UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS ELISÂNGELA DE SOUZA LOPES INVESTIGAÇÃO DE Salmonella sp. EM PSITTACIFORMES MANTIDOS EM CRIATÓRIOS COMERCIAIS E CONSERVACIONISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA-CEARÁ Fortaleza, Ceará 2011 ELISÂNGELA DE SOUZA LOPES INVESTIGAÇÃODE Salmonella sp. EM PSITTACIFORMES MANTIDOS EM CRIATÓRIOS COMERCIAIS E CONSERVACIONISTAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA-CEARÁ Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências Veterinárias. Área de concentração: Reprodução e sanidade animal Linha de Pesquisa: Sanidade de aves Orientador: Prof. Dr. William Cardoso Maciel Co-Orientador: Dr. Régis Siqueira de Castro Teixeira Fortaleza, Ceará 2011 L864i Lopes, Elisângela de Souza Investigação de Salmonella sp. em Psittaciformes mantidos em criatórios comerciais e conservacionistas da Região Metropolitana de Fortaleza-Ceará. – 2011. 68 f. : enc. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária, Programa de PósGraduação em Ciências Veterinárias, Fortaleza, 2011. Área de Concentração: Reprodução e Sanidade Animal. Orientação: Prof. Dr. William Cardoso Maciel. Co-orientação: Dr. Régis Siqueira de Castro Teixeira. 1. Psittaciformes. 2. Salmonella sp. 3. Cativeiro. 4. Zoonose. 5. Saúde Pública. I. Título. CDD: 664 ELISÂNGELA DE SOUZA LOPES INVESTIGAÇÃODE Salmonella sp. EM PSITTACIFORMES MANTIDOS EM CRIATÓRIOS COMERCIAL E CONSERVACIONISTA DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências Veterinárias. Defesa em: ______/______/_______ Conceito obtido: Banca Examinadora _________________________________ Prof. Dr. William Cardoso Maciel (Orientador) Universidade Estadual do Ceará - UECE ________________________________________ Prof. Dra. Adriana Queiroz Pinheiro (Examinador) Universidade Estadual do Ceará- UECE __________________________________ Dr. Régis Siqueira de Castro Teixeira (Examinador Co-orientador) Universidade Estadual do Ceará- UECE _________________________________________ Dra. Rosa Patrícia Ramos Salles (Examinador) BIOLAB Ao meu pai Jorge Alves Lopes (in memoriam) quem sempre me incentivou e acreditou em mim. Dedico A minha mãe Dulcineide de Souza Lopes que é uma lutadora e guerreira no qual eu tenho muita admiração. Ao meu marido Edivaldo da Silva Alves que comigo compartilhou essa etapa da minha vida. Ao grande e único amor da minha vida meu filho Guilherme Victor de Souza Alves, que ele um dia possa compreender a minha ausência, pois tudo que conquistei e irei conquistar é por ele. TE AMO! As minhas cunhadas Enilda da Silva Alves e Edilene da Silva Alves que sempre acreditaram em mim. E não podia esquecer as aves (Psittaciformes), que ajudaram na concretização desse trabalho. A Deus por ter me dado forças e determinação de cumprir essa etapa da minha vida que foi a de concluir o mestrado Dedico AGRADECIMENTOS À Universidade Estadual do Ceará – UECE representada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias – PPGCV- e seu corpo docente, pela competência e conduta na transmissão de seus ensinamentos. Ao Laboratório de Estudos Ornitológicos - LABEO, pela oportunidade de conhecer o mundo das aves e da pesquisa científica. Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico), pelo apoio financeiro com a manutenção da bolsa de auxilio durante o curso de mestrado, contribuindo para a conclusão de uma importante etapa da minha vida. À Fundação Oswaldo Cruz, onde as amostras foram sorotipadas. Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV). Ao meu orientador Prof. Dr. William Cardoso Maciel que me concedeu a oportunidade de realizar o mestrado. A Rosa Patrícia Ramos Salles que me ajudou com seus ensinamentos, pela compreensão, companheirismo, carinho, apoio nos momentos mais difíceis da minha vida. Ao meu amigo Régis Siqueira de Castro Teixeira pela paciência de sempre me ouvir no momento mais difícil da minha vida, por acreditar em mim, por sempre fazer que o meu dia fosse melhor e pelas belas palavras que sempre confortaram meu coração. Ao grande amigo, irmão e inseparável Átilla Holanda de Albuquerque que representa uma das pessoas mais importantes que Deus colocou em minha vida, obrigada por ter me ajudado nas coletas e na execução do trabalho, e obrigada por me fazer sempre sorrir e até demais. As colegas de trabalho Roberta Cristina da Rocha e Silva e Windleyanne Gonçalves Amorim Bezerra pelo companheirismo. Aos estudantes de iniciação científica do LABEO Camila Muniz Cavalcanti, Ricardo José Pimenta Felício Sales. Aos novos integrantes do Labeo Valdez Juval Rocha Gomes Filho, Débora Nishi Machado, Isabel Cristina Lima Santos, Clarice Pessoa Almeida, Suzan Vitória Girão Lima, Pablo Perón, Manuel Rafael Felipe Rocha, Karen Denise Macambira, Valdiana da Silva Gomes. Aos ex-integrantes do Labeo Josué Moura Romão, Thania Gislaine Vasconcelos de Moraes, Emanuela Evangelista da Silva, José Daniel Moraes de Andrade, Samuel Bezerra de Castro, Adonai Aragão de Siqueira, Pedro Emídio Leite Moraes Ferreira, Lalucha Duarte Bezerra, Helda Vilma Posser Neto que fizeram parte da execução do trabalho. A Rochele Bezerra Araújo e Leandro Rodrigues Ribeiro por ter ajudado nas coletas sem eles não seria possível. Agradeço a banca examinadora composta por Dra. Adriana Queiroz Pinheiro Dra. Rosa Patrícia Ramos Salles e Dr. Régis Siqueira de Castro Teixeira pelas contribuições e competência na análise deste trabalho. Aos criatórios comerciais, conservacionistas e recreacionistas por permitirem as coletas. E todos aqueles que direto ou indiretamente ajudaram na execução desse trabalho meus sinceros agradecimentos. Obrigada. Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena Acreditar no sonho que se tem Ou que seus planos nunca vão dá certo Ou que você nunca vai ser alguém Tem gente que machuca os outros Tem gente que não sabe amar Mas eu sei que um dia a gente aprende Se você quiser em alguém em quem confiar Confie em si mesmo Quem acredita sempre alcança Renato Russo RESUMO Psittaciformes são as aves de companhia mais populares em todo o mundo. O contato direto entre psitaciformes e seres humanos é bastante abrangente e a análise da flora bacteriana dessas aves é pouco conhecida, podendo ser bastante patogênica. Infecções bacterianas representam uma das principais causas de doenças entéricas em aves, sendo a salmonela um dos principais agentes envolvidos nas doenças gastroentéricas. A salmonelose é uma das zoonoses mais problemática para a saúde pública em todo o mundo. Este trabalho tem por objetivo pesquisar a presença de Salmonella sp. em psitacídeos pertencentes a criatórios comerciais e conservacionistas da Região Metropolitana de Fortaleza. Foram coletadas fezes utilizando swabs cloacais estéreis de 182 aves, clinicamente, sadias. O procedimento microbiológico para isolamento e identificação de Salmonella seguiu os seguintes passos: préenriquecimento com Água Peptonada, seguido pelo enriquecimento seletivo com os caldos Rappaport-Vassiliadis e Seletino-Cistina, plaqueamento em Ágar Verde Brilhante e MacConkey e, posteriormente, submetidos à identificação bioquímica presuntiva. As colônias suspeitas de pertencerem ao gênero Salmonella foram testadas sorologicamente com os antissoros anti-antígeno flagelar H e anti-antígeno somático O. As colônias que reagiram positivamente foram conservadas em Ágar Nutriente e enviadas a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) Rio de Janeiro (RJ) para sorotipagem. Das 182 amostras, somente 1,65% foram positivas para Salmonella, sendo isolada somente em três espécies de Psittaciformes, Salmonella Lexington em Amazona aestiva (1/31), Salmonella Saintpaul em uma Ara chloroptera (1/16) e Salmonella Newport em Mellopsitcus undulatus (1/6). Os resultados sugerem uma baixa prevalência de Salmonella nessas aves. Palavras-chave: Psittaciformes. Salmonella. Cativeiro. Zoonose. Saúde Pública. ABSTRACT Psittaciformes are the most popular pet birds in the world. Direct contact between humans and Psittaciformes is very comprehensive and the analysis of the bacterial flora of these birds is poorly known, and it can be highly pathogenic. Bacterial infections represent a major cause of enteric diseases in poultry, being the Salmonella one of the main agents involved in gastrointestinal diseases. Salmonellosis is the zoonosis more problematic for public health worldwide. This study aims to investigate the presence of Salmonella sp. on parrots owned by commercials breeders and conservationists of the Metropolitan Region of Fortaleza. Feces were collected using sterile cloacae swabs in 182 clinically healthy birds. The microbiological procedures for isolation and identification of Salmonella followed the following steps: preenrichment in peptone water, followed by selective enrichment in Rappaport-Vassiliadis broth and Cystine-selectin, plating on MacConkey and Brilliant Green Agar and then subjected to presumptive biochemical identification. Colonies suspected of belonging to the genus Salmonella were tested serologically with antisera anti-flagella H antigen and anti-somatic antigen O. The colonies that were positive were stored on nutrient agar and sent to the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz) Rio de Janeiro (RJ) for serotyping. Of the 182 samples only 1.65% were positive for Salmonella, being isolated only in three species of Psittaciformes, Salmonella Lexington in Amazona aestiva (1 / 31), Salmonella Saintpaul in Ara chloroptera (1 / 16) and Salmonella Newport in Mellopsitcus undulatus (1/6). The results suggest a low prevalence of Salmonella in these birds. Keywords: Psittaciformes. Salmonella. Captivity. Zoonosis. Public Health. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CETAS - Centro de Triagem de Animais Silvestres DNA – Ácido Desoxirribonucléico DCA – Ágar Citrato Desoxicolato EUA - Estados Unidos da América H2S - Ácido sulfídrico IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis LABEO - Laboratório de Estudos Ornitológicos da FAVET/UECE LIA - Agar Lisina-Ferro PCR – Reação em Cadeia pela Polimerase pH - potencial hidrogeniônico RV – Rapapport-Vassiliadis SIM - Sulfeto, Indol e Motilidade SE – Salmonella Enteritidis SG – Salmonella Gallinarum SP – Salmonella Pullorum SC – Selenito-Cistina TSI - Tríplice Açúcar Ferro TT –Tetrationato XLD – Xilose Lisina Desoxicolato LISTA DE TABELAS TABELA 1 Salmonella isoladas em psitacídeos de cativeiro........................................ 42 TABELA 2 Bactérias isoladas da cloaca de psitacídeos de criatório comercial e conservacionista................................................................................................................43 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 14 2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................. 16 2.1 Psitacídeos................................................................................................... 16 2.2 Gênero Salmonella...................................................................................... 19 2.2.1 Histórico................................................................................................... 19 2.2.2 Etiologia................................................................................................... 19 2.2.3 Epidemiologia.......................................................................................... 20 2.2.4 Patogenia.................................................................................................. 25 2.2.5 Métodos de diagnósticos.......................................................................... 28 2.2.6 Tratamento............................................................................................... 31 2.2.7 Prevenção e controle................................................................................ 31 3. JUSTIFICATIVA........................................................................................ 33 4. HIPÓTESE CIENTÍFICA......................................................................... 34 5. OBJETIVOS................................................................................................ 35 5.1 Objetivo Geral............................................................................................. 35 5.2 Objetivos Específicos.................................................................................. 35 6. CAPÍTULO 1. First Isolates of Salmonella Saintpaul, Lexington and Newport in psittacine …………………………………………………......... 36 7. CONCLUSÕES........................................................................................... 51 8. PERSPECTIVAS........................................................................................ 52 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 53 1 INTRODUÇÃO A família Psittacidae pertencente à ordem Psittaciformes, é composta por quatro Subfamílias (Stringopinae, Micropsittinae, Nestorinae e Psittacinae) representada pelos seguintes grupos: araras (Anodorhynchus sp, Cyanopsitta e Ara sp), papagaios (Amazonas sp com 27 espécies) e periquitos (Pyrrhura sp com 20 espécies, Forpus sp, Brotogeris sp, Pionites sp e Pionus sp) (RAVAZZI e CONZO, 2008). Dentre estas se destacam os gêneros Anodorhynchus sp, Ara sp, Amazonas sp, Pionus sp e os Forpus sp como as aves de estimação mais populares no Brasil, que é reconhecido mundialmente como o país mais rico do mundo em variedades de psitacídeos (SICK ,1997). A popularidade dessas aves faz com que um grande número de espécies seja mantido em zoológicos, criatórios de projetos de conservação como também animais de estimação em cativeiro domiciliar (STORM, 1996). Além de serem aves consideradas de rara beleza, são animais dotados de grande habilidade de comunicação, como também de muita inteligência, fatos que estão relacionados com a retirada indiscriminada destas da natureza para comercialização ilegal como aves de companhia (MIYAKI et al., 1997). A manutenção de animais em cativeiro reúne condições que favorecem a disseminação das doenças infecciosas, dentre estas a presença de bactérias Gram-negativas na microbiota de psitacídeos pode causar doenças e contaminar o ambiente (MATTES et al., 2005). Tal como a salmonelose que pode ser considerada uma enfermidade de ocorrência em psitaciformes (Steele e Galton, 1971; Panigrahy et al., 1979). A contaminação ambiental por Salmonella, causada pelos psitacídeos, vem sendo um tema de grande importância no meio científico (GRAHAN e GRAHAN, 1978; FLAMMER e DREWES 1988; BANGERT et al., 1988; MATTES et al., 2005). De acordo com Grimes e Arizmendi (1992) e Allgayer et al., (2008), a salmonelose mais frequente entre os psitaciformes é causada por Salmonella Typhimurium (ST) e esses estudos foram comprovados, recentemente, por Vigo et al. (2009), que descreveram o primeiro caso de ST em Arara-Canindé (Ara ararauna), isolando-as no fígado, baço, coração, pulmão, rim e intestino em duas aves. Esse sorotipo de salmonela assume grande relevância no aspecto zoonótico, pois vários autores relataram casos de infecção por ST no homem transmitida por psitaciformes (WILSON e MACDONALD, 1967; STEELE e GALTON, 1971; PANIGRAHY et al., 1979). 14 O constante contato do homem com os psitacídeos representa risco potencial de infecção para humanos MADEWELL e MCCHESNEY (1975), podendo ocasionar manifestações clínicas variadas como: diarreia, dores abdominais, febre, náusea, óbitos em recém-nascidos, idosos e imunocomprometidos (PELZER, 1989; SILVA, 1991). Kanashiro et al. (2002) afirmaram que a transmissão de Salmonella sp. entre aves e destas para os humanos foi associada a psitaciformes infectados adquiridos em lojas “pet shops”, situação que assume importância, por se tratar de uma disseminação ocorrida em locais de venda de milhares de aves como animais de estimação. De acordo com Simpson (1996), as enterobactérias que mais causam problemas em psitaciformes são: Escherichia coli, Yersinia, Pseudotuberculosis e Salmonella sp., contudo, Nascimento et al. (2000) afirmam que a salmonelose é considerada a enfermidade mais problemática para a saúde pública e um dos gêneros bacterianos mais estudados. Diante da importância da salmonelose no contexto mundial e dos diversos relatos demonstrando que esta enfermidade tem ocorrido em Psittaciformes em diversa parte do mundo, esse trabalho teve como objetivo investigar a presença de Salmonella em Psittaciformes de criatórios comerciais e conservacionistas localizados na Região Metropolitana de Fortaleza. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Psitacídeos O fóssil mais antigo de papagaio (Palaeopsittacus georgei), encontrado na GrãBretanha, pertence ao Período Eoceno (há 40 milhões de anos). Restos de fósseis de um papagaio (Archaeopsittacus verreauxi) do Mioceno (há 30 milhões de anos) foram encontrados na França. No entanto, a Europa é o único continente onde não existem espécies de psitaciformes nativos em liberdade. Sabe-se que os papagaios chegaram à Europa no início do Terciário e deduz-se que sua origem está localizada no antigo continente que unia África, América do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Índia e Antártida (RAVAZZI e CONZO, 2008). Mapas do século XVI mostrava que o Brasil era conhecido como terra dos papagaios “Brasilia sive terra papagallorum”, evidenciando assim como o país com a maior diversidade de Psittaciformes, no qual abriga 72 espécies reconhecidas, sendo que a floresta amazônica brasileira apresenta 52 espécies, tendo como principal representante o gênero Amazona (SICK, 1997). De acordo com Godoy (2007), a ordem Psittaciforme é considerada por alguns pesquisadores como sendo constituídos por uma única família, a Psittacidae, entretanto, outros autores, como Sick (1997), classifica a ordem em três grandes famílias: a Loridae, representada pelos Lóris, a Cacatuidae, representada pelas cacatuas e Psittacidae, representada pelos papagaios, araras, periquitos, jandaias e maracanãs. A ordem Psittaciformes é comumente referida pelo termo abrangente de psitacídeos (HARCOURT-BROWN, 2010) sendo representadas por 80 gêneros e aproximadamente 360 espécies diferentes e são populares em coleções de zoológico público e privados e extremamente populares como animais de companhia (BRIAN SPEER, 2007). No mundo, as espécies encontram-se distribuídas pela área tropical do globo terrestre e irradiam-se para as áreas sub-tropicais e frias (SICK, 1997). A maior parte das espécies está localizada na América do Sul e na área do Pacífico (Austrália, Nova Guiné), enquanto que na África encontram-se somente espécies pertencentes a cinco gêneros Psittacus, Poicephalus, Psittaculla, Coracopsis e Agapornis. A família dos Lóris contém 50 espécies e a Cacatuidae contém aproximadamente 20 espécies, ambas concentram-se em uma única área do Pacífico onde habitam quase todas as espécies de papagaios e periquitos e boa parte das cacatuas (RAVAZZI e CONZO, 2008). 16 Os psitacídeos são algumas das aves mais inteligentes e que possuem o cérebro mais desenvolvido. Quando criadas à mão, facilmente tornam-se mansos e excelentes animais de estimação para toda a família. São bastante procurados como animais de companhia porque tem uma grande capacidade de imitar sons humanos (HARCOURT-BROWN, 2010). Os psitacídeos possuem características peculiares que podem distinguir-se facilmente de outras aves, pois, estas possuem maxilar superior curvado e arredondado, língua grossa, articulação craniofacial, cabeça grande e robusta, pescoço curto, os pés prenseis são zigodáctilos, tendo dois dedos voltados para frente e dois dedos voltados para trás muito articuláveis, que além de sustentarem o corpo, auxiliam na manipulação dos alimentos que consomem (SICK, 1997). Os machos assim, como as fêmeas, possuem plumagens com cores exuberantes, conferindo-lhes uma beleza inigualável. Usualmente os sexos são muito parecidos, ou seja, não apresentam dimorfismo sexual (SICK, 1997). Os papagaios tornam-se sexualmente maduros entre um e cinco anos de idade, dependendo da espécie (HARCOURTBROWN, 2010). Todos os psitacídeos fazem ninhos em buracos e cavidades em árvores e produzem ovos brancos. No Brasil, variando de acordo com a espécie, o período reprodutivo é sazonal, geralmente é na primavera e no verão, sendo que a quantidade de ovos é de 2 a 10, e o período de incubação de 17 a 23 dias em pequenas espécies e nas maiores, como araras, até 37 dias. Os filhotes nascem nus, ou seja, são altriciais, com olhos fechados dependendo completamente dos cuidados dos pais (CUBAS, 2006). Uma alimentação adequada é o principal fator na reprodução de psitacídeos (ALLGAYER e CZIULIK, 2007). No período reprodutivo, a alimentação deve conter maior quantidade de minerais, aminoácidos e lipídios já que as necessidades de nutrientes aumentam. Além dessas necessidades, na fase reprodutiva, o ambiente deve ser calmo e tranquilo, evitando a circulação de pessoas (HIDASI, 2010). Os Psitaciformes tem papo bem desenvolvido para armazenar a ceva que será dada aos filhotes (SICK, 1997), não possuem cecos, a vesícula biliar geralmente está ausente, a glândula uropigiana apresenta tufos ou, em alguns gêneros como, por exemplo, Amazona e Pionus (HARCOURT-BROWN, 2010) e Brotogeris está ausente (SICK, 1997). Possuem duas fóveas na retina para focalizar, o que torna sua visão mais aperfeiçoada (SICK, 1997; COLLAR, 1997). Como ocorre na maioria das aves, os psitacídeos tem o olfato pouco desenvolvido ou é totalmente inexistente. Embora possuam um número muito menor de papilas gustativas do que os mamíferos, os psitacídeos podem distinguir muito bem os gostos. Apesar de possuírem um bico robusto, estes também possuem o sentido 17 do tato muito bem desenvolvido, o que lhes permite manipular as sementes com inteligência e colocá-las na boca (WATSON e HURLEY, 2003). O tamanho das diferentes espécies varia desde a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) que mede 100 cm e pesa 1.500g até o papagaio pigmeu que mede pouco menos de 10 cm e pesa 11g (HACOURT-BROWN, 2010). As aves da família Psittacidae são consideradas frugívoras e consumidoras de sementes e flores (SICK, 1997; SILVA, 2005), porém em sua dieta, também consomem outros itens alimentares como a polpa de frutos, folhas e alguns invertebrados (RAGUSANETTO e FECCHIO, 2006). Como foi observado por Brightsmith et al., (2010) que encontrou no papo de filhotes de araras sementes de frutas, madeira, solo, casca de árvores e larva de insetos. Os psitacídeos mantidos em cativeiro foram classificados como granívoros, conduzindo assim ao conceito errado de que sementes poderiam satisfazer as suas necessidades nutricionais. As deficiências nutricionais estão entre os problemas mais comuns de saúde enfrentados pelos psitacídeos de cativeiro (BRIGHTSMITH et al., 2010). Várias rações comerciais estão disponíveis para os psitacídeos, sendo que estas variam em sua composição nutricional e muitos proprietários nutricionalmente de forma inadequada alimentam suas aves somente a base de sementes (BRIGHTSMITH et al., 2010). Aves que estão subnutridas tem seu sistema imunológico comprometido, fazendo com que fiquem mais susceptíveis as infecções e doenças sistêmicas do que aquelas bem nutridas, além de terem sua capacidade reprodutiva reduzida (ULLREY et al., 1991). Então, a correta alimentação é, sem dúvida, o fator que determina o sucesso do manejo em cativeiro, possibilitando a sanidade e a reprodução das aves (ALLGAYER e CZIULIK, 2007). As bactérias do gênero Salmonella são exemplos de micro-organismos causadores de uma importante enfermidade relacionados às falhas de manejo em aves de cativeiro. Por isso, trata-se de um patógeno potencial no qual tem sido objeto de muitos estudos (PENNYCOTT et al., 2006), as aves afetadas podem morrer de repente, mas em muitos casos, as aves permanecem doentes por um período apresentando sinais de septicemia em geral, diarreia aquosa profusa, polidpsia/poliúria, dispneia/pneumonia, depressão, inapetência e ocasionalmente sinais neurológicos (HARCOURT-BROWN, 2010). Uma variedade de bactérias causa enterite em psitacídeos e patógenos Gramnegativos podem ser invasores primários ou secundários. De acordo com as pesquisas realizadas em psitacídeos, qualquer descoberta de bactérias Gram-negativas tem sido considerada por alguns pesquisadores com indicador de doença. Salmonelose é um problema 18 significativo entre as aves selvagens e provavelmente pode ser visto em aves de cativeiro que tem uma significativa infestação de roedores (SCHMIDT et al., 2003). 2.2 GÊNERO Salmonella 2.2.1 Histórico As primeiras descrições de bactérias do gênero Salmonella sp. datam de 1880, quando Eberth reconheceu o que hoje se denomina Salmonella Typhi um agente patogênico aos humanos. Entretanto, somente em 1884, Gaffky cultivou, isolou e descreveu morfologicamente o bacilo tifóide. O gênero Salmonella denominado em homenagem ao americano Dr. Daniel Elmer Salmon, veterinário bacteriologista do século XIX (KORSAK et al., 2004), que com Theobald Smith, em 1885, isolaram e descreveram pela primeira vez o micro-organismo, o qual chamaram de bacilo da peste suína (GRIMONT et al., 2000). Salmonelose em aves tem sido estudada desde 1899, quando um surto de febre tifoide em aves, causada por S. Gallinarum (SG) foi descrito em um plantel de galinhas na Inglaterra. Salmonella Pullorum (SP) foi primeiramente descrita em 1900 nos EUA como uma septicemia fatal em filhotes de pintos (SHIVAPRASAD, 1997). O gênero Salmonella foi objeto de sucessivas modificações no que diz respeito a sua nomenclatura e taxonomia, por isso, segue-se usando muitos dos métodos descritos e desenvolvidos por EDWARDS e EWING (1972), na década de 40, quando definiram e identificaram as primeiras cepas do gênero Salmonella e de outros membros da família Enterobacteriaceae (CAFFER e TERRAGNO, 2001). 2.2.2 Etiologia O gênero Salmonella é caracterizado por bacilos Gram-negativo não esporulados, aeróbios e anaeróbios facultativos dotados de mobilidade por meios de flagelos peritríquios, com exceção da SP e SG, o tamanho varia entre 2 e 5 μm de comprimento (KORSAK et al., 2004). As bactérias do gênero Salmonella são mesófilas, apresentam temperatura de crescimento ótimo entre 35 e 37ºC. A maioria dos sorotipos é produtora de gás, H 2S, lisina e ornitina, descarboxilase positiva, urease e indol negativos e reduzem o nitrato a nitrito (CAMPOS, 2002). Pertencente à família Enterobactereaceae, o gênero Salmonella possui mais de 2579 sorotipos, entre os quais 1531 pertencem à subespécie enterica (GRIMONT e 19 WEILL, 2007). O pH ótimo de crescimento situa-se entre 6,5 e 7,5, mas podem crescer, em pH 4,5 a 9,0 (TORTORA et al., 2003). O gênero Salmonella é dividido em duas espécies Salmonella enterica e Salmonella bongori. Recentemente uma terceira espécie foi descrita e classificada como Salmonella subterranea, essa bactéria foi isolada de sedimento coletado na região aquífera em Oak Ridge, EUA, e a sequência do DNA ribossomal demostrou maior similaridade com S. bongori (SHELOBOLINA et al., 2004). A espécie enterica é dividida em seis subespécies: S. enterica subsp. enterica, S. enterica subsp. salamae, S. enterica subsp. arizonae, S. enterica subsp. diarizonae, S. enterica subsp. houtenae, S. enterica subsp. indica (POPOFF et al., 2003). A maioria das sorovariedades isoladas do homem e de animais de sangue quente pertence à subespécie enterica e geralmente o nome do sorotipo está relacionado com o lugar geográfico onde foi isolado pela primeira vez (CAFFER e TERRAGNO, 2001). A classificação do gênero Salmonella segue o esquema de Kauffman-White, o qual classifica a salmonela em sorovares, baseando-se na composição dos antígenos somaticos (O), antígeno de envoltório (Vi) e antígenos flagelares (H) (GRIMONT et al., 2000). 2.2.3 Epidemiologia A salmonelose é uma das doenças infecciosas mais comuns no mundo (OLIVEIRA et al., 2003), sendo também uma das principais patologias transmitidas por alimentos (AARESTRUP et al., 2007; KOTTWITZ et al., 2008), podendo em alguns casos, a salmonelose ocorrer devido ao contato direto do homem com animais domésticos infectados (KORSAK et al., 2004). Devido à sua natureza endêmica, a alta morbidade e caracterizada pela associação a uma grande quantidade de alimentos, trata-se de uma zoonose de preocupação de saúde pública (AARESTRUP et al., 2007; KOTTWITZ et al., 2008). Essas bactérias estão amplamente distribuídas na natureza, sendo o trato intestinal do homem e dos animais o seu habitat primário (BAÚ et al., 2001). Sua excreção resulta na contaminação da água, alimentos e em ambientes onde encontram condições ideais, sobrevivem por longos períodos de tempo no ambiente (QUINN et al., 1994), podendo manter sua virulência por até 82 dias em água corrente, 115 dias em água parada, 120 dias em solos de pastagem, 28 meses em fezes de aves e 30 meses em esterco bovino (JOHSON-DELANEY, 1996). 20 É susceptível a esse micro-organismo, uma grande diversidade de animais, tais como os insetos, répteis, aves e mamíferos, incluindo o homem. O conhecimento sobre a ocorrência e a distribuição de Salmonella sp. em animais domésticos e silvestres é essencial para relacionar os possíveis reservatórios que possam ser responsáveis pela transmissão deste agente (DÁOUST et al., 2001). Vários sorovares de salmonelas paratíficas são responsáveis pela infecção em aves silvestres (CUBAS, 1993). Aves domésticas são consideradas reservatórios de Salmonella (SNOEYENBOS e WILLIAMS, 1991), sendo a ST o sorovar mais isolado em aves de estimação (DORRESTEIN, 1997) e aves de vida livre (REAVILL, 1996). Aves são reservatórios comuns de salmonelas, podendo haver ou não manifestação clínica, sendo que a infecção geralmente progride assintomaticamente. Nos casos subclínicos, as aves podem tornar-se portadores persistentes ou temporários, eliminando contínua ou intermitentemente o agente através das fezes (FLAMMER, 1999). Entre os sorovares mais causadoras de problemas em humanos e animais destacam-se Salmonella Typhi e Paratyphi respectivamente, que segundo Loureiro et al. (2010), causam infecções sistêmicas, conhecidas como febre tifóide e paratifóide. As salmonelas paratíficas ou zoonóticas são sorotipos móveis de Salmonella sp. que podem infectar uma grande variedade de animais e o homem, sendo muitas vezes de forma assintomática (GAST, 2003b) e os sorovares Typhimurium e Enteritidis são os mais comumente implicados em infecções humanas e normalmente são transmitidas por alimentos (BABU et al., 2006). Até 1991, Salmonella Typhimurium foi o patógeno mais comum nos casos de salmoneloses de origem alimentar ocorridos em todo o mundo (TAUXE, 1991). Atualmente, além da ST e SE, outros sorotipos de salmonela estão envolvidos em surtos de toxi-infecção alimentar, como, por exemplo, a S. Heidelberg, S. Newport, S. Infantis, S. Agona, S. Montevideo e S. Saintpaul (CHIU et al., 2005; ZAID et al., 2006). As aves silvestres atuam como potenciais disseminadores de salmonela tanto para as aves de vida livre quanto para as aves mantidas em cativeiro. Reche et al. (2003) analisando 595 aves de rapina, sendo 285 mantidas em cativeiro, encontraram 21 (7,36%) dessas aves contaminadas por Salmonella Havana, sorotipo que mais predominou na microbiota fecal, e de acordo com os autores pode ter correlação com o tempo de confinamento que foi de três anos. Das 310 aves de rapina de vida livre analisadas, 13 (4,19%) apresentaram isolamento para salmonela mais heterogêneo, dentre elas S. Enteritidis, S. Typhimurium, S. Newport, S. Adelaide, S. Saintpaul, S. Hadar e 21 S. Virchow) e a maioria deles foram os semelhantes aos relatados em humanos ou em animais domésticos. Baker e Goff (1982) e Ekperegin e Nagaraja, (1988), citado por Reche et al. (2003), afirmaram que a incidência de salmonelas em aves industriais e outros animais domésticos tem sido apontadas como uma das principais fontes de contaminação para os seres humanos, mas pouco sabe-se sobre o real papel das aves selvagens na disseminação desta zoonose. Entre as aves selvagens, os surtos de salmonelose podem ocorrer através de transmissão fecal-oral quando um grande número de pássaros se reúne (TIZARD, 2004). O papel das aves silvestres na epidemiologia da salmonelose tem sido estudado como possíveis riscos que essas aves representam na possível disseminação de salmonelas (GOPEE et al., 2000). A ingestão oral é a via de infecção mais comum, mas pode ocorrer transmissão aerógena a partir da poeira contaminada proveniente das fezes e penas e através do ovo (RUPLEY 1999). De acordo com Akhter et al. (2010) várias doenças zoonóticas são transmitidas por aves de cativeiro ou de estimação através do contato direto ou indireto com aves doentes ou portadoras e as bactérias são as causas mais comuns. As aves infectadas transmitem salmonela através da via horizontal, pelas fezes, água, poeira, fômites e pelo contato com animais domésticos, aves silvestres e outros seres vivos. A transmissão vertical ocorre quando os folículos ovarianos estão infectados com a bactéria, logo os ovos em desenvolvimento no oviduto tornam-se infectados (POPPE, 2000). Há outras vias pelas quais a ave torna-se infectada por bactérias do gênero Salmonella sp. De acordo com Cox et al. (1996), aves jovens podem ser infectadas por Salmonella sp. através das vias oral, nasal, conjuntival, cloacal e umbilical. As aves de gaiolas podem contrair a salmonelose através da ingestão de água e alimentos contaminados por roedores, aves silvestres ou animais domésticos e o recinto com outra ave infectada é outra infecção comum, mas tratadores, moscas, baratas, besouros, pulgas e parasitas podem servir como vetores (WARD et al., 2003). Os primeiros relatos de salmonelose em psitaciformes ocorreram na década de 70 quando Madewell e McChesney (1975) isolaram Salmonella Typhimurium Var Copenhagen de dois periquitos e Phillips e Hatkin (1978) isolaram Salmonella houtenae em calopsita (Nymphicus hollandicus). Diversos sorotipos de Salmonella isolados de psitacídeos em cativeiro já foram descritos na literatura científica. Orosz et al. (1992) isolaram Salmonella Enteritidis fagotipo 4 22 em dois papagaios (Amazona finschi Schlater) e em um periquito (Pyrrhura molinae) que residiam na mesma casa nos Estados Unidos, enquanto que Orós et al. (1998) isolaram Salmonella arizonae em Cacatua galerita galerita mantida em cativeiro em uma loja de animais de estimação em Las Palmas de Gran Canaria nas Ilhas Canárias na Espanha . Mais recentemente, Jang et al. (2008), ao verificar a taxa de infecção de Salmonella sp. em animais de Zoológico de Seul na Korea, observaram que uma arara-canindé (Ara araurauna) equivalente a 6,7% das aves, apresentou o sorotipo S. Rissen. Salmonella Braenderup e Salmonella Bredney foram isoladas em araras de vida livre no Pantanal por Loiko et al. (2008) e Vilela et al. (2001), respectivamente. Oliveira et al. (2009) detectaram 8,2% de Salmonella Hadar de 49 papagaios (A. aestiva e A. amazona), de idade entre 1 a 6 meses, apreendidos pelo CETAS/IBAMA em Teresina, PI. Marietto-Gonçalves et al. (2010) relataram o primeiro caso de Salmonella enterica subespécie enterica sorotipo Enteritidis em Amazona aestiva oriundos do tráfico de animais silvestres em São Paulo e esse mesmo autor analisou 89 amostras de swabs cloacal de três espécies diferentes de psitacídeos, isolou-se apenas uma amostra de Salmonella sp. em A. aestiva, representando 1,12% (1/89) do material analisado. Gopee et al. (2000), analisando várias espécies de animais (mamíferos, répteis e aves) do zoológico Emperor Valley Zoo em Trinidad, observaram que das 435 aves analisadas sendo 140 psitacídeos analisados somente 1% foi positivo para Salmonella do grupo C na espécie Pionus mentruuns. Jones e Nisbet (1980) isolaram Salmonella sp. em psitacídeos do gênero Ara, Psittacus, Amazona, Kakatoe sp. além de salmonela foi isolado Proteus sp. de periquitos (Brotogeris, Myiopsitta, Psittacula, Neophema sp ) e Escherichia coli foi isolada de quase todos os 54 psitacídeos estudados, não foi isolada somente da espécie Nandayus nenday. Deem et al. (2005) verificaram a presença de anticorpos de Salmonella Pullorum em papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva) tanto de vida livre como em aves mantidas em cativeiro, as de cativeiro apresentaram significativamente mais títulos do que as aves de vida livre, e de acordo com os autores esses resultados podem ser devido ao contato dessas aves com o homem, aves domésticas e outros animais. Butron e Brightsmith (2010), estudando a presença de Salmonella sp. em psitacídeos de vida livre na Reserva Nacional de Tambopata no Peru e em aves domésticas em comunidades locais adjacentes, demonstraram que todos os psitcídeos testados não apresentaram cultura positiva para Salmonella sp. Enquanto que aves domésticas (31%) 23 foram positivas. De acordo com os autores os psitacídeos não estariam no momento disseminando a bactéria. Pois, aves aparentemente saudáveis ou infectadas podem portar Salmonella no seu organismo, podendo ser portadoras inaparentes, e excretar o patógeno de forma intermitente tornando dificil assim a identificação dos portadores (GOPEE et al., 2000). A salmonelose mais frequente entre os psitaciformes é causada pela Salmonella Typhimurium (ST) (GRIMES e ARIZMENDI, 1992; ALLGAYER et al., 2008). Há mais de trinta anos, Panigrahy et al. (1979) examinaram 270 psitacídeos e isolaram Salmonella em 25 aves, sendo 16 identificadas como S. Typhimurium e uma S. enterica arizonae do fígado, coração e intestino. Dorrestein et al. (1985) isolaram S. Typhimurium de 1,7% dos psitacídeos analisados. Mohan (1983) encontrou um maior percentual (6%) ao estudar, nos Estados Unidos, 300 aves de estimação, conseguindo isolar ST em 18 psitacídeos de diferentes espécies. E de acordo com Vigo et al. (2009) Salmonella Typhimurium pode se manifestar como um patógeno primário, ou como uma infecção subclínica, em aves jovens ou debilitadas. Grimes e Arizmendi (1992) verificaram que 1,6% dos 2.407 soros de psitacídeos apresentavam aglutininas contra S. Typhimurium e de acordo com os autores os resultados sugeriram baixa prevalência da infecção ou estado de portador na população de psitacídeos. MENÃO et al. (2000) isolaram Salmonella Typhimurium de uma arara azul (Anodorhynchus hyacinthinus) apreendida no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo. A ave estava debilitada e morreu dez dias após a apreensão, lesões macro e microscópicas foram encontradas no fígado e baço. Panigrahy e Gilmore (1983), ao analisarem um papagaio cinza (Psittacus erithacus) puderam demonstrar que ST em psitacídeos também pode ser isolada no rim e pulmão. Vigo et al. (2009), descreveram o primeiro caso de salmonelose em arara-canindé (Ara ararauna), isolaram ST no fígado, baço, coração, pulmão, rim e intestino em duas dessas aves. Piccirillo et al. (2010), isolaram ST DT 160 de duas cacatuas que pertencia a um zoológico na Itália. Ward et al. (2003), isolaram Salmonella Typhimurium de 45 lóris de um surto que ocorreu num zoológico em Indianápolis e a fonte de infecção não foi esclarecida mais a infecção a partir de serpentes pode ter sido possível. Seepersadsingh e Adesiyun, (2003) isolaram Salmonella Newport de um Amazona sp. mantido em cativeiro domiciliar em Trinidad. Akhter et al. (2010) encontraram um percentual de (46.67%) Salmonella sp., de um total de 45 amostras de swabs cloacal, oral e de fezes de psitacídeos do zoológico de Dhaka em Bangladesh. Hidasi (2010) pesquisando 300 amostras de swabs de psitacídeos em Goiás 24 isolou ST de (0,19%), no qual concordou com diversos trabalhos já descritos na literatura cientifica. 2.2.4 Patologia O resultado da infecção por salmonelas é determinado por diversos fatores, incluindo o sorotipo, a dose do inóculo, idade das aves, estresse físico e ambiental o que pode diminuir a resistência do indivíduo (DAOUST e PRESCOTT, 2007). As aves jovens são mais susceptíveis a doença e a morte causada pela salmonelose do que as aves adultas. E isto em grande parte é devido à imaturidade da flora intestinal (GAST, 2003b). Fatores que provocam o desequilíbrio na microbiota intestinal, como o uso de antibióticos, mudanças na dieta ou privação de comida e água, podem facilitar a multiplicação e fixação desse patógeno na parede intestinal (QUINN et al., 2005; GODOY, 2007). Para que ocorra o desenvolvimento de uma enfermidade é necessária à localização da bactéria em um ambiente adequado para seu estabelecimento, replicação e expressão de seus fatores de virulência. Os passos de um processo infeccioso podem ser mencionados por adesão, invasão, replicação, resistência aos mecanismos de defesa e dano ao hospedeiro (OCHOA e RODRIGUEZ, 2005). A infecção por Salmonella sp. ocorre geralmente pela via oral através da ingestão da bactéria e em seguida ocorre a colonização do intestino e tecidos internos, mas pouco sabese sobre os detalhes da colonização e invasão bacteriana (DESMIDT et al., 1998). De acordo com alguns autores, após a ingestão, a salmonela apresenta tropismo para o tecido linfóide intestinal, como as Placas de Peyer em mamíferos (FROST et al., 1997) e as tonsilas cecais de aves (CHADFIELD et al., 2003). A salmonela atinge o intestino delgado onde invade a mucosa, atravessando a barreira epitelial através das células M sobrejacente aos folículos linfóides das Placas de Peyer (DARWIN e MILLER, 1999). O resultado da invasão por salmonela mostra alterações teciduais, incluindo infiltrações de linfócitos polimorfonucleares e monócitos que contribuem para erosão da mucosa intestinal (DARWIN e MILLER, 1999). Depois que a bactéria atravessa a barreira epitelial, ela encontra macrófagos no tecido e outras células do hospedeiro. Após a replicação nas Placas de Peyer, as bactérias penetram nos vasos linfáticos e na corrente sanguínea e se espalha para os tecidos mais profundos (JONES e FALKOW, 1996). 25 A patogenicidade da Salmonella sp. está relacionada com o tipo sorológico da bactéria. Alguns sorotipos podem estar associados a determinado hospedeiro animal ou humano, por exemplo, a S. Typhi e S. Paratyphi A, B e C, respectivamente, agentes das febres tifóides e paratifóides, são adaptadas ao hospedeiro humano. Outros sorotipos são adaptados ao hospedeiro animal, como SP e SG (aves domésticas), S. Choleraesuis (suínos) e S. Abortusovis (ovinos) (HUMPHREY, 2000). O tifo aviário e a pulorose são enfermedades aviárias clássicas causadas pelas e Salmonella Gallinarum e Pullorum respectivamente. A febre tifóide acomete aves adultas e a pulorose causa mortalidade em embriões de pintos. As infecções com esses patógenos são responsáveis por perdas econômicas na produção avícola (SELVAM et al., 2010). A maioria dos sorovares de Salmonella é patogênica para os animais, sejam domésticos ou silvestres, os quais atuam como reservatório da infecção humana (HUMPHREY, 2000; MURRAY, 2000). Hall e Saito (2008) afirmam que, a salmonelose pode ser considerada uma importante doença em aves selvagens. As aves silvestres podem transportar ou estar infectadas com bactérias que afetam a saúde dos animais domésticos e seres humanos, uma vez que habitam o mesmo espaço. Dessa forma, podem tornar-se veículos importantes para a disseminação de infecções zoonóticas (KOBAYASHI et al., 2007). Bangert et al. (1988) afirmam que a microbiota normal da maioria das espécies de psitacídeos saudáveis em cativeiro é composta por micro-organismos Gram-positivos como Lactobacillus sp., Bacillus sp., Corynebacterium sp., Staphylococcus sp. e Streptococcus sp. Entretanto no estudo realizado por Bowman e Jacobson, (1980) com oito espécies diferentes de psitacídeos, clinicamente, saudáveis demonstrou a baixa porcentagem de isolamentos de bactérias Gram-negativas, no entanto E. coli e Enterobacter sp. foram isoladas com maior frequência. Outros autores como Flammer e Drewes, (1988) detectaram uma frequência de 91% de bactérias Gram-positivas e a presença de bactérias Gram-negativas foi de 9% sendo isoladas E. coli (31%), Enterobacter sp., (4%), Klebsiella sp., (0,6%), e Pseudomonas sp., (0,8%). Assim como Bangert et al. (1988) outros autores (Grahan e Grahan, 1978; Flammer e Drewes, 1988; Mattes et al., 2005; Xenoulis et al., 2010) relatam a presença de bactérias Gram-positivas na flora entérica de psitacídeos, e consideram a presença de bactérias Gram-negativas como contaminação ambiental e um sinal de doença. Recentemente Xenoulis et al. (2010) compararam a microbiota entérica de psitacídeos selvagens e mantidos em cativeiro através de caracterização molecular, os 26 resultados mostraram que a microbiota de psitacídeos mantidos em cativeiro apresentaram mais bactérias Gram-negativas do que os selvagens, os autores sugerem que essa diferença é devido a manutenção em cativeiro e que fatores como o ambiente, dieta, idade, genótipo e o uso de antibióticos podem ser responsáveis. Várias espécies de animais selvagens são suscetíveis à infecção por salmonela independentemente de viver em liberdade ou em cativeiro e inúmeros sorotipos de salmonela foram isolados de uma variedade de aves mantidas em cativeiro como animais de estimação (HOELZER et al., 2011). A salmonela é capaz de sobreviver à acidez gástrica, podendo passar pelo estômago e chegar ao trato intestinal dos animais. Nas aves o local predominante para a colonização de salmonela são os cecos (DESMIDT et al., 1997). Algumas espécies de psitaciformes possuem cecos vestigiais e periquitos não os possuem (LUMEIJ, 1994) e de acordo com Gerlach (1994), muitos vertebrados podem ser infectados com Salmonella sp., entretanto, a susceptibilidade do hospedeiro e o desenvolvimento do estado de portador variam amplamente entre as espécies. Espécies de aves desprovidas de ceco ou que apresentam involução cecal, parecem ser mais susceptíveis à infecção por Salmonella sp. do que aves com funcionamento completo do ceco, já que os micro-organismos anaeróbios Gram-negativos presentes na flora cecal, podem funcionar como antagonistas naturais para Salmonella sp. De acordo com vários autores, as lesões macroscópicas comumente encontradas em psitacídeos são hepatomegalia, esplenomegalia (WARD et al., 2003; VIGO et al., 2009; MENÃO et al., 2000; KANASHIRO et al., 2002; ORÓS et al, 1998), nefromegalia (VIGO et al., 2009), pulmões congestos (KANASHIRO et al., 2002; WARD et al., 2003) e avermelhados, além da congestão da superfície serosa dos intestinos (WARD et al., 2003). Petéquias cardíaca, dilatação atrial, aderência fibrinosa a superfície hepática e petéquias hemorrágicas na superfície serosa do proventrículo e ventrículo (WARD et al., 2003). Vigo et al. (2009) observaram em araras canindé (Ara ararauna) exsudato fibrinoso na mucosa intestinal, pequenos nódulos esbranquiçados na serosa intestinal, nódulos branco-acinzentados no miocárdio e pulmões. Menão et al. (2000) observaram no exame macroscópico de araras azuis (Anodorynchus hyacinthinus) infectadas por ST hidropericárdio, petéquias e sufusões em diferentes porções do intestino, além de edema pulmonar ao exame anatomopatológico. Em relação às alterações histológicas de psitacídeos infectados por salmonela, Ward et al. (2003) observaram hepatite, inflamação do baço tipo fibrino-necrótico, êmbolos 27 bacterianos no fígado, baço, rins, pulmão, proventrículo, congestão e hemorragia pulmonar e enterites, indicando uma septicemia bacteriana. Vigo et al. (2009) observaram nos exames histológicos pequenas áreas nos tecidos revelando necrose de coagulação, infiltração difusa de células mononucleares no parênquima hepático, vasos e capilares congestos, edema, e áreas de necrose coagulativa rodeado por infiltrado de células mononucleares e polimorfonucleares. Os autores também detectaram células inflamatórias gigantes nas diferentes porções do miocárdio, pulmões e intestinos dessas aves. Menão et al. (2000) em suas observações histológicas, encontraram múltiplos focos de necrose no parênquima hepático e, no intestino grosso também foi encontrado enterite catarral no jejuno e íleo, debris celulares e nos pulmões observou-se congestão moderada. Piccirillo et al. (2010), em exame post-mortem de duas cacatuas, observaram focos necróticos rodeados por um halo de hiperemia nos pulmões, coração, fígado, rins e intestino. A nível microscópico foi observado infiltração de heterófilos e, macrófagos e de maneira mais escassas os linfócitos, os quais estavam associados a bactérias do tipo bacilos Gram-negativos detectados nos focos necróticos. Salmonella arizonae foi encontrada em cacatuas e, o exame macroscópico revelou hepatite necrótica multifocal. Foi demonstrado que esse sorotipo em psitacídeos causa enterite, encefalite piogranulomatosa, nefropatia e são similares àquelas descritas em perus e frangos de corte causada por S. arizonae (ORÓS et al, 1998). O potencial zoonótico da salmonela em aves de companhia e de zoológico tem sido reconhecido. Os sinais clínicos de salmonelose em psitacídeos variam de leve a uma enterite grave, anorexia caracterizada por diarreia, letargia, desidratação. Pode ocorrer morte aguda sem apresentar sinais clínicos, resultante de doença sistêmica (WARD et al., 2003). 2.2.5 Métodos de diagnósticos O primeiro passo da avaliação de uma ave é a busca pelo histórico completo, que inclui tópicos tais como: a exposição à doença infecciosa ou toxinas, ambiente em que a ave vive, práticas de manejo, dieta, estado reprodutivo e enfermidades anteriores. A duração da enfermidade é importante. Deve-se observar a descrição dos sinais clínicos por parte do proprietário e o curso da doença (RUPLEY, 1999). 28 A inspeção clínica da ave deve ser realizada com a mesma ainda na gaiola observando seu comportamento, estado das penas, alterações externas e fezes depositadas no fundo da gaiola, então se deve proceder com cuidado à contenção e observar todos os sistemas. Depois de observadas as possíveis alterações devem ser realizados os exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico (PIÑEIRO, 2009). Quando houver suspeita de infecção, a confirmação do diagnóstico requer o isolamento e identificação do agente causal, de preferência para o sorovar específico (LISTER e BARROW, 2008). O diagnóstico laboratorial para Salmonella sp. é feito pelo isolamento do agente em culturas microbiológicas de exsudatos, lesões, cloaca ou cavidade oral (GODOY, 2007). O diagnóstico da enfermidade paratífica nas aves deve ser realizado com base no isolamento e identificação do agente, porém provas sorológicas podem ser utilizadas para a identificação de aves que têm ou tiveram contato com salmonelas paratíficas (GAST, 2003b). Em psitaciformes autores utilizaram como método de diagnósticos para Salmonella procedimentos microbiológicos convencionais, moleculares e teste sorológicos (ALLGAYER et al., 2008; MARIETTOGONÇALVES et al., 2010; VIGO et al., 2009). A microbiologia convencional utiliza para o diagnóstico: isolamento, identificação bioquímica e caracterização antigênica. Para a identificação final da presença de Salmonella sp. as fases de pré-enriquecimento, enriquecimento seletivo, isolamento em meio sólido, seleção de colônias suspeitas e sorologia são necessárias (ANDRADE et al., 2010). A seleção dos meios de cultura e metodologia de preparo e cultivo das amostras varia de acordo com a fonte consultada, visando sempre, no entanto, obter as melhores condições de isolamento, frente aos diferentes tipos de amostras (HAJDENWURCEL, 1997). O préenriquecimento é usado em amostras de cultura em que os micro-organismos estão desidratados ou quando precisa viabilizar culturas que estão secas (ração) ou quando o número de organismos é baixo (LISTER e BARROW, 2008). O enriquecimento e o plaqueamento são as etapas com maior número de possibilidades de isolamento da bactéria, (FLOWERS et al., 1992; WRAY e DAVIES, 1994), caldos de enriquecimento são usados para culturas de amostras que são suscetíveis de estarem contaminadas com alto número de bactérias como exemplo fezes, swabs cloacais, amostras ambientais e subcultura do pré-enriquecimento. A maioria dos caldos de enriquecimento é incubada a 41-42º C por que temperatura de incubação mais elevada ajuda a inibir outras bactérias entéricas (LISTER e BARROW, 2008). 29 Os meios de enriquecimento mais comuns são os caldos Selenito Cistina (SC), Tetrationato (TT), Rappaport-Vassiliadis (RV) e seus derivados acrescidos, ou não, de Novobiocina (NASCIMENTO et al., 2000). Para plaqueamento um grande número de meios tem sido formulado para o isolamento de salmonelas, com incorporação de vários agentes seletivos e diferenciais que permitem distinguir as colônias de salmonelas de outras bactérias, recomenda a utilização de pelo menos dois meios de plaqueamento seletivo. Os meios de plaqueamento mais comuns são Ágar MacConkey, Ágar Citrato Desoxicolato (DCA), Ágar Verde Brilhante e Ágar Xilose Lisina Desoxicolato (XLD) (LISTER e BARROW, 2008). O procedimento laboratorial convencional para isolamento de salmonella é trabalhoso, demorado e pode durar até sete dias (STONE et al., 1994). De acordo com Blackburn, (1993) existe uma necessidade de métodos de testes para salmonela que forneçam resultados mais rápidos, com uma sensibilidade maior que os métodos convencionais, que sejam confiáveis, tenham uma especificidade que minimizem resultados falsos negativos e sejam de custo acessível. A reação em cadeia polimerase (PCR) representa um grande avanço no que diz respeito à rapidez, sensibilidade e especificidade dos métodos de diagnósticos e tem sido utilizada para identificar várias espécies de bactérias patogênicas de alimentos e de amostra clínica (STONE et al., 1994). Segundo Cohen et al. (1994), devido ao fato da PCR detectar uma região única de um genoma bacteriano, a técnica demonstra maior especificidade quando comparada com os métodos microbiológicos tradicionais. A pesquisa realizada por Allgayer et al. (2008) demonstram rigorosamente esse fato pois ao comparar os resultados de isolamento de salmonela em psitacídeos mantidos em cativeiro através da técnica microbiológica convencional e pelo uso da PCR observaram das 280 de amostras swabs cloacais (13,2%) foram positivas para salmonela com a utilização da PCR enquanto que nenhuma amostra foi positiva no método convencional mostrando assim a sensibilidade do teste molecular. De acordo com Albuquerque et al. (2000), a escolha do procedimento laboratorial adequado é um pré-requisito essencial para o isolamento de qualquer micro-organismo, pois existem vários fatores que podem afetar os resultados de comparações de métodos de isolamento de salmonelas, como: a competição com outros micro-organismos, o uso de antibióticos podem retardar o seu crescimento e a disseminação intermitente em pouca quantidade particularmente nos portadores (STONE et al., 1994). 30 2.2.6 Tratamento Infecções microbianas do trato alimentar ocorrem com frequência em psitacídeos e é comum a cultura da cloaca ou de fezes como parte de rotina aviária, sendo que os resultados dessas culturas são utilizados para orientar o médico veterinário nas decisões terapêuticas (FLAMMER e DREWES, 1988). Para o tratamento das aves com salmonelose utiliza-se antibiótico com base no antibiograma e é importante utilizar drogas com boa penetração tecidual e celular como, por exemplo, enrofloxacina ou clorafenicol (RUPLEY, 1999), no entanto Kanashiro et al. (2002), demonstram que o uso da enrofloxacina foi ineficiente em psitacídeos. Marietto-Gonçalves et al. (2010) utilizaram tetraciclina para o tratamento de Salmonella e E. coli em psitacídeos e após a repetição da análise microbiológica foi constatada a ausência das bactérias. Nenhuma droga antimicrobiana mostrou-se totalmente efetiva para tratamento da salmonelose em qualquer espécie, sendo de valor limitado ou irregular (STEELE e GALTON, 1971). 2.2.7 Prevenção e controle A criação em cativeiro dos psitacídeos requer práticas de manejo correto (GODOY, 2007), visto que a manutenção desses animais reúne condições que favorecem a disseminação das doenças infecciosas (MATTES et al., 2005), já que o acúmulo de material orgânico e patógenos em recintos é algo inevitável (CUBAS 1996). Dessa forma, uma boa higiene é fundamental para a prevenção e controle de doenças em aves de cativeiro (CUBAS, 1996) sendo ponto principal e efetivo no combate a surtos de salmonelose (CARCIOF, 1996). Para desinfeccão, o hipoclorito de sódio, amônia quaternária e fenóis são produtos comumente utilizados. Estudos realizados indicam que o hipoclorito de sódio apresenta grande eficiência sobre salmonela (CARCIOF, 1996). Além da adequada desinfecção do ambiente é necessária, a associação de diferentes medidas de prevenção como boa ventilação e controle populacional de recintos, redução de estresse ambiental e de manipulação, ótima nutrição e a utilização de probióticos. Devem-se higienizar bem as mãos antes de manipular qualquer alimento que será oferecido às aves, evitando assim contaminação destes (CUBAS, 2006). Um adequado manejo alimentar contribui para uma boa manutenção da microbiota intestinal, sendo importante o oferecimento de sementes adequadas para a espécie, frutas e verduras devidamente limpas e frescas e outro 31 fator importante no manejo sanitário dos psitacídeos é não os manter em um mesmo recinto com outras espécies aviárias (MARIETTO-GONÇALVES, 2007). A utilização de probióticos pode ajudar diretamente e indiretamente na manutenção da microbiota intestinal de psitacídeos, impedindo, assim, a livre circulação e fixação de bactérias Gram-negativas (MATTES et al., 2005; MARIETTO-GONÇALVES et al., 2010). Segundo Marietto-Gonçalves et al. (2010), a monitoria da presença de bactérias Gram-negativas na microbiota entérica de psitaciformes cativos é um procedimento que deve ser incluído na rotina de criadouros particulares, parques zoológicos, hospitais veterinários e principalmente em projetos de reintrodução de aves cativas para a vida livre, primeiramente por não pertencerem a microbiota normal dessas aves e também devido ao risco de disseminação desses possíveis patógenos em recintos de alocação e de dispersão destes no meio ambiente, contribuindo assim na cadeia epidemiológica de várias doenças entéricas para o homem e outros animais. Outras ações importantes no combate às doenças envolve o tratamento medicamentoso, necropsia das aves mortas para o diagnostico causa mortis (GODOY, 2007) e evitar o acesso de moscas, roedores e aves silvestres as instalações das aves, através do uso de telas, armazenamento adequado dos alimentos e destino adequado do lixo e outros dejetos (CARCIOF, 1996; FRIEND e FRASON, 1999). 32 3 JUSTIFICATIVA Salmonella sp. está amplamente difundida em várias espécies de aves, dentre elas as pertencentes à ordem Psittaciformes. Salmonela paratífica pode acometer o homem e a salmonelose é considerada uma das principais zoonoses de origem aviária. O crescente contato direto entre o homem e Psittaciformes, nos conduz a necessidade de verificar a presença de salmonelas e também de conhecer quais os sorotipos mais frequentes nestas aves mantidas em criatórios comerciais e conservacionistas. 33 4 HIPÓTESE CIENTÍFICA Psitaciformes podem ser reservatórios de Salmonella sp., causadora de problemas infecciosos em seres humanos, dessa forma, é possível isolar e tipificar esse micro-organismo nessas aves. 34 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL Investigar a presença de Salmonella sp. em Psittaciformes mantidos em de criatórios comerciais e conservacionistas. 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1- Realizar o isolamento em amostras de swabs cloacais de Psittaciformes mantidos em criatórios comerciais e conservacionistas; 2- Realizar a tipificação de Salmonella sp. isolada de Psittaciformes mantidos em criatórios comerciais e conservacionistas; 35 6 CAPITULO 1 First isolates of Salmonella Saintpaul, Lexington and Newport in psittacine [Primeiros isolados de Salmonella Saintpaul, Lexington and Newport em psitacideos] Periódico: Journal of Zoo and Wildlife Medicine 36 First Isolates of Salmonella Saintpaul, Lexington and Newport in psittacine Elisângela de Souza Lopes1, William Cardoso Maciel1,*, Átilla Holanda de Albuquerque1, Régis Siqueira de Castro Teixeira1, Rosa Patrícia Ramos Salles2, Windleyanne Gonçalves Amorim Bezerra1, Roberta Cristina da Rocha Silva1, Suzan Vitória Girão Lima1, Ricardo José Pimenta Felício Sales, Ruben HornVasconcelos4. 1 Laboratory of Ornithological Studies, Faculty of Veterinary Medicine, State University of Ceará, Av. Paranjana, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza, Ceará, Brazil. 2 BIOLAB Laboratory 3 Authors contribuited equally to this work 37 RESUMO A manutenção de aves em cativeiro reúne condições que favorecem a disseminação de doenças infecciosas, sendo a Salmonella um micro-organismo causador de doenças infecciosas que acomete os psitacídeos. Portanto o objetivo do presente estudo foi isolar e identificar Salmonella sp. em Psittaciformes mantidos em criatórios comerciais e conservacionistas da Região Metropolitana de Fortaleza. Para o estudo foram coletados swabes cloacais de 182 psitacídeos clinicamente sadios. Os resultados mostraram que três psitacídeos avaliados (1,65%) foram positivos: Amazona aestiva (Salmonella Lexington), Ara chloroptera (Salmonella Saintpaul) e Melopsittcus undulatus (Salmonella Newport). De acordo com a literatura científica não há registro desses sorotipos em psitacídeos. Esta pesquisa evidenciou uma baixa prevalência de Salmonella sp. em Psittaciformes mantidos em criatórios comerciais e conservacionistas da Região Metropolitana de Fortaleza, entretanto, em função dos potenciais riscos à saúde humana e animal, maiores esforços de prevenção e controle para evitar a presença desse patógeno é de fundamental importância. Palavras-chave: Salmonella. Psittaciformes. Amazona aestiva. Ara chloroptera. Melopsittacus undulatus. SUMMARY The maintenance of captive birds provides conditions that favor the spread of infectious diseases, being Salmonella one of these that affect parrots. Therefore, the objective of this study was to isolate and identify Salmonella sp. in Psittaciformes kept in commercial and conservational facilities in the Metropolitan Region of Fortaleza. The study was performed using cloacae swabs collected from 182 clinically healthy parrots. The results showed that three analyzed psittacine (1.65%) were positive: Amazona aestiva (Salmonella Lexington), Ara chloroptera (Salmonella Saintpaul) and Melopsittacus undulatus (Salmonella Newport). According to the scientific literature there is no record of these serotypes in these birds. This research showed a low prevalence of Salmonella sp. in Psittaciformes kept in commercial and conservational facilities in the Fortaleza Metropolitan Region, however, due to the potential risks to human and animal health, greater efforts to prevent and control the presence of this pathogen are of fundamental importance. Key words: Salmonella, Psittaciformes, Amazona aestiva, Ara chloroptera, Melopsittacus undulatus. 38 INTRODUCTION The Psittaciformes order is represented by approximately 80 genera and 360 species, which are quite popular not only in public and private zoo collections, but also as pets 5 . The maintenance of captive birds has the conditions that favor the spread of infectious diseases 24 . A variety of factors such as adverse temperatures, short-term hunger during transport, diet changes, antibiotics and environmental stress, are known to cause disturbances in normal intestinal flora of animals 37. With psittacine these situations can be noted during the quarantine, boarding process and temporary residence in pet shops, because these conditions lead to an imbalance in the normal intestinal flora and Gram-negative bacteria can then proliferate 3. The spread of micro-organisms in captive Psittaciformes can negatively affect not only the health of other birds, but of human beings as well. It was described a case of salmonellosis in humans caused by serotype Typhimurium, possibly transmitted by parakeet belonging at the same residence 21 . Many diseases are transmitted from captive birds or pets to humans through direct or indirect contact of sick or asymptomatic birds, and bacteria are the most common agents of these zoonosis’ 2. Some authors mention that the enteric microbiota of psittacine is mainly composed of Gram-positive bacteria 9, 3, 24, 38 . Thus, under normal conditions, the Gram- positive bacteria do not pose problems for these birds, since the enteric microbiota of these birds is composed primarily of Lactobacillus sp., Bacillus sp., Corynebacterium sp., Staphylococcus sp. and Streptococcus sp. 3, which are micro-organisms commonly recovered from samples of intestinal contents of clinically healthy birds, being considered components of the their native microbiota 11. Differently, the occurrence of Gram-negative bacteria in the intestinal tract of birds can be an indication of sickness, as several authors claim that the presence of these micro-organisms is associated with disease 9, 3, 24. Many studies report the isolation of several Gram-negative in psittacine, among them Proteus sp., Pseudomonas sp., Enterobacter sp., Escherichia coli, Klebsiella sp. Citrobacter sp. and Salmonella sp. 6, 17, 29, 3, 18, 23 . According to some authors 6, many of these bacteria are known to be potential pathogens that can cause illness, especially when the bird is under stress conditions. Among these micro-organisms is the Salmonella, which is the causative agent of salmonellosis, one of the most common infectious diseases in the world 28. Bacteria of the genus Salmonella have been described in several species of psittacine, among them Salmonella Typhimurium, Salmonella Rissen, Salmonella arizonae, Salmonella Enteritidis, Salmonella Pullorum and Salmonella houtenae 8, 16, 31, 30, 33 . Salmonella 39 Typhimurium is the most common bacteria found in psittacine, and according to the researchers who first described this serotype in blue and gold macaw (Ara ararauna), it is one of serotype with the most relevant aspect to be related to zoonotic outbreaks of food poisoning in humans 36. From the reports of several serotypes of Salmonella isolated from wild birds comes the importance of these micro-organisms in the epidemiology of human and animal salmonellosis 15 . Thus, the presence of this microbial agent in birds has been extensively studied in order to clarify the possible risks that these birds represent in spreading Salmonella sp. 12 . In Brazil, reports about the presence of Salmonella sp. in Psittaciformes are scarce, which makes further research necessary in order to understand the serotypes capable of infecting birds in captivity. This study aims to investigate the occurrence of bacteria of genus Salmonella sp. in psittacine kept in commercial and conservation facilities in the Metropolitan Region of Fortaleza. MATERIAL AND METHODS One hundred and eighty-two psittacine were evaluated corresponding to a total of 36 species surveyed (Table 1), which the most common were the parakeets, the parrots and the macaws. The birds were originated from a zoo and commercial and recreational breeding facilities legally registered by the Brazilian Environment and Renewable Natural Resources Institute (IBAMA). All birds were identified by washers and they received commercial food and water ad libitum. For the isolation of Salmonella sp. stool samples were collected using sterile cloacae swabs in clinically healthy psittacine. Immediately after collection, samples were transported to the Laboratory of Ornithological Studies - Labeo, located at the Faculty of Veterinary Medicine, State University of Ceará, to carry out the bacteriological incubation according to Salles et al. [35], in which the steps performed respectively were: pre-enrichment, selective enrichment, plating and biochemical tests. At each step, the samples were incubated in growth medium at a temperature of 37 ° C for a period of 24 h. In the first stage, pre-enrichment, swabs were placed in test tubes containing 10 mL of peptone water. The second step was the selective enrichment, where aliquots of 0.1 and 1 mL collected from the pre-enriched growth were transferred, respectively, to tubes containing 10 ml of liquid medium Rappaport40 Vassiliadis (RV) (Merck) and tubes containing 10 ml of liquid medium Selenite Cystine (SC) (Merck). In plating step, samples of culture medium derived from the previous step, were removed aseptically with a nickel-chrome handle and plated on the selective growth indicator mediums brilliant green agar (VB) (Merck) and MacConkey agar (MC) (Merck). Three to five colonies with morphological characteristics suggestive of Salmonella sp. were collected with the aid of a platinum needle previously sterilized, and inoculated into tubes containing triple-sugar-iron agar (Merck) and iron-lysine agar (Merck). The final step of the biochemical tests was carried out with the sulfate-indol-motility agar. The bacteria isolates were classified by genus according to the biochemical characteristics presented. Samples with biochemical and serological profile that matched Salmonella sp. were selected by the rapid agglutination test with sera anti-somatic "O" (Difco ) and poly antiflagelar "H" (Difco ). Salmonella sp. positive isolates were passed on nutrient agar (Oxoid ) and sent to complete identification and serotyping carried out by the Oswaldo Cruz Foundation in Rio de Janeiro, Brazil. RESULTS Table 1 shows the results for the isolation of Salmonella sp. in the analyzed psittacine. Salmonella Lexington, and Salmonella Saintpaul and Salmonella Newport were respectively isolated from an Amazona aestiva, an Ara chloroptera and Melopsittacus undulatus, representing a total of 1.65% of all birds surveyed. 41 Table 01. Salmonella isolated from captive psittacine. Species Common Name (n) Positive Samples Amazona aestiva Blue-fronted Amazon 1/31 Salmonella Lexington Amazona festiva Festive Amazon 0/02 - Amazona ochrocephala Yellow-crowned Amazon 0/03 - Amazona farinosa Mealy Amazon 0/07 - Amazona amazonica Orange-winged Amazon 0/06 - Alipiopsitta xanthops Yellow-faced Parrot 0/04 - Deroptyus accipitrinus Red-fan Parrot 0/01 - Amazona rhodocorytha Red-browed Amazon 0/04 - Ara ararauna Blue-and-yellow Macaw 0/12 - Ara macao Scarlet Macaw 0/11 - Ara chloroptera Red-and-green Macaw 1/16 Salmonella Saintpaul Anodorhynchus hyacinthinus Hyacinth Macaw 0/04 - Aratinga cactorum Caatinga Parakeet 0/06 - Aratinga leucophthalma White-eyed Parakeet 0/10 - Aratinga auricapillus Golden-capped Parakeet 0/03 - Aratinga jandaya Jandaya Parakeet 0/07 - Aratinga solstitialis Sun Parakeet 0/03 - Aratinga aurea Peach-fronted Parakeet 0/02 - Guaruba guarouba Golden Parakeet 0/02 - Pyrrhura perlata Crimson-bellied Parakeet 0/03 - Pyrrhura griseipectus Gray-breasted Parakeet 0/03 - Pionus fuscus Dusky Parrot 0/01 - Pionus menstruus Blue-headed Parrot 0/13 - Nandayus nenday Nanday Parakeet 0/01 - Pionitis leucogaster White-bellied Parrot 0/03 - Pionites melanocephalus Black-headed Parrot 0/01 - Ara severus Chestnut-fronted Macaw 0/02 - Ara maracana Blue-winged Macaw 0/03 - Primolius auricollis Golden-collared Macaw 0/02 - Gradidascalus brachyurus Short-tailed Parrot 0/03 - Brotogeris chiriri Yellow-chevroned Parakeet 0/01 - Nymphicus hollandicus Cockatiel 0/03 - Eclectus roratus Eclectus Parrot 0/01 - Psittacula krameri Ringnecked Parakeet 0/01 - Cacatua galerita galerita Sulphur-crested Cockatoo 0/01 - Melopsittacus undulatus Budgerigar 1/06 Salmonella Newport TOTAL - 03/182 - 42 Beyond the three cases of salmonella identified from six samples suspicious in the test of serum agglutination, these samples also revealed the presence of other enterobacteria. We observed the presence of Enterobacter aerogenes (n = 2), Enterobacter cloacae (n = 2), Escherichia coli (n = 2) and Pantoea agglomerans (n = 1) in six samples analyzed. Table 02. Isolated bacteria from cloacal swabs of psitaccine from comercial and conservational facilities Sample Species Serotyped Bacteria 1 Amazona aestiva Enterobacter aerogenes 2 Ara chloroptera Enterobacter cloacae Escherichia coli 3 Melopsittacus undulatus Escherichia coli 4 Amazona rhodocorytha Enterobacter aerogenes 5 Aratinga leucophthalma Enterobacter cloacae 6 Primolius auricolis Pantoea agglomerans DISCUSSION The results obtained in this study (1.65%) show a low prevalence of Salmonella in psittacine. Some authors 13 evaluated 2407 psittacine sera and found that only 1.6% had agglutinins against S. Typhimurium. Others authors 7 also found results very close to that in their study, when they isolated S. Typhimurium of 1.7% of psittacine analyzed. Some researchers 23 investigated 89 samples of cloacal swabs of three different species of psittacine and isolated a sample of Salmonella sp. A. aestiva, representing 1.12% of the material analyzed. Although several studies in the literature present the results of low prevalence of Salmonella sp. in psittacine, it is also possible to find studies that reported higher rates. A study examined 270 psittacine and Salmonella was isolated in 25 (9.3%) birds, of which 16 43 (5.93%) were identified as S. Typhimurium 32 . Allgayer et al. 1 investigated the presence of Salmonella sp. 280 psittacine in captivity, through the Polymerase Chain Reaction (PCR), and found a prevalence of 13.2% positivity. Other study found a 46.67% percentage of Salmonella sp. from a total of 45 samples of cloacal, oral and fecal swabs from psittacine at the zoo in Dhaka in Bangladesh 2. On literature there are no isolation reports of S. Saintpaul, S. Newport and S. Lexington in the studied species of psittacine until this one. Of these three serotypes of Salmonella isolated, S. Saintpaul and S. Newport are often linked to outbreaks of food poisoning in humans 20 workers 34 . It was reported a waterborne outbreak of Salmonella Saintpaul in construction . A previous Australian and a North American study reported an outbreak of the same serotype transmitted through food in Australia and Texas, respectively 25, 26. Every year there are 1.4 million cases of salmonellosis in the United States and Salmonella Newport is the third most commonly isolated serotype in humans. From January to April 2002 there were 38 reported cases of Salmonella Newport in 47 people in the U.S. and the symptoms were diarrhea (100%), abdominal pain (91%), fever (78%) and vomiting (48%) 39. The serotype S. Lexington, although it also can infect humans, according to several researchers occur mainly in poultry 4, 14, 27, raw materials and ration 14. According to some authors 13, 1 , the salmonellosis most frequent among psittacine is caused by Salmonella Typhimurium (ST), unlike what was found in this study. Several other Salmonella serotypes were also isolated from psittacine kept in captivity, including S. Enteritidis obtained from Amazona aestiva, Amazona finschi and Pyrrhura molina Typhimurium 13, 32, 36 , S. Rissen 16 22, 30 , S. , Salmonella arizonae from Cacatua galerita galerita 31 . Birds are common reservoirs of Salmonella, with or without clinical signs, and the infection usually progresses asymptomatically. In subclinical cases, birds can become persistent or temporary carriers, shedding the pathogen continuously or intermittently through the feces 10 . Due to the absence of symptoms and constant contact with humans, psittacine represent a potential risk of infection for humans 21. In addition to the genus Salmonella sp., other important enterobacteria (Table 2) such as Escherichia coli and Enterobacter sp. could also be identified in this research. Enterobacter bacteria have been reported in some psittacine species 6, 9, 3 and the authors reported that all the birds were clinically healthy. Escherichia coli is also a bacteria commonly found in many birds, in many species it can be considered a more important pathogen than Salmonella 11 and, 44 possibly, it is the most common cause of death in psittacine 3. It is a micro-organism often found in tissues obtained at necropsy of wild birds 19. This research showed a low prevalence of Salmonella sp in psittacine kept in commercial and conservational facilities from the Metropolitan Region of Fortaleza, however, we did find Salmonella sp. never described previously in Amazona aestiva, Ara chloroptera and Melopsittacus undulatus. Due to the health importance of these enterobacteria, greater prevention and control efforts must be imposed to avoid the presence of this pathogen in the environment where these birds are held. ACKNOWLEDGMENTS We acknowledge the National Council of research and technology development (CNPq) and the Laboratory of Ornithological Studies (LABEO/FAVET/UECE) for their support to this study. REFERENCES 1. Allgayer, M. C., C. A. V. Lima-Rosa, T. A. Weimer, C. R. Rodenbusch, R. A. Pereira, A. F. Streck, S. D. Oliveira and C. W. Canal. 2008. Molecular diagnosis of Salmonella species in captive psittacine birds. Vet Rec. 162: 816-819. 2. Akhter, J. M., T. Hossain, M. T. Islam, M. P. Siddique and M. A Islam. 2010. Isolation and identification of microflora from apparently healthy caged parrots of Dhaka Zoo of Bangladesh. Bangl. J. Vet. Med. 8: 5- 10. 3. Bangert, R. L., B. R. Cho, P. R. Widders, E. H. Stauber and A. C Ward. 1988. 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Em função de diversas pesquisas que apontam a presença da bactéria do gênero Salmonella sp. cada vez mais presentes em psitacídeos criados em cativeiros, preocupação de ordem sanitária deverão ocorrer cada vez mais nas pesquisas relacionadas a essas aves. Devido à importância sanitária dessas enterobactérias, sugere-se que maiores esforços de prevenção e controle para evitar a presença desse patógeno no ambiente em que são criadas essas aves. 52 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AARESTRUP, F.M.; HENDRIKSEN, R.S.; LOCKETT, J.; GAY, K.; TEATES, K.; MCDERMOTT, P.F.; WHITE, D.G.; HASMAN, H.; SORENSEN, G.; BANGTRAKULNONTH, A.; PORNREONGWONG, S.; PULSRIKARN, C.; ANGULO, F.J.; SMIDT, P.G. International spread of multidrug-resistant Salmonella Schwarzengrund in food products. Emerging Infectious Diseases, v.13, n.5, p.726-731, 2007. 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