4h A CONTRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA CONTABILIDADE FRENTE AO COMPROMISSO SOCIAL DA LITERÁRIA FINANCEIRA LA CONTRIBUCIÓN DE LOS PROFESIONALES DE LA CONTABILIDAD FRENTE AL COMPROMISO SOCIAL DE LA EDUCACIÓN FINANCIERA MARIA DE FATIMA DA SILVA SERRA Professora Universidade Federal do Rio Grande-FURG PAULO AFONSO DA SILVA OLIVEIRA Professor Universidade Federal de Roraima-UFRR Area Temática: H) Responsabilidad Social Corporativa Palabras Claves: Literacia Financiera, Educación Financiera, Control del Gasto Domestico, Principios y Normas de Educação Financiera. i A CONTRIBUIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA CONTABILIDADE FRENTE AO COMPROMISSO SOCIAL DA LITERÁRIA FINANCEIRA Resumo Este estudo tem por objetivo principal apresentar uma proposta de um programa de controle dos gastos domésticos a ser aplicado pelos profissionais da contabilidade em seus ambientes de trabalho. O programa “desafio do controle dos gastos domésticos” proposto neste estudo tem por propósito estimular os profissionais da contabilidade a motivar as pessoas de sua convivência, seja no trabalho ou no seu ambiente familiar a controlarem seus gastos pessoais. A proposta apresentada por este estudo tem por fundamentação integrar estes profissionais no processo da literacia financeira. Neste processo todos são convidados a aportar sua contribuição em prol da disseminação e aplicação de ferramentas que permitam que todos os cidadãos sejam alfabetizados financeiramente. Este estudo também apresenta as iniciativas de fomento a literacia financeira implantadas pelo governo brasileiro e pelo governo português, estas experiências são elencadas com o objetivo especifico de divulgar neste estudo os trabalhos de literacia financeira que estão sendo realizados pelos dois países para conscientizar a sociedade da importância de aprender os temas financeiros essenciais a sua formação cidadã. Palavras Chaves: Literacia Financeira, Educação Financeira Princípios e Normas de Educação Financeira, e Controle do Gasto Doméstico. LA CONTRIBUCIÓN DE LOS PROFESIONALES DE LA CONTABILIDAD FRENTE AL COMPROMISO SOCIAL DE LA EDUCACIÓN FINANCIERA Resumen Esto estudio tiene por objetivo principal presentar una propuesta de un programa de control de los gastos domésticos a ser aplicada por los profesionales de la contabilidad en sus ambientes de labor. El programa “desafío del control de los gastos domésticos” presentado en este estudio tiene por propósito estimular a los profesionales de la contabilidad a motivar a las personas de su convivencia, sea en su trabajo o en su ambiente familiar a controlaren sus gastos personales. La propuesta presentada por este estudio tiene por fundamentación integrar estos profesionales en el proceso de la literacia financiera. En esto proceso todos son convidados a aportaren su contribución en función de la diseminación y aplicación de herramientas que permitan que todos los ciudadanos sean alfabetizados financieramente. Este estudio también presenta las iniciativas de fomento a literacia financiera implantadas por el gobierno brasileño e por el gobierno portugués, estas experiencias son enumeradas con el objetivo especifico de divulgar en este estudio los trabajos de literacia financiera que están siendo realizado por los dos países para concientizar la sociedad de la importancia de aprender los temas financieros esenciales a su formación ciudadana. Palabras Claves: Literacia Financiera, Educación Financiera, Principios y Normas de Educación Financiera, y Control del Gasto Domestico. 1 1 INTRODUÇÃO O profissional da contabilidade tem sua formação dirigida ao controle patrimonial das entidades, e para tanto aprendeu às técnicas necessárias para registrar e traduzir o valor do patrimônio de uma entidade aos seus usuários. A definição de patrimônio contábil é o conjunto de bens, direitos e obrigações (FRANCO, 1990), esta definição é aceita tanto para o patrimônio de uma pessoa jurídica (entidade), como para o patrimônio de uma pessoa física. É fato que todas as entidades usam a contabilidade para controlar seu patrimônio, porém nem todas as pessoas físicas têm um perfeito conhecimento dos assuntos financeiros que podem afetar seu patrimônio pessoal, e as conseqüências dessa desinformação são nível de elevado endividamento pessoal. A falta de controle financeiro é a principal causa do endividamento (ZERRENNER, 2007). O problema do endividamento no Brasil é assustador, onde 64,2% das famílias consideram-se endividadas (CNC- Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 2012), e em Portugal o nível de endividamento é próximo de 130% do rendimento disponível das famílias (CONSELHO NACIONAL DE SUPERVISORES FINANCEIROS, 2011, p. 6). Para resolver os problemas de endividamento, e de controle das finanças pessoais um cidadão precisa adquirir conhecimentos sobre como deve tratar o seu dinheiro. O tema do combate a situações de endividamento é um tema de interesse social onde governos e instituições se unem para disseminar os conceitos da educação financeira. A educação financeira é um tema de interesse internacional, e de compromisso mundial, onde ensinar a cuidar das finanças é um desafio que envolve toda a sociedade (SAVOIA; SAITO; SANTANA, 2007; HOGARTH; HILGERT, 2002; MEIER; SPRENGER, 2012; AUGUSTINIS; COSTA; BARROS, 2012). Não é preciso que uma pessoa enfrente uma situação de endividamento para apreender a cuidar de seus assuntos financeiros. Uma população financeiramente educada contribui para a eficiência do mercado (WISNIEWSKI, 2011). A educação financeira ajuda a promover o bem estar econômico e social (SARMA; PAIS, 2010; FOX; HOFFMAN; WELCH, 2004). Se almejarmos ter uma população esclarecida sobre temas financeiros à educação financeira deve ser ensinada nas escolas desde os níveis iniciais de ensino. “O acesso à educação financeira trará reflexos sobre a sustentabilidade do planeta na medida em que a sociedade passe a pesar suas decisões econômicas e a repensar seus hábitos de consumo, daí a importância da inserção da educação financeira também nas escolas” (WISNIEWSKI, 2011, p. 169). A Educação Financeira é o processo pelo qual os cidadãos melhoram a sua compreensão sobre produtos e conceitos financeiros e desenvolvem capacidades e confiança para se tornarem mais atentos aos riscos e oportunidades financeiras. A educação financeira contribui para que um cidadão tome decisões refletidas, saiba onde se dirigir para obter ajuda e adote comportamentos que melhorem o seu bem-estar financeiro. (ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 2006). A terminologia “educação financeira”,é uma expressão sinônima das terminologia “literacia financeira”, e “cidadania financeira”. O termo literacia financeira foi usado pela primeira vez em 1997, e define a capacidade de um cidadão de fazer julgamentos baseado em informações, e consequentemente tomar decisões efetivas com relação a gestão de seu dinheiro (NATIONAL FOUNDATION FOR EDUCATIONAL RESEARC, 2013). A cidadania financeira é o pleno exercício dos direitos e o cumprimento dos deveres dos cidadãos sobre suas finanças (SOUZA; ARAUJO, 2010). Se considerarmos que a educação financeira é um processo de aprendizagem, que a literacia financeira e a cidadania financeira são uma capacidade que tem um cidadão após adquirir conhecimentos, percebe-se que as terminologias são sinônimas. Neste estudo opta-se por utilizar a expressão literacia financeira para o processo de ensino de temas financeiros essenciais para que um cidadão possa adquirir a capacidade de decidir sobre o rumo de suas finanças. Atualmente em termos mundial existe uma significativa lacuna de conhecimento financeiro e um considerável espaço para melhorar o comportamento financeiro da sociedade (ATKINSON; MESSY, 2012; SOUZA; ARAUJO, 2010). Considerando que uma pessoa com formação em literacia financeira não enfrenta uma situação de endividamento, e as pessoas que estão enfrentando essa situação precisam dos conhecimentos da literacia financeira. 2 No Brasil e em Portugal mais da metade das famílias estão endividadas (CNCConfederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, 2012; CONSELHO NACIONAL DE SUPERVISORES FINANCEIROS, 2011), logo essas pessoas estão necessitando de profissionais que as ajudem a enfrentar esses problemas. Considerando que, quanto maior o nível de conhecimento e de planejamento financeiro de uma pessoa, maior será a qualidade de vida desta pessoa (CARDOZO, 2011; KERN, 2009). Surge uma pergunta: qual o profissional mais capacitado para ensinar a sociedade a conhecer os assuntos financeiros relacionados com seu patrimônio? E em nosso entender a resposta é o profissional da contabilidade, porque este é o profissional que conhece as técnicas de controle de patrimônio. O objetivo geral deste estudo é apresentar uma proposta de um programa de controle dos gastos domésticos a ser aplicado pelos profissionais da contabilidade em seus ambientes de trabalho e familiares. Estes profissionais sabem as técnicas do controle patrimonial, e podem oferecer a sua contribuição para disseminar os conceitos da literacia financeira junto ao seu meio de atuação e convívio. Conceitos estes essenciais para que uma pessoa assuma o controle de suas finanças e enfrente os desafios de sair de uma situação de endividamento. Este estudo também apresenta as iniciativas de fomento a literacia financeira implantadas pelo governo brasileiro e pelo governo português, estas experiências são elencadas com o objetivo especifico de divulgar neste estudo os trabalhos de literacia financeira que estão sendo realizados pelos dois países. Este estudo tem por limite o ensino do controle do gasto pessoal pelos profissionais da contabilidade em seus ambientes de trabalho e familiares. Esta proposta não ambiciona ser um programa pleno de literacia financeira, e sim uma iniciativa que pretende motivar estes profissionais a assumirem publicamente que aderem o compromisso social da literacia financeira. Após complementar um programa de educação financeira os participantes estão propensos a reavaliar seus planos de vida para o trabalho, aposentadoria, poupança e consumo, estão propensos a planejar e controlar sua vida financeira (CLARK, et al., 2003). A proposta de programa apresentada neste estudo tem por ambição motivar os profissionais da contabilidade a ensinarem as pessoas a desenvolverem habilidades de planejamento financeiro pessoal. O planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para a acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua família. Esta estratégia pode estar voltada para curto, médio ou longo prazo, e não é tarefa simples atingi-la (FRANKENBERG, 1999, p. 31). Um cidadão precisa aprender a planejar suas finanças pessoais, e o profissional da contabilidade pode motivar a sociedade a aprender a controlar seu gasto pessoal. 2 REFERENCIAL TEÓRICO O termo literacia financeira pode abranger conceitos que vão desde a sensibilização e conhecimento financeiro, produtos financeiros, instituições e conceitos, habilidades financeiras, tais como a capacidade de calcular juros simples e compostos, e capacidade financeira de investir, em termos de gestão de dinheiro e planejamento financeiro (XU; ZIA, 2012, p. 02). A literacia financeira confere ao cidadão habilidades no mercado de trabalho, porque desenvolve habilidades pessoais que auxiliam o processo de tomada de decisão de assuntos financeiros essenciais para a formação de um cidadão. Essas decisões e habilidades podem melhorar a capacidade de um indivíduo para pesar alternativas, explorar oportunidades e alcançar objetivos pessoais em seu favor e em favor da empresa que empreende ou que trabalha (BAYER; BERNHEIM; SCHOLZ, 2008). As pesquisas de literacia financeira realizados demostram que os consumidores têm baixos níveis de literacia financeira e falta de consciência da necessidade de ser educado financeiramente (ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 2013). Após analisar as pesquisas em temos mundiais sobre o tema da literacia financeira as pesquisadoras Lisa Xu e Bilal Zia concluíram que (XU; ZIA, 2012, p. 09): as mulheres tem um nível mais baixo de literacia financeira em termos mundiais; a literacia financeira segue uma forma de “U” invertido em relação a idade, o que significa disser que as pessoas idosas e as crianças tem um menor nível de literacia financeira; a localização geográfica e as diferenças de raças e etnias tem influencia no nível de literacia financeira; nos países desenvolvidos a literacia financeira esta relacionada com o planejamento da 3 aposentadoria, com a análise de investimentos mais sofisticados, estudos de divida e hipoteca, e pode ter até outras implicações macroeconômicas; nos países subdesenvolvidos a literacia financeira esta relacionada a temas de abertura de conta bancária, seguros, e baixa alfabetização de negocio; e participação generalizada em temas de educação financeira. O nível de literacia financeira de um cidadão influencia diretamente nas suas decisões econômicas e nas decisões de sua família (SAVOIA; SAITO; SANTANA, 2007). Uma pessoa com alto nível de literacia financeira pratica o consumo consciente, tem o habito de poupar, e planeja financeiramente a formação de seu patrimônio. A literacia financeira é uma das estratégias da promoção do consumo sustentável (COHEN, 2007). Dada a importância do assunto para a sociedade, existe farta literatura sobre o tema a disposição no meio acadêmico e na internet. Porém constata-se que apesar dos esforços dos estudiosos, dos órgãos governamentais, e das instituições para sensibilizar a sociedade, muito ainda tem que ser feito para que a sociedade seja alfabetizada financeiramente. Tendo por base o estudo de Lisa Xu e Bilal Zia (2012) divulgado pelo Banco Mundial o quadro 01 relaciona com base nas pesquisas realizadas, o que já é conhecido e o que precisa ser conhecidos, sobre os níveis e programas de literacia financeira. Analisando o quadro 01 percebe-se que a literacia financeira é um processo de aprendizagem e que muito já foi feito, porem como todo o processo de educação tem caráter de continuidade, permanência e objetiva atender a toda a sociedade. No processo de literacia financeira todos somos alunos e professores, uma vez que uma pessoa aprenda a literacia financeira ela também aprende a ensinar a outras pessoas a cuidar dos seus assuntos financeiros. Quadro 01 O que sabemos sobre os níveis e programas de literacia financeira O que sabemos sobre os níveis de literacia financeira? Pesquisas nacionais descobriram que a literacia financeira tende a ser associado com: -Sexo, idade (idosos/jovens), nível de renda e educação, raça/etnia e região (parte do país, urbano/rural). Na África e no Paquistão, as pesquisas indicam: -O Conhecimento e o acesso aos diferentes produtos financeiros podem variar muito por país (por exemplo, microfinanças, serviços bancários móveis, tipos de seguro). -A maioria das pessoas cita a falta de renda e de poupança como a principal razão para não terem uma conta bancária. -Existe uma carência de alfabetização financeira entre os empresários. -A maioria das pessoas deseja obter educação financeira. O que não sabemos sobre os níveis de literacia financeira? São escassas as pesquisas nacionais para a classe média e para os países subdesenvolvidos. Não existe análise suficiente de níveis de alfabetização financeira, e conhecimento financeiro de todos os países. Na África, as pesquisas sobre literacia financeira são limitadas e não foram testados os conhecimentos financeiros da população. Qual é a importância relativa da literacia financeira? Falta de um conhecimento mais específico das lacunas da alfabetização de negócios. Levantamentos sobre o acesso das Pequenas e Médias Empresas ao financiamento na África indicam baixa alfabetização de negócios entre os empresários, e indicam também que empresários muitos não possuem manutenção de registros de seus negócios. Estudos em países desenvolvidos mostram que a literacia financeira está correlacionadas com: -Planejamento de Aposentadoria. -Investimentos (participação nos mercados de ações e diversificação de carteira). -Dívida e análise de desempenho de crédito, incluindo hipotecas. 4 O que sabemos sobre programas de literacia financeira? Tem havido muitos estudos sobre educação financeira para os alunos (principalmente nos EUA), mas os resultados são mistos -Tem eficácia ações que despertem e oriente os alunos sobre temas relacionados a literacia financeira. Aconselhamentos sobre hipotecas parecem ter efeito positivo sobre as taxas de inadimplência. Avaliações experimentais mais rigorosas indicam que: - Fornecer informações em rede sociais pode aumentar a inscrição em planos de aposentadoria . O que não sabemos sobre programas de literacia financeira? Como deve ser desenhado o conteúdo do curso e a matéria a ser abordada? Quais são os formatos de comunicação para a literacia mais eficazes? -Existem várias avaliações contínuas, envolvendo meios de comunicação e formatos narrativos (por exemplo, programas de TV e rádio) Qual é a eficácia relativa da literacia financeira, em comparação com: -Subsídios com o objetivo de incentivar a captação de serviços financeiros, e melhorar o desempenho de empresários? -Fatores Comportamentais? -Aumento de medidas de defesa do consumidor? O formato de comunicação da literacia financeira pode fazer a diferença. Comunicações por vídeo podem ser mais eficazes. Nos países em desenvolvimento: - Um subsídio pode ser mais eficaz do que a literacia financeira para o aumento de demanda por conta bancária -A apresentação da comparação dos indicadores das taxas dos planos de previdência pode afetar a escolha do plano. Experimentos em literacia financeira para os empresários, incluindo os da África, indicam que: -Apresenta resultados positivos para o conhecimento do negócio. -Apresenta um misto efeito sobre os resultados do negocio, aumenta as operações de entradas e saídas da empresa. -Os efeitos variam de acordo com o sexo, e grau de coerção social (por exemplo, as restrições religiosas e culturais colocadas sobre as mulheres) -Design e conteúdo de curso também são importantes (por exemplo, regras simplificadas versus conteúdo tradicional) Qual é a maneira mais eficaz de atingir diferentes populações? - Por exemplo, certos grupos de estudantes podem aprender mais se forem usados métodos interativos. -Os desejos e preocupação de ensino financeiro podem variar amplamente por grupo demográfico. Como podemos melhorar o impacto da literacia financeira nos resultados dos negócios para os empresários? Como podemos melhorar o ensino da literacia financeira para as mulheres empresárias em particular? Fonte: Tradução dos Autores de XU, L.; ZIA, B. Financial Literacy around the World: An Overview of the Evidence with Practical Suggestions for the Way Forward, p.44-45 É necessário indivíduos financeiramente educados para garantir níveis suficientes de investidor e proteção ao consumidor, bem como o bom funcionamento, não só dos mercados financeiros, mas também da economia (ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 2013). O processo de literacia financeira é um compromisso social porque envolve toda a sociedade para implementar ações que promovam a transformação de pessoas em cidadão com conhecimento sobre assuntos financeiros. Este compromisso social esta fundamentado nos princípios e boas praticas para conscientização sobre educação financeira elaborados pela OECD. 2.1 Princípios de Boas Práticas para conscientização sobre a Educação Financeira da OECD A OECD recomenda aos seus países membros a promover a consciência da educação financeira, e a implementarem os princípios e boas práticas de educação financeira. A referida organização convida também aos países membros a disseminar esses princípios, e convida a economistas a levar em conta essa consideração e recomendar e disseminar os princípios entre o setor publico e privado (ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, 2013). 5 Os princípios de boas práticas para conscientização sobre a educação financeira recomendados pela OECD em julho de 2005 são: 1A educação financeira vai além da prestação de informações e aconselhamento, e por isso deve ser regulamentada para proteger os interesses financeiros dos cidadãos. 2A capacitação com base em informação e instrução financeira adequada deve ser promovida. A educação financeira deve ser fornecida de uma forma justa e imparcial. Os programas de educação financeira devem ser coordenados e desenvolvidos com eficiência. 3Os programas de educação financeira devem reunir questões de alta prioridade, e incluir também aspectos básicos importantes do planejamento da vida financeira, tais como: poupança, gestão da dívida privada, seguro, pré-requisitos para a consciência financeira (matemática financeira elementar e economia). Os programas de educação financeira devem promover a consciência do futuro dos aposentados sobre a necessidade de avaliar a adequação financeira do seu atual sistemas de pensões (pública ou privada), e também deve incentivar os cidadãos a tomarem as medidas adequadas quando necessário. 4A educação financeira deve ser levada em conta no quadro regulamentar e administrativo. E deve ser considerada como uma ferramenta para promover o crescimento econômico, a confiança e a estabilidade, em conjunto com regulamentações de instituições financeiras e de defesa do consumidor (incluindo a regulação da informação financeira e aconselhamento). A promoção da educação financeira não deve ser substituída pela regulamentação financeira, que é essencial para proteger os consumidores (por instância contra a fraude), o que se espera é que a educação financeira complemente a regulamentação financeira. 5A capacidade financeira é essencial e medidas financeiras devem ser tomadas para observar as deficiências financeiras. Devem ser considerados os instrumentos de política de defesa do consumidor e regulamentação de instituição financeira. Sem limitar a liberdade de contrato, deve ser considerada mecanismo padrão, que leve em consideração a educação financeira inadequada ou comportamento passivo e inerte. 6O papel das instituições financeiras no processo de educação financeira deve ser promovido e se tornar parte da boa administração no que diz respeito aos clientes destas instituições. As instituições financeiras devem ser incentivadas a apresentarem contas que evidencie informações e aconselhamento sobre questões financeiras, e a promoverem a conscientização dos seus clientes com relação aos compromissos de financiamentos e investimentos de longo prazo . 7Programas de educação financeira devem ser projetados para atender as necessidades financeiras do nível de alfabetização de seu público-alvo. Estes programas devem refletir como o seu público-alvo prefere receber as informações financeiras. A educação financeira deve ser considerada como um tempo de vida em curso, e um processo contínuo, em especial, com o fim de considerar o aumento da complexidade dos mercados, as diferentes necessidades das diferentes fases da vida, e as informações cada vez mais complexas. Além dos sete princípios da educação financeira a OECD define as boas práticas da ação pública para a educação financeira. Estas praticas estão divididas em quatro categorias de ações a serem incentivadas pelos países membros da OECD, e incluem ação pública de educação financeira, papel das instituições financeiras, educação financeira para a poupança de aposentadoria, e programas de educação financeira (ORGANISATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT, 2013). As boas práticas para as ações publicas para a educação financeira da OECD são: 1 As campanhas nacionais devem ser encorajadas para aumentar a conscientização da população sobre a necessidade de melhorar a compreensão dos riscos financeiros e as formas de proteção contra esses riscos, através de adequada poupança, seguro e educação financeira. 2 A educação financeira deve começar na escola. As pessoas devem ser educadas sobre questões financeiras o mais cedo possível. 3 Os programas de educação financeira devem ser considerados como parte da 6 assistência social do Estado. Devem ser incentivadas a nível nacional estruturas especializadas adequada (se possível incorporadas dentro das estruturas existentes) para serem responsável por promover e coordenar a educação financeira. Também devem ser promovidas iniciativas de educação financeira pública e privadas, regionais e locais, o mais próximas possíveis da população. 5 Devem ser promovidos sites específicos relevantes para fornecer informações financeiras para o público. Devem ser desenvolvidos serviços de informação livre, sistemas de alerta ao consumidor, organização profissional ou outras, sobre questões de alto risco que podem ser prejudiciais aos interesses dos consumidores financeiros (incluindo casos de fraude). 6 A cooperação internacional em educação financeira deve ser promovida, incluindo o uso da OCDE como um fórum internacional para a troca de informações sobre experiências nacionais recentes em educação financeira. As boas praticas da OECD que tratam do papel das instituições financeiras em educação financeira são: 1 Devem ser incentivados a definição dos requisitos para especificar os tipos de informações que as instituições financeiras precisam fornecer aos seus clientes (incluindo informações sobre onde encontrar a apresentação de informações gerais comparativas e objetivas, sobre os riscos e retornos de diferentes tipos de produtos). 2 As instituições financeiras devem ser encorajadas a fazer uma distinção clara entre a educação financeira e as informações e aconselhamento financeiro "comercial". Qualquer aconselhamento financeiro para fins comerciais deve ser transparente, e divulgar de forma clara qualquer natureza comercial e, onde o aconselhamento está sendo promovido como uma iniciativa de educação financeira. Para os serviços financeiros que impliquem compromisso de longo prazo ou que tenham conseqüências financeiras potencialmente significativas, as instituições financeiras devem ser encorajadas a verificar se as informações fornecidas aos seus clientes são lidas e compreendidas. 3 As instituições financeiras devem ser encorajadas a fornecer informações em vários diferentes níveis a fim de melhor atender às necessidades dos consumidores. As letras miudinhas e complexas devem ser desencorajadas. 4 A educação financeira prestada pelas instituições financeiras deve ser avaliada regularmente para garantir que atende às necessidades do consumidor. Isto pode ser conseguido através de parcerias com órgãos consultivos independentes que não visem lucro e, sim uma melhor conexão com os consumidores, especialmente aqueles que enfrentam desvantagem na sua participação nos mercados financeiros. 5 As instituições financeiras devem ser encorajadas a formar o seu recurso humano em educação financeira e, a desenvolver códigos de conduta para a prestação de aconselhamento geral sobre investimentos e empréstimos que não estejam ligadas ao fornecimento de um produto específico. São boas praticas de educação financeira para a poupança de aposentadoria recomendadas pela OCDE: 1 Deve ser promovido o fornecimento por parte das instituições financeiras de informações adequadas e educação financeira necessária a gestão da poupança de aposentadoria para os indivíduos com planos de previdência pessoal e privada. 2 No que diz respeito aos regimes profissionais, (para o qual a informação e educação relacionada devem ser fornecidas de forma consistente em todos os sistemas) deverá ser promovida a educação financeira e consciência dos funcionários e instrumentos de política relacionados, tanto para a contribuição definida como para os regimes de prestações definidas. As boas práticas da OCDE para os programas de educação financeira são: 1 Deve ser promovidos programas de educação financeira que ajudem os consumidores financeiros a encontrarem os fatos e entender os prós e contras, bem como os riscos de diferentes tipos de produtos e serviços financeiros. Mais pesquisas sobre economia comportamental devem ser promovidas. 2 Deve ser promovido o desenvolvimento de metodologias de avaliação de programas de educação financeira existentes. E deve ser considerado o reconhecimento 4 7 oficial dos programas de educação financeira que cumprem relevantes critérios. Deve ser promovidos programas de educação financeira que desenvolvam orientações sobre o conteúdo do estudo e nível de realização para cada programa de educação financeira e para cada subgrupo populacional. 4 Deve ser promovido a fim de conseguir uma cobertura mais ampla o uso de todos os meios disponíveis para a divulgação de mensagens de educação financeira. 5 Devem ser promovidos a educação financeira que cria programas diferentes para sub-grupos específicos de investidores/consumidores (ou seja, os jovens, os menos escolarizados, os grupos desfavorecidos). A educação financeira deve estar relacionada com a circunstância individual, por meio de seminários e programas de aconselhamento financeiro personalizado. 6 Devem ser promovidos os programas que favorecem a utilização de salas de aula, a educação adequada e a formação de educadores. Neste contexto deve ser incentivada o desenvolvimento de programas para formadores, fornecimento de material informativo específico e ferramentas para estes formadores. Entende-se os princípios e as normas de boas práticas de ação publica definidas pela OECD como a principal referencia documental que estabelece o norteamento do compromisso social mundial de erradicar o analfabetismo financeiro. Estes princípios e normas são uma recomendação e um apelo a que os governantes dos países membros da OECD criem ferramentas que proporcionem a efetiva literacia financeira entre a sociedade. Ambiciona a OECD a obtenção de um alto nível de literacia financeira por meio da educação financeira oferecia a sociedade por seus países membros. 3 3 AÇÕES DE PROMOÇÃO DE LITERACIA FINANCEIRA DO GOVERNO BRASILEIRO Atualmente é fato que muito material existe sobre educação financeira disponível na web, é fato que muitas empresas disponibilizam planilhas de controle de gasto doméstico em suas páginas web (veja páginas web de instituições financeiras), e também é fato que mesmo com todo esse material a disposição os niveis de literacia financeira são baixo (veja quadro 01). E neste contexto diversas iniciativas são implantadas para que o processo da literacia financeira seja efetivamente ensinado e alcance a toda a sociedade. Neste estudo cita-se apenas a Estratégia da Educação Financeira-ENEF, a Semana Nacional de Educação Financeira, a Associação de Educação Financeira do Brasil-AEF e o Portal Web “vidaedinheiro.gov” como iniciativas do governo brasileiro para dissiminar os o processo da literacia financeira no Brasil. 3.1 Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF A ENEF foi instituída por Decreto da Presidência da República em 2010, e tem a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional, e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores (BRASIL, 2010). A ENEF define as políticas públicas para o processo de literacia financeira, e pode ser entendida como o compromisso formal do governo brasileiro para envolver toda a sociedade no referido processo, é uma iniciativa pública coordenada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF), instância deliberativa que integra representantes do setor público e da iniciativa privada. A ENEF define as políticas do governo brasileiro para a educação financeira e previdenciária, tem gestão centralizada e execução descentralizada com ações conjuntas envolvendo entidades públicas e privadas. São finalidades da ENEF (Decreto n◦ 7.397/2010, art. 2◦): IAtuação permanente e em âmbito nacional; IIGratuidade das ações de educação financeira; IIIPrevalência do interesse público; IVAtuação por meio de informação, formação e orientação; VCentralização da gestão e descentralização da execução das atividades; VIFormação de parcerias com órgãos e entidades públicas e instituições privadas; e VIIAvaliação e revisão periódicas permanentes. Para a ENEF a educação financeira e previdenciária é uma ferramenta de inclusão social, de melhoria da vida do cidadão e de promoção da estabilidade, concorrência e eficiência do 8 sistema financeiro do país. 3.2 Semana Nacional de Educação Financeira. A Semana Nacional de Educação Financeira será realizada nos dias 05 a 09 de maio de 2014 e, terá por objetivo divulgar os programas de educação financeira da ENEF, por meio da promoção de uma mobilização nacional. Esta semana comemorativa é organizada pelas seguintes entidade: Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários-CVM, Previdência Social, Superintendência de Seguros Privados-SUSEP, Ministério da Justiça, Ministério da Previdência Social, Ministério da Educação, Ministério da Fazenda, Anbima, BM&FBovespa, CNSeg, Federação Brasileira de Bancos-FEBRABAN e AEF-Brasil. Nesta semana várias serão as atividades, palestras, cursos, conferencias e visitas guiadas oferecidas a sociedade. Iniciativa similiar a Semana Nacional de Educação Financeira é a comemoração do dia da Formação Financeira em Portugal, que é comemorado no dia 31 de outubro, data que coincide com o dia Mundial da Poupança. Neste dia diversas atividades de conscientização (conferencias, workshops, debates, teatro, jogos) são realizadas por todo o país. A idéia de criar uma data especial para promover a noção de poupança surgiu em Outubro de 1924, durante o primeiro Congresso Internacional de Economia, em Milão (CALENDAR PORTUGAL, 2014). O Dia Mundial da Poupança celebra-se anualmente a 31 de outubro e foi criado para alertar os consumidores para a necessidade de disciplinar seus gastos e evitar situações de endividamento. 3.3 Associação de Educação Financeira do Brasil-AEF A AEF é formada por quatro instituições representantes do mercado financeiro, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais-ANBIMA; Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros– BM&FBOVESPA; Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização-CNSeg; e Federação Brasileira de Bancos-FEBRABAN. “Possibilitar que a Educação Financeira chegue a todo brasileiro, é dar oportunidades igualitárias de tomada de decisão financeira autônoma e saudável para sua vida, fortalecendo, portanto a cidadania” (ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA DO BRASIL-AEF, 2014). A AEF foi certificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público em 2013. Esta associação tem por missão promover o desenvolvimento social e econômico por meio do fomento da educação financeira no Brasil. São valores da AEF: ─ Rigor Técnico: desenvolver tecnologias por meio de investimento em pesquisa, métodos e avaliação; ─ Inovação: identificar novas formas de promover a educação financeira; ─ Colaboração: atuação com os diversos setores distintos da sociedade para efetivar a educação financeira no país; e ─ Isenção e transparência: atuação de forma transparente e autônoma, os recursos da AEF são canalizados com o fim único de promover a educação financeira. A AEF possui uma equipe técnica qualificada, especializada em educação e em desenvolvimento de projetos, que colocam sua experiencia à disposição da construção de tecnologias educacionais e sociais desenvolvidas para diferentes públicos, como crianças, jovens e adultos, em diferentes fases de sua vida. A AEF não atende diretamente o público em geral, as tecnologias sociais e educacionais produzidas pela AEF são oferecidas a instituições que desenvolvem atividades de Educação Financeira gratuitamente e as instituições que desejarem apoio técnico. 3.4 Portal Web “vidaedinheiro.gov” O portal web “vidaedinheiro.gov” é coordenado pela AEF, e tem por objetivo divulgar a ENEF, os projetos desenvolvidos e a legislação relacionada com o tema da educação financeira, e mapear as iniciativas de educação financeira que estão sendo realizadas no pais. Observa-se que o portal “vidaedinheiro.gov” não disponibiliza ao público nenhum material informativo e ferramenta de controle do gasto doméstico. As informações evidenciadas pelo portal são referentes aos programas que estão sendo executados, tais como objetivos e detalhes das ações. No entanto, o Portal Web “vidaedinheiro.gov) possibilita ligação direta ao portal web“guia de serviços públicos federal”, neste portal o usuário interessado encontra informações sobre 9 (GOVERNO FEDERAL BRASILEIRO, 2013): ─ Calculadora do cidadão; ─ Farmácia Popular; ─ Cadastro para os programas sociais do governo Federal; ─ Consulta de situação de Requerimentos de Beneficio Previdenciário; ─ Seguro-desemprego; ─ Vagas de Emprego; ─ Declaração de Imposto de Renda; ─ Programas de Financiamento Estudantil. ─ Serviços públicos a empresas, tais como: comprovante de inscrição e de situação cadastral, emissão de certidão previdenciária, cadastramento de Prestadores de Serviços Turísticos, e elaboração do termo de rescisão de contrato de trabalho. A calculadora do cidadão é uma ferramenta online disponível na internet que permite ao interessado o calculo das seguintes operações (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013): ─ custo de um financiamento com prestações fixas; ─ valor, no futuro, do dinheiro investido hoje; ─ quanto o cidadão terá, no futuro, se economizar, todo mês, uma parcela da renda; e ─ quanto vale hoje, corrigido pela inflação, o dinheiro utilizado no passado. Constata-se por uma pesquisa junto a web que no Brasil diversos sites apresentam propostas de planilhas de controle dos gastos domésticos, entre eles cita-se a Bovespa que apresenta uma planilha de orçamento pessoal, vídeo interativos sobre literacia financeira, aconselhamentos para a formação de poupança (BM&F BOVESPA, 2013). 4 AÇÕES DE PROMOÇÃO DA LITERACIA FINANCEIRA DO GOVERNO PORTUGUÊS Entre as iniciativas do governo português para promover a literacia financeira cita-se neste estudo o Plano Nacional de Formação Financeira-PNFF de Portugal; os princípios orientadores das iniciativas de formação financeira; o portal web “todos contam” e a rede de apoio ao consumidor endividado. 4.1 Plano Nacional de Formação Financeira-PNFF de Portugal O PNFF foi aprovado em 2011 é um instrumento que busca a promoção de iniciativas da literacia financeira, envolvendo todas a sociedade portuguesa. A missão do referido plano é contribuir para elevar o nível de conhecimentos financeiros da sociedade e promover a adoção de comportamentos financeiros adequados. São objetivos do PNFF (CONSELHO NACIONAL DE SUPERVISORES FINANCEIROS, 2011): • melhorar inclusão financeira, divulgando junto da população o acesso a serviços mínimo conhecimentos e atitudes financeiras; • apoiar a criação de uma conta bancária de depósito à ordem e serviços de pagamento essenciais; • desenvolver hábitos de poupança; • promover o recurso responsável ao crédito; e • criar hábitos de precaução quanto a fraudes e situações de risco que podem afetar o rendimento familiar. O PNFF é um instrumento para o enquadramento de iniciativas de promoção da literacia financeira, dinamizado pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros–CNSF, como a finalidade de promover a participação ativa de várias entidades do setor público e privado na dinamização de ações e na produção de materiais de formação financeira. 4.2 Princípios orientadores das iniciativas de formação financeira Os objetivos das iniciativas de formação financeira são (CONSELHO NACIONAL DE SUPERVISORES FINANCEIROS, 2012): 1 Promover, junto ao público-alvo, a compreensão de conceitos financeiros básicos de educação financeira; 2 Contribuir para a aptidão do público-alvo na gestão das finanças pessoais; 3 Reforçar as competências do público-alvo para tomar decisões e efetuar escolhas informadas na área financeira; 4 Proporcionar a compreensão genérica das características dos produtos financeiros, de forma a possibilitar uma adequada ponderação dos respectivos riscos e oportunidades; 5 Contribuir para o aumento da capacidade de reconhecer as situações em que é relevante 10 pedir aconselhamento ou informação adicional. Os princípios orientadores das ações de formação financeira são (CONSELHO NACIONAL DE SUPERVISORES FINANCEIROS, 2012): 1) Identificação rigorosa das iniciativas de formação financeira, de modo a que não sejam confundidas com outro tipo de iniciativas – por ex. comerciais – das entidades envolvidas; 2) Rigor e atualidade da informação transmitida no âmbito das ações veículo de marketing ou publicidade, não apresentando referências expressas a instituições, produtos ou serviços; 3) Qualificação dos formadores na área da literacia financeira, de modo a que saibam transmitir adequadamente os conhecimentos; 4) Avaliação das ações de formação que venham a ser desenvolvidas de formação; 5) Isenção da informação transmitida, evitando juízos de valor, apresentando diferentes pontos de vista, não constituindo; 6) Divulgação dos materiais no portal do PNFF. Os princípios orientadores de formação financeira regem as iniciativas de formação que se enquadram no PNFF. Constituem iniciativas de formação financeira as ações e materiais de formação financeira, estas iniciativas podem ser realizadas por entidades do setor público ou privado. 4.3 Portal Web“todos contam” Este portal web foi criada em 2012 e disponibiliza na internet informações e ferramentas educativas sobre gestão do orçamento familiar, e subsídios para amparar decisões financeiras pessoais (por exemplo: o que deve ser levando em conta antes de adquirir uma casa ou um carro, fazer pagamentos, poupar e investir, contrair créditos, fazer seguros). Também neste portal é divulgado as iniciativas de educação financeira que estão sendo executadas, e disponibilizado simuladores para orçamento familiar, poupança, credito a habitação, credito aos consumidores, cartão de credito, pensões, encargos com produtos bancários, encargos com Plano de Poupança e Aposentadoria, encargos para o investidor, e informações sobre iniciativas que estão sendo tomadas (PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO FINANCEIRA TODOS CONTAM, 2013). O portal Web “todos contam” tem linguagem acessível, e centraliza as informações sobre as iniciativas financeiras que estão sendo realizadas, por exemplo neste portal estão disponível as informações sobre o concurso “Todos contam” . O referido concurso foi lançado em 2012 e tem por objetivo premiar anualmente os melhores projetos de formação financeira executados nas escolas que ministram o ensino básico e secundário. É mister assinalar que a manutenção de portais que fomentem a literacia financeira é uma pratica mundial (veja portal da União Europeia- consumerclassroom.com, portal do Reino UnidoThe Money Advice Service, portal dos EEUU-MyMoney.gov, portal da Austrália-moneysmart, portal da Nova Zelandia-sorted, e portal do Brasil-vidaedinheiro.gov.br). Observa-se que todos estes portais têm um conteúdo simples e contemplam material pedagógico sobre o tema das finanças pessoais, são de fácil acesso e representam uma ferramenta de ensino muito importante. Em nossa opinião estes portais deveriam ter seu conteúdo divulgado de forma massiva para que a sociedade possa fazer uso constante das ferramentas disponibilizadas nos referidos portais. 4.4 Rede de Apoio ao Consumidor Endividado A rede é constituída por pessoas coletivas de direito público ou privado reconhecidas pela Direção-Geral do Consumidor, após parecer do Banco de Portugal. As entidades que integram a rede extrajudicial de apoio a clientes bancários devem respeitar, princípios de independência, imparcialidade, legalidade e transparência. Esta rede foi criada com o objetivo de fornecer apoio a clientes bancários endividados com dificuldades em cumprir os contratos de crédito assumidos. O acesso ao serviço prestado pela rede é isento de encargos ao consumidor que buscar o serviço. As entidades que integram a rede extrajudicial de apoio a clientes bancários têm como missão (Rede de apoio ao Consumidor Endividado, BANCO DE PORTUGAL- EUROSISTEMA, 2014): ─ Informar o cliente bancário sobre os seus direitos e deveres em caso de risco de não cumprir os contratos de crédito, no âmbito do Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de imcumprimento (PERSI) e do regime extraordinário de proteção de devedores em situação econômica muito difícil; ─ Apoiar o cliente bancário na análise das propostas apresentadas pelas instituições de crédito no âmbito do PARI, do PERSI e do regime extraordinário, nomeadamente quanto à 11 adequação de tais propostas à situação financeira, objetivos e necessidades do cliente bancário; ─ Acompanhar o cliente bancário quando da negociação entre este e as instituições de crédito das propostas apresentadas no âmbito do Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI), do PERSI e do regime extraordinário; ─ Prestar informações em matéria de endividamento e de sobre-endividamento; ─ Apoiar o cliente bancário na avaliação da sua capacidade de endividamento. A atuação das entidades que integram a rede de apoio ao consumidor endividado se extingue quando for proposta ação judicial pela instituição de crédito relacionada com o contrato de crédito a que se refere o apoio prestado, e o cliente bancário deve informar a entidade deste fato. A Rede de apoio ao consumidor Endividado não pode: ─ Atuar junto das instituições de crédito em representação do cliente bancário ou por sua conta, nomeadamente quando da negociação das propostas apresentadas no âmbito do PARI e do PERSI; e ─ Adotar mecanismos de conciliação, mediação ou arbitragem para obtenção de acordos entre o cliente bancário e a instituição de crédito. 5 O PROGRAMA DESAFIO DO CONTROLE DOS GASTOS DOMÉSTICOS O programa “desafio do controle dos gastos domésticos” tem por propósito estimular os profissionais da contabilidade a motivar as pessoas de sua convivência, seja no trabalho ou no seu ambiente familiar a controlarem seus gastos pessoais. A proposta apresentada por este estudo tem por fundamentação integrar estes profissionais no processo da literacia financeira. Neste processo todos são convidados a aportar sua contribuição em prol da disseminação e aplicação de ferramentas que permitam que todos os cidadãos sejam alfabetizados financeiramente. As etapas do programa “desafio do controle dos gastos domésticos” são: Etapa 1- Iniciar uma conversa com as pessoas do convívio diário e fazer quatro perguntas. Estas perguntas são: 1- Você sabe quanto gasta em valores por mês com alimentos, transporte, moradia, saúde, educação, lazer e pagamento de juros financeiros? 2- Você sabe que para controlar o gasto é necessário saber primeiro quando se gasta, e que para isso basta apenas anotar e classificar o valor gasto diariamente? 3- Você aceita o desafio de anotar diariamente todo o gasto realizado, e depois classificá-lo por gastos com alimentação, gastos com transporte, gastos com moradia, gastos com saúde, gastos com educação, e gastos com lazer, gastos com juros financeiros? 4- Você já acessou a página web todoscontam (Portugal)e vida é dinheiro (Brasil)? Etapa 2- Divulgar nas redes sociais, páginas web e veículos de mídia acessível máximas de impacto com o intuito de promover o controle do gasto doméstico. Entre muitas frases de impacto, apresenta-se as seguintes sugestões de máximas que podem ser divulgadas: 1- Eu controlo meu gasto doméstico, eu sei quanto gasto e quanto ganho por mês, eu aprendi a cuidar do meu dinheiro, eu decido “onde” e como “gastar” o que me custa muito ganhar. 2- Eu não gosto de pagar juros, por isso aprendi a planejar minhas compras, hoje eu compro apenas o que é necessário, não vou me endividar por comprar coisas que não preciso, eu tenho estilo próprio e aprendi que a felicidade não é um produto e sim um estado de espírito. 3- Hoje sei quanto ganho por hora, e para isso bastou dividir meu salário livre de impostos pela jornada de trabalho. Sempre que penso em comprar alguma coisa, penso em quantas horas eu preciso trabalhar para comprar o produto ou consumir um serviço, e isso já me vez desistir de varias compra de bens supérfluos. 4- Eu tenho uma poupança, guardo sempre 10% do que ganho, com dinheiro na poupança a gente se sente mais seguro e tranqüilo. 5- Eu anoto diariamente meu gasto, e ensino meus filhos e alunos a fazerem o mesmo, digo a eles que fazer a minha contabilidade é uma tarefa prazerosa e que é preciso ser responsável por seus compromissos. 6- Sou uma pessoa responsável pelos compromissos que assumo, pago minhas dividas, e não assumo dividas que não tenho como pagar, eu compro apenas o que preciso para viver. 12 7- Hoje quando dou um presente procuro dar algo que tenha utilidade para a pessoa que estou presenteando, não gosto de receber inutilidades, logo não presenteio ninguém com coisa inútil. 8- Algumas vezes eu levo sanduiches para meu trabalho e uma garrafa térmica com café, com isso já fiz uma boa economia. 9- Eu anoto meu gasto diário, eu planejo minhas compras, eu estou comprometido com a literacia financeira. Etapa 3- Assumir publicamente a função social de agente multiplicador e facilitador do ensino do controle dos gastos domésticos. Nesta etapa final do programa “desafio do controle dos gastos domésticos” o profissional da contabilidade que aceitar ser um agente multiplicador deve assumir a postura de referencial e conselheiro para com os que o cercam, prestando esclarecimentos e incentivando a que as medidas de controle do gasto sejam implantadas. Um projeto piloto do programa “desafio do controle dos gastos domésticos” esta sendo implantado na Universidade Federal do Rio Grande, pela autora do presente estudo, onde a mesma é professora. O referido projeto esta sendo aplicado em três disciplinas, na disciplina de Controladoria do Curso de Ciências Contábeis, na disciplina Introdução a Contabilidade no Curso de Economia e na disciplina de Planejamento, orçamento e Gerenciamento Empresarial nos cursos de Engenharia Civil Empresarial e Engenharia Mecânica Empresarial. O projeto piloto envolve todas as três etapas e inclui a solicitação aos alunos de apresentação mensal de um quadro detalhado dos seus gastos mensais. A autora constata uma boa aceitação do desafio, os alunos dialogam sobre o tema em todas as suas aulas, e muitas vezes os alunos a procuram para conversar a respeito do tema do controle dos gastos pessoais. Também observa a autora que o referido programa contribui para que outros assuntos sejam discutidos por seus alunos, como a formação de poupança e alternativas de investimentos, e que 100% dos alunos vem apresentando o quadro de detalhe dos seus gastos domésticos mensal. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS As iniciativas de promoção a literacia financeira tanto do Brasil como de Portugal disponibilizam amplo material educativo a quem desejar de forma gratuita na internet. Estas iniciativas atendem as recomendações da OECD e objetivam promover o ensino da educação financeira. Constata-se que o problema de baixos níveis de literacia financeira não é a falta de material educativo a disposição da sociedade e sim a conscientização das pessoas, e é neste contexto que os profissionais de todas as áreas devem atuar, com a missão de conscientizar a sociedade da necessidade de apreender assuntos financeiros. Sabe-se que todo o processo de aprendizagem é lento, porém a sua continuidade depende da motivação pessoal, onde todos podem apresentar sua contribuição. Um cidadão pode defender uma idéia, inserir um assunto nas rodas sociais, familiares e de trabalho, pode também optar por ser imparcial ou por ser um referencial frente aos que o cercam. O programa “desafio do controle dos gastos domésticos” proposto neste estudo, convida aos profissionais da contabilidade a optarem pelo desafio de ensinar a sociedade a controlar seu gasto, e a assumirem publicamente o compromisso social de ser agente multiplicador da literacia financeira. A recompensa para os profissionais que aderirem o referido programa não é financeira, e sim um ganho social fruto de uma iniciativa que pode transformar vidas. Aprender a controlar os gastos é vital para que um cidadão possa enfrentar os problemas de endividamento, e também é vital para transformar um cidadão em um consumidor consciente que tem responsabilidade sobre suas compras, que decide sobre os rumos de suas finanças e que forma um patrimônio. Toda vez que um cidadão toma conhecimento de que pode controlar seus gastos, esse cidadão assume o controle de suas finanças e muda sua relação com o consumo, e neste sentido todos ganham porque este cidadão passa a ser um agente atuante de transformação dentro do meio que vive. Entende-se que enquanto houver uma pessoa precisando ser alfabetizada financeiramente, existira a necessidade de alfabetizadores financeiros. E também entendemos que toda a vez que uma pessoa atinge um nível elevado de conhecimento sobre literacia financeira, esta pessoa passa a ser um cidadão comprometido com o processo de resgatar pessoas na situação de analfabetismo financeiro, e transforma-se em um agente multiplicador dos conceitos aprendido. 13 A conclusão deste estudo é que o processo da literacia financeira é um processo de aprendizagem diário e lento. E que os profissionais da contabilidade podem dar sua contribuição no sentido de orientar e chamar as pessoas de seu convívio para a importância de controlar seus gastos domésticos como a única forma viável para formar um patrimônio e para combater situações de endividamento. O desafio da literacia financeira é um compromisso social onde toda a sociedade tem a ganhar com o aprendizado financeiro, aos profissionais contábeis engancharse neste processo é um privilégio e uma forma de apresentar a nossa contribuição aos que assim o desejarem. 7 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA DO BRASIL-AEF. Disponível <http://www.aefbrasil.org.br/index.php/quem-somos/>. Acessado em: 05/01/2014. em: ATKINSON, A.; MESSY, F. Measuring Financial Literacy: Results of the OECD/International Network on Financial Education (INFE) Pilot Study. OECD Working Papers on Finance, Insurance and Private Pensions. v. 15, 2012. AUGUSTINIS, V. F.; COSTA, A. D. S. M. D.; BARROS, D. F. Uma Análise Crítica do Discurso de Educação Financeira: por uma Educação para Além do Capital. ADM.MADE. v. 16, n.3, p. 79-102, 2012. BAYER, P. J.; BERNHEIM, D. B.; SCHOLZ, J. K. The Effects of Financial Education in the Workplace: Evidence from a Survey of Employers. [S.l.]: [s.n.], 2008. 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