A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DAS RELAÇÕES AFETIVAS NO CONTEXTO ESCOLAR Danyelle Almeida de Andrade1, José Ulisses do Nascimento2, Priscila Magalhães Barros3, Renata Pimentel da Silva4, Maria do Socorro Borba5, Thayse Silva Barbosa6, Lívia Sales Cirilo7 (orientadora). Universidade Estadual da Paraíba – UEPB/Departamento de Psicologia Rua José Alfredo Pimentel, 68, Catolé, Campina Grande – PB; [email protected] 2 Rua Getúlio Vargas, 791, Prata, Campina Grande-PB, [email protected] ³Rua Paulino Maia de Souza, 36, Cruzeiro, Campina Grande- PB, [email protected] 4 Rua Aprigio Nepomuceno, 1446. Cruzeiro, Campina Grande- PB, [email protected] 5 Rua Paulino Maia de Souza, 36, Cruzeiro, Campina Grande- PB, [email protected] 6 Rua Antonio Barbosa de Menezes, 94, Mirante. Campina Grande- PB, [email protected] 7 Rua Paulino Maia de Souza, 36, Cruzeiro, Campina Grande- PB, [email protected] 1 Resumo: O presente artigo propõe mostrar como se deu a intervenção realizada em uma Escola Municipal de Campina Grande-PB, com 49 crianças, 24 do I ciclo inicial e 25 I ciclo intermediário. Partiu-se da percepção de que na escola a ludicidade estava comprometida, tanto pela falta de espaço adequado, quanto pela falta das próprias atividades lúdicas. Diante da realidade em questão, estabelecemos como objetivo considerar o lúdico como uma oportunidade de redução de conflitos e expressão de afetividade; promover a interação entre os alunos; e propiciar uma reflexão acerca da importância do brincar no âmbito escolar. Ao fim dessa intervenção concluiu-se que foi possível demonstrar como o brincar se interliga com a expressão das relações sociais dentro da escola. Palavras-chave: Brincar, afetividade e intervenção. Área do Conhecimento: Ciências Humanas Introdução Jogar e brincar, para além de um mero passatempo ou atividade de entretenimento e de divertimento infantil, se configuram como uma necessidade primariamente tão fundamental como a própria alimentação. Desenvolvimentos cognitivo e emocional são construídos na interação com objetos e situações presentes nos diversos tipos de jogos (RAMOS, 2002). Não obstante, o aspecto emocional do indivíduo, não tem menos importância do que os outros aspectos e é objeto de preocupação da educação nas mesmas proporções em que o são a inteligência e a vontade (VYGOTSKY, 2000) Assim, a atividade lúdica adquire extrema importância social para a conduta ético-moral, compreensão, introjeção, aceitação e reivindicação de regras e normas socialmente estabelecidas, com a finalidade de ajustamento da criança para se tornar um cidadão atuante. Além disso, os jogos e brincadeiras são de fundamental importância para o estabelecimento da autoafirmação, a localização em um lócus social definido que finda na socialização primária. A seriedade e o compromisso do brincar, bem como a manipulação do brinquedo, facilitam a apreensão da realidade de maneira processual, contínua e ininterrupta. Nesta perspectiva, Ramos (2002, p. 03) afirma que “brincar não constitui perda de tempo nem é simplesmente uma forma de preenchê-lo”. É a partir das atividades lúdicas e do jogo que o conhecimento é construído; que se desenvolvem habilidades cognitivas como a formação de conceitos, construção de idéias e de relações lógicas, integração de percepções, compreensão de seu desenvolvimento físicocorporal e a socialização. Aprender através de jogo se torna mais divertido e eficiente em qualquer fase da vida. A confecção dos jogos dá significação e emoção maior ao jogo, conseqüentemente a própria aprendizagem. Como recursos pedagógicos, os jogos tradicionais são viáveis porque dão prazer às crianças, resgatam a cultura infantil e se destinam a diagnosticar necessidades e interesses dos grupos de crianças e contribui para o desenvolvimento cognitivo. Dentro dessa perspectiva do brincar como essencial ao desenvolvimento cognitivo e social do individuo, objetiva-se a seguir, apresentar as atividades realizadas durante uma intervenção em XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1 uma escola municipal na cidade de Campina Grande, PB. Na realização das atividades foram considerados alguns objetivos, tais como considerar o lúdico como uma oportunidade de redução de conflitos e expressão de afetividade; promover a interação entre o aluno; e propiciar uma reflexão acerca da importância do brincar no âmbito escolar. Metodologia Participaram desta intervenção 49 (quarenta e nove) crianças, 24 do I ciclo inicial (correspondente ao primeiro ano) e 25 I ciclo intermediário (correspondente a ao segundo do ensino fundamental) de uma escola municipal de ensino fundamental da cidade de Campina Grande – PB. Para realização do Projeto de Extensão as atividades foram realizadas na própria instituição. A intervenção se deu em sete (sete) atividades realizadas durante o ano letivo de 2008. Sendo as três primeiras atividades relacionadas à diagnose do contexto escolar e as demais já relacionadas à intervenção. O grupo, inicialmente, foi dividido em dois subgrupos para facilitar o contato com as crianças. Com isso, cada subgrupo ficou com uma das turmas já citadas No encontro inicial foi realizada a atividade do O que mais gosto e o que menos gosto de fazer. Utilizando cartolina, giz de cera e lápis colorido. A proposta para o primeiro encontro era conhecer as crianças através de suas próprias palavras e produções. Para tanto, foi utilizado um instrumento baseado em desenhos e relatos acerca do que as crianças mais gostavam e menos gostavam de fazer. De maneira descontraída, as crianças foram divididas em três grupos. Não enfatizar se os gostos ou desgostos das crianças deveriam ter em relação com a escola, de modo que as respostas surgidas servissem de auxílio quanto ao perfil dos alunos no geral, e não somente com o enfoque escolar. No segundo momento, Estoriando imagens, usou-se como instrumento para a intervenção, uma imagem de uma criança, dividida em cinco etapas de seu desenvolvimento físico e social. A primeira etapa era uma mulher com um bebê recém-nascido em seu colo. A segunda, um bebê engatinhando em direção a um ursinho de pelúcia. A terceira imagem representava uma festa de aniversário com uma garota soprando cinco velinhas de um bolo. Na quarta figura, a mesma garota interagia em um campo de futebol com outras crianças. No último desenho, as crianças estão sentadas em carteiras como em uma sala de aula e a menina aparentando está com mais idade. A partir dos desenhos, pediu-se que os alunos criassem uma estória do que conseguiam visualizar na imagem, uma tentativa de abstração anímica e, em seguida, a materialização da estória quando escrita e apresentada para a turma. Para finalizar, realizou-se uma dinâmica de grupo que aludia para a solidariedade e respeito: a brincadeira do Pegar no pé e pegar na mão, com intuito levantar uma reflexão sobre a temática na sua dinâmica contextualizada com os colegas de classe. A dinâmica consiste em formar círculo e pedir aos alunos para levantarem a mão direita, e com ela pegar a mão direita do colega. Em seguida, é repetida a ação com a mão esquerda. No segundo momento, se repete a situação, desta vez em relação aos pés. Por fim, a indagação sobre o que é mais fácil e prazeroso: pegar no pé ou pegar na mão. A terceira intervenção consistiu na atividade Posso/não posso, faço/não faço, com figuras, impressas em papel ofício, de cenas cotidianas das crianças na escola. Algumas figuras aludiam a comportamentos desejados, enquanto outras figuras se referiam a comportamentos indesejados. Nessa atividade os alunos da sala foram divididos em duplas, e recebiam uma figura. Todas as figuras representavam atividades que podiam ser observadas entre os alunos em seu convívio escolar. Foi pedido que cada dupla classificasse a figura que recebeu em “faço” ou “não faço”. Em seguida, que classificassem agora entre “posso fazer” e “não posso fazer”. Depois houve a reflexão. A atividade seguinte, realizada para a intervenção foi à Oficina dos brinquedos. Com garrafas pet, cordas-varal de náilon, papéis picados, jornais velhos, as crianças foram assistidas na montagem de brinquedos vai-e-vem e boliche. Com os brinquedos produzidos seguiu-se as duas próximas intervenções em horário de recreio com todos os alunos do turno, para que eles pudessem se socializar, brincar e aproveitar o momento lúdico que lhes estavam disponíveis. As intervenções foram intituladas de brinquedos no recreio. Além do boliche e o vai-e-vem, havia amarelinha, cordas, barra-bandeira, bola (com as bolas de papel do boliche) e baleada. Para finalizar o trabalho, reuniu-se as duas turmas de intervenção para o Teatro de fantoche com o qual se buscou retomar as atividades realizadas anteriormente em forma de feedback. Os fantoches representavam uma professora e dois alunos que conversavam a respeito do aprendizado obtidos nos encontros. O material produzido pelos alunos foram entregues à escola para ficarem a disposição dos alunos Resultados XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2 Na primeira atividade de intervenção, O que mais gosto e o que menos gosto de fazer, realizada em ambas as turmas foi possível captar informações que traçassem o perfil dos sujeitos: algumas crianças tiveram mais facilidade em relatar o que gostam; outras se mostraram mais pensativas, mas a importância da participação de todas na atividade foi estimulada, e por fim, todos se envolveram. A segunda atividade de intervenção, denominada Estoriando imagens, registrou em ambas as turmas um nível de indisciplina inesperada. Na turma do 1° ciclo inicial, conflitos provenientes do recreio se estenderam para a sala no momento da intervenção. No 1° ciclo intermediário, os atritos se deram quando foi necessário desfazer grupos e quando a seqüência de imagens era desvelada e a atividade perdia o interesse. No entanto, quem as concluiu e apresentou demonstrou sentimento de orgulho por terem sido escolhidas para falar pelo grupo. Ao serem questionadas sobre o que representava o pegar na mão, as crianças responderam que este gesto simbolizava casamento, amizade, namoro e ajuda, enquanto pegar no pé lembra “pé de chulé”. Foram uníssonos ao responderem que o melhor e mais fácil era pegar na mão do colega. Seguindo temática semelhante, a terceira atividade de intervenção, Posso/não posso, faço/não faço, no momento de exporem o que faziam e o que não faziam, ficou percebida a contradição: negaram os comportamentos relacionados à indisciplina e confirmaram os comportamentos associados ao estudo, à diversão e ao respeito. Na sala do 1º ciclo intermediário, alguns alunos ainda se dispuseram a ir à frente da turma e dizer a importância de estudar e de não se comportar com indisciplina. Ficou, portanto, resolvido que os alunos iriam construir brinquedos (vai-e-vem e boliche). As crianças demonstraram grande ansiedade quanto à construção dos brinquedos, mas, apesar de indisciplinas, os brinquedos foram construídos para serem utilizados na próxima atividade. Com os brinquedos construídos na Oficina de brinquedos, e percebendo a necessidade de socialização entre as turmas da escola, essa quinta atividade, nomeada Brinquedos no recreio, foi realizada no momento do intervalo, para que os objetivos fossem atingidos. Foi percebido que as crianças da intervenção estavam mais familiarizadas com os brinquedos, e demonstravam isso obedecendo mais as regras necessárias ao jogo. Porém, algumas também se mostravam com dificuldade de socialização com as demais crianças. Seja por dificuldades próprias, seja por querer brincar com os extensionistas. No último encontro com as crianças, O Teatro de fantoche, pôde-se perceber uma maior participação das mesmas não apenas nos momentos onde era pedida a sua participação, mas durante toda a atividade. As crianças relembravam, no decorrer do feedback algumas lições aprendidas ao longo do ano, por exemplo, quando eram interrogadas sobre o que havíamos dito que podia e que não podia fazer, se referindo ao terceiro encontro, onde lembravam claramente que estudar e brincar estavam na categoria “pode” enquanto brigar e “xingar” estavam na categoria “não pode”. Discussões Com a breve diagnose obtida nas primeiras intervenções, percebeu-se dificuldades de algumas crianças em a realização das atividades propostas bem como foi observada a capacidade de liderança e posicionamento de algumas crianças sob as demais. Esta experiência contribuiu para redefinir as intervenções futuras. Na primeira intervenção, a maioria dos relatos atribuiu o gostar aos aspectos recreativos da escola, inclusive do recreio escolar como, por exemplo, ao citarem os nomes de brinquedos e esportes praticados por eles. Estas respostas foram significativas, pois, como argumenta Rosa (1998), a brincadeira auxilia o desenvolvimento da criança em vários aspectos; desde novas formas de conhecer e representar o mundo (em seu desenvolvimento individual) até para a apreensão de valores culturais (seu desenvolvimento social). Por tal razão, a dinâmica do Pegar no pé e pegar na mão serviu para finalizar a segunda intervenção. E assim, conseguiu-se atingir os objetivos dessa dinâmica, ao fazerem com que os alunos percebessem que é melhor pegar na mão do outro para ajudá-lo do que pegar no pé e atrapalhar os desejos que o outro possa estar construindo. Na terceira atividade de intervenção, Posso/não posso, faço/não faço, vale considerar que a aparente contradição priorizou uma reflexão quanto aos comportamentos que as crianças manifestam na escola, seja com os colegas, quanto em relação aos professores. A simulação da realidade, vivenciada pela brincadeira, proporciona a representação de um objeto real e concreto que promove e ancora a diferenciação do “eu” para com o “não-eu” – o conhecimento do seu corpo e o conhecimento das coisas do mundo – (ROSA, 1998). Segui a intervenção com a Oficina dos brinquedos. No 1º ciclo inicial perceberam-se crianças curiosas e indecisas quanto a que atividade realizar, uma vez que a turma foi dividida para a produção dos brinquedos. Nesta atividade, XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 3 com os instrumentos reaproveitados, percebeu-se a ingenuidade das crianças com os futuros brinquedos, sendo necessário o auxílio na construção. Para Ramos (2002), os jogos e brinquedos retêm a atenção das crianças, fazendo com que elas se empenhem na brincadeira com a seriedade de um adulto envolvido com importantes pesquisas. E quando a confecção dos jogos é feita pelas próprias crianças, a brincadeira fica ainda muito mais emocionante do que apenas jogar. “Muitos jogos ganham motivação especial quando a criança os confecciona” (RAMOS, 2002 p.06). Os dois encontros de intervenção seguintes utilizaram no recreio os brinquedos fabricados na oficina. Uma amarelinha foi pintada pelos extensionistas no pátio frontal da escola, como mais uma alternativa de diversão aos alunos. Este pátio é forrado com pedras de calçada, não tem brinquedos, apenas uma árvore e se destina ao recreio das crianças menores, de ambos os sexos e às meninas maiores. Os meninos maiores ficam no pátio de trás, que também tem a mesma estrutura do pátio frontal, essa divisão de dá por motivos de ordem e segurança das crianças menores, uma vez que estas podem se machucar quando os maiores correm. Por acreditar que os jogos/brincadeiras são de fundamental importância para o estabelecimento da auto-afirmação, a localização em um lócus social definido que finda na socialização primária, além de o lúdico contribuir para a formação da personalidade, e auxiliar no desenvolvimento de estruturas emocionais e cognitivas ajudando no processo ensino-aprendizagem e nas posturas psicomotoras (RAMOS, 2002), foi pedido à direção da escola que as crianças grandes e pequenas ficassem no pátio da frente nestes dois momentos. Além da amarelinha, dos vai-e-vem e do boliche houve ainda, bolas de jornal, com as quais foi organizada uma brincadeira de baleada e cordas, contando ainda com a alternativa de um cantinho da leitura com revistas de estórias infantis disponibilizados por nosso grupo na ocasião. Para Ramos (2002) “a busca pela autoafirmação manifesta-se nos jogos sob duas formas: o apelo do mais velho, considerado como motor essencial da infância, e o amor à ordem, à regra, levado até ao formalismo” (p. 02). Talvez por isto, a transgressão às regras e as agressões foram vistas em momentos isolados, no jogo de boliche, quando ao formar a fila para jogar a bola, alguns alunos de outras turmas chegavam ao jogo e se recusavam em ir para o fim da fila. Entretanto, o boliche, por se tratar de uma modalidade esportiva elitizada, não é comum seu contato durante a infância, o que pode ser fator de desconhecimento perante suas regras e características, principalmente no que concerne às crianças menores frente ao jogo. Não obstante, algumas crianças maiores que conheciam o jogo, se dedicaram a ensinar as menores, mostrando a cooperação que pode existir entre eles, o que pode ser entendido através de Ramos (2002) quando o mesmo admite que “através do jogo a criança desenvolverá a capacidade de perceber suas atitudes de cooperação, oferecendo a ela própria, que está em formação, oportunidades de descobrir seus próprios recursos e testar suas próprias habilidades, além de aprender a conviver com os colegas nessa interação” (p. 09). Mesmo que algumas crianças não tenham conseguido compreender o brinquedo elas se mostraram desafiadas à aprendizagem, o que corrobora com Georg e Fischer (2006) que afirmam que o lúdico educativo permite à criança descobrir o seu Eu, facilita sua criatividade, sua autonomia, sua interação com o outro e enriquece seus esquemas perceptivos e operativos e foram, durante as brincadeiras, instigadas a investigarem o desconhecido, enfrentarem desafios, e à desenvolverem suas emoções e seus sentimentos. Por trás de todo esse entusiasmo, que havia uma voz gritante por parte das crianças, e uma necessidade de extravasar toda uma energia contida no interior delas, ao pedirem para não terminar a recreação, como também, se prolongar ao longo do ano letivo. Possivelmente, a agressividade percebida pelo grupo, venha a ser devido a essa energia contida. No Teatro de fantoches, através do feedback pôde-se perceber que os demais encontros estavam vivos na memória das crianças. Ao final do teatro foram distribuídos pirulitos nas salas e assim foi finalizada a intervenção e disponibilizados os brinquedos utilizados nos encontros anteriores. Considerações finais Em uma primeira discussão, encontra-se na concepção dos educandos quanto ao lúdico. Percebe-se de um modo geral, a existência de uma cultura dentro da escola, onde jogar e brincar são atividades reservadas somente para o horário do recreio. Rosa (1998) argumenta que na escola é comum ouvir frases do tipo: “‘agora não é hora de brincar!’; ‘estudar não é brincadeira’; ‘essas crianças só pensam em brincar!’; como se a desordem inerente às brincadeiras se opusesse radicalmente à ordem necessária ao aprender e ensinar” (p. 90). Estando a escola, desta forma, negligenciando uma metodologia pedagógica que permitiria aos alunos manterem, para além das situações lúdicas, uma interação social regida por uma estrutura de relacionamento não-conflituoso capaz XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 4 minimizar os efeitos negativos dos excessos de energia da infância. A dupla função dos jogos na escola, ludicidade e aprendizagem (KISHIMOTO, 2003) se somam ao caráter de socialização dos jogos e brincadeiras (ROSA, 1998). A escola junto com seus educandos poderia se utilizar dessas metodologias para a demanda escolar. Outra cultura da escola, também registrada na intervenção, é a separação das crianças por idade e por sexo em pátios diferentes. No entanto, nas atividades que foram realizadas com todas as turmas mostrou a interação desses alunos, ou seja, possibilitou momentos de socialização e contribuiu para uma melhor convivência diante das diversidades. Em contrapartida, na escola há precariedade de recursos, seja materiais quanto humanos e disposicionais, para realizar um trabalho recreativo com as crianças. Não obstante, não se deve ficar imobilizado frente às dificuldades, e sim, procurar mover-se e trabalhar com os poucos recursos existentes na escola, como também, utilizar material reciclável da forma que foi trabalhado pelos integrantes do grupo de extensão, além do mais estarão contribuindo para a preservação do meio ambiente. Referências GEORG, E.J; FISCHER, J. Jogar e Brincar: uma forma de aprender na pré-escola. In: ASSELVI Associação Educacional Leonardo da Vinci. Instituto Catarinense de Pós-graduação. Revista de divulgação v. 2 n. 8 - jan./jun. 2006. Disponível em: http://www.icpg.com.br acessa em 30 de set. 2008. KISHIMOTO, T.M. O jogo e a educação infantil. São Paulo:Thomson pioneira, 2003. RAMOS, M.C.A.L; Jogar e Brincar: representando papéis, a criança constrói o próprio conhecimento e, conseqüentemente, sua própria personalidade. In: ASSELVI - Associação Educacional Leonardo da Vinci. Instituto Catarinense de Pós-graduação. Revista Leonardo Pós. v. 1, n. 1. 2002. ROSA, S.S.D. Brincar, conhecer, ensinar. São Paulo: Cortez Editora, 1998. VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2000. XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 5