UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LITERÁRIOS 5° Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos (Gelc): A Literatura na Modernidade Líquida 12 E 13 DE DEZEMBRO DE 2013 RESUMOS Feira de Santana 2013 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA Reitor José Carlos Barreto de Santana Vice-reitor Genival Corrêa de Souza Pró-Reitor de Graduação Rubens Edson Alves Pereira Pró-Reitora de Extensão Maria Helena da Rocha Besnosik Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Marluce Maria Araújo Assis Pró-Reitor de Administração e Finanças Rossine Cerqueira da Cruz Diretora do Departamento de Letras e Artes Mávis Dill Kaipper Vice-Diretora do Departamento de Letras e Artes Flávia Aninger de Barros Rocha Coordenador do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários Adeítalo Manoel Pinho Vice-Coordenador do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários Claudio Cledson Novaes Universidade Estadual de Feira de Santana Avenida Transnordestina, S/N Bairro: Novo Horizonte Tel.: (75) 3161-8000 CEP: 44.036-900 Feira de Santana-BA Site: www.uefs.br ORGANIZAÇÃO COMISSÃO ORGANIZADORA (evento) Adeítalo Manoel Pinho (Coord.) Maria da Conceição Pinheiro Araújo Juliana de Souza Gomes Nogueira Silvania Cápua Carvalho Danilo Cerqueira Almeida Camilly Machado Oliveira Elizangela Maria dos Santos Arlânia Maria Reis de Pinho Menezes SECRETARIA Caroline Nunes da Silva Rolim MONITORIA Ana Sheila Soares Mascarenhas Cíntia Portugal de Almeida Derivaldo das Virgens Santos Gilson Souza da Silva Ines Dourado Araújo Lais de Souza Lessa Freitas Maurício de Oliveira Santos Meila Oliveira Souza Lima Palloma Morais Rocha Raimunda dos Santos Manaia Rosangela Santos Silva Rubia Gertrudes de Melo WEB DESIGNER Danilo Cerqueira Almeida ORGANIZAÇÃO E REVISÃO (resumos) Arlânia Maria Reis de Pinho Menezes Danilo Cerqueira Almeida Elizangela Maria dos Santos COMITÊ CIENTÍFICO (resumos) Adeítalo Manoel Pinho Maria da Conceição Pinheiro Araújo Juliana de Souza Gomes Nogueira EDITORAÇÃO Danilo Cerqueira Almeida GELC Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da literatura de jornal ao sistema literário Site: www2.uefs.br/dla/romantismoliteratura/coloquiogrupodeestudos2011 E-mail: [email protected] PROGRAMAÇÃO Anfiteatro, módulo 2 PROGRAMAÇÃO - 12/12 - QUINTA-FEIRA MANHÃ 8h45 ABERTURA Prof. Dr. Adeitalo Manoel Pinho (Coordenador do Progel) 9h00-10h00 CONFERÊNCIA 1 LITERATURA, CULTURA E GEOGRAFIA: VISÕES MULTIÉTNICAS E PÓS-COLONIAIS DAS AMÉRICAS Prof. Dr. Roland Gerhard Mike Walter (UFPE) Coordenação: Prof. Dr. Adeitalo Manoel Pinho (Coordenador do Progel) 10h15-12h00 MESA 1 Coordenação: Prof. Dr. Adeitalo Manoel Pinho (Coordenador do Progel) REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO E DO PRAZER NA MODERNIDADE LÍQUIDA, EM BUSCA DO PRINCÍPIO DO PRAZER Adeítalo Manoel Pinho A SUBLITERATURA E A LITERATURA ENQUANTO PRÁTICA SOCIAL: OS (DES)CAMINHOS DE UM BEST-SELLER E SUA RECEPÇÃO PELO LEITOR Arlânia Maria Reis de Pinho Menezes O FAZER LITERÁRIO NA CONTEMPORANEIDADE: A FLUIDEZ A SERVIÇO DA DEMOCRATIZAÇAO DA LITERATURA Elizangela Maria dos Santos QUINCAS BERRO DÁGUA: A LIQUIDEZ E AS BÊNÇÃOS MISTAS DA LIBERDADE Ana Sheila Soares Mascarenhas TARDE 14h00-15h45 CONFERÊNCIA 2 VINÍCIUS DE MORAES: APONTAMENTOS ENTRE O SÓLIDO E O LÍQUIDO Prof. Dr. Sandro Santos Ornellas (UFBA) Coordenação: Profa. Ma. Juliana de Souza Gomes Nogueira (IFBA/UFBA/UEFS) 16h00 – 17h30 MESA 2 Coordenação: Profa. Ma. Silvania Cápua Carvalho (GELC/UEFS) NAS TESSITURAS DAS MEMÓRIAS POÉTICAS DE SOPHIA ANDRESEN E CONCEIÇÃO PARANHOS Juliana de Souza Gomes Nogueira DAS (DES) CONSTRUÇÕES PÓS-MODERNAS E OUTRAS HISTÓRIAS EM LUNARIS Luciana Oliveira A PERSONAGEM FEMININA NA LITERATURA DO SÉCULO XX EM ATIRE EM SOFIA E A HORA DA ESTRELA Jeanne C. B. Paganucci O MOVIMENTO MIGRATÓRIO NO BRASIL E O REGIONALISMO Rosemary Santos Resumo O TEMPO E ESPAÇO: A MODERNIDADE LÍQUIDA DE BAUMAN NAS TEIAS FICCIONAIS DE MIA COUTO Silvania Cápua Carvalho 17h30 MESA DE LANÇAMENTOS Coordenação: Prof. Dr. Adeitalo Manoel Pinho (Coordenador do Progel) CAMINHANDO PELA CIDADE Cintia Portugal de Almeida CHUVA SECRETA Állex Leilla BARROCO Jeanne Paganucci, Zilda de Oliveira Freitas O QUINTANA QUE (QUASE) NINGUÉM VIU André Luis Mitidieri, Denise Almeida Silva, Lizandro Carlos Calegari (Org.) PROGRAMAÇÃO - 13/12 - SEXTA-FEIRA MANHÃ 8h30-10h00 MESA 3 Coordenação: Profa. Ma. Marla S. do Vale Satorno (UNEB/GELC/UEFS) ELYSIUM: QUANDO A SOCIEDADE É DISSOLVIDA PELA MODERNIDADE LÍQUIDA Marla S. do Vale Satorno AMOR NOS TEMPOS DE BAUMAN* Cintia Portugal de Almeida DIÁLOGOS COM (DES) CONHECIDOS Derivaldo das Virgens Santos A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE MARIA DOLORES EM O IMPARCIAL DA BAHIA Lais de Souza Lessa Freitas 10h15-12h00 MESA 4 Coordenação: Prof. Dr, André Luis Mitidieri (UESC) A ESCRITA BIOGRAFEMÁTICA DE TOMÁS ELOY MARTÍNEZ: FILOSOFIA E POLÍTICA Tales Santos Pereira André Luis Mitidieri Pereira INÉDITOS, ESPARSOS E, ENFIM, MENCIONADOS Patrícia Vitória Mendes dos Santos Araújo André Luis Mitidieri Pereira SANTA EVITA, FRAGMENTOS INSÓLITOS DE UMA VIDA LÍQUIDA Lorena Dantas Rodrigues Luciana Helena Cajas Mazzutti André Luis Mitidieri Pereira TARDE 14h00-15h30 MESA 5 Coord.: Profa. Ma. Elizangela Maria dos Santos (Doutoranda UFBA/GELC/UEFS) TRAÇOS DE LIQUIDEZ NA HISTÓRIA DO ROMANTISMO BRASILEIRO: A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS Camilly Machado Oliveira O NACIONALISMO E PATRIOTISMO SOB O OLHAR DE BAUMAN Palloma Morais Rocha A MODERNIDADE LÍQUIDA PRESENTE NA OBRA A ESCRAVA ISAURA DE BERNARDO GUIMARÃES Meila O. Souza Lima A MODERNIDADE LÍQUIDA E SUA RELAÇÃO COM O ROMANTISMO Raimunda dos Santos Manaia 15h30-16h45 MESA 6 Coordenação: Danilo Cerqueira Almeida (GELC/FAPESB/UEFS) O POETA LAURINDO RABELLO E OS CIGANOS: REPRESENTAÇÕES CULTURAIS E LITERÁRIAS NA MODERNIDADE LÍQUIDA Ines Dourado Araújo TERREIROS DE CANDOMBLÉ: SÓLIDAS RESISTÊNCIAS EM “TEMPOS LÍQUIDOS” Rosangela Santos Silva LIQUIDAMENTE N’O IMPARCIAL: O TRABALHO E A LITERATURA EM JOÃO PARAGUAÇU Danilo Cerqueira Almeida 17h00-18h00 CONFERÊNCIA 3 O SER URBANO EM TEMPOS LÍQUIDOS: A LITERATURA CONTEMPORÂNEA E OS ESTRANHOS DA CIDADE Profa. Dra. Jacimara Vieira dos Santos (UFBA) Coordenação: Prof. Dr. Adeitalo Manoel Pinho (Coordenador do Progel) 18h00 Encerramento conferências LITERATURA, CULTURA E GEOGRAFIA: VISÕES MULTIÉTNICAS E PÓS-COLONIAIS DAS AMÉRICAS Roland Gerhard Mike Walter (UFPE) Nas Américas, a brutalização das pessoas é ligada à brutalização do espaço, e essas brutalizações são enraizadas no passado: o genocídio de tribos indígenas, a escravidão e o sistema de plantação e as várias formas de exploração da natureza, entre outros, caracterizaram as diferentes fases e processos de colonização e ainda continuam ter um impacto sobre o pensamento e o agir das pessoas, não somente em termos de como as pessoas se relacionam e tratam os diversos, mas de como as imagens destes eventos traumáticos perseguem estes pensamentos e agenciamentos. A representação do espaço é simbolizada por uma natureza nutrida pelos corpos violados da história colonial, um engajamento literal com o que o poeta caribenho Wilson Harris (1981, p. 90) chama “o fóssil vivo de culturas enterradas”. Alego como hipótese que essa dupla brutalização dos seres humanos e da geografia (terra, paisagem, natureza, espaço, lugar) é interligada e constitui de diversas maneiras o inconsciente sociocultural e ecológico da experiência pan-americana — o fantasma destes holocaustos recalcados que voltam em resposta à Verleugnung (negação), fazendo sentir sua presença tanto no nível da enunciação quanto no da experiência vivida. Como analisar este legado colonial que dança esquizofrenicamente no hífen que liga e separa o dito e o não dito dos textos literários? Como resposta será apresentado um eixo analítico que liga três inconscientes textuais: o inconsciente político (Fredric Jameson), o inconsciente cultural (Pierre Bourdieu) e o inconsciente ecológico (Roland Walter). Desta forma o palestrante constrói uma teoria da/para a vida que liga diversos (com)textos culturais do continente americano. Palavras-chave: Literatura. América. Colonização. Geografia. Inconsciente sociocultural e ecológico. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória VINÍCIUS DE MORAES: APONTAMENTOS ENTRE O SÓLIDO E O LÍQUIDO Prof. Dr. Sandro Santos Ornellas (UFBA) Queremos apontar algumas ambivalências presentes no discurso poético de Vinícius de Moraes. De um lado, a emulação de tópicas clássicas em pleno modernismo brasileiro não o caracteriza somente como um poeta da tradição sólida. Por outro lado, se sua poesia elabora essas tópicas tradicionais, ela também desliza pela modernidade líquida, o que nos ajuda a explicar seu grande sucesso como poeta ligado ao campo da música massiva. Palavras-chave: Vinícius de Moraes. Discurso poético. Modernidade líquida. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória O SER URBANO EM TEMPOS LÍQUIDOS: A LITERATURA CONTEMPORÂNEA E OS ESTRANHOS NA CIDADE Profa. Dra. Jacimara Vieira dos Santos (UFBA) Preconiza-se como um dos principais fatores diferenciais da literatura Contemporânea a multiplicidade, que se dilui na fluidez de suas formas. Não obstante, é uma constante o universo urbano ser o cenário preferencial e preponderante das várias narrativas, não descartadas as representações em que os personagens se mostram deslocados, estranhos e rejeitados pela cidade onde se encontram. O presente trabalho propõe-se a discutir a relação das personagens ficcionais do livro Passageiro do fim do dia (2010), de Rubens Figueiredo, com a cidade inominada em que se desenrola o romance, problematizando aspectos relevantes da subjetividade e da sociabilidade marcadas pelo que Zygmunt Bauman define como ‘frágeis’ e ‘líquidas’. Palavras-chave: Literatura contemporânea. Universo urbano. Subjetividade. Sociabilidade. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória comunicações REPRESENTAÇÕES DO TRABALHO E DO PRAZER NA MODERNIDADE LÍQUIDA, EM BUSCA DO PRINCÍPIO DO PRAZER Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (GELC/UEFS) Este estudo pretende abordar as representações do trabalho na contemporaneidade, ou como afirma Zigmunt Bauman, na Modernidade Líquida. Cada vez mais negativado, causador de moléstias, fonte de neuroses, comportamentos depressivos e lesões por esforço repetitivo, o trabalho também é fonte contemporânea dos prazeres do consumo e do conforto seguro em outra idade pessoal e cultural importante: a velhice. Autores da literatura nunca deixaram de mencionar o trabalho em suas produções com as problemáticas citadas acima. Para tanto, utilizaremos ideias de Baumann, como procrastinação, adiamento, conceitos de presente e presente adiado. Alguns fundamentos de autores clássicos como Herbert Marcuse, Sigmund Freud, Da Mata serão tratados. A literatura também será contemplada com autores como João Ubaldo Ribeiro, Jorge Amado, José de Alencar, Chico Buarque, Carlos Drummond de Andrade e outros. Palavras-chave: Trabalho. Prazer. Princípio do prazer. Princípio da realidade. Literatura. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória QUINCAS BERRO DÁGUA: A LIQUIDEZ E AS BÊNÇÃOS MISTAS DA LIBERDADE Ana Sheila Soares Mascarenhas (UEFS/UNEB/GELC) Rosana Maria Ribeiro Patrício (Orientadora/UEFS) Este estudo pretende abordar a visão da “liberdade” presente na “Modernidade Líquida”, de Zigmunt Bauman, a partir da obra Quincas Berro Dágua, do escritor Jorge Amado. O presente artigo objetiva mostrar comparativamente como as andanças sem limites de Quincas Berro Dágua e seus companheiros pelas ruas e ladeiras da cidade alta e da cidade baixa, na região do Pelourinho remetem a necessidade de eliminar obrigações e não fixar espaço. Para tanto, os conceitos de “emancipação” e “bênçãos mistas da liberdade”, de Bauman norteam esta análise, a fim de perceber como se expressa a ruptura das regras sociais. Palavras-chave: Quincas Berro Dágua. Bauman. Modernidade. Liberdade. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória A SUBLITERATURA E A LITERATURA ENQUANTO PRÁTICA SOCIAL: OS (DES)CAMINHOS DE UM BEST-SELLER E SUA RECEPÇÃO PELO LEITOR Arlânia Maria Reis de Pinho Menezes (Mestra UEFS/GELC) A literatura pode não ser espelho fiel de uma sociedade, mas é parte constitutiva de um grupo social e compõe a prática social de indivíduos e dos grupos sociais aos quais eles pertencem ou com os quais se relacionam. Nesse contexto, analisar a circularidade e recepção literária supõe investigar as condições de sua produção e aceitação pelos leitores, situando-os histórica e socialmente. Sendo assim, não é possível desprezar o leitor enquanto elemento relevante para a circularidade de uma obra, tornando-a Best-Seller mas, consequentemente, segundo a ótica da crítica literária, de menor valor, ou subliteratura. Esta pesquisa pretende discutir introdutoriamente algumas questões teóricas em torno da chamada “subliteratura” e BestSeller, partindo das perspectivas sobre literatura e recepção literária de Marcia Abreu, Roger Chartier, Regina Zilberman, entre outros, discutindo também a ótica de Theodor Adorno a respeito dos produtos da indústria cultural e seus consumidores, buscando a possibilidade de se utilizar tais obras desqualificadas pela academia como fontes para o estudo das representações sociais dessa época onde a velocidade reduz o tempo e maximiza o consumismo. Pode-se pensar aqui num termo usado por Zygmund Bauman: “derretimento”, empregado para designar a desintegração desse discurso sólido e fixo já em vias de enferrujamento dos compostos institucionalizados; nessa nova modernidade maleável, o que vigora, segundo o autor, é a ascensão de um objetivo individual, em declínio dessas instituições tradicionalistas. Essa mudança de parâmetros pode provocar uma quebra dos moldes, das molduras existentes; são padrões que não estigmatizam mais o indivíduo moderno, mas se choca com os multifacetados novos padrões que surge, e que suscitam fluidez. Palavras-chave: Subliteratura. Best-seller. Consumo. Recepção. Leitor. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória TRAÇOS DE LIQUIDEZ NA HISTÓRIA DO ROMANTISMO BRASILEIRO: A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS Camilly Machado Oliveira (GELC/PROBIC/UEFS) Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL) A Literatura produzida no Brasil obedeceu a um movimento duplo: de um lado, a desintegração e o abandono de uma velha consciência, do outro, a construção subjacente de uma nova. A nossa literatura foi uma luta entre uma tradição importada e a busca de uma nova tradição de cunho local ou nativo. Essa mudança encontra-se na polêmica em torno de A confederação dos Tamoios (1856), em que houve a participação de José de Alencar. É nesse momento em que a consciência literária se corporifica, surge a consciência de que se estava fazendo literatura sob feitio novo. Em “Modernidade Liquida de Zygmunt Bauman, no prefácio Ser Leve e líquido, (2001, p.7), nos apresenta o derretimento dos sólidos e a fluidez desse derretimento. Diz que as razões para considerar “fluidez ou “liquidez” como metáforas adequadas quando queremos captar a natureza da presente fase. Isso tudo seria feito não para acabar de uma vez por todas com os sólidos e construir um admirável mundo novo livre deles para sempre, mas para limpar a área para novos e aperfeiçoados sólidos; para substituir o conjunto, aperfeiçoado e preferivelmente perfeito, e por isso não mais alterável. Palavras- chave: Literatura brasileira. Fluidez. Tradição. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória AMOR NOS TEMPOS DE BAUMAN Cintia Portugal de Almeida (GELC/UEFS) Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL) Este estudo apresenta uma leitura dos poemas: Instantânea, Pressentimento, Teus pés do livro Cavatinas (1885) do romântico Sales Barbosa (1862-1888). Nesses textos pode-se observar o amor nos tempos românticos: a busca pela mulher ideal, a insatisfação amorosa, desejos instantâneos, fugas, abandono e morte. O escritor feirense apaixonado traz em seus poemas amorosos relatos que se configuram em paixão, distanciamento - o individualismo romântico que esbarra no constante chamado do “eu”, em contraponto a uma comunidade refugiada, na angustia na busca do prazer intenso e fugaz. Assim percebida por Zigmum Baumam, em Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos (2004). Dialogando com esse poeta do Romantismo, buscamos analisar o discurso e a representação do amor – líquido moderno de Bauman, presentes na poesia do autor baiano. Para tanto, realizamos discussões e reflexões sobre o termo “amor” e seus múltiplos desdobramentos, analisando as histórias narradas nos textos através dos seguintes estudos teóricos e críticos: A criação literária: poesia e prosa, de Massaud Moisés; Modernidade líquida, Amor Líquido de Zigmum Baumam; A História da sexualidade de Michael Foucault e outros. Palavras-chave: Romantismo. Sales Barbosa. Zigmum Bauman. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória LIQUIDAMENTE N’O IMPARCIAL: O TRABALHO E A LITERATURA EM JOÃO PARAGUAÇU Danilo Cerqueira Almeida (GELC/UEFS/PROGEL/FAPESB)1 Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL)2 Apresentamos neste trabalho considerações sobre a produção de João Paraguaçu, pseudônimo do escritor e jornalista baiano Manoel Paulo Telles de Mattos Filho (1890-1969), no contexto social e histórico do jornal baiano O Imparcial (1918-1947). Fatos da história política do jornal e os traços estilísticos da crônica, gênero literário mais comum aos textos do colunista sobre sua atividade de literato e jornalista, serão estudados como elementos ‘líquidos’ ou ‘fluidos’, termos apontados e contextualizados pelo sociólogo Zygmunt Bauman em “Trabalho”, capítulo do livro Modernidade Líquida (2001). No âmbito da literatura, propomos que história e traços de estilo estão ligados pela interconexão sistêmica sociocultural pontuada pela Ciência da Literatura Empírica (CLE/CEL) (OLINTO, 1989). Palavras-chave: O Imparcial. Modernidade Líquida. João Paraguaçu. Crônica. 1 Mestrando em Estudos Literários. Membro do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos (Gelc). Prof. Adjunto de Literatura Brasileira da Universidade Estadual de Feira de Santana. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários (Progel) 2012/2014. Coordenador Executivo do Centro de Pesquisa em Literatura e Diversidade Cultural (CPLDC)/Progel. 2 Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória DIÁLOGOS COM (DES) CONHECIDOS Derivaldo das Virgens Santos (GELC) As relações se dão em virtude da necessidade do outro em se comunicar, conhecer, proporcionar saberes indispensáveis à vida. As relações se afunilam no processo ensinar e aprender com. Então, relacionar-se com é o mesmo que comunicar-se com; e essas convivências acontecem em virtude da necessidade que o ser humano tem de proporcionar diálogos. Bauman (2001, p. 123), afirma que “A capacidade de conviver com a diferença, sem falar da capacidade de gostar dessa vida e beneficiar-se dela, não é fácil de adquirir e não se faz sozinha. Essa capacidade é uma arte que, como toda arte, requer estudo e exercício (...)”. Este trabalho visa discutir as relações identitárias dentro do espaço escolar; relações que cada um tem com o outro e com um outro grupo. Propõe-se como objetivo proporcionar reflexão acerca do receio em perceber e se perceber com o outro. A escola que prepara para a vida, fundamentalmente, preparará aos seus para se adaptarem a fim de conviver socialmente. Então, é necessário que o querer ou o perceber o outro possa estar presente no âmbito da individualidade; as competências também possam orquestrar a melhor das melodias aliadas ao pensar e fazer o possível para a harmonia da comunicação social. Um ser humano, essencialmente civilizado tem o poder de interagir com (des) conhecidos, sem obrigatoriamente forçá-los a aceitar ao outro, ou ainda compreender as facetas individuais e coletivas. Essa habilidade urge exercícios, esforços, compreensão, urbanidade, humanidade. Por isso, cada grupo socialmente formal erigirá sua própria racionalidade a fim de propor transformações com e para o outro. Palavras-chave: Identidade. Cultura. Estranhos. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória O FAZER LITERÁRIO NA CONTEMPORANEIDADE: A FLUIDEZ A SERVIÇO DA DEMOCRATIZAÇAO DA LITERATURA Elizangela Maria dos Santos (Doutoranda UFBA/GELC/UEFS) O presente texto pretende suscitar discussão acerca do fazer literário que vem se consolidando a partir da década de 1990, apresentando-se, sobretudo, como uma prática em consonância com as transformações do mundo moderno. Considera-se, portanto, um dos aspectos empregados por Bauman (2001) para definir o que denomina “modernidade líquida”: a fluidez. Em um momento em que a sociedade experimenta transformações em todos os setores, as mudanças na experiência estética, ocasionadas pelos avanços tecnológicos, que propiciam um novo olhar para a relação autor-obra-público, apontam para a necessidade de atenção às novas formas de produção artística que estão presentes no mercado há quase três décadas. Parte-se, pois, da leitura do escritor contemporâneo Daniel Galera, representante dessa nova configuração, haja vista que adota uma maneira própria de ocupar uma “posição no campo literário” (MEIZOZ, 2007, p. 3). Trata-se de uma série de estratégias extraliterárias que não desmerecem a literatura, pelo contrário, colocam o fazer literário em acordo com a atualidade, rompendo com os padrões estabelecidos. Moser (2007), Schollhammer (2012), Azevedo (2013) e Pellegrini (2013) são alguns dos estudiosos que embasam essa pesquisa, tratando das relações da literatura com o mercado, a profissionalização do escritor e a arte contemporânea. Palavras-chave: Literatura contemporânea. Escritor e mercado. Profissionalização. Daniel Galera. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória O POETA LAURINDO RABELLO E OS CIGANOS: REPRESENTAÇÕES CULTURAIS E LITERÁRIAS NA MODERNIDADE LÍQUIDA Ines Dourado Araújo (GELC/UEFS/FAPESB) Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL) O poeta Laurindo Rabello é dos mais diversos poetas da geração Romântica Brasileira do século XIX. Sua origem atestada para muitos estudiosos como “cigana”, influenciou sua escrita de tal forma que perpassa desde a literatura até a história da música popular brasileira. Esse presente trabalho tem como objetivo demonstrar como as tradições culturais na literatura e na vida do poeta Laurindo Rabello ainda resistem na “Modernidade Líquida”. Tal modernidade líquida, como é tratada no livro de Zigmunt Bauman, adquiriu um novo sentindo, “derretendo os elos” ou padrões da modernidade. Tudo isso é um fator que dialoga entre o pós-moderno x tradição, fazendo com que a poética cigana de Laurindo Rabello, bem como sua etnicidade, venha a ser revelada e ganhe mais resistência na liquidez que Bauman (2000) tanto reflete. Palavras-Chave: Liquidez. Ciganos. Literatura. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória A PERSONAGEM FEMININA NA LITERATURA DO SÉCULO XX EM ATIRE EM SOFIA E A HORA DA ESTRELA Jeanne Cristina Barbosa Paganucci A obra Atire em Sofia, da autora baiana Sônia Coutinho, discute a realidade da mulher no contexto sociocultural brasileiro, sobretudo a presença feminina na literatura escrita por mulheres no século XX. Por outro lado, a obra A hora da estrela de Clarice Lispector discute a construção e presença do sofrimento e do silêncio da personagem feminina Macabéa. As personagens Sofia e Macabéa são estigmas sociais, visto que apresentam marcas do que a sociedade abandona, anula e omite. Desta forma, Sofia entra no contexto da identidade feminina que ao libertar-se das amarras sociais, aprisiona-se em teias da hipocrisia, do estereótipo, da culpa e do falso livre-arbítrio. Já Macabéa, incompreensivelmente arrasta-se para o silêncio de sua própria existência, relegada a si mesma e ao seu desatino em amar ou querer amar, ou mesmo achar que ama outro ser, morre então. A construção do personagem traz variada nuances em Clarice por conta da flexibilidade de narrar os fatos de forma paradoxal à Coutinho, em que claramente se observa a envolvente influência das culturas afro-brasileira e romana. O artigo discute as personagens femininas e suas identidades que envolvem a cultura e a sociedade, além de observar o impacto da escrita de Clarice Lispector neste romance, verificando o erotismo da imagem do feminino em Sônia Coutinho. Palavras-Chave: Literatura baiana. Literatura brasileira. Identidade feminina. Mulher e sociedade. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória NAS TESSITURAS DAS MEMÓRIAS POÉTICAS DE SOPHIA ANDRESEN E CONCEIÇÃO PARANHOS Juliana de Souza Gomes Nogueira (IFBA/UFBA/UEFS) Sandro Santos Ornellas (Orientador/UFBA) Este trabalho pretende discutir a presença do que se pode denominar de uma "memória líquida" nas poéticas de Sophia de Mello Breyner Andresen e Maria da Conceição Paranhos. Comparativamente, analisam-se poemas das escritoras, cujos elementos evocados dão a dimensão de como as memórias pessoais das autoras vão sendo fluidamente reconstruídas nos textos, num tecer e destecer infinito que leva as composições analisadas a distanciarem-se da ideia de memória estável e fixa. Para tanto, toma como referencial teórico norteador o conceito de Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, bem como a noção de mobilidade das imagens, de Gaston Bachelard, a fim de perceber como, paradoxalmente, os textos transmitem ao leitor a sensação de que as lembranças são tessituras poéticas ficcionalmente reelaboradas a partir de traços mnemônicos. Palavras-chave: Memória Líquida. Andresen. Paranhos. Tessituras Poéticas. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE MARIA DOLORES EM O IMPARCIAL DA BAHIA Lais de Souza Lessa Freitas (PIBIC/CNPq/GELC/UEFS) Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL) A produção literária de Maria Dolores n’O Imparcial, um dos jornais mais importantes da Bahia, pouco vasto e de linguagem simples, proporciona ter mais visibilidade sobre a situação feminina no início e meados do século XX. Com o advento do Modernismo, a sociedade baiana e, especificamente, Feira de Santana, encontraram-se num conflito entre a preservação do tradicional ou viver conforme a idealização modernista. Muitos não souberam adequar ambas as situações no contexto social. Entre esse conflito, Maria Dolores crescia como mulher, profissional, desquitada, espírita e mãe adotiva de seis meninas; sofrendo, mas evoluindo numa sociedade patriarcal que impunha às mulheres o que vigorava até então, sem questionar o motivo de tal situação. Palavras-chave: Maria Dolores. O Imparcial. Sociedade Baiana. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória SANTA EVITA, FRAGMENTOS INSÓLITOS DE UMA VIDA LÍQUIDA Lorena Dantas Rodrigues 1 Luciana Helena Cajas Mazzutti2 André Luis Mitidieri3 A proposta deste trabalho é investigar e debater os aspectos espaço-temporais e a comunidade, entendidos no âmbito das reflexões sobre a modernidade líquida que, desenvolvidas por Zygmut Bauman em Modernidade líquida (2001) e Vida líquida (2009), parecem fazer-se presentes em Santa Evita, de Tomás Eloy Martinez. Esse romance trata da ascensão social e política de uma personagem representativa do proletariado e/ou dos “descamisados” argentinos, conforme a protagonista Eva Maria Duarte Perón costumava se dirigir aos menos favorecidos de sua nação. Nessa obra literária, ocorrem eventos insólitos cuja “liquidez” plurissignificada no tecido narrativo é aqui estudada e discutida com apoio em Irlemar Chiampi (1980), Roland Barthes (1990), Lauro Marauda (2006) e Remo Ceserani (2010). Palavras-chave: Insólito. Modernidade líquida. Santa Evita. Tomás Eloy Martínez. 1 Graduanda em Letras e Artes pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Ilhéus-BA), com habilitação em Espanhol. Desenvolve o plano de trabalho “Biografemas homoculturais de Eva Perón” no projeto de Iniciação Científica intitulado “Tomás Eloy Martínez em produção biografemática”, financiado pela FAPESB. 2 Graduada em Letras – Língua Portuguesa/ Língua Espanhola e Respectivas Literaturas pela Faculdade São Bernardo do Campo (FASB). Aluna do Mestrado em Literatura e representações da Universidade Estadual Santa Cruz (UESC). 3 Graduado em Letras pela URCAMP e em História pela URI-FW. Mestre e doutor em Letras - Teoria da Literatura - pela PUCRS. Professor Adjunto B no Curso de Letras e Docente Efetivo de Literatura e História no PPGL Mestrado em Linguagens e Representações – da UESC. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória DAS (DES) CONSTRUÇÕES PÓS-MODERNAS E OUTRAS HISTÓRIAS EM LUNARIS Luciana Oliveira (UFBA) O final do século XIX e todo século XX foram períodos marcados por desconstruções e emergências teóricas que não apenas modificaram de uma vez por todas os fundamentos epistemológicos que sustentavam o mundo ocidental, como também asseguraram a liquidez e o descentramento que caracterizam a nossa contemporaneidade. É seguindo essa perspectiva desconstrutivista e pensando a linguagem como representação por excelência, que nos propomos a analisar o romance Lunaris, do escritor baiano Carlos Ribeiro, cuja narrativa dramatiza em seu espaço ficcional a tentativa de interpretar, discutir e entender o que significa ser e estar inserido nesse simulacro chamado pós-modernidade. Palavras-chave: Lunaris. Espaço ficcional. Pós-modernidade. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória ELYSIUM: QUANDO A SOCIEDADE É DISSOLVIDA PELA MODERNIDADE LÍQUIDA Marla S. do Vale Satorno (GELC/UNEB/UEFS) O presente artigo aborda uma visão da “Modernidade Líquida”, de Zygmunt Bauman, a partir de uma leitura do filme Elysium, de 2013. O objetivo deste trabalho é mostrar, a partir da análise comparativa entre o filme com o texto de Bauman, como o desejo de criar uma sociedade baseada nos modos e poderes de um seleto grupo de pessoas nos aprisiona e separa dos demais. A partir dessa abordagem, observamos que a sociedade fictícia apresentada no filme não está tão distante da realidade moderna descrita por Bauman, na qual as pessoas preferem isolar-se e afastar-se daqueles que não agradam, gerando uma luta por poder e espaço, dentro da utopia de uma sociedade justa e igualitária. Palavras-chave: Elysium. Bauman. Modenidade. Sociedade. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória A MODERNIDADE LÍQUIDA PRESENTE NA OBRA “A ESCRAVA ISAURA” DE BERNARDO GUIMARÃES Meila O. Souza Lima (Graduanda/FAPESB/CNPq/UEFS) Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL) O presente trabalho tem a finalidade de mostrar como o capitalismo pesado e leve citado por Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, na obra Modernidade Líquida (2001), está presente na sociedade brasileira do século XIX, aqui representado pela sociedade escravocrata citada na obra de Bernardo Guimarães A Escrava Isaura, publicada em 1875. Na obra brasileira, a sociedade racista preza o poder, as grandes propriedades, o estilo de vida europeu, e despreza outras culturas que não a europeia, nesse caso, a cultura negra. Presenciamos também no romance brasileiro indícios de uma sociedade líquida, onde os personagens vivem de aparências e onde o dinheiro é peça chave para a concretização da felicidade da personagem principal do romance, Isaura, tal qual é para a sociedade atual, consumista e capitalista, tão criticada por Bauman. Palavras-chave: Sociedade. Capital. Modernidade. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória O NACIONALISMO E PATRIOTISMO SOB O OLHAR DE BAUMAN Palloma Morais Rocha (Graduanda/FAPESB/UEFS) Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL) O romantismo brasileiro foi um movimento crucial para uma tomada de cultura nacional, com o intuito de fazer com o que país passasse a ser visto não mais como uma colônia, e sim como uma nação. Para tal efeito, o nacionalismo deveria imperar nos pensamentos e ações de todos os brasileiros. Em outras palavras, deveria haver uma grande e constante valorização de tudo que fosse tipicamente nacional. No entanto, ao olhar de Bauman, cabe ao nacionalismo lidar com as realidades desagradáveis de uma nação, como se fosse um membro "negativo", já que afirma sua existência pela agressão e ódio aos outros. Ao contrário do patriotismo, que seria o "nacionalismo amansado, civilizado e etinicamente enobrecido", além de sua benevolente tolerância com as diferenças. Palavras-chave: Nacionalismo. Patriotismo. Romantismo. Bauman. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória INÉDITOS, ESPARSOS E, ENFIM, MENCIONADOS Patrícia Vitória Mendes dos Santos Araújo1 André Luis Mitidieri (UESC)2 No presente trabalho, buscamos menções ao livro Inéditos e esparsos, publicado por Mario Quintana em 1953, e que muitas vezes deixa de ser citado em sua biobibliografia, em capítulos, subcapítulos ou fragmentos de histórias da literatura sul-rio-grandense e materiais contíguos, veiculados após sua edição. Em seguida, processamos os dados resultantes dessa investigação preliminar para constatar que, embora o poeta seja contemplado na grande maioria desses textos histórico-literários ou similares, o número de referências à obra literária em destaque não se incrementa à mesma proporção, tampouco muda o panorama apresentado em estudo similar, que antes havíamos realizado, concernente às histórias da literatura brasileira. Daí considerarmos que a escrita de histórias literárias regionais não seria a incondicional responsável por salvar publicações inéditas ou consideradas “menores” no conjunto da obra de determinado escritor que não se encontre nos centros de poder socioeconômico e cultural. Palavras-chave: Inéditos e esparsos. Mario Quintana. História da Literatura. Crítica Literária. Graduada em Letras (2006), Especialista em Literatura Comparada (2008) e Mestranda em Letras – Linguagens e Representações (2012-2014) - pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Professora da Rede Pública de Ensino do Estado da Bahia desde 1991, tem experiência com projetos de Leitura na Escola e a formação do público-leitor. 2 Graduado em Letras pela URCAMP e em História pela URI-FW. Mestre e doutor em Letras - Teoria da Literatura - pela PUCRS. Professor Adjunto B no Curso de Letras e Docente Efetivo de Literatura e História no PPGL - Mestrado em Linguagens e Representações – da UESC. 1 Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória A MODERNIDADE LÍQUIDA E SUA RELAÇÃO COM O ROMANTISMO Raimunda dos Santos Manaia (PBM-UEFS) Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL) O sociólogo Zygmunt Bauman, um dos pensadores mais originais da atualidade, traz em seu livro Modernidade Líquida, no primeiro capitulo o tema Emancipação, que aborda a necessidade que o homem tem de se libertar de uma sociedade que desenvolve em grande medida as necessidades materiais e mesmos culturais do homem após três décadas gloriosas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial. Porém muitas pessoas não desejariam ser libertas desta sociedade e não estavam dispostos a agir para se livrarem desta sociedade que seria um incômodo para uma pequena minoria. A ameaça mais sombria atormentava o coração dos filósofos: que as pessoas pudessem simplesmente não querer ser livres e rejeitassem a perspectiva da libertação pelas dificuldades que o exercício da liberdade pode acarretar. Segundo Arnold Hauser (1982, p. 662-666) o romantismo do século XVIII foi um movimento que teve um entusiasmo revolucionário, que se baseava tanto na ignorância da realidade do mundo quanto seu conservadorismo; a geração romântica assumiu uma atitude crítica em relação ao seu próprio contexto histórico e rejeitava os padrões tradicionais da cultura, por ser incapaz de expressar neles as suas concepções próprias de vida. Esta rejeição ao contexto histórico dá expressão a um medo psicótico do presente e uma tentativa de fuga para o passado, sendo esta saída criticada por alguns membros da sociedade que queriam permanecer naquele estado de inércia. Para tanto, são utilizados as seguintes fundamentação teórica: Zygmunt Bauman, Arnold Hauser e outros. Palavras- chave: Emancipação. Contexto histórico. Liberdade. Sociedade. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória TERREIROS DE CANDOMBLÉ: SÓLIDAS RESISTÊNCIAS EM “TEMPOS LÍQUIDOS” Rosangela Santos Silva (UEFS/JUR/GELC) Prof. Dr. Adeítalo Manoel Pinho (Orientador/GELC/UEFS/PROGEL) O presente trabalho analisará as obras Modernidade Líquida (2001) de Zigmunt Bauman e Viva o povo brasileiro (1984) de João Ubaldo Ribeiro. Tomando como base a palavra “transmissão” para designar modernidade sólida, e “transição” como ponto de partida da modernidade líquida, objetiva-se um confronto entre contextos em que a passagem de um para o outro acarreta profundas mudanças em todos os aspectos da vida humana. Viva o povo brasileiro elege como forma privilegiada uma dominante étnica de origem africana cujo cotidiano é pautado em vivências que são resultados dos conhecimentos de transmissão da ancestralidade. A religião é um dos elementos mais significativos na construção da descendência africana e divisor fundamental entre o “tempo fluido” e a “solidez”. No contexto apresentado por Bauman nada é feito para durar, tudo acontece de maneira rápida e volátil, proporcionando uma tendência para se viver cada vez mais o individualismo exacerbado. Palavras-chave: Resistência. Transmissão. Fluidez. Transição. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória O MOVIMENTO MIGRATÓRIO NO BRASIL E O REGIONALISMO Rosemary Santos1 O presente artigo pretende discorrer na visão de duas obras, como o papel do homem no mercado de trabalho se evidencia tomando como referencial, as literaturas “O Quinze” e “Os Corumbas” de Raquel de Queiroz (2004) e Amando Fontes (1974), respectivamente; ao mesmo tempo levantar uma pesquisa bibliográfica desses autores, a partir do modo pelo qual o regionalismo é retratado na literatura brasileira, além de fazer uma análise comparativa sobre o regionalismo sociopolítico, pautado na tentativa de rompimento da relação de poder, através da luta de classe, que se perpetuou na década de 30, igualmente observar como a questão de gênero e ao mesmo tempo as relações humanas se modificou com o passar dos anos, da década em que foram escrito os livros, fazendo um comparativo com a contemporaneidade, utilizando como subsídio para esta discussão, os fundamentos do sociólogo Zygmunt Bauman (2001), no que se refere a teoria da modernidade, considerado pelo autor como “modernidade líquida”. Sendo que nas duas obras, pretende-se analisar os motivos pelos quais, a questão de gênero, e com ela o desenvolvimento econômico, bem como a exclusão social se evidencia nos tempos atuais. Palavras-chave: Desenvolvimento. Modernidade. Proletariado. Regionalismo. 1 Estudante do 9º período de Letras-Português na Universidade Federal de Sergipe (UFS), Pedagoga, Pós-graduação em Planejamento e Projetos da Educação- Universidade Salgado de Oliveira/ UNIVERSO-UAS-Sergipe, Pós-graduação em Gestão Escolar - Universidade Federal de Sergipe. Tutora presencial da Universidade Castelo Branco (UCB - Polo Aracaju), membro do GEEM (Grupo de pesquisa em Educação Matemática) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Supervisora Pedagógica da Prefeitura Municipal de Laranjeiras/Sergipe - Vínculo Efetivo. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória O TEMPO E ESPAÇO: A MODERNIDADE LÍQUIDA DE BAUMAN NAS TEIAS FICCIONAIS DE MIA COUTO Silvania Cápua Carvalho (Mestre/GELC/UEFS) Busca-se estabelecer um diálogo entre os conceitos de tempo e espaço na Modernidade Líquida de Zygmund Bauman e a escrita da literatura de língua portuguesa de matriz africana de Mia Couto no romance O outro pé da sereia. Concebendo uma articulação entre as teias da sociologia e a ecocrítica da Literatura Africana cujos temas centrais da modernidade como história do tempo. Os entrelaces da modernidade de Bauman (2001) que contribui para um olhar sob os conceitos de tempo e espaço, lugares fágicos, não lugares e espaços vazios. E a segunda, a do moçambicano, com destaque para a sua literatura de finalidade ecocrítica como forma de denuncia da realidade de seu país através de sua narrativa espiralada percorrendo espaços da savana africana. A análise literária propõe comprovar a função sedutora da leveza do ser mítico e a deusa das águas como figura da sereia, que preserva a ancestralidade da cultura de Moçambique. Este artigo tem com base os recortes teóricos da sociologia de Bauman (2001), Marinho (2004), Queiroz (2007), Walter (2009). Ao escrever esse romance, o escritor não faz um registro de um determinado tempo na história de seu país ou aspectos da uma sociedade. Sua escrita vai muito além disto, o romance é também um questionamento, é pergunta crítica e ao mesmo tempo proporciona ao leitor uma grande dimensão de reflexão. Na contemporaneidade, a produção de romances históricos é considerada uma ligação do autor com a necessidade de reavaliar o passado, para se conhecer melhor o presente. O resgate da santa e o deslocamento da personagem na narrativa em busca de um território seguro para a imagem é o percurso de manter a religiosidade cristã presente nas terras africanas, porém, a cada momento; o que emerge de sua travessia na narrativa são os cenários, eventos históricos, símbolos e rituais nacionais por ela esquecidos no apagamento da sua memória ancestral. Palavras-chave: Tempo. Espaço. Cultura. Ancestralidade. Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória A ESCRITA BIOGRAFEMÁTICA DE TOMÁS ELOY MARTÍNEZ: FILOSOFIA E POLÍTICA Tales Santos Pereira1 André Luis Mitidieri2 Tomás Eloy Martínez destaca-se por uma produção literária que dissolve as classificações dos gêneros discursivos. Os limites da narrativa historiográfica, da (auto)- biografia e da narrativa jornalística embrenham-se numa estilística que une ficção, história e narrativa. Nesses termos, o presente trabalho objetiva mostrar como vem estudando a produção biografemática martineziana. Tal perspectiva procura estabelecer uma relação entre política, filosofia e sociedade, presentes nas visadas do autor em questão ao político argentino Juan Manuel de Rosas, bem como aos filósofos Martin Buber, Saint-John Perse, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, personalidades históricas que marcaram seus respectivos espaços nos séculos XIX e XX, tempos sólidos e líquidos, segundo Bauman (2001). Aliadas a tais considerações, as matrizes teóricas encontradas no “biografema” barthesiano e na concepção de “rastro”, conforme retomada pelo historiador italiano Carlo Ginzburg, dão suporte à análise do corpus selecionado: La otra realidad: antologia (MARTÍNEZ, 2006) e Lugar común la muerte (MARTÍNEZ, 2009). Palavras-chaves: Escrita biografemática. Tomás Eloy Martínez. La otra realidad. Lugar común la muerte. Filosofia e política. Graduando em Letras – Português/Espanhol na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Desenvolve o plano de trabalho “A escrita biografemática de Tomás Eloy Martínez: filosofia e política” no projeto de Iniciação Científica intitulado “Tomás Eloy Martínez em produção biografemática”, financiado pela FAPESB. 2 Graduado em Letras pela URCAMP e em História pela URI-FW. Mestre e doutor em Letras - Teoria da Literatura - pela PUCRS. Professor Adjunto B no Curso de Letras e Docente Efetivo de Literatura e História no PPGL - Mestrado em Linguagens e Representações – da UESC. 1 Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: da Literatura de Jornal ao sistema literário [email protected] Memória