Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Educação Física
Trabalho de Conclusão de Curso
NÍVEL DE SEDENTARISMO EM ADOLESCENTES
ESTUDANTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Autor: Daniel Deivisson Leite de Morais
Orientador: Prof. Dr. Ricardo F. de A. Bezerra
Brasília - DF
2011
DANIEL DEIVISSON LEITE DE MORAIS
NÍVEL DE SEDENTARISMO EM ADOLESCENTES ESTUDANTES: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
Artigo apresentado ao curso de graduação em
Educação Física da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para obtenção
do Título de Licenciado em Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo F. de A. Bezerra
Brasília
2011
NÍVEL DE SEDENTARISMO EM ADOLESCENTES ESTUDANTES: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA
DANIEL DEIVISSON LEITE DE MORAIS
Resumo: O sedentarismo é um problema cada vez mais frequente na vida de jovens e
adolescentes, que irão sentir o pesar da falta de atividade física com o passar dos anos. O
objetivo desse estudo foi fazer uma revisão bibliográfica a fim de verificar se os adolescentes
estudantes estão na faixa considerada sedentária devido a motivos diversos. Há uma grande
variação da quantidade de adolescentes considerados sedentários, mas a maioria mostra
valores acima de 50%. A grande variedade de métodos para aferir os níveis de sedentarismo
explica essa variação. Diversos fatores levam ao sedentarismo nessa faixa de idade, fatores
tais como classe social, sexo, ter pais sedentários, participação nas aulas de educação física na
escola, escolaridade, local de moradia, tempo em frente à TV, computador e vídeo game,
entre outros. Há indícios de que os avanços tecnológicos e o grande empenho em passar no
vestibular ou concurso público contribuem para desenvolver comportamentos sedentários.
Através deste estudo pode-se concluir que meninos são mais fisicamente ativos na
adolescência do que as meninas.
Palavras-chave: Sedentarismo, Adolescentes, Atividade Física, Estudantes.
1 INTRODUÇÃO
A revolução tecnológica ou modernização que estamos passando nos dias atuais estão
afetando diretamente o nível de atividade física em crianças e adolescentes
(MASCARENHAS et al., 2005). Esse fato tem influência direta nos níveis de atividade física
de crianças e jovens em todo o mundo, uma vez que estes jovens estão mais sedentários do
que jovens de anos atrás. A mídia de hoje em dia tenta influenciar e alterar os interesses dos
adolescentes, fazendo-os acreditar que desportos são difíceis, perigosos e entediantes e que
jogar vídeo game, assistir um filme ou programa de televisão é mais divertido e oferece
menos risco à saúde (ZIRBES & GOLÇALVES., 2009). Outro fato que tem afastado os
adolescentes dos esportes, tornando-os sedentários, é a pressão dos pais e familiares e a
pressão própria para passar em um vestibular ou concurso público. Segundo Perruzo et al.
(2008), os adolescentes que estudam e se preparam para vestibulares e concursos vivem em
constante estresse, participando de cursinhos preparatórios e estudando mais três ou quatro
horas por dia. Em raros momentos livres, eles preferem atividades de entretenimento como ir
ao cinema, sair com os amigos ou ir à festas, deixando as atividades físicas de lado.
O sedentarismo é um problema cada vez mais frequente na vida de jovens e
adolescentes, que irão sentir o pesar da falta de atividade física com o passar dos anos.
Segundo Tenório et al., (2010), adolescentes com costumes sedentários estão predispostos a
se tornarem adultos sedentários, sendo mais difícil a mudança de hábitos nesse período.
Atividades físicas em geral são benéficas para praticantes de todas faixas etárias. Em
contrapartida, a inatividade pode causar sérios problemas à saúde (TASSITANO et al., 2007).
O objetivo desse estudo foi fazer uma revisão bibliográfica à partir do ano 2000, afim
de verificar se os adolescentes estudantes estão na faixa considerada sedentária devido a
motivos diversos como trabalho, estudo, pressão dos pais para obter resultado em vestibulares
e concursos, tempo em frente à TV, computador ou vídeo games, entre outros.
2 METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados Scielo, Lume, PubMed,
BioMed Central, Lilacs e listas de referências dos artigos identificados, no período de Agosto
a Novembro de 2011. A busca foi realizada em modo avançado por meio das combinações
das palavras-chave em Português: “sedentarismo”, “adolescentes”, “estudantes”, “nível
atividade física”, “mundo tecnológico”, “vestibular”, “concurso público” e Inglês: “sedentary
lifestyle”, “adolescents”, “students”, “level of physical activity”, “technological world”,
“vestibular” e “public tender” com anos de publicação superior ou igual 2000 até novembro
de 2011.
Através desse método de busca, foram identificados cerca de 200 artigos científicos
elegíveis para inclusão nesta revisão. Em seguida, atentou-se para os artigos que atendiam os
seguintes critérios de avaliação para inclusão na revisão: (a) amostra deveria incluir
adolescentes, mesmo que citando outras faixas etárias; (b) deveria falar sobre o nível de
atividade física nessa faixa etária, ou fatores que alterem essa prática, mesmo que
indiretamente. Artigos de revisão não foram excluídos da seleção desde que dentro dos
critérios de avaliação. Artigos internacionais foram incluídos na pesquisa, porém a preferencia
de escolha foi de artigos com amostra colhidas no Brasil. Após essa etapa de classificação de
artigos, foram selecionados 40 artigos que foram lidos na integra. Destes, 25 foram
selecionados para fazer parte desta revisão bibliográfica. Durante a leitura das referências
destes artigos, outras foram selecionadas para compor este trabalho.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Sedentarismo, um mal que assola diversas faixas etárias
Sedentarismo pode ser compreendido como a falta de atividade física ou a não
participação em atividades físicas em momentos de lazer (GROENNINGA, 2009; PITANGA
& LESSA, 2005). Palma (2009) defende que há dificuldades em conceituar sedentarismo.
O sedentarismo tem crescido no Brasil e no mundo a cada dia que passa. Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2002) apud Oehlschlaeger et al.,
(2004), 80,8% de adultos brasileiros são sedentários. Já nos Estados Unidos, uma pesquisa
realizada pelo National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion aponta
que mais de 60% dos adultos e de 50% dos adolescentes são sedentários. Estudo feito em 6
países da Europa mostrou que adolescentes estão ficando muito tempo adotando
comportamentos sedentários, tais como assistir TV, jogar vídeo game e ficar em frente ao
computador (VELDE, 2006). No Brasil, as evidências sobre a quantidade de pessoas
sedentárias ainda são muito frágeis e carecem de estudos mais aprofundados (BARROS,
2004). Ao passar dos anos, pode-se perceber que as atividades físicas não estão sendo
praticadas, mesmo entre adolescentes. Isso deve-se pelo fato dos adolescentes não
conhecerem de fato a importância da atividade física em seus crescimentos. (TASSITANO et
al., 2007)
Segundo vários estudos observados, a faixa de sedentarismo varia muito de estudo
para estudo (Tabela 1), mas em sua maioria temos níveis elevados de sedentarismo nos
indivíduos observados, maiores que 50% da amostra total. Esse número poderia ser ainda
maior, visto que adolescentes quando respondem questionários de avaliação física tendem a
responder de modo que pareça que praticam atividade física mais intensamente do que
verdadeiramente acontece (GUEDES et al., 2005). Segundo Rosenberg et al. (2008), existem
2 problemas principais com a aferição de comportamentos sedentários. O primeiro é a falta de
coerência com as definições para sedentarismo. O segundo problema é o excesso de confiança
em utilizar o tempo em frente à TV para aferir o sedentarismo. Palma (2009), defende que há
falta de critérios para definir sedentarismo. Observando os estudos feitos, percebe-se que a
grande variedade de métodos de pesquisa utilizados (tabela 2), diferença de amostras (tabela
1) e a variedade de locais utilizados para pesquisas, podem influenciar no resultado final do
estudo. Podemos observar claramente essa diferença no estudo feito por Macedo et al. (2010)
em Brasília, por exemplo, com 60 alunos e índice de sedentarismo final de apenas 5%.
Enquanto o estudo realizado por Silva et al. (2005), em Maceió com amostra de 1253 alunos,
teve a porcentagem de sedentarismo total de 93,5. A mudança de localidade, quantidade da
amostra e métodos utilizados (o primeiro utilizou o questionário IPAQ, enquanto o segundo
utilizou PAQ) com certeza influenciaram na porcentagem final de indivíduos considerados
sedentários no estudo.
Observando a tabela 1, podemos perceber que as meninas são mais sedentárias que os
meninos em 100% dos estudos observados. Os indivíduos pertencentes às classes sociais mais
baixas têm pré-disposição a serem sedentários, assim como indivíduos que tem pais
sedentários (SILVA et al., 2008; HALLAL et al., 2006; OEHLSCHLAEGER et al., 2004;
GUEDES et al., 2001).
Tabela 1 – Amostra e porcentagem de indivíduos considerados sedentários no estudo
Primeiro
autor
Faixa
Etária
Amostra
Feminina¹
19-22
73
Alves
(2005)
15-19
3019
Barros
(2004)
15-18
157
Guedes
(2001)
10-12
2283
Hallal
(2006)
14-18
26
Macedo
(2010)
20574
Mello
(2000)
497
Oehlschlae 15-18
ger (2004)
2984
Silva (2009) 15-19
706
Silva (2005) 7-17
202
Silva (2000) 14-15
14-19
1249
Souza
(2005)
14-19
2513
Tenório
(2006)
13-18
109
Zirbes
(2009)
¹Adolescentes estudantes
Amostra
Masculina¹
Amostra
Total¹
%
%
Sedentários Sedentários
Feminino
Masculino
78,10
76,80
%
Sedentários
Total
77,4
82
155
2064
5083
53,5
36,1
46,2
124
281
65,00
46,00
56,62
2169
4452
67,00
49,00
58,2
34
60
7,69
2,94
5
426
1000
63,3
36,7
68,7
463
960
54,50
22,20
39
2044
547
123
1022
5028
1253
325
2271
39,1
---94,00
----
37,7
---85,00
----
38,4
93,5
90,59
26,2
1688
4210
70,2
57,6
65,1
105
215
2,70
0,00
1,37
---- Dados não informados ou insuficientes
Embora a maioria das doenças decorrentes de sedentarismo na maioria das vezes só se
manifeste na fase adulta, é cada vez mais evidente que estas se desenvolvem durante a
infância e adolescência (SILVA et al., 2009; HALLAL et al., 2006). Segundo Silva & Malina
(2000), adolescentes sedentários tendem a ser adultos sedentários. Isto corrobora a tese de que
o nível de participação em atividades físicas cai consideravelmente com o crescimento destes
adolescentes (SOUZA & DUARTE, 2005; ALVES et al., 2005; DUMITH et al., 2011).
Diversas variáveis interferem na questão do sedentarismo em adolescentes,
variáveis tais como sexo, idade, classe social, influências externas, alimentação, turno de
estudo, pais sedentários, entre outros (GUEDES et al., 2001; SILVA et al., 2009) além dos
alunos estarem se afastando cada vez mais das aulas de educação física nas escolas por
motivos diversos (MARTINELLI et al., 2006; DARIDO, 2004).
Tabela 2 – Método utilizado e valor considerado para classificação de sedentarismo
Primeiro
Autor
Alves (2005)
Valor de classificação para considerar
indivíduos sedentários
Atividade Física < 150 minutos por semana
Barros (2004)
Atividade Física < 420 minutos por semana
Guedes
(2001)
Gasto energético < 36,9 Kcal/Kg/dia
Hallal (2006)
Atividade Física < 300 minutos por semana
Ludwig
(2011)
Tempo assistindo TV,
Computador/Videogame > 2 horas/dia
Macedo
(2010)
Mello (2000)
Atividade física < 10 minutos contínuos
durante a semana
----
Oehlschlaeger
(2004)
Silva (2009)
Atividade Física < 20 minutos diários e 3
vezes por semana
Tempo assistindo TV,
Computador/Videogame > 4 horas/dia
Silva (2005)
----
Silva (2000)
Souza (2005)
Score < 3,0 no questionário PAQ-C
----
Tenório
(2006)
Atividade física moderadas a vigorosas < 60
minutos diários durante 5 dias da semana
---Zirbes (2009)
Organização Atividade Física moderadas a vigorosa < 60
minutos diários.
Mundial de
Saúde - OMS
---- Dados não informados ou insuficientes
Método utilizado
Questionário The Minnesota
Leisure time Physical
Activity Questionnaire
(MLTPAQ)
Questionário para avaliação
do estilo de vida do
adolescente Catarinense
(COMPAQ)
Instrumento retrospectivo de
auto recordação das
atividades diárias
preconizado por Bouchard
Questionário desenvolvido
pelo Centro de Pesquisas
Epidemiológicas da
Universidade Federal de
Pelotas
Questionário para avaliação
do estilo de vida do
adolescente Catarinense
(COMPAQ)
IPAQ – Versão VIII curta
Questionário elaborado e
validado por Del Giglio
Questionário auto aplicável
padronizado e pré-codificado
Questionário para avaliação
do estilo de vida do
adolescente Catarinense
(COMPAQ)
Physical Activity
Questionaire (PAQ)
Questionário PAQ-C
Questionário elaborado
segundo teoria dos estágios
de mudança de
comportamento (EMC)
Questionário Global School
based Student Health
Survey.
IPAQ – Versão VIII curta
------
3.2 Mundo tecnológico x Atividades Físicas
O crescimento da tecnologia e veículos motorizados como meio de transporte têm
influência direta sobre o aumento do sedentarismo (ROSENBERG, 2008). Com o avanço da
tecnologia, cada vez mais temos brinquedos eletrônicos em detrimento dos brinquedos que
exigem esforço físico e também as brincadeiras de rua. Segundo Velde (2006), o tempo
despendido em comportamentos sedentários (assistir TV, jogar vídeo game ou ficar em frente
ao computador) é inversamente proporcional ao tempo gasto em atividades físicas. Porém há
controvérsias. Estudo feito no Canadá em crianças e adolescentes mostrou que essa classe
permanece muito tempo em frente à TV, caracterizando comportamento sedentário e
favorecendo a obesidade (BARNETT et al., 2010).
Outro fato que afasta os jovens da prática da Educação Física é a violência urbana,
fato que leva os pais a “prenderem” seus filhos dentro de casa (SANTOS et al., 2010).
3.3 Pressão nos estudos, atividades físicas esquecidas
A conclusão do ensino médio e a procura por uma ocupação ou projeto profissional
fazem parte da vida dos adolescentes estudantes das séries finais, gerando um estresse
psicológico (GUHUR et al., 2010; MACEDO et al., 2010). Nesse período, temos a
preparação para o vestibular, que funciona como uma espécie de ritual de passagem. Esse
preparo pode trazer diversos distúrbios psicológicos e pressões, pois trata-se da porta de
entrada para o nível superior. Como se não bastasse o sentimento de obrigação em passar no
vestibular, o adolescente tem a difícil escolha do caminho profissional que irá seguir, junto
com a pressão dos pais e a pressão de si próprio em conseguir um bom resultado e escolher
uma boa profissão que às vezes acaba sendo a que os pais desejam, e não aquela que o
adolescente gostaria de seguir (PERUZZO et al., 2008).
O envolvimento excessivo em atividades intelectuais tais como leitura, cursos de
formação, tarefas escolares e também em trabalhos (estágios ou efetivos) somado a pouca
frequência nas aulas de Educação Física vem contribuindo para o aumento do índice de
sedentarismo no mundo (SILVA, 2009). Essa pouca frequência nas aulas de educação física
reflete o estudo realizado por Martinelli et al., (2006) que fala sobre os motivos que levam as
alunas a não participarem das aulas de educação física.
Segundo Peruzzo et al. (2008), adolescentes que buscam a preparação para provas
vestibulares estudam de 3 a 4 horas por dia, fora o horário que estão nos cursinhos
preparatórios e na escola. Em raros momentos livres preferem atividades de entretenimento,
como ir ao cinema, ir à festas ou sair com amigos, deixando as atividades físicas de lado.
3.4 Atividades físicas, um mar de benefícios aos seus praticantes
Atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido
pelos músculos esqueléticos (CASPERSEN et al., Apud LUDWIG et al., 2011). A falta de
prática habitual de atividade física está diretamente relacionada com patologias no coração,
diabetes, obesidade, osteoporose e alguns tipos de câncer em adultos, além de contribuir no
controle da ansiedade, depressão, doenças pulmonares como a asma e ainda melhora a auto
estima, bem estar, socialização (ALVES et al., 2005) saúde esquelética (TENÓRIO et al.,
2006) e qualidade do sono (MELLO et al., 2000). Para Ferreira et al. (2001) apud Ludwig et
al. (2011) a atividade física bem orientada traz inúmeros benefícios aos seus praticantes,
como diminuição do colesterol ruim (LDL), aumento do colesterol bom (HDL), diminuição
de distúrbios cardiovasculares, combate a obesidade, melhoria da eficiência cardíaca,
fortalecimento de músculos, articulações, além de melhorar flexibilidade, força, equilíbrio,
autonomia e humor.
Assumpção et al. (2002) apud Zirbes et al., (2009) afirmam que as condições de saúde
de indivíduos que praticam atividades físicas regularmente são bastante melhoradas, o que
reflete não somente em ganhos físicos, como também ganhos psicológicos, como expectativa
de vida e auto estima, entre outros. A educação física escolar pode ter importante papel no
desenvolvimento de adultos ativos, pois esta torna-se muitas vezes o único lugar em que o
aluno pratica atividade física (MACEDO et al., 2010). Segundo Alves et al. (2005), adultos
que foram atletas ou apresentam altos níveis de práticas de atividade física durante a
adolescência, são mais predispostos a serem praticantes de atividade física durante a fase
adulta.
Vários autores sugerem programas de intervenção em escolas e na sociedade, para que
crianças e adolescentes tenham o costume de práticas de atividade física desde cedo,
aumentando a possibilidade de levar esse estilo de vida na fase adulta. (MACEDO &
FERREIRA, 2010; DUMITH et al., 2011; SILVA et al., 2009; ZIRBES & GONÇALVES,
2009; HANSON & CHAIN, 2007; GUEDES & GRONDIN, 2002; GUEDES et al., 2001;
MELLO et al., 2000)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notável a falta de padronização nos métodos utilizados para aferir o nível de
sedentarismo, principalmente no que diz respeito aos vários tipos de questionários utilizados,
o que dificulta uma noção real do quanto os adolescentes estão sedentários.
Através deste estudo pode-se concluir que meninos são mais fisicamente ativos na
adolescência do que as meninas e, de um modo geral, a quantidade de adolescentes
sedentários encontrada nos estudos é acima de 50%. Diversos fatores levam ao sedentarismo
nessa faixa de idade tais como classe social, sexo, ter pais sedentários, participação nas aulas
de educação física na escola, escolaridade, local de moradia, tempo em frente à TV,
computador e vídeo game, entre outros. Há indícios de que os avanços tecnológicos e o
grande empenho em passar no vestibular ou concurso público contribuem para desenvolver
comportamentos sedentários. São precisos incentivos para práticas de atividades físicas desde
a fase infantil nas escolas e sociedade, pois crianças e adolescentes sedentários tendem a ser
adultos sedentários.
LEVEL OF SEDENTARY LIFESTYLE IN STUDENTS ADOLESCENTS: A
SYSTEMATIC REVIEW.
Abstract: A sedentary lifestyle is a problem increasingly common in the lives of youth and
adolescents, who will feel the weigh of the lack of physical activity over the years. The aim of
this study was to review the literature in order to verify that the adolescent students, especially
in the later series (2 and 3 years) in the range are considered sedentary due to various reasons.
There is a wide variation in the amount of adolescents considered sedentary, but most shows
values above 50%. A variety of methods to assess levels of physical inactivity account for this
variation. Through this study we can conclude that boys are more physically active in
adolescence than girls. Several factors lead to physical inactivity in this age group, factors
such as social class, gender, sedentary parents, participation in physical education classes in
school, education, place of residence, time in front of the TV, computer and video games,
among others . There is evidence that technological advances and strong commitment to pass
the exam or help develop tender sedentary behaviors.
Keywords: Sedentary lifestyle. Adolescents. Physical Activity. Students.
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Daniel Deivisson Leite de Morais