Faes, ao deputado estadual Marcelo Coelho e ao Governo do Estado para mobilizar a Bancada Federal na busca por uma solução para os agricultores. Na última reunião com a Infinity, em julho passado, a comissão, que representa 210 produtores de cana, pediu uma garantia que ainda será definida. O membro da comissão, Lúcio Pandolfi, explica que foi proposto que a empresa garanta, em caso do não pagamento, a troca das toneladas de cana fornecidas por álcool, produto que pode ser comercializado no futuro. EMPRESA A Infinity Bio-Energy, que controla seis usinas no país, está afundada em dívidas. No dia 19 de julho, a empresa pediu recuperação judicial para se preservar de pedidos de falência. O pedido foi deferido pela justiça e a empresa tem 60 dias para apresentar um plano de recupe- ração aos credores. Da dívida total da empresa, declarada em R$ 981,35 milhões, 35% são com bancos e 30% com fornecedores, leasing e antigos donos de usinas adquiridas. A Infinity informou que suas unidades sucroalcooleiras seguem processando a safra 2009/2010 de cana. A empresa alegou ainda que aguarda posicionamento favorável à proposta feita aos produtores de cana para dar início, à partir de outubro, aos pagamentos das dívidas, que deverá ser feito de forma parcelada. RISCO Os produtores temem que a empresa não cumpra os acordos. Caso isso se confirme, eles poderão ficar sem receber os pagamentos da safra atual e da passada. Segundo Pandolf, a colheita deste ano deveria ter começado em abril, porém até agora o corte de cana não começou, já que o processo de moagem está paralisado por falta de maquinário, o que levou ao excesso de cana no mercado e à falta de recursos por parte dos produtores para quitarem seus compromissos financeiros. “O agravante é que estamos com as canas prontas e não temos como faturar. Somos obrigados a enviar a safra para a empresa devido aos contratos. Estamos apreensivos e sem saber o que vai acontecer”, conta. De acordo com o produtor de cana de Montanha, Benício Batista Moreira, se a empresa falir, a quebradeira entre os produtores será geral. “Vai ser uma sequência de calotes no norte capixaba. Como vamos pagar nossas dívidas com os bancos? Muitos terão que vender suas propriedades”, explica. DESVALORIZAÇÃO Para piorar a situação dos produtores, a tonelada de cana vendida no ES é inferior ao de outros estados, como São Paulo, onde o preço pago pelo produto chega a R$ 30/ton. Segundo o engenheiro agrícola da Cristalcoop, Rossini Brito, o ápice da crise da cana no Espírito Santo ainda estar por vir. “O preço da tonelada aqui no Estado é ruim, cerca de R$ 17/ton e para piorar o produtor está sem receber desde o ano passado. A situação é crítica e a tendência é que em 2010 a crise chegue ao seu limite. Parte da cana está ficando no campo, sem corte”, explica. Rossini conta que o problema do Espírito Santo não é único. Outros estados, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, também sofrem com a falta de pagamento das usinas. Divulgação Sem máquinas para moagem, a colheita da cana, que deveria acontecer desde abril, ainda não começou. 11 MAIS Formação de Agentes Ambientais a todo o vapor Prosseguindo com a formação de agentes ambientais no município de Viana, no dia 1º de agosto aconteceu mais um módulo do projeto. Dessa vez, o tema foi legislação ambiental, abordando: Divulgação/SR Viana licenciamento, crimes ambientais, aplicação de agrotóxicos, outorgas e outros assuntos, ministrados pelo engenheiro agrônomo da Faes, Murilo Pedroni. As próximas etapas tratarão de arborização, paisagismo, tratamento e destinação de resíduos sólidos e saneamento básico. É interesse da Faes e do Senar que a formação seja implantada em outras localidades e a coordenadora Renata Lyrio já autorizou o acesso aos interessados. Contas em dia O Sindicato Rural de Muqui, presidido por José de Assis, está no azul. Depois de dez anos pagando dívidas que foram herdadas por outras diretorias, hoje o sindicato quitou suas contas, está com o prédio totalmente reformado, inclusive com o gabinete odontológico em funcionamento, e a um passo de contratar um novo colaborador para atuar na área de informática. Moradores de Fundão aprendem a produzir conservas vegetais Entre os dias 03 e 06 de agosto, no distrito de Timbuí, em Fundão, o Sindicato Rural do município em parceria com Senar/ES, Incaper, Associação de Moradores de Timbuí e a Prefeitura de Fundão, promoveram treinamento sobre produção de conservas vegetais para 12 moradores da região. A instrutora, Jocélia Aparecida Lucena, ensinou aos alunos técnicas para fazer licores, compotas, frutas cristalizadas, conservas de frutas e legumes, geléias, e diversas outras formas de aproveitar a produção agrícola, que por falta de conhecimento acabam muitas vezes indo para o lixo e que agora irá gerar renda para as famílias do município. 12 13 20 21 21 22 24 26 26 29 Desde o dia 1º de agosto, os sindicatos rurais capixabas só podem fazer solicitações de treinamentos via internet. Segundo a coordenadora do Senar/ES, Tereza Zaggo, o objetivo é tornar o processo mais rápido, eficiente e transparente. Além disso, os sindicatos e instrutores vão poder acompanhar todo o processo pelo site da instituição, bem como os pagamentos realizados. no interior SR Fundão Esposa do Pres. S. R. de Vila Velha Presidente S. R. de Montanha Esposa Diretor Nato da Faes (Pedro Burnier) Pres. S. R. de Cachoeiro de Itapemirim Funcionária da Faes Esposa do Vice Pres. S. R. de Guaçuí Diretor Nato da Faes Esposa do Pres. S. R. de Itaguaçú Presidente da Faes Presidente S.R. Jaguaré Funcionário da Faes Esposa Diretoria Faes (Francisco Sampaio) Diretoria Faes Pres. S. R. de Alfredo Chaves Pres. S. R. de Muqui Av. Nossa Senhora da Penha, nº 1495 - torre A - 10º e 11º andares - Bairro Santa Lúcia - Vitória/ES - CEP: 29056-901 12 internet Novos líderes ANIVERSARIANTES DE AGOSTO 03 Maria Gláucia Muniz dos Santos 05 Armando Luiz Fernandes 07 Francisca Carvalho Burnier 08 José Garcia 10 Maria Christina Alvarenga Araújo Rosana Vieira Rangel Pereira Carlos Fernando Monteiro Lindemberg Filho Ana Maria Soares Baratela Julio da Silva Rocha Júnior Carlos Giovani Sossai Murilo Antonio Pedroni Therezinha Santos Sampaio Carlos Roberto Aboumrad Sinval Rosa da Silva José de Assis Alves Solicitações via Os Sindicatos Rurais de Laranja da Terra e São José do Calçado elegeram novas diretorias. Agora, à frente do SR de Laranja da Terra está, desde o dia 30 de março, o presidente Gilson Gomes. Já em São José do Calçado, o presidente Altanôr Lobo Diniz foi reempossado no dia 17 de junho. Ambos permanecerão no cargo, contribuindo para o crescimento do produtor rural da sua região, até 2012. Gilson Gomes