CULTIVO ORGÂNICO DA PHYSALIS NO SUL DE MINAS GERAIS
Peter Schües¹
¹Produtor de alimentos orgânicos certificados, Fazenda Floresta Negra – Camanducaia, MG.
[email protected]
Na atividade de Guia de Turismo para Europeus senti os resultados da crise
econômica mundial do ano de 2008 com a redução drástica do fluxo de turistas
para o nosso País ficando um semestre sem trabalho e renda.
Prevendo que a situação se repetiria nos anos subseqüentes, resolvi
procurar uma nova atividade para complementar os semestres inativos. Como
temos um sitio na Serra da Mantiqueira no Sul de Minas Gerais que se autosustenta com o reflorestamento de madeiras, e tendo encontrado na mesma
algumas mudas de Physalis carregadas com frutas grandes e saborosas, resolvi
pesquisar as propriedades e o mercado para a mesma.
Descobri que a espécie encontrada em nosso sitio é a Physalis peruviana
L. de origem amazônica que se adaptara ao nosso micro clima e que o Brasil
importa a Physalis principalmente da Colômbia sendo aqui comercializada innatura nas grandes redes de supermercados em São Paulo a preços convidativos
para se pensar em investir no seu cultivo.
Sabendo que em 1 há a recomendação de cultivo é de aproximadamente
3330 mudas, resolvi iniciar no segundo semestre de 2008 uma experiência com
330 mudas criadas em viveiro próprio das sementes extraídas dos frutos
encontrados usando apenas insumos naturais para a sua adubação e controle
biológico de insetos e eventuais fungos e bactérias que poderiam prejudicar o
cultivo como um todo.
Nesta primeira fase procurei saber também as possibilidades de colocação
da Physalis no mercado e acabei encontrando na indústria alimentícia um
transformador e potencial comprador para toda a minha futura safra desde que
produzida no mínimo com as normas BPA – Boas Práticas Agrícolas e de
preferência com certificação orgânica.
Peter Schües - Agricultor Agroecológico
Estava pronto para me lançar a um novo empreendimento, pois conseguira
comprador para escoar a minha futura produção, mas como agricultor iniciante
não tinha o conhecimento prático de como realizar os próximos passos para
realizar o projeto.
Foi ainda em 2008 que eu tive o prazer de conhecer e assistir uma palestra
do Prof. Hélcio de Abreu Junior na AAO – Associação de Agricultura Orgânica e
que acabou fixando em mim a convicção de que a agroecologia seria o meu norte
na agricultura.
Seguindo a orientação da AAO em São Paulo, entrei em contato com o IBD
– Instituto Biodinâmico, de Botucatu, SP, que na qualidade de certificadora
orgânica me orientou a entrar para uma associação de produtores orgânicos
atuantes próximos ao meu sitio. Foi na Eco Minas, Associação de Produtores
Ecológicos do Sul de Minas que iniciei o processo de conversão do sitio para a
produção orgânica da Physalis peruviana L. tendo conseguido o meu certificado
em grupo já no ano de 2010.
Atualmente somos 2 produtores certificados no Município de Camanducaia,
sendo um cultivo a 1267m e outro a 1600m de altitude, ambos com boa
frutificação.
Primeira Fase 2008/2009
A minha experiência com as primeiras 330 Physalis (figura 01) resultou em
uma perda de 73% na produção por falta de orientação na condução das plantas
que resultou em rachaduras e por vezes podridão nas frutas devido ao alto índice
de umidade no micro clima do sitio. Não presenciei significativo ataque de insetos
(Edessa rufomarginata e Phthia picta), lagartas (Heliothis virescens e Manduca
sexta papus) ou afídeos ou pulgões (Epitrix sp. e Aphis sp.). Assim não efetuei
nenhum controle biológico nesta primeira fase.
Pesquisando muito encontrei um sitiante de Gramado no Rio Grande do Sul
que foi o meu mentor na orientação de como realizar o espaçamento e conduzir as
Physalis. Dos frutos selecionados deste cultivo consegui extrair as sementes para
o meu próximo cultivo e preparar geléias deliciosas.
Peter Schües - Agricultor Agroecológico
Figura 01. (06/02/2009)
Na estufa do sitio eu preparei as bandejas utilizando substrato orgânico
certificado onde foram semeadas as sementes selecionadas do cultivo
experimental de 2008 colhidas no primeiro semestre de 2009, tornando-me assim
auto-suficiente em sementes e mudas para a certificação orgânica prevista. (figura
02).
Figura 02.
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Segunda Fase 2009/2010
No segundo semestre de 2009 eu preparei o solo para receber 1500 mudas
e o espaçamento utilizado foi de 3m entre as linhas do cultivo e de 1m entre as
mudas que foram sustentadas por uma linha simples com fio galvanizado fixo a
1,25m sobre o solo por moirões espaçados a cada 10m e bambu para apoio entre
os moirões como demonstrado na figura 03.
Figura 03.
Neste formato da Figura 4 melhorei a ventilação nas laterais, mas não
consegui realizar uma poda adequada no centro das plantas alem de tornar difícil
a colheita pela quantidade de ramos produzidos.
Figura 04. (06/02/2010)
Peter Schües - Agricultor Agroecológico
Não ocorreram ataques significativos por parte de insetos nem a ocorrência
de doenças que pudessem prejudicar o resultado da primeira safra comercial
realizada no primeiro semestre de 2010 antes da ocorrência de geada severa em
junho daquele ano, que acabou com o cultivo congelando a seiva e queimando as
plantas. (figura 05 e 06).
Figura 05. (08/06/2010)
Peter Schües - Agricultor Agroecológico
Figura 06. (08/06/2010)
Os resultados desta safra foram de 495 kg nas 1500 mudas plantadas
produzindo da colheita iniciada em 02/03/2010 e terminada com a geada em
08/06/2010. Assim cada planta produziu na media 0,33 kg nos primeiros três
meses do ciclo e teríamos um resultado de 1099,89 kg em 1 há.
Terceira Fase 2010/2011
Desta feita eu coloquei as sementes diretamente em laminado plástico
contendo uma mistura homogênea de terra retirada de dentro da mata de
Araucária angustifolia misturado com terra de minhocario que resultou em mudas
fortes e sadias transplantadas para os seus berços em 30/09/2010. (figura 07 e
08).
Peter Schües - Agricultor Agroecológico
Figura 07.
Figura 08. (30/09/2010)
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Sistema de Condução
Continuando as minhas pesquisas notei que na Colômbia o cultivo é
suspenso e conduzido por dois fios galvanizados que correm paralelamente a uma
distância de 1m entre si e assim fornecem melhor arejamento e distribuição dos
ramos facilitando a poda e a colheita (sistema de condução em V). Desta maneira
adotei forma semelhante de conduzir as Physalis. (figura 09 e 10)
Figura 09.
Figura 10.
Peter Schües - Agricultor Agroecológico
O resultado foi animador e a poda de manutenção ficou facilitada. Com
mais espaço o desenvolvimento dos ramos primários e o aumento da floração e
frutificação ficou evidente. (figura 11).
Figura 11.
A colheita comercial se iniciou na primeira semana de março de 2011 e foi
novamente interrompida por clima severo com geada e a temperatura atingindo 6,3ºC na relva no dia 06/06/2011. Contudo ouve um incremento na produção uma
vez que colhi 675 kg nas 1500 mudas plantadas produzindo nos primeiros três
meses do ciclo. Isto dá na média 0,45 kg por planta e teríamos um resultado de
1499,85 kg em 1 há, ou seja um aumento real de 16% na colheita comparado ao
ano anterior no mesmo período.
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2010/2011
2009/2010
42%
58%
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Localização e clima do sitio
Município de Camanducaia, MG
Coordenadas: S 22º48’14.77” O 46º04’58.94”
Altitude: 1267 m
Clima: temperado
Pluviometria: 1200 mm – 1800mm bem distribuídos
Estágio Fenológico da Cultura da Physalis no Sul de Minas
Nestes quadros estão referidas as fases fenológicas para a cultura da
Physalis plantada na região da Serra da Mantiqueira (Camanducaia), entre 2009 e
2011.
Ciclo 2009/2010
Estágio
Set
Out
Nov
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Dez
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Mai
Plantio
Floração
Frutificação
Maturação
Colheita
Ciclo 2010/2011
Estágio
Out
Nov
Plantio
Floração
Frutificação
Maturação
Colheita
Peter Schües - Agricultor Agroecológico
Principais pragas presentes na cultura da Physalis no Sul de Minas
Os prejuízos causados pelos insetos relacionados abaixo é insignificante em uma
área de cultivo agroecológico, pois existe um controle natural promovido pela
cadeia alimentar entre insetos e aves presentes.
- Edessa rufomarginata (De Geer, 1773).
Os prejuízos causados por este Pentadomídio na cultura da Physalis
devem-se à sucção de seiva dos ramos, independente da idade da planta. Seu
ataque causa o amarelecimento e às vezes o engrossamento do caule. Nas
folhas, o dano foi o necrosamento de o tecido foliar no sentido transversal. Esse
necrosamento aumenta na medida em que a folha se desenvolve, porém, não foi
observado o ataque desses insetos nos frutos. (figura 12).
Figura 12.
- Phthia picta (Drury, 1770).
Seu ataque da se, sobretudo nos frutos. As formas jovens de cor vermelha
congregam-se no cálice já perfurado diretamente nos frutos, os quais foram
deformados por picadas. Em conseqüência desses ataques, os frutos apresentam
amadurecimento desuniforme, deformações e, geralmente, apodrecimento. (figura
13a e 13b)
Peter Schües - Agricultor Agroecológico
Figura 13 a.- Forma jovem
Figura 13 b. – Forma adulta
- Heliothis virescens (Fabricius, 1777).
As lagartas que se encontravam nos estádios iniciais atacavam frutos
verdes e/ou maduros, independente do diâmetro. As lagartas de estádios
intermediários penetravam no fruto alimentando-se exclusivamente da polpa. Os
danos causados pelas lagartas dos estádios finais caracterizavam-se por cálices
verdes ou maduros vazios, Os frutos eram abandonados logo após serem
danificados, independentemente do estádio de desenvolvimento da lagarta, a qual
migrava para outros frutos. (figura 14)
Figura 14.
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- Manduca sexta paphus
Os prejuízos na cultura da Physalis foram ocasionados pelas lagartas que
devoravam somente as folhas, independente da posição na planta e/ou no estádio
foliar. Poucos destes insetos foram encontrados em plântulas do sitio. Seu ataque
em Physalis pode ser considerado moderado mediante ao reportado em outras
culturas.
- Epitrix sp.
Este
coleóptero,
conhecido
como
pulga-do-fumo,
causa
prejuízos
imediatamente após o transplante, que se expressam por pequenos orifícios e
perfurações na folha que aumentam à medida que os insetos se tornam adultos.
Logo
após
o
transplante,
seu
prejuízo
é
acentuado,
pois
retarda
o
desenvolvimento normal da planta. Pode atacar plantas em qualquer estádio de
desenvolvimento, porém ocasiona menores danos em plantas adultas.
- Aphis sp.
Os afídeos ou pulgões são uma praga comum na cultura da Physalis na
Colômbia que ocorre também no Sul de Minas. Atacam o interior do cálice,
depositando excrementos que deterioram a sua aparência. Os ataques se
apresentam em algumas plantas e não de forma generalizada de cultivo. Não se
detecta ataque desses efídeos nas folhas. (figura 15).
Figura 15.
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Agricultura Orgânica
A agricultura orgânica nasceu com o conceito de produzir alimentos livres
de agrotóxicos. Hoje a produção orgânica já em um conceito consolidado e em
forte expansão, abrangendo muito mais do que apenas evitar o uso de
agrotóxicos.
A produção orgânica atualmente é certificada. Organismos independentes
com aceitação internacional acompanham e auditam todo o processo de produção
para certificar que um determinado produto é orgânico.
Inúmeros estudos e pesquisas confirmam que os produtos orgânicos além
de preservarem a saúde pela inexistência de resíduos de produtos tóxicos, são
mais saborosos e possuem maior capacidade nutricional.
Aumente as chances das próximas gerações. Consuma preferencialmente
produtos orgânicos.
A agricultura orgânica chegou ao Brasil há aproximadamente 16 anos. O
processo não utiliza inseticidas, fungicidas, herbicidas e adubos químicos. Solo,
sementes, insetos, mato, e água são partes do mesmo organismo. A preocupação
é com as condições físicas, biológicas e químicas do solo, que é visto como um
sistema vivo e não como simples local de plantio. Áreas de mata são preservadas
para a existência de insetos que se alimentam de pragas que eventualmente
surgem na lavoura.
Além de ecologicamente saudável, a agricultura orgânica também é
socialmente justa, contemplando as relações de trabalho de acordo com leis e
normas de saúde e segurança.
A prática da agricultura orgânica é mais do que um conjunto de idéias. É
preciso cumprir uma série de normas para que um produto receba o certificado
orgânico. No Brasil são algumas as empresas que certificam os orgânicos.
Técnicos destes órgãos orientam os agricultores e inspecionam todas as etapas
de produção: se as
nascentes de água são
protegidas; preservação da
biodiversidade; distância de vizinhos que fazem agricultura convencional superior
à mínima permitida e plano de conservação do solo entre outros.
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Os órgãos também fiscalizam as relações de trabalho, de acordo com as
leis vigentes e normas de segurança e higiene, para que se estabeleça um
ambiente saudável.
RASTREABILIDADE
Para que um alimento possa receber o certificado orgânico é necessário todo um
processo de acompanhamento:
- Visitas periódicas de um inspetor no local de produção.
- Avaliação do relatório de inspeção por um conselho misto de agricultores,
processadores, especialistas e representantes de consumidores.
- Análise residual para verificar o nível de pureza do produto.
- Aprovação da unidade de produção, dentro dos padrões de qualidade orgânica.
Quando tudo esta de acordo e aprovado, o produtor recebe um número que
passa a acompanhar todos os seus produtos, do plantio até a comercialização.
Este número permite rastrear toda “história” do alimento que chega até a sua
mesa.
Plano de Manejo Orgânico da Cultura da Physalis
"Alimente seu solo que ele alimentará sua planta''
Willian Albrecht
Antes de entrar para o manejo orgânico da cultura da Physalis propriamente dito,
gostaria de apresentar algumas considerações extraídas de uma palestra do Prof.
Hélcio de Abreu Junior, pois preparar e vivificar o solo requer um bom
planejamento quando se trata de manejo orgânico visando o equilíbrio e a
resistência das plantas
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1. Fundamentos
A teoria da trofobiose de Francis Chaboussou (trofo = alimento e biose =
existência de vida) quer dizer: Todo e qualquer ser vivo só sobrevive se houver
alimento adequado disponível para ele. Em outras palavras, a planta ou parte da
planta cultivada só será atacada por insetos, ácaros, nematóides, fungos e
bactérias quando houver na seiva, exatamente o alimento que eles precisam.
Este alimento é constituído, principalmente, por aminoácidos, açucares
redutores, esteróis, vitaminas e outras substâncias simples livres e solúveis, pois
os insetos e fungos possuem poucas enzimas e estas apenas conseguem digerir
substâncias simples presentes na seiva da planta. Os teores e principalmente a
proporção destas substâncias relacionadas com os teores de nutrientes minerais
na seiva são determinantes na maior ou menor susceptibilidade das plantas aos
parasitas.
Para que a planta tenha uma quantidade maior de aminoácidos
(substâncias
simples),
basta
tratá-la
de
maneira
errada:
adubações
desequilibradas, aplicações de agrotóxicos, estresses, podas etc.
As práticas sustentáveis da agricultura se baseiam em conceitos ecológicos
sólidos:
2. Medidas a serem tomadas antes do plantio
“Fazer o Manejo Integrado da Fertilidade do Solo e Nutrição da Planta,
onde a queima de qualquer resto de palhada e/ ou vegetação é a pior prática
quando se deseja alcançar a sustentabilidade agrícola. A compostagem de todo
material disponível na propriedade é sempre desejável.
“Preparo do solo, deve ser precedido da avaliação da compactação, dando
sempre preferência ao plantio direto e mecanização reduzida, mantendo a
cobertura de palha e/ou matéria orgânica na superfície do solo para que ocorra a
decomposição aeróbica e desenvolvimento de organismos benéficos.
“Realizar a adubação no sentido amplo do termo, com muito critério, pois
como se sabe, o excesso de um nutriente provoca a deficiência induzida de outro
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e quase sempre isto está associado ao ataque de pragas e doenças. Há uma
relação direta entre deficiências, excessos e aumento da susceptibilidade das
plantas a pragas e doenças.
IMPORTANTE: Deve-se dar preferência a nutrientes quelatizados; aqueles ligados
a moléculas de matéria orgânica, pois possuem a qualidade de liberar
paulatinamente as quantidades necessárias às plantas, promover a vida benéfica
no solo e de não se perder facilmente com as chuvas.
Para isso, acrescentar aos estercos, biofertilizantes e tortas, os elementos
que são carentes no solo e planta. A colocação de fertilizantes solúveis
diretamente no solo, sem fazer adubação verde ou acrescentar matéria orgânica
compostada ou húmus de minhoca, não é sustentável em longo prazo, pois os
fertilizantes solúveis irão se perder por lixiviação e/ou fixação, não irão promover
uma vida ativa e benéfica ás plantas e vão predispô-las às pragas e doenças.
É unânime entre os agricultores mais experientes, a relação entre melhoria
do solo em matéria orgânica e diminuição de pragas e doenças (Seminário sobre
novas tendências de manejo do solo Húmus e Microrganismos - 1996).
“Após a instalação da cultura no campo, ao se fazer a adubação de
cobertura, pode se utilizar compostos orgânicos mais solúveis e ricos em
nutrientes, como o esterco de galinha, a torta de mamona, Bokashi, biofertilizantes
e nutrientes quelatizados.
“Rotação racional de culturas, com características diferentes de extração de
nutrientes, evitando-se sempre os afeitos alelopáticos;
“Consorciação de plantas companheiras (Ex. abóbora e milho, batata e
alho) e/ou de plantas repelentes às pragas (Ex. tomateiro e cravo de defunto, alho
japonês);
“Plantio de cercas vivas, quebra-ventos e preservação de áreas de refúgio
da fauna benéfica. A orientação é utilizarem-se diversas plantas nativas que
produzam flores e frutos em abundância para que os organismos benéficos
tenham alimentos em períodos de "entressafra de pragas".
“Escolha
culturas
adaptadas
aos
fatores
limitantes
(clima,
solo,
disponibilidade e água etc.) bem como de cultivares, variedades e espécies
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resistentes e/ou rústicas às doenças e pragas mais comuns na região. Basear a
escolha nas características do clima dos centros de origem das espécies, por
exemplo, a batata nos Andes, o tomate no México e assim por diante.
“Plantio e cultivo de plantas inseticidas, nematicida, fungicidas e indutoras
de resistência, como o Neem (Azadirachta indica), Cravo-de-defunto (Tagetes
erecta) Manjericão (Ocimum micranthum), Primavera (Bougainvillea glaba),
respectivamente, para utilização na preparação de extratos e biopreparados que
serão utilizados na proteção dos cultivos.
“Iniciar a preparação de caldas fermentadas e infusões que estimulam e
promovem a melhor nutrição e conseqüentemente uma melhor proteção das
plantas, pois muitas vezes estes preparados necessitam de alguns dias para a
completa elaboração (Ex.: biofertilizantes, chorume)
“E todas as recomendações citadas, deve-se ressaltar que o agrotóxico não
deve ser considerado como medida preventiva.
(Fonte: Prof. Helcio de Abreu Junior)
Sistema de plantio em Berço
Experiências práticas mostram que plantios em berços, o índice de
pegamento é de quase 100%, muito diferente do plantio em covas onde se
trabalham com índices de no máximo 92%.
No plantio de mudas de Physalis fazer berços e não covas, separar as 2
camadas de solo e colocar o material orgânico (composto, esterco, resto de
culturas) na superfície para que possa sofrer decomposição aeróbia. Se for
colocada abaixo de 20 cm haverá fermentação anaeróbia, produzindo gases
tóxicos como o sulfídrico, metano, monóxido de carbono e substâncias fétidas e
igualmente tóxicas como putrefacina e cadaverina, causando intoxicação das
mudas, e conseqüente amarelecimento e morte ou vulnerabilização de seu
sistema de defesa, aparecendo pragas e doenças.
O tempo entre o preparo do berço e plantio não precisa ser de 2 meses,
como para as covas, pois você não está misturando o composto em todo o solo,
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mas apenas na superfície. Pode-se realizar o plantio no mesmo momento da
abertura e preparo do berço cujas medidas ideais são: 40cm x40cm x40cm
Mudas plantadas em covas com esterco misturado em todo o solo
amarelecem e sofrem diminuição do desenvolvimento no inicio, isto já não
acontece quando se planta em berço. Desta forma se ganha 2 meses na estação
chuvosa, tendo como resultado uma planta mais bem pega e desenvolvida com
maiores chances de sobrevivência no período seco, diminuindo a dependência da
irrigação.
Na adubação de manutenção e produção das Physalis, deve-se espalhar
em toda a área e não só na projeção da copa, a fim de promover o
desenvolvimento de raízes em todo o solo, fazendo a planta explorar mais
nutrientes e água. O mato e outras plantas entre as mudas será adubado sim, mas
periodicamente roçado e pulverizado com biofertilizantes para acelerar a
decomposição. Não haverá competição, mas uma reciclagem contínua dos
nutrientes, contribuindo para o aumento do teor de matéria orgânica e vida do
solo, aumentando a sustentabilidade do sistema.
Deve-se abolir o uso de herbicidas, pois além de matar a vida do solo afeta
o sistema de defesa da planta e contamina o ambiente. Roçar o mato entre as
linhas e colocar cobertura morta embaixo das saias das mudas da Physalis a fim
de abafar o crescimento das plantas espontâneas. Deve-se dar preferência a
instalação de adubação verde permanente como Trifolium repens (trevo branco)
ou Arachis pintoi (amendoim forrageiro), uma leguminosa nativa do Brasil central,
que além de fixar nitrogênio, suprime o crescimento do mato e protege o solo da
erosão e excesso de calor.
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Trifolium repens (trevo branco)
É
recomendável
a
aplicação
Arachis pintoi (amendoim forrageiro)
de
pós
de
rocha
magmáticas
e
paramagnéticas em todo o pomar, plantas e solo a fim de promover maior
atividade e microvida no agroecossistema
Para controle de doenças fazer uso de biofertilizantes e extrato de húmus
que promovem o aumento de microrganismos benéficos, que quando são
pulverizados sobre as plantas, ocupam os sítios de entrada da planta e competem
por alimentos com os patógenos, diminuindo as chances de desenvolvimento de
doenças nas plantas.
Quanto ao controle de pragas, faz-se o uso de extrato de Neem, alho,
tagetes, timbó, calda sulfocálcica, viçosa, bordalesa, entomopatógenos (Beauveria
bassiana, Metharizium anisopleae, Bacillus thurigiensis), extrato pirolenhoso,
armadilhas com feromônio e/ou alimentícias etc.
Consulte um agrônomo que tenha conhecimentos de agricultura sustentável
e observe mais a natureza, esta sempre nos ensina sem esconder nada.
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Missão, Visão e Valores
__________________________________________________
Missão
Oferecer alimentos naturais de alta qualidade que proporcionem bem estar às
pessoas sem agredir a natureza.
Visão
Levar qualidade de vida e saúde a todos os clientes, com alimentos da natureza
respeitando o meio ambiente que nos fornece a matéria-prima necessária.
Lembrando sempre que a terra, a água, o ar, plantas, animais e o homem fazem
parte desta grande família.
Valores
Ter responsabilidade, integridade, fraternidade, lealdade e respeito, com as
pessoas e a natureza.
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Joseane Almeida de Souza souza