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A Pedagogia do Prof Pietro Ubaldi
A Educação tendo como referencial o Espírito.
Regina Lucia Silveira Martins
[email protected]
Rio de Janeiro – Brasil
Pedagogia tem como significado o estudo dos ideais de Educação segundo uma
determinada concepção de vida. Teoria e ciência da Educação , segundo definições
encontradas no Aurélio.
Muito interessante observarmos na definição do termo pedagogia, que toda a
ciência do aprender deverá estar baseada numa concepção de vida.
Que concepção de vida?
Ao nos depararmos com a história da educação geral da humanidade, desde suas
primeiras tentativas de organização de metodologias e didáticas, verificamos que
várias foram as teorias que apareceram, fundamentando os métodos de ensino,
trazendo concepções sobre o que seria a vida.
Primeiramente nos deparamos com as teorias, que muito bem Bigge ( Morris L.
Bigge – Teorias da Aprendizagem para Professores – E.P.U./ EDUSP) classifica, da
chamada disciplina mental. Estas teorias preconizavam a existência de uma
substância má no homem, e que seria o próprio homem. O homem sendo mau por
natureza precisaria ser disciplinado intelectualmente. Era a época dos exercícios
mentais que corrigiam a mente, com castigos físicos que purgavam o corpo, nascido
do pecado.
Bem próximo desta época, também o mesmo autor registra, encontramos a teoria
do crescimento natural, onde a concepção de vida era a de que o homem por
natureza era bom, apenas a sociedade o corrompia.
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Métodos e técnicas do não agir, e do apenas orientar o discípulo são preconizadas
nesta fase da educação.
Rousseau, é bem um identificador desta teoria, com seu famoso romance “Emílio”.
Vejamos; até então, que ambas as teorias explicavam seus métodos de ensino
através de uma herança fatal, inata, ou boa ou má, que precisaria ser disciplinada
ou desabrochada.
Bem mais tarde, correndo no tempo, com o advento da Psicologia e principalmente
com a Psicologia do Desenvolvimento, outra teoria ganha força e vem permeando
até hoje os debates e reflexões sobre assuntos educacionais. Falamos do
construtivismo, que muito bem experimentado por Jean Piaget e explicada por
muitos de seus continuadores veio de toda a parte do mundo reverenciar a criança
como um ser em desenvolvimento e que se constrói como pessoa, através do
contato com o meio ambiente.
Estamos diante portanto de teorias de concepção de vida. A primeira que traz a
idéia de um ser que já vem completo (mau ou bom) e a outra, de um ser que vai se
construindo, evoluindo sua maturidade cognitiva em contato com o mundo.
Ambas teorias, incompletas sobre o conceito de Vida.
Ë bom lembrar que Piaget considerava sim, uma herança para o começo do
aprendizado, de assimilação e acomodações posteriores, mas a herança da qual ele
cita, é apenas a biológica, a ontológica, que foi passada pela evolução animal e
que é bem exemplificada, através dos primeiros reflexos do bebê.
O que então nos traz Ubaldi sobre este assunto?
A síntese. A substância divina, completa, perfeita irá se reconstruir após sua
queda, através de assimilações e acomodações neste mundo de aprendizado. “A
personalidade resulta de todos esses elementos e movimentos.
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Que riqueza! Porém como nos desgasta essa luta!” (P. Ubaldi - A Nova Civilização
do Terceiro Milênio)
“O homem nasce incompleto ... Ele possui a verdade fragmentada, não a verdade
na sua unidade e totalidade.” (P. Ubaldi - A Nova Civilização do Terceiro Milênio)
Esta síntese demonstrada pelo professor P. Ubaldi em sua obra apresenta uma
concepção de vida completa. Uma essência, imanente divina, completa e perfeita
(Sistema) e ao mesmo tempo, uma existência, por causa da queda espiritual (AntiSistema). Sua existência pós-queda precisa se desenvolver para se reencontrar
novamente consciente.
Este processo de desenvolvimento é o da educação,( educere, tirar de dentro) que
só assim existe, por causa da queda espiritual. Deve-se fazer, portanto através de
uma metodologia onde o Espírito seja a referência, o foco de toda a ação externa
para provocação de constantes assimilações e acomodações até o ser conseguir
dizer “Eu e o Pai somos um”.
O que nos diz Ubaldi sobre este processo de construção?
“O organismo físico coleta e acumula; o espírito elabora e progride” (P. Ubaldi - A
Nova Civilização do Terceiro Milênio).
O que nos diz a teoria construtivista: Assimilamos externamente o que o meio nos
oferece para acomodarmos internamente às nossas estruturas que pouco a pouco
vão se desenvolvendo.
Até então, as teorias de Educação esboçavam essa dinâmica de construção ou
maturidade do ser, utilizando apenas as relações meio ambiente, herança biológia
paterna, herança biológica materna.
A teoria de Ubaldi acrescenta à esta relação o espírito que a tudo dirige
consciente/ livre - arbítrio ou inconscientemente/ determinismo, segundo a Lei. O
Espírito, atento a evolução, movimenta-se no dinamismo das forças psíquicas do
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superconsciente, consciente e subconsciente, tão bem explicado no livro Ascese
Mística ( Cap. XIX e XX).
Hoje através das novas descobertas científicas, o Espírito está sendo reconhecido
através de diferentes manifestações do conhecimento. A Teoria da Inteligência
Emocional considera a meditação como um instrumento de preparação para o
desenvolvimento da criatividade, intuição, novas formas de inteligência. ( A Arte
da Meditação – Goleman – 1999 ).
E Ubaldi já se adiantava antes mesmo destas últimas novidades, quando em seu
livro Fragmentos de Pensamento e de Paixão nos fala de uma nova metodologia
educacional, a intuitiva, por sintonização, onde a relação professor aluno está na
comunhão espiritual entre os parceiros, tendo o professor a compreensão da
biologia de seu aluno.
“ Esta método ( intuitivo) até agora de exceção, deverá ser norma por evolução (
FPP, 217) E ainda questiona Ubaldi: “ E por que a inspiração deve limitar-se
unicamente às formas artísticas e poéticas? ... É ainda audaciosíssimo, mas não
absurdo pensar na generalização futura do método intuitivo, hoje excepcional” .
(FPP, 218)
Esta é portanto, a teoria de Educação, tendo o Espírito como foco principal, tão
bem explicada pelo prof. Ubaldi, trazendo a síntese das outras duas “capengas”
teorias do passado que certamente serão substituídas pela do Espírito, neste novo
raiar da Nova Civilização do 3º Milênio.
Regina Lucia Silveira Martins
[email protected]
Rio de Janeiro – Brasil