CBRANCO PAG.I4 Embraer testa novo avião na cidade ZONA INDUSTRIAL PROTÓTIPO DE NOVO COMPONENTE EM ENSAIOS NO ISQ Embraer testa asas do seu novo avião na cidade ¦ Os laboratórios do Instituto de Soldadura e Qualidade, onde decorrem testes de peças para o primeiro foguetão europeu, ganharam concurso da empresa brasileira de aeronáutica Célia Domingues -JF NA ZONA Industrial de Castelo Branco vai iniciar-se em breve a criação de componentes para os aviões que a fabricante mundial Embraervai construir nas suas fábricas em Évora. O LABET Laboratório de Ensaios Termodinâmicos do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) ficou em primeiro lugar num concurso internacional para o desenvolvimento da nova peça que a Embraer, terceiro produtor mundial a seguir à Airbus e à Boeing, quer introduzir no mercado da aviação. Trata-se de uma asa de avião em fibra de carbono. A introdução desta matéria prima em peças de avião faz reduzir o seu peso, diminuem os gastos de combustível, ou seja, reduz-se o custo de exploração. O ISQ e a cidade albicastrense mostrou ter condições vantajosas para receber este projeto avaliado em quatro milhões de euros e que conta com apoios comunitários. A par do apoio da Câmara, a abertura do novo aeródromo, a transferência do instituto para novas instalações na zona industrial, na sequência de um incêndio que destruiu o antigo armazém, foram as- - petos que se juntaram ao longo historial de trabalhos científicos des- envolvidos nos 40 anos de existência do ISQ. O projeto da Embraer vai ser desenvolvido em laboratório até 2014. As instalações do ISQ de Castelo Branco vão ser adaptadas propositadamente para acolher a investigação e serão adquiridos equipamentos, "alguns dos quais não existem em Portugal", explica ao JF Teimo Nobre, responsável pelo LABET. Nas instalações de Castelo Branco vão ser feitos os testes inerentes à criação de parte da nova asa, como de ultrasons, tecnografia, cálculos, e produzido o protótipo da asa, construído em tamanho real, com cerca de 10 metros de comprimento. "Vamos instalar sistemas de controlo, o piso será re- CIÊNCIA Componente de foguetão em testes O LABET, situado na zona industrial de Castelo Branco, está a en- saiar uma parte da virola dos andares superiores do foguetão Ariane 5, também construído com fibra de carbono, concebido pela Agência Espacial Euro- peia. É o primeiro foguetão especial europeu. O painel feito a partir de fibras de carbono está feito e está em fase de testes. Trata-se da peça do foguetão que é separada com os explosivos. "Se todos estes ensaios resultarem e se se confirmarem os dados do projeto, daqui por uns anos os andares superiores do fo- guetão serão feitos com este material testado em Castelo Branco", adianta Teimo Nobre. forçado, já que os técnicos terão macacos hidráulicos a fazerem es- forços acima das 100 toneladas", completa o responsável. Em setembro de 2013 até final do ano vão decorrer os primeiros ensaios da nova asa. "Será ainda uma asa fictícia, criada por nós, que servirá para fazer todas as medições, controlos e requisição de dados", refere. Em dezembro está previsto o transporte da nova asa para Castelo Branco para ser testada ao longo de nove meses em contínuo. O processo fica concluído com o início da produção desta componente nas fábricas da Embraer em Évora. A fase de criação, ensaios e produção da nova peça para a Embraer vai obrigar a um reforço da equipa do laboratório do ISQ na cidade. O quadro de pessoal passará de oito para 14, entre licenciados em vários ramos das Engenharias e com formação especializada. "Numa primeira fase não vamos utilizar o aeródromo, porque os testes serão feitos nas nosA nossa aposta, sas instalações. aceite pela Embraer, é que se este projeto resulte e passarmos a ser os parceiros futuros desta empresa", realça Teimo Nobre, que tem esperança que novos produtos em possam ser desenvolvidos Castelo Branco para serem produzidos nas fábricas de Évora. "Nessa altura, quem sabe, ensaiar um avião completo em Castelo Branco e aí o aeródromo será utilizado", completa. No ISQ, instalado num pavilhão de sete mil metros quadrados de área adquirido há um ano, o projeto vai ocupar cer- ca de 600 metros quadrados. "A área será isolada para garantir segurança e total confidencialidade do que se está a passar-se", refere Teimo Nobre, que coordenará este estudo. "Temos uma média anual de 15 projetos internacionais, pelo que, face à dimensão do Instituto, este da Embraer acaba por ser re- lativamente pequeno", adianta Teimo Nobre. Uma das técnicas internacionais desenvolvida ISQ diz respeito a pequenos aquecimentos em micro ondas para os sistemas imbraer de deteção de cascos de entregou aos laboratórios barcos em fibras de vidro. Também ali foram feitos os testes da Corticeira Amorim para fornecimento de chão de carruagens de comboios. As duas fábricas da Embraer que vão entrar em funcionamento em Évora até final do ano assegurarão o futuro da empresa. A produção de componentes e a tecnologia instalada demonstram a aposta da empresa no mercado da aviação. A Embraer está a construir, desde novembro de 2010, as fábricas na cidade alentejana, uma dedicada a estru- dos ISQ de Castelo Branco a criação turas metálicas (partes de asas) e materiais compósitos (componentes para caudas). Duas das aeronaves que vão receber componentes fabricados na cida- outra a de alentejana pertencem à aviação executiva, os Legacy 450 e 500 e a terceira é o avião militar KC- em co-390, projeto desenvolvido laboração com Portugal. O avião militar deverá "entrar em operação em 2016", ano dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, pelo que, Évora vai produzir uma série de partes do KC-390. e a fase de testes de parte da asa do novo avião