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O TRABALHO DE MULHERES EM COMUNIDADES RURAIS
Ana Elizabeth Santos Alves
O texto apresenta reflexões sobre o significado do trabalho realizado por mulheres em
comunidades rurais, tendo em vista que a organização do trabalho familiar articula no
mesmo espaço atividades produtivas e de reprodução. Apresentamos um relato
fundamentado em um estudo de campo que estamos realizando em quatro comunidades
rurais de agricultura camponesa (segmento da agricultura familiar) tradicional, baseada
na produção de subsistência gerida pela família, do município de Planalto, BA, por
meio de uma abordagem qualitativa de pesquisa. As comunidades são organizadas em
torno da posse de um pequeno pedaço de terra adquirido por herança, do trabalho e do
consumo entre o grupo familiar (grupo doméstico), constituído pela família nuclear e
outros parentes. Um dos pontos centrais para entendermos as relações de trabalho nesse
espaço consiste em observar as atividades realizadas pelo grupo familiar. As estratégias
de sobrevivência são diversificadas por meio das ações das políticas públicas focais e do
trabalho temporário precário fora do estabelecimento, principalmente dos homens. A
referência para a análise é o entrecruzamento entre o que é trabalho remunerado
(atividades agrícolas ou não agrícolas) e o que é trabalho não remunerado, duas
dimensões da reprodução social que se encontram intimamente ligadas. Nesse contexto,
é essencial a participação da mulher em atividades sem remuneração. As trabalhadoras
rurais dedicam boa parte do tempo em ocupações diretamente ligadas ao trabalho
doméstico, à produção de alimentos e aos serviços em geral para a subsistência da
família.
Agência Financiadora da pesquisa: Fapesb
Palavras-chave: trabalho - mulheres - comunidades rurais
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