TÉCNICA
MIXANDO GRAVES
Graves sob Pressão
Se o seu som de graves for crucial, você
precisa de caixas que lhe informem o que está
acontecendo abaixo de 100Hz, além de um
tratamento acústico para evitar que a sala
distorça estas informações. Mas, mesmo sem
isso, você pode melhorar as suas tomadas de
decisões com relação às frequências graves.
Crie o hábito de julgar o equilíbrio de graves
em alguns pontos diferentes na sala. Os modos
de ressonância da sala afetam cada posição de
maneira diferente, então são mais fáceis de
calcular mentalmente. Uma análise de espectro
de alta resolução também pode lhe ajudar a
avaliar a região abaixo de 100Hz. Algumas
pessoas sugerem colocar um dedo no cone do
seu woofer para julgar níveis de subgraves das
excursões do drive (como mostrado na foto),
mas eu não recomendo isso, já que as excursões
de woofer em uma nota grave dependem
bastante de seu pitch e muitas vezes podem
parecer contraproducentes.
De maneira mais importante, compare as suas
Tome cuidado com aumentos low-shelving
se o seu sistema de monitoração (incluindo a
sua sala e também as suas caixas) sofre para
transmitir informações abaixo de 40-50Hz.
Muita porcaria como barulho do trânsito e
estalos mecânicos pode estar escondida nos
extremos graves do espectro, e você não vai
querer aumentar isso. Se você precisar aplicar
um aumento shelving, use também um filtro
high-pass em 20-30Hz por segurança. Filtros
shelving de frequências baixas também
continuam atuando, até certo ponto, bem
além de sua frequência especificada, então,
se você achar que juntou um excesso de
bagagem na região média-grave ao tentar
aumentar os verdadeiros graves, um corte
compensatório em 200-400Hz pode ser
necessário.
Além de decisões gerais, a tarefa
mais comum é compensar ressonâncias
inúteis. Tracks de contrabaixo sempre
parecem apresentar uma ou diversas
frequências fundamentais que ressoam
desagradavelmente, mas ressonâncias da
sala também podem prejudicar gravações de
amplificadores microfonados, com a ajuda
da estrutura ressonante do gabinete. Até o
microfone da gravação pode ter um papel
nisso, principalmente se for um microfone
com uma resposta de frequência bastante
customizada para sons de bumbo.
A solução mais simples é empregar
cortes limitados bem direcionados. Encontre
uma nota que ressoe consistentemente de
maneira indesejável e faça um loop em uma
nota representativa. Em seguida, passe um
filtro na região abaixo de 100Hz para ver se
você consegue voltar a frequência incorreta a
um melhor equilíbrio. Aumentar com o filtro
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mixagens com trabalhos comerciais que você
goste. Questões de equilíbrio de frequências
graves, variação dinâmica, níveis de mixagem
e uso de efeitos dependem bastante da época
e do gênero, e músicas comerciais são o seu
melhor guia para as expectativas do seu público,
independentemente de ele ser milhões de
ouvintes da Radio 1 ou o outro membro do fãclube do Chris de Burgh!
primeiro pode ajudar a encontrar a frequência
certa, assim como usar um analisador de
espectro de alta resolução. Um valor de
Q de oito é um sensato ponto de partida,
mas esteja preparado para ajustar isso de
ouvido: algumas ressonâncias podem afetar
várias notas adjacentes, exigindo uma maior
amplitude, mas, fora isso, tente aumentar o
valor de Q o máximo possível (sem deixar
o corte ineficaz!) para evitar bagunçar o
equilíbrio espectral de outras notas.
Interações de
graves
Independentemente
de quão sólido os seus
subs estiverem sozinhos,
eles não se sairão muito
bem se o restante do seu
arranjo os ofuscar ou se eles
interferirem com os graves
de outros tracks importantes.
Para começar, se existir mais
de um track de graves (talvez
um baixo sobreposto com
um baixo de sintetizador),
normalmente eu escolho
Muitas vezes, plug-ins de
simulador de amplificador (as
imagens mostram opções da
Aradaz, Acme Bar Gig e IK
Multimedia) são úteis para
processar o baixo na mixagem,
mas tome cuidado para que
mudanças de fase ocorridas no
processamento não insiram
indesejados efeitos colaterais
de cancelamento de fase,
principalmente ao usá-los para
processamento paralelo.
Setembro 2012 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r
apenas uma como a fonte principal de
graves e uso um filtro high-pass nas outras
em torno de 100Hz, para evitar enganosos
problemas de cancelamento de fase entre
seus componentes de frequências de formas
de onda longas, o que seria praticamente
incorrigível com processamentos de
mixagem.
A modulação de nível de graves inerente
em alguns timbres de sintetizadores de
osciladores múltiplos é similarmente
indesejável se você quiser graves totalmente
sólidos, então, se não conseguir desativar a
desafinação do patch diretamente, eu sugiro
filtrar as oitavas mais graves do sintetizador
e substituí-las com um sintetizador de
subgraves estático mais confiável.
Com gravações multimicrofonadas ou de
‘microfone + DI’, muitas vezes você percebe
que um sinal oferece graves mais claros do
que o(s) outro(s), e uma filtragem high-pass
pode novamente ajudar a adicionar foco e
definição ao produto final. O timbre subjetivo
do som combinado depende bastante da
região média, então, contanto que não mova
a sua filtragem muito acima de 100Hz, você
não precisa se preocupar.
A filtragem high-pass também é útil
para remover lixos de graves de outros
instrumentos no seu arranjo, para ajudar os
graves do seu baixo a se sobressaírem mais
nitidamente. Instrumentos de teclado como
sintetizadores, pianos e órgãos merecem uma
atenção especial, assim como overdubs de
orquestra, trechos de sons encontrados ou
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