UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ELVIS SILVEIRA MARTINS COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO, AMBIDESTRIA, INCERTEZA AMBIENTAL E DESEMPENHO NO PROCESSO DE FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE EMPRESAS VINÍCOLAS BRASILEIRAS BIGUAÇU 2012 ELVIS SILVEIRA MARTINS COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO, AMBIDESTRIA, INCERTEZA AMBIENTAL E DESEMPENHO NO PROCESSO DE FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE EMPRESAS VINÍCOLAS BRASILEIRAS Tese apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Administração e Turismo, na Universidade do Vale do Itajaí, Programa de Pós-Graduação em Administração. Orientador: Prof. Dr. Carlos Ricardo Rossetto BIGUAÇU 2012 ELVIS SILVEIRA MARTINS COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO, AMBIDESTRIA, INCERTEZA AMBIENTAL E DESEMPENHO NO PROCESSO DE FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE EMPRESAS VINÍCOLAS BRASILEIRAS Esta Tese foi julgada adequada para a obtenção do título de Doutor em Administração e Turismo e aprovada pelo Programa de Doutorado em Administração, da Universidade do Vale do Itajaí. Área de Concentração: Estratégia e Gestão das Organizações Biguaçu, 06 de Agosto de 2012. Prof. Dr. Carlos Ricardo Rossetto Universidade do Vale do Itajaí – PPGA Orientador Prof. Dr. Tomas de Aquino Guimarães Universidade de Brasília Prof. Dr. Walter Bataglia Universidade Presbiteriana Mackenzie Prof. Dr. Fernando Cesar Lenzi Universidade do Vale do Itajaí – PPGA Prof. Dr. Miguel Angel Verdinelli Universidade do Vale do Itajaí - PPGA AGRADECIMENTOS A água mais limpa é sempre perto da fonte, pois esta é a origem de tudo. Assim, agradeço a minha família, em especial aos meus pais Antonio Leonido Martins e Zilá Silveira Martins, que nunca me deixaram desamparado nas diversas circunstâncias vivenciadas nesta caminhada. Tenham a certeza que muito desta tese tem origem nos ensinamentos que me passaram, e que felizmente continuam a passar. Agradeço aos meus irmãos Eliete e Eric Silveira Martins, que, mesmo distantes, sempre souberam estar próximos e atentos, apoiando cada um dos passos que foram dados. A minha noiva Clarissa de Souza Ribeiro meu eterno agradecimento pelo apoio, motivação e companheirismo desde os primeiros passos, anos atrás, que foram o alicerce desta caminhada. Seus exemplos me fazem ter a convicção de que valeu o esforço e de que posso me dedicar ainda mais. Ao Prof. Dr. Carlos Ricardo Rossetto, que, desde o mestrado, não exerceu somente o papel de orientador de dissertação e tese, mas ultrapassou as fronteiras tradicionais de ensino-aprendizagem, repassando ensinamentos para a vida toda. Ao Sr. e a toda a família Rossetto, muito obrigado! Ao co-orientador Prof. Dr. Miguel Angel Verdinelli, por demonstrar que o simples às vezes é complexo e que o complexo, muitas vezes, é simples, acompanhando-me e socorrendo-me em muitos momentos em que me vi angustiado porque julgava passar por problemas, à primeira vista, complexos. Aos colegas e amigos Maria da Graça Nogueira e Deosir Flávio Lobo Castro Júnior, que foram verdadeiros irmãos, acompanhando, apoiando, ensinando e estendendo a mão a cada percalço, sem exigirem nada em troca. Agradeço a vocês por tudo, e registro aqui meu sincero e eterno agradecimento. Às Profas. Dras. Maria da Graça Ramos, Tânia Elisa Morales Garcia, Dalila Müller e Dalila Hallal, com quem aprendo muito com a convivência diária, e que em nenhum momento deixaram-me desanimar com os obstáculos. A todas, minha gratidão! Aos Profs. Drs. Fernando Lenzi, Walter Bataglia, Tomas Aquino e Carlos Eduardo Carvalho, por suas contribuições cruciais, pontuais e sempre oportunas. Ao Prof. Dr. Edar Añaña, que não hesitou em socializar o seu conhecimento acadêmico e estatístico e também seus préstimos em meus momentos de ansiedade. Aos colegas Eloy Fenker e Márcio Miura pela parceria nesta empreitada. Às queridas Cristina Leal, Caroline Rosa, Rafaela Freitas, Maria de Lurdes dos Santos e Wagner Leite pela prontidão e apoio de sempre. Certamente deixei de incluir nesta seção algumas das muitas pessoas que contribuíram para que este projeto de vida fosse concretizado. Isso não significa, todavia, que não reconheça o quanto a ajuda e benevolência desses que me acompanharam direta ou indiretamente foi importante e crucial nessa jornada. A todos, minha gratidão! RESUMO O objetivo desta tese foi analisar o relacionamento entre o comportamento estratégico, a ambidestria e o desempenho, mediados pela incerteza ambiental, em empresas vinícolas do Brasil. Para tanto, buscou-se subsídios nos ensinamentos de Miles e Snow (1978) sobre comportamento estratégico, em March (1991) com relação a ambidestria e em Ducan (1972) no tocante a incerteza ambiental. O tipo de pesquisa desenvolvida foi a quantitativa, sendo que a estratégia utilizada foi a survey. O universo compreendeu todas as vinícolas do Brasil vinculadas a alguma entidade representativa e a amostra, intencional, abarcou 150 empresas de diferentes unidades da federação. Para a análise dos dados, em um primeiro momento, foi utilizada a análise fatorial confirmatória, buscando verificar o quão bem as variáveis mediam o construto. Tendo em vista que o comportamento formou uma base de dados dicotômica, utilizou-se o software Mplus®, versão 6, para tratamento dos dados. Na sequencia, realizou-se a modelagem de equações estruturais para o teste das hipóteses formuladas. Identificou-se que os comportamentos estratégicos prospector, analista e reativo possuem relação positiva com a ambidestria organizacional. Já o comportamento defensivo, relaciona-se negativamente com a ambidestria das indústrias vinícolas estudadas. Foi possível verificar que o comportamento prospector e a ambidestria associam-se positivamente com o desempenho. Não obstante, averiguou-se que a ambidestria media a relação entre o comportamento prospector e o desempenho das vinícolas. Já a incerteza é mediadora da relação entre o comportamento prospector, defensivo, analista e reativo com a ambidestria organizacional. A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento prospector e o desempenho. Ainda, verificou-se que a incerteza ambiental media a relação entre a ambidestria e o desempenho das organizações vinícolas brasileiras. Destaca-se que as análises são limitadas ao tamanho da amostra, a não segmentação por produto comercializado e a base binária do comportamento estratégico. Como sugestão para trabalhos futuros, recomenda-se a análise desta mesma base de dados, estudando-a sob a ótica das ações de exploração e explotação; a replicação com substituição do instrumento de pesquisa, em especial sobre o comportamento estratégico (não utilizando uma base de dados binária); o estudo após o resultado das averiguações de necessidade de medidas de salvaguarda do mercado, que estão sendo realizadas pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a aplicação desta pesquisa em outros países como Argentina, Uruguai e Chile. Palavras-chave: comportamento estratégico, ambidestria, incerteza ambiental, desempenho ABSTRACT The purpose of this study was to explore the relationship between strategic behavior, ambidexterity and performance, mediated by environmental uncertainty in wineries of Brazil. This research was based on the theory of Miles and Snow (1978) on strategic behavior (March 1991) in relation to ambidexterity; and that of Duncan (1972) in relation to environmental uncertainty. The research was quantitative, and the strategy used was a survey. The study population consisted of all wineries in Brazil related to any representative entity, and the sample, which was intentional, included a hundred and fifty companies in different states of the country. For the data analysis, confirmatory factor analysis was first used, to determine how well the variables measured the construct. Given that behavioral results formed a dichotomize database, the software Mplus®, version 6, was used to analyze the data. Next, a structural equation modeling was applied to test the hypotheses. It was observed that prospective, analytical and reactive strategic behaviors were positively related to organizational ambidexterity. Defensive behavior, meanwhile, was negatively related to ambidexterity in the industries studied. Moreover, prospective behavior and ambidexterity were positively associated with performance. On the other hand, it was found that ambidexterity measured the relationship between the prospective behavior and the performance of the wineries. Uncertainty mediated the relationship between the prospective, defensive, analytical and reactive behaviors with organizational ambidexterity. Environmental uncertainty mediated the relationship between prospective behavior and performance. Furthermore, it was found that the environmental uncertainty mediated the relationship between ambidexterity and the performance of Brazilian wineries. It is emphasized that the analyses were limited by sample size, and not by segmentation of the commercialized product or the binary database of the strategic behavior. As a suggestion for future studies, analyses of the same database is recommended, studying them from a perspective of the shares of exploration and exploitation; replication with replacement of the survey instrument, in particular, on the strategic behavior (not using a binary database); a study after the outcome of the investigations, focusing on the need to safeguard the market, which are being carried out by the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), and the application of this research in other countries like Argentina, Uruguay and Chile. Keywords: strategic performance behavior, ambidexterity, environmental uncertainty, Se a força falta no braço na coragem me sustento. (Antônio Augusto Ferreira e Ewerton Ferreira) LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Ciclo Adaptativo 25 Figura 2 – Modelo Seminal para Concepção de Organizações Ambidestras 32 Figura 3 – Dimensões Ambientais 40 Figura 4 – Modelo Conceitual: Hipóteses 1, 2 e 3 52 Figura 5 – Modelo Conceitual: Hipótese 4 52 Figura 6 – Modelo Conceitual: Hipótese 5 53 Figura 7 – Modelo Conceitual: Hipótese 6 53 Figura 8 – Modelo Conceitual: Hipótese 7 54 Figura 9 – Modelagem Estrutural 16 Figura 10 – Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Construto Comportamento Prospector 24 Figura 11 – Modelo Final de Mensuração do Construto Comportamento Prospector 26 Figura 12 – Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Construto Comportamento Analista 28 Figura 13 – Modelo Final de Mensuração do Construto Comportamento Analista 29 Figura 14 – Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Construto Comportamento Defensor 31 Figura 15 – Modelo Final de Mensuração do Construto Comportamento Defensor 32 Figura 16 – Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Construto Comportamento Reativo 34 Figura 17 – Modelo Final de Mensuração do Construto Comportamento Reativo 36 Figura 18 – Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Construto Ambidestria 37 Figura 19 – Modelo Final de Mensuração da Ambidestria 39 Figura 20 – Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Construto Incerteza Ambiental 41 Figura 21 – Modelo Final de Mensuração da Incerteza Ambiental 44 Figura 22 – Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Construto Desempenho 45 Figura 23 – Modelo Final De Mensuração do Desempenho Figura 24 – Modelo Inicial com Cargas Fatoriais 47 Figura 25 – Modelo Final com Cargas Fatoriais 49 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Ciclo Adaptativo e Tipos de Comportamentos 27 Quadro 2 – Conceitos das Estratégias Genéricas 28 Quadro 3 – Estratégias Genéricas De Mintzberg 30 Quadro 4 – Tipos de Miopia que Influenciam a Ambidestria 33 Quadro 5 – Proposta de Configuração Priem 44 Quadro 6 – Características dos Ambientes 46 Quadro 7 – Itens Construto Comportamento Estratégico 63 Quadro 8 – Itens Construto Ambidestria Organizacional 66 Quadro 9 – Itens Construto Incerteza Ambiental 67 Quadro 10 – Itens Construto Desempenho 69 Quadro 11 – Resumo Ações de Coleta De Dados 71 Quadro 12 – Testes de Validade Do Construto 72 Quadro 13 – Produção 2007 a 2011 18 Quadro 14 – Indicadores do Construto Comportamento Prospector 23 Quadro 15 – Índices de Ajuste do Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Comportamento Prospector 25 Quadro 16 – Índices de Ajuste do Modelo Final de Mensuração do Comportamento Prospector 25 Quadro 17 – Indicadores do Construto Comportamento Analista 27 Quadro 18 – Índices de Ajuste do Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Comportamento Analista 28 Quadro 19 – Índices de Ajuste do Modelo Final de Mensuração do Comportamento Analista 29 Quadro 20 – Indicadores do Construto Comportamento Defensor 30 Quadro 21 – Índices de Ajuste do Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Comportamento Defensor 31 Quadro 22 – Índices de Ajuste do Modelo Final de Mensuração do Comportamento Defensor 32 Quadro 23 – Indicadores do Construto Comportamento Reativo 33 Quadro 24 – Índices de Ajuste do Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Comportamento Reativo 34 Quadro 25 – Índices de Ajuste do Modelo Final de Mensuração do Comportamento Reativo 35 Quadro 26 – Indicadores do Construto Ambidestria 36 Quadro 27 – Índices de Ajuste do Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração da Ambidestria 37 Quadro 28 – Índices de Ajuste do Modelo Final de Mensuração da Ambidestria 38 Quadro 29 – Indicadores do Construto Incerteza Ambiental 40 Quadro 30 – Índices de Ajuste do Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração da Incerteza Ambiental 42 Quadro 31 – Índices de Ajuste do Modelo Final de Mensuração da Incerteza Ambiental 43 Quadro 32 – Indicadores do Construto Desempenho 44 Quadro 33 – Índices de Ajuste do Modelo Inicialmente Proposto para Mensuração do Desempenho 45 Quadro 34 – Índices de Ajuste do Modelo Geral de Mensuração 46 Quadro 35 – Variância Residual (valores não padronizados) 48 Quadro 36 – Índices de Ajuste do Modelo Geral de Mensuração 48 Quadro 37 – Resumo do Teste de Hipóteses 50 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – UF Empresas 19 Gráfico 2 – Escolaridade Respondentes 20 Gráfico 3 – Idade Respondentes 20 Gráfico 4 – Função Respondentes 21 Gráfico 5 – Tempo de Empresa dos Respondentes 21 Gráfico 6 – Tempo de Mercado 22 Gráfico 7 – Número de Funcionários 22 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 14 1.1 Objetivos 17 1.1.1 Objetivo Geral 17 1.1.2 Objetivos Específicos 17 1.2 Justificativa 18 1.2.1 Ineditismo 18 1.2.2 Relevância 19 1.2.3 Contribuição 20 1.3 Problema de Pesquisa 20 1.4 Estrutura do Trabalho 21 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Comportamento Estratégico 22 22 2.1.1 Tipologias de Comportamento Estratégico 23 2.1.1.1 Tipologias de Miles e Snow (1978) 24 2.1.1.2 Tipologias de Porter (1980) 28 2.1.1.3 Tipologias de Mintzberg (1988) 29 2.2 Ambidestria Organizacional 2.2.1 O Gestor e o Processo de Ambidestria Organizacional 2.3 Incerteza Ambiental Percebida 31 36 39 2.3.1 Ambiente Dinâmico 43 2.3.2 Ambiente Complexo 46 2.3.3 Mecanismos de Gestão da Incerteza Ambiental 48 2.4 Modelo Conceitual e Relação entre Construtos e Hipóteses 51 2.4.1 Modelo Conceitual 51 2.4.2 Relações entre os Construtos e Hipóteses 54 3 METODOLOGIA 61 3.1 Classificação da Pesquisa 61 3.2 Estratégia de Pesquisa 61 3.3 Universo e Amostra 61 3.4 Coleta de Dados 62 3.4.1 Variáveis e Medidas 62 3.4.2 Pré-Teste 69 3.4.3 Execução 3.5 Estratégia de Análise dos Dados 70 71 4 ANÁLISE DOS DADOS 17 4.1 Caracterização do Segmento Estudado 17 4.2 Caracterização das Empresas Pesquisadas 19 4.3 Análise Fatorial Confirmatória - AFC 4.3.1 Construto Comportamento 23 23 4.3.1.1 Comportamento Prospector 23 4.3.1.2 Comportamento Analista 26 4.3.1.3 Comportamento Defensor 30 4.3.1.4 Comportamento Reativo 33 4.3.2 Construto Ambidestria 36 4.3.3 Construto Incerteza Ambiental 39 4.3.4 Construto Desempenho 44 4.4 Modelo Geral de Mensuração 46 4.5 Teste das Hipóteses 50 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 60 5.1 Limitações 62 5.2 Recomendações 63 REFERÊNCIAS 64 APÊNDICE A – Bibliométrica: Comportamento Estratégico 92 APÊNDICE B – Bibliométrica: Ambidestria 104 APÊNDICE C – Bibliométrica: Incerteza Ambiental 112 APÊNDICE D – Protocolo de Pesquisa 130 APÊNDICE E – Instrumento de Pesquisa 131 APÊNDICE F – História do Vinho no Brasil 140 14 1 INTRODUÇÃO As decisões tomadas por gestores são constantemente colocadas à prova, reflexo da escassez de recursos, concorrência acirrada, inconstâncias ambientais e das imposições legais. Sendo assim, a compreensão do comportamento do gestor, sua leitura dos aspectos ambientais e, por consequência, seus desdobramentos sobre as atividades da empresa tornam-se fundamentais para que o processo de formulação de estratégia seja o mais eficaz e efetivo possível. No entendimento de Feitosa e Cândido (2007), a formulação adequada das estratégias apoia o líder e distribui os recursos da organização numa postura única e viável, com base nas competências e deficiências internas, na antecipação de alterações ambientais e nas mudanças contingenciadoras dos concorrentes. Neste sentido, para lidar com a incerteza e a disposição de recursos gerados pelo ambiente, os gestores devem adotar determinados comportamentos estratégicos a fim de atingir objetivos propostos e, ainda, desempenhos superiores (CHONG; CHONG, 1997; WALDMAN et al., 2001; SARKAR; ECHAMBADI; HARRISON, 2001; KREISER; MARINO, 2002; DESARBO et al., 2005; GARDELIN, 2010). A grande dificuldade está em apontar qual postura estratégica está habilitada para manobrar as organizações em cenários incertos por segmento, setor e tamanho da empresa. Igualmente, devido à limitação dos recursos, sejam estes tecnológicos, materiais, humanos, e o grande número de necessidades das empresas, os gestores acabam por ter que tomar decisões estratégicas que direcionem as ações para o desenvolvimento e/ou qualificação dos produtos e serviços existentes na organização, estando muitas vezes à mercê das inconstâncias ambientais. Dessa forma, no momento da tomada de decisão, dúvidas surgem na mente dos gestores, dentre elas a principal, talvez, seja: investir em novos produtos/serviços ou melhorar os já existentes? De acordo com March (1991), este questionamento torna-se não só irrelevante como também danoso ao desempenho organizacional. No entender do autor, é vital explorar (criar) e explotar (refinar) produtos e serviços de maneira equilibrada para que exista a sobrevivência do sistema organizacional. 15 A habilidade de equacionar as ações de exploração e explotação da organização gera uma capacidade organizacional, conceituada como ambidestria. Essa particularidade surge no momento em que a empresa consegue a manutenção do ritmo de desenvolvimento e pesquisa de novos produtos e serviços ao mesmo tempo em que aperfeiçoa continuamente os já existentes. March (1991) afirma que uma empresa pode colocar em risco a maximização do desempenho, ao se concentrar unicamente em atividades de exploração ou de explotação. Diante deste aspecto, presume-se que o comportamento gerencial direcionado a práticas ambidestras amplia positivamente os horizontes de performance da empresa, amenizando as constantes carências organizacionais com a melhor aplicação dos recursos. Não obstante, contempla-se a incerteza ambiental como interventora deste processo, gerando instabilidade quando não percebida oportunamente, juntamente com as suas características de abrangência e consistência. Desta maneira à moderna gestão é exigida uma interpretação detalhada das variáveis específicas que circundam a empresa, o que poderá levar a organização a criar mecanismos de proteção ou transposição de barreiras ambientais, resultando em um desempenho superior. Miller (1992) sustenta que as variáveis ambientais não compreendem somente aquelas externas à organização, e afirma que o gestor deve levar em consideração, também, o ambiente interno nas tomadas de decisões. Segundo o autor, um desequilíbrio duradouro na organização, com relação à estrutura ou processo, pode vir a resultar na busca incessante de ajustes internos, onde a incerteza manifesta-se como desafio ao corpo gerencial quando das tomadas de decisões, que devem espelhar os melhores intérpretes da nova tecnologia emergente e dos novos mercados competitivos. Desta forma, ao gestor, além de orientar as práticas organizacionais para ações ambidestras, valendo-se desta perspicácia para amenizar as carências da empresa, caberá estar atento e sensível às inconstâncias geradas pelo ambiente interno, que poderão gerar empecilhos ao desenvolvimento de práticas de exploração e explotação e, também, as incertezas que margeiam a empresa como um todo, que da mesma forma, poderão interferir no processo de administração e, por consequência, impactar negativamente na performance. 16 Frente a esta conjuntura teórica, buscou-se identificar um segmento que possuísse características similares as relatadas, onde o gestor realizasse continuamente a criação de produtos e também os melhorasse, além de sofrer as influências das incertezas ambientais. Neste sentido, o setor vitivinícola brasileiro foi caracterizado como tal. Não foram identificados estudos com a propriedade de assinalar as características gerenciais do segmento, no entanto, novos produtos são constantemente desenvolvidos, conforme identificam o Sindivinho (2012), Uvibra (2012), Fecovinho (2012) e Ibravin (2012) quando grafam que o Brasil produz vinhos finos, de mesa, espumantes e suco de uva, além de outros produtos derivados da uva e do vinho, tais como vinagre, vermute, e, mais recente, as sangrias e coquetéis com vinho. Os produtos existentes estão continuamente sendo melhorados com o incremento de novas tecnologias como barris de inox, tipos de parreiras (sistema latada ou GDC) e, segundo o Sindivinho (2012), Uvibra (2012), Fecovinho (2012) e Ibravin, (2012), a qualidade crescente do vinho brasileiro é atestada por críticos nacionais e internacionais, sendo que nos últimos anos os vinhos do Brasil conquistaram mais de 2.500 medalhas pelo mundo. Assim, visualiza-se que os gestores do setor vinícola brasileiro recebem uma grande carga de responsabilidade de como melhor gerir seus recursos, a fim de equalizar as atividades da empresa (entre criar e melhorar), observando a influência desafiadora do ambiente, para o alcance do melhor resultado possível. Esta contextualização é reforçada pelo Sindicato das Indústrias do Vinho do Rio Grande do Sul – Sindivinho (2012) quando destaca que se este contexto se mantiver, em menos de 20 anos corre-se o risco de não existir mais produção de vinho fino nacional. Por oportuno, grafa-se a deficiência existente no segmento vinícola em termos de recursos comerciais, marketing e logística, insuficientes para concorrer com as grandes empresas internacionais, haja vista que a maior parte das empresas nacionais, cerca de 70%, é de pequeno porte (SINDIVINHO, 2012; UVIBRA, 2012; FECOVINHO, 2012; IBRAVIN, 2012). Diante desses aspectos, supõe-se que um comportamento estratégico alinhado com decisões em prol da ambidestria da organização vinícola, com a 17 percepção apurada para as incertezas ambientais, pode levar a organização a se manter no mercado. Assim, o presente estudo procura entender essas relações. Nesse sentido, a seguir são apresentados os objetivos que nortearão o trabalho visando, além da justificativa, problema de pesquisa e estruturação do trabalho. 1.1 Objetivos 1.1.1 Objetivo Geral Relacionar comportamento estratégico, ambidestria e desempenho, mediados pela incerteza ambiental, na percepção dos gestores de empresas vinícolas do Brasil. 1.1.2 Objetivos Específicos Associar comportamento estratégico e ambidestria; Relacionar comportamento estratégico e desempenho organizacional; Correlacionar ambidestria e desempenho organizacional; Examinar o efeito mediador da ambidestria sobre a relação comportamento estratégico e desempenho organizacional; Averiguar o efeito mediador da incerteza ambiental sobre a relação entre o comportamento estratégico e a ambidestria organizacional; Constatar o efeito mediador da incerteza ambiental sobre a relação entre o comportamento estratégico e o desempenho organizacional; Verificar o efeito mediador da incerteza ambiental sobre a relação entre a ambidestria e o desempenho organizacional. 18 1.2 Justificativa A justificativa deste estudo está organizada em três tópicos, os quais são considerados fundamentais para lastrear o desenvolvimento de uma tese de doutorado: ineditismo, relevância e contribuição. 1.2.1 Ineditismo A partir de uma revisão da literatura internacional sobre comportamento estratégico, ambidestria organizacional e incerteza ambiental, constatou-se que os trabalhos encontrados têm direcionado suas análises para somente um, ou dois, destes construtos, não incorporando a análise conjunta dos três. Como exemplo desses trabalhos, observam-se os de Ford (1981), Sawyerr (1993), Judge e Blocker (2008), Su, Tsang e Peng (2009) e Townsend, Yeniyurt e Talay (2009). No Brasil, a exemplo da literatura internacional, não foram encontrados estudos que compilem todos os construtos que esta tese se propõe a estudar. Foram identificados alguns estudos que relacionam comportamento estratégico e ambiente organizacional, como os de Gulini (2005), Teixeira (2007), Andretti (2008), Gallas (2008), Blageski (2008), Gardelin (2010), Ribeiro (2010), Archer (2010), Muniz Filho (2011) e Carvalho (2011). Com relação à temática ambidestria organizacional, identificou-se o estudo de Scandelari e Cunha (2011) em que o assunto foi correlacionado com desempenho ambiental (questões socioambientais). Observou-se, ainda, que os modelos teóricos utilizados, predominantemente sobre comportamento estratégico, preocupam-se principalmente com a influência do ambiente sobre a orientação dos gestores e, por consequência, com seu impacto no desempenho organizacional. No contexto de estudos sobre ambidestria, visualiza-se que o foco das pesquisas é direcionado somente ao poder de resposta organizacional às incertezas proporcionadas pelo ambiente. Sendo assim, estudar a formulação de estratégias organizacionais por meio de uma abordagem com maior amplitude, enfatizando o comportamento do gestor sobre as atividades organizacionais (ações ambidestras), mediadas pelas incertezas ambientais percebidas, e o impacto destas relações sobre o desempenho 19 organizacional, sustenta-se como uma pesquisa inédita, uma vez que não foram localizados estudos com este direcionamento. 1.2.2 Relevância Um dos gaps teóricos que reforçam a relevância deste estudo foi identificado nos estudos de Sabherwal e King (1992), Buchko (1994) e Kreiser e Marino (2002). De acordo com os autores, existe a necessidade de realização de pesquisas objetivando a compreensão de como os gestores melhor ajustam a formulação das estratégias organizacionais em função das incertezas ambientais. Em complemento, Matthews e Scott (1995) destacam que estudos como estes devem ser aplicados junto a empresas de pequeno porte. No entender de Sawyerr (1993), devem ser realizados estudos em países em desenvolvimento, contrapondo os resultados com os das suas pesquisas, que apontam para a presença de instabilidade no ambiente político e econômico. A relevância deste estudo apoia-se também na recomendação de He e Wong (2004) e Gupta, Smith e Shalley (2006) de realização de estudos que identifiquem como os gestores melhor administram a ambidestria, empiricamente. Jansen (2005) destaca a necessidade de realização de tese de doutorado abordando a relação entre características ambientais, como dinamismo, incerteza e competitividade, ambidestria organizacional e desempenho da empresa. Além dessa proposição, Tan e Zeng (2009) sugerem que futuras pesquisas devem ser desenvolvidas investigando como as empresas podem integrar e reconfigurar os recursos para criar uma vantagem competitiva em ambientes caracterizados por rápidas transformações. Raisch et al. (2009) instigam novos estudos abarcando a temática ambidestria sobre os mais diversos prismas organizacionais. De acordo com os autores, a ambidestria organizacional surgiu como um novo paradigma de pesquisa da administração, no entanto, muitas questões ainda permanecem controversas, carecendo novas pesquisas identificando caminhos para o seu sucesso nas organizações. Afora isso, a relevância se manifesta pela necessidade de entender o porquê e como as organizações optam por ações de exploração ou explotação, ou ainda, 20 pela combinação de ambas. Assim, pesquisas devem ser desenvolvidas para entender os determinantes da aplicação de certo conhecimento, ou em associação, e examinar as condições ambientais (por exemplo, mudança, dinamismo, competitividade previsibilidade, dentre outras) que corroboram esta tomada de decisão. Também devem ser ampliados estudos que determinem quais processos organizacionais permitem às empresas se destacarem em exploração e explotação simultaneamente, permitindo que se tornem organizações verdadeiramente ambidestras (BOURGEOIS III, DAMANPOUR; SANTORO, 2009; FANG, LEE, SCHILLING, 2010). 1.2.3 Contribuição Acredita-se que a análise das relações entre o comportamento do gestor, as ações de criação e melhoria desenvolvidas pela empresa (ambidestria), influenciadas por aspectos ambientais (incerteza), possibilitem um processo de formulação de estratégia que melhore o desempenho organizacional, contribuindo para o aumento da efetividade organizacional, ou seja, a adequação das estratégias, buscando o alcance dos objetivos traçados pela organização. Outro aspecto de contribuição, diz respeito à incorporação da variável ambidestria organizacional na formulação de estratégias - tida por alguns estudos como um fator preditor de desempenho organizacional (MARCH, 1991; JANSEN, 2005; YALCINKAYA; CALANTONE; GRIFFITH, 2007; HAN; CELLY, 2008; SU; TSANG; PENG, 2009) -, esse aspecto elucida as organizações sobre como melhor aproveitar os seus recursos. Ainda, a difusão e aplicação destas análises estratégicas em empresas brasileiras, torna-se fundamental para o seu crescimento, manutenção e inserção em outros mercados nacionais e internacionais. 1.3 Problema de Pesquisa Diante das justificativas apresentadas, o trabalho tem o seguinte problema de pesquisa: Qual a relação entre comportamento estratégico, ambidestria e 21 desempenho organizacional, mediados pela incerteza ambiental em empresas vinícolas brasileiras? 1.4 Estrutura do Trabalho Esta tese está organizada em cinco seções. Nesta introdução apresenta-se a contextualização do estudo, objetivos, justificativa e problema de pesquisa. Na segunda seção, apresenta-se o quadro teórico de referência que procura situar o contexto intelectual sobre comportamento estratégico, ambidestria organizacional e percepção sobre a incerteza ambiental. Na sequência, aborda-se a metodologia que orientará a condução do estudo sob análise. Na quarta seção, discute-se e pondera-se sobre o processo de formulação de estratégia nas organizações estudadas e, na última seção, à guisa das considerações finais, tecem-se algumas reflexões, novas direções e possibilidades para esta temática. 22 2 REFERENCIAL TEÓRICO Esse capítulo busca contextualizar o comportamento estratégico, a ambidestria organizacional e a incerteza ambiental. O modelo conceitual e a relação entre estes construtos também são apresentados. 2.1 Comportamento Estratégico O comportamento do gestor influencia diretamente as estratégias da organização, podendo ser mais ou menos conservador ou inovador (MURRAY, 1984). No entanto, este posicionamento não é unanimidade, visto que Ansoff (1987) destaca que um paradigma de comportamento estratégico somente terá sido estabelecido quando a maioria dos pesquisadores influentes e estudantes da área concordarem em uma formulação que possa acomodar seus interesses particulares e perspectivas. Assim, o autor aponta algumas características que acredita serem vitais para tal processo: a) a ótica científica deve ser multidisciplinar, incluindo, no mínimo, as interações e influências de racionalidades política, sociológica, psicológica e cognitivo-lógica; b) o espaço do problema deve incluir a interação de comportamento estratégico com a configuração e dinâmica da organização; c) a interação entre os comportamentos estratégicos e operacionais deve ser incluída no espaço do problema, sempre que ambos coexistirem e estabelecerem reivindicações importantes sobre os recursos e energias; d) o processo de evolução da estratégia deve ser tratado de forma holística, combinando sensores, decisões e execuções; e) a evolução deve ser vista como um processo de feedback paralelo e recíproco; f) domínios de validade devem ser identificados para cada modelo que se propõe a descrever a atividade estratégica. De acordo com Das (1987), o comportamento estratégico deve ser de natureza sutil e discreta. Dada uma perspectiva de tempo específico, essa orientação para o futuro tem a tendência de influenciar o modo como as coisas vão fluir no tempo, podendo orientar os ciclos de planejamento organizacional. Por exemplo, quando direcionada, a criação de produtos ou incorporação de eficiência e 23 diferenciação nos padrões associa níveis de desempenho organizacional significativamente maiores do que seus pares (ROBINSON JR; PEARCE II, 1988). O comportamento estratégico, segundo Hurst, Rush e White (1989), deve partir da alta cúpula organizacional, alinhar-se a diferentes estilos cognitivos e ter suas projeções disseminadas para a estrutura organizacional. Este efeito sinérgico entre estratégia e comportamento do gestor, geralmente, promove um desempenho superior às demais organizações (THOMAS; LITSCHERT; RAMASWAMY, 1991). Porém, Schneider e Meyer (1991) lembram que a incerteza ambiental e o controle organizacional são influenciadores diretos do comportamento organizacional. Além dessas variáveis, a cultura local também é influenciadora da orientação adotada pelo gestor. Dessa forma, somente um comportamento estratégico que atente para as atividades de monitoramento ambiental, análise das decisões estratégicas e, ainda, cuja orientação intraorganizacional seja relacionada ao controle das operações alcança um desempenho superior (GOLDEN, 1992). Corroborando o pensamento de Schneider e Meyer (1991), Geletkanycz (1997) reforça que a cultura tem impacto importante sobre o comportamento do gestor, influenciando também a sua abertura a mudanças na estratégia da organização. Assim, a orientação estratégica é aquela que direciona a empresa para a oportunidade de mercado DAVIDSSON; WIKLUND, e controle 2001). As dos recursos empresas têm existentes diferentes (BROWN; orientações estratégicas e enfrentam uma grande variedade de condições internas e externas. Para alcançar um desempenho superior, os gestores devem ter seu comportamento levado em conta na elaboração da estratégia ou na implementação de capacidades na organização (SLATER; OLSON; HULT, 2006). Feita esta contextualização, a seguir serão apresentadas algumas tipologias direcionadas a caracterização das estratégias dos gestores, que por sua vez, são responsáveis pela rota orientadora tomada pela organização. 2.1.1 Tipologias de Comportamento Estratégico Inúmeras são as tipologias apresentadas pela literatura especializada, no entanto, segundo Costa e Silva (2002), as metodologias mais robustas sucumbem 24 aos parâmetros que confirmam uma tipologia, tornando pouco provável que se encontrem outras que possam vencer esta barreira. Ainda de acordo com Costa e Silva (2002), Silva, Brandt e Costa (2003) e Brandt (2008), as propostas de Miles e Snow (tipologia de comportamento), Porter (estratégias genéricas) e Mintzberg (estratégias genéricas de Mintzberg) são as mais representativas e as que maior quantidade de testes empíricos vem suportando. Moreira et al. (2009) e Monge (2010) corroboram este pensamento destacando as três tipologias como sendo as principais entre as desenvolvidas. 2.1.1.1 Tipologias de Miles e Snow (1978) De acordo com Miles e Snow (1978), uma organização é tanto uma finalidade articulada quanto um mecanismo para a realização da missão estabelecida. A maioria das organizações se envolve em um processo contínuo de avaliar o seu propósito, questionar, verificar e redefinir a maneira pela qual interagem com seus ambientes. Empresas eficazes esculpem e mantêm um mercado viável para os seus produtos ou serviços, enquanto que as ineficazes falham nesta tarefa de alinhamento com o mercado. De acordo com os autores, as organizações devem constantemente modificar e aperfeiçoar seus mecanismos para o alcance dos objetivos - reajustando sua estrutura e relacionamentos com as tomadas de decisões, além do processo de controle. Ademais, organizações eficientes são marcadas por estabelecer mecanismos que complementem suas estratégias de mercado. Diante deste contexto, os autores desenvolveram um modelo de adaptação que apresenta as principais decisões a serem tomadas para que a organização se mantenha alinhada com o ambiente e, na sequência, mostraram as tipologias de comportamento estratégico adotadas. A abordagem da escolha estratégica orienta que a eficácia da adaptação organizacional depende das percepções das coalizões dominantes, das condições ambientais e das decisões de mercados. Como este processo é complexo e dinâmico, pode ser separado em três grandes problemas, que sempre cabem à administração resolver: um problema de cunho empreendedor; outro relacionado à engenharia; e o terceiro de caráter administrativo. Os autores chamam este 25 processo de ciclo adaptativo e, em organizações maduras, cada um desses três problemas ocorre com maior ou menor simultaneidade (MILES; SNOW, 1978). O problema empreendedor (visão empreendedora), que, em uma nova organização, talvez inicialmente se apresente de maneira superficial, deve ser desenvolvido em uma definição concreta de um domínio organizacional, ou seja, a definição de produto ou serviço específico e de um mercado mercado-alvo ou mercado segmentado. o. Já o problema de engenharia é descrito pelos autores como sendo aquele que envolve a criação de um sistema para solucionar os problemas empreendedores. A redução, principalmente, da incerteza no sistema organizacional ou racionalização e estabilização das atividades enfrentadas e resolvidas com sucesso pela organização durante a fase empreendedora e de engenharia é o papel do problema administrativo. Estas fases do ciclo adaptativo podem ser mais bem visualiz visualizadas na Figura 1. Figura 1 – Ciclo adaptativo adaptati Fonte: Miles e Snow (1978, p. 24) Em suma, as características do ciclo adaptativo são destacadas por Miles e Snow (1978) como sendo uma fisiologia geral do comportamento organizacional organizacional, onde os três problemas - empreendedor, engenharia, e administrativo - estão intrinsecamente interligados e sua adaptação ocorre frequentemente ao mover mover-se de forma sequencial através das fases empreendedora, engenharia e administrativa, 26 mas o ciclo pode ser desencadeado de qualquer um desses pontos, e por fim, as decisões adaptativas tomadas hoje tendem a enrijecer e tornar-se aspectos da estrutura de amanhã. No entender de Miles e Snow (1978), a movimentação nas fases do ciclo adaptativo é realizada por quatro tipos de comportamento estratégico: defensor, prospector, analista e reativo. De acordo com os autores, o comportamento estratégico defensor reflete organizações que têm estreito domínio produto-mercado. Nesse caso, os gestores são altamente especialistas em área limitada de operações da organização e não tendem a realizar pesquisas em busca de novas oportunidades fora de seus domínios. Como resultado, essas organizações raramente precisam fazer grandes ajustes em sua tecnologia, estrutura ou métodos de operações. Em vez disso, dedicam atenção primária para melhorar a eficiência das operações existentes. Os prospectores têm como característica a contínua busca por oportunidades de mercado, eles regularmente respondem às tendências emergentes do meio ambiente. Assim, essas organizações muitas vezes são as criadoras de mudança e geram incerteza nos concorrentes; no entanto, devido à sua forte preocupação para com a criação de produto e mercado, pecam na eficiência. As organizações que operam em dois tipos de domínio produto-mercado, um relativamente estável e o outro em mudança, são classificadas por Miles e Snow (1978) como analistas. Este comportamento, em áreas estáveis, opera rotineiramente e de forma eficiente através do uso de estruturas formais e processos. Em áreas mais turbulentas, os gestores procuram observar de perto seus concorrentes em busca de novas ideias e, então, adotam rapidamente aquelas que parecem ser as mais promissoras. O último tipo de comportamento é o reativo, que resulta em organizações nas quais os gestores frequentemente percebem as mudanças e as incertezas que ocorrem em seus ambientes organizacionais, mas são incapazes de responder de forma eficaz. Esta inércia é causada pela falta de relação consistente entre estratégia e estrutura, resultando em raros ajustes de qualquer tipo e, quando o realizam, são por pressões ambientais. 27 A relação entre os tipos de problemas e o comportamento adotado é diferenciada para cada situação, conforme é possível verificar, de maneira detalhada, no Quadro 1. Quadro 1 – Ciclo adaptativo e tipos de comportamentos Componentes do cliclo Comportamentos Estratégico Dimensões adaptativo: Domínio de produtos e mercados Postura de sucesso Defensor Prospector Analista Reativo Estreito e cuidadosamente focado Amplo e em expansão contínua Segmentado e cuidadosamente ajustado Irregular e transitório Proeminente em seu mercado Ativa iniciação de mudança Seguidores cuidadosos de mudança Investidas oportunistas e postura de adaptação Problema Empreendedor e Soluções Problema de Engenharia e Monitoramento ambiental Baseado no domínio Orientado para o e cuidadoso/ mercado e forte monitoramento ambiente/busca organizacional agressiva Crescimento Penetração cuidadosa e avanços de produtividade Desenvolvimento de produtos e mercados e diversificação Penetração assertiva e cuidadoso desenvolvimento de produtos e mercados Mudanças apressadas Objetivo tecnológico Eficiência de custos Flexibilidade e inovação Sinergia tecnológica Desenvolvimento e conclusão de projetos Amplitude tecnológica Tecnologia única, focal/ expertise básica Tecnologias múltiplas/ avançando na fronteira Soluções Anteparos tecnológicos (buffers) Coalizão dominante Programas de manutenção e padronização Finanças e Produção Incrementalismo e sinergia Habilidade de experimentar e improvisar soluções Marketing e P&D Pessoal de Planejamento Solucionadores de problemas Abrangente com mudanças incrementais Orientado por crises e desarticulado Dominada por assessores/ orientada por matriz Métodos múltiplos/cálculos de riscos cuidadosos/contri buição de vendas Autoridade formal rígida/ desenho operacional solto Planejamento De dentro para fora/ dominado por controle Estrutura Funcional/ Autoridade de linha Por produtos e/ou mercados Administrativo e Controle Centralizado, formal e ancorado em aspectos financeiros Tecnologias Aplicações interrelacionadas tecnológicas na fronteira mutáveis/ Fluidez Habilidades de pessoal técnico/ diversidade Busca de problemas e oportunidades/ perspectiva de programas ou campanhas Problema Soluções Orientado para a Esporádico e concorrência e dominado por completo tópicos específicos Desempenho no mercado/ volume de vendas Evitar problemas/ resolver problemas remanescentes Fonte: Conant, Mokwa e Varadarajan (1990, p. 367) e Gimenez et al. (1999, p. 61) A lógica do modelo de Miles e Snow (1978) favorece a administração na complexidade, facilitando a formulação de estratégias com diferentes visões 28 incorporadas, além de contínuas reconfigurações que sustentam a organização nas adversidades ambientais (DEGENHARDT; MAÑAS, 2005). 2.1.1.2 Tipologias de Porter (1980) De acordo com Porter (1980), cinco forças competitivas afetam o desempenho da organização. Tais forças são: a) rivalidade entre os concorrentes; b) poder de negociação dos clientes; c) poder de negociação dos fornecedores; d) ameaça de entrada de novos concorrentes; e e) ameaças de produtos substitutos. Nesse sentido, o autor apresenta sua tipologia de comportamento estratégico, visando orientar a organização em relação às cinco forças competitivas. A sua proposta, intitulada estratégias genéricas competitivas, é formada por três abordagens: i) liderança no custo total; ii) diferenciação; e iii) foco (liderança em custos, diferenciação e foco na liderança em custos ou na diferenciação). O Quadro 2 sintetiza o conceito de cada uma das estratégias. Quadro 2 – Conceitos das estratégias genéricas Comportamento direcionado a: Liderança no custo total Diferenciação Foco Conceito Exige a construção agressiva de eficiência em escala-produção; perseguição vigorosa de reduções de custos a partir da experiência; controle de áreas como P & D, serviços, vendas, publicidade, entre outras. Cria algo que, nas indústrias, é percebido como sendo único. A diferenciação proporciona isolamento à concorrência devido à lealdade à marca por parte dos clientes e resultando menor sensibilidade ao preço. Foca em um grupo particular de compradores, linha de segmento de produtos ou mercado geográfico, e, tal como a diferenciação, o foco pode assumir muitas formas. Fonte: Adaptado de Porter (1980) Para Porter (1980), as três estratégias genéricas são alternativas viáveis para lidar com as forças competitivas. Porém, Hambrick (1983) lembra que não são todas 29 as abordagens das estratégias genéricas que, igualmente, se adequam a uma dada situação. A empresa pode não conseguir desenvolver a sua estratégia em pelo menos uma das três direções, neste caso, a organização deve utilizar-se de uma estratégia híbrida, chamada de stuck-in-the-middle, ou seja, meio termo. Este tipo de posicionamento é qualificado como sendo uma situação extremamente pobre de estratégia. Dess e Davis (1984) reforçam essa afirmação, comentando que as empresas orientadas para estratégias específicas (custos, diferenciação ou foco) superam as organizações caracterizadas por stuck-in-the-middle. Contudo, em alguns estudos são identificadas lacunas nesta metodologia, a exemplo de Wright (1987), que destaca que as escolhas de estratégias genéricas têm limitações em termos de tamanho da empresa, acesso aos recursos e análises competitivas. Em consonância com este posicionamento, Murray (1988) afirma que o conceito estratégias genéricas é uma decepção porque é confuso, não explica especificamente como qualquer uma das estratégias genéricas devem ser implementadas e faz um desserviço para a prática dos gestores. O trabalho de Porter (1980), entre 1986 e 1990, foi referenciado em cerca de metade de todos os estudos publicados no Strategic Management Journal, além de diversos artigos e dissertações que na época se encontravam em andamento (MILLER; DESS, 1993), no entanto, devido às críticas que o modelo recebeu nos últimos anos, verifica-se um declínio considerável no número de pesquisas que empregam esta tipologia (KOTHA; VADLAMI, 1995; AKTOUF, 2002). 2.1.1.3 Tipologias de Mintzberg (1988) Por entender que o modelo de Porter (1980) deixa margens a erros, já que foca de forma muito estreita alguns tipos especiais de estratégias e estimula arbitrariedades, Mintzberg (1988) apresentou uma nova tipologia de estratégias genéricas, a partir da mesma variável ‘diferenciação’ de Porter (1980), mas com um nível maior de detalhamento (CARNEIRO; CAVALCANTI; SILVA, 1997). O Quadro 3 sintetiza a proposta de reformulação das tipologias de estratégias genéricas de Porter (1980) proposta por Mintzberg (1988). 30 Quadro 3 – Estratégias genéricas de Mintzberg Comportamento Conceito direcionado a: Preço Imagem Suporte Qualidade Projeto (Design) Não diferenciação Uma empresa pode alcançar uma estratégia de diferenciação por preço se diminuir o preço de um determinado produto mantendo os outros atributos semelhantes aos dos produtos concorrentes do mercado. Uma vez que um dos atributos de um produto é a forma como os consumidores o percebem em comparação com os produtos concorrentes ou substitutos, uma empresa pode diferenciar seu produto ao desenvolver uma imagem que o torne distinto dos demais. Uma forma de diferenciar o produto, sem necessariamente alterar seus atributos “intrínsecos”, é oferecer algo a mais junto com o produto, algo que Mintzberg (1988) também chama de diferenciação periférica. Este “algo a mais” normalmente está relacionado com a ampliação do nível de serviços agregados (prazo de entrega menor, financiamento à venda, assistência técnica) ou com a oferta de produtos complementares. Essa estratégia pode ser alcançada atribuindo-se ao produto ao menos uma destas três dimensões: desempenho superior; maior confiabilidade e maior durabilidade. Essa estratégia busca oferecer no mercado um produto diferente dos demais concorrentes e não apenas melhor (como no caso da diferenciação por qualidade). Essa estratégia tem como foco a possibilidade de uma empresa imitar inovações de empresas concorrentes, desde que haja espaço no mercado para tal. Esta estratégia, apesar de aparentemente semelhante ao conceito de meio-termo (stuck in the middle) de Porter (1980), se diferencia quanto à sua intencionalidade e desempenho. Fonte: Adaptado de Carneiro, Cavalcanti e Silva (1997) e Mattos (2006) Mesmo com os esforços desenvolvidos por Mintzberg para formular um modelo de estratégias genéricas mais abrangente, Fernandes, Silva e Cândido (2007) afirmam que o modelo de Porter (1980) ainda continua sendo o mais conhecido. Por não encontrarem subsídios que suportem a visão teórica de Mintzberg (1988), os autores incitam a realização de pesquisas para sua validação, como também estudos que possam incorporar ao modelo Porteriano as críticas realizadas por Mintzberg. Após comparar o modelo de Miles e Snow (1978) e o de Porter (1980), Gimenez et al. (1999) afirmam que a primeira proposta ainda é a mais abrangente e confiável. 31 Diante do exposto, identificou-se que dentre os modelos de análise do comportamento estratégico, introduzidos ao longo dos últimos 25 anos, a tipologia de Miles e Snow (1978) tem sido a mais duradoura, a mais crítica e a mais utilizada. Essa metodologia foi submetida a vários testes de validade. Em uma ampla gama de configurações, os pesquisadores descobriram forte e consistente suporte para validar o modelo (HAMBRICK, 2003). A exemplo destas afirmações observam-se os estudos de Conant, Mokwa e Varadarajan (1990), Correa (1996), Nakano (1997), Gimenez (1997), Gimenez et al. (1999), Rossetto (2000), Rossetto e Rossetto (2003), Vieira (2003), Ferreira e Ramos (2004), Vasconcelos, Guedes e Cândido (2005), Degenhardt e Mañas (2005), Caldas, Vasconcelos e Cândido (2007), Glasenapp et al. (2007), Feitoza e Cândido (2007), Teixeira, Rossetto e Carvalho (2009), Almeida, Antonialli e Gomes (2011), Gardelin, Rossetto e Verdinelli (2011), Ribeiro, Rossetto e Verdinelli (2011), Verdinelli e Escobar (2011), que consideram igualmente o modelo válido. Dessa forma, destaca-se que a tipologia de comportamento estratégico de Miles e Snow (1978) será a utilizada no presente estudo, uma vez que se entende que ela preenche as lacunas deixadas pelas demais abordagens, identificando de forma confiável o comportamento estratégico do gestor. Por fim, no Apêndice A pode ser observado um resumo bibliométrico dos trabalhos referenciados nesta seção, dentre outros, que abordam as temáticas comportamento estratégico, orientação estratégica, estratégias genéricas e comportamento organizacional. 2.2 Ambidestria Organizacional No estudo seminal sobre ambidestria, Duncan (1974) apresentou um modelo para concepção de organizações inovadoras, concentrando-se tanto na estrutura como no processo. No entender do autor, o processo de criação deve ser divido em duas etapas. A primeira fase é chamada de iniciação da criação, nela, um maior grau de complexidade, um menor grau de formalização e uma baixa centralização, facilitam a coleta e o processamento das informações que são cruciais para esta etapa. 32 Já o segundo estágio é o de implementação, no qual um alto nível de formalização e centralização e um baixo nível de complexidade complexidade podem reduzir o conflito dos papéis organizacionais e a ambiguidade que, como consequência, poderiam prejudicar esta fase. Diante disso, Duncan (1974) identificou quatro variáveis do processo de criação que o gestor deve ter total conhecimento e domínio, io, pois poderão ser capazes de mudar a estrutura da organização. Estas variáveis são: ser um gestor de conflitos, ter efetivos relacionamentos interpessoais, adotar mudanças de regras para diferenciar as estruturas organizacionais e institucionalizar a du dupla estrutura para criação. Na Figura igura 2, pode ser observado o modelo seminal para concepção de organizações ambidestras. ambidestras Figura 2 – Modelo seminal para concepção de organizações ambidestras Fonte: Duncan (1974) Ao ampliar os estudos de Duncan (1974), March (1991) destacou que a definição de ambidestria organizacional está ancorada no equilíbrio entre as ações de exploração (exploration exploration), ), definidas por Duncan (1974) como iniciação, e explotação (explotation explotation), ), anteriormente chamadas de implementação. No 33 entendimento do autor, as atividades de exploração estão ligadas diretamente à variação, busca tomadas de decisões com riscos, experimentação, flexibilidade, descoberta, criação de produtos e/ou serviços. Já as atividades de explotação são direcionadas ao refinamento, escolha, produção, eficiência, seleção, implementação e execução das atividades fins da organização. Os sistemas organizacionais que se dedicam exclusivamente à exploração, tendem a visualizar somente os custos da diferenciação (refino), desconsiderando os seus benefícios, sendo que as características dos produtos e serviços estão alicerçadas em muitas ideias novas, porém com pouca competência distintiva. Por outro lado, sistemas que se empenham nas atividades de explotação, com a exclusão de ações de exploração, também estarão desbalanceados em suas ações, pois a implementação de novos produtos e serviços também é fundamental para acompanhar as mudanças no mercado (MARCH, 1991). Por ser a ambidestria um processo consequente da aprendizagem organizacional, alguns problemas miópticos podem interferir diretamente na sua consecução, tais como: i) miopia temporal; ii) miopia espacial; e; iii) miopia do fracasso (LEVINTHAL; MARCH, 1993). A definição de cada uma destas possíveis restrições pode ser observada no Quadro 4. Quadro 4 – Tipos de miopia que influenciam a ambidestria TIPO DE MIOPIA Miopia temporal Miopia espacial Miopia do fracasso CONTEXTUALIZAÇÃO O aprendizado tende a sacrificar as ações de longo prazo em função do curto prazo, estimulando o desenvolvimento de competências em grupos, o que pode desfavorecer o desenvolvimento de competências. A aprendizagem tende a favorecer os efeitos que ocorrem perto do local do aprendizado, desfavorecendo a organização como um todo. O processo de aprendizagem tende a valer-se de superamostras ou subamostras, que podem produzir um excesso de confiança estimulando o favorecimento de resultados, que podem não ser os mais aproximados da realidade. Fonte: Adaptado de Levinthal e March (1993) Não obstante, observa-se que outras barreiras também são encontradas pelos gestores para o desenvolvimento de uma organização ambidestra. Neste sentido, Garcia, Calantone e Levine (2003) destacam que a disponibilidade de 34 recursos, a concorrência exógena, o envelhecimento de bases de conhecimento e a capacidade de adaptação ao ambiente são influenciadores do progresso das ações ambidestras e merecem atenção e monitoração dos tomadores de decisões. Dessa forma, os gestores devem procurar continuamente rotas alternativas aos empecilhos impostos pelos ambientes internos e externos, para que as tomadas de decisões desenvolvam, de alguma forma, ações ambidestras. Uma opção para o contorno destes desafios é o incremento de ações baseadas em alianças estratégicas (GRANT; BADEN-FULLER, 2004; ROTHAERMEL; DEEDS, 2004). No entendimento de Rothaermel e Deeds (2004), o processo ambidestro deve basear-se primeiramente em ações de exploração baseadas em alianças estratégicas. Na sequência, uma vez que as características de refinamento apresentam menor incerteza e, portanto, utilizam menor quantidade de recursos, a empresa poderá partir para atividades independentes de explotação. Nesse caso, a organização valer-se-á de parceiros somente nas ações de exploração, onde os riscos são maiores. Pactuando com estes apontamentos, Beckman, Haunschild e Phillips (2004) destacam que quanto maior o nível de incerteza do mercado, maior a probabilidade de uma empresa reforçar suas redes, formando barreiras de mercado com parceiros da aliança existente. Em complemento, os autores destacam que a estabilidade, ou não, das redes depende do tipo de incerteza percebida pelo gestor: i) incerteza na empresa; ii) incerteza do mercado; ou iii) incerteza na rede de parceiros. Mesmo diante dos resultados de diversas pesquisas, alguns estudiosos, como Gupta, Smith e Shalley (2006) explicitam seu ceticismo em relação à ambidestria afirmando que algumas questões centrais relacionadas a esta temática permanecem ambíguas, como por exemplo: o real significado e como se alcança a exploração e a explotação; e a necessidade de ambidestria (questionando se a especialização na exploração ou explotação não seria o melhor em longo prazo). De acordo com os autores, novas pesquisas são necessárias e importantes para que os pesquisadores identifiquem como complexos sistemas organizacionais podem aprender de forma mais eficaz, adaptar-se e sobreviver em longo prazo. Lin, Yang e Demirkan (2007) procuram dirimir estas dúvidas enfatizando que a ambidestria oferece benefícios para as organizações quando estas se encontram em ambiente incerto. Em ambiente estável, o resultado pode ser alcançado focando 35 a estratégia em exploração ou explotação. Ainda, a formação de alianças ambidestras traz benefícios a grandes empresas, enquanto uma formação de alianças focada em ações de exploração ou explotação traz benefícios a pequenas empresas. Mom, Bosch e Volverda (2007) complementam afirmando que o sucesso da ambidestria está intimamente ligado ao fluxo do conhecimento. Nesse sentido, os autores afirmam que o fluxo na estrutura hierárquica de baixo para cima e horizontalmente relaciona-se de forma positiva às atividades de exploração, enquanto o fluxo de cima para baixo possui coesão com as atividades de explotação. Além do fluxo do conhecimento na estrutura organizacional, Kane e Alavi (2007) destacam que a efetividade da ambidestria também é prejudicada quando não se observa o ciclo que envolve três etapas distintas: a) acesso ao conhecimento; b) transformação do conhecimento de acordo com suas experiências; e c) aplicação do conhecimento ou socialização do mesmo. Já para CegarraNavarro (2007), a efetividade é deteriorada pela falta de uma ponte de ligação entre a exploração e a explotação, que acaba dificultando o seu balanceamento. Como possível solução, o pesquisador aponta a memória organizacional como sendo a chave para a resolução deste problema. No seu entender, a memória organizacional não deve só colher as informações fornecidas pelos clientes, mas deve possuir, também, a capacidade de propagar-se e manter-se internamente na organização, estimulando a reflexão sobre a empresa com o passar do tempo. Assim, alguns problemas recorrentes, identificados pelos clientes e profissionais da empresa, podem ser solucionados utilizando-se diferentes pontos de vista. Reforçando o caráter benéfico do processo ambidestro para a empresa apontado por Lin, Yang e Demirkan (2007) e contribuindo para eliminar o maior número de questionamentos sobre o tema, surge a pesquisa de Han e Celly (2008). De acordo com os autores, novos empreendimentos internacionais que abraçaram a ambidestria como estratégia desfrutam de um desempenho superior àqueles que não o fizeram. Para os autores, o fato de ser um novo empreendimento e, por consequência, possuir grandes restrições de recursos não os obriga a desistir da ambidestria como estratégia. De qualquer forma, o contexto ambidestro, em longo prazo, favorece ambas as formas de compartilhamento de conhecimento (exploratório e explotatório), e faz 36 com que seja importante para a empresa manter-se alinhada e adaptada para facilitar as duas formas de compartilhamento de conhecimento com os seus parceiros (IM; RAI, 2008). Ainda assim, observa-se que alguns segmentos, como o bancário, não valorizam ambas as ações da mesma forma, favorecendo mais a explotação sobre a exploração do conhecimento (CURADO, 2008). Assim, para que uma organização tenha sustentabilidade no seu processo ambidestro, ensina Jansen et al. (2009), ela deve cuidadosamente planejar e implementar tipos específicos de mecanismos de integração em diferentes níveis hierárquicos. No nível corporativo, as organizações devem encorajar a ambidestria de maneira informal, integrando-a entre os membros da equipe sênior. Em níveis hierárquicos mais baixos, as organizações devem estabelecer a ambidestria de maneira formal gerando interface entre as funções, e, assim, densificar o fluxo de conhecimento entre as unidades. Complementando, Rothaermel e Alexandre (2009) destacam que quando a organização consegue níveis mais altos de capacidade de absorção (capacidade de reconhecer, assimilar e aplicar um novo conhecimento) os resultados da ambidestria são mais efetivos. Dessa forma, uma maneira de configurar uma organização ambidestra é incutir a diversidade organizacional e a visão compartilhada de forma sequencial nas diferentes unidades de negócio da organização (WANG; RAFIQ, 2009), além do exercício de simbiose entre os facilitadores culturais e estruturais (PRIETO; REVILLA; RODRIGUEZ-PRADO, 2009). Contudo, não se pode esquecer que o desenvolvimento da ambidestria não é um processo imediatista; o seu progresso exige atenção, investimento e comprometimento por parte de todos os atores organizacionais (TAN; ZENG, 2009). 2.2.1 O Gestor e o Processo de Ambidestria Organizacional Por certo, o resultado almejado pela ambidestria é um desempenho organizacional sustentável que, de acordo com Smith e Tushman (2005), depende da real busca pela exploração e explotação por parte da alta cúpula da empresa. Em complemento, os autores afirmam que estas práticas (exploração e explotação) são, muitas vezes, tidas como contraditórias às arquiteturas organizacionais. 37 Como alternativa para a alta gestão, os autores assinalam a necessidade de serem considerados os processos cognitivos de diferenciação e integração, que propiciam às equipes a capacidade de executar uma tomada de decisão equilibrada entre a exploração e explotação. A diferenciação impulsiona para além do produto existente, concentrando-se no novo e diferenciando-se do outro. Já o processo integrativo reforça as sinergias entre os produtos. Dessa maneira, a diferenciação resulta em novas categorias e dimensões dos produtos e ajuda os gestores a encontrar sinergias. Com a integração, percebe-se que existe um reforço no investimento em cada um dos produtos distintos, reduzindo a ameaça e a competição, obstáculos para a diferenciação. Também se constata que a formatação da estrutura organizacional, promovida principalmente pela alta gestão, tem impacto direto sobre a efetividade da ambidestria organizacional. Em seu estudo, Jansen, Bosch e Volberda (2006) destacam que a centralização afeta negativamente a exploração, enquanto a formalização influencia positivamente a explotação. De acordo com os autores, a busca pela exploração é mais eficaz em ambientes dinâmicos, enquanto atividades de explotação são mais direcionadas para o desempenho financeiro de organizações que estejam em ambientes mais competitivos. As características individuais da equipe de trabalhadores constituem outro aspecto que deve ser observado pela alta gestão, pois elas podem influenciar significativamente a exploração e a explotação. Segundo Beckman (2006), a explotação é favorecida por equipes que tenham trabalhado na mesma empresa, por conta do compartilhamento de informações, podendo agir mais rapidamente. Por outro lado, trabalhadores que tenham exercido suas atividades em diferentes empresas possuem ideias originais e diferentes contatos, o que estimula a exploração. Assim, os gestores devem favorecer a formação de equipes heterogêneas e homogêneas em relação ao tempo de empresa e experiências de vida, estimulando, assim, associações que levam à ambidestria organizacional. Outro aspecto que influencia diretamente o processo ambidestro diz respeito ao estilo de gestão realizada. De acordo com Dixon, Meyer e Day (2007), uma postura autoritária facilita as atividades de explotação e o desenvolvimento de capacidades operacionais, necessárias para a sobrevivência nas novas condições da economia e mercado. Por outro lado, quando o gestor adota um estilo de gestão 38 participativa promove ações exploratórias e o desenvolvimento de flexibilidade estratégica, necessária para a vantagem competitiva. No entender de Li e Lin (2008), a percepção do gestor sobre o ambiente é o principal mecanismo para geração da ambidestria na organização. Dependendo da forma como os gestores visualizam o cenário, será possível desenvolver um processo ambidestro, ou optar por explorar ou explotar. Se esses gestores perceberem oportunidades, poderão flexibilizar suas tomadas de decisão, tornandose sensíveis às necessidades dos clientes e promovendo a criação de novos produtos que as satisfaçam (explorar); por outro lado, se forem percebidas ameaças, eles poderão assegurar o status quo e, utilizando-se da experiência existente, promover somente inovações incrementais (explotar). Não obstante, vislumbra-se que executivos com recompensas sobre contingências conseguem combinar níveis elevados de inovações exploratórias e explotatórias. Dessa maneira, as recompensas facilitam o equilíbrio de forças aparentemente contraditórias em organizações ambidestras (JANSEN et al., 2008). Por outro lado, mesmo não obtendo retorno em curto prazo, os gerentes de ambientes com recursos limitados podem beneficiar-se da gestão de trade-offs entre as exigências de exploração ou explotação, mas para as empresas que têm acesso a recursos suficientes, o exercício simultâneo da exploração e explotação é possível e desejável (CAO; GEDAJLOVIC; ZHANG, 2009). Diante deste posicionamento, Fang e Levinthal (2009) descrevem que o clássico trade-off entre exploração e explotação reflete a tensão entre: a) receber novas informações sobre alternativas para melhorar os retornos futuros; e b) utilizar as informações atualmente disponíveis para melhorar os retornos presentes. Taylor e Helfat (2009) afirmam que o papel do gestor, como tomador de decisão sobre a ambidestria, envolve a regência das principais tecnologias, antigas e novas, além de ativos complementares. Para os autores, estas variáveis fazem com que o comportamento gerencial muitas vezes fique vinculado somente à manutenção do conhecimento existente; no entanto, as organizações não podem manter-se competitivas com atividades que não sejam úteis nas operações em curso, devendo constantemente rever o processo organizacional em prol de ações balanceadas de exploração e explotação. 39 Por fim, no Apêndice B pode ser observado um resumo bibliométrico dos trabalhos referenciados nesta seção, além de outros que abordam a temática dissertada. 2.3 Incerteza Ambiental Percebida O ambiente em que a organização está inserida é fonte de constantes incertezas que podem influenciar o desempenho da empresa, fato que evidencia a necessidade que o gestor tem de perceber e interpretar esse ambiente com a maior eficácia e efetividade possível. Diante disto, observa-se que a definição de incerteza ambiental é permeada por três componentes: i) falta de informação sobre os fatores ambientais associados a uma determinada situação de tomada de decisão; ii) desconhecimento do resultado de uma decisão específica em termos de quanto a organização poderá perder se a decisão for incorreta; e iii) incapacidade de atribuir probabilidades com algum grau de confiança no que diz respeito à forma como os fatores ambientais afetarão o sucesso ou insucesso da unidade durante a gestão do tomador de decisões (DUNCAN, 1972). O autor estudou decisões de grupos em indústrias, objetivando identificar as características do ambiente que contribuem para que os membros das unidades de decisão possam gerenciar as incertezas ambientais. Nas suas pesquisas, duas dimensões, compostas por quatros tipos de ambiente, foram identificadas: a) dimensão simples ou complexa, definida como o número de fatores levados em consideração nas tomadas de decisão; e b) dimensão estática ou dinâmica, entendida como o grau em que esses fatores no ambiente da unidade de decisão continuam a ser basicamente os mesmos ao longo do tempo, ou estão em um processo contínuo de mudança (ver Figura 3). Os resultados indicaram que os indivíduos em unidades de decisão em ambientes dinâmicos/complexos experimentam a maior quantidade de incerteza no processo decisório. Os dados também indicam que a dimensão estático/dinâmico do ambiente contribui mais para a incerteza do que a dimensão simples/complexo. 40 Figura 3 – Dimensões ambientais Fonte: Duncan (1972) Dessa forma, a competência para perceber os ambientes e suas mudanças parece ter impacto (positivo ou negativo) direto sobre a performance da empresa. Corroborando esta análise Huber, O’Connell e Cummings (1975) informam que, se a percepção de incerteza do ambiente - que, presumivelmente, afeta o processo, estrutura e, talvez, o desempenho - pode ser controlada administrativamente, então parece que a modificação dessa incerteza percebida pode ser ser um mecanismo para modificar um número de características organizacionais e, consequentemente, seu resultado. Alguns profissionais se valem do poder de suas especializações para interpretar o ambiente (SPEKMAN, 1979). No entanto, segundo Lorenzi Lorenzi, Sims Jr., Slocum Jr. (1981), destacam que a percepção deve ser fruto de uma combinação objetiva de estímulos ambientais, características individuais e gr grau de especialização de tarefas, sendo que as as medidas generalizadas sobre incerteza ambiental são muito mais suscetíveis à influência de características individuais e devem, portanto, ser utilizadas com precaução ou pelo menos com amplo conhecimento do indivíduo. 41 O certo é que a forma como o gestor percebe as modificações ambientais influencia diretamente o desempenho econômico da organização (BOURGEOIS III, 1985). Além desse aspecto, a percepção ambiental do CEO (Chef Executive Officer) interfere diretamente na formação estrutural da organização (MILLER; DRÖGE, 1986). Por conseguinte, a forma como cada nível da estrutura organizacional percebe o ambiente também é diferenciada. Ireland et al. (1987) afirmam que, em geral, os gerentes de nível mais baixo possuem uma percepção das incertezas ambientais mais aguçada em relação aos de nível médio, mas não em relação aos gestores de nível superior. Assim, a forma usada por gerentes de nível inferior e os tipos de informações disponíveis para eles podem influenciar a percepção de incerteza no ambiente. Em busca do menor erro possível, muitas organizações centralizam a autoridade sobre a relação entre a percepção de incerteza ambiental e estrutura no tomador de decisões (MCCABE, 1987). Milliken (1987), ao pesquisar as tipologias atreladas à temática da percepção de incerteza ambiental, identificou na literatura três tipos de incerteza: a) estado de incerteza ou incerteza ambiental percebida (percepção sobre as mudanças ambientais); b) incerteza de efeito (falta de informação sobre os efeitos da mudança); e c) incerteza de resposta (falta de conhecimento sobre as decisões a serem tomadas). Seus estudos, além de destacarem a importância da realização de pesquisas que se concentrem no desenvolvimento e na compreensão da exploração ambiental e no seu processo de interpretação, criticam a literatura que utiliza genericamente a denominação ‘incerteza percebida’. A autora salienta que dessa forma pode-se estar mascarando importantes distinções entre os diferentes tipos de incerteza. Já Koberg e Ungson (1987) e Koberg (1987) alertam para a importância da percepção do gestor com relação à dependência da empresa para com o ambiente. De acordo com os autores, quanto maior o controle sobre a dependência de recursos, menor será a incerteza causada pelo ambiente. Mesmo diante dessas informações, ainda existem dificuldades em perceber o ambiente por parte de alguns órgãos deliberativos, como conselhos de administração. Nesse sentido, Boyd (1990) acredita que as empresas deveriam analisar a composição dos seus próprios conselhos de diretores, objetivando 42 municiar a organização a fim de que ela possa enfrentar os desafios impostos pelo ambiente, e percebê-los com maior eficácia. Observa-se que, independentemente do tamanho das organizações, todas são suscetíveis às incertezas ambientais e à percepção do gestor sobre elas. Abonando esse posicionamento, Alexander (1991) destaca que as organizações com múltiplas divisões sistematicamente adaptam as suas práticas às mudanças ambientais identificadas pelos gestores como significativas. Por outro lado, as empresas pequenas, quando operam em um ambiente heterogêneo, com a presença de fatores econômicos, competitivos, tecnológicos, sócio-culturais e políticos, encontram uma grande pressão oriunda da incerteza contextual e contratual (LUO, 1999). Kreiser e Marino (2002) analisaram sistematicamente o desenvolvimento histórico da incerteza, concluindo que múltiplas operacionalizações têm sido desenvolvidas ao longo dos últimos 60 anos para medir a quantidade de incerteza presente no ambiente externo. No entender dos autores, a investigação sobre a incerteza ambiental possui diversas implicações práticas. Nesse sentido, a capacidade de interação com o ambiente externo torna-se pressuposto para o crescimento sustentável, e, muitas vezes, para a própria sobrevivência da organização. Assim, as empresas que conseguem obter um bom conhecimento do ambiente (percepção das incertezas) em que se inserem podem tomar ações próativas e influenciar na evolução do sistema (JANSEN; ROTONDARO; JANSEN, 2005). Seguindo essa ideia Beugré, Acar e Braun (2006), identificaram três tipos de líderes transformacionais (revolucionário, evolucionista e transgressor) e suas características em relação às incertezas ambientais. De acordo com os autores, os líderes de transformação revolucionários provavelmente surgem em organizações que operam em ambientes voláteis e cujos membros indicam um alto ou baixo grau de receptividade. Os líderes transformacionais evolucionistas surgem em ambientes menos voláteis, cujos membros apresentam um alto grau de receptividade; e os líderes transformacionais transgressores surgem em ambientes menos voláteis, cujos membros mostram um baixo grau de receptividade. 43 Nobre, Tobias e Walker (2011) afirmam que, para a administração de elevados níveis de incerteza ambiental, as organizações devem priorizar a incorporação de um alto grau de cognição às suas estratégias. Assim, seguindo a linha teórica que afirma que quanto mais complexo e dinâmico for o ambiente maior será a incerteza ambiental percebida (DAMANPOUR, 1996) e que pressões dos clientes, concorrentes (COCHIA; MACHADO-DA-SILVA, 2004) e tecnologia (BARELLA; BATAGLIA, 2008) acabam tornando o ambiente cada vez mais dinâmico e complexo. Desta forma, abordar-se-á a seguir essas duas dimensões ambientais. 2.3.1 Ambiente Dinâmico Para Kochan (1975), o ambiente dinâmico é caracterizado pela taxa de mudança imposta às organizações e, por consequência, o maior dispêndio de energia gerencial que é necessário para o ajuste da empresa. Diante deste cenário, Miller e Friesen (1983) afirmam que as organizações podem ser entendidas como sistemas de processamento de informações, cuja viabilidade depende da sua capacidade de dominar os desafios impostos por seus ambientes. Ainda segundo os autores, as organizações devem modificar suas estruturas para lidar com os requisitos de informações adicionais de processamento gerados por ambientes dinâmicos, ou, de alguma forma, devem controlar estes ambientes. A exemplo disso, Miller (1987) contribui informando que ambientes dinâmicos são prosseguidos de inovações complexas em produtos e grandes inovações por parte da indústria. Em complemento, Priem (1990) destaca que dependendo do grau de dinamismo ambiental, o grupo que está na alta gestão da organização deverá apropriar-se de algumas características que serão mediadas pelo consenso nas tomadas de decisões, conforme Quadro 5. Bajawa, Rai e Ramaprasad (1998) destacam que, em ambientes dinâmicos, é difícil para uma empresa prever os movimentos da concorrência e as exigências dos consumidores. Nesse tipo de cenário, a empresa é obrigada a mudar rapidamente seus produtos e serviços, práticas de marketing e tecnologia. Partindo desse pressuposto, os autores identificaram que empresas que enfrentam maiores níveis de dinamismo ambiental são mais propensas a adotar o recurso do executivo de 44 sistemas de informação para apoio na comunicação, coordenação, controle e funções de planejamento. Quadro 5 – Proposta de configuração Priem Dinamismo Ambiental Baixo Alto Fatores do Grupo de Alta Gestão Grupo homogêneo Grupo estruturado Encorajamento de discordância durante as tomadas de decisão Grupos heterogêneos Grupos menos estruturados Encorajamento de acordo durante as tomadas de decisão Consenso Alto Baixo Fonte: Priem (1990) Gerenciar a definição do produto em ambientes altamente dinâmicos é uma tarefa complexa da gestão. A incerteza que cerca as especificações de um produto, a aversão a risco da empresa e a capacidade de beneficiar a entrada do cliente durante o processo de definição são as três principais razões pelas quais a definição nem sempre é uma atividade simples. Usando-se as razões apresentadas, é possível verificar que a definição antecipada é adequada em apenas um conjunto limitado de situações: a) quando as condições do mercado não refletem uma grande incerteza; b) as especificações têm alta integração com as necessidades; e c) o mercado é sensível ao preço e não ao desempenho (BHATTACHARYA; KRISHNAN; MAHAJAN, 1998). E um ambiente dinâmico, as empresas inovadoras e pró-ativas assumem riscos e estratégias na procura de oportunidades de negócios geradas pelo mercado e de direcionamentos sobre as mudanças nas políticas governamentais (LUO, 1999). Dessa forma, o ambiente dinâmico motiva as organizações a procurar fornecedores e firmar intercâmbios de colaboração para investimentos (JAP, 1999). Observa-se que a introdução de um novo produto pode estimular o dinamismo do ambiente, refletindo em desvantagem para potenciais concorrentes. No entanto, em ambientes com pouca oportunidade para a mudança, pode ser mais difícil obter sucesso no lançamento de novos produtos (SIMON et al., 2002). O ambiente dinâmico, portanto, que, por natureza, é mutante, ambíguo e imprevisível, não favorece os gestores quando da adoção de processos racionais para as tomadas de decisões (HOUGH; WHITE, 2003). O alto desempenho dos 45 cenários projetados pelos CEO’s irá depender da forma como os gestores percebem os seus ambientes dinâmicos (GARG; WALTERS; PRIEM, 2003). Em ambientes dinâmicos, de acordo com Garg, Walters e Priem (2003), o CEO deve dedicar maior atenção às tarefas desenvolvidas no ambiente externo e à criação relacionada às funções internas, para com isso obter um maior desempenho organizacional. Além disso, evidencia-se que o dinamismo ambiental modera a relação entre processo de tomada de decisão e o desempenho, sendo que, nesse contexto, as tomadas de decisões que partem da alta gestão (top-down) são mais eficazes e abrangentes (TEGARDEN; SARASON; BANBURY, 2003). A governança relacional, entendida como a relação de trocas interfirmas, surge como uma alternativa para as organizações se sobressaírem ao dinamismo ambiental. Diante desta possibilidade, Joshi e Campbell (2003) afirmam que as organizações de manufatura, em ambientes dinâmicos, evitam adotar a governança relacional com os fornecedores quando da existência de dois fatores: i) quando se evidencia que a colaboração do fornecedor é baixa; e ii) quando o conhecimento sobre o fornecedor é baixo, gerando incertezas sobre a estabilidade de suas ações. Outro aspecto que deve ser observado, refere-se à incorporação do dinamismo ambiental na elaboração de contratos entre parceiros de novos empreendimentos internacionais. Esta precaução, para Luo e Tan (2003), ajuda a construir uma base para que parceiros de novos empreendimentos internacionais possam rever velhos problemas ou discutir os problemas imprevistos, que podem afetar a evolução das novas organizações. Salienta-se, também, que a percepção do CEO de níveis elevados de dinamismo ambiental, sendo este avesso ao risco, gera uma associação crescente com a terceirização das atividades. Essa relação é moderada pela maturidade, sendo que empresas jovens terceirizam mais a produção do que empresas mais maduras (GILLEY; MCGREE; RASHEED, 2004). Gottschalg e Zollo (2007) defendem a necessidade de considerar os processos de motivação dos envolvidos como um complemento às atuais abordagens de recursos e competências, baseando-se assim em uma teoria abrangente da vantagem competitiva, adequada para ambientes dinâmicos. Destaca-se que o dinamismo ambiental, incluindo mudanças na concorrência e no consumidor, influencia a capacidade emocional da empresa, que envolve a 46 dinâmica de encorajamento, liberdade, diversão, experimentação, reconciliação e construções de identidade, tendo efeitos significativos sobre o desempenho financeiro da empresa e sobre a eficácia organizacional (AKGÜN; KESKIN; BYRNE, 2008). De qualquer maneira, os CEOs cujas personalidades refletem um maior núcleo de autoavaliações (captura dos elementos comuns embutidos em autoestima, autoeficácia generalizada, ajustamento emocional e locus de controle) têm uma forte influência sobre orientação de suas organizações, principalmente em ambientes dinâmicos (SIMSEK; HEAVY; VEIGA, 2010). Wallace et al. (2010) destacam que o dinamismo ambiental é cada vez maior em todo o cenário dos negócios, e, sendo assim, as empresas podem obter melhores resultados se contarem com CEOs que possuam o foco na promoção, entendido como sendo aquele que direciona as pessoas a terem cuidado para não cometerem erros de omissão, ou seja, falta de realizações. 2.3.2 Ambiente Complexo Para Kochan (1975), a complexidade ambiental está intrinsecamente relacionada com o poder das forças externas às quais as organizações estão submetidas. A complexidade reflete o impacto dos fatores ambientais sobre a organização, tais como: a) temporais e processuais; b) estados quantificáveis; e c) características das tarefas (HENDERSON; NUTT, 1978). Estes fatores, utilizados para a definição do tipo de ambiente - simples ou complexo, são apresentados no Quadro 6. Quadro 6 – Características dos ambientes Atributos 1. Temporal e Processual 2. Estados Quantificáveis Ambiente Simples Frequentemente os procedimentos são conhecidos Incerteza ou risco nas estimativas 3. Características das Estável e homogêneo Tarefas Fonte: Henderson e Nutt (1978) Complexo Procedimentos desconhecidos Estados desconhecidos Instável e heterogêneo 47 Mesmo diante desses atributos, Blau e McKinley (1979) afirmam que mesmo a melhor adequação entre complexidade ambiental e organização não irá resultar, obrigatoriamente, em uma empresa de sucesso. De qualquer maneira, a complexidade ambiental deve ser considerada como interveniente nas tomadas de decisões. Miller e Friesen (1984) corroboram essa ideia ao afirmar que o ciclo de vida corporativa, entendido como nascimento, crescimento, maturidade, renovação e declínio, deve levar em consideração, também, a complexidade ambiental. De acordo com os pesquisadores, o crescimento organizacional e a complexidade do ambiente podem causar diferenças significativas nas fases, que tendem a seguir uma evolução linear através dos cinco estágios, desde o nascimento até o declínio. As alianças organizacionais podem auxiliar a gestão na transposição de barreiras impostas pela complexidade ambiental. Reforçando esse pensamento, Gibbs (1994) destaca que a ligação entre ambiente e organização é papel que deve ser desempenhado pelo gestor, papel que é claramente modificado em função de circunstâncias de complexidade ambiental, exigindo mais do gestor na criação e desenvolvimento de parcerias intra e interorganizacionais. De acordo com Boisot e Child (1999), a formação de alianças e outras estratégias de cobertura de risco fazem parte de um dos modos de adaptação a ambientes complexos, chamado de modo de absorção da complexidade. O outro, intitulado de modelo de redução da complexidade implica compreender a complexidade e agir sobre ela diretamente, incluindo tentativas de aprovação ambiental. Já as organizações multinacionais respondem aos ambientes complexos e globais, aumentando a complexidade estrutural interna, uma resposta sistemática que diferencia as estruturas por processos relevantes e pela criação de subambientes (MALNIGHT, 2001). Em suma, a complexidade ambiental envolve a diversidade (por exemplo, o escopo das políticas econômicas, amplitude das autoridades governamentais e segmentos de consumidores) e heterogeneidade (por exemplo, as distinções entre as políticas econômicas, incongruência das políticas pelos diversos governos e desvios de comportamento de consumo entre cada segmento de consumidores) de vários fatores ou questões em cada segmento ambiental (por exemplo, 48 macroeconômico e político) e sociocultural, que impacta nas operações da empresa (LUO, 2001). A partir desse contexto, Luo (2002) defende a necessidade de explorar as capacidades dinâmicas presentes na organização para que esta possa enfrentar o mercado globalizado e incerto. Complementando este posicionamento, Siggelkow e Rivkin (2005) afirmam que o problema de encontrar designs estruturais apropriados para diferentes condições ambientais continua a ser um grande desafio para os executivos. Não obstante, observa-se que as empresas têm pior desempenho em ambientes de alta complexidade, onde as oportunidades envolvem muitas contingências (DAVIS; EINSENHARDT; BINGHAM, 2009); dessa maneira, os gestores que lidam com ambientes mais complexos necessitam de maior capacidade para processar as informações (SILVA; PORTO, 2009). 2.3.3 Mecanismos de Gestão da Incerteza Ambiental Para Galaskiewicz e Shatin (1981), a formação de alianças estratégicas é um dos mecanismos de blindagem de que as organizações podem se valer em momentos de incerteza ambiental. De acordo com os autores, esse pressuposto é reforçado quando os gestores aliados possuem similaridades raciais, religiosas ou educacionais. Outra forma de contribuir com a organização em momentos de incerteza ambiental é através da flexibilização do sistema produtivo (SWAMIDASS; NEWELL, 1987). Já para Shrader, Mulford e Blackburn (1989), os planejamentos estratégico e operacional apresentam correlação positiva com a incerteza; sugere-se que eles fornecem os meios para os gestores lidarem com ela, melhorar o desempenho e, finalmente, assegurar a sobrevivência de suas organizações. Em complemento, Chow e Haddad (1991) destacam que a avaliação do desempenho pode auxiliar na estimação de incertezas do ambiente, reduzindo assim, a relutância dos gestores em realizar investimentos de capital, especialmente em empresas que operam em ambientes de alto risco econômico e tecnológico. Outros autores, como Gul (1991), focaram seus estudos na gestão da incerteza ambiental de pequenas empresas, identificando que os sistemas 49 sofisticados de contabilidade e de gestão contribuem para o desempenho em situações de percepção de alta incerteza ambiental, mas prejudica o desempenho em situações de percepção de baixa incerteza ambiental. Um componente deve ser acrescido a estes mecanismos, a cultura local, pois ela influencia as tomadas de decisões dos gestores e, por conseguinte, sua interpretação sobre as incertezas ambientais (SCHNEIDER; MEYER, 1991). Não obstante, observa-se que a tecnologia da informação surge como uma ferramenta para a gestão de organizações em ambientes incertos. Segundo Sabherwal e Kirs (1994) e Mangaliso (1995), executivos em organizações com baixo sucesso em tecnologia da informação (TI) podem ser menos conscientes das tendências ambientais e ter a percepção sobre incerteza ambiental distorcida (com menor capacidade) em relação aos executivos em organizações com maior sucesso de TI. Outro aspecto, dessa vez apontado por Matthews e Scott (1995), diz respeito ao planejamento. No entender dos autores, o aumento da incerteza ambiental está associado à diminuição da sofisticação do planejamento estratégico e operacional nos pequenos empreendimentos empresariais. Além disso, a incerteza ambiental percebida não explica somente a variação no planejamento estratégico e operacional, mas também o tamanho e o tipo de negócio empreendido. Observa-se que gestores de pequenas empresas têm a tendência de procurar amenizar os impactos ambientais buscando conselhos e informações de pessoas com quem eles tiveram um relacionamento ou compartilham uma ligação comum. Para isso ser possível, é imperativo que os gerentes de pequenas empresas criem e cultivem fontes externas confiáveis quando a incerteza é alta. O valor do esforço na realização de relações está na redução significativa dos custos de transação e melhoria dos tempos de acesso a informações confiáveis, além de aconselhamentos em situações de emergência (LANG; CALANTONE; GUDMUNDSON, 1997). Já no contexto de grandes empresas, Kumar e Seth (1998) identificaram que, com o aumento da incerteza ambiental, os membros do conselho de novos empreendimentos aumentaram o seu envolvimento com atuação externa a organização. Corroborando as afirmações de Swamidass e Newell (1987), Vickery, Calantone e Dröge (1999) destacam que a incerteza das práticas de marketing e a 50 insegurança do produto estão relacionadas uma com a outra, sugerindo que a flexibilidade de volume (capacidade de operar eficazmente, mesmo em situações de instabilidade nos volumes de produção) e a flexibilidade de lançamento de novos produtos são as respostas possíveis para a incerteza ambiental na indústria. Outros autores, como Zhang e Doll (2001), destacam que a fim de reduzir o caos e a incerteza, algumas bases de conhecimento e visão de equipe devem ser enfatizadas. Nessa lógica, o processo de desenvolvimento do produto deve ser disciplinado como um trabalho importante da equipe, valendo-se de algumas medições quantitativas específicas e do comprometimento mútuo sobre meta. Além disso, as atividades de mercado devem, com orientação financeira forte, procurar previsibilidade e ordem, comprometendo-se com os valores estabelecidos pelas empresas. Ademais, a utilização do carisma do gestor também é apresentada como um mecanismo de gestão da incerteza ambiental. De acordo com Waldman et al. (2001), essa característica está ligada ao desempenho em condições de incerteza, mas não em condições de segurança ambiental. Afora isso, a proatividade do gestor na formação de alianças conduz a um desempenho de mercado superior. Esse efeito é mais expressivo em pequenas empresas atuando em ambientes incertos (SARKAR; ECHAMBADI; HARRISON, 2001). Essa capacidade de resposta está intrinsecamente ligada às tomadas de decisões, que são bastante complexas e muitas vezes precisam de informações de mais de uma fonte. Assim, o gestor de pequenos empreendimentos empresariais que busca expandir o negócio precisa deter o conhecimento, a disponibilidade de recursos humanos, os financiamentos e o potencial de retaliação dos seus concorrentes. O gestor poderia pesquisar essas questões sozinho, no entanto, muitas vezes é mais barato e mais conveniente a obtenção dessas informações por meio de conselhos de terceiros. Em outras palavras, é importante desenvolver uma rede de contatos pessoais, já que tais redes podem desempenhar um papel vital na redução da incerteza, facilitando o recebimento e a síntese das informações. Por outro lado, deve-se ter claro que a construção de uma network eficaz pode consumir uma quantidade considerável de tempo e energia, especialmente para empresários e gestores de novos empreendimentos (MCGEE; SAWYERR, 2003). 51 Como alternativa para esses problemas, Callanan (2004) destaca que a melhor utilização da estratégia de equipes poderá ser uma ferramenta para mitigar as incertezas do ambiente. No segmento industrial, segundo Liao e Tu (2008), em um ambiente de baixa incerteza a automação dos sistemas tem um impacto significativo no desempenho da produção, enquanto que o impacto da integração do sistema não é relevante. Em contrapartida, em ambiente de alta incerteza, a integração dos sistemas tem um impacto positivo e significativo no desempenho da produção, enquanto que o impacto da automação do sistema não é importante. O modelo de partilha de conhecimentos intraorganizacional, desenvolvido e validado por Hsu e Wang (2008), destaca que o conhecimento e a estratégia empresarial de criação da alta gestão são positiva e significativamente associados às políticas de troca de conhecimentos que, segundo Callanan (2004) e Hsu e Wang (2008), reduzem a incerteza ambiental. Sun, Hsu e Hwang (2009) identificaram diferentes estratégias de supply chain para diferentes incertezas ambientais. De acordo com os autores, torna-se insuficiente formar uma estratégia de supply chain para melhorar o desempenho sem considerar o alinhamento entre esta e as incertezas ambientais. Por fim, no Apêndice C pode ser observado um resumo bibliométrico dos trabalhos referenciados nesta seção, dentre outros, que abordam a temática da incerteza ambiental. 2.4 Modelo Conceitual e Relação entre Construtos e Hipóteses 2.4.1 Modelo Conceitual Com o intuito de melhor identificar as relações entre os construtos - i) comportamento estratégico (prospector, defensivo, analista e reativo); ii) ambidestria organizacional; e iii) desempenho, sendo todos mediados pela percepção da incerteza ambiental e ambidestria, apresenta-se nas Figura 4, 5, 6, 7 e 8 o modelo conceitual que procura demonstrar ligações. Embora o modelo seja único, devido as suas diversas interações, o mesmo foi divido em blocos para a melhor visualização. 52 Desta maneira, na Figura 4 observa-se os comportamentos estratégicos relacionados a ambidestria e desempenho, além da ambidestria relacionada ao desempenho. Figura 4 – Modelo conceitual: hipóteses 1, 2 e 3 Na sequência, apresenta-se, na Figura 5, as interações entre os comportamentos estratégicos e desempenho mediados pela ambidestria. Figura 5 – Modelo conceitual: hipótese 4 53 A relação entre os comportamentos e a ambidestria, mediados pela incerteza ambiental é possível ser visualizada na Figura 6. Figura 6 – Modelo conceitual: hipótese 5 Os comportamentos estratégicos relacionados com o desempenho, mediados pela incerteza ambiental, podem ser observado na Figura 7. Figura 7 – Modelo conceitual: hipótese 6 Por fim, a relação entre ambidestria e desempenho, mediada pela incerteza ambiental é apresentada na Figura 8. 54 Figura 8 – Modelo conceitual: hipótese 7 Após apresentar estes relacionamentos, as hipóteses a serem testadas serão descritas e contextualizadas teoricamente. 2.4.2 Relações entre os Construtos e Hipóteses O comportamento estratégico prospector reflete a capacidade de encontrar e explorar novos produtos e oportunidades de mercado, experimentando respostas às tendências do ambiente, criando incertezas e mudanças às quais os concorrentes devem responder (MILES; SNOW, 1978). Já o defensor imprime um “ganho de qualidade em seus produtos refinando os que já existem” (HAMBRICK, 1983, p.12). O comportamento estratégico identificado como analista, é entendido como sendo aquele em que a empresa tenta manter uma linha limitada de produtos/serviços relativamente estável e, ao mesmo tempo, tenta adicionar um ou mais novos produtos/serviços que foram bem sucedidos em outras empresas do setor (GIMENEZ, 1997). Esse tipo de comportamento é uma combinação entre o prospector e o defensor (RIBEIRO; ROSSETTO; VERDINELLI, 2011). Já o comportamento estratégico reativo não possui um padrão consistente e estável de ajuste ao seu ambiente, sendo caracterizado como um insucesso em termos de estratégia (MILES; SNOW, 1978; RIBEIRO; ROSSETTO; VERDINELLI, 2011). 55 Dessa forma, o comportamento dos gestores varia de acordo com a influência do ambiente e, com base nela, eles tomam suas decisões estratégicas buscando a manutenção da competitividade (ROSSETTO, 2000). Nesse sentido, as tomadas de decisões, oriundas do comportamento estratégico, estão diretamente relacionadas com a ambidestria organizacional. March (1991) afirma que esta caracterização somente será possível se a empresa, de maneira balanceada, explorar (criar, desenvolver) e explotar (melhorar, ajustar) os seus produtos e serviços. Diante desse cenário, as seguintes hipóteses serão avaliadas relacionando o comportamento estratégico com a ambidestria organizacional. H1a: O comportamento estratégico prospector tem relação com a ambidestria organizacional. H1b: O comportamento estratégico defensivo tem relação com a ambidestria organizacional. H1c: O comportamento estratégico analista tem relação com a ambidestria organizacional. H1d: O comportamento estratégico reativo tem relação com a ambidestria organizacional. De acordo com Hambrick (1983), o estudo de Miles e Snow (1978) não explicitou a variável desempenho em relação às tipologias de comportamento. As descrições de desempenho realizadas foram superficiais, o que não deve ser considerado como uma falha, pois seu trabalho foi exploratório e o desempenho não estava no centro de suas investigações. Em sua pesquisa, Conant, Mokwa e Varadarajan (1990) não encontraram diferenças significativas entre os comportamentos defensor, prospector e analista em relação ao desempenho. No entanto, o resultado difere do comportamento reativo que não demonstrou obter êxito em relação ao desempenho. 56 Os resultados da pesquisa desenvolvida por Gulini (2005) apontam para o fato de que em ambientes dinâmico/complexo o comportamento prospector ou analista tem um desempenho superior ao defensivo e reativo. Já quando o ambiente é percebido como sendo dinâmico/simples o comportamento reativo se sobressai aos demais em termos de desempenho. Desta forma, observa-se que foram identificados diferentes tipos de comportamento associados ao desempenho da organização, o que estimula o desenvolvimento de outras pesquisas para verificar esta associação. Assim, são propostas algumas hipóteses, conforme o que segue: H2a: O comportamento estratégico prospector tem relação com o desempenho organizacional. H2b: O comportamento estratégico defensivo tem relação com o desempenho organizacional. H2c: O comportamento estratégico analista tem relação com o desempenho organizacional. H2d: O comportamento estratégico reativo tem relação com o desempenho organizacional. March (1991) propõe que uma empresa pode colocar em risco a maximização do desempenho ao se concentrar unicamente em atividades de exploração ou explotação. Estudos como o de He e Wong (2004) e Jansen (2005) identificaram que níveis baixos de exploração e explotação não contribuem para um desempenho superior das organizações. Desta maneira, não podem ser consideradas ambidestras, vez a ambidestria pressupõem desempenho superior. Ademais, Jansen (2005) complementa informando que organizações ambidestras têm a necessidade de manter níveis relativamente elevados de exploração e explotação para aumentar seu desempenho financeiro. Para Han e Celly (2008) a ambidestria gera resultados superiores não somente em empreendimentos nacionais. Os autores identificaram que a 57 ambidestria favoreceu a performance de novos empreendimentos internacionais, mesmo em início de atividades. Assim, emerge a seguinte hipótese a ser analisada. H3: A ambidestria organizacional tem relação com o desempenho organizacional. Observa-se que o comportamento estratégico é orientador das práticas organizacionais, influenciando diretamente a formulação das estratégias (MURRAY, 1984) em prol do melhor desempenho organizacional (ROBINSON JR; PEARCE II, 1988). Não obstante, He e Wong (2004), Jansen (2005) e Han e Celly (2008) destacam que a ambidestria potencializa o desempenho organizacional. Assim é presumível que a ambidestria exerça, de alguma maneira, influência entre o comportamento estratégico e o desempenho. Diante desta constatação, surgem as seguintes hipóteses: H4a: A ambidestria comportamento media estratégico a relação prospector entre o e o entre o desempenho organizacional. H4b: A ambidestria media a relação comportamento estratégico defensivo e o desempenho organizacional. H4c: A ambidestria media a relação entre o comportamento estratégico analista e o desempenho organizacional. H4d: A ambidestria media a relação entre o comportamento estratégico reativo e o desempenho organizacional. 58 De acordo com Smart e Vertinsky (1984) a incerteza ambiental tende a produzir padrões específicos de respostas estratégicas. Desta forma, existe relação entre o ambiente e a formulação das estratégias, onde o primeiro influencia a tomada de decisão do gestor a adotar determinada postura para se sobressair as inconstâncias ambientais. Para Covin (1991) e Gardelin (2010) as tipologias prospectora, defensiva, analista e reativa geram uma determinada estratégia de resposta ao ambiente, levando em consideração, também, a cultura e os processos. Desta forma, dependendo o tipo de comportamento assumido, em função do ambiente, diferente será o seu direcionamento do negócio. Em complemento, Smith e Tushman (2005) e Taylor e Helfat (2009), destacam que a ambidestria depende de iniciativa da gestão. Logo, a incerteza que influencia o comportamento pode, dependendo da orientação, desenvolver mais ou menos ações ambidestras na organização. Diante destes achados, emergem as seguintes hipóteses: H5a: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico prospector e a ambidestria organizacional. H5b: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico defensivo e a ambidestria organizacional. H5c: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico analista e a ambidestria organizacional. H5d: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico reativo e a ambidestria organizacional. Sawyerr (1993) destaca que o comportamento do gestor está associado com a percepção das contingências ambientais percebidas e entendidas como 59 importantes. Reforçando esse pensamento, Gardelin, Rossetto e Verdinelli (2011) afirmam que desde os fatores mais simples até os mais complexos, todas as mudanças ambientais afetam de alguma forma o comportamento dos administradores e, por consequência, o posicionamento das empresas no ambiente em que estão inseridas. Para lidar com as incertezas, as organizações adotam determinados comportamentos estratégicos a fim de atingir os objetivos propostos e, ainda, desempenhos superiores. Frente a essa contextualização, a seguir são apresentadas hipóteses para estudo. H6a: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico prospector e o desempenho organizacional. H6b: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico defensivo e o desempenho organizacional. H6c: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico analista e o desempenho organizacional. H6d: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico reativo e o desempenho organizacional. Para March (1991) a capacidade ambidestra é antes de qualquer coisa, uma forma da organização se sobressair a escassez de recursos, gerindo a criação e manutenção do seu portfólio de produtos e serviços de maneira eficaz, e com isto, obtendo desempenho superior aos concorrentes. Em complemento Grant e Baden-Fuller (2004) destacam o ambiente interfere na ambidestria. Segundo os autores, em ambientes incertos as práticas ambidestras 60 obtém melhores resultados com a formulação de alianças estratégicas, aumentando a eficiência do conhecimento utilizado. Esta mesma lógica é identificada no estudo de Beckman, Haunschild e Phillips (2004) quando afirmam que, quanto maior o nível de incerteza, proporcional deve ser o reforço as redes estratégicas, alianças e bloqueios de mercado com os seus pares, para que a ambidestria obtenha êxito. Jansen, Bosch e Volberda (2006) encontraram em sua pequisa a confirmação de que a incerteza modera a relação entre ambidestria e desempenho financeiro. Barkema e Drogendijk (2007), destacam em seu estudo que a existência de restrições à liberdade estratégica (incertezas proporcionadas pelo ambiente), pode prejudicar a ambidestria e, por consequência, o desempenho das organizações que se encontram em expansão no exterior. Observa-se que o ambiente também é influenciador das ações de exploração e explotação desenvolvidas pela organização. De acordo Lin, Yang e Demirkan (2007), a relação entre a ambidestria organizacional e o desempenho é mediada pela incerteza ambiental, sendo que em ambientes estáveis o desempenho organizacional pode ser alcançado com a exploração ou explotação. Dessa forma, a ambidestria é dependente das contingências ambientais (SIDHU; COMMANDEUR; VOLBERDA, 2007; GÜTTEL; KONLECHNER, 2007; JUDGE; BLOCKER, 2008). Assim, é proposta a seguinte hipótese: H7: A incerteza ambiental media a relação entre ambidestria e desempenho organizacional. 61 3 METODOLOGIA O presente capítulo visa apresentar os procedimentos metodológicos utilizados para a consecução dos objetivos do trabalho; ele engloba a classificação e estratégia de pesquisa, universo e amostra, pré-teste, coleta e análises dos dados. 3.1 Classificação da Pesquisa Esta pesquisa valeu-se da abordagem quantitativa através de técnica de análise multivariada, pois possibilita a melhor interpretação dos dados. A decisão por este tipo de pesquisa justifica-se quando observados os objetivos que se pretende alcançar, sendo que a pesquisa quantitativa é a mais apropriada quando se pretende correlacionar, associar e relacionar. Ferreira et al. (2011, p. 10) legitimam esta decisão informando que este tipo de pesquisa é o adequado quando “utiliza-se instrumentos específicos capazes de estabelecer relações e causas, levando em conta quantidades”. 3.2 Estratégia de Pesquisa O método de pesquisa survey é apropriado quando se deseja responder questões do tipo “o que?, por que?, como? e quanto?, ou seja, quando o foco de interesse é sobre o que está acontecendo ou como está acontecendo” (FREITAS et al., 2000, p. 105). De acordo com Trez e Matos (2006), a pesquisa survey é frequentemente utilizada nas ciências sociais, sendo conduzida a partir de escalas de mensuração que apresentam listas de indicadores para representar comportamentos, atitudes e percepções dos entrevistados. Tendo em vista que esses aspectos atendem às necessidades para o alcance dos objetivos do estudo, a estratégia de pesquisa adotada é a survey. 3.3 Universo e Amostra 62 O universo de estudo é composto pelas empresas vinícolas nacionais. Para tanto, foram identificadas as empresas que possuem algum vínculo com entidades representativas do segmento, como: a) Associação Brasileira de Enologia; b) Associação dos Produtores de Vinho dos Altos Montes (APROMONTES); c) Vale dos Vinhedos (APROVALE); d) Associação Gaúcha de Vitivinicultores (AGAVI); e) Sindicato das Indústrias do Vinho de Santa Catarina (SINDIVINHO); f) União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA); g) Associação Catarinense dos Produtores dos Vinhos Finos de Altitude (ACAVITIS); h) Rota dos Espumantes; i) Wines of Brazil; j) Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN) e k) Federação das Cooperativas de Vitivinicultores (FECOVINHO). Foram identificados nos sites das referidas entidades os associados que as compõe. No caso da Fecovinho, por não possuir home page, solicitou-se a listagem de empresas diretamente ao diretor executivo (Sr. Helio Luiz de David Marchioro), que a enviou pela secretária (Sra. Isamara Buhl). Após a tabulação, foram identificadas 218 organizações, que formam o universo de pesquisa, divididas por Estados: a) Bahia: 2 empresas; b) Pernambuco: 4 empresas; c) Paraná: 1 empresa; d) Rio Grande do Sul: 146 empresas; e) Santa Catarina: 65 empresas.. O presente estudo obteve como amostra intencional o total de 150 empresas, sendo formada por: 114 empresas do estado do Rio Grande do Sul; 29 de Santa Catarina; 3 do Paraná; 2 de Pernambuco; 1 de São Paulo; e; 1 que não foi possível identificar o Estado de origem. De acordo com Asparouhov e Muthen (2006), esta amostra é passível de desenvolvimento de modelagem de equações estruturais no software MPlus® versão 6. 3.4 Coleta de Dados O procedimento de coleta de dados será apresentado em três etapas. Na primeira serão apresentadas as variáveis e medidas que compõem o instrumento de pesquisa. Na sequência, o pré-teste e, por fim, a execução da coleta. 3.4.1 Variáveis e Medidas 63 Para a identificação das variáveis que apoiaram a mensuração do construto comportamento estratégico, levou-se em consideração o estudo de Conant, Mokwa e Varadarajan (1990), adaptado para as organizações vinícolas brasileiras. Essa escala é consistente, de fácil administração e possui valor no diagnóstico para os estrategistas e suas organizações (CONANT; MOKWA; VARADARAJAN, 1990). Além disso, destaca-se que o instrumento já foi replicado por outros estudos e demonstrou consistência nos resultados, a exemplo de Gimenez et al. (1999); Gulini (2005); Teixeira, Rossetto e Carvalho (2009); Gardelin, Rossetto e Verdinelli (2011); e Ribeiro, Rossetto e Verdinelli (2011). O rol de itens que servirão para mensurar esse construto pode ser observado no Quadro 7. A mensuração do comportamento estratégico foi realizada através de 11 questões que reproduzem os seguintes aspectos: a) caracterização dos produtos oferecidos; b) imagem no mercado; c) tempo gasto em monitorar as mudanças e tendências no mercado; d) motivos do crescimento ou diminuição da demanda; e) metas mais importantes; f) caracterização das competências e habilidades dos funcionários; g) mecanismo de proteção dos concorrentes; h) concentração do gerenciamento; i) preparação para o futuro; j) descrição da estrutura; k) procedimentos de avaliação do desempenho. Originalmente, para cada questão existe uma resposta atrelada a um tipo de comportamento: prospector, defensor, analítico e reativo. COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO CONSTRUTO DIMENSÃO ITEM Prospector Quadro 7 – Itens construto comportamento estratégico Pro1 Os produtos e serviços que são oferecidos aos clientes são melhor caracterizados como inovadores e estão constantemente mudando e ampliando sua área de aplicação. Pro2 A empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que tem a reputação de ser inovadora e criativa. Pro3 O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode ser melhor descrito como sendo extenso, pois a empresa está constantemente monitorando o mercado. Pro4 O crescimento ou redução de nossa demanda é devido muito provavelmente à nossa prática de entrar agressivamente em novos mercados com novos tipos de serviços/produtos. Pro5 Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com a garantia que pessoas, recursos e equipamentos necessários para desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados estejam disponíveis e acessíveis. 64 Quadro 7 – Itens construto comportamento estratégico (continuação) DIMENSÃO Defensor COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO Prospector CONSTRUTO ITEM Pro6 As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizados como amplas e empreendedoras: suas habilidades são diversas, flexíveis e os habilitam a mudar de forma criativa. Pro7 Uma das coisas que protege a empresa de outros concorrentes é o fato de ser capaz de desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados de maneira consistente. Pro8 O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em desenvolver novos serviços ou se expandir para novos mercados ou novos segmentos de mercado. Pro9 A organização se prepara para o futuro identificando tendências e oportunidades no mercado que possam resultar na criação de produtos ou serviços inovadores no ramo de negócio da empresa ou possam atender a novos mercados. Pro10 A estrutura da empresa é orientada para serviço/produto ou pelo mercado. Pro11 Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos como descentralizados e participativos, encorajando todos os membros da organização a se envolverem. Def1 Os serviços e produtos que são oferecidos aos clientes são melhor caracterizados como bem focados, relativamente estáveis e bem definidos na organização e no mercado. Def2 A empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que oferece poucos produtos/serviços, porém seletivos e de alta qualidade. Def3 O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode ser melhor descrito como mínimo, a empresa realmente não passa muito tempo monitorando o mercado. Def4 O crescimento ou diminuição da demanda é devido provavelmente à prática de concentração de desenvolvimento de mercados que já são servidos pela empresa. Def5 Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com a manutenção dos custos, deixando-os sob controle. Def6 As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizados como especializadas: suas habilidades são concentradas em poucas áreas específicas. Def7 Uma das coisas que protege a empresa de outros concorrentes é o fato de ser capaz de fazer um número limitado de coisas excepcionalmente bem. Def8 O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em manter uma situação segura por meio de medidas de controle de custos de qualidade. Def9 A organização se prepara para o futuro identificando aqueles problemas que, se resolvidos, irão manter e melhorar nossos serviços ou produtos e nossa posição de mercado. Def10 A estrutura da empresa é funcional por natureza (isto é, organizada em departamentos). Def11 Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos como centralizados e basicamente de responsabilidade da alta gerência. 65 Quadro 7 – Itens construto comportamento estratégico (continuação) Analista DIMENSÃO Reativo COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO CONSTRUTO ITEM Ana1 Os serviços e produtos que são oferecidos aos clientes são melhor caracterizados como alguns sendo bastante estáveis enquanto outros são inovadores. Ana2 A empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que adota novas ideias e inovações, mas somente após análise cuidadosa. Ana3 O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode ser melhor descrito como sendo médio, a empresa gasta algum tempo monitorando o mercado. Ana4 O crescimento ou diminuição da demanda é devido muito provavelmente à prática de aprofundamento nos mercados que já são servidos, enquanto são adotados novos produtos/serviços somente após uma análise cuidadosa do seu potencial. Ana5 Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com a análise cuidadosa dos custos e receitas para manter os custos sob controle, seletivamente gerar novos produtos/serviços e entrar em novos mercados. Ana6 As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizados como analíticas: suas habilidades os capacitam a identificar tendências e a desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados. Ana7 Uma das coisas que protege a empresa de outros concorrentes é o fato de ser capaz de cuidadosamente analisar tendências emergentes e adotar aquelas que têm potencial comprovado. Ana8 O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em analisar oportunidades no mercado e escolher apenas aquelas que apresentam potenciais, e, ao mesmo tempo, mantém a situação financeira protegida. Ana9 A organização se prepara para o futuro identificando as tendências de negócios cujo potencial a longo prazo já foi demonstrado por outras empresas e podem ajudar a resolver os problemas relativos aos produtos/serviços de nossa empresa. Ana10 A estrutura da empresa é essencialmente funcional, porém possui também uma estrutura orientada para produtos ou serviços nas áreas que são mais novas. Ana11 Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos como centralizados em áreas de produtos/serviços mais estáveis, e mais participativos em áreas mais novas ou emergentes. Rea1 Os serviços e produtos que são oferecidos aos clientes estão em um estado de transição e, em grande parte, buscando responder a oportunidades ou ameaças do mercado ou ambiente. Rea2 A empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que reage às oportunidades ou ameaças para manter ou melhorar a posição. Rea3 O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode ser melhor descrito como sendo esporádico, a empresa às vezes gasta uma grande quantidade de tempo e em outras vezes pouco tempo para monitorar o mercado. Rea4 O crescimento ou diminuição da demanda é devido muito provavelmente à prática de responder às pressões do mercado, tendo poucos riscos. 66 COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO CONSTRUTO DIMENSÃO ITEM Reativo Quadro 7 – Itens construto comportamento estratégico (continuação) Rea5 Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com a proteção contra ameaças críticas tomando todas as iniciativas necessárias. Rea6 As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizados como fluída: suas habilidades estão relacionadas às demandas de curto prazo do mercado. Rea7 Uma das coisas que protege a empresa de outros concorrentes é o fato de ser capaz de responder às tendências, apesar de, muitas vezes, ter potencial de resposta moderado. Rea8 O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em atividades ou funções de negócio que mais necessitam de atenção, dadas as oportunidades ou problemas que enfrenta atualmente. Rea9 A organização se prepara para o futuro identificando as melhores soluções possíveis para esses problemas ou desafios que requerem atenção imediata. Rea10 A estrutura da empresa é continua e mutante, para permitir conhecer oportunidades e resolver problemas que possam surgir. Rea11 Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos fortemente orientados para os requisitos de informação que exigem atenção imediata. Fonte: Adaptado de Conant, Mokwa e Varadarajan (1990) Com relação à mensuração do construto ambidestria organizacional, o presente estudo utilizou o instrumento desenvolvido por Jansen (2005) com adaptações ao setor vinícola. Os itens de mensuração podem ser observados no Quadro 8. Observa-se que outras aplicações do instrumento já foram realizadas, a exemplo dos estudos de Jansen, Bosch e Volberda (2006), Jansen et al. (2008) e Jansen et al. (2009), confirmando sua aplicabilidade e consistência. A ambidestria organizacional foi mensurada em uma escala de 1 a 6, sendo que a pontuação 1 será atribuída à mínima intensidade nas ações e 6 à máxima intensidade nas ações de exploração e explotação das empresas. CONSTRUTO AMBIDESTRIA ORGANIZACIO NAL DIMENSÃO ITEM Exploração Quadro 8 – Itens construto ambidestria organizacional Exr1 A empresa aceita exigências que vão além de produtos e serviços existentes. Exr2 A empresa cria novos produtos e serviços. Exr3 A empresa experimenta novos produtos e serviços no mercado local Exr4 A empresa comercializa produtos e serviços que são completamente novos. 67 Quadro 8 – Itens construto ambidestria organizacional (continuação) Exploração DIMENSÃO Explotação AMBIDESTRIA ORGANIZACIONAL CONSTRUTO ITEM Exr5 A empresa frequentemente utiliza novas oportunidades em novos mercados. Exr6 Regularmente a empresa utiliza novos clientes e novos mercados. Exr7 Regularmente a empresa busca aproximar-se de novos clientes em novos mercados. Ext1 A empresa freqüentemente melhora o fornecimento de produtos e serviços existentes. Ext2 A empresa regularmente implementa pequenas adaptações de produtos e serviços existentes. Ext3 A empresa introduz melhorias nos produtos e serviços existentes no mercado local. Ext4 A empresa melhora a eficiência da provisão de produtos e serviços. Ext5 A empresa aumenta a economia de escala em mercados existentes. Ext6 A empresa amplia serviços para os clientes existentes. Ext7 Para a empresa a redução dos custos dos processos internos é um objetivo importante. Fonte: Adaptado de Jansen (2005) A identificação da percepção do gestor sobre as incertezas ambientais levou em consideração o estudo de Priem, Love e Schaffer (2002), adaptado ao que se pretende nesta pesquisa, que divide as fontes de incerteza em seis aglomerados: a) variáveis econômicas; b) competição; c) custos de produção/vendas; d) recursos humanos; e) atuação do governo; e f) mudanças sociais. Os itens que darão suporte ao instrumento podem ser observados no Quadro 9. A percepção dos gestores com relação à incerteza ambiental será medida através de uma escala intervalar de 1 a 6, sendo 1 a mínima percepção de incerteza e 6 a máxima percepção de incerteza. Quadro 9 – Itens construto incerteza ambiental DIMENSÃO Dinamismo e Complexidade INCERTEZA AMBIENTAL CONSTRUTO ITEM Inc1 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor incertezas advindas da inflação sobre a percepção de produto (preço). Inc2 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor incertezas advindas das taxas de câmbio. Inc3 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor incertezas advindas do crescimento econômico. Inc4 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor incertezas advindas da recessão econômica. Inc5 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor incertezas advindas das perspectivas de investimento. sobre as valor do sobre as sobre as sobre as sobre as 68 INCERTEZA AMBIENTAL CONSTRUTO DIMENSÃO ITEM Dinamismo e Complexidade Quadro 9 – Itens construto incerteza ambiental (continuação) Inc6 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do surgimento de novos concorrentes (nacional e exterior). Inc7 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do fortalecimento da concorrência existente. Inc8 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do surgimento de produtos novos ou substitutos. Inc9 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da mudança no padrão de estruturação comercial dos concorrentes. Inc10 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da alteração da expectativa de clientes. Inc11 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da disponibilidade e preço de matéria-prima. Inc12 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da variação da inflação sobre a matéria-prima. Inc13 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do surgimento de novas tecnologias. Inc14 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da alteração na qualidade dos produtos. Inc15 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da influência de produtos de fora do país. Inc16 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da rotatividade dos gestores. Inc17 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da rotatividade dos trabalhadores. Inc18 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da qualificação dos trabalhadores. Inc19 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da qualidade da instrução dos trabalhadores. Inc20 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da desatualização nas habilidades dos trabalhadores. Inc21 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das políticas nacionais. Inc22 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das políticas internacionais. Inc23 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da infra-estrutura (estradas, eletrificação, etc). Inc24 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das alterações nos impostos. Inc25 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da legislação (setor/produto). Inc26 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das mudanças culturais (valores, hábitos ou costumes). Inc27 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das distribuições da riqueza. Inc28 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do meio ambiente. 69 Quadro 9 – Itens construto incerteza ambiental (continuação) CONSTRUTO DIMENSÃO ITEM INCERTEZA AMBIENTAL Dinamismo e Complexidade Inc29 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do desemprego. Inc30 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das mudanças regionais. Fonte: Adaptado de Priem, Love e Schaffer (2002) As variáveis utilizadas para mensurar o construto desempenho organizacional, conforme Quadro 10, foram desenvolvidas a partir de entrevista com o gestor de uma empresa vinícola de grande porte empresa do Estado do Rio Grande do Sul, adaptadas em função do estudo de Gupta e Govidarajan (1984), para mensurar a percepção do gestor sobre a importância e satisfação das variáveis de desempenho. Ressalta-se que este instrumento já foi validado, com adaptações, no estudo de Muniz Filho (2011). DIMENSÃO ITEM Des1 Lucratividade. Des2 Crescimento das vendas. Des3 Sucesso na retenção de novos clientes. Des4 Faturamento mensal. Des5 Desempenho geral. Des6 Avanço de mercado/novos mercados (exportação/novas regiões). DESEMPENHO CONSTRUTO N.S.A. Quadro 10 – Itens construto desempenho Fonte: Adaptado de Gupta e Govidarajan (1984) 3.4.2 Pré-Teste Com o intuído de validar o instrumento a ser aplicado junto aos gestores, primeiramente foi realizado pré-teste com um ex-diretor de uma das empresas líderes em vinhos nacionais, exercendo esta atividade por aproximadamente 10 anos, sendo que atualmente é proprietário de uma organização responsável pela importação e distribuição de produtos vinícolas para todo o território nacional. Nesta situação o questionário foi respondido e identificados os ajustes necessários para a plena compreensão dos futuros entrevistados. O questionário foi preenchido presencialmente e após os ajustes recomendados, respondido novamente através de link disponibilizado (http://www.surveymonkey.com/s/elvismartins). 70 Em uma segunda etapa, procedeu-se o preenchimento, não presencial, do instrumento por dois gestores de empresas vinícolas de Estados distintos, um de Santa Catarina e outro do Paraná, para identificação do nível de compreensão das questões. Após o preenchimento realizou-se o contato telefônico com os respondentes para verificar o nível de entendimento e dificuldades no processo. Não tendo sido apontadas modificações, procedeu-se a coleta dos dados. 3.4.3 Execução O instrumento (conforme Apêndices D e E) foi aplicado valendo-se da dinâmica de envio de email, contato telefônico e aplicação presencial. No dia 06/01/2012 foi enviado email para todas as empresas referenciadas no apêndice D, informando sobre a pesquisa http://www.surveymonkey.com/s/elvismartins, com e o destacando questionário, o para link o preenchimento por parte do gestor. Nesta mesma data, foi enviado este email para as entidades representativas do segmento (APROMONTES, APROVALE, AGAVI, SINDIVINHO, UVIBRA, ACAVITIS, WINES, IBRAVIN, FECOVINHO) solicitando que o email, também, fosse encaminhado por elas para as organizações representadas a fim de corroborar a importância da pesquisa. No período de 09 a 11/01/2012, foi realizado contato telefônico com todas as empresas anteriormente mencionadas, confirmando o recebimento do email, explicando a relevância da pesquisa e convidando os gestores a preencherem os questionários. Concomitantemente, acompanhou-se via sistema web o preenchimento dos instrumentos, realizando o registro do nome da empresa que já havia contribuído com o estudo, na intenção de não mais realizar contato. Em 13/01/2012 foi enviado um segundo email para todos os gestores que ainda não haviam preenchido o instrumento. Na sequência (17/01/2012) enviou-se mensagem, desta vez com o instrumento em arquivo (Word® versão 2007) para que as entidades representativas do segmento encaminhassem aos seus representados para o preenchimento e envio para email específico. Corroborando este email, encaminhou-se outro a todas as empresas que não tinham retornado o instrumento via web, desta vez, também com o arquivo e não com o link. Observou-se, no dia 71 18/01/2012, que a base de dados possuia 83 respondentes, amostra considerada pelo pesquisador como sendo muito limitada. Assim, a partir de 19/01/2012 realizou-se à visita as empresas vinícolas por clusters, sendo organizadas da seguinte maneira: a) Cluster A: Rota dos Espumantes (Garibaldi/RS); b) Cluster B: Caminho de Pedras (Bento Gonçalves/RS); Cluster C: Vale dos Vinhedos (Bento Gonçalves/RS); Cluster D: Rota Cantinas Históricas (Bento Gonçalves/RS); Cluster E: Rota Cantinas Históricas (Bento Gonçalves/RS); Cluster F: Vale Rio das Antas (Bento Gonçalves/RS); Cluster G: Pinto Bandeira/RS; Cluster H: Vale Trentino (Farroupilha/RS); Cluster I: Videira/SC; Cluster J: Pinheiro Preto/SC; Cluster K: Tangará; e Cluster L: São Joaquim/SC. Após percorrer todos os clusters, computou-se no dia 27/01/2012, com as visitas, um total de 67 questionários e 1.980 quilômetros percorridos. Perfazendo um total de 150 questionários (83 (18/01/2012) + 67 (27/01/2012) = 150). No Quadro 11, é apresentado um resumo das ações realizadas para a coleta dos dados. Quadro 11 – Resumo ações de coleta de dados DATA ATIVIDADE COLETA DE DADOS 06/01/2012 Envio de email Via link na web 09, 10 e 11/01/2012 Contato telefônico Via link na web 13/01/2012 Envio de email Via link na web 17/01/2012 Envio de email Via arquivo word 19 a 27/01/2012 Visita as empresas In loco 22 dias – 150 questionários 3.5 Estratégia de Análise dos Dados Para cada um dos construtos foi realizada a análise fatorial confirmatória (CFA). De acordo com Hair et al. (2009), a CFA permite testar o quão bem as variáveis medem o respectivo construto, avaliando analiticamente a teoria conceitualmente fundamentada e explicando como diferentes itens medidos descrevem o objeto de pesquisa. Ainda de acordo com os autores, estes resultados 72 combinados devem ser convencionados com testes de validade do construto, para a certeza da qualidade das medições. Como o construto comportamento estratégico possui uma base de dados dicotômica optou-se pelo software MPlus® versão 6 para a realização da análise fatorial confirmatória. Não obstante, verificou-se o melhor ajuste dos indicadores ao modelo seguindo os índices de qualidade sugeridos por Hair et al. (2009), conforme Quadro 12. Quadro 12 – Testes de validade do construto ÍNDICE VALORES ESPERADOS X² X² / df p CFI TLI RMSEA Fonte: Adaptado de Hair et al. (2009) <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Em relação a estimação, foi necessário realizar a distinção entre os construtos, visto que a máxima verossimilhança (ML) não é servível para a mensuração de dados categóricos. Neste caso, o aconselhado por Muthén e Muthén (2010) é a utilização do estimador robusto de mínimos quadrados ponderados (WLSMV). De acordo com Brown (2006) o único pacote estatístico que disponibiliza este método é o MPlus®, ressaltando a adequação deste software ao estudo. O construto desempenho por possuir mais de 10 categorias (limite do MPlus® versão 6) não foi tratado como categórico e, por este motivo, trabalhou-se com o estimador ponderado pelas estimativas do quadrados dos parâmetros convencionais com erros-padrão e da estatística do qui-quadrado (WLS). Jarvis, Mackenzie e Podsakoff (2003) alertam para a necessidade de se verificar se os construtos são formativos ou reflexivos para a correta mensuração. Esta característica é determinante para o correto resultado da CFA no sistema MPlus®. Assim, a construção de um modelo tendo indicadores formativos deve obedecer as seguintes condições: a) os indicadores são vistos como definidores das características do construto; b) mudanças nos indicadores causam alterações no 73 construto; c) mudanças no construto não causam alterações nos indicadores; d) os indicadores não necessariamente compartilham um tema em comum; e) eliminando um indicador pode-se alterar o domínio conceitual do construto; f) uma alteração no valor de um dos indicadores não é necessariamente associado como alterador de todos os outros indicadores; e g) não é obrigatório que os indicadores tenham os mesmos antecedentes e consequências. Por outro lado, uma construção deve ser modelada com indicadores reflexivos se o oposto a estas condições for verdadeiro (JARVIS; MACKENZIE; PODSAKOFF, 2003). Desta forma, com base na teoria, os construtos foram modelados considerando-os como sendo reflexivos. Realizadas a análise fatorial confirmatória, onde se procedeu à manutenção, aceite de covariância parcial ou exclusão dos indicadores, realizou-se a elaboração do modelo de mensuração geral. De acordo com Hair et al. (2009) o modelo é útil para representar as inter-relações de variáveis entre construtos. Com base neste modelo podese testar as hipóteses e apresentar as considerações finais. Na Figura 9 é possível observar o modelo inicial formulado com base na teoria e que foi submetido as análises anteriormente descritas. 75 Figura 9 – Modelagem estrutural e1 1 e2 1 P ro 1 Pro 2 e3 1 e4 1 P ro 3 Pro 4 e5 1 Pro 5 e6 1 e7 1 e8 1 P ro 6 Pro 7 P ro 8 e9 1 e101 e111 e121 e131 e141 e151 e161 e171 e181 e191 e201 e211 e221 Pro 9 Pro 10 Pro 11 D ef 1 D ef 2 D ef 3 D ef 4 D ef 5 D ef 6 D ef 7 D ef 8 D ef 9 D ef 10 D ef 11 Inc 5 Inc1 Inc 6 Inc 2 Inc3 1 e23 e24 e25 e26 1 e451 e461 e471 e481 Inc 4 1 Defensor Prospector 1 e51 Inc8 e52 Inc9 e53 1 A na2 1 1 A na3 1 1 Inc10 Inc11 Ana4 1 Analista e50 1 Inc7 1 A na1 e49 e54 1 e55 1 e27 Ana5 e28 Ana6 e29 Ana7 Inc 14 e58 e30 Ana8 Inc 15 e59 1 1 1 e31 1 Inc12 Inc13 1 1 1 Ana9 1 Incerteza 1 Inc17 e33 Ana11 e36 e37 e38 1 Rea1 1 e40 Rea7 e41 Rea8 e42 Rea9 1 1 e64 Inc 23 Reativo Inc 24 Inc 25 1 Desempenho Ambidestria 1 Inc 26 1 Ex r11 Ex r21 Exr31 Ex r41 E xr51 Ex r61 E xr71 Ex t111E xt2 Ex t311Ex t4 e75 e84 e44 Rea11 e76 e77 e78 e79 e80 e81 e82 e83 e85 1E xt5 1Ex t6 1E xt7 e86 e87 e88 1D es 1 e89 D es2 11D es 3 1D es 4 1D es5 1D es 6 e90 e91 e92 e93 e94 e65 1 e66 1 e67 1 e68 1 e69 e70 1 Inc 27 e71 Inc 28 e72 Inc 29 1 e73 Inc 30 e74 1 e43 Rea10 1 Inc 20 Inc22 Rea4 Rea6 1 e63 Inc 21 Rea3 1 e39 Inc19 1 Rea2 1 Rea5 e62 1 1 e61 1 Inc18 1 1 e35 e57 1 Inc16 e60 e32 Ana10 e34 e56 1 1 17 4 ANÁLISE DOS DADOS 4.1 Caracterização do Segmento Estudado A colonização italiana, marcada pela chegada dos primeiros imigrantes em meados do século XIX ao País, trouxe consigo características culturais, principalmente, das regiões de Trento e Vêneto, dentre as quais os modos de vida, alimentação e a habilidade de cultivo das videiras para produção vinícola. Não obstante, grafa-se que os frutos da inserção desta cultura, anos depois, podem ser observados pelo destaque nacional na produção vitivinícola, sendo continuamente adequada as práticas contemporâneas, como pode ser observado no Apêndice F. Reflexo disto é o fato de o Brasil ocupar a 15ª posição no ranking mundial de produtores, tendo como principais regiões produtoras os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco (VEJA, 2012). De acordo com o Instituto Brasileiro do Vinho – IBRAVIN, o Brasil tem evoluído e, por consequência, ganhado espaço no cenário mundial por sua produção de vinhos de qualidade, sendo exportador de vinhos para 22 países, dentre os principais: Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e República Tcheca. O País, também, é considerado uma das melhores regiões no mundo para o cultivo de uvas destinadas a produção de vinhos espumantes (IBRAVIN, 2012). Cada região do País, procura se valer de suas características regionais para a produção de vinhos diferenciados. Os vinhos finos de altitude, produzidos entre 900 metros e 1.400 metros, possuem três regiões celeiras em Santa Catarina, sendo estas: São Joaquim, Campos Novos e Caçador, consideradas exemplo da utilização das propriedades do meio ambiente, beneficiando-se da amplitude térmica. Na média, as atividades de vegetação e frutificação são mais lentas, o que implica em período mais longo de maturação da uva, com aumento da concentração dos polifenóis, que enriquecem os aromas dos vinhos (AMORIM, 2010; ACAVITIS, 2012). Em contrapartida a evolução da qualidade dos vinhos e aproveitamento das regiões brasileiras, o segmento sente a influência direta da concorrência, oriunda dos vinhos que são importados. De acordo com a UVIBRA (2012), no ano de 2011 18 foram importados 78,8% dos litros de vinhos finos comercializados no Brasil, enquanto o ingresso dos vinhos tipo champagne/espumante representaram 72,8%. Em suma, a concorrência internacional impacta diretamente, e drasticamente, à comercialização nacional dos diferentes tipos de vinhos, embora os dados das produções dos últimos anos demonstrem que, na maioria dos produtos, existe um aumento na quantidade produzida, conforme Quadro 13. Quadro 13 – Produção 2007 a 2011 PRODUTO 2007 VINHO SUCO Adoçado 2008 2009 2010 2011 709.098 815.407 674.638 553.650 312.200 Concentrado 19.280.709 23.014.646 23.006.457 23.238.685 29.476.186 Natural/Integral 10.172.389 11.826.716 16.077.216 26.333.609 39.386.634 Comum 276.173.606 289.482.106 205.728.375 195.275.406 256.486.096 Especial 36.010 65.000 19.000 - - 42.655.538 47.786.859 39.982.643 Vinífera 24.805.013 47.393.675 Fonte: IBRAVIN (2012) A preocupação pelos números do segmento é alvo da Comissão Interestadual da Uva que destacou, recentemente, o fato de que muitas pequenas vinícolas (aproximadamente 100 no Rio Grande do Sul), por falta de poder competitivo, estão finalizando suas atividades (G1-RS, 2012). Corroborando com estes dados, em nota oficial sobre a necessidade de proteção do mercado vinícola e sua importância o IBRAVIN (2012), UVIBRA (2012), FECOVINHO (2012) e SINDIVINHO (2012) informam que: As vinícolas brasileiras investiram muito nos últimos anos, mas não viram seu espaço crescer no mercado de vinhos finos. A defesa comercial prevista pela salvaguarda é o suporte que falta para as vinícolas concluírem o processo de reestruturação. O Brasil está em um momento histórico: precisa decidir se quer ser somente um país importador de vinhos ou se também deseja ter uma produção nacional de qualidade. A respeito disso, muito se tem dito, sem conhecimento real dos fatos [...] Esta dicotomia entre poder produtivo, com criação de novos produtos e melhoria continua dos mesmos, e desproteção contra concorrências externas faz com que as indústrias vinícolas sejam objeto de pesquisa, reforçando ainda mais a necessidade do presente estudo. 19 Diante deste contexto, a seguir será apresentada a caracterização das empresas pesquisadas vinculadas ao segmento vinícola nacional. 4.2 Caracterização das Empresas Pesquisadas Esta seção tem a função de caracterizar os respondentes e organizações pesquisadas, para tanto, serão apresentadas as informações textuais e gráficas. Nestas últimas, torna-se importante ressaltar que as informações apresentadas são em quantidades de respostas e seus respectivos percentuais. Observa-se no Gráfico 1 que o estado do Rio Grande do Sul contribui com o maior número de empresas para a base de dados (114) representando 76% da mesma. Na sequência, Santa Catarina com 29 empresas (19%), Paraná 3 (2%), Pernambuco 2 (1%) e São Paulo 1 (1%). Um respondente não informou o estado de origem da organização, representando (com arredondamentos) 1% da base de dados em análise. Gráfico 1 – UF empresas 120 114 - 76% 100 80 60 40 29 - 19% 20 1 - 1% 2 - 1% Não Informado Pernambuco 3 - 2% 1 - 1% 0 Paraná Rio Grande do Santa Catarina Sul São Paulo Com relação aos respondentes identificou-se que majoritariamente são do gênero masculino, representando 115, dos 150 analisados, ou 77%. As mulheres, representadas por 35 respondentes, constituem 23% da base de dados. Ainda referente aos respondentes, estes são caracterizados como, em sua maioria, 20 possuindo ensino superior completo (68 respondentes ou 45%). Outros 30 (20%) concluíram a pós-graduação, graduação, 20 (13%) superior incompleto, 18 ensino médio completo (12%) e 14 respondentes ensino fundamental (9%). Tais informações podem ser visualizadas no Gráfico 2. Gráfico 2 – Escolaridade respondentes 68 - 45% 70 60 50 30 - 20% 40 18 - 12% 30 14 - 9% 20 20 - 13% 10 0 Ensino Fundamental Ensino Médio Completo Superior Incompleto Superior Completo Pós-Graduação Graduação Identificou-se se que a média de idade dos respondentes é de 25 anos, sendo representado por: a) até 18 anos: 1 (1%); b) entre 19 e 25 anos: 22 (15%); c) entre 26 e 35 anos: 42 (28%); d) entre 36 e 45 anos: 29 (19%); e) entre 46 e 55 anos: 43 (29%); e f) acima de 55 anos: 13 (9%). Assim, o maior número de respondentes encontra-se se nas faixas 26 a 35 anos e 46 a 55 anos, anos, conforme Gráfico 3. Gráfico 3 – Idade respondentes 50 43 - 29% 42 - 28% 40 29 - 19% 30 22 - 15% 13 - 9% 20 10 1 - 1% 0 Até 18 anos Entre 19 e 25 anos Entre 26 e 35 anos Entre 36 e 45 anos Entre 46 e 55 anos Acima de 55 anos 21 Dentre os pesquisados observou-se observou que 11% atuam como diretor diretores, 17% desenvolvem atividades de gerência, gerência 51% são sócio-proprietários proprietários das empresas e 22% forma identificados com outras funções, principalmente a atividade de enólogo, e entre outras, consultor e analista. A representação gráfica da função dos respondentes pode ser observada no Gráfico 4. Gráfico 4 – Função respondentes 76 - 51% 80 70 60 50 40 30 20 10 0 33 - 22% 25 - 17% 16 - 11% Diretor Gerente Sócio-proprietário Outra Verifica-se que 30% atuam em até 5 anos na empresa e 23% entre 6 e 10 anos,, outros 47% dos respondentes estão acima de 10 anos trabalhando na mesma organização (conforme conforme Gráfico 5). 5 Gráfico 5 – Tempo de empresa dos respondentes 80 70 - 47% 70 60 50 45 - 30% 35 - 23% 40 30 20 10 0 Até 5 anos Entre 6 a 10 anos Acima de 10 anos Com relação às organizações em análise, identificou--se que 85% (128 empresas) não possuem filiais. As demais, demais em média, possuem 2,14 sucursais. 22 Outra característica analisada das organizações é o seu tempo de atuação no mercado vinícola. Do total de empresas, 14% % estão no mercado a até 5 anos, 19% entre 6 e 10 anos e 67% % acima de 10 anos (conforme Gráfico 6 6). Estes indicadores chamam a atenção para a longevidade das organizações, sugerindo que, a maioria, já está consolidada no mercado. Gráfico 6 – Tempo de mercado 100 - 67% 100 80 60 29 - 19% 21 - 14% 40 20 0 Até 5 anos Entre 6 e 10 anos Acima de 10 anos Identificou-se, assumindo a classificação de tamanho de empresas do SEBRAE, que, mesmo atuando por muitos anos no mercado, muitas das empresas são microempresas.. Ao observar o Gráfico 7, visualiza--se que 73% das organizações possuem até 19 funcionários, 17% entre 20 e 99, 8% entre 100 e 499 e 2% mais de 500 colaboradores. Gráfico 7 – Número de funcionários 120 109 - 73% 100 80 60 26 - 17% 40 12 - 8% 20 3 - 2% 0 Até 19 Entre 20 e 99 Entre 100 e 499 Mais de 500 23 Na seção seguinte, dando continuidade a análise dos dados, será realizada a análise fatorial confirmatória (AFC) dos construtos. 4.3 Análise Fatorial Confirmatória - AFC Nesta seção buscar-se-á a construção efetiva do modelo de mensuração utilizando-se do software MPlus® 6. Tendo em vista que a referida ferramenta não possui saída gráfica, optou-se, para simples apresentação dos resultados, pela utilização dos gráficos do software AMOS® 16.0. A título de organização serão apresentados os resultados individualizados por construto, bem como seus indicadores, e na sequência o modelo completo. 4.3.1 Construto Comportamento O comportamento estratégico dos gestores foi mensurado considerando 11 questões, sendo que cada uma possui uma opção para cada comportamento estratégico (prospector, analista, defensor e reativo). A seguir serão apresentados os modelos e os índices de ajuste distribuídos por tipologia de comportamento. 4.3.1.1 Comportamento Prospector No Quadro 14 é possível observar a relação de itens utilizados para a mensuração do comportamento prospector. Tipo de Comportamento Indicador Prospector Quadro 14 – Indicadores do construto comportamento prospector Pro1 Os produtos e serviços que são oferecidos aos clientes são melhor caracterizados como inovadores e estão constantemente mudando e ampliando sua área de aplicação. Pro2 A empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que tem a reputação de ser inovadora e criativa. Pro3 O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode ser melhor descrito como sendo extenso, pois a empresa está constantemente monitorando o mercado. 24 Quadro 14 – Indicadores do construto comportamento prospector (continuação) Prospector Tipo de Comportamento Indicador Pro4 O crescimento ou redução de nossa demanda é devido muito provavelmente à nossa prática de entrar agressivamente em novos mercados com novos tipos de serviços/produtos. Pro5 Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com a garantia que pessoas, recursos e equipamentos necessários para desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados estejam disponíveis e acessíveis. Pro6 As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizados como amplas e empreendedoras: suas habilidades são diversas, flexíveis e os habilitam a mudar de forma criativa. Pro7 Uma das coisas que protege a empresa de outros concorrentes é o fato de ser capaz de desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados de maneira consistente. Pro8 O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em desenvolver novos serviços ou se expandir para novos mercados ou novos segmentos de mercado. Pro9 A organização se prepara para o futuro identificando tendências e oportunidades no mercado que possam resultar na criação de produtos ou serviços inovadores no ramo de negócio da empresa ou possam atender a novos mercados. Pro10 A estrutura da empresa é orientada para serviço/produto ou pelo mercado. Pro11 Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos como descentralizados e participativos, encorajando todos os membros da organização a se envolverem. Com base nestes indicadores foi construído o modelo de mensuração para o construto comportamento estratégico prospector, conforme Figura 10. Figura 10 – Modelo inicialmente proposto para mensuração do construto comportamento prospector 1 e1 1 e2 Pro1 Pro2 1 e3 Pro3 1 e4 Pro4 1 e5 Pro5 1 e6 Pro6 1 e7 Pro7 1 e8 Pro8 1 e9 Pro9 1 e10 Pro10 1 e11 Pro11 Comportamento Estratégico: PROSPECTOR 25 Valendo-se destas informações e do software MPlus® 6, foi elaborado o modelo de mensuração do construto comportamento prospector, obtendo-se como contrapartida os índices de ajuste do modelo inicial, conforme Quadro 15. Quadro 15 – Índices de ajuste do modelo inicialmente proposto para mensuração do comportamento prospector Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Inicial 48,118 (df = 44) 1,09 0,3097 0,963 0,954 0,025 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Em observação aos valores, identificou-se que existe significância no modelo apresentado inicialmente (p=0,3097) e que os valores de CFI (0,963) e TLI (0,954) estão acima do mínimo esperado, e o do RMSEA (0,025) está abaixo do valor máximo projetado. Kline (2011) informa que para uma pequena amostra de respondentes, que é o caso, o ideal é que os indicadores possuam pelo menos um coeficiente de 0,600. Desta forma, procedeu-se o levantamento sobre as cargas dos indicadores almejando melhoria nos valores do modelo inicial, e assim, ajustando-o melhor. A exemplo dos indicadores que possuem cargas abaixo do recomendado, destacam-se: Pro1 (0,217, p=0,158), Pro5 (0,088, p=0,560), Pro6 (0,277, p=0,032), Pro7 (0,365, p=0,010), Pro9 (0,208, p=0,110), Pro10 (-0,476, p=0,000), Pro11 (0,448, p=0,000). Diante desta constatação, optou-se por testar um modelo, excluindo cada um dos indicadores (um a um) e verificando a cada passo os índices de ajuste do modelo. Como o modelo demonstrou melhor ajuste com a exclusão de todos os indicadores, optou-se pela elaboração de um modelo final. No Quadro 16 são apresentados os resultados do modelo final, para mensuração do construto comportamento prospector. Quadro 16 – Índices de ajuste do modelo final de mensuração do comportamento prospector Índice X² Valores Modelo Final 0,042 (df=2) Valores Esperados 26 Quadro 16 – Índices de ajuste do modelo final de mensuração do comportamento prospector (continuação) Índice X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Final 0,021 0,9793 1,000 1,000 0,000 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 É visível a melhora nos índices de ajuste CFI (1,000 ante 0,963), TLI (1,000 perante 0,954) e RMSEA (0,000). Desta forma, optou-se pelo modelo final para a mensuração do comportamento estratégico prospector, conforme pode-se visualizar na Figura 11, juntamente com os coeficientes de regressão de cada um dos indicadores. Ainda, observa-se no modelo final todas as cargas fatoriais estão acima do recomendado (0,600), reforçando seu destaque frente ao inicialmente proposto. Figura 11 – Modelo final de mensuração do construto comportamento prospector 1 e2 1 e3 Pro2 ,677 Pro3 ,613 1 e4 Pro4 1 e8 ,858 ,684 Comportamento Estratégico: PROSPECTOR Pro8 4.3.1.2 Comportamento Analista O comportamento estratégico analista foi mensurado com base nos indicadores relacionados no Quadro 17. 27 Tipo de Comportamento Indicador Analista Quadro 17 – Indicadores do construto comportamento analista Ana1 Os serviços e produtos que são oferecidos aos clientes são melhor caracterizados como alguns sendo bastante estáveis enquanto outros são inovadores. Ana2 A empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que adota novas ideias e inovações, mas somente após análise cuidadosa. Ana3 O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode ser melhor descrito como sendo médio, a empresa gasta algum tempo monitorando o mercado. Ana4 O crescimento ou diminuição da demanda é devido muito provavelmente à prática de aprofundamento nos mercados que já são servidos, enquanto são adotados novos produtos/serviços somente após uma análise cuidadosa do seu potencial. Ana5 Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com a análise cuidadosa dos custos e receitas para manter os custos sob controle, seletivamente gerar novos produtos/serviços e entrar em novos mercados. Ana6 As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizados como analíticas: suas habilidades os capacitam a identificar tendências e a desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados. Ana7 Uma das coisas que protege a empresa de outros concorrentes é o fato de ser capaz de cuidadosamente analisar tendências emergentes e adotar aquelas que têm potencial comprovado. Ana8 O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em analisar oportunidades no mercado e escolher apenas aquelas que apresentam potenciais, e, ao mesmo tempo, mantém a situação financeira protegida. Ana9 A organização se prepara para o futuro identificando as tendências de negócios cujo potencial a longo prazo já foi demonstrado por outras empresas e podem ajudar a resolver os problemas relativos aos produtos/serviços de nossa empresa. Ana10 A estrutura da empresa é essencialmente funcional, porém possui também uma estrutura orientada para produtos ou serviços nas áreas que são mais novas. Ana11 Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos como centralizados em áreas de produtos/serviços mais estáveis, e mais participativos em áreas mais novas ou emergentes. Valendo-se destes indicadores foi possível a construção de um modelo de mensuração do construto, que pode ser visualizado na Figura 12. Neste modelo encontram-se todas as variáveis utilizadas para compor o construto. 28 Figura 12 – Modelo inicialmente proposto para mensuração do construto comportamento analista 1 e1 1 e2 Ana1 Ana2 1 e3 1 e4 Ana3 Ana4 1 e5 Ana5 1 e6 Ana6 Comportamento Estratégico: ANALISTA 1 e7 Ana7 1 e8 Ana8 1 e9 Ana9 1 e10 Ana10 1 e11 Ana11 Seguindo este modelo foram identificados os índices que espelham o ajuste da estrutura para a mensuração do construto. Estes indicadores são apresentados no Quadro 18. Quadro 18 – Índices de ajuste do modelo inicialmente proposto para mensuração do comportamento analista Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Inicial 53,734 (df=44) 1,22 0,1493 0,714 0,642 0,038 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Atenta-se para o fato de que o CFI (0,714) e o TLI (0,642) não atendem os pré-requisitos mínimos para o modelo. Em análise detalhada aos dados gerados pelo modelo inicialmente proposto, alguns indicadores não apresentam carga suficiente para representar o construto. Neste sentido, destacam-se os indicadores: Ana1 (0,078, p=0,607), Ana2 (0,131, p=0,428), Ana3 (0,225, p=0,108), Ana6 (-0,250, 29 p=0,098), Ana7 (0,114, p=0,478), Ana9 (-0,153, p=0,339), Ana10 (-0,092, p=0,542) e Ana11 (0,315, p=0,031). Diante deste contexto e buscando um melhor ajuste do modelo, procedeu-se a exclusão destes indicadores, gerando assim, uma estrutura alternativa para comparação e escolha da melhor opção. Os índices do modelo final podem ser analisados no Quadro 19. Quadro 19 – Índices de ajuste do modelo final de mensuração do comportamento analista Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Final N.S.A. N.S.A. 0,000 1,000 1,000 0,000 Valores Esperados p<α <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Com base nos indicadores do modelo final, constata-se que este é o mais adequado para a mensuração, vez que todos os indicadores são melhor ajustados que os do modelo inicial. O sistema retornou a mensagem de que, neste caso, não foi possível gerar os índices X², e p, por conta do estimador utilizado (WLSMV). Quanto ao coeficiente de cada uma das variáveis que compõe o construto, os indicadores Ana5 e Ana8 possuem cargas muito próximas a 0,600, motivando sua manutenção. Ademais, Hair et al. (2009) informam que para uma base de dados de 150 respondentes, que é o caso, o ideal é que os indicadores possuam pelo menos a carga de 0,450. Tais informações podem ser observadas na Figura 13. Figura 13 – Modelo final de mensuração do construto comportamento analista 1 e4 Ana4 1 ,596 e5 Ana5 1 e8 ,669 ,592 Ana8 Comportamento Estratégico: ANALISTA 30 4.3.1.3 Comportamento Defensor No Quadro 20 é possível observar a relação de itens utilizados para a mensuração do comportamento defensor. Tipo de Comportamento Indicador Defensor Quadro 20 – Indicadores do construto comportamento defensor Def1 Os serviços e produtos que são oferecidos aos clientes são melhor caracterizados como bem focados, relativamente estáveis e bem definidos na organização e no mercado. Def2 A empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que oferece poucos produtos/serviços, porém seletivos e de alta qualidade. Def3 O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode ser melhor descrito como mínimo, a empresa realmente não passa muito tempo monitorando o mercado. Def4 O crescimento ou diminuição da demanda é devido provavelmente à prática de concentração de desenvolvimento de mercados que já são servidos pela empresa. Def5 Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com a manutenção dos custos, deixando-os sob controle. Def6 As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizados como especializadas: suas habilidades são concentradas em poucas áreas específicas. Def7 Uma das coisas que protege a empresa de outros concorrentes é o fato de ser capaz de fazer um número limitado de coisas excepcionalmente bem. Def8 O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em manter uma situação segura por meio de medidas de controle de custos de qualidade. Def9 A organização se prepara para o futuro identificando aqueles problemas que, se resolvidos, irão manter e melhorar nossos serviços ou produtos e nossa posição de mercado. Def10 A estrutura da empresa é funcional por natureza (isto é, organizada em departamentos). Def11 Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos como centralizados e basicamente de responsabilidade da alta gerência. Com base nestes indicadores foi desenvolvido um modelo de mensuração apresentado na Figura 14. 31 Figura 14 – Modelo inicialmente proposto para mensuração do construto comportamento defensor 1 e1 1 e2 Def1 Def2 1 e3 1 e4 Def3 Def4 1 e5 Def5 1 e6 Def6 Comportamento Estratégico: DEFENSOR 1 e7 Def7 1 e8 Def8 1 e9 Def9 1 e10 Def10 1 e11 Def11 Utilizando-se desta estrutura foram identificados os índices de ajustes do modelo inicial do comportamento defensor. Tais indexadores podem ser examinados no Quadro 21. Quadro 21 – Índices de ajuste do modelo inicialmente proposto para mensuração do comportamento defensor Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Inicial 57,565 (df=44) 1,30 0,0824 0,814 0,767 0,045 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 O Quadro 21 mostra que o X² é significante (p=0,0824) e o X²/df (1,30) apresenta resultados compatíveis com os valores esperado. No entanto, o CFI (0,814) e o TLI (0,767) não atendem aos quesitos mínimos de ajustes. Além disto, os 32 indicadores Def1 (0,108, p=0,408), Def2 (0,356, p=0,006), Def3 (0,470, p=0,003), Def4 (0,236, p=0,073), Def6 (0,387, p=0,003), Def9 (0,208, p=0,114), Def10 (0,152, p=0,307) e Def11 (0,059, p=0,649) não possuem carga suficiente para representar o comportamento estratégico defensor. Desta maneira, optou-se por desenvolver um modelo final, sem estes indicadores, cujos índices de ajuste podem ser vislumbrados no Quadro 22. Quadro 22 – Índices de ajuste do modelo final de mensuração do comportamento defensor Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Final N.S.A. N.S.A. 0,000 1,000 1,000 0,000 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Como os resultados satisfizeram os valores esperados para a mensuração, optou-se por este modelo em contrapartida ao inicial. Da mesma forma que o comportamento analista, o sistema retornou a mensagem de que não foi possível gerar os índices X², e p, por conta do estimador utilizado (WLSMV). A estrutura do modelo pode ser estudada na Figura 15, onde são identificadas os coeficientes de regressão de cada um dos indicadores. Observa-se que o indicador Def8 possui um coeficiente próximo de 0,600. Tendo em vista a proximidade com o recomendado por Kline (2011) e estar acima do sugerido por Hair et al. (2009), além dos índices de ajuste identificados, optou-se por mantê-lo. Figura 15 – Modelo final de mensuração do construto comportamento defensor 1 e5 Def5 ,701 1 e7 Def7 ,590 1 e8 ,802 Def8 Comportamento Estratégico: DEFENSOR 33 4.3.1.4 Comportamento Reativo Para a mensuração do comportamento reativo utilizou-se 11 indicadores que são destacados no Quadro 23. Tipo de Comportamento Indicador Reativo Quadro 23 – Indicadores do construto comportamento reativo Rea1 Os serviços e produtos que são oferecidos aos clientes estão em um estado de transição e, em grande parte, buscando responder a oportunidades ou ameaças do mercado ou ambiente. Rea2 A empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que reage às oportunidades ou ameaças para manter ou melhorar a posição. Rea3 O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências no mercado pode ser melhor descrito como sendo esporádico, a empresa às vezes gasta uma grande quantidade de tempo e em outras vezes pouco tempo para monitorar o mercado. Rea4 O crescimento ou diminuição da demanda é devido muito provavelmente à prática de responder às pressões do mercado, tendo poucos riscos. Rea5 Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com a proteção contra ameaças críticas tomando todas as iniciativas necessárias. Rea6 As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizados como fluída: suas habilidades estão relacionadas às demandas de curto prazo do mercado. Rea7 Uma das coisas que protege a empresa de outros concorrentes é o fato de ser capaz de responder às tendências, apesar de, muitas vezes, ter potencial de resposta moderado. Rea8 O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em atividades ou funções de negócio que mais necessitam de atenção, dadas as oportunidades ou problemas que enfrenta atualmente. Rea9 A organização se prepara para o futuro identificando as melhores soluções possíveis para esses problemas ou desafios que requerem atenção imediata. Rea10 A estrutura da empresa é continua e mutante, para permitir conhecer oportunidades e resolver problemas que possam surgir. Rea11 Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos fortemente orientados para os requisitos de informação que exigem atenção imediata. Fundamentando-se neste conjunto de indicadores foi desenvolvido um modelo para mensuração do comportamento reativo. Este modelo pode ser visualizado na Figura 16. 34 Figura 16 – Modelo inicialmente proposto para mensuração do construto comportamento reativo 1 e1 1 e2 Rea1 Rea2 1 e3 1 e4 Rea3 Rea4 1 e5 Rea5 1 e6 Rea6 Comportamento Estratégico: REATIVO 1 e7 Rea7 1 e8 Rea8 1 e9 Rea9 1 e10 Rea10 1 e11 Rea11 Considerando este modelo, foram identificados os índices de ajuste que refletem a atual situação do modelo. Estes indexadores podem ser averiguados no Quadro 24. Quadro 24 – Índices de ajuste do modelo inicialmente proposto para mensuração do comportamento reativo Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Inicial 46,106 (df=44) 1,04 0,3852 0,945 0,931 0,018 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Observa-se que o X² é significante (p=0,3852) e o X² / df abaixo do valor máximo esperado. Em análise aos demais índices, pondera-se que, embora, o CFI (0,945) e o TLI (0,931), além do, RMSEA (0,018) atendam as exigências mínimas para que o modelo possa ser considerado conveniente para a mensuração do 35 comportamento estratégico reativo, alguns coeficientes não atendem ao mínimo exigido. Destacam-se os indicadores: Rea3 (-0,119, p=0,601), Rea5 (-0,058, p=0,810), Rea7 (-0,362, p=0,047), Rea8 (-0,079, p=0,665), Rea9 (0,106, p=0,559), Rea10 (-0,056, p=0,752), Rea11 (0,252, p=0,108). Embora os indicadores Rea2 (-0,461) e Rea5 (-0,539) possuam coeficientes abaixo do recomendado por Kline (2011), nas simulações realizadas, a exclusão dos mesmos não contribuiu para a melhoria dos índices de ajustes do comportamento reativo. Motivado pelos valores dos coeficientes de alguns indicadores (anteriormente apresentados), procurou-se desenvolver um modelo final excluindo-os. Os indicadores de ajuste deste novo modelo são apresentados no Quadro 25. Quadro 25 – Índices de ajuste do modelo final de mensuração do comportamento reativo Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Final 1,491 (df=2) 0,745 0,4745 1,000 1,000 0,000 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Observa-se que o X² manteve-se significante (p=0,4745) e o X²/df abaixo do valor máximo esperado. No tocante ao índice CFI identificou-se melhoria no valor (de 0,945 para 1,000), bem como com relação ao TLI (de 0,931 para 1,000). Com relação ao RMSEA houve uma redução, de 0,884 para 0,000. Com o intuito de demonstrar graficamente o modelo (comportamento reativo), a Figura 17 apresenta, além dos indicadores, os coeficientes pertencentes a cada um. 36 Figura 17 – Modelo final de mensuração do construto comportamento reativo 1 e1 Rea1 1 e3 Rea2 1 e4 -,461 -,539 Rea4 Comportamento Estratégico: REATIVO -,654 1 e6 ,611 Rea6 4.3.2 Construto Ambidestria O construto ambidestria foi mensurado considerando 14 indicadores. No Quadro 26 é possível observar esta relação de itens. Construto Indicador Ambidestria Quadro 26 – Indicadores do construto ambidestria Exr1 A empresa aceita exigências que vão além de produtos e serviços existentes. Exr2 A empresa cria novos produtos e serviços. Exr3 A empresa experimenta novos produtos e serviços no mercado local Exr4 A empresa comercializa produtos e serviços que são completamente novos. Exr5 A empresa frequentemente utiliza novas oportunidades em novos mercados. Exr6 Regularmente a empresa utiliza novos clientes e novos mercados. Exr7 Regularmente a empresa busca aproximar-se de novos clientes em novos mercados. Ext1 A empresa freqüentemente melhora o fornecimento de produtos e serviços existentes. Ext2 A empresa regularmente implementa pequenas adaptações de produtos e serviços existentes. Ext3 A empresa introduz melhorias nos produtos e serviços existentes no mercado local. Ext4 A empresa melhora a eficiência da provisão de produtos e serviços. Ext5 A empresa aumenta a economia de escalar em mercados existentes. Ext6 A empresa amplia serviços para os clientes existentes. Ext7 Para a empresa a redução dos custos dos processos internos é um objetivo importante. 37 Valendo-se destes indicadores foi construído um modelo de mensuração para o construto. A Figura 18 representa o modelo inicial com as relações entre os indicadores e o construto. Figura 18 – Modelo inicialmente proposto para mensuração do construto ambidestria 1 Exr1 Exr2 Exr3 Exr4 Exr5 Exr6 Exr7 Ambidestria Ext1 Ext2 Ext3 Ext4 Ext5 Ext6 e1 1 e2 1 e3 1 1 e4 1 e5 1 e6 1 e7 1 e8 1 e9 1e10 1 e11 1 e12 1 Ext7 e13 e14 Após a execução deste modelo obteve-se os índices de ajuste do modelo inicial direcionados ao construto ambidestria, conforme Quadro 27. Quadro 27 – Índices de ajuste do modelo inicialmente proposto para mensuração da ambidestria Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Inicial 727,429 (df=77) 9,44 0,000 0,708 0,655 0,237 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 38 Observou-se que o X² (727,429) apresentou um valor não significante (p=0,000). Esta divergência é destacada pelo sistema por utilizar o estimador WLSMV para a mensuração deste construto. Assim, devido a esta barreira metodológica o valor de p e teste do qui-quadrado não pode ser utilizado como único parâmetro. Ainda com base nestas limitações, observou-se que o X² / df (9,44) apresenta discrepância entre o valor identificado e o esperado, sobressaindo em muito ao índice de parâmetro (< 3). Tanto o CFI (0,708) como o TLI (0,655) ficaram abaixo do indexador estimado como padrão mínimo de qualidade do modelo (> 0,900). Não obstante, o RMSEA (0,237) apresentou um valor acima do esperado. Como os valores identificados não refletiram um ajuste de qualidade mínimo do modelo, analisou-se as cargas dos indicadores. Neste processo, percebeu-se que os indicadores Exr1 (0,439, p=0,000), Exr4 (0,481, p=0,000) e Ext7 (0,364, p=0,000) apresentavam valores com baixo poder de medição do construto. Desta forma, optou-se pela eliminação destes indicadores. O sistema MPlus® 6, identificou que os seguintes indicadores possuem covariância compartilhada: Exr6 e Exr5; Exr7 e Exr2; Exr7 e Exr3; Exr7 e Exr5; Ext1 e Exr5; Ext2 e Exr5; Ext2 e Exr6; Ext2 e Exr7; Ext3 e Exr5; Ext3 e Exr6; Ext3 e Exr7; Ext3 e Ext2; Ext4 e Exr5; Ext4 e Exr6; Ext4 e Exr7; Ext4 e Ext3; Ext6 e Exr5; Ext6 e Ext4; Exr3 e Exr2; Exr7 e Exr6; Ext1 e Exr6; Ext1 e Exr7; Ext2 e Exr2; Ext3 e Ext1; Ext5 e Exr6; Ext5 e Exr7; Ext6 e Ext5; Ext4 e Ext1; Ext2 e Exr3; Ext5 e Exr2; Ext5 e Exr3; Ext1 e Exr3; Ext4 e Ext2; Ext5 e Ext2. De acordo com Hair et al. (2009) este processo grafa que existe compartilhamento do poder preditivo. Após a consideração destes pressupostos, o modelo foi reorganizado e passou-se a análise dos índices de ajuste, que são apresentados no Quadro 28. Quadro 28 – Índices de ajuste do modelo final de mensuração da ambidestria Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Final 13,867 (df=10) 1,3867 0,1791 0,998 0,990 0,051 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 39 Em comparação ao modelo inicial, o final, apresentou melhores índices de ajuste de qualidade. O X² tornou-se significante (p=0,1791) e o X² / df (1,3867) se ajustou aos valores esperados. Em consonância, o CFI (0,998) e TLI (0,990) aumentaram ultrapassando o mínimo previsto. Já o RMSEA (0,051) reduziu substancialmente ficando abaixo do parâmetro de 0,10. Por conta destes aspectos, optou-se pela manutenção deste modelo. Visando reforçar esta tomada de decisão, realizou-se uma análise visual sobre as cargas dos indicadores, identificando-se que todos estão com coeficientes acima de 0,450, como orientado por Hair et al. (2009), sustentando, assim, a tomada de decisão do pesquisador. Desta maneira na Figura 19 evidencia-se o modelo final, considerado como o que possui melhor adequação ao presente estudo, seus indicadores e correspondentes cargas fatoriais. Figura 19 – Modelo final de mensuração da ambidestria 1 ,505 Ambidestria Exr2 ,541 Exr3 ,728 Exr5 ,766 Exr6 ,879 ,783 Exr7 ,650 ,800 ,836 ,724 ,557 1 1 e5 e6 1 1 e7 1 e8 1 e9 1e10 1 e11 Ext2 Ext3 Ext4 Ext6 e3 1 Ext1 Ext5 e2 1 e12 e13 4.3.3 Construto Incerteza Ambiental Para o desenvolvimento deste construto, utilizou-se 30 indicadores, que refletem a percepção do gestor sobre a incerteza do ambiente. Estas variáveis podem ser observadas no Quadro 29. 40 Construto Indicador Incerteza Ambiental Quadro 29 – Indicadores do construto incerteza ambiental Inc1 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da inflação sobre a percepção de valor do produto (preço). Inc2 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das taxas de câmbio. Inc3 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do crescimento econômico. Inc4 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da recessão econômica. Inc5 Variáveis Econômicas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das perspectivas de investimento. Inc6 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do surgimento de novos concorrentes (nacional e exterior). Inc7 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do fortalecimento da concorrência existente. Inc8 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do surgimento de produtos novos ou substitutos. Inc9 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da mudança no padrão de estruturação comercial dos concorrentes. Inc10 Competição: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da alteração da expectativa de clientes. Inc11 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da disponibilidade e preço de matéria-prima. Inc12 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da variação da inflação sobre a matéria-prima. Inc13 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do surgimento de novas tecnologias. Inc14 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da alteração na qualidade dos produtos. Inc15 Custos de Produção/Vendas: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da influência de produtos de fora do país. Inc16 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da rotatividade dos gestores. Inc17 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da rotatividade dos trabalhadores. Inc18 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da qualificação dos trabalhadores. Inc19 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da qualidade da instrução dos trabalhadores. Inc20 Recursos Humanos: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da desatualização nas habilidades dos trabalhadores. Inc21 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das políticas nacionais. Inc22 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das políticas internacionais. 41 Construto Indicador Incerteza Ambiental Quadro 29 – Indicadores do construto incerteza ambiental (continuação) Inc23 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da infra-estrutura (estradas, eletrificação, etc). Inc24 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das alterações nos impostos. Inc25 Atuação do Governo: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas da legislação (setor/produto). Inc26 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das mudanças culturais (valores, hábitos ou costumes). Inc27 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das distribuições da riqueza. Inc28 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do meio ambiente. Inc29 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas do desemprego. Inc30 Mudanças Sociais: qual é a percepção do gestor sobre as incertezas advindas das mudanças regionais. Tomando por base estes indicadores foi desenvolvido um modelo para a mensuração do construto incerteza ambiental, conforme Figura 20. Figura 20 – Modelo inicialmente proposto para mensuração do construto incerteza ambiental 1 Inc30 e30 1 Inc29 e29 1 1 Inc14 Inc28 e28 1 e27 1 e26 1 Inc26 Inc12 Inc25 Inc11 e25 Inc10 Inc9 Inc23 Inc22 e21 Inc21 1 e20 Inc20 1 e19 Inc19 1 e18 Inc18 1 e17 Inc17 1 e16 Inc16 1 e15 Inc15 e9 1 1 1 e10 1 1 e22 e11 1 Inc24 e23 e12 1 1 e24 e13 Inc13 Inc27 1 e14 1 Inc8 Incerteza Ambiental e8 1 Inc7 e7 1 Inc6 e6 1 Inc5 e5 1 Inc4 e4 1 Inc3 Inc2 Inc1 1 1 e3 e2 e1 42 Por conseguinte, o modelo estruturado apresentou alguns índices de qualidade do ajuste que foram analisados para verificar a sua consistência. Estes índices são apresentados no Quadro 30. Quadro 30 – Índices de ajuste do modelo inicialmente proposto para mensuração da incerteza ambiental Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Inicial 2012,718 (df=405) 4,9696 0,000 0,569 0,537 0,163 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 No Quadro 30 observa-se que todos os demais índices refletem baixa qualidade do modelo, instigando o desenvolvimento de um modelo alternativo. Após várias simulações identificou-se que os indicadores Inc2 (0,406, p=0,000), Inc (0,442, p=0,000), Inc4 (0,443, p=0,000), Inc5 (0,476, p=0,000), Inc14 (0,491, p=0,000), Inc16 (0,495, p=0,000), Inc17 (0,491, p=0,000), Inc18 (0,480, p=0,000), Inc19 (0,443, p=0,000), Inc20 (0,257, p=0,000), Inc21 (0,339, p=0,000), Inc22 (0,338, p=0,000), Inc23 (0,394, p=0,000), Inc24 (0,395, p=0,000), Inc25 (0,385, p=0,000), Inc26 (0,386, p=0,000), Inc27 (0,381, p=0,000), Inc28 (0,382, p=0,000), Inc29 (0,338, p=0,000) e Inc30 (0,291, p=0,000) não refletiam o construto incerteza ambiental necessitando serem excluídos para o melhor ajuste do modelo. Além disto, foi verificado que existe covariância compartilhada entre os seguintes indicadores: a) Inc1 e Inc6; Inc13 e Inc15; Inc7 e Inc8; Inc11 e Inc12; Inc8 e Inc9; Inc6 e Inc7; Inc9 e Inc10; Inc6 e Inc15; Inc8 e Inc6; e Inc9 e Inc7. Após a exclusão dos indicadores e reconhecimento da covariância compartilhada entre as variáveis, buscou-se a identificação dos índices de ajuste para verificar se sofreram modificações. Os mesmos são apresentados no Quadro 31. 43 Quadro 31 – Índices de ajuste do modelo final de mensuração da incerteza ambiental Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Final 112,752 (df = 25) 4,51 0,000 0,955 0,919 0,153 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Embora o X² não apresenta significância (p=0,000) e o X² / df não esteja dentro do parâmetro do valor esperado, em confronto com o modelo inicial, o final apresentou melhora nos demais índices de ajuste para a qualidade. O não ajustamento do X² se deve ao estimador utilizado (WLSMV) que dificulta o processamento em alguns casos. O reflexo da melhoria dos indicadores pode ser observada no CFI, TLI e RMSEA. No modelo final o CFI (0,955) e o TLI (0,919) encontram-se acima do mínimo esperado para estes índices (0,900). O RMSEA reduziu seu valor (de 0,163 para 0,153), porém encontra-se acima de 0,10. Tendo em vista, o ajuste dos demais indicadores optou-se por este modelo para refletir o construto incerteza ambiental. Perante esta constatação, foi desenvolvido o modelo final para a incerteza ambiental (conforme Figura 21), onde é possível observar que todos os indicadores possuem carga padronizada acima de 0,450, sendo que, o que possui menor valor é Inc10 (0,560), mostrando que os indicadores conseguem refletir o construto unidimensionalmente. 44 Figura 21 – Modelo final de mensuração da incerteza ambiental 1 e1 Inc1 1 e6 1 e7 Inc6 ,576 Inc7 ,707 1 e8 Inc8 1 e9 ,678 ,595 Inc9 ,659 1 e10 Inc10 ,560 e11 Inc11 ,582 Inc12 ,584 1 Incerteza Ambiental 1 e12 1 e13 Inc13 1 e15 Inc15 ,686 ,719 4.3.4 Construto Desempenho No desenvolvimento do construto desempenho levou-se em consideração 6 variáveis (conforme Quadro 32), resultados da multiplicação dos indicadores importância e satisfação de cada respondente (conforme Apêndice E). Construto Indicador Desempenho Quadro 32 – Indicadores do construto desempenho Des1 Lucratividade. Des2 Crescimento das vendas. Des3 Sucesso na retenção de novos clientes. Des4 Faturamento mensal. Des5 Desempenho geral. Des6 Avanço de mercado/novos mercados (exportação/novas regiões). Diante destes indicadores foi desenvolvido o modelo de mensuração do construto, conforme pode-se visualizar na Figura 22. 45 Figura 22 – Modelo inicialmente proposto para mensuração do construto desempenho DESEMPENHO Des1 Des2 Des3 Des4 Des5 Des6 1 1 e1 1 e2 1 e3 1 e4 1 e4 e5 Em continuidade ao estudo deste construto, realizou-se a análise dos índices de ajustamento do modelo. Tais indexadores podem ser observados no Quadro 33, bem como os valores mínimos esperados. Quadro 33 – Índices de ajuste do modelo inicialmente proposto para mensuração do desempenho Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Inicial 12,160 (df=8) 1,52 0,1442 0,948 0,903 0,059 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Diante dos índices de ajustamento do modelo inicial de mensuração do construto desempenho, observa-se que todos os indicadores apresentaram resultados aceitáveis. O X² (12,160) é significativo (p=0,1442) e o X² / df mostrou-se abaixo de 3, atingindo as expectativas. Com relação ao CFI (0,948) e TLI (0,903) ambos espelharam resultados superiores a 0,900, demonstrando confiança. Por fim, o RMSEA (0,059) ficou abaixo de 0,10. Estes indicadores apresentam confiabilidade das variáveis para a mensuração do construto. Sendo assim, o próximo passo foi o de análise das cargas fatoriais de cada um dos indicadores. Observa-se que todos os indicadores possuem carga fatorial acima do recomendado por Kline (2011), 0,600, ou seja, o modelo 46 inicial é adequado para a mensuração do construto desempenho. Tais informações podem ser observadas na Figura 23. Figura 23 – Modelo final de mensuração do desempenho DESEMPENHO ,840 ,888 ,732 Des1 Des2 1 1 e1 e2 ,901 ,832 ,741 Des3 Des4 Des5 Des6 1 1 e3 1 e4 1 e4 e5 4.4 Modelo Geral de Mensuração Com base nos modelos individualizados por construto, e após a análise fatorial confirmatória, foi realizada a mensuração dos índices de ajustes do modelo geral, conforme pode-se visualizar no Quadro 34. Quadro 34 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Inicial 1255.101 (df=769) 1,632 0,065 0,851 0,841 0,065 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Observa-se que o valor de X² apresenta-se significante (p=0,065) e o índice X²/df apresenta-se abaixo do máximo recomendado (3). O CFI (0,851) e o TLI (0,841) apresentaram-se acima do mínimo esperado (0,900), além do RMSEA (0,065) que está abaixo do teto previsto (0,10). Assim, todos os índices, estão dentro dos valores esperados, retratando um modelo confiável para a estrutura proposta de correlação entre os construtos. 47 Com base nos resultados destes indicadores, passou-se a análise das cargas fatoriais padronizadas dos indicadores, que são apresentados na Figura 24. Figura 24 – Modelo inicial com cargas fatoriais 1 e2 1 Exr2 e3 Exr3 ,541 ,505 1 e5 1 e6 1 e7 1 Exr5 Exr6 Exr7 ,728 ,766 ,879 e8 1 Ext1 ,783 e9 e10 Ext2 ,650 e11 1 Ext3 ,800 e12 1 Ext4 1 Ext5 ,724 ,830 e13 1 Ext6 ,557 AMBIDESTRIA 1 e2 Pro2 1 ,677 ,613 e3 Pro3 1 ,858 e4 1 PROSPECTOR Inc1 Pro4 1 ,576 ,684 e8 Inc6 Pro8 ,707 Inc7 ,678 1 Ana4 e4 1 Ana5 e5 1 e8 ,669 ,596 ,595 INCERTEZA AMBIENTAL ANALISTA ,659 ,560 ,582 Ana8 ,592 ,584 ,686 1 e5 Def5 Def7 ,701 e7 1 e8 Def8 1 e2 Rea1 1 e3 ,611 -,539 REATIVO Rea4 1 Inc9 Inc10 Inc11 Inc12 Inc13 Inc15 ,590 -,461 1 e8 ,719 DEFENSOR Rea2 e4 Inc8 ,802 1 -,654 Rea6 DESEMPENHO ,840 Des1 1 e1 ,888 Des2 1 e2 ,732 Des3 1 e3 ,832 ,741 ,901 Des4 1 e4 Des5 1 e5 Des6 1 e6 e1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 e6 e7 e8 e9 e10 e11 e12 e13 e15 48 Em relação ao modelo observou-se que a variável Des5, gerou uma variância residual negativa que impede o pleno ajuste do modelo para os procedimentos seguintes. Tais informações podem ser visualizadas no Quadro 35. Quadro 35 – Variância residual (valores não padronizados) Variável Estimador Erro Estimador/Erro p Des5 -0,013 999.999 999.999 999.999 Diante deste cenário, optou-se pela exclusão desta variável, gerando assim, um modelo final. De acordo com Brei e Neto (2006) este procedimento é o adequado, uma vez que, este tipo de informação provavelmente não apresentaria convergência no modelo ou resultaria em informações inadequadas. Os índices de ajuste, após eliminação da variável Des5, são apresentados no Quadro 36. Quadro 36 – Índices de ajuste do modelo geral de mensuração Índice X² X² / df p CFI TLI RMSEA Valores Modelo Final 989,770 (df=716) 1,382 0,000 0,917 0,910 0,050 Valores Esperados <3 > 0,05 > 0,900 > 0,900 < 0,10 Em análise aos índices, pondera-se que todos se mantiveram com bons ajustes e, em alguns casos, com melhores do que com o modelo anterior. Desta forma, tomando por base os índices de ajuste o modelo encontra-se habilitado para ser executado. Para plena certeza da consistência do modelo, foi gerada uma estrutura com as cargas fatoriais padronizadas de cada um dos indicadores, visando analisar a constância dos mesmos e seu poder de resposta. Identificou-se que os coeficientes ficaram acima de 0,450 conforme recomendação de Hair et al. (2009). Tal representação gráfica pode ser visualizada na Figura 25. 49 Figura 25 – Modelo final com cargas fatoriais 1 e2 1 Exr2 e3 Exr3 ,541 ,505 1 e5 1 e6 1 e7 1 e8 1 Exr5 Exr6 Exr7 Ext1 ,728 ,766 ,879 ,783 e9 Ext2 e10 e11 1 1 Ext3 Ext4 ,650 ,800 ,830 e12 e13 1 1 Ext5 ,724 Ext6 ,557 AMBIDESTRIA 1 e2 Pro2 1 ,677 ,613 e3 Pro3 1 ,858 e4 1 PROSPECTOR Inc1 Pro4 1 ,576 ,684 e8 Inc6 Pro8 ,707 Inc7 ,678 1 Ana4 e4 1 Ana5 e5 1 e8 Ana8 ,669 ,596 ,595 INCERTEZA AMBIENTAL ANALISTA ,659 ,560 ,582 ,592 ,584 ,686 1 e5 Def5 Def7 ,701 e7 1 e8 Def8 1 e2 Rea1 1 e3 ,590 ,611 -,539 REATIVO Rea4 1 Inc9 Inc10 Inc11 Inc12 Inc13 Inc15 -,461 1 e8 ,719 DEFENSOR Rea2 e4 Inc8 ,802 1 -,654 Rea6 DESEMPENHO ,840 ,888 Des1 Des2 1 e1 1 e2 ,732 ,741 ,901 Des3 Des4 1 1 e3 e4 Des6 1 e6 e1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 e6 e7 e8 e9 e10 e11 e12 e13 e15 50 Diante deste cenário, este modelo foi considerado como ajustado para a realização dos testes sobre as hipóteses apresentadas no capítulo 2. 4.5 Teste das Hipóteses O conjunto de hipóteses, apresentadas no capítulo 2, foi testado usando o estimador de robustez dos minímos quadrados ponderados (WLSMV). Destaca-se que este método é o recomendado quando na base se encontram dados binários (BROWN, 2006; MUTHÉN; MUTHÉN, 2010). Na intenção de proporcionar uma melhor apresentação visual das relações testadas na sequência, Quadro 37, são apresentadas as hipóteses, os coeficientes padronizados, o nível de significância, a forma de associação e o resultado final. Quadro 37 – Resumo do teste de hipóteses HIPÓTESE H1a H1b H1c H1d H2a H2b H2c H2d H3 H4a H4b H4c H4d H5a H5b H5c H5d H6a H6b H6c H6d H7 COEFICIENTE 0,497 -0,200 0,221 0,309 0,501 0,079 0,041 -0,066 0,573 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 p 0,000 0,037 0,045 0,035 0,000 0,516 0,636 0,555 0,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 ASSOCIAÇÃO Positiva Negativa Positiva Positiva Positiva Positiva Positiva Negativa Positiva Media Media Media Media Media Media Media RESULTADO Confirmada Confirmada Confirmada Confirmada Confirmada Não Confirmada Não Confirmada Não Confirmada Confirmada Confirmada Não Confirmada Não Confirmada Não Confirmada Confirmada Confirmada Confirmada Confirmada Confirmada Não Confirmada Não Confirmada Não Confirmada Confirmada 51 Com base nestas informações, a seguir serão evocadas cada uma das hipóteses para melhor comparação entre o pressuposto e os achados no tratamento estatístico dos dados. H1a: O comportamento estratégico prospector tem relação com a ambidestria organizacional. Esta hipótese foi confirmada. Identificou-se que existe uma relação positiva entre o comportamento estratégico prospector e a ambidestria organizacional (0,497), significante a α=0,05 (p=0,000 < α = 0,05). H1b: O comportamento estratégico defensivo tem relação com a ambidestria organizacional. Esta foi confirmada. Averiguou-se que o comportamento estratégico defensivo se relaciona negativamente com a ambidestria organizacional (-0,200), sendo significante a p=0,05 (p=0,037 < α = 0,05). H1c: O comportamento estratégico analista tem relação com a ambidestria organizacional. Esta hipótese foi confirmada. O comportamento estratégico analista possui relação positiva com a ambidestria organizacional (0,221), ressaltando-se que existe significância para a confirmação desta constatação (p=0,045 < α=0,05). H1d: O comportamento estratégico reativo tem relação com a ambidestria organizacional. Esta hipótese foi confirmada. O comportamento estratégico reativo possui relação positiva com a ambidestria organizacional. Este resultado vai de encontro as constatações de diversas pesquisas que apontam que esta tipologia é um insucesso em termos de formulação de estratégia, a exemplo de Miles e Snow (1978) e Ribeiro, Rossetto e Verdinelli (2011). Esta constatação instiga novas pesquisas, pois 52 para o desenvolvimento da ambidestria, se pressupõe um processo de formulação de estratégia, distante, segundo a teoria, da orientação reativa. Com relação às hipóteses H1a, H1b, H1c, H1d, observa-se que foi possível constatar que os comportamento estratégicos prospector, analista e reativo possuem relação positiva com a ambidestria. Em contrapartida, o comportamento defensivo se relaciona inversamente com os processos ambidestros das indústrias vinícolas brasileiras. Diante deste cenário, observa-se que os resultados sobre o comportamento prospector e analista coadunam com os estudos de Miles e Snow (1978) e Gimenez (1997). Estas pesquisas apontam para o relacionamento entre estes comportamentos e o processo ambidestro das organizações. Já com relação ao comportamento reativo, os resultados contradizem os ensinamentos de Miles e Snow (1978), March (1991), Ribeiro, Rossetto e Verdinelli (2011). De acordo com March (1991) o processo ambidestro deve ser pensado e fazer parte das estratégias da empresa, o que não ocorre quando a orientação reativa é adotada pelo gestor (MILES; SNOW, 1978; RIBEIRO; ROSSETTO; VERDINELLI, 2011). Em contrapartida, Conant, Mokwa e Varadarajan (1990) e Gimenez (1999) destacam que esta tipologia é irregular, transitória, orientada por crises e desarticulada. Este cenário assemelha-se ao vivenciado pelas indústrias vinícolas atualmente, conforme nota de esclarecimento em defesa do vinho brasileiro emitida pela IBRAVIN, UVIBRA, FECOVINHO e SINDIVINHO (2012). H2a: O comportamento estratégico prospector tem relação com o desempenho organizacional. Constatou-se que o comportamento estratégico prospector tem relação positiva (0,501), sendo significante a α=0,05 (p=0,000 < α=0,05). Assim, esta hipótese foi confirmada. H2b: O comportamento estratégico defensivo tem relação com o desempenho organizacional. 53 Após a realização dos testes verificou-se que esta hipótese não foi confirmada. O comportamento estratégico defensivo possui relação positiva com o desempenho organizacional (0,079), porém esta afirmativa não é significante (p=0,516 > α=0,05), convencionando sua não confirmação. H2c: O comportamento estratégico analista tem relação com o desempenho organizacional. Em consonância com a hipótese anterior, esta, também, não foi confirmada. Observa-se que a mesma possui relação positiva (0,041), contudo sem significância em relação a α=0,05 (p=636 > α=0,05). H2d: O comportamento estratégico reativo tem relação com o desempenho organizacional. Esta hipótese não foi confirmada. Foi possível identificar que esta tipologia possui relação negativa com o desempenho (-0,066), porém sem significância (p=0,555 > α=0,05). Assim, presume-se que por ser considerada uma tipologia que busca a solução paliativa dos problemas organizacionais, o desempenho acaba ficando as margens das decisões do gestor. De acordo com Miles e Snow (1978), é característico a este tipo de comportamento a falta de um conjunto de mecanismos de respostas consistentes para colocar em execução em um ambiente de mudanças, afetando diretamente o resultado organizacional, quando imerso em um cenário destes. Ademais, esta análise recebe suporte dos achados de Hambrick (1983), Gimenez (1997) e Ribeiro, Rossetto e Verdinelli (2011). Analisando as hipóteses H2a, H2b, H2c e H2d, observa-se que somente o comportamento estratégico prospector relaciona-se com o desempenho. Esta constatação é coerente com os estudos de Conant, Mokwa e Varadarajan (1990) e Gimenez et al. (1999, p. 61), pois o desempenho das indústrias vinícolas, também, foi analisado considerando o desempenho no mercado e volume de vendas, que segundo os autores é relacionado com o comportamento prospector. Por outra ótica, em nada é contestado o estudo de Miles e Snow (1978), pois os mesmos em momento algum afirmaram qual a tipologia que direciona um melhor 54 desempenho organizacional. Neste mesmo contexto, a sugestão de Hambrick (1983) de que outros estudos procurando identificar qual a tipologia melhor se emprega para a obtenção de uma performance superior, continua atualizada. H3: A ambidestria organizacional tem relação com o desempenho organizacional. Em análise aos resultados do teste da hipótese, conclui-se que a mesma foi confirmada. Observa-se que a ambidestria possui relação positiva com o desempenho organizacional (0,573) e significante a α=0,05 (p=0,000 < α=0,05). Desta forma, quanto maior a ambidestria das vinícolas brasileira maior será o desempenho das mesmas. Não obstante, grafa-se que este resultado é compatível com os estudos de March (1991), He e Wong (2004), Jansen (2005), Barkema e Drogendijk (2007) e Han e Celly (2008). Se por um lado este achado aponta para um resultado gratificante, por outro, O’Reilly III e Tushman (2010) afirmam que o maior desafio é a perpetuação deste processo ao longo do tempo. Como não foram encontrados estudos similares neste segmento, para efeito de comparação, não pode-se afirmar se estes posicionamentos se mantém há algum tempo, ou se espelham uma situação presentânea, assim, não se pode declarar se os desafios maiores já foram, ou não, superados e se a sustentabilidade da relação entre a ambidestria e o desempenho está fortalecida. H4a: A ambidestria comportamento media estratégico a relação prospector entre o e o desempenho organizacional. De acordo com Vieira (2008) a mediação ocorre quando a variável mediadora bloqueia ou reduz o valor da variável anterior (independente). Se existir bloqueio de todo o efeito, o processo é conhecido como mediação completa ou pura, tornando a relação não significativa. 55 Após a realização dos testes verificou-se que esta hipótese foi confirmada. A ambidestria media a relação entre o comportamento prospector e o desempenho (p=1,000 > α=0,05). H4b: A ambidestria media a relação entre o comportamento estratégico defensivo e o desempenho organizacional. Tendo em vista que a hipótese H2b não confirmou relação entre o comportamento defensivo e desempenho (p=0,516 > α=0,05), a mediação desta relação não pode ser realizada. Desta maneira esta hipótese não foi confirmada. H4c: A ambidestria media a relação entre o comportamento estratégico analista e o desempenho organizacional. Os resultados da hipótese H2c, não confirmando a relação entre o comportamento analista e o desempenho (p=0,636 > α=0,05), fazem com que não seja possível testar a mediação entre estes construtos. Diante deste contexto, esta hipótese não foi confirmada. H4d: A ambidestria media a relação entre o comportamento estratégico reativo e o desempenho organizacional. Esta hipótese não foi confirmada. Através dos resultados do teste realizado sobre a hipótese H2d não foi possível confirmar a relação entre o comportamento reativo e o desempenho (p=0,555 > α=0,05), sendo impossibilitada a realização de testes sobre esta hipótese. No tocante as hipóteses H4a, H4b, H4c e H4d, com exceção da primeira, todas não foram confirmadas. Os resultados apontam para a necessidade dos gestores prospectores das indústrias vinícolas atentarem para as ações ambidestras, como variável interveniente no desempenho de suas organizações. 56 Valendo-se dos ensinamentos de Smith e Tushman (2005), pode-se afirmar que os gestores com comportamento prospector devem considerar a disseminação, na equipe funcional, dos processos cognitivos de diferenciação e integração dos produtos e serviços, para a manutenção de um desempenho superior. Ainda, Jansen, Bosch e Volberda (2006) destacam que, os gestores que possuem este comportamento devem observar a configuração da estrutura organizacional evitando uma gestão centralizada e informal, pois estas poderão acarretar em baixo desempenho organizacional. Assim, gestores de indústrias vinícolas devem favorecer a formação de equipes onde alguns integrantes tenham diferentes tempos de empresa e experiências de vida (BECKMAN, 2006). Dixon, Meyer e Day (2007) reforçam que os gestores devam mesclar posturas autoritárias com participativas. A primeira favorecendo a exploração e a segunda a explotação, e com isto alcançando um melhor desempenho da organização. Os resultados destas hipóteses remetem, segundo Rothaermel e Alexandre (2009), a ideia de que os gestores das empresas vinícolas devam possuir alta capacidade de absorção, ou seja, reconhecimento, assimilação e aplicação um novo conhecimento para obtenção de um desempenho superior a concorrência. H5a: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico prospector e a ambidestria organizacional. Com base na análise dos resultados do teste da hipótese, conclui-se que a mesma foi confirmada. Assim, a incerteza media a relação entre o comportamento prospector e ambidestria (p=1,000 > α=0,05). H5b: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico defensivo e a ambidestria organizacional. 57 Em consonância com a hipótese anterior, esta, também, foi confirmada. Observa-se que a incerteza ambiental media a relação entre o comportamento defensivo e a ambidestria (p=1,000 > α=0,05). H5c: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico analista e a ambidestria organizacional. Após a realização dos testes verificou-se que esta hipótese foi confirmada. A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico analista e a ambidestria organizacional (p=1,000 > α=0,05). H5d: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico reativo e a ambidestria organizacional. Esta hipótese foi confirmada. Registra-se que a incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico reativo e a ambidestria organizacional (p=1,000 > α=0,05). Tendo em vista que a ambidestria foi positivamente correlacionada com o desempenho (H3), que a incerteza é mediadora da relação entre o comportamento prospector, defensivo e analista e reativo com a ambidestria, assinala-se que os gestores com estas orientações devem estar atentos a falta de informação sobre os fatores ambientais, ao desconhecimento do resultado de uma decisão específica e a incapacidade de atribuir probabilidades com algum grau de confiança (DUNCAN, 1972). Lorenzi, Sims Jr. e Solocum Jr. (1981) alertam estes gestores para o fato de que as medidas generalizadas sobre incerteza ambiental são muito mais suscetíveis à influência de características individuais e devem, desta forma, ser utilizadas com precaução ou pelo menos com amplo conhecimento do indivíduo. Assim, quanto maior o controle sobre a dependência de recursos, menor será a incerteza causada pelo ambiente (KOBERG, UNGSON, 1987; KOBERG, 1987). 58 Ainda, como as empresas de micro e pequeno porte, neste estudo representam 90% da amostra, Matthews e Scott (1995) e Lang, Calantone e Gudmundson (1997) destacam que as pequenas empresas geralmente têm menor expertise gerencial para interpretar o ambiente do que as grandes empresas, tendendo a serem menos seguras nas suas opções de resposta para a incerteza. H6a: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico prospector e o desempenho organizacional. Em análise aos resultados do teste da hipótese, conclui-se que a H6a foi confirmada. Assim, a incerteza media a relação entre o comportamento prospector e o desempenho organizacional (p=1,000 > α=0,05). H6b: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico defensivo e o desempenho organizacional. Tendo em vista que a hipótese H2b não confirmou que o comportamento defensivo tem relação com o desempenho (p=0,516 > α=0,05), está hipótese não pode ser testada e, por conseguinte, não confirmada. H6c: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico analista e o desempenho organizacional. Em consonância com a hipótese anterior, esta, também, não foi confirmada. Ressalta-se que não foi identificada relação entre o comportamento analista e o desempenho, vide H2c (p=0,636 > α=0,05). H6d: A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento estratégico reativo e o desempenho organizacional. 59 Esta hipótese não foi confirmada. Observa-se que não foi possível identificar (H2d) que o comportamento reativo tem relação com o desempenho (p=0,555 > α=0,05). Desta maneira, a mediação da incerteza nesta relação é injustificada. O comportamento estratégico prospector possui suas ações sobre o desempenho, mediados pela incerteza. Galaskiewicz e Shatin (1981) destacam que a formação de alianças estratégicas pode auxiliar estes gestores a amenizar os efeitos da incerteza ambiental, favorecendo o desempenho da organização. Além disto, a tecnologia da informação deve ser utilizada como mecanismo para maior consciência das tendências ambientais e redução da distorção das incertezas (SABHERWAL; KIRS, 1994; MANGALISO, 1995). Ademais, a utilização do carisma do gestor também é apresentada como um mecanismo de gestão da incerteza ambiental (WALDMAN et al., 2001). Em complemento ao pensamento de Galaskiewicz e Shatin (1981), Beckman, Haunschild e Phillips (2004), destacam que os gestores devem reforçar suas redes, formando alianças e bloqueios adicionais com parceiros da aliança existente. Seguindo esta linha de raciocínio observa-se o papel das entidades de classe (IBRAVIN, UVIBRA, FECOVINHO e SINDIVINHO), responsáveis por muitas negociações de mercado, legais e políticas do setor, como, por exemplo, no estabelecimento dos preços mínimos para a uva industrial e processos de salvaguarda comercial dos produtos vinícolas nacionais. H7: A incerteza ambiental media a relação entre ambidestria e o desempenho organizacional. Em análise aos resultados do teste da hipótese, conclui-se que a H7 foi confirmada. Assim, a incerteza ambiental media a relação entre a ambidestria e o desempenho organizacional (p=1,000 > α=0,05). Estes resultados corroboram com o entendimento de Grant e Baden-Fuller (2004) e Jansen, Bosch e Volberda (2006). Seguindo esta lógica, Grant e BadenFuller (2004) destacam que a formulação de alianças estratégicas favorecem a ambidestria a obter melhores resultados, amenizando os efeitos da incerteza. 60 Visto que a ambidestria é correlacionada com o desempenho (H3), e esta relação é mediada pela incerteza, Barkema e Drogendijk (2007) e Voss, Sirdeshmukh e Voss (2008), alertam para o fato de que se esta não for mensurada e controlada, corre-se o risco de o resultado apresentar-se ineficiente. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo buscou cooperar com os estudos da área de estratégia, em especial na formulação das mesmas, coincidindo construtos que as permeiam. Desta forma, estudou-se a ligação entre o comportamento do gestor, ambidestria organizacional e desempenho, sendo mediadas pela incerteza gerada pelo ambiente, especificamente em empresas vinícolas brasileiras. No intuito de atender ao objetivo geral proposto, algumas dificuldades tiveram que ser superadas no decorrer do estudo. Dentre estas barreiras, destaca-se a construção de um modelo estatístico que conseguisse abarcar a realidade teórica e empírica das organizações vinícolas, objeto do estudo, além da identificação de um software com condições técnicas e fiáveis para o pleno desenvolvimento deste arcabouço. Embora, as escalas utilizadas para a mensuração do modelo tenham sido adaptadas de outros estudos, já validados, a sua associação aos outros construtos demandou ajustes estatísticos que não fugissem da teoria embasadora. Desta forma, a conjectura das escalas validadas em diferentes campos teóricos, unificadas em um modelo para análise do processo de formação de estratégias do setor vinícola, pode ser creditada como uma contribuição do presente estudo. Não obstante acredita-se, também, que outra colaboração tenha se dado com a ampliação da utilização de um instrumento de mensuração do comportamento estratégico, tipicamente utilizado sem a robustez multivariada devido a sua característica qualitativa, que neste estudo foi analisado valendo-se de uma base binária e com relações multivariadas. Para o atendimento do objetivo do trabalho de correlacionamento entre o comportamento estratégico e a ambidestria, foi desenvolvida uma matriz binária e correlacionada com as práticas de exploração e explotação da indústria vinícola. Os resultados da análise dos indicadores demonstraram que os comportamentos prospector, analista e reativo dos gestores das organizações vinícolas possuem 61 relação positiva com a ambidestria. Ainda no tocante ao comportamento do gestor, foi identificada relação negativa entre o comportamento defensivo e a ambidestria. Outro propósito do trabalho foi o de correlacionar comportamento estratégico e desempenho organizacional. Neste quesito, foram encontradas correlações positivas entre os comportamentos prospector e o desempenho das empresas vinícolas. Com relação aos comportamentos defensivo, analista e reativo, não foram encontradas relações com o desempenho. Identificou-se que a ambidestria possui relação positiva com o desempenho. Desta maneira, pode-se afirmar que proporcionalmente ao investimento no processo ambidestro das empresas vinícolas, equidade na exploração e explotação de seus produtos e serviços, será o resultado das mesmas. Desta maneira, uma das formas de as empresas vinícolas sobressaírem as dificuldades que o setor se depara, é através do investimento na capacidade ambidestra da organização. Outro objetivo deste trabalho foi o de examinar o efeito mediador da ambidestria sobre a relação comportamento estratégico e desempenho organizacional. Ao realizar esta verificação constatou-se que a ambidestria media a relação entre o comportamento prospector e o desempenho. O mesmo não se pode afirmar com relação ao comportamento defensivo, analista e reativo. Desta maneira, o alcance de um desempenho favorável pela indústria vinícola é predito por determinada tipologia de comportamento com a interveniência da percepção da incerteza ambiental. Quando se averiguou os efeitos mediadores da incerteza ambiental sobre o comportamento estratégico e a ambidestria observou-se que estes são existentes para os comportamentos prospector, defensivo, analista e reativo. Não obstante, verificou-se, também, que a incerteza ambiental é mediadora das relações entre os comportamentos prospector e o desempenho das organizações. Observa-se que não pode-se confirmar o mesmo sobre o comportamento defensivo, analista e reativo. Ainda, verificou-se que a incerteza ambiental percebida pelos gestores exerce mediação entre a ambidestria e o desempenho. Por fim, tem-se a convicção da resolução do problema de pesquisa, identificado no início deste trabalho, onde a resposta é a de que a tipologia defensiva tem relação negativa com a ambidestria, em contrapartida o 62 comportamento prospector, analista e reativo se relaciona positivamente. Já o comportamento prospector é o único que possui relação com o desempenho organizacional (positiva). A ambidestria possui relação com o desempenho. A incerteza ambiental media a relação entre o comportamento prospector e o desempenho; comportamentos prospector, defensivo, analista e reativo e ambidestria; e ambidestria e desempenho organizacional. Ainda, identificou-se que a ambidestria media a relação entre o comportamento prospector e o desempenho organizacional. 5.1 Limitações Alguns foram os aspectos que limitaram o âmbito de análise desta pesquisa, gerando angustias durante o processo de investigação. Dentre estas condições, destaca-se o tamanho da amostra. Esta restrição impossibilitou outras configurações de modelo de equações estruturais testando, por exemplo, a intervenção de outras variáveis externas, devido à fragilidade do poder de presunção estatística que, muito provavelmente, impossibilitaria o processamento pelo software, devido à insuficiência de casos em comparação a complexidade do modelo. Outra limitação da amostra refere-se a não segmentação por produto comercializado (vinho a granel ou garrafa, este fino ou de mesa), o que poderia gerar resultados diferenciados por empresa segregada aos seus produtos. Todavia, existe dificuldade neste processo, vez que muitas organizações não trabalham apenas com um tipo de produto e/ou não possuem normalidade na produção individual devido ao favorecimento do preço, optando por um ou outro produto, na época da sua comercialização. Ademais, contempla-se também como restrição do estudo a falta de generalização da amostra, por esta ser por conveniência, devido ao acesso as empresas, majoritariamente localizadas no estado do Rio Grande do Sul. Por fim, registra-se o fato da base utilizada para a análise dos tipos de comportamento estratégico ser binária, o que gerou algumas limitações em termos de análise. 63 5.2 Recomendações Esta pesquisa gerou algumas importantes conclusões, todavia, a mesmas levam à formulação de outros direcionamentos que possibilitam fazer algumas ponderações para o prosseguimento deste tipo de estudo. Desta forma, a seguir apresentam-se algumas sugestões, tendo em vista os resultados obtidos. Considerando as dificuldades encontradas na modelagem da matriz binária das tipologias de comportamento estratégico, recomenda-se a aplicação deste modelo substituindo o instrumento de coleta de dados e/ou a tipologia utilizada, como por exemplo, pela orientação estratégica de Tan e Litschert (1994), e assim, verificar sob diferentes ângulos os resultados no mesmo setor. Além deste aspecto, o estimador poderia ser modificado, contornando a obrigatoriedade de utilização de apenas um método, como é o caso da matriz binária. Ademais, continua latente a necessidade de desenvolvimento de estudos que apontem qual a tipologia está orientada para o maior desempenho organizacional. A realização de equações estruturais com esta mesma base de dados, dividindo o construto ambidestria em exploração e explotação e a incerteza ambiental em seus diversos clusters, emerge como nova possibilidade de pesquisa. Tendo em vista que após a realização da pesquisa o setor passou, e está passando, por diferentes mudanças de ordem política e legal, por conta da circular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), publicada no diário oficial da união em 15/03/2012, que averigua a necessidade de aplicação de medidas de salvaguardas sobre as importações brasileiras de vinhos, recomenda-se, caso providências neste sentindo sejam tomadas, que em um período breve o setor seja novamente estudado comparando os resultados com o desta pesquisa. Por oportuno, alvitra-se para investigações posteriores a aplicação desta pesquisa em outros países que também possuam produção vitivinícola, a exemplo da Argentina, Uruguai e Chile, entre outros, comparando com os resultados identificados no presente estudo. 64 REFERÊNCIAS ABRAMSON, N. R.; AI, J. X. Praticsing relationship marketing in southeast Asia: reducing uncertainty and improving performance. 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Promover uma discussão sobre estratégia empresarial, caracterizada como estratégia envolvendo ampla e, mais ou menos simultânea, mudança no padrão das decisões tomadas por uma organização, no conceito de estratégia empresarial, ser promulgada com alguma frequência por todas as empresas, se o seu comportamento a longo prazo é conservador ou inovador. Demonstrar a viabilidade e utilidade de categorizar as empresas dentro de uma indústria em grupos estratégicos com base em suas estratégias pretendidas. Discutir os pontos de vista existentes e abordagens para o planejamento e desenvolvimento de sistemas de informação e propor um quadro de contingência para a discussão de metodologias de planejamento selecionadas, tendo por base as várias dimensões da postura estratégica. Mostrar como as diferenças de desempenho (crescimento de vendas e ROI) para as unidades de negócios com estratégias genéricas de Porter de liderança em custo total e diferenciação, associadas com as diferenças organizacionais. Descrever o paradigma emergente do comportamento estratégico. Testar empiricamente a relação entre as estratégias de marketing e a tipologia de Miles e Snow (1978). RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... Desempenho Estratégia empresarial Grupos estratégicos Planejamento SI Desempenho Paradigma emergente Marketing OBJETO 164 empresas METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X N.S.A. 22 empresas X X N.S.A. 69 empresas X X N.S.A. 279 pessoas X X 93 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Wright (1987) Das (1987) Robinson Jr e Pearce II (1988) Chrisman, Hofer e Boulton (1988) Hurst, Rush e White (1989) Covin e Slevin (1989) Segev (1989) Lant e Mezias (1990) Conant, Mokwa e Varadarajan (1990) OBJETIVO Sugerir um refinamento do modelo de Porter. Examina o papel da orientação futura de membros da organização no plano estratégico planejamento empresarial Examinar o papel moderador de sofisticação de planejamento sobre a estratégia e o desempenho. Apresentar um novo esquema de classificação, construída com base nos trabalhos de Porter e Abell, como um primeiro passo para desenvolvimento de um "ótimo" sistema de classificação da estratégia. Explicar um modelo de gestão criativa, que vai além da gestão estratégica convencional, e identificar o comportamento da alta gestão, necessários para a renovação permanente de seus negócios. Identificar o contraste entre as posturas estratégicas e as estruturas da organização associados com alto desempenho tanto em ambientes hostis quanto em benignos. Realizar uma síntese das tipologias de Miles e Snow (1978) e Porter (1980). Explorar a eficácia de várias estratégias empresariais em organizações estabelecidas quando são confrontados com uma reestruturação fundamental do seu ambiente. Desenvolver e testar uma nova escala multi-item para operacionalizar a tipologia de Miles e Snow (1978). RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... Refinamento do modelo de Porter Planejamento estratégico Planejamento e desempenho OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso N.S.A. X 207 pessoas X 60 empresas X Sistema de classificação N.S.A. X Gestão criativa N.S.A. X Estrutura ambiente organizacional Síntese Ambiente Escala de medida e 344 empresas X 25 pessoas X 150 empresas simuladas X 47 pessoas X 94 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Zahra e Pearce II (1990) Covin (1991) Thomas, Litschert e Ramaswany (1991) Schneider e Meyer (1991) Powel (1992) Golden (1992) Miller e Dess (1993) OBJETIVO Analisar estudos empíricos que utilizaram a tipologia de Miles e Snow (1978) Identificar semelhanças estratégicas gerais e as diferenças entre pequenas empresas empreendedoras e conservadoras e identificar alguns dos padrões de comportamento estratégico utilizado por essas empresas. Além disto, o estudo se propõe a identificar os níveis de desempenho associados com esses padrões estratégicos. Desenvolver um modelo teórico que explique o impacto do ajuste entre as características da alta gestão, orientação estratégica sobre o desempenho organizacional. Compreender como as percepções de incerteza e comportamento no ambiente organizacional de uma dada cultura nacional influenciam o controle estratégico (interpretação e resposta a questões estratégicas). Integrar duas perspectivas, testando o desempenho financeiro das consequências do alinhamento organizacional, no contexto com os efeitos da indústria, participação de mercado e estratégia. Fornecer uma nova compreensão da relação entre empresas e suas filiais Avaliar o modelo de Porter (1980) em termos de precisão e simplicidade. METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... OBJETO Evidenciação da tipologia de Miles e Snow 17 estudos Desempenho 111 empresas X Características do executivo e desempenho organizacional 224 empresas X 303 pessoas X Desempenho 113 empresas X Estratégia das filiais 496 filiais X Avaliação do modelo de Porter (1980) 200 empresas X Percepção de incertezas X 95 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO O’Farrell, Hitchens e Moffat (1993) Carter et al. (1994) Kotha e Vadlami (1995) Heijltjes, Witteloostuijn e Sorge (1996) Peng e Heath (1996) Gunz e Jalland (1996) Corea (1996) OBJETIVO Revisar a literatura sobre fontes de vantagem competitiva em negócios de serviços com ênfase sobre o papel da reputação como um meio de diferenciação e, em seguida, considerar o relacionamento entre a estratégia genérica e desempenho. Identificar se os padrões de estratégias de novos empreendimentos caracterizam certas indústrias e se alguns padrões são mais prevalentes em alguns setores do que em outros. Examinar as estratégias destinadas de um grupo de gestores, a fim de avaliar qual das duas tipologias (PORTER, 1980 ou MINTZBERGER, 1988) consegue captar melhor o seu ambiente competitivo. Examinar a relação entre o tipo de estratégia de gestão de recursos humanos e a estratégia genérica. Explorar a interação entre instituições e organizações no contexto das transições de economias planificadas para economias de mercado, a fim de ilustrar a diversidade entre as organizações que operam em diferentes ambientes. Examinar um conjunto de ramos da literatura que ligaram carreira e comportamento estratégico e propor um modelo que defina um conjunto de proposições gerais. Desenvolver e testar uma nova escala multi-item para operacionalizar a tipologia de Miles e Snow (1978). RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... Vantagem competitiva desempenho e OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso 83 empresas X Padrões de estratégia 2500 empresas X Ambiente 160 empresas X Gestão de recursos humanos 20 empresas X Ambientes N.S.A. X Carreira N.S.A. X Escala de medida 21 pessoas X 96 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Geletkanycz (1997) Nakano (1997) Gimenez (1997) Elenkov (1997) Carneiro, Cavalcanti e Silva (1997) Gimenez (1998) Gimenez et al. (1999) Beal e Yasai-Ardekani (2000) OBJETIVO Examinar a influência dos valores culturais no executivo com mente aberta para a mudança. Discutir aspectos de posturas tecnológicas, utilizando tipologias encontradas na literatura. Descrever a estrutura cognitiva adotada por dirigentes de pequenas empresas na análise de seus ambientes competitivos e identificar padrões de escolhas estratégicas em diferentes ramos de atividades - com diferentes níveis de turbulência ambiental - que pudessem ou não ser associados a preferências cognitivas. Examinar a relação entre as percepções de incerteza estratégica e ambiental e os comportamentos mentais de percepção. Discutir as opiniões de diversos autores de renome, os quais têm apresentado críticas, complementos e refinamentos a esta tipologia básica (Porter). Descrever as estruturas cognitivas adotadas pelos dirigentes de pequenas empresas na administração estratégica de seus negócios. Identificar as estratégias competitivas adotadas pelos dirigentes. Examinar as consequências no desempenho, ao alinhar experiências administrativas funcionais com estratégias competitivas genéricas. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... Mudança Comparação entre modelos Estrutura cognitiva e ambiente Percepção de incertezas Críticas sobre o modelo de Porter Escolhas estratégicas Estratégias competitivas Desempenho e experiências administrativas funcionais OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso 1540 pessoas X 8 empresas X 33 pessoas X 141 empresas X X N.S.A. X 33 pessoas X 107 empresas X 101 pessoas X 97 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Rossetto (2000) Pérola e Gimenez (2000) Slater e Olson (2001) Scherer e Löbler (2000) Lima e Lezana (2000) Brown, Davidsson e Wiklund (2001) OBJETIVO Descrever, através de um estudo multicaso, o comportamento estratégico de três empresas da Indústria da Construção Civil – Setor de Edificações (ICCSE). Identificar as estratégias competitivas adotadas pelos dirigentes de lojas varejistas de shopping-centers de Maringá - PR, bem como sua possível associação com os estilos cognitivos destes dirigentes. Examinar a relação entre as múltiplas práticas da gestão da força de vendas e o desempenho de acordo com as tipologias de Miles e Snow (1978). Identificar qual tipo de comportamento estratégico é predominantemente adotado por organizações de médio porte da indústria de plásticos de Santa Catarina, confrontando o modelo teórico de Miles e Snow (1978) com a realidade observada nas organizações estudadas, bem como caracterizar, estruturalmente, as empresas, descrever e analisar as dimensões que caracterizam o comportamento estratégico, segundo a visão dos dirigentes pesquisados. Desenvolver uma metodologia de diagnóstico e intervenção no sistema gerencial das pequenas empresas. Descrever um novo instrumento para operacionalização conceituação Stevenson. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... OBJETO 3 empresas METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X Estratégias competitivas 84 empresas X Gestão da força de vendas 278 empresas X Caracterização estrutural 31 empresas X Sistema gerencial Empreendedorismo N.S.A. 1.233 empresas X X 98 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Costa e Silva (2002) Hambrick (2003) Vieira (2003) Cochia e Machado-daSilva (2004) Ferreira e Ramos (2004) OBJETIVO Detectar, por meio de revisão bibliográfica, se realmente é possível caracterizar as decisões estratégicas das empresas, e, por conseguinte, seu desempenho superior, por meio de um modelo de tipologias de estratégias genéricas. Desenvolver um comentário acadêmico sobre a tipologia de Miles e Snow (1978). Apresentar a articulação de elementos determinantes na gestão administrativa de pequenas empresas. Verificar de que maneira os esquemas interpretativos dos dirigentes de pequenas empresas dos setores de vestuário e de alimentos no Estado do Paraná atuaram como mediadores das estratégias de ação dessas organizações, em face das pressões técnicas e institucionais do contexto ambiental, no período compreendido entre 1998 e 2001. Relacionar estilos cognitivos com preferências estratégicas por meio da sobreposição da taxonomia de tipos estratégicos de Miles e Snow com a escala de adaptação-inovação de Kirton. A maior ênfase é dada para a pequena empresa, pois nela o dirigente é normalmente o único responsável pela tomada de decisão, e a sua personalidade pode estar refletida em suas escolhas, afetando diretamente os rumos estratégicos da organização. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... Análise critica Análise (1978) sobre Processo de competências Pressões institucionais Miles Snow formação técnicas Estilos cognitivos de e OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso N.S.A. X N.S.A. X N.S.A. X 72 empresas N.S.A. X X 99 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Olson, Slater e Hult (2005) Degenhardt e Mañas (2005) Vasconcelos, Guedes e Cândido (2005) OBJETIVO Testar um modelo de ajuste, como a moderação, que postula que, em geral desempenho da empresa é influenciado pela forma como as características estruturais da organização de marketing (ou seja, a formalização, centralização e especialização) e estratégicas ênfases comportamentais (ou seja, cliente, concorrente, inovação e controle de custos) complementam estratégias alternativas de negócio (prospector, analisador, baixo custo defensor, e defensor diferenciado). Pesquisar se o modelo de estratégia competitiva de Miles e Snow, um dos mais empregados pela Academia, é suficientemente abrangente bem como confirmando essa afirmação de que é possível o entendimento complexo da realidade conforme sugere Genelot e sua obra. Identificar as estratégias competitivas adotadas pelos empresários do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) de Campina Grande-PB, bem como sua possível associação com os estilos cognitivos dos mesmos. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... Características estruturais da empresa Complexidade Estilos cognitivos OBJETO 228 pessoas METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X N.S.A. 82 empresas X X 100 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Muniz e Silva (2005) Lopes Jr. e Souza (2005) Mattos (2006) Bernardes (2006) Fontanelle, Hoeltgebaum e Silveira (2006) Correa e Campos (2006) OBJETIVO Analisar a ocorrência da estratégia no contexto empreendedor, os aspectos relacionados à caracterização dessa estratégia e o detalhamento do processo pelo qual ela é formulada e executada, ou seja, explicar como é o comportamento estratégico da organização empreendedora, seus diferenciais e limitações. Construção e validação de um instrumento de medida da atitude empreendedora, bem como a mensuração dessa atitude em proprietários-gerentes de pequenas empresas de varejo. Compreender a forma como os prestadores de serviços logísticos se adaptam ao ambiente competitivo do ponto de vista de suas estratégias competitivas. Integrar a análise das especificidades da pequena empresa, o papel fundamental do empreendedor e a importância do contexto organizacional. Encontrar uma relação entre as características comportamentais empreendedoras do franqueado e o desempenho da empresa franqueada. Avaliar a competitividade do setor de restaurantes self-service no sul de Minas, através da intensidade das cinco forças competitivas na percepção dos empresários do setor. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Contexto empreendedor N.S.A. Atitude empreendedora 687 empresas X Adaptação ambiental 324 empresas X Papel empreendedor 40 pessoas Comportamento empreendedor 44 empresas Competitividade 59 empresas X X X X 101 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Slater, Olson e Hult (2006) Caldas, Vasconcelos e Cândido (2007) Brunaldi, Jungles e Gimenez (2007) Glasenapp et al. (2007) Feitoza e Cândido (2007) Toni e Milan (2008) OBJETIVO Testar a explicação de poder de um modelo abrangente de real formação estratégica de formação de capacidade de desempenho relacionando o contexto da orientação estratégica da empresa. Analisar um consórcio de empresas de base tecnológica, a partir das características de redes interorganizacionais propostas por Hoffmann et al. (2004), comparando a situação atual da rede com a situação ideal, para o segmento de empresas de base tecnológica com atuação em Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs). Compreender se as decisões estratégicas nas pequenas empresas da indústria da Construção Civil - Setor Edificações (ICCSE) estão relacionadas com o estilo cognitivo de seus dirigentes. Elucidar a evolução das diferentes decisões estratégicas ocorridas no período de 1985 a 2005 e como elas se desenvolveram a partir da percepção da coalizão dominante. Identificar os tipos de estratégias adotadas pelas empresas hoteleiras de João Pessoa (PB) baseadas na classificação proposta por Miles e Snow. Identificar como os denominados elementos ocultos, como é o caso dos modelos mentais e das competências dos empreendedores, podem contribuir para o desempenho organizacional. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... OBJETO Estratégia de formação de capacidade de desempenho 380 pessoas Tipologias de redes 77 empresas Mudanças estratégicas 1 empresa Desempenho X 1 rede tecnológica Decisões estratégicas Tipologias de rede METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X X X 27 pessoas 2 pessoas X X 102 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO Ramos, Ferreira e Gimenez (2008) Lamberg et al. (2009) Schmidt e Bohnenberger (2009) Teixeira, Rossetto e Carvalho (2009) Nassif et al. (2010) Almeida, Antonialli e Gomes (2011) Gardelin, Rossetto e Verdinelli (2011) Ribeiro, Rossetto e Verdinelli (2011) OBJETIVO Identificar a influência da cognição do dirigente na construção do ambiente competitivo de organizações de pequeno porte. Investigar a consistência estratégica no comportamento competitivo, propondo um modelo consistente da evolução, fornecendo um argumento causal para ligar um nível de consistência estratégica de sobrevivência a longo do tempo da organização. Construção e validação de um instrumento para medição do perfil empreendedor e sua relação com o desempenho organizacional. Verificar a relação entre o ambiente e o comportamento estratégico adotado pelos Administradores de Hotéis em Florianópolis, SC. Identificar os aspectos que interferem na ação, no comportamento e na gestão estratégica de empreendedores. Conhecer o comportamento estratégico de mulheres empresárias. Examinar o relacionamento entre o comportamento estratégico e a incerteza ambiental na percepção dos gestores. Analisar o relacionamento dos recursos da organização quanto ao seu comportamento estratégico na percepção dos gestores das lojas de material de construção. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Estilo cognitivo 35 empresas X Consistência estratégica 19.248 anúncios X Instrumento para medição 1.113 pessoas X 22 empresas X Ambiente Aspectos de interferência 51 pessoas Comportamento feminino. 75 pessoas X Percepção das incertezas 53 empresas X Visão baseada em recursos (RBV) 76 empresas X X X 103 APÊNDICE A – Bibliométrica: comportamento estratégico (continuação) ESTUDO OBJETIVO RELAÇÃO REALIZADA ENTRE COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO E... Propor um novo método para atribuir, às organizações que forem estudadas, os comportamentos estratégicos do Verdinelli e Escobar modelo de Miles e Snow (1978) quando Escala de medida (2011) se utiliza para o levantamento de dados o instrumento multi-itens de criado por Conant et al. (1990). * Não foram considerados os livros de Miles e Snow (1978) e Porter (1980) OBJETO 188 empresas METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X **N.S.A. = Não se aplica 104 APÊNDICE B – Bibliométrica: ambidestria ESTUDO Duncan (1974) March (1991) Levinthal e March (1993) Lewin, Long e Carroll (1999) Danneels (2002) Lee, Lee, Lee (2003) OBJETIVO Apresentar um modelo para concepção de organizações inovadoras, concentrando-se tanto na estrutura como no processo. Argumentar que os processos adaptativos, refinando explotação mais rapidamente do que a exploração tendem a se tornar eficazes no curto prazo, mas auto-destrutivos a longo prazo. Examinar os processos de aprendizagem experiencial como instrumentos de inteligência organizacional. Esboçar uma teoria alternativa de coevolução da organização-ambiente (McKelvey 1999) que generaliza um modelo de adaptação da organização proposta pela primeira vez em March (1991), ligando ao nível da empresa de exploração e explotação as daptações às mudanças na população organizacional. Analisar a forma como a inovação dos produtos contribui para a renovação da empresa através da sua relação dinâmica e recíproca com as competências da empresa. Analisar as condições em que a exploração de uma tecnologia nova e incompatível, favorece o crescimento da empresa, na presença de externalidades da rede de trabalho. METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso RELAÇÃO REALIZADA ENTRE AMBIDESTRIA E... OBJETO N.S.A. N.S.A. X Aprendizagem organizacional N.S.A. X N.S.A. X N.S.A. X Capacidades parcerias internas e Conhecimento e desenvolvimento de produtos Adaptação organizacional Desempenho 5 empresas 100 simulações de mercado X X 105 APÊNDICE B – Bibliométrica: ambidestria (continuação) ESTUDO Garcia, Calantone e Levine (2003) Özsomer e Gençtürk (2003) Holmqvist (2004) Rothaermel e Deeds (2004) He e Wong (2004) Beckman, Haunschild e Phillips (2004) Grant e Baden-Fuller (2004) OBJETIVO Apresentar um sistema de visão dinâmica de decomposição de P&D, esforços em atividades exploratórias e de explotatórias e os resultados do conhecimento específico e desempenho desde a decisão de concentrar em um tipo de atividade ou de outra. Desenvolver um modelo incorporando a aprendizagem exploratória e explotatória de dois recursos que precisam ser alimentados e geridos de forma eficaz em subsidiárias. Analisar a dinâmica de explotação e exploração nos processos de aprendizagem intra e interorganizacionais. Propor um caminho de desenvolvimento de produto começando com a exploração de alianças e que concluindo com a explotação de alianças levando a produtos no mercado. Testar a hipótese da ambidestria, examinando como a exploração e a explotação, em conjunto, influenciam o desempenho da empresa no contexto de empresas e inovação tecnológica. Abordar o tema da mudança de rede interorganizacional, explorando os fatores que afetam a escolha de parceiros de alianças ou de bloqueio. Apresentar uma teoria de alianças estratégicas que se concentra sobre o papel das alianças estratégicas e no acesso aos recursos de conhecimento de outras empresas. METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso RELAÇÃO REALIZADA ENTRE AMBIDESTRIA E... OBJETO Diversidade organizacional e visão compartilhada N.S.A. X Utilização de recursos N.S.A. X Inovação 1 empresa Aprendizagem organizacional 325 empresas X Alianças estratégicas 206 empresas X Incerteza e alianças 300 empresas X Alianças com parceiros N.S.A. X X X 106 APÊNDICE B – Bibliométrica: ambidestria (continuação) ESTUDO Mavondo, Chimhanzi e Stewart (2005) Smith e Tushman (2005) Jansen, Bosch e Volberda (2006) Lavie e Rosenkopf (2006) Beckman (2006) Cao, Maruping e Takeuchi (2006) Miller, Zhao e Calantone (2006) Gupta, Smith e Shalley (2006) O’Reilly III e Tushman (2007) OBJETIVO Investigar as relações entre orientação para aprendizagem (LO), orientação para o mercado (MO), práticas de recursos humanos (HRPs), inovação e sua associação com o desempenho organizacional. Desenvolver um modelo de gestão das contradições estratégicas associado com o paradoxo cognitivo dos altos dirigentes e/ou suas equipes. Examinar as relações entre os antecedentes organizacionais, inovação exploratória e explotatória, moderadores pelo ambiente, e o desempenho financeiro. Estudar se a capacidade de absorção e a inércia organizacional, que impõem pressões conflitantes para exploração e explotação no que diz respeito à função de cadeia de valor das alianças, os atributos de parceiros e as posições dos parceiros da rede. Identificar se o tempo de empresa da equipe influencia na exploração e explotação empresarial. Fornecer uma perspectiva de redes sociais sobre as implicações da sucessão CEO, volume de negócios e capacidades organizacionais. Apresentar uma revisão (simulação) ampliando o modelo de March. Revisar a bibliografia sobre exploração e explotação. Identificar o conjunto de proposições que sugerem como a ambidestria atua como capacidade dinâmica. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE AMBIDESTRIA E... OBJETO Orientação para o mercado, aprendizagem, inovação e recursos humanos 220 empresas Conhecimento externo METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X N.S.A. X Inovação 283 empresas X Inovação 22 empresas X Turnover CEO 141 empresas X Problemas multi-estágios N.S.A. X Ligações organizacionais N.S.A. X Inovação N.S.A. X Capacidade dinâmica N.S.A. X 107 APÊNDICE B – Bibliométrica: ambidestria (continuação) ESTUDO Kane e Alavi (2007) Dixon, Meyer e Day (2007) Cegarra-Navarro (2007) Barkema e Drogendijk (2007) Güttel e Konlechner (2007) Lin, Yang e Demirkan (2007) OBJETIVO Investigar os efeitos da tecnologia da informação (TI) na exploração e explotação na aprendizagem organizacional (OL). Explorar as variações organizacionais e suas causas, com foco em processos de aprendizagem e o desenvolvimento de novas capacidades. Analisar a importância relativa da memória de relacionamento, como uma ponte entre exploração e explotação dos processos e seus efeitos sobre a criação de capital do cliente. Argumentar que as empresas podem entrar em ambientes estrangeiros, seja de forma incremental, como sugerido pela teoria há muito estabelecida, ou tomando passos maiores que podem resultar em menor desempenho inicial, mas, através da aprendizagem e experiência, levar a um melhor desempenho em futuras expansões. Investigar as capacidades dinâmicas em organizações ambidestras que permitem essas organizações lidar com demandas ambientais contraditórias e preservar a sua capacidade de conciliar a exploração e explotação em simultâneo. Analisar os desafios da ambidestria e compreender as condições limite em que tal abordagem ambidestra vai ajudar a melhorar o desempenho da empresa. METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso RELAÇÃO REALIZADA ENTRE AMBIDESTRIA E... OBJETO Aprendizagem organizacional 1 empresa X Gestão do conhecimento 4 empresas X Alianças estratégicas 139 empresas X Equipe funcional 83 empresas X Capacidades dinâmicas 1 empresa Aprendizagem interpessoal 95 empresas X X X 108 APÊNDICE B – Bibliométrica: ambidestria (continuação) ESTUDO Yalcinkaya, Calantone e Griffith (2007) Mom, Bosch e Volberda (2007) Sidhu, Commandeur e Volberda (2007) Curado (2008) Dhifallah, Chanal e Defélix (2008) Harryson, Dudkowski e Stern (2008) Li e Lin (2008) Im e Rai (2008) OBJETIVO Obter uma maior compreensão da conversão dos recursos da empresa de exploração e explotação e da influência dessas capacidades da empresa sobre os resultados da empresa. Desenvolver e testar hipóteses sobre a influência da entrada de conhecimento sobre gestores gerentes atividades de exploração e explotação. Desenvolver e validar uma medida operacional do conceito de exploração e explotação. Captar as percepções da gestão do conhecimento e capital intelectual no setor bancário. Oferecer uma perspectiva descritiva e abrangente das práticas de gestão de recursos humanos em organizações ambidestras. Combinar teorias sobre a organização de redes, inovação e transferência, criação e Transformação do conhecimento. Considerar que uma empresa pró-ativa e responsiva, orientadas para o mercado é capaz de alinhar o desenvolvimento radical (exploratório) inovações com inovações incrementais (explotatótio) para realizar a ambidestria organizacional. Examinar se a condição de contorno para o aprendizado ambidestro pode ser ampliado para as empresas ao longo prazo através das relações. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE AMBIDESTRIA E... Inovação de desempenho produto OBJETO 111 empresas X Aprendizagem organizacional 104 gestores X Aprendizagem organizacional 85 empresas X Redes externas 9 empresas X Recursos Humanos 2 empresas X Visão baseada em recursos (RBV) 1 empresa X Aprendizagem organizacional 227 empresas X 314 pessoas X Internacionalização e METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X 109 APÊNDICE B – Bibliométrica: ambidestria (continuação) ESTUDO Han e Celly (2008) Voss, Sirdeshmukh e Voss (2008) Jansen et al. (2008) Andriopoulos e Lewis (2009) Revilla, RodriguezPrado e Prieto (2009) Rothaermel e Alexandre (2009) Groysberg e Lee (2009) Jansen et al. (2009) OBJETIVO Propor que, uma vez desenvolvidas, a capacidade de ambidestria estratégica permite novos empreendimentos internacionais alcançarem um desempenho superior e sustentável. Examinar como a folga de recursos interage com avaliação da ameaça ambiental e influencia sobre a exploração e explotação de produtos. Explorar o papel dos atributos da liderança da equipe sênior e o comportamento conciliatório de interesses conflitantes entre os membros da equipe para o alcance da ambidestria organizacional. Desenvolver um modelo mais abrangente de empresas ambidestras que lideram a indústria de design de produto. Explorar como a TI influencia as bases de conhecimento em desenvolvimento de produto - mais especificamente conhecimento de exploração e explotação. Desenvolver e testar um modelo teórico que liga a ambidestria a terceirização tecnológica, visando o desempenho da empresa. Examinar o desempenho dos analistas de segurança, considerados ‘estrelas’, quando em novas empresas no processo de exploração explotação. Examinar a relação entre a diferenciação estrutural e ambidestria. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE AMBIDESTRIA E... OBJETO Alianças estratégicas Inovação de desempenho Fluxo do organizacional produto e conhecimento METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso 77 empresas X 163 pessoas X 89 empresas X Alianças estratégicas 5 empresas Inovação 80 empresas X 141 pessoas X Gestão do conhecimento e capital intelectual 24 empresas X Relacionamento interorganizacional 230 empresas X Orientação para mercado X 110 APÊNDICE B – Bibliométrica: ambidestria (continuação) ESTUDO Cao, Gedajlovic e Zhang (2009) Su, Tsang e Peng (2009) Prieto, Revilla e Rodriguez-Prado (2009) Tan e Zeng (2009) Vanhaverbeke et al. (2009) Bourgeois III, Damanpour e Santoro (2009) Wang e Rafiq (2009) Fang e Levinthal (2009) Taylor e Helfat (2009) OBJETIVO Descompactar a ambidestria em duas dimensões: dimensão de ambidestria equilibrada (BD) e dimensão de ambidestria combinada (CD). Desenvolver um modelo integrador que liga o impacto dos recursos internos e parcerias externas do produto e inovação de processos. Elucidar as conexões entre a gestão do conhecimento (KM) e o desenvolvimento de produtos como um processo de conhecimento intensivo. Examinar a utilização de recursos e implicações no desempenho ao longo do tempo em um ambiente em transformação institucional. Estudar o efeito de uma empresa focal e ações de seus parceiros de aliança local na criação de inovações tecnológicas. Examinar várias condições organizacionais que influenciam a capacidade de uma empresa para aplicar o conhecimento externo para inovações exploratórias e explotatórias. Estudar as tensões pertinentes à explotação e exploração a partir da perspectiva da aprendizagem organizacional. Mostrar que o comportamento exploratório tem um valor muito além do seu papel na revisão crenças. Desenvolver um quadro conceitual. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE AMBIDESTRIA E... Desempenho empreendimentos internacionais OBJETO novos METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso 122 empresas X 84 pessoas X Alianças de inovação 80 projetos X Atributos equipe Não Especifica das X Tecnologia da informação 116 empresas X Terceirização tecnológica 180 empresas X Recursos ambientais e incertezas Tensões centrais Capacidade tecnológica flexibilidade estratégica Experiência interna e externa e N.S.A. X N.S.A. X N.S.A. X 111 APÊNDICE B – Bibliométrica: ambidestria (continuação) ESTUDO Raisch et al. (2009) Zhou e Wu (2010) Hoang e Rothaermel (2010) Fang, Lee e Schilling (2010) Datta (2011) Scandelari e Cunha (2011) *N.S.A. = Não se aplica OBJETIVO Discutir as quatro tensões central em maior detalhe (diferenciação e integração individual ou organizacional; a estática versus dinâmica; interna versus externa). Examinar o papel da capacidade tecnológica na inovação de produtos. Discutir hipótese de que a experiência de aliança explotatória tem efeitos positivos sobre o desempenho do projeto de P&D, enquanto que a experiência de exploração aliança tem efeitos negativos. Defender que uma organização dividida em semi-isoladas subgrupos pode ajudar a encontrar o equilíbrio entre exploração e explotação. Explorar a literatura para construir um modelo integrador dos antecedentes, mediadores e moderadores de comercialização. Estudar a relação entre a ambidestria e o desempenho ambiental das organizações. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE AMBIDESTRIA E... OBJETO Design estrutural METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso N.S.A. X Desempenho profissional 192 empresas X Estrutura organizacional 412 projetos X 1 empresa X Equilíbrio ambidestro combinação ambidestra e Redes, capacidade de absorção e fatores ambientais Desempenho ambiental N.S.A. 131 empresas X X 112 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental ESTUDO Ducan (1972) Huber, O’Connell e Cummings (1975) Kochan (1975) Lev (1975) Jones (1977) Hederson e Nutt (1978) Blau e McKinley (1979) Spekman (1979) OBJETIVO Identificar as características do ambiente que contribuem para a tomada de decisão em ambientes incertos. Identificar a relação entre informação do ambiental (carregada e especifica) e grupos estruturais na percepção da incerteza ambiental. Estudar um aspecto específico da negociação coletiva de uma perspectiva interorganizacional (energia). Examinar, através da teoria do portfólio, se os processos de entrada e saída das organizações possuem relação com a incerteza ambiental. Identificar o nível de intensidade administrativa em empresas de manufatura. Relacionar estágios de planejamentos e modos de geração de informação com os níveis de complexidade ambiental. Considerar o impacto de ideias sobre os resultados organizacionais. Examinar as pessoas com o papel de limite de poder (BRP’s) como agentes de influência e investigar os aspectos de suas relações com os componentes com os quais eles interagem regularmente durante a execução de seus trabalhos. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Características 22 grupos de decisão X Informação ambiental e grupos estruturais 144 pessoas X Negociação interorganizacional 228 cidades X Teoria do portfólio 260 empresas X Intensidade administrativa 32 empresas X Planejamento e sistemas informação N.S.A. X Complexidade e inovação. 152 empresas X Limite do poder 20 empresas X 113 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Kopp e Litschert (1980) Weed e Mitchell (1980) Ford (1981) Schoorman, Bazerman e Atkin (1981) Lorenzi e Sims Jr. (1981) Galaskiewicz e Shatin (1981) Boulton et al. (1982) OBJETIVO Identificar as relações entre a resposta de armazenamento (tempo parcial, trabalhadores temporários) e variações na tecnologia de núcleo, incerteza ambiental percebida e tamanho da organização. Investigar as causas e conseqüências de dois tipos de incerteza (ambientais e comportamentais). Identificar empiricamente os fatores de contexto que estão relacionados com comportamento do líder, extensão e natureza dessa relação. Desenvolver uma revisão da literatura sobre direções convergentes, procurando revelar as características que têm sido usadas para descrever bloqueios. Identificar se os indivíduos são capazes de perceber com precisão incerteza ambiental. Investigar a hipótese de que em condições de incerteza ambiental, líderes de organizações irão estabelecer relações de cooperação com base em suas próprias relações pessoais, na proximidade ou a sua filiação em grupos de status. Investigar a relação entre práticas de longo alcance do planejamento estratégico e condições ambientais da empresa. METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO Resposta de armazenamento, variações tecnológicas, tamanho da organização 44 empresas X 64 pessoas X 445 funcionários e 25 gerentes X Incerteza ambiental e comportamental Comportamento do líder Literatura sobre bloqueios N.S.A. X Percepção 76 alunos X Liderança 181 organizações X Planejamento estratégico 103 organizações X 114 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Hitt, Ireland e Palia (1982) Leblebici e Salancik (1982) Miller e Friesen (1983) Miller e Friesen (1984) Bourgeois III (1985) Miller e Dröge (1986) Tushman e Anderson (1986) OBJETIVO Analisar as relações entre as estratégias das grandes empresas industriais e as percepções do dirigente máximo quanto ao significado e relação da estratégica de diferentes funções organizacionais. Investigar a relação das mudanças ao longo do tempo na Câmara de Comércio de Chicago com relação a incerteza dos preços futuros de commodities e volume de operações futuras. Investigar a extensão em que mudanças ambientais estão associadas com mudanças na estratégia e seu reflexo no desempenho. Explorar os variados estágios da organização e estabelecer as sequencias naturais entre eles, descrevendo suas características de estratégia, estrutura, meio ambiente e estilo de tomada de decisão. Investigar a relação entre a percepção dos gestores de alto nível sobre as incertezas, as estruturas de meta corporativa e a volatilidade da indústria para explicar o desempenho econômico. Avaliar as relações da personalidade do CEO e as variáveis de contingência tradicionais com estrutura de organização. Investigar os padrões de mudança tecnológica e seu impacto nas condições ambientais. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Estratégia de diferentes funções organizacionais OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso 249 organizações X Não informado X Estratégia 36 organizações X Ciclo de vida corporativa 36 organizações X Estrutura de metas corporativas, volatilidade da indústria e desempenho 20 empresas e 99 gestores X Personalidade do CEO, variáveis de contingência e estrutura da organização 93 empresas X Mudanças tecnológicas Não especificado X Mudanças ao longo do tempo nas operações da Câmara de Comércio de Chicago 115 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Ireland et al. (1987) McCabe (1987) Milliken (1987) Stearns, Hoffman e Heide (1987) Koberg e Ungson (1987) Koberg (1987) Kay e Diamantopoulos (1987) OBJETIVO Identificar se as avaliações da empresa e seu ambiente variam de forma sistemática e substancialmente com o nível gerencial. Avaliar os concorrentes em relação aos pontos de vista entre a incerteza ambiental e a estrutura do grupo comprador em um contexto de compra única. Revisar a literatura sobre incerteza ambiental para ilustrar os problemas e inconsistências na conceituação e avaliação do construto. Examinar as relações entre as diferentes condições ambientais, dependências interorganizacionais e desempenho. Examinar os efeitos conjuntos da percepção de incerteza ambiental e dependência de recursos sobre a estrutura e desempenho de duas organizações diferentes. Investigar os efeitos da incerteza ambiental e a escassez de recursos em interação com a estrutura organizacional em cinco grandes categorias de ajustamentos organizacionais: procedimentos, pessoal, processo, estruturais e estratégicos. Contribuir para a compreensão das questões estratégicas, desenvolvendo uma abordagem conceitual para a análise da estratégia corporativa. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Nível gerencial 56 gerentes e 3 organizações X Concorrentes e estrutura do grupo comprador 34 organizações X Problemas e inconsistências N.S.A. X Dependências interorganizacionais e desempenho 145 estações de TV X Dependência de recursos sobre a estrutura e desempenho 88 escolas e 300 unidades pretolíferas X Escassez de recursos em interação com a estrutura organizacional 88 escolas X Estratégia N.S.A. X 116 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Swamidass e Newell (1987) Miller, Dröge e Toulouse (1988) Shrader, Mulford e Blackburn (1989) Kukalis (1989) Boyd (1990) Priem (1990) Chow e Haddad (1991) Schneider e Meyer (1991) Gul (1991) OBJETIVO Investigar o impacto da incerteza ambiental sobre o conteúdo das estratégias de manufatura e de processos e a influência na estratégia de produção e desempenho do negócio. Construir e testar um modelo causal que integre construções da personalidade do CEO, conteúdo de estratégia, estrutura, meio ambiente, e processo da estratégia. Analisar as relações de planejamento estratégico e desempenho. Investigar as relações entre várias empresas, características e de alguns parâmetros de projeto de planejamento estratégico. Determinar, através de um modelo, se os conselhos de administração respondem a diferentes tipos de incerteza ambiental. Desenvolver uma teria de consenso e desempenho. Testar o efeito da avaliação de desempenho relativo na aversão ao risco das decisões de investimento delegadas. Compreender a relação entre a percepção do ambiente e organização, interpretações dos acontecimentos e a resposta estratégica. Examinar os efeitos de interação de sistemas de gestão de contabilidade e a percepção da incerteza ambiental na percepção de gerentes de pequenas empresas e seu desempenho. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Estratégia e desempenho 35 organizações X Personalidade do CEO, conteúdo de estratégia, estrutura e processo de estratégia 77 organizações X Planejamento estratégico e desempenho 97 organizações X Planejamento estratégico 115 organizações X Conselhos de administração 147 organizações X Alta gestão, consenso e desempenho N.S.A. X Avaliação de desempenho 48 pessoas X Interpretação dos acontecimentos e a resposta estratégica 303 pessoas X Sistemas de contabilidade e desempenho 42 pessoas X 117 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Alexander (1991) Gerloff, Muir e Bodensteiner (1991) Russell e Russell (1992) Sabherwal e King (1992) Sawyerr (1993) Kren e Kerr (1993) Miller (1987) OBJETIVO Analisar as relações de controle entre as sedes corporativas de empresas multidivisionais e suas divisões operacionais e as condições em que essas relações mudaram. Verificar a capacidade de percepção de incerteza ambiental das escalas existentes. Testar um modelo para mensuração do processo de gestão da inovação, especialmente as normas organizacionais para a inovação, e examinaram sua relação com a inovação em combinação com medidas de estrutura organizacional e ambiente. Estudar a relação do processo de tomada de decisão com o contexto, incluindo o ambiente externo a estrutura organizacional e a função do sistema de informação. Investigar a relação entre a percepção de incerteza ambiental e exploração do comportamento de verificação ambiental do CEO de indústrias da Nigéria. Analisar os efeitos das características do sistema de controle e percepção da incerteza ambiental sobre a utilização relativa de compensação do desempenho do contingente. Desenvolver e testar a confiabilidade de um instrumento para medir a percepção dos gestores sobre a incerteza. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Controle entre as sedes e divisões operacionais 97 organizações X Escalas de percepção 118 pessoas X Gestão da inovação e estrutura organizacional 77 pessoas X Processo de tomada de decisão 81 pessoas X Comportamento do CEO 47 pessoas X Sistemas de controle 80 pessoas X Sistema de medição 497 pessoas X 118 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Umanath, Ray e Campbell (1993) Germain, Dröge e Daugherty (1994) Tan e Litschert (1994) Gibbs (1994) Sabherwal e Kirs (1994) OBJETIVO Relatar os resultados de um experimento de laboratório concebidos para testar alguns dos resultados analíticos obtidos por Basu et al. (1985) e Lal e Srinivasan (1988) acerca da concepção dos planos de remuneração ideal. Testar um modelo das relações entre incerteza ambiental, just-in-time (JIT) de venda e as dimensões da estrutura organizacional. Explorar a relação estratégia-ambiente e suas implicações no desempenho de uma economia planificada em transição. Mostrar que as atividades gerenciais estão relacionadas diretamente às características ambientais e tecnológicas da subunidade. Este estudo analisa as implicações de desempenho de alinhamento entre fatores critos de sucesso (CSF) e fonte de competência, capacidade tecnológica da organização da informação (TI). RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Plano de remuneração OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso 79 pessoas X JIT em vendas e dimensões da estrutura organizacional 183 organizações X Estratégia 180 organizações X Tecnologia e funções gerenciais 138 pessoas X Fatores críticos de sucesso, fontes de competência, capacidade tecnológica 71 pessoas X 119 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Ganesan (1994) Buchko (1994) Kumar, Scheer e Steenkamp (1995) Matthews e Scott (1995) Mangaliso (1995) Werner, Brouthers e Brouthers (1996) OBJETIVO O primeiro objetivo é examinar os antecedentes da orientação em longo prazo de ambos os varejistas e fornecedores em um canal de relacionamento contínuo. Em segundo lugar, identificar as principais dimensões de confiança e investigar seus efeitos sobre a orientação a longo prazo. Em terceiro lugar, avaliar o varejista e o fornecedor separadamente perspectivas de longo prazo orientação e discutir os pontos comuns e diferenças entre as duas perspectivas. Analisar as propriedades das medidas da escala de Miles e Snow sobre a percepção de incerteza ambiental. Analisar o papel da justiça do fornecedor no desenvolvimento de relacionamentos de longo prazo entre os relativamente pequenos e vulneráveis, e maiores revendedores, fornecedores poderosos. Examinar a relação entre a percepção de incerteza ambiental e de planejamento estratégico e operacional em uma amostra de pequenas empresas e empreendedores. Investigar o impacto das variáveis contextuais da descentralização e da incerteza ambiental sobre a utilidade estratégica das informações de gestão na percepção de gestores. Avaliar a consistência interna da dimensionalidade e medida de Miller (1993). RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Canal de relacionamento e confiança 176 pessoas X Escala de Miles e Snow 137 pessoas X Justiça do fornecedor 706 organizações X Planejamento estratégico e operacional 130 organizações X 65 pessoas X 80 organizações X Descentralização e estratégia de informação Medida de Miller (1993) 120 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Reed, Lemark e Montgomery (1996) Damanpour (1996) Lang, Calantone e Gudmundson (1997) Dickson e Weaver (1997) Chong e Chong (1997) Bajawa, Rai e Ramaprasad (1998) Kumar e Seth (1998) OBJETIVO Considerar a administração pela qualidade total (TQM) em relação à orientação firme e identifica vantagem de mercado, eficiência, design de produto, eficiência do processo e a confiabilidade do produto. Desenvolver e testar as teorias que explicam a variação na relação da complexidade da inovação organizacional. Estudar as relações entre as percepções dos gerentes de pequenas empresas de seus ambientes e seus comportamentos de busca de informações. Examinar os efeitos diretos sobre a percepção da incerteza ambiental e os efeitos moderadores das orientações do gerente principal na determinação do uso da aliança. Analisar o papel dos sistemas de gestão de contabilidade (MAS) e o projeto sobre a relação entre: (1) unidade de negócios estratégicos da estratégia (SBU) e desempenho SBU e (2) a incerteza ambiental percebida (PEU) sobre o desempenho SBU. Apresentar um modelo de uma abordagem chamada em tempo real definição, em que a empresa adapta seu processo de definição do produto para o mercado e ambiente competitivo. Analisar as condições de controle e execução de novas empresas. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Administração pela qualidade total OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso N.S.A. X Complexidade da inovação organizacional 67 organizações X Comportamento de busca de informações 671 organizações X Aliança 433 organizações X 62 pessoas X Sistemas de gestão da contabilidade Novos produtos Novos empreendimentos N.S.A. 64 organizações X X 121 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Abramson e Ai (1998) Bhattacharya, Krishnan e Mahajan (1998) Jap (1999) Boisot e Child (1999) Miller e Shamsie (1999) Luo (1999) Vickery, Calantone e Dröge (1999) Buvik e John (2000) OBJETIVO Comparar a natureza preferida nos relacionamentos comprador-vendedor no sudeste da Ásia com a literatura de marketing sobre relacionamentos comprador-vendedor. Apresentar um modelo de uma abordagem chamada de definição em tempo real, em que uma empresa se adapta seu processo de definição do produto para o mercado e ambiente competitivo. Entender melhor como estrategicamente os resultados são obtidos nas relações compradorfornecedor Discutir as organizações como sistemas adaptativos que tem que coincidir com a complexidade de seus ambientes Explorar o impacto dos três tipos de incerteza de Milliken (1987) sobre a simplicidade na linha de produtos, especificamente sobre a gama de variações de um produto que a firma oferece. Analisar o ambiente e a estratégia chinesa para as pequenas empresas com foco no município. Examinar as dimensões de flexibilidade da cadeia de suprimentos e suas relações com a incerteza do ambiente, desempenho dos negócios e as interfaces funcionais. Analisar a coordenação vertical como uma resposta à incerteza externa. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Relacionamentos compradorvendedor Novos produtos OBJETO 103 organizações METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X N.S.A. Relações compradorfornecedor 321 pessoas Sistemas adaptativos N.S.A. X X X Tipologias de Milliken (1987) 7 organizações X Pequenas empresas 63 organizações X Cadeia de suprimentos, desempenho e interfaces funcionais 65 organizações X Coordenação vertical 161 organizações X 122 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Zhang e Doll (2001) Claycomb, Dröge e Germain (2001) Waldman et al. (2001) Sarkar, Echambadi e Harrison (2001) Luo (2001) Malnight (2001) Simon et al. (2002) Greve (2002) Li e Atuahene-Gima (2002) OBJETIVO Explorar e, com a inexatidão, definir a vantagem e desvantagem (causa) e uma visão clara da equipe (efeito), e elementos da reunião de fundação com efeito de sucesso no desenvolvimento de novos produtos (NPD). Propor e testar um modelo do efeito condicional do processo de conhecimento aplicado no desempenho do mercado. Examinar sistematicamente os efeitos da liderança transacional do CEO carismático na lucratividade da empresa, tanto em ambientes percebidos, com, em incertos. Investigar o efeito da aliança proativa no desempenho da empresa baseada no mercado. Analisar diferentes fatores determinantes da capacidade de resposta local como percebida pelos gestores subsidiária MNE em um ambiente dinâmico. Investigar a natureza e a extensão da mudança organizacional no contexto da globalização. Estudar o desempenho de produtos pioneiros. Estudar um modelo de simulação do nível de aspiração de aprendizagem e mudança estratégica sob incerteza. Analisar o papel das características da empresa e os fatores ambientais na formação de alianças entre empresas. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Desenvolvimento de novos produtos OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso N.S.A. X Processo de conhecimento e desempenho 210 organizações X Liderança transacional e carisma do CEO 210 pessoas X 182 empresas X Capacidade de resposta 168 subsidiárias X Mudança organizacional 2 empresas X Produtos pioneiros 51 empresas X Aliança Aprendizagem Alianças N.S.A. 184 organizações X X 123 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Luo (2002) Jones e Ryan (2002) Kreiser e Marino (2002) Hough e White (2003) Tegarden, Sarason e Banbury (2003) Joshi e Campbell (2003) Luo e Tan (2003) McGee e Sawyerr (2003) OBJETIVO Analisar os fatores ambientais e organizacionais que influenciam uma empresa multinacional na exploração de capacidade e construção em um mercado complexo estrangeiro. Propor um modelo de contingência das práticas de gestão da qualidade, pela qual a orientação de gestão da qualidade, processo de escolha, e a incerteza do ambiente são as variáveis de contextualização. Analisar sistematicamente o desenvolvimento histórico da incerteza. Explorar o dinamismo ambiental como preditor contingente da relação entre tomada de decisões estratégicas e desempenho da empresa. Investigar o impacto dos processos de estratégias diferentes em diferentes dimensões da empresa por desempenho e o papel do ambiente nesses relacionamentos. Fornecer uma explicação para a ambiguidade de longa data sobre a relação entre o dinamismo ambiental e real governança internacional. Analisar as configurações de entre um conjunto de atributos de integralidade contratuais e um conjunto de condições ambientais. Analisar a relação entre a percepção estratégica percebida (PSU), análise ambiental, e as fontes de informação utilizadas pelos proprietários-gerentes de pequenas industriais de alta tecnologia. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Capacidades organizacionais OBJETO 167 subunidades METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X Gestão da qualidade N.S.A. X Desenvolvimento histórico N.S.A. X Tomadas de decisões 400 decisões simuladas X Processos de estratégia 314 pessoas X Governança relacional 221 organizações X Novos empreendimentos internacionais 109 empresas X 153 pessoas X Análise ambiental e fatores de informação 124 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Gilley, Mcgree, Rasheed (2004) Callanan (2004) Hough e White (2004) Cochia e Machado-daSilva (2004) Jansen, Rotondaro e Jansen (2005) Siggelkow e Rivkin (2005) OBJETIVO Investigar como é percebido o ambiente dinâmico e administração com aversão ao risco influencia as empresas de industriais com atividades terceirizadas. Revisar as bases conceituais para as estruturas em equipe, discutir os desafios relacionados com a liderança, avaliar as implicações para a gestão organizacional e membros individuais da equipe. Explorar a relação entre mudança ambiental e de gestão de varredura do ambiente externo e interno no âmbito da tomada de decisões estratégicas. Verificar de que maneira esquemas interpretativos dos dirigentes de pequenas empresas dos setores de vestuário do Estado do Paraná atuaram como mediadores das estratégias de ação dessas organizações em face às pressões técnicas e institucionais do contexto ambiental. Tratar a relação entre ambiente de competição, incertezas, ameaças e oportunidades percebidas, com foco em pequenas e médias empresas. Identificar como ambientes turbulentos e complexos afetam o design adequado e formal das organizações. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Aversão ao risco Liderança OBJETO 86 empresas METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X N.S.A. X Análise ambiental interna e externa 172 pessoas X Interpretação e estratégia 72 organizações X Ameaças e oportunidades percebidas 1 organização Design organizacional 1 simulação X X 125 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Gosselin (2005) Desarbo et al. (2005) Lee, Lin e Pai (2005) Jorissen et al. (2005) Babakus, Yavas e Haahti (2006) OBJETIVO Avaliar em que medida as organizações estão colocando mais ênfase em medidas não-financeiras em seus sistemas de medição de desempenho, usando novas abordagens, tais como o Balanced Scorecard e que medidas estão sendo alinhadas com os fatores contextuais, tais como estratégia e organização estrutura. Introduzir uma nova metodologia quantitativa para derivar tipologias estratégicas. Uma tentativa de resolver algumas destas críticas levantadas contra a tipologia de Miles e Snow longo dos anos. Examinar a influência de fatores ambientais (incerteza ambiental e influência dos parceiros comerciais) e fatores organizacionais (relacionamento entre CEO/CIO e maturidade da internet baseada IOS) nos sistemas organizacionais baseados na internet (HOS), no sucesso do planejamento e desempenho. Analisar o impacto de não controlar a amostra demográfica e diferenças em resultados de pesquisas na área de empresas familiares comparando com empresas não familiares. Desenvolver e testar empiricamente modelo que descreve as relações entre incerteza ambiental percebida, a rede interna e externa e o desempenho das exportações. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Sistema de medição de desempenho, estratégia e estrutura da organização 101 organizações X Tipologia Miles e Snow 709 organizações X Fatores organizacionais 202 pessoas X Empresas familiares e nãofamiliares 839 organizações X Rede interna e externa e desempenho 257 pessoas X 126 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Lester et al. (2006) Akhter e Robles (2006) Fink, Edelman e Hatten (2006) Carmeli e Tishler (2006) Beugre, Acar e Braun (2006) Agle et al. (2006) Krishnan, Martin e Noorderhaven (2006) OBJETIVO Examinar a existência de prestígio na da alta administração no momento de um IPO. Explicar considerações que afetam a propensão para colaborar nos mercados internacionais. Testar a aquisição e produção de benefícios de desempenho das estratégias de trocas relacionais em diferentes níveis de incerteza ambiental. Analisar o efeito que nove competências de gestão da alta administração (persuasão, capacidade administrativa, fluência na língua, o conhecimento sobre as tarefas do grupo, diplomacia e tato, habilidades sociais, a criatividade, habilidades conceituais, e inteligência) têm sobre o desempenho das empresas industriais. Analisar o impacto do ambiente externo sobre a emergência de formas específicas de liderança transformacional. Relatar os resultados de um estudo sobre as relações entre a liderança carismática estratégica, desempenho organizacional e a incerteza ambiental. Examinar como a incerteza modera a relação desempenho de confiança em alianças, com base na distinção entre a incerteza comportamental e incerteza ambiental. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Prestígio da alta gestão Competência interna OBJETO 209 organizações METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X N.S.A. X Trocas relacionais 372 pessoas X Competência de gestão de equipe da alta cúpula 93 organizações X Liderança transformacional N.S.A. X Liderança carismática e desempenho 770 pessoas X Confiança em alianças 126 pessoas X 127 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Li, Bingham e Umphress (2007) Gottschalg e Zollo (2007) Akgün, Keskin e Byrne (2008) Paulraj e Chen (2007) Agbejule e Burrowes (2007) Moschuris (2007) OBJETIVO Examinar a forma como é percebida a justiça processual nas decisões da alta gestão sobre novos produtos relacionando com a solução colaborativa de problemas entre os novos membros do projeto de desenvolvimento do produto. Articular uma teoria das condições em que o alinhamento entre os interesses individuais e coletivos gera vantagem competitiva sustentável. Analisar o impacto da capacidade emocional de uma empresa sobre o seu desempenho, considerando o dinamismo ambiental, e para reforçar a literatura sobre mudança organizacional e competências. Explicar o efeito direto das incertezas sobre a gestão da cadeia estratégica de fornecimento. Investigar a relação entre a percepção de incerteza ambiental, desenvolvimento de fornecedores e a utilização de sistemas de gestão de contabilidade de informação. Apresentar os resultados de um estudo exploratório sobre o fazer ou comprar e suas consequências em empresas que operam na Grécia. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... Justiça nas decisões OBJETO 109 organizações METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso X Vantagem competitiva N.S.A. X Capacidade emocional 112 organizações X Cadeia estratégica de fornecimento, estratégia, comunicação interorganizacional e interempresas 221 pessoas X Desenvolvimento de fornecedores e sistema de gestão da informação de contabilidade 78 pessoas X Decisão em produzir ou comprar 85 pessoas X 128 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Argyres, Bercovitz e Mayer (2007) Liao e Tu (2008) Barella e Bataglia (2008) Judge e Blocker (2008) Sahadev (2008) Hsu e Wang (2008) Gravier, Randall e Strutton (2008) Cannella Jr, Park e Lee (2008) OBJETIVO Investigar a relação entre dois tipos de cláusulas contratuais que são importantes nos contratos de alta tecnologia ou de contratos para os quais as incertezas ambientais ou de complexidade tecnológica são significativas. Abordar os impactos diferentes de automação e integração sobre o desempenho de produção sob diferentes níveis de incerteza ambiental. Estudar o processo decisório de estabelecimento de parcerias estratégicas. Discutir o conceito de ambidestria, correlacionando-o com a incerteza ambiental. Enfocar a relação entre satisfação econômica e compromisso de relacionamento com os canais de distribuição. Desenvolver e validar um modelo de partilha de conhecimentos intraorganizacional nas organizações empresariais. Analisar, se e como, o desempenho da aliança é influenciado pelo conhecimento do papel em uma aliança estratégica. Reconciliar os resultados mistos de investigação prévia sobre a associação entre a diversidade da equipe de alta gestão e o desempenho da empresa. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Cláusulas contratuais 386 contratos X Automação e integração 303 organizações X Parcerias estratégicas 4 organizações Ambidestria estratégica N.S.A. Canais de distribuição X X 101 empresas X Conhecimento intraorganizacional 130 pessoas X Aliança estratégica N.S.A. Diversidade da equipe de alta gestão e desempenho 207 organizações X X 129 APÊNDICE C – Bibliométrica: incerteza ambiental (continuação) ESTUDO Sun, Hsu e Hwang (2009) Davis, Einsernhardt e Bingham (2009) Townsend, Yeniyurt e Talay (2009) Semadeni e Anderson (2010) Wallace et al. (2010) Simsek, Heavy e Veiga (2010) Nobre, Tobias e Walker (2011) *N.S.A. = Não se aplica OBJETIVO Investigar empiricamente o quadro desenvolvido por Lee sobre incerteza e analisar como o alinhamento entre a estratégia e a incerteza. Desenvolver uma teoria mais precisa sobre as relações fundamentais entre o desempenho, estrutura e meio ambiente. Desenvolver um quadro incorporando aspectos de incerteza ambiental, comportamento mimético e aprendizagem experiencial, verificando como eles se relacionam com a globalização das marcas. Avaliar a organização e características que influenciam a oferta de nível imitação sob condições de alta incerteza ambiental e assimetria de informação. Testar se os focos de regulamentação das pequenas empresas de quadros dirigentes (foco de promoção e foco na prevenção) correspondem ao desempenho da empresa diferencialmente quando os níveis de incerteza ambiental variam. Estudar o impacto da personalidade do CEO sobre a orientação empreendedora da empresa. Estender a metáfora da corporação, baseada na árvore, propondo que a cognição representa a principal habilidade que contribui para nutrir o desenvolvimento de competências essenciais na organização. RELAÇÃO REALIZADA ENTRE INCERTEZA/AMBIENTE E... OBJETO METODOLOGIA UTILIZADA Estudo Estudo Quali Quanti Teórico de Caso Cadeia de suprimentos 243 organizações X Estrutura e desempenho 80 simulações X Comportamento mimético, aprendizagem experiencial 119 organizações X Assimetria de informação 50 organizações X 70 pessoas X 129 empresas X Foco na promoção e foco na prevenção e desempenho Personalidade do CEO Visão da empresa baseada em habilidades N.S.A. X 130 APÊNDICE D – Protocolo de pesquisa ambiental, na percepção dos gestores de empresas vinícolas do Brasil. Relacionar comportamento estratégico, ambidestria e desempenho, mediados pela incerteza OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS Associar comportamento estratégico e ambidestria Relacionar comportamento estratégico e desempenho organizacional CONTEÚDOS EXPLORADOS COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO Miles e Snow (1978), Hambrick (1983), Conant, Mokwa e Varadarajan (1990), Gimenez et al. (1999), Hambrick (2003), Teixeira, Rossetto e Carvalho (2009), Gardelin, Rossetto e Verdinelli (2011), Ribeiro, Rossetto e Verdinelli (2011), Verdinelli e Escobar (2011) Correlacionar ambidestria e desempenho organizacional AMBIDESTRIA ORGANIZACIONAL Examinar o efeito mediador da ambidestria sobre a relação comportamento estratégico e desempenho organizacional March (1991), Lee, Lee, Lee (2003), Beckman, Haunschild e Phillips (2004), Jansen, Bosch e Volberda (2006), Jansen et al. (2008), Jansen et al. (2009), Su, Tsang e Peng (2009), Scandelari e Cunha (2011) Averiguar o efeito mediador da incerteza ambiental sobre a relação entre o comportamento estratégico e a ambidestria organizacional Constatar o efeito mediador da incerteza ambiental sobre a relação entre o comportamento estratégico e o desempenho organizacional Verificar o efeito mediador da incerteza ambiental sobre a relação entre a ambidestria e o desempenho organizacional INCERTEZA AMBIENTAL Ducan (1972), Ford (1981), Hitt, Ireland e Palia (1982), Ireland et al. (1987), Swamidass e Newell (1987), Priem (1990), Tan e Litschert (1994), Buchko (1994), Bajawa, Rai e Ramaprasad (1998), Zhang e Doll (2001), Jansen, Rotondaro e Jansen (2005), Desarbo et al. (2005), Judge e Blocker (2008), Davis, Einsernhardt e Bingham (2009), Gardelin, Rossetto e Verdinelli (2011) 131 APÊNDICE E – Instrumento de pesquisa PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA Curso de Doutorado em Administração e Turismo Rua João Coan, n. 400 – Centro (Campus B) Biguaçu – Santa Catariana - Brasil PESQUISA SOBRE FORMULAÇÃO DE ESTRATÉGIAS Propósito da pesquisa Constantemente gestores de organizações dos mais variados segmentos e tamanhos tem suas estratégias colocadas a prova pelas inconstâncias do mercado e agressividade da concorrência, que geram desafios para a sobrevivência e ampliação dos negócios. Além destes aspectos, a escassez de recursos torna a atividade do tomador de decisão complexa e desafiadora. Assim, por meio deste questionário procuramos investigar o modo com o qual você formula as estratégias da empresa. Ao entendermos como os gestores desenvolvem suas análises sobre o ambiente e as imprimem na organização, torna-se possível interpretar as relações e suas consequências sobre o desempenho da empresa, além de produzir conhecimento original para o setor vinícola brasileiro. Público-alvo Sócios-proprietários, gerentes ou administradores de empresas vinícolas do Brasil. Questionário Peço que as respostas retratem da melhor forma possível seu comportamento em suas atividades profissionais habituais. Confidencialidade O objetivo da pesquisa é científico. Os dados colhidos são genéricos e subjetivos, sendo analisados e tratados de forma agregada. Em nenhum caso, há utilização ou revelação de nomes das empresas e/ou pessoas participantes da pesquisa. 132 BLOCO 1: VARIÁVEIS DE CONTROLE 1) Empresa:_____________________________ 2) Cidade:____________________ 3) Qual o seu sexo? a) (_ _) Masculino b) (_ _) Feminino 4) Qual a sua escolaridade? a) (_ _) Ensino Fundamental b) (_ _) Ensino Médio Incompleto c) (_ _) Ensino Médio Completo d) (_ _) Superior Incompleto e) (_ _) Superior Completo f) (_ _) Pós-Graduação 5) Qual a sua faixa etária? a) (_ _) Até 18 anos b) (_ _) Entre 19 e 25 anos c) (_ _) Entre 26 e 35 anos d) (_ _) Entre 36 e 45 anos e) (_ _) Entre 46 e 55 anos f) (_ _) Acima de 55 anos 6) Qual a sua função na empresa? a) (_ _) Sócio-proprietário b) (_ _) Diretor c) (_ _) Gerente d) (_ _) Outro. Qual? ___________ 7) Há quanto tempo você está na empresa? a) (_ _) Até 5 anos b) (_ _) Entre 6 e 10 anos c) (_ _) Acima de 10 anos 8) Sua empresa possui filial? a) (_ _) Não b) (_ _) Sim. Quantas?_______ 9) Há quanto tempo a sua empresa está no mercado? a) (_ _) Até 5 anos b) (_ _) Entre 6 e 10 anos c) (_ _) Acima de 10 anos 10) Qual o total de funcionários da empresa? a) (_ _) Até 19 b) (_ _) Entre 20 e 99 c) (_ _) Entre 100 e 499 d) (_ _) Mais de 499 11) Qual o tempo médio de empresa dos funcionários? a) (_ _) Até 5 anos b) (_ _) Entre 6 e 10 anos c) (_ _) Acima de 10 anos 12) Quanto tempo de empresa tem os mais antigos:______anos e os mais novos:_______anos. 133 BLOCO 2: COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO Nas próximas questões assinale a alternativa que melhor expressa as ações desenvolvidas pela empresa. Assinale apenas uma alternativa por questão. 13) Os serviços e produtos que são oferecidos aos nossos clientes são melhor caracterizados como: a) (_ _) são mais inovadores e estão constantemente mudando e ampliando sua área de aplicação. b) (_ _) alguns são bastante estáveis no mercado enquanto outros são inovadores. c) (_ _) são bem focados, relativamente estáveis e bem definidos na organização e no mercado. d) (_ _) em um estado de transição e, em grande parte, buscando responder a oportunidades ou ameaças do mercado ou ambiente. 14) Nossa empresa tem uma imagem no mercado de uma organização que: a) (_ _) oferece poucos produtos/serviços, porém seletivos e de alta qualidade. b) (_ _) adota novas ideias e inovações, mas somente após análise cuidadosa. c) (_ _) reage às oportunidades ou ameaças para manter ou melhorar a posição. d) (_ _) tem reputação de ser inovadora e criativa. 15) O tempo investido pela empresa para monitorar as mudanças e tendências do mercado pode ser bem descrito como sendo: a) (_ _) extenso, a empresa está constantemente monitorando o mercado. b) (_ _) mínimo, a empresa realmente não passa muito tempo monitorando o mercado. c) (_ _) médio, a empresa gasta algum tempo monitorando o mercado. d) (_ _) esporádico, a empresa às vezes gasta uma grande quantidade de tempo e em outras vezes pouco tempo para monitorar o mercado. 16) O crescimento ou redução de nossa demanda é devido, muito provavelmente, à: a) (_ _) nossa prática de nos concentrarmos no desenvolvimento dos mercados que já servimos. b) (_ _) nossa prática de responder às pressões do mercado, tendo poucos riscos. c) (_ _) nossa prática de entrar agressivamente em novos mercados com novos tipos de produtos/serviços. d) (_ _) nossa prática de nos aprofundarmos nos mercados que já servimos, enquanto adotamos novos produtos/serviços somente após uma análise cuidadosa do seu potencial. 17) Uma das metas mais importantes da empresa é a dedicação e compromisso com: a) (_ _) manter os custos sob controle. b) (_ _) analisar cuidadosamente nossos custos e receitas para manter os custos sob controle, seletivamente gerar novos produtos/serviços e entrar em novos mercados. c) (_ _) garantir que pessoas, recursos e equipamentos necessários para desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados estejam disponíveis e acessíveis. d) (_ _) proteger contra ameaças críticas tomando todas as iniciativas necessárias. 18) As competências e habilidades que os funcionários da empresa possuem podem ser melhor caracterizadas como: a) (_ _) analíticas: suas habilidades os capacitam a identificar tendências e a desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados. b) (_ _) especializadas: suas habilidades são concentradas em poucas áreas específicas. 134 c) (_ _) amplas e empreendedoras: suas habilidades são diversas, flexíveis e os habilitam a mudar de forma criativa. d) (_ _) fluída: suas habilidades estão relacionadas às demandas de curto prazo do mercado. 19) Uma das coisas que protege nossa empresa dos concorrentes, é o fato de que: a) (_ _) somos capazes de, cuidadosamente, analisar tendências emergentes e adotar aquelas que têm potencial comprovado. b) (_ _) somos capazes de fazer um número limitado de coisas excepcionalmente bem. c) (_ _) somos capazes de responder às tendências, apesar de, muitas vezes, ter potencial de resposta moderado. d) (_ _) somos capazes de desenvolver novos produtos/serviços e novos mercados de maneira consistente. 20) O gerenciamento da empresa tende a concentrar-se em: a) (_ _) manter uma situação segura por meio de medidas de controle de custos de qualidade. b) (_ _) analisar oportunidades no mercado e escolher apenas aquelas que apresentam potenciais, e, ao mesmo tempo, manter a situação financeira protegida. c) (_ _) atividades ou funções de negócio que mais necessitam de atenção, dadas as oportunidades ou problemas que enfrenta atualmente. d) (_ _) desenvolver novos serviços ou se expandir para novos mercados ou novos segmentos de mercado. 21) A organização se prepara para o futuro da seguinte forma: a) (_ _) identificando as melhores soluções possíveis para esses problemas ou desafios que requerem atenção imediata. b) (_ _) identificando tendências e oportunidades no mercado que possam resultar na criação de produtos ou serviços no ramo de negócio da empresa ou que possam atender novos mercados. c) (_ _) identificando aqueles problemas que, se resolvidos, irão manter e melhorar nossos serviços ou produtos e nossa posição de mercado. d) (_ _) identificando as tendências de negócios, cujo potencial em longo prazo já foi demonstrado por outras empresas e podem ajudar a resolver os problemas relativos aos produtos/serviços de nossa empresa. 22) A estrutura da nossa empresa é: a) (_ _) funcional por natureza (isto é, organizada em departamentos). b) (_ _) orientada pelo produto/serviço ou pelo mercado. c) (_ _) essencialmente funcional, porém possui também uma estrutura orientada para serviços ou mercados nas áreas que são mais novas. d) (_ _) continua e mutante, para permitir conhecer oportunidades e resolver problemas que possam surgir. 23) Os procedimentos que a organização usa para avaliar seu desempenho são melhor descritos como: a) (_ _) descentralizados e participativos, encorajando todos os membros da organização a se envolverem. b) (_ _) fortemente orientados para os requisitos de informação que exigem atenção imediata. c) (_ _) centralizados e basicamente de responsabilidade da alta gerência. 135 d) (_ _) centralizados em áreas de produtos/serviços mais estáveis, sendo mais participativos em áreas mais novas ou emergentes. 136 BLOCO 3: AMBIDESTRIA ORGANIZACIONAL Em relação as ações abaixo descritas, avalie o grau de intensidade em que elas são desenvolvidas pela empresa, sendo 1 equivalente a pouca vezes e 6 a muitas vezes. 24. Exploração (Criação de novos produtos e serviços) Ações Desenvolvidas pela Empresa (-) 1 Intensidade 2 3 4 5 (+) 6 24.1 A empresa aceita exigências que vão além de produtos e serviços existentes. 24.2 A empresa cria novos produtos e serviços. 24.3 A empresa experimenta novos produtos e serviços no mercado local. 24.4 A empresa comercializa produtos e serviços que são completamente novos. 24.5 A empresa frequentemente utiliza novas oportunidades em novos mercados. 24.6 Regularmente a empresa utiliza novos clientes e novos mercados. 24.7 Regularmente a empresa busca aproximar-se de novos clientes em novos mercados. 25. Explotação (Melhoria dos produtos e serviços) Ações Desenvolvidas pela Empresa 25.1 A empresa frequentemente melhora o fornecimento de produtos e serviços existentes. 25.2 A empresa regularmente implementa pequenas adaptações de produtos e serviços existentes. 25.3 A empresa introduz melhorias nos produtos e serviços existentes no mercado local. 25.4 A empresa melhora a eficiência da provisão de produtos e serviços. 25.5 A empresa aumenta a economia de escala em mercados existentes. 25.6 A empresa amplia serviços para os clientes existentes. 25.7 Para a empresa a redução dos custos dos processos internos é um objetivo importante. (-) 1 Intensidade 2 3 4 5 (+) 6 137 BLOCO 4: PERCEPÇÃO DA INCERTEZA AMBIENTAL Em relação aos fatores abaixo, avalie o grau de intensidade que você percebe incerteza a cada item, sendo que 1 equivale a percepção de MENOR INCERTEZA e 6 equivale a percepção de MAIOR INCERTEZA. 26. Com relação às VARIÁVEIS ECONÔMICAS no setor de atividade que a empresa está inserida, como você avalia os itens abaixo com relação ao grau de incerteza: (-) Incerteza (+) 1 2 3 4 5 6 26.1 Inflação sobre a percepção de valor do produto (preço) 26.2 Taxas de câmbio 26.3 Crescimento econômico 26.4 Recessão econômica 26.5 Perspectivas de investimento 27. Com relação à COMPETIÇÃO no setor de atividade que a empresa está inserida, como você avalia os itens abaixo com relação ao grau de incerteza: (-) Incerteza (+) 1 2 3 4 5 6 27.1 Surgimento de novos concorrentes (nacional e exterior) 27.2 Fortalecimento da concorrência existente 27.3 Surgimento de produtos novos ou substitutos 27.4 Mudança no padrão de estruturação comercial dos concorrentes 27.5 Alteração da expectativa de clientes 28. Com relação aos CUSTOS DE PRODUÇÃO/VENDAS no setor de atividade que a empresa está inserida, como você avalia os itens abaixo com relação ao grau de incerteza: (-) Incerteza (+) 1 2 3 4 5 6 28.1 Disponibilidade e preço de matéria-prima 28.2 Variação da inflação sobre a matéria-prima 28.3 Surgimento de novas tecnologias 28.4 Alteração na qualidade dos produtos 28.5 Influência de produtos de fora do país 29. Com relação aos RECURSOS HUMANOS no setor de atividade que a empresa está inserida, como você avalia os itens abaixo com relação ao grau de incerteza: (-) Incerteza (+) 1 2 3 4 5 6 29.1 Rotatividade dos gestores 29.2 Rotatividade dos trabalhadores 29.3 Qualificação dos trabalhadores 29.4 Qualidade da instrução dos trabalhadores 29.5 Desatualização nas habilidades dos trabalhadores 138 30. Com relação à ATUAÇÃO DO GOVERNO no setor de atividade que a empresa está inserida, como você avalia os itens abaixo com relação ao grau de incerteza: (-) Incerteza (+) 1 2 3 4 5 6 30.1 Políticas nacionais 30.2 Políticas internacionais 30.3 Infra-estrutura (estradas, eletrificação, etc) 30.4 Alterações nos impostos 30.5 Legislação (setor/produto) 31. Com relação às MUDANÇAS SOCIAIS no setor de atividade que a empresa está inserida, como você avalia os itens abaixo com relação ao grau de incerteza: (-) Incerteza (+) 1 2 3 4 5 6 31.1 Mudanças Culturais (valores, hábitos ou costumes) 31.2 Distribuições da riqueza 31.3 Meio ambiente 31.4 Desemprego 31.5 Mudanças regionais 139 BLOCO 4: DESEMPENHO ORGANIZACIONAL 32. Importância Comparando os índices abaixo indique o grau de IMPORTÂNCIA de cada um para refletir o desempenho da sua empresa. (-) Importância (+) 1 2 3 4 5 6 32.1 Lucratividade 32.2 Crescimento das vendas 32.3 Sucesso na retenção de novos clientes 32.4 Faturamento mensal 32.5 Desempenho geral 32.6 Avanço de mercado/novos mercados (exportação/novas regiões) 33. Satisfação Comparando as opções, indique em que medida sua empresa está SATISFEITA em relação a cada um dos índices de desempenho abaixo. (-) Satisfação (+) 1 2 3 4 5 6 33.1 Lucratividade 33.2 Crescimento das vendas 33.3 Sucesso na retenção de novos clientes 33.4 Faturamento mensal 33.5 Desempenho geral 33.6 Avanço de mercado/novos mercados (exportação/novas regiões) 140 APÊNDICE F – História do vinho no Brasil ANO FASE EVENTO 1532 O começo de tudo As primeiras videiras são trazidas ao Brasil por Martim Afonso de Souza, que vem de Portugal com o objetivo de disseminar a agricultura na nova colônia. As mudas de Vitis vinifera são plantadas na Capitania de São Vicente, no sudeste do país, mas as condições desfavoráveis de clima e solo impedem que a experiência siga adiante. 1551 Insistência lusa Membro da expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, o jovem Brás Cubas insiste no cultivo de videiras, transferindo suas plantações do litoral para o Planalto Atlântico. Em 1551, ele consegue extrair o caldo de uvas Vitis viniferas, elaborando o primeiro vinho brasileiro. Sua iniciativa, contudo, não é duradoura, devido às condições de clima e solo. 1626 Estímulo divino A chegada dos jesuítas à região das Missões impulsiona a vitivinicultura no extremo sul do Brasil. A introdução de videiras no Rio Grande do Sul é creditada ao Padre Roque Gonzales de Santa Cruz, que conta com a ajuda de índios guaranis na manutenção das plantas e na elaboração de vinho, elemento fundamental nas celebrações religiosas. 1640 Controle de qualidade É realizada a primeira degustação orientada no Brasil, relatada na 1ª Ata da Câmera de São Paulo. A intenção é padronizar os vinhos comercializados no país, descartando os que não atingem qualidade mínima. A ação é voltada principalmente aos produtores do Sudeste, que seguem os passos de Brás Cubas e persistem no cultivo de uvas em locais inadequados. 1732 Novos focos no sul Imigrantes portugueses, principalmente os açorianos, passam a povoar a zona litorânea do Rio Grande do Sul, formando colônias nas cidades de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, em um processo que se estende até 1773. Eles trazem na bagagem mudas de Vitis vinifera das ilhas dos Açores e da Madeira, mas a falta de incentivo e de técnicas adequadas de cultivo fazem com que as plantações não ganhem expressão. 1789 Reserva de mercado Percebendo a multiplicação das iniciativas em torno da vinicultura no Brasil, a corte portuguesa proíbe o cultivo de uva no país como forma de proteger sua própria produção de vinho. A medida inibe a comercialização da bebida na colônia e restringe a atividade ao ambiente doméstico. 1808 Popularização na corte No ano da transferência da coroa portuguesa para o Brasil, com a vinda da família real, não só é derrubada a proibição ao cultivo da uva como ganham corpo os hábitos em torno do vinho. A bebida é incorporada a refeições, reuniões sociais e às numerosas festividades religiosas. 1817 Pioneirismo merdidional O pioneirismo gaúcho na vinicultura se materializa na figura de Manoel Macedo, produtor localizado nas proximidades da cidade de Rio Pardo. Em um período que se estende até 1835, ele registra a elaboração de até 45 pipas em um ano, o que lhe rende a primeira carta-patente para a produção da bebida no país, concedida pela Junta do Comércio do Rio de Janeiro. 141 APÊNDICE F – História do vinho no Brasil (continuação) ANO FASE EVENTO 1824 Desembarque europeu O início da colonização alemã amplia o número de imigrantes interessados no cultivo da uva. Na mesma época, o italiano João Batista Orsi se estabelece na Serra Gaúcha e, com a concessão de Dom Pedro I para o cultivo de uvas europeias, torna-se um dos precursores da cadeia produtiva do vinho na região. 1840 Alternativa resistente Pelas mãos do comerciante inglês Thomas Messiter, são introduzidas nas lavouras gaúchas as uvas Vitis lambrusca e Vitis bourquina, de origem americana. Mais resistentes a pragas e doenças, as mudas foram inicialmente plantadas na Ilha dos Marinheiros, localizada na Lagoa dos Patos, mas logo se espalham pelo Estado. 1860 Disseminação de uma cultura A uva Isabel, uma das variedades americanas introduzidas no Rio Grande do Sul, ganha rapidamente a simpatia dos agricultores, por sua resistência a doenças. Há registros de que, por volta de 1860, ela já formava vinhedos nas cidades de Pelotas, Viamão, Gravataí, Montenegro e municípios do Vale dos Sinos. 1871 Primeiras exportações A família real portuguesa começa a tomar consciência da produção enológica no sul do país. Em viagem à Europa e ao Oriente, Dom Pedro II embarca uma pequena carga de vinho nacional para mostrar aos anfitriões. As exportações, contudo, têm início só no ano seguinte, em quantidades pequenas, sob o título de Vinho Nacional de São Leopoldo. 1875 O marco italiano O grande salto na produção nacional de vinhos ocorre com a chegada dos imigrantes italianos ao Rio Grande do Sul. Trazendo de sua terra natal o conhecimento técnico de elaboração e a cultura do consumo da bebida, eles elevam a qualidade da bebida e conferem importância econômica à atividade. Muitos trazem mudas de viníferas da Europa, mas as abandonam em razão da dificuldade de adaptação. 1881 Nasce um terroir Ano do mais antigo registro de elaboração do vinho no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, com o apontamento de 500 mil litros produzidos na cidade de Garibaldi. O número consta em relatório feito em 1883 pelo cônsul da Itália, Enrico Perrod, depois de visita à região. 1912 União em torno do vinho Com dificuldade para negociar preços com os comerciantes e os primeiros industriários do setor, os colonos recorrem ao sistema de cooperativismo. Esta primeira fase da iniciativa é marcada pela criação da União das Cooperativas de Porto Alegre. Boicotada por aqueles com quem precisava comerciar, a proposta não tem vida longa. 1928 Regulação para o setor Frente à concorrência desordenada, a oscilação da qualidade e o crescimento da importância da atividade, é criado o Sindicato do Vinho, uma tentativa de organizar o setor. A iniciativa é articulada por Oswaldo Aranha, então secretário estadual do governador Getúlio Vargas. 142 APÊNDICE F – História do vinho no Brasil (continuação) ANO FASE EVENTO 1929 Segunda onda de cooperação O associativismo é retomado pelos agricultores. Em um período de 10 anos, 26 cooperativas são fundadas, entre elas algumas que seguem atuando até hoje. O modelo dá competitividade aos pequenos produtores e os direciona a uma situação de equilíbrio, alcançado na década seguinte. 1951 Interesse estrangeiro O ano da transferência da vinícola Georges Aubert da França para o Brasil marca o início de um ciclo que alavancou a vitivinicultura nacional. O interesse de empresas estrangeiras no país, que se consolidaria na década de 70 com a vinda de multinacionais do setor, aportou novas técnicas nos vinhedos e nas cantinas e elevou a qualidade da produção, além de ampliar as áreas de cultivo da uva. 1990 Mudança de modelo A melhoria das vinícolas, que ao longo da década de 80 foi marcada pela reconversão de vinhedos (troca do sistema latada por espaldeira e cultivo de variedades europeias em vez de americanas), ganha impulso a partir da abertura econômica do Brasil. O acesso a diferentes estilos de vinhos e a concorrência com os importados levam os produtores nacionais a aumentar a qualidade. 2002 a Identidades regionais Com a vitivinicultura consolidada em diferentes regiões, do Sul ao Nordeste do país, cada zona produtiva investe no desenvolvimento de uma identidade própria para seus vinhos. O pioneiro neste rumo é o Vale dos Vinhedos, que conquista a Indicação de Procedência em 2002. Seguindo seus passos, Pinto Bandeira alcança a mesma certificação em 2010. 2010 Fonte: Adaptado Wines of Brasil (2012)