TRATAMENTO DE DOENÇAS GENÉTICAS TERAPIA GÊNICA Genética Humana Profa. Dra. Ana Elizabete Silva TRATAMENTO DE DOENÇAS GENÉTICAS Na maioria das vezes o tratamento das doenças genéticas é somente paliativo: -aliviar a dor -melhorar a qualidade de vida amenizando os sintomas ao invés de agir na causa primária: o gene ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DOENÇAS MONOGÊNICAS -Tratamento se baseia na reposição da proteína deficiente → melhora do funcionamento ou minimizando as consequências de sua deficiência -efetivo em 12% dos distúrbios DOENÇAS COMPLEXAS – MULTIFATORIAIS -se o fator ambiental é conhecido: oportunidade efetiva de intervenção → modificação ou não exposição ao fator ambiental -tratamento cirúrgico ou médico Quanto mais precoce o diagnóstico e instituído um tratamento → mais favorável será a evolução dos pacientes. TRATAMENTO AO NÍVEL DO FENÓTIPO AFETADO Transplante de órgão ADA óssea Ativação de um gene dormente Talassemia Beta: Gene cadeia da hemoglobina Fornecimento da proteína Hemofilia A/B: fator VIII/IX de coagulação. Diabetes: insulina Evitar o agente danoso Xeroderma pigmentosum: luz solar D. Wilson: acúmulo de cobre penicilamina e trientina Remoção do produto tóxico acumulado Dieta especial e Talassemia: Medula Fenilcetonúria: dieta baixa de fenilalanina da DOENÇAS MONOGÊNICAS COM TERAPIA EFETIVA Hiperplasia adrenal congênita: reposição hormonal Fenilcetonúria: restrição dietética de fenilalanina Hemofilia: reposição do fator Imunodeficiência combinada grave: transplante de medula Cistinúria: ingestão de líquidos: D-penicilina Agamaglobulinemia: reposição de imunoglobulinas Acidúria metilmalônica: vitamina B12 Doença policística adulta: transplante renal DOENÇAS MULTIFATORIAIS COM TERAPIAS EFETIVAS Fenda labial e palatina: cirurgia Estenose pilórica: cirurgia Cardiopatia congênita: cirurgia e medicação Hidrocefalia: cirurgia e medicação Hipertensão: medicação Úlcera péptica: medicação e cirurgia Epilepsia: medicação CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS Necessidade de uma avaliação a longo prazo: o tratamento aparentemente bem sucedido pode demonstrar-se imperfeito Após longa observação apresenta inadequações: Ex. PKU Crianças bem-tratadas→ escapam de RM → QI normal Manifestam distúrbios de aprendizagem e comportamento → prejuízo no desempenho acadêmico CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS Tratamento bem-sucedido de mudanças patológicas em um órgão → podem surgir problemas inesperados em tecidos, antes não observados (pacientes não sobreviviam tempo suficiente). Ex.: Galactosemia galactose-1-fosfato GALT UDPG Quadro clínico: Criança tratada: Problemas gastrintestinais Problemas de aprendizagem Cirrose hepática Mulheres desenvolvem insuficiência ovariana → toxidez continuada de galactose Catarata RM grave CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS Outros exemplos: Cistinose: acúmulo de cistina nos lisossomos → insuficiência renal → pacientes com transplante renal após envelhecimento → desenvolvem hipotireoidismo, diabetes e anomalias neurológicas Retinoblastoma: tumor de retina → pacientes correm o risco de desenvolver outras malignidades independentes após a primeira década: osteossarcoma CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS Efeitos colaterais a longo prazo: Exemplos: Hemofilia: infusão do fator de coagulação → formação de anticorpos contra a proteína Talassemia: transfusão de sangue → sobrecarga de ferro ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO TRATAMENTO DAS DOENÇAS METABÓLICAS Desvio Metabólico: Distúrbios do ciclo da uréia -conversão da amônia em uréia -defeito enzimático → hiperamonemia -benzoato de sódio → ligação da amônia com glicina → hipurato Inibição: Hipercolesterolemia Familiar Lovastatina: redução 40 a 60% nos níveis de LDL-colesterol do plasma nos heterozigotos TRATAMENTO NO NÍVEL DA PROTEÍNA TRATAMENTO POR MODIFICAÇÃO DO GENOMA OU SUA EXPRESSÃO Terapia Gênica Envolve diversas tecnologias que têm em comum, um novo conceito terapêutico a introdução de material genético para atuar na causa fundamental da doença : o gene, fragmento gênico ou oligonucleotídeos Descreve qualquer processo destinado a tratar ou aliviar doenças pela modificação genética das células do paciente. 1º Passo: Gene de interesse Organismo-alvo 2º Passo: Gene + Redulagores 3º Passo: Tecnologia DNA Recombinante - Virais Gene Transferência dos vetores Vetor - Não- virais In vivo Ex vivo Organismoalvo TERAPIA GÊNICA EX VIVO x IN VIVO http://recursos.cnice.mec.es/biosfera/alumno/2bachillerato/genetica/contenido14.htm PROCEDIMENTO BÁSICO PARA TERAPIA GÊNICA Doença apropriada Estratégia de transferência: ex vivo ou in vivo Células alvo Vetor CÉLULAS ALVO Características: acessíveis, tempo de vida longo no corpo, alta taxa de proliferação Tipos de células alvo: Células tronco (medula óssea- cordão umbilical) linfócitos fibroblastos de pele células musculares (mioblastos) células vasculares endoteliais hepatócitos Vetor Ideal Capacidade de acomodação de um transgene ilimitado; Baixa imuno e citotoxicidade; Expressão estável do transgene; Direcionamento específico para células e tecidos; Baixo custo; Fácil produção e manipulação; Regulação do gene exógeno no tempo e/ou quantidade 1. Inserção de um gene em um vetor 2. Contato Vetor / Célula 3. Entrada e transporte do gene até o núcleo da célula 4. Transcrição do RNAm a partir do gene 5. Tradução do RNAm em proteína 6. Secreção, fixação na membrana ou expressão citoplasmática da proteína http://recursos.cnice.mec.es/biosfera/alumno/2bachillerato/genetica/contenido14.htm Escolha do Protocolo de Terapia Gênica Patologia célula/tecido-alvo tamanho e tipo de transgene expresso tempo e quantidade de expressão desejada. Exemplos: Fibrose Cística Parkinson Retinite Pigmentosa Hemofilia Doenças Metabólicas Tratar diretamente Órgão específico Tratar Sistemicamente Fígado e Músculo Escolha do Protocolo de Terapia Gênica Doenças monogênicas recessivas Doenças Monogênicas Dominantes Expressão do gene funcional Silenciamento do gene anormal DNA Antisense Mas também podem ser tratadas: Doenças Adquiridas: HIV, Câncer, Cardiovasculares CASO CLÍNICO Parte I: Criança com 8 meses é levado a emergência devido batida na cabeça. O levantamento da história médica mostrou que teve vários episódios de sangramentos nasais. O médico suspeitou de um distúrbio de coagulação e solicitou exame de triagem. Parte II: Os resultados da triagem de coagulação mostraram a análise de tempo de protrombina e funcionamento das plaquetas normais. Porém mostraram um tempo prolongado de protromboplastina parcial ativada, suspeitando de alteração de fator de coagulação. Os resultados mostraram que Ethan tem menos de 1% de atividade do fator IX de coagulação, consistente com diagnóstico de hemofilia B. CASO CLÍNICO Parte III: Os pais foram encaminhados a um hematologista e uma equipe de genética para explicar as características da doença (recessiva ligada ao X) e opções de tratamento. Mutação no gene do fator VIII (Hemofilia A) ou IX (Hemofilia B) de coagulação afeta 1:5000 homens Sintomas: sangramento espontâneo nas juntas, nos tecidos moles e órgãos vitais Tratamento: injeções regulares de fator VIII ou IX CASO CLÍNICO Parte IV: O hematologista explica sobre o tratamento usando uma infusão intravenosa de fator IX recombinante ou derivado de plasma. Devido a herança ligada ao X também solicita o teste genético na criança e na mãe. Geralmente uma mutação sem sentido que leva ao término de leitura prematuro da tradução da proteína. Mais de 2100 mutações diferentes http://maxianarellidebemcomavida.blogspot.com/2009_03_01_archive.html CASO CLÍNICO Parte V: Após 18 anos, Ethan foi internado várias vezes. Os pais ficaram sabendo sobre a terapia gênica e procuraram o hematologista para ser incluído no ensaio clínico. Neste ensaio a terapia é injetada diretamente no músculo 6 pacientes submetidos à terapia gênica Procedimento: extração de células da pele (fibroblastos) inserção do gene normal em plasmídeo (não provocam rejeição pelo organismo) inseridos nos fibroblastos por choque elétrico clonagem dos fibroblastos pacientes receberam implantes dos fibroblastos no abdomem, após pequenas incisões aumento de 1 a 4% do fator VIII (melhora qualidade de vida dos pacientes) benefícios foram temporários: apenas 10 meses CASO CLÍNICO Parte VI: Ethan participou de um ensaio de terapia gênica usando AAV recombinante direcionado ao fígado pela veia porta. Houve um pequeno aumento nos níveis de fator IX, mas ainda não o suficiente. Sucessos e Insucessos da Terapia Gênica Imunodeficiência (ADA) Lewis, R., 2004. Sucessos e Insucessos da Terapia Gênica Imunodificiência (ADA) Deficiência da Adenosina Desaminase (1990) – Primeira Terapia Gênica Duas meninas uma 4 e outra de 8 anos com SCID receberam seus próprios leucócitos intravenoso após tratamento com TG introduzido o gene normal para ADA; Nos anos seguintes elas permaneceram relativamente saudáveis, mas com tratamento sendo repetido; Uma precisou de PEG-ADA (enzima sintética) e a outra apresentou 25% de suas células T normais. Desde 1991: > 90 pacientes foram tratados usando células fronco do cordão umbilical ou medula óssea Os pacientes têm sobrevivido, a maioria sem terapia complementar Sucessos e Insucessos da Terapia Gênica Imunodeficiência Combinada Severa Ligada Ao X – XSCID Devido mutação do gene IL2RG: codifica a cadeia do receptor IL-2 Pacientes faltam células T e células B prejudicadas Paris: 10 crianças selecionadas para terapia gênica: células da medula óssea retrovírus 9/10 crianças apresentaram células T com o gene transduzidos Duas crianças desenvolveram leucêmia de células T (~ 3 anos após a terapia) inserção do retrovírus próximo ao promotor do oncogene LMO2 Londres: 17/20 pacientes apresentaram benefícios da terapia gênica (seguimento por 10 anos) após: 1 paciente desenvolveu leucêmia Desses casos 1 paciente morreu devido leucêmia VÍTIMA DE TERAPIA GÊNICA Universidade de Pensilvania: rapaz de 18 anos faleceu durante triagem de TERAPIA GÊNICA faleceu 4 dias após a terapia falência múltipla de órgãos Doença: deficiência de ornitina transcarbamilase (OTC): doença ligada ao X distúrbio do ciclo da uréia (fígado) causa níveis impróprios de amônia no sangue Vetor adenoviral (alta dose- 38 trilhões de adenovírus) injeção no fígado altos níveis de IL-6 consequências sistêmicas síndrome de resposta inflamatória sistêmica letal VÍTIMA DE TERAPIA GÊNICA Julho/2007: mulher de 36 anos com artrite reumatóide faleceu 22 dias após receber a segunda dose de um gene terapêutico para artrite. Após investigação pela FDA não foi possível atribuir a morte da paciente a terapia TERAPIA GÊNICA DO CÂNCER Cerca de 650 protocolos: triagem clínica 2/3 dos protocolos de terapia gênica em estudo envolvem cânceres não herdados introdução de genes supressores de tumor para restaurar a função perdida. Ex.: inserção do gene TP53 normal em tumores de pulmão bloquear a progressão tumoral e apoptose TERAPIA GÊNICA DO CÂNCER Imunoterapia: introdução de lipossomos com DNA para HLA-B27 em melanoma: expressão de HLA-B27 na superfície das células e destruição pelas células T citotóxicas regressão do melanoma em alguns casos Terapia Gênica no Brasil - Em 2004 foi criada a Rede de Terapia Gênica - 14 grupos de pesquisa dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, financiados pelo Institutos do Milênio do CNPq/MCT. - Pesquisas: introdução de genes com efeito terapêutico Qual o alvo do Brasil? - terapia gênica em câncer - doenças graves do metabolismo - doenças degenerativas e cardiovasculares - vacinas de DNA profiláticas para doenças infecciosas e vacinas de DNA terapêuticas para HPV Terapia Gênica no Brasil Rede é composta por: Rio de Janeiro: o Instituto de Biofísica da UFRJ, o Instituto Oswaldo Cruz e o Instituto Nacional do Câncer (InCa); São Paulo: os Departamentos de Microbiologia e Biologia Celular e Desenvolvimento da USP, o CINTERGEN da UNIFESP, o InCor e o Instituto Butantã; Rio Grande do Sul: os Departamentos de Genética e de Biofísica e o Hospital de Clínicas da UFRGS, bem como o Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. ESTRATÉGIAS PARA TERAPIA MOLECULAR TERAPIA MOLECULAR •Gleevec (Imatinib):bloqueia proteína quimérica abl-bcr na LMC •Herceptin (Traztuzumab): anticorpo monoclonal boqueia os receptores c-ERBB2 (Her-2/neu) em câncer de mama metastático •Gefitinibe (Iressa) inibidor do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) inibe ligação do ATP da tirosina quinase ao receptor intracelular câncer de pulmão •Erlotinib (Tarceva) inibidor potente de EGFR câncer de pulmão associado a quimioterapia •Cetuximab ou C225 (Erbitux) anticorpo monoclonal contra sítio de ligação extracelular do EGFR câncer de cólon •Bevacizumab (Avastin) anticorpo humanizado ação antiangiogênica bloqueio do fator de crescimento endotelial vascular circulante (VEGF) câncer de pulmão e colorretal TERAPIA ANTISENSE TERAPIA ANTISENSE (AS): inibição da expressão de um produto gênico usando uma sequência de DNA complementar • sequência de 15-20 pb ou complementar ao mRNA inteiro bloqueiam os fatores de iniciação da tradução ou interação do mRNA e ribossomos. SILENCIAMENTO GÊNICO Terapia do Câncer: Genes alvos oncogenes, genes supressores mutantes e moléculas de sinalização TERAPIA ANTISENSE (AS) AS Oligos nucleasesresistentes TERAPIA ANTISENSE Oligonucleotídeo antisense: VitraveneTM Vários oligos AS em triagem clínica fase III doenças infecciosas e câncer - Ex.: Oblimersen (Genasense) alvo gene Bcl-2 (vários tipos de câncer) Efeitos colaterais: resposta imune; coagulopatias e danos no fígado Aprovado em 1998 contra retinite induzida por citomegalovírus injeção local C-Raf, H-Ras, c-Myc, cMyb, TP53, VEGF ainda não aprovados pelo FDA Validação dos efeitos dos oligos AS: -imuno -Western blotting -RT-PCR RNA interferência - miRNA -considerados como drogas que induzem apoptose e bloqueio do ciclo celular -introduzidos em vetores: adenovírus, vírus adenoassociados (AAV), retrovírus, lipossomos, injeção do RNA, nanopartículas Camundongos: Triagem clínica: alvos -miR-15a e miR-16-1: tratamento da leucêmia -IL-10: tratamento da preeclâmpsia -família miR-29: suprimir câncer de pulmão e leucêmia (LMA) -VEGF e VEGFR-1: degeneração macular -BCR-ABL: LMC microRNA e Câncer •Ambros et al (1993): descobriram o gene lin-4 (small non-protein-coding RNA) regulação do desenvolvimento de Caenorhabditis elegans •Identificação de ~1000 microRNAs (miRNAs) 20-22 nucleotídeos não codificadores de proteínas •Reguladores negativos da expressão gênica •Regulam >30% de RNAm: função em processos como desenvolvimento, diferenciação, proliferação celular, apoptose e resposta a estresse •Presentes em: C. elegans, D. melanogaster, plantas e mamíferos (humanos) •miRNA: implicados em vários cânceres humanos tanto perda como ganho de miRNA contribuem para o desenvolvimento do câncer Biogênese do microRNA miRNA: gerado pela transcrição de um longo precursor (pri-miRNA) processado para produzir um (pre-miRNA) segundo precursor 60-100 nucl. Transportado citoplasma processado RNase III miRNA final duplex Ligação 3’UTR RNAm inibição tradução http://www.gene-quantification.de/micro-rna.html#def NATURE|Vol 457|22 January 2009|doi:10.1038/nature077 MECANISMOS DE SILENCIAMENTO GÊNICO Mecanismos: ligação na região 3’UTR do RNAm (a) •pós-transcricional (PTGS): -clivagem direta do RNAm: miRNA é complementar ao RNAm degradado após clivagem p/RISC -repressão da tradução e degradação RNAm: miRNA com pareamento incompleto Um tipo de miRNA pode regular ~200 mRNA: pareamento incompleto DGCR8: cofator de DROSHA XPO5: exportinA-5 (transporte ao citoplasma) RISC (RNA-induced silencing complex) www.nature.com/reviews/genetics OCTObER 2009 | VOLuME 10 Descoberta de miRNA câncer: LLC: del(13q14) dois genes de miRNA: miR15-a e miR-16-1 perda em 70% de LLC função de gene supressor de tumor •Maioria dos miRNA localizados em regiões envolvidas em alterações cromossômicas: deleções, amplificação e mutação, metilação Mapa de miRNA envolvidos em alterações em câncer: 13q14 (miR-15-a e miR-161)- deletada em LLC; 7q32 (miR-29-a e miR-29b) deletada em SMD e LMA; 3p2 (let-7glet-7a1); 9q22.3 (let-7f-1-let-7d) em tumores sólidos (pulmão, mama, ovário...). Função dos miRNA como supressor tumoral x oncogene Sequenciamento dos miRNA: evidenciado deleções, mutações (inclusive na linhagem germinativa forma familial de LLC) Supressor tumoral Membros da família let-7 regula negativamente Oncogene RAS miR-15-a e miR-16-1 alveja oncogene BCL2 (inibidor apoptose) miR-155 e miR-17-92: amplificados em vários linfomas de células B, câncer pulmão, mama, etc Perda de let-7 expressão > de RAS Câncer de pulmão Supressor tumoral Perda desses miRNAs disfunção de oncogenes celulares Oncogene miR-17-92 promove proliferação, inibe apoptose, induz agiogênese, e coopera c/ MYC desenvolvimento de linfomas; Overexpression miR-155 pobre prognóstico em adenocarcinoma pulmão www.nature.com/reviews/genetics OCTObER 2009 | VOLuME 10 Estratégias de introdução dos siRNA in vivo para terapia devido o tamanho e carga negativa, não atravessam facilmente a membrana celular Vetores não virais: Vetores virais: -conjugados de colesterol -lentivírus: contra Ras (camundongo); doenças neurodegenerativas -nanopartículas de polications ligadas a transferrina -Anticorpos carregados positivamente -SNALP: bicamada lipídica conjugada com polietileno glicol difusível -MEA: partículas policonjugadas dinâmicas -Adenovírus: sistema nervoso central injeção direta contra transcrito de ataxia espinocerebelar (camundongo) Riscos: imunogenicidade viral; mutações insercional Estratégias de introdução dos siRNA in vivo para terapia conjugado de colesterol Nanopartícula polication -grupos de colesterol aumenta estabilidade do siRNA. Ex: entrega intravaginal (camundongo) siRNA contra HSV-2 Nanopartículas de polication podem introduzir os siRNA em células específicas através de ligantes de superfície (transferrina) ao receptor das células alvos. Ex.: sarcoma Ewing (Ews-Fli1, mice); contra CCND1 em leucócitos camundongo Estratégias de introdução dos siRNA in vivo para terapia Conjugado de anticorpo Anticorpos especificos com protaminas (carga +) entrega dos siRNA p/células específicas via receptor. Ex.: contra gene gag HIV SNALPs Conjugado lipídeo-PEG: Permite siRNA ser absorvido pelas células e liberado por endossomos. Ex.: siRNA contra APOB fígado (primatas) Triagens clínicas para tratamento de doenças -Bevasiranib: contra VEGF degeneração macular (crescimento de vasos atrás da retina) perda visual. Também em fase II para tratamento de edema macular diabética -Alnylan Pharmaceuticals: contra genes implicados na hipercolesterolemia, doença de Huntington, hepatite C Segurança: relatos de mortes em camundongos -utilização de menor concentração possível de siRNA -siRNA exógenos alteram a expressão de genes alvos e não alvos -estimulação da resposta imune Nanopartículas para entrega de drogas anticâncer -Tamanho: 10-100nm -Composição: moléculas funcionais como: drogas, peptídeos, proteínas, ácidos nucléicos -materiais: polímeros, dendrímeros, lipossomos, nanotubos de carbono, e metais (ouro e óxido de ferro) -Polímeros: avaliar a toxicidade (ativação complemento, imunogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade) devem ser não tóxicos e biodegradáveis evitar acúmulo no organismo (fígado, baço e medula óssea) Nanopartícula - Lipossomo -partículas esféricas (25nm-10um), membrana bicamada fosfolipídica -limitações: curto tempo de circulação sangue rápido clearance pelos macrófagos -2a. geração de lipossomos: tempo de circulação sangue maior (3 dias) Nanopartículas para entrega de drogas anticâncer Nanopartícula - polímero Formação: duas partes -núcleo hidrofóbico recipiente p/droga -Concha hidrofílica estabilização em ambiente aquoso Polímeros naturais: heparina, dextran, albumina, gelatina, colágeno, alginato Polímeros sintéticos: polietileno glicol (PEG); ácido poliglutâmico (PGA); ácido polilático (PLA); policarprolactona (PCL) -Características: biocompatibilidade, biodegradável, capacidade funcional Métodos p/entrada droga na nanopartícula: - aprisionamento físico: interação hidrofóbica entre o núcleo da naopartícula e a droga -conjugação química: droga covalentemente conjugada a nanopartícula Nanopartículas para entrega de drogas anticâncer Nanopartícula – Ouro e Óxido de ferro -Ouro: inerte em ambiente fisiológico, mas sua toxicidade a longo prazo é questionada -Nanorod ouro: terapia fototermal gera calor quando irradiado laser infra-vermelho aquecido 43oC localmente no tumor destrói apenas o tumor Óxido de ferro: usado clinicamente para MRI -potencial carreador de droga e retém sua função de imagem -Vantagem: pode ser entregue de maneira dirigida para região desejada aplicando campo magnético externo Entrega de Nanopartículas terapêuticas Ex.: Abraxane nanopartículas de paclitaxel (Taxol) câncer de mama metastático melhor eficácia Passiva: baseado no tamanho das nanopartículas e vasculatura defeituosa do tumor (falhas 600-800nm entre as células endoteliais) pobre drenagem linfática permeabilidade aumentada e efeito de retenção nanopartículas acumulam seletivamente no interstício do tumor -vascularização do tumor afeta acúmulo das nanopartículas: tumor pobremente vascularizado, tumores pré-angiogênicos pequenos e tumores necróticos grandes baixo acúmulo de nanopartículas Entrega de Nanopartículas terapêuticas Ex.: MCC-465 Doxorrubicina-encapsulada c/ imunolipossomo (anticorpo GAH) reconhece moléculas de superfície celular vários tipos de células tumorais Ativa (nanopartículas alvo-dirigidas): através de ligantes/anticorpos específicos ao tumor sobre as nanopartículas ligação a antígenos ou receptor associado ao tumor entrega das nanopartículas intracelular (apenas células tumorais) melhor efeito terapêutico APLICAÇÕES DA NANOTECNOLOGIA NO CÂNCER Nanopartícula multifuncional: imagem do câncer e terapia -a entrega da droga, eficácia do tratamento e toxicidade podem ser monitoradas usando agentes de imagem. Annu Rev Biomed Eng, 2007 APLICAÇÕES DA NANOTECNOLOGIA NO CÂNCER Amostra de câncer de próstata: 2 glândulas diferentes (a –c) marcadas por 4 biomarcadores tumorais (mdm-2, p53, EGR-1, p21) com cores diferentes. Observa-se padrão diferente dos biomarcadores para as 2 glândulas. Evidencia heterogeneidade do tumor quanto aos marcadores. Annu Rev Biomed Eng, 2007 NANOPARTÍCULAS E TOXICIDADE -Apesar do uso de nanopartículas até mesmo para consumo -Há poucas informações sobre os possíveis efeitos tóxicos para a saúde humana e o meio ambiente - Efeitos já observados: - Catalisar danos oxdativos ao DNA - Nanopartículas de ouro têm a capacidade de mover-se através da placenta da mãe para o feto quando injetadas em ratos fêmeas grávidas - Granulomas em ratos e camundongos após a exposição aguda à Nanopartículas de prata Nanotubos de carbono: - causam acelerado estresse oxidativo na pele