microRNAs E CÂNCER Genética Humana Molecular Profa. Dra. Ana Elizabete Silva CLASSES DE RNA RNA não codificadores RNA codificador (ncRNA) Codifica proteínas: RNA funcionais mRNA (3%) Não traduzidos: tRNA (15%) rRNA (70%) lncRNA: 200 nt ~100 kb, expressão tecido-especifica, regulação alterada em várias doenças e câncer RNA pequenos snRNA(small nuclear): processamento de RNA transcritos (spliceossomo) snoRNA (small nucleolar): modificação do rRNA miRNA (micro): regulação da expressão gênica siRNA(small interfering): defesa do genoma contra vírus e transposons ncRNA longos lncRNA: conteúdo no genoma humano varia de ~7000 - 23,000 •Função: imprinting e inativação do X •Representa um enorme componente da rede celular normal que pode ser alterada na biologia do câncer. Gibb et al. Molecular Cancer 2011, 10:3 Compreende um grupo de vias relacionadas mecanisticamente que produzem moléculas de ncRNA pequenas, as quais modulam a expressão protéica via degradação do mRNA ou repressão da tradução. SILENCIAMENTO GÊNICO RNA de interferência iRNA mecanismo exercido por moléculas de RNA complementares a mRNA, o qual inibe a expressão gênica na fase de tradução ou dificulta a transcrição de genes específicos miRNA (microRNA) siRNA (small interfering RNA) microRNA - Histórico •Ambros et al (1993): descobriram o gene lin-4 (small nonprotein-coding RNA) regulação do desenvolvimento larval de Caenorhabditis elegans •Identificação de 2.588 microRNAs (miRNAs) maduros em humanos 20-22 nucleotídeos não codificadores de proteínas •Reguladores negativos da expressão gênica •Regulam >60% de RNAm: função em processos como desenvolvimento, diferenciação, proliferação celular, apoptose e resposta a estresse •Presentes em: C. elegans, D. melanogaster, plantas e mamíferos (humanos) •miRNA: implicados em vários cânceres humanos tanto perda como ganho de miRNA contribuem para o desenvolvimento do câncer Andrew Fire e Craig C. Mello (2006): Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina sobre RNA interference em C. elegans, publicado em 1998. O que são microRNAs? •Pequenos RNAs endógenos fita simples não codificadores de proteínas, com tamanho de ~ 19-25 nucleotídeos. •Potentes reguladores pós-transcricionais. •Função: -proliferação -diferenciação -apoptose -carcinogênese: duplo papel (oncogênese e supressor tumoral) miRNA x siRNA miRNA •Derivam de loci genômico distintos, agrupados em cluster: (introns, exons, regiões intergênicas) •Processados a partir de RNAs em grampos: precursor forma alças dupla hélice c/hairpin; forma madura: linear (fita sem alças) •Apenas a fita madura 3’ incorporada ao RISC, a outra 5’ degradada (?) siRNA •Derivam de mRNA de transposons, vírus ou DNA heterocromático •Processados a partir de grandes duplexes •Ambas cadeias são aproveitadas no RISC •Raramente conservados •siRNA endógenos especificam autosilenciamento (silenciamento do mesmo locus) que o originou •Permanece intacto após cisão do mRNA alvo (pode se ligar em outras Não se distinguem pela sua regiões) composição química ou mecanismo de •Conservado entre os organismos ação, diferenciam pela origem e alvos. Comparação entre miRNA x siRNA http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n101007/100705.pdf NOMENCLATURA dos miRNA miRBase (Griffitis-Jones et al., 2006) •Os genes que codificam os miRNA são denominados com o prefixo de três letras maiúsculas, hifenização (-) e itálico, seguida de um único número de identificação Ex: MIR -156 no Arabidopsis e mir-1 na Drosophila. Humanos: hsa-mir-605 •Os precursores miRNA (pré-miRNA) também recebem a designação mir (letras minúsculas, sem itálico) • As formas maduras dos miRNA são designadas miR (sem itálico) Ex: miR-1, miR-89, miR-278 •miRNA originados de cópias parálogas, com sequencias maduras idênticas, acrescenta-se um hífem e um número Ex.: miR-7-1, miR-7-2 e miR-7-3 (localizados nos cromossomos 9, 15 e 19) •miRNA maduros cuja sequência difere em uma ou em duas posições (homólogos) são designados com sufixos com letras pequenas Ex: miR-1a e miR-1b Biogênese do microRNA Gene miRNA (localizado em introns, região intergênica, exons) miRNA: gerado pela transcrição de um longo precursor (pri-miRNA) pela RNA pol II (pre-miRNA) 60-100 nt. processado para produzir um segundo precursor Transportado (Exportina 5) citoplasma processado RNase III(Dicer) remoção hairpin miRNA duplex (~22nt) complexo RISC fita simples linear Ligação 3’UTR RNAm inibição tradução Cell. Mol. Life Sci. (2011) 68:2859–287 PRODUÇÃO E PROCESSAMENTO DO miRNA Apenas uma fita madura (guia 3’) é incorporada ao RISC, outra (passenger 5’) degradada. (?) Sequência seed: região de 2-8nt do final 5’ do miRNA, importante p/ reconhecimento e silenciamento do mRNA Ambas as fitas podem se ligar ao RISC, usa-se os sufixos -5p ou -3p has-miR-133a-5p has-miR-133a-3p Beezhold et al. Molecular Cancer 2010, 9:134 ANIMAÇÃO miRNA - NATURE http://www.nature.com/focus/rnai/animations/index.html http://www.nature.com/focus/rnai/animations/animation/animation.htm BIOGENÊSE DOS miRNA e siRNA verde: cadeia passenger azul: cadeia guia Preto: seq. clivada a)pri-miRNA forma hairpin reconhecido DGCR8 (doublestranded RNA-binding protein) e clivagem 11pb distante pela Drosha b-c)pre-miRNA e siRNA são clivados pela Dicer formando miRNA duplex d)complexo DicerdsRBP retem o produto maduro levado p/ Ago (efetor de RISC-RNAinduced silencing complexes) Current Opinion in Structural Biology 2010, 20:90–97 e) após ligação ao duplex a cadeia passenger (verde) é removida e a guia (azul) permanece ligada a Ago f-g) RISC ativado dirige-se p/o mRNA alvo miRNA x siRNA REGULAÇÃO POR miRNA •1 miRNA pode regular ~200 mRNA (múltiplos alvos) •1/3 dos genes estão sob controle dos miRNA. Ex.: genes de fatores de transcrição •Genes de miRNA: banco de dados www.sanger.ac.uk/ > 2.588 miRNA em humanos •70% dos genes de miRNA localizados em introns e exons •30% localizados em regiões intergênicas Mecanismos de Regulação pelos miRNA Três processos: 1- clivagem endonucleolítica: requer complementaridade perfeita ou quase perfeita ao mRNA (observado em plantas, raro em mamíferos, devido interação incompleta entre miRNA-mRNA) 2- degradação do mRNA por deadenilação: repressão da tradução da proteína; 3- inibição do início da tradução (característico de animais) MECANISMOS DE SILENCIAMENTO GÊNICO PTGS TGS (Postranscriptional gene silencing) (Transcriptional gene silencing) •Atua em nível do mRNA através do mecanismo dependente de Argonauta-2 (Ago-2) •Atua em nível de DNA e pode resultar em silenciamento a longo tempo (plantas e animais) •Referido como RNA de interferência (RNAi) •Envolve mudanças na cromatina mediada por ncRNA na região promotora resultando em transcrição reduzida de genes alvos •siRNA atua para recrutar Ago-2 para o mRNA alvo pela complementaridade da sequência •Resulta na clivagem ou repressão traducional do mRNA alvo •Modificações da cromatina: metilação do DNA e histonas nas regiões do lócus-alvo •Consequente diminuição da expressão gênica •Observado em plantas, drosophila, levedura e humanos •Depende da presença continua do siRNA •Utilização com siRNA sintéticos NATURE|Vol 457|22 January 2009|doi:10.1038/nature077 MECANISMOS DE SILENCIAMENTO GÊNICO Mecanismos: ligação na região 3’UTR do RNAm (a) •pós-transcricional (PTGS): -clivagem direta do RNAm: miRNA é complementar ao RNAm degradado após clivagem p/RISC -repressão da tradução e degradação RNAm: miRNA com pareamento incompleto DGCR8: cofator de DROSHA XPO5: exportinA-5 (transporte ao citoplasma) RISC (RNA-induced silencing complex) PROCESSOS DE INIBIÇÃO DA TRADUÇÃO 1- Competição pelo 5’ CAP: miRNAs podem interferir no reconhecimento do 5’CAP. A proteína AGO apresenta domínio semelhante ao da proteína de ligação ao 5’CAP, assim competindo com 5’CAP 2-Inibição da montagem dos ribossomos: AGO2 pode associar-se a eIF6 (fator de iniciação da tradução) e a unidade ribossomal maior, impedindo a montagem do ribossomo (subunidade maior e menor) 3-Deadenilação seguida pelo bloqueio da iniciação da tradução: impede a circularização do mRNA (pela interação do 5’CAP e cauda poli –A), que é essencial para a iniciação da tradução 4-Dissociação prematura de ribossomos: miRNAs levam a desmontagem antecipada dos ribossomos 5-Redução da velocidade de elongação durante a síntese proteica: miRNA reduz o número de ribossomos interagindo com o mRNA 6-Proteólise durante a fase de elongação: miRNAs promovem a degradação da cadeia polipeptídica nascente no ribossomo, durante a fase de elongação Mecanismos de repressão mediado por miRISC (Topo) RNAm não reprimidos recrutam fatores de iniciação e ribossomos e formam estruturas que aumentam tradução. Esquerda (superior): Ligação de RISC ao RNAm pode reprimir iniciação pelo reconhecimento do 5-cap; Esquerda (inferior): ou recrutamento de 60S/eIF6. Direita: reprimir estágio pós-iniciação da tradução retirada dos ribossomos prematuramente; ou promover degradação do RNAm induzindo deadenilação e remoção do 5-cap Abaixo: Alternativamente: pode induzir deadenilação do RNAm inibir circularização do RNAm Modelo de silenciamento gênico do tipo TGS siRNA sintético ou miRNA endógeno Recrutamento de Ago-1promotor Plasmídeo expressando shRNA ou RNA antisense Recrutamento de HDAC-1, DNMT3A, HMT cromatina fechada transcrição inativa BioTechniques 48:ix-xvi (The RNA World June 2010) doi 10.2144/000113 microRNA e Câncer Descoberta de miRNA câncer: Calin et al. (2002) LLC (leucemia linfocítica crônica): del(13q14) dois genes de miRNA: miR-15-a e miR-16-1 perda em 70% de LLC evento precoce (iniciador) função de gene supressor de tumor •Maioria dos miRNA localizados em regiões envolvidas em alterações cromossômicas: -deleções, -Amplificação, -mutação (afeta o processamento dos miRNA), -Metilação DNA e modificações histonas: função na regulação da expressão dos miRNAs (Ex.: miR-127 geralmente silenciado em células cancerosas) www.nature.com/reviews/genetics OCTObER 2009 | VOLuME 10 Mapa de miRNA envolvidos em alterações em câncer: 13q14 (miR-15-a e miR-161)- deletada em LLC; 7q32 (miR-29-a e miR-29b) deletada em SMD e LMA; 3p2 (let-7glet-7a1); 9q22.3 (let-7f-1, let-7d) em tumores sólidos (pulmão, urotelial, mama, etc. Função dos miRNA como supressor tumoral x oncogene Sequenciamento dos miRNA: evidenciado deleções, mutações (inclusive na linhagem germinativa forma familial de LLC) Membros da família let-7 regula negativamente Oncogene RAS e outros oncogenes: CDK6, CCND2, Perda de let-7 expressão > de RAS Câncer de pulmão CICLINA D miR-15-a e miR-16-1 alveja oncogene BCL2 (inibidor apoptose) miR-155 e miR-17-92: amplificados em vários linfomas de células B, câncer pulmão, mama, etc Perda desses miRNAs disfunção de oncogenes celulares miR-17-92 (13q31) promove proliferação, inibe apoptose, induz agiogênese, e coopera c/ MYC desenvolvimento de linfomas e câncer pulmão Overexpression miR-155 pobre prognóstico em adenocarcinoma pulmão miRNAs encontrados na circulação (nanovesículas – exossomos): biomarcador não invasivo www.nature.com/reviews/genetics OCTObER 2009 | VOLuME 10 miRNA: Reguladores de Mudanças Epigenéticas miRNA Regula enzimas envolvidas na metilação DNA de genes supressores Família miR-29 alveja DNMT3A, DNMT3B e DNMT1 causando desmetilação Células AML: introdução de miR29 causou perda de expressão das DNMTs, do oncogene MCL1 e reativação de p16 Linhagem de câncer de pulmão: introdução de miR-29 causou desmetilação do promotor de genes supressores reativação gênica e perda de tumorigenicidade Expressão de microRNA em Câncer Profile MicroRNAs from Cancer and Normal Tissues. A susbset of the MicroRNA primers were used in this study to confirm published findings of 9 different MicroRNAs in 5 separate tumor vs. Normal RNA samples. Aplicação no prognóstico, progressão da doença e resposta a terapia Terapia baseada em miRNA ou antimiRNA miRNA podem estar deletados ou hiper expressos no câncer -miRNA (ou siRNAs) podem ser consideradas drogas para silenciamento gênico: induzir apoptose e /ou parada do ciclo celular em células cancerosas com desregulação de miRNA -anti-miRNA (antagomir): bloquear a atividade de miRNA endógenos Introdução de miRNA nos tumores: -diretamente nos tumores (fígado, medula, baço e rim) - ou utilização de vetores RNA interferência – Terapia por miRNA -introduzidos em vetores: adenovírus, vírus adenoassociados (AAV), retrovírus, lipossomos, injeção do RNA, nanopartículas Camundongos: Triagem clínica: alvos -miR-15a e miR-16-1: tratamento da leucêmia -IL-10: tratamento da preeclâmpsia -miR-26a: inibição da proliferação celular e indução de apoptose em hepatocarcinoma -VEGF e VEGFR-1: degeneração macular -família miR-29: suprimir câncer de pulmão e leucêmia (LMA) -BCR-ABL: LMC Riscos: miRNA/siRNA introduzidos exogenamente podem sequestrar componentes da maquinaria celular envolvidos no silenciamento gênico reduzindo acessibilidade da maquinaria p/os miRNA endógenos Estratégias de introdução dos siRNA in vivo para terapia devido o tamanho e carga negativa, não atravessam facilmente a membrana celular Vetores não virais: -conjugados de colesterol -nanopartículas de polications ligadas a transferrina -Anticorpos carregados positivamente Vetores virais: -lentivírus: contra Ras (camundongo); doenças neurodegenerativas -SNALP: bicamada lipídica conjugada com polietileno glicol difusível -Adenovírus: sistema nervoso central injeção direta contra transcrito de ataxia espinocerebelar (camundongo) -MEA: partículas policonjugadas dinâmicas Riscos: imunogenicidade viral; mutações insercional Estratégias de introdução dos siRNA in vivo para terapia -grupos de colesterol aumenta estabilidade do siRNA. Ex: entrega intravaginal (camundongo) siRNA contra HSV-2 Nanopartículas de polication podem introduzir os siRNA em células específicas através de ligantes de superfície (transferrina) ao receptor das células alvos. Ex.: sarcoma Ewing (Ews-Fli1, mice); contra CCND1 em leucócitos camundongo Anticorpos especificos com protaminas (carga +) entrega dos siRNA p/células específicas via receptor. Ex.: contra gene gag HIV Estratégias de introdução dos siRNA in vivo para terapia Permite siRNA ser absorvido pelas células e liberado por endossomos. Ex.: siRNA contra APOB fígado (primatas) Similar aos SNALPS, mas menores, contêm um ligante que permite entrega para as células alvos Triagens clínicas para tratamento de doenças -Bevasiranib: contra VEGF degeneração macular (crescimento de vasos atrás da retina) perda visual. Tratamento melhora da visão sem efeito colateral. Também em fase II para tratamento de edema macular diabética -Alnylan Pharmaceuticals: contra genes implicados na hipercolesterolemia, doença de Huntington, hepatite C -Doenças alvo p/tratamento: AIDS, Parkinson, degeneração macular, diabetes tipo 2, obesidade, hipercolesterolemia, artrite reumatóide, doenças respiratórias e câncer TERAPIA – ANTAGONISTAS DE miRNA (AMOs) -inibir miRNA oncogênicos utilizando antagonistas de miRNA: •anti-miRs, locked-nucleic acids (LNA) ou antagomiRs: são oligos com sequencias complementares aos miRNAs endógenos •Alteram a configuração do miRNA impedindo o processamento por RISC, ou degradam miRNA endógenos •Substituição do miRNA: reintrodução de um “miRNA mimético” supressor tumoral para restaurar uma perda de função Cancer Res. Author manuscript; available in PMC 2011 September 15. TERAPIA – ANTAGONISTAS DE miRNA (AMOs) - Miravirsen (SPC3649): antagonizar miR-122 para tratar hepatite C crônica redução dos níveis de colesterol do plasma, sem toxicidade. - liga-se a alça do precursor do miR-122 bloqueando o processamento pelas enzimas Dicer e Drosha -2010: foi a primeira droga alvejando miRNA em triagem clínica e atualmente encontra-se em fase II 2010: antagomir alvejando o pró-metastático miR-10b antagonizar metástase em modelo murino de câncer de mama - antagomir alvejando miR-155 em modelo murino de linfoma Cancer Res. Author manuscript; available in PMC 2011 September 15. APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS Terapêutica baseada inibição miRNAS: na -uso de drogas inibidoras: -empresa Regulus e SanafiAventis: mólécula moduladora do oncomiR miR-21, que tem como alvo os genes supressores PTEN e PDCD4 (glioblastoma, câncer de pâncreas, mama) -Miravisen (teste clínico fase 3): tratamento da hepatite C – inibição do miR-122 em células do fígado (alveja duas regiões do RNA viral, levando a redução da contagem viral) Terapêutica baseada na reposição de miRNAs: -empresa Mirna Therapeutics: modulador que mimetiza o miR-16 (alveja BCL2, controle da apoptose) -droga MRX34: modulador mimetizador do miR-34 (alveja genes reguladores do ciclo celular, como MYC, MET RRAS, CCND1). Modelo animal de câncer pulmonar (única dose induziu apoptose e redução da massa tumoral em 60%). Próxima fase, teste clínico em pacientes com câncer hepático miRNA E DOENÇAS NEUROLÓGICAS miRNAs exercem papel importante no desenvolvimento de muitas doenças: marcadores progresso, prognóstico e avaliação da resposta ao tratamento miRNA E DOENÇAS NEUROLÓGICAS -diminuição de miRNAs expressos no hipocampo: falha na Epilepsias Doença de Alzheimer maquinaria de maturação dos miRNAs e diminuição na expressão da enzima Dicer (formação dos miRNAs maduros). Ex.:miR-206, miR-347 -Enquanto outros apresentam expressão aumentada após a crise epilética: Ex.: miR-132, miR-134 -desregulação dos miRNAs em cérebros de pacientes relacionados com a progressão da doença: miR-9, miR-29, miR-34, miR-106, miR-107 (regulam genes chaves envolvidos na DA). -miR-107: ( mais relevante) baixa expressão nos estágios iniciais da doença no lobo temporal, correlacionado com alta expressão de BACE1 (enzima beta secretase 1) -miR-29: casos esporádicos de DA - tem sítios de ligação para o gene BACE1 (sua perda é correlacionada com alta expresão desse gene) -miR-153: contribui para a regulação pós-transcricional dos genes APP/APLP2 miRNA E DOENÇAS NEUROLÓGICAS -distúrbio neurodegenerativo, perda da cognição e Doença de Huntington alterações psiquiátricas, perda progressiva de neurônios do córtex e corpo estriado -expansão do códon CAG no gene HTT (proteína huntingtina) -miR-200: alterado no córtex de camundongos mutantes de HTT nas fases iniciais da doença (comprometimento de genes envolvidos na plasticidade e sobrevivência neuronal) -hopexpressão : miR-146a, miR-125b, e miR-150 -hiperexpressão: miR-34b -desregulação da Dicer, Drosha e Exportina-5 Outras Doenças -Esquizofrenia -Autismo -Doenças Cardiovasculares Doenças autoimunes ou inflamatórias crônicas miRNA COMO BIOMARCADORES DE DIAGNÓTICO E PROGNÓSTICO Padrão de expressão dos miRNAs: assinatura potencial para a classificação, diagnóstico, prognóstico e resposta terapêutica -Utilização de biópsias, fluidos biológicos como soro, plasma, urina, escarro, etc •Diabetes: níveis séricos do miR-23a (sensibilidade de 79,2% e especificidade de 75%) capaz de discriminar pacientes com diabetes do tipo 2 •Epilepsia: níveis séricos do miR-106-b-5p (melhor preditor com sensibilidade de 80,3% e especificidade de 81,2%) •Esclerose múltipla: desregulação de miRNAs em linfócitos T isolados do sangue •Doença de Alzheimer: níveis séricos do miR-342-3p apresentou melhor sensibilidade 81,5% e especificidade 70,1% PRINCIPAIS MODULADORES DE miRNAs EM DESENVOLVIMENTO -273 testes clínicos registrados na plataforma clinicaltrials -49% das patentes relacionadas a tecnologias para modulação de miRNAs e novas técnicas de administração dos moduladores de miRNAs. Segurança da Terapia -Um único miRNA pode regular os níveis de centenas de proteínas consequências de hipoexpressão ou expressão ectópica -relatos de mortes em camundongos devido em parte a saturação do fator de transporte” exportina 5”, que transporta o miRNA do núcleo p/ citoplasma -utilização de menor concentração possível de siRNA que forneça eficácia terapêutica -siRNA alteram a expressão de genes alvos e não alvos -Outras barreiras: toxicidade associada a entrega; pobre transfecção, pouco conhecimento da biodistribuição, liberação sistêmica, degradação na circulação, sequestração endossomal e estimulação da resposta imune celular