LINGERIES FUNCIONAIS PARA A PRÁTICA DE ESPORTE FUNCTIONAL LINGERIES FOR PRATICAL OF SPORTS Rochele Lunkes Moreira Rodrigues1 Egéria Hoeller Borger Schaefer2 Resumo Este trabalho tem como proposta a criação de lingeries funcionais para a prática de esportes, adotando como temática da coleção as obras dos irmãos Campana e a fotografia de natureza do Brasil de Araquém Alcântara, sendo utilizadas as cores de suas fotos e as formas e o design das obras dos dois irmãos. O projeto procura inovar no ramo de lingeries, apostando em peças funcionais e diferenciadas, com design exclusivo, peças ergonomicamente corretas, confortáveis e que dêem sustentação na hora do movimento. Visa, também, proporcionar praticidade, sendo que algumas peças poderão ser usadas com ou sem nada por cima e poderão, além disso, ser usadas em diversas ocasiões e situações do dia. A coleção, denominada Arte e Cor, oportunizará a inserção no mercado de um produto competitivo e atrativo, objetivando suprir uma deficiência nesse segmento. A coleção almeja inserir o conceito de exclusividade, agregando valor simbólico e estético aos produtos. Por fim, destina-se às mulheres de ação, que buscam algo diferenciado no segmento da prática de esportes. Palavras chave: lingeries funcionais; ergonomia; esporte. Abstract This work has as proposal the creation of functional lingeries for the practice of sports, adopting as theme of the collection the works of the siblings Bell and the picture of nature of Araquém Alcântara's Brazil, being used the colors of their pictures and the forms and the design of the two siblings' works. The project search to innovate in the branch of lingeries, betting in functional pieces and differentiated, with exclusive design, pieces ergonomically correct, comfortable and that you/they give sustentation in the hour of the movement. Keywords: functional lingeries; ergonomics; sport. 1 Graduanda em Design de Moda. Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: [email protected] 2 Profª Msc Egéria Hoeller Borges Schaefer. Universidade do Vale do Itajaí. E-mail: [email protected] 1 INTRODUÇÃO A lingerie feminina tem alcançado importância cada vez maior por parte dos consumidores, pois muito mais do que uma “roupa de baixo”, a underwear passou a fazer parte do vestuário e é escolhida cuidadosamente de acordo com as finalidades que se destina. Lingeries, diferenciadas e belas, elevam a auto-estima das mulheres e valorizam ainda mais seus corpos. O objetivo geral desse projeto é desenvolver uma coleção de lingeries funcionais para a prática de esportes para o verão 2010, destinada às mulheres que gostam de estar sempre em movimento, seja com danças, esportes leves, ou até mesmo os mais radicais. A coleção recebeu a denominação de Cor e Arte. Mulheres que valorizam seus corpos, com muita prática de atividades físicas sem nunca deixar de lado sua feminilidade, valorizando hábitos de vida saudável. Contemporânea e naturalmente elegante, a maioria delas tem uma vida ativa, repleta de compromissos e afazeres. São de personalidade forte e em seus momentos de lazer gostam de frequentar lugares descontraídos e culturais, apreciando mais o dia do que a noite. O projeto tem como inspiração temática o design criativo, inusitado e cheio de formas das obras dos irmãos Campana e a fotografia fascinante de natureza do Brasil de Araquém Alcântara. As inspirações para o desenvolvimento dos produtos desta coleção serão retiradas das cores vibrantes das fotografias de Araquém Alcântara, e as formas e linhas das modelagens das peças das obras dos irmãos Campana, fazendo assim uma mistura desses talentos, dando exclusividade à coleção. O objetivo específico é proporcionar conforto, praticidade e segurança através de modelagens e tecidos adequados para esse segmento, aliado às necessidades das usuárias. Visa, também, proporcionar a elas praticidade, sendo que algumas peças poderão ser usadas com ou sem nada por cima. Poderão também, ser usadas em diversas ocasiões e situações do dia. Por fim, almeja inserir o conceito de exclusividade, agregando valor simbólico e estético aos produtos utilizados para a coleção. O projeto oportunizará inserir um produto competitivo no mercado, através de uma coleção de lingeries com atributos de design diferenciado, objetivando suprir uma deficiência desse segmento no mercado. A lingerie, no projeto, tem como foco principal a sua utilização no segmento esportivo. Com as mulheres freqüentando cada vez mais academias de ginástica, cresce naturalmente o interesse por produtos específicos, fazendo com que o consumo de roupas esportivas esteja em ascensão e com grande procura no mercado. O projeto em questão inova no ramo de lingeries, apostando em peças funcionais e diferenciadas, com design exclusivo, peças ergonomicamente corretas, confortáveis e que dêem sustentação na hora do movimento. Destina-se às mulheres de ação, que procuram algo de diferenciado nesse segmento para a pratica de esporte. 2 METODOLOGIA No campo do design não se deve projetar sem ter método ou pensar de forma artística procurando logo a solução, sem fazer antes uma pesquisa sobre o que já foi feito de semelhante ao se quer projetar, sem saber quais os materiais serão utilizados para a construção e sem ter definido bem a sua exata função. O método nada mais é do que uma série de operações necessárias, cujo objetivo é o de atingir o melhor resultado com o menor esforço. Munari (1998,p. 10) Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 27) afirmam que “pesquisa é um conjunto de ações propostas para encontrar solução para um problema, que tem por base procedimentos racionais e sistemáticos.” A metodologia de pesquisa utilizada nesse projeto quanto à sua natureza é do tipo aplicada. A pesquisa aplicada “objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais.” Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 27), Em relação à abordagem do problema, a pesquisa será do tipo quantitativa. Conforme Tafner; Silva e Weiduschat (2003, p. 28), a pesquisa quantitativa significa “traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”. As características desta pesquisa são definidas e específicas, focalizadas em um pequeno número de questões, formuladas para todos os entrevistados um questionário estruturado. Para obter-se o melhor resultado em um trabalho, é preciso elaborar um projeto com técnicas de design, métodos e ferramentas. O método não prejudica a criatividade, mas estimula a descobrirem-se coisas novas. Visando facilitar o andamento do projeto, optou-se por usar a proposta de metodologia de Bruno Munari (1998; p. 52), por apresentar ela forma simples no desdobramento das etapas. Essa metodologia foi adaptada para atender melhor os objetivos do projeto. Coleta de Dados Oportunidade Definnição da Oportunidade Componentes da Oportunidade Análise dos Dados Materiais e tecnologias Criatividade Experimentações Materiais Verificação Solução Figura 1: Fluxograma metodológico adotado Fonte: Adaptado de Bruno Munari (1998) Neste projeto, as etapas se desenvolverão da seguinte forma: na etapa de coleta de dados, é realizada toda a fundamentação histórica do projeto, ou seja, pesquisas da história da lingerie, do esporte e da ergonomia. Far-se-á, ainda, pesquisa da temática de inspiração da coleção, do público alvo, conceito, tendências, concorrentes e estado do design. Numa próxima etapa, é definida a oportunidade, através dos painéis semânticos de tendências, conceito e temática. Após, far-se-á a definição da oportunidade, que é inserido o produto no mercado, através de uma coleção diferenciada, com design exclusivo, objetivando suprir uma deficiência desse segmento no mercado. Na etapa componente da oportunidade, serão estabelecidos os objetivos, elaborado o resumo, a introdução e a justificativa do projeto. Na etapa de análise dos dados, utiliza-se o PFFOA, uma ferramenta necessária para a identificação dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades que os produtos terão no mercado, ou seja, o estudo dos concorrentes que já atuam no mercado, visando dar maior satisfação aos consumidores. Além disso, é elaborada e analisada a pesquisa de campo. Na etapa materiais e tecnologias, é feita uma pesquisa para conhecer as matérias primas existentes. Conhecer os materiais a serem utilizados é de fundamental importância, pois eles se constituem na peça–chave para a confecção de um produto. Nessa etapa serão escolhidos os materiais a serem utilizados, assim como também a cartela de cores e definições. Na etapa de criatividade, são abordadas as técnicas de criatividade e ferramentas de projeto, possibilitando a apresentação das gerações de alternativas. Segundo Baxter (1998; p. 51), “a geração de idéias é o coração do pensamento criativo”. Para que o projeto tenha coerência entre o tema proposto e a construção dos produtos, é necessária a utilização de técnicas e ferramentas de criatividade. As técnicas de criatividade são utilizadas como procedimentos de auxílio para a criação da temática da coleção, e a confecção de painéis oportuniza uma melhor visualização do projeto ( brainwritting e os painéis semânticos). O brainwritting é o compartilhamento de idéias em silêncio, que são escritas em um papel, sem haver críticas, oferecendo um tempo para concentração e para a geração dessas idéias em grupo. Conforme Baxter (1998; p. 71), o brainwhitting é uma evolução do brainstorming, procurando conservar as suas vantagens e reduzir as desvantagens. Essa técnica será utilizada na geração de idéias para a criação dos modelos da coleção e para a combinação de cores. Os painéis semânticos serviram para a visualização da coleção. Para Baxter (1998; p. 190), os produtos devem ser projetados para transmitir certos sentimentos e emoções. Isso pode ser conseguido construindo-se diversos painéis de imagens visuais. Neste projeto é apresentado os painéis de público alvo, que mostrarão através de imagens, o estilo de vida do consumidor, lugares que freqüenta e suas preferências; o painel de temática mostrará imagens do tema de inspiração para o projeto; o painel de conceito mostrará as características que o produto deve agregar, e o painel de tendências, que apresentará imagens de estudos atuais sobre as tendências de moda que estarão no mercado. As ferramentas do projeto servem para descrever as situações reais do mercado, é uma forma simples e sistemática de verificar a posição estratégica da empresa, bem como as do produto em questão. 3 HISTÓRIA, CONCEITOS E INSPIRAÇÃO Para início de um projeto, é necessária uma pesquisa para ser utilizada como argumentação. Nesse capítulo serão abordados diferentes assuntos a fim de fundamentar, explicar e conceituar as bases de pesquisa do projeto proposto. Serão apresentados conceitos sobre tendências, lingeries, esporte e aspectos ergonômicos. Por fim, far-se-á pesquisas e análises do mercado específico. A seguir será feita abordagem sobre a história da lingerie. 3.1 A evolução da lingerie Em tempos mais remotos, a preocupação com a estética das vestimentas de baixo não existia, as mulheres não primavam pela beleza, mas pela praticidade que as peças ofereciam. Com o decorrer da história, no entanto, essas peças passaram a ganhar importância, tornando-se cada vez mais belas e funcionais. A lingerie expressa a personalidade e o estado de espírito de uma mulher, sendo quase impossível que possa ela conviver sem utilizar uma peça de baixo. Em fim, para cada mulher existe um estilo de lingerie, podendo variar em diversos modelos, sendo eles em grandes ou pequenas modelagens, cores neutras, coloridas ou estampadas, com ou sem aviamentos. Além de funcionais, confortáveis e duradouras, as lingeries passaram a ser vistas como item de sensualidade, elevando assim, a auto-estima das mulheres, que buscam valorizar ainda mais os seus corpos. Segundo o site ALMANAQUE FOLHA, (2009), no início do segundo milênio antes de Cristo, as cretenses usavam um corpete que sustentava seus seios pela base e que os levantava, deixando-os completamente nus. A estatueta era a Deusa com serpentes, que é a grande divindade da terra, criada cerca de 1.600 a.C. Esse símbolo era um ideal feminino na época, onde a mulher mostrava seus seios como fruto daqueles que a veneravam. Figura 2: Deusa com serpentes Fonte http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mulher-historia-da-lingerie/historia-da-lingerie.php Conforme o site COLÉGIO SÃO FRANCISCO,(2009) a primeira forma de sutiã vem da Grécia antiga, onde as mulheres queriam evitar que os seios ficassem caídos. Surgiu então o “proto-sutiã”, que era uma tira de pano, geralmente vermelha, enrolada sob os seios, para envolvê-los, levanta-los e sustenta-los, mantendo-os firmes e impedindo que tremessem ao andar. Já na época clássica, século V a. C, essa tira se transformou em uma faixa de tecido chamada fascia, que tinha como objetivo comprimir os seios para que não crescessem. Caso a natureza predominasse, usava-se um couro macio para esmagá-los. Para as que tinham seios pequenos, havia o écharpe, que envolvia os seios sem comprimilos. A mulher começa, então, a ser tratada com desigualdade e a ser chamada como pequenas criaturas. Figura 3: proto-sutiã,tira de pano enrolada sob os seios Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mulher-historia-da-lingerie/historia-da-lingerie.php Após a queda do Império Romano e das invasões celtas e germânicas, ainda de acordo com o site referido, a preocupação de sustentar os seios desaparece por vários séculos e com ela, as formas de sutiãs. Na Idade Média, nos séculos XII e XIII, as roupas eram usadas para alongar a silhueta, valorizando as mulheres magras. Com isso surge a cota, conhecida como espartilho e o beaud, corpete amarrado por trás ou pelo lado, apertando o busto e costurado a uma saia plissada. Havia também o sucote, um colete usado por cima do vestido e amarrado. Surgem então várias formas de espartilhos, mas todos escondendo o busto. No final da Idade Média, a mulher passa a ser livre novamente para se vestir. Ainda conforme o site colégio são francisco, no século XV usava-se um cinto sob o busto, para sustentar os seios, realçando-os sob o vestido. Algumas usavam uma espécie de colete que achatava os seios e realçava o ventre, enfatizando o culto à fertilidade, retorno ao período paleolítico (20000 a .C.). O decote se torna então, cada vez mais audacioso. No século IXX, de acordo com o site COLÉGIO SÃO FRANCISCO,(2009) as mulheres usavam ceroulas e calças bufantes. Essas calças tinham o objetivo de manter as pernas das moças longe dos olhares dos curiosos. Mais tarde as saias puderam encurtar-se um pouco. Na era Vitoriana o charme era usar a combinação da calça com saias e vestidos. Do século XV ao XVI, durante o Renascimento, de acordo com o site colégio são francisco, a roupa íntima feminina ficou ainda mais rígida. Foi nessa época que surgiu o “corps piqué,” um corpete pespontado que apertava o ventre, afinando a cintura e deixando os seios com aspecto de cones. Esta peça era construída com uma haste, que muitas vezes era feita de madeira de buxo ou marfim. Havia, ainda, uma haste de metal central que, em alguns modelos, chegava a pesar até um quilo. Estes corpetes começaram a causar polêmica entre médicos esclarecidos, pois comprimiam órgãos internos, causando entrelaçamento das costelas e até mesmo a morte das usuárias. Somente no século XVIII é que as mulheres começaram a respirar. Isso porque as hastes de madeira e metal foram substituídas pelas barbatanas de baleia. Os decotes aumentaram e os corseletes passaram a ser confeccionados para comprimir a base do busto, deixando os seios em evidência. Os corseletes ganharam sofisticação, eram bem trabalhados com bordados, laços e tecidos adamascados. Em 1770, de acordo o site COLÉGIO SÃO FRANCISCO,(2009) junto com as idéias iluministas que culminaram com a Revolução Francesa, houve uma espécie de cruzada anti-espartilho. Médicos, escritores, filósofos militavam contra os corseletes. Em 1840, como informa o site duhellen, foi lançado um modelo com um sistema de cordões elásticos. Isso permitia que a mulher pudesse, ela mesma, vestir e tirar a peça sozinha. Além do corseletes, as roupas íntimas eram compostas por calças que chegavam até os joelhos, cheias de babadinhos. A partir de 1900 o espartilho começou a se tornar mais flexível. A nova linha de espartilhos nasce com estilo mais longo descendo até os joelhos, dificultando o movimento da mulher ao sentar-se. Em 1904, ainda de acordo com o site citado acima, a palavra soutien-gorge (sutiã) entrou no dicionário francês. Em 1913, Mary Jacob criou um sutiã muito macio, curto e o design dele separa os seios naturalmente. Ela vende a patente para a Warner Bros. Em 1906, Poiret provocou uma verdadeira revolução na moda, afrouxando a silhueta formal, eliminando o espartilho e reduzindo o número de roupas íntimas usadas pelas mulheres. Com o início da Primeira Guerra Mundial, segundo Moutinho (1998) a moda é deixada de lado. Os espartilhos começam a incomodar as mulheres, que tiveram necessidade de trabalhar e isso fez com que elas necessitassem de uma nova lingerie, pois o apetrecho até então utilizado limitava os movimentos do corpo. Por isso os espartilhos foram substituídos pelas cintas, usadas mais para baixo, comprimindo o corpo sem erguer os seios. De acordo com Moutinho (2000), em 1919 o busto das mulheres era semelhante ao de um menino, pois começaram a ser usados “achatadores” (tiras de pano, sem barbatanas, que comprimiam o busto), a fim de se adaptarem à moda. Depois do uso de achatadores, conforme Moutinho (2000) começou-se a usar o sutiã. Por volta de 1925, este possuía alça ajustável na frente e uma tira de tecido geralmente elástica, dividida ao meio. No final da década Moutinho,(2000), foi lançado o primeiro sutiã feito com um elástico que passava pelos ombros, cruzava nas costas e era abotoada na parte da frente. Segundo o site COLÉGIO SÃO FRANCISCO (2009), em 1930, a Dunlop Company inventou um fio elástico muito fino, o látex. A roupa de baixo passou a ser fabricada em modelagens que respeitavam ainda mais a diversidade dos corpos femininos. A partir de 1938, a Du Pont de Nemours anunciou a descoberta do náilon e as lingeries coloridas finalmente tornam-se bem populares. Em 1935 os bojos com enchimentos são criados, e três anos depois, os sutiãs com armação, que sumiram durante a guerra, voltam nos anos de 1950, com muita força. Em 1939 cria-se um dos sutiãs mais vendidos, com bojos mais fundos e pespontos circulares, que resultam em seios pontudos e bem torneados. Esse modelo também tem seu auge nos anos 50, voltando nos anos de 1980 nas mãos de Jean-Paul Gaultier. Ainda segundo informações do site COLÉGIO SÃO FRANCISCO (2009), com o final da Segunda Guerra Mundial, o New Look do costureiro Dior, lançado em 1947, propunha a volta da elegância e dos volumes perdidos durante o período da guerra. Para acompanhar a nova silhueta proposta pelo costureiro, a lingerie precisava deixar o busto bem delineado e a cintura marcadíssima. Então surgiram os sutiãs que deixavam os seios empinados e as cintas que escondiam a barriga e modelavam a cinturinha. Após a Segunda Guerra Mundial, com a descoberta de tecidos sintéticos, as calcinhas se tornaram mais elásticas, sendo possível ajustarem-se naturalmente ao corpo, diferentemente de quando eram feitas de tecido natural, mais rígido, que precisavam ser grandes para passar pelas pernas e pelos quadris. Nos anos 50, a lingerie rendada e sensual virou fetiche, trilhando assim, o caminho da roupa de baixo atual. Segundo Moutinho (2000) “em 1964 surgem os sutiãs que já não serviam para moldar os seios, mas para sustentá-los e vesti-los confortavelmente”. As calcinhas-biquínis também datam dessa época. A roupa de baixo não era mais necessária para moldar o corpo e, muitas vezes, o sutiã era dispensado. As indústrias americanas foram inovadoras nesses itens e exportam suas idéias para os outros continentes. Os calções encolheram e por volta de 1960, já lembravam as calcinhas de hoje. Nos anos 70 o conforto e a durabilidade ganharam uma atração a mais: a sensualidade. No final dos anos 70 e início dos 80, a inspiração romântica tomou conta da moda. Cinta-liga, meias 7/8 e corseletes, sem a antiga modelagem, voltaram à moda. Segundo Moutinho (1998), ”nos anos 90, no campo da moda, chega-se à era da indústria têxtil de alta tecnologia. A amplificação das roupas e o interesse pela praticidade se acentuam”. Até os dias de hoje, a lingerie, assim como a moda, não segue apenas um único estilo. A evolução tecnológica possibilitou o surgimento de novos materiais, com designs diferenciados, inúmeros tipos de tecidos e cores que tornaram a lingerie mais confortável e durável, duas exigências da vida moderna. Em fim, a indústria de lingerie, que continua crescendo, passa a apostar em alta tecnologia, sendo possível encontrar-se no mercado desde o espartilho no mais clássico modelo renascentista até os sutiãs e calcinhas mais modernos, com design diferenciado, novos tecidos, muita estamparia e bons caimentos. A seguir será apresentado um pouco da história do esporte e o avanço das roupas femininas nesse segmento. 3.2 Roupas Esportivas No princípio do século XX, segundo Moutinho (2000), mostrar o corpo era uma espécie de tabu. Jean Potou ficou famoso no campo do “sportwear” quando apresentou grandes novidades, lançando tecidos maleáveis próprios para a moda esportiva. Hoje o mercado nesse segmento está em ascensão, pois cada vez mais homens e mulheres procuram mais academias de ginástica. São muitos os benefícios da prática de atividades físicas, temos melhor capacidade respiratória, maior resistência orgânica, menor propensão a doenças, maior força muscular e mais disposição nas atividades rotineiras. Além de exercitar a capacidade de concentração, estimular a vida social e evitar o quadro da depressão. Informa Moutinho (2000), que no período entre as duas guerras mundiais, começa a se estabelecer uma nova relação entre o corpo e as roupas. A aparência física começa a depender do corpo e isso gera cuidados maiores quanto ao físico. As revistas femininas incentivam as mulheres a fazer ginástica e a comer alimentos mais leves. Os modelos para prática de esporte são inteiramente novos.Para a prática do ciclismo, de acordo com Moutinho (2000), as mulheres usam os “bloomers”, uma roupa larga franzida, semelhante às calças. Era presa no joelho e tornozelos e usada sob a saia. Depois que a lei autorizou, as mulheres passaram a usar uma espécie de calça bufante que ia até a panturrilha e era também usada com uma saia. Figura 4: Calças bufantes usadas no ciclismo Fonte: MOUTINHO, (2000, p.45) De acordo com o autor, com a novidade dos banhos de mar, surgiram os primeiros trajes de banho. Os primeiros modelos eram de tecido encorpado, cobriam quase todo o corpo. Mais tarde, as mulheres passam a usar uma espécie de blusão de mangas curtas que chegava até as coxas e por baixo, um calção bufante. Havia, também, roupas no estilo marinheiro, usadas com cintos e decotes maiores. Na cabeça, usavam toucas de tecido e sapatos de lona com sola de borracha ou corda. Era obrigatório o uso de meias e elas eram presas por cadarços no tornozelo. Em 1925, segundo Moutinho (2000) as roupas para nadar, ainda em tecido espesso, usadas com sapatilhas de borracha, recebem desenhos excêntricos e encurtamse, mas ainda mantinham-se pequenos saiotes. Para jogar tênis, eram usados vestidos brancos e longos, sendo que o comprimento das saias acompanhava a moda. Figura 5: Traje para jogar tênis Fonte: MOUTINHO, (2000,p. 78) Na década de 30 Moutinho (2000), são lançados os modelos como a saia aberta dos lados e os shorts que iam até abaixo dos joelhos. Nessa época, as mulheres começam a jogar sem as meias finas. Segundo o autor, no ciclismo, que era um esporte popular, passou-se a adotar os shorts. O estilo da mulher nessa década sofre influências do despojamento, com conceitos de funcionalidade e depuração das formas. Para estar dentro dos novos padrões estéticos é preciso um corpo esguio e delicado. Na metade dos anos 60 os cuidados com o corpo aumentaram. Conforme Moutinho (2000), começaram a proliferar academias de dança e ginástica. Já nos anos 70, a moda dos esportes faz do corpo bem cuidado uma fonte de prazer. As roupas antes reservadas para locais específicos, agora invadem as cidades, e a moda esportiva se difunde, tornando as roupas mais funcionais, práticas e confortáveis. Por fim, cultivar um esporte passa a ser um dever e sinônimo de status. Nos anos 90 chega-se à era da indústria têxtil de alta tecnologia. A simplificação do vestuário e o interesse pela praticidade se acentuam, e as roupas esportivas impõem-se cada vez mais, apresentando diversas novidades no mercado. Para uma roupa se adequar no segmento esportivo, precisa ser feito estudos de biomecânica para que a peça fique ergonomicamente correta e proporcione bem estar ao corpo dos consumidores. Importante fator para um melhor aproveitamento do movimento durante a prática de uma atividade física é o conhecimento do corpo. 3.3 Ergonomia Segundo Gomes Filho (2000), “A ergonomia objetiva sempre a melhor adequação ou adaptação possível do objeto aos seres vivos em geral”. A ergonomia está relacionada ao nosso dia-a-dia e a todo e qualquer objeto que utilizamos, sejam eles roupas, acessórios do vestuário, utensílios, mobiliários ou equipamentos de qualquer natureza. Todo produto necessita de ergonomia, a fim de proporcionar segurança e bem-estar aos usuários, assim como a lingerie, que precisa de medidas corretas para se adequar ao corpo com perfeição. Um produto que possui ergonomia é sempre bem aceito pelos consumidores, pois assim mostra aspectos de evolução. De acordo com Gomes Filho (2003), as roupas íntimas são utilizadas pelas mulheres para garantir proteção e conforto, sem deixar de lado outras características tão importantes quanto estas como a segurança e a estética. A ergonomia deve integrar a etapa inicial de concepção de projeto de produto, para que se torne possível prevenir e evitar equívocos e disfunções no futuro produto, economizando assim, tempo e recursos. O tipo de matéria-prima que compõe as peças exige um estudo ergonômico para a adequação ao corpo feminino, tanto para a modelagem das peças quanto para a movimentação, garantindo o conforto e segurança ao corpo. Conforme IIDA (2005), para que os produtos que forem criados funcionem bem na sua integração com o usuário, eles devem conter algumas características: Qualidades Técnicas: Se referem ao funcionamento e eficácia na execução das funções, facilidade de manutenção, limpeza e manuseio. Qualidades Ergonômicas: O conforto e a segurança que serão oferecidos, a adaptação antropométrica e o fornecimento claro de informações. Qualidades Estéticas: Referem-se à combinação de formas, cores, materiais e texturas, para que o produto se apresente com um visual agradável. Ao analisar as condições de uso do vestuário, percebe-se que o corpo sustenta a roupa ou o material têxtil em sua forma, e para cumprir efetivamente o seu papel, as peças devem adequar-se à morfologia, ao movimento do corpo e suas necessidades. Sendo assim, o estudo do corpo humano através da antropometria e suas aplicações são indispensáveis quando se projeta uma peça de roupa, uma vez que o corpo é variável em seus movimentos e tais movimentos interferem em todo o conjunto. De acordo com o site MODELANDO MODA, 2009, o tecido também deve ser objeto de estudos, pois esse material estará em contato direto com a pele e deve propiciar conforto térmico e tátil, ou seja, não deve conter alterações em sua composição ou nas suas emendas ou costuras que possam ocasionar irritações na pele. Deve, também, proteger ou auxiliar quanto à temperatura ambiente. Ele é responsável pelo espaço em volta do corpo, moldando-se a ele ou projetando-se além da silhueta, ocupando o espaço, aumentando, assim, a área de atuação deste corpo. Deve-se realizar uma prévia análise sobre quais movimentos o corpo irá realizar enquanto envolto nesse material, onde ele deverá permanecer e como deverá se comportar. Quanto ao fechamento do vestuário em geral, alguns elementos importantes devem ser considerados ao projetar uma peça, que são denominados aviamentos. Precisam ser estudados onde poderão ser colocados os botões, linhas, zíperes e velcros, entre outros. Eles devem ser de aplicados em locais que não causem incômodos e deve-se pensar ergonomicamente que movimentos serão executados no momento de vestir e fechar a peça. Outro item que deve ser considerado é o meio onde está inserido o usuário. Dentro deste contexto é que poderá ser projetada uma roupa adequada. As roupas íntimas são utilizadas por crianças, adolescentes, mulheres adultas e idosas, com biótipos e tamanhos antropométricos que variam de pessoa a pessoa (GOMES FILHO 2003, p. 105). São essas diferenças individuais, ressaltando mais os seios, tronco, nádegas e coxas, que influenciarão na ergonomia e estilo das peças da coleção. A utilização de tamanhos como o P, M e G (adulto), é o exemplo da contribuição da ergonomia para a moda íntima. O produto necessita ser de fácil manuseio e ter uma boa adaptação às medidas do homem (antropometria). O estudo da ergonomia será realizado quando abordar-se a biomecânica. 3.4 Biomecânica O estudo da biomecânica será realizado nesse projeto para auxiliar na criação de roupas ergonomicamente corretas. Muitas vezes o estudo dessa ciência é deixado de lado, tanto na prática esportiva quando no dia-a-dia. A biomecânica é o estudo do corpo em movimento e da aplicação da mecânica aos sistemas biológicos. Ela avalia o movimento de um organismo vivo e o efeito da força sobre esse organismo. (SCHAEFER,2009) As articulações movem-se em direções diferentes. O movimento ocorre em torno de um eixo e de um plano. Figura 6: Movimento das articulações Fonte: <http:www.wgate.com.br> A biomecânica externa estuda as forças físicas que agem sobre os corpos, enquanto a biomecânica interna estuda a mecânica e os aspectos físicos e biofísicos das articulações, dos ossos e dos tecidos histológicos do corpo. Em vista destes conceitos, os movimentos articulares devem ser observados para um melhor planejamento dos produtos de moda. Os termos a seguir são usados para descrever os vários movimentos que ocorrem numa articulação. (SCHAEFER,2009) Flexão: é o movimento de dobra de um osso sobre o outro causando uma diminuição do ângulo da articulação. Exemplos: Calças muito justas nas pernas podem limitar os movimentos da linha de quadril, joelho e tornozelo. Casacos muito ajustados nos cotovelos, nas cavas e na largura das costas podem apontar falta de folga de vestibilidade, que é diferente de folga de costura. Calças de gancho muito baixo ficam desalinhadas no corpo especialmente nos movimentos angulares de flexão e extensão. Extensão: é o movimento que ocorre inversamente à flexão. É o endireitamento de um osso sobre o outro, causando aumento do ângulo de articulação. O movimento geralmente traz uma parte do corpo á sua posição anatômica após esta ser flexionada. A hiperextensão é a continuação da extensão, além da posição anatômica. Abdução/Adução: é o movimento para longe da linha média do corpo e adução é o movimento de aproximação da linha média do corpo. Circundução: é a combinação de todos esses movimentos numa seqüência em que a parte da extremidade faz um grande circulo no ar, enquanto a parte próxima á extremidade próxima faz um circulo pequeno. Rotação: é o movimento de um osso ou parte dele em torno de seu eixo longitudinal. Se a superfície anterior se moda em direção á linha média, é chamado de rotação interna. Se a superfície anterior se movimenta para longe da linha média, este movimento é chamado de rotação externa. Pronação/Supinação: Pronação é o movimento de rotação de uma articulação em direção a linha média do dorso. Supinação é o movimento de rotação contra a linha média do corpo. Inclinação Lateral: Quando se refere ao tronco que se move para a direita ou para a esquerda. Depois de realizado o estudo da ergonomia e biomecânica, será feito um estudo da antropometria. 3.5 Antropometria A antropometria é disciplina auxiliar no design que se ocupa da determinação do corpo humano e de suas diversas partes externas. Segundo Scheafer, 2009 as variações antropométricas se dão por pessoa, país de origem e, também, com a idade. Devido a essas diferenças individuais de cada pessoa, realizar medidas perfeitas é uma tarefa bastante difícil. Pesquisas comprovam que de uma maneira genérica, as dimensões corpóreas dos seres humanos está aumentando devida às acentuadas melhorias da alimentação e qualidade de vida. A antropometria e a ergonomia são indissociáveis e tratam do estudo da interação do homem com espaços, construções, instrumentos de controle, utensílios, suportes do corpo, vestuário e calçados. Os principais aspectos dessa interação são as medidas de segmentos do corpo, forças musculares, posturas, movimentos e padrões motores de manuseamento, pois implicam diretamente com o conforto, a segurança e a funcionalidade. Para que se possa entender a essas adequações ergonômicas é preciso criar um grupo de referência dividindo os indivíduos da população mundial e fatores de observação que vem ao encontro a suas necessidades. São percebidos com freqüência, além dos grupos usuais, mais quatro grupos sensíveis, que são a terceira idade, a criança, a grávida e os portadores de necessidades especiais. Conforme Gomes Filho (2003, p. 105), as peças íntimas são fabricadas industrialmente através de moldes, modelos e formas, confeccionadas através de faixas dimensionais estabelecidas por critérios como o biótipo, a faixa etária e as dimensões antropométricas. Essas medidas servem como base para estudos, já que os biótipos são vários e o corpos mudam também várias vezes ao longo da vida. Os tecidos com elastano ajudam a colocar as lingeries numa faixa maior de abrangência quanto aos ajustes antropométricos. 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DAS PESQUISAS Nesse capitulo, será apresentando os resultados das perguntas mais relevantes feitas no questionário. A partir das análises das respostas, se podem criar peças de acordo com a preferência do publico alvo. 4.1 Pesquisa de campo O instrumento de pesquisa utilizado para a coleta de dados do projeto foi o questionário, o que contribuiu muito para a escolha das modelagens da coleção, pois possibilitou conhecer melhor o gosto das consumidoras. O questionário foi aplicado em 60 mulheres, em academias de ginástica e de dança. As entrevistas foram realizadas nas cidades de Balneário Camboriú, Camboriú e Florianópolis. As respostas foram dadas através de e-mail e de questionários impressos, entregues e respondidos diretamente pelo público-alvo. A seguir será mostrada às respostas das entrevistadas às perguntas mais relevantes do questionário. 4.2.1 Síntese e análise dos dados 35 Calcinha fio dental 30 25 20 Calcinha Nom al Calcinha grande 15 10 5 0 Calcinha tipo cueca Calcinha sem costura Gráfico 01: Questão n 01 Fonte: Do autor Na questão 01, a pergunta versava sobre o modelo de preferência de calcinha. Três mulheres responderam que preferem calcinha fio dental. Duas delas responderam que preferem calcinha grande, nove optaram pelas calcinhas sem costura, enquanto treze preferem calcinhas estilo cueca e trinta e uma têm sua preferência na calcinha com cava normal. Analisando as respostas, as informações obtidas foram importantes para a elaboração dos modelos de calcinhas da coleção. As principais peças serão confeccionadas com a modelagem de cava normal e estilo cueca, pois foi essa a preferência do publico. Cada mulher deve saber qual o modelo de calcinha que combina melhor com o seu biotipo, para que ela se amolde e não marque o corpo e nem cause desconforto, proporcionando bem–estar à usuária. Um dos modelos preferidos foi a calcinha com cava normal e com as laterais mais largas, o que fornece maior conforto. A calcinha estilo cueca também foi citada, por favorecer não só as mulheres com biótipo esguio, mas também as que estejam com sobrepeso, pois as laterais maiores não marcam as gordurinhas e ficam esteticamente mais bonitas, garantindo assim maior funcionalidade para os movimentos do dia-a dia. 35 Sutiã frente única 30 25 Sutiã alça grossa 20 Sutiã com bojo 15 Sutiã decote reto 10 5 Sutiã com cava nadador 0 Gráfico 02 : Questão n 02 Fonte: Do autor Na questão 02, perguntou-se qual a preferência de modelo de sutiã para a prática de esportes. Duas questionadas responderam que preferem modelos com o decote reto. Quatro que preferem sutiãs com a alça grossa. Dez delas responderam que preferem sutiã frente única. Treze optam sutiãs com bojo e trinta e uma mulheres, preferiram o modelo de sutiã com cava nadador. O uso do sutiã é inevitável para a sustentação dos seios e para evitar que eles caiam. Analisando os dados dessa questão, foi possível desenvolver um sutiã de acordo com a preferência do publico. A maioria dos modelos criados foram sutiãs com cava nadador e com bojo. Os sutiãs com cava nadador proporcionam maior conforto ao corpo feminino e dão uma maior sustentação aos seios de todos os tamanhos, além de estar em alta nas tendência de moda. Os sutiãs com bojo valorizam os seios da mulher, acrescentando um volume extra. 30 25 20 Conforto 15 Design inovador 10 Funcionalidade 5 0 Gráfico 03: Questão n 03 Fonte: Do autor Na questão de número 03 foi perguntado o que é primordial na hora da compra de uma lingerie. Doze mulheres responderam ser a funcionalidade, contra dezessete que responderam que era o design inovador. Por fim, a preferência do público, com vinte e nove mulheres respondeu que o primordial era o conforto. Fazendo uma análise dessa questão, é visto que se a peça tiver design e funcionalidade, mas não fornecer conforto, as consumidoras jamais optariam por essa peça. O conforto é a palavra chave para a compra de uma lingerie, acompanhado da funcionalidade e design inovador. Portanto, a resposta a esta questão ajudou na hora de confeccionar as peças, aliando conforto com as demais características, para assim agradar o publico feminino. 30 25 20 Cores Neutras 15 Cores vivas 10 Estampas 5 0 Gráfico 04: Questão n 04 Fonte: Do autor Na questão de número 04 foi questionada ao público alvo a preferência de cores. Quinze responderam que preferem as cores neutras, contra quinze que responderam ter preferência pelas peças com estampas. Trinta mulheres responderam que preferem cores vivas. A resposta a esta questão contribuiu com o projeto, de forma que as peças se tornassem exclusivas. As mulheres estão optando por peças mais alegres, pois a tendência do momento é usar lingeries para aparecer, então nada melhor do que estar praticando exercícios físicos acompanhados de cores alegres e vibrantes para deixar a lingerie à mostra. 4.2 PESQUISA DE MERCADO Neste item será apresentada a pesquisa de campo, realizada para buscar no mercado conhecimentos que irão agregar valor ao produto a ser desenvolvido, assim como os concorrentes dos produtos da coleção e as tendências atuais de moda no segmento específico. 4.2.1 Concorrentes Um ponto a ser observado na hora de analisar os concorrentes, é a qualidade de informações, que podem ou não ser de fácil acesso. Alguns motivos para analisar os concorrentes são: aprender com eles, aperfeiçoando seus próprios produtos, e deduzir a estratégia dos concorrentes, “adivinhar” o que eles pretendem fazer (BAXTER, 1998). Conforme pesquisas e análises desenvolvidas, podem ser percebidas algumas marcas que serão mostradas a seguir que são consideradas concorrentes dos produtos desta coleção, devido a alguns fatores relacionados ao design utilizado, modelagem, tecidos, algumas padronagens e, também, por terem linhas voltadas para o segmento esportivo. 4.2.2 Calvin Klein Figura 8: Lingeries Calvin Klein,coleção 2007 e 2008 Fonte: http://imags.google.com.br/imgres?imgurl=http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2008/07/24/article As peças íntimas da marca Calvin Klein, segundo o site TOPVIEW,2009 são bem menos rebuscadas que as outras marcas, porém têm alta tecnologia nos tecidos. É o luxo no conforto do dia-a-dia e no esporte. Algumas peças até têm rendas e alças de cetim, mas o que chama a atenção mesmo são as fibras sintéticas utilizadas. A marca tem uma linha que foi elaborada para auxiliar o desempenho da atividade física, com definição e sustentação muscular através da compressão. Além disso, os componentes de seu tecido elástico ajudam a manter a pele seca durante todo o exercício. 4.2.3 Verve Figura 9: Lingeries marca Verve Fonte: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://imagem.vilamulher.com.br/ As peças são caracterizadas pela qualidade dos tecidos de última geração, estampas diferentes, que passeiam do floral ao geométrico e, principalmente, pelo conforto. Segundo site VILA MULHER,2009 as mulheres consumidoras com diferentes tipos físicos, têm a opção de escolher o tamanho do bojo, das alças e das hastes. Desta forma, mulheres com costas largas e bustos pequenos, por exemplo, ficam mais seguras e confortáveis. 4.2.4 Freya Figura 10: Lingeries Freya Fonte: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.freyalingerie.com/App_Portals/Freya/Media/Li ngerie/Ranges/Freya É uma marca americana de underwear que apostou no mercado de lingeries própria para serem usadas durante a prática de esportes. O conceito da marca é o bem estar e, por isso, desenvolveu sutiãs que deixam os seios firmes, com cortes feitos a laser e tecidos que prometem não alargar. Em fim, as empresas abordadas possuem pontos fortes e fracos que serão analisados. Alguns desses concorrentes já possuem reunidos em uma só peça, conforto, estética e funcionalidade. 4.3 PFFOA Esta ferramenta de projeto ajuda na elaboração dos pontos fortes e fracos, oportunidade e ameaças do produto em relação aos seus concorrentes e ao mercado como um todo. Segundo Baxter (1998; p. 10), Forças e fraquezas são determinadas pela posição atual da empresa e se relacionam quase sempre aos fatores internos. Oportunidade e ameaças são antecipações do futuro e quase sempre estão relacionados aos fatores externos ou ambientes de negócios. Pontos Fortes Pontos Fracos Adequação Ergonômica Peças Elaboradas com qualidade, estética e funcionalidade, N Não ter produtos que reúnam a estética,aO co com a ergonomia e funcionalidade. Proposta da coleção, tendo mais de ma uma linha destinada a diferentes segmentos. Porém,apresenta produtos muito básicos. v N Oportunidades Ameaças Novo nicho de mercado S Solidez das marcas no mercado. Produtos Diferenciados Segmento e público alvo em ascensão mercado atual. Tabela 01: Tabela PFFOA Fonte: Do autor 4.2 Estado do design Esta pesquisa é destinada a identificar no mercado atual marcas ou produtos que venham de encontro aos conceitos funcionais, simbólicos e estéticos da coleção. Figura 11: Coleção HOPE lingeries 2009 Fonte: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://ego.globo.com/Entretenimento/Ego/foto/ A Hope lançou um produto revolucionário - sutiãs elaborados com material altamente tecnológico, o Space D, um tecido inteligente, especial para a confecção de bojos que não amarela e não deforma, mesmo após as lavagens. É uma tecnologia exclusiva, que proporciona maior conforto, durabilidade e elasticidade. O sutiã Hope Space acompanha os movimentos da mulher e ao mesmo tempo a mantém segura, com os seios sustentados. O bojo é composto por um tecido único, com alta respirabilidade, totalmente diferenciado do que existe no mercado atualmente. O Space 3D é extremamente confortável, sua leveza, flexibilidade e toque macio não agride a pele da mulher. Além disso, esta malha não desbota e possui secagem ultrarápida. Figura 12: Sutiã da marca Sloggi Fonte: http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~15543~n~tecnologia+em+novas+lingeries+da+sloggi. html A marca de lingeries Sloggi, que busca sempre o melhor na confecção de suas peças, inova e lança uma linha confeccionada com alta tecnologia. A linha foi produzida para focar o conforto, mas sem perder a sensualidade. As peças não possuem elásticos e nem costuras, não marcando assim em cima de roupas justas ou claras. A modelagem é moderna, se adequando aos diferentes tipos de seios. Figura 13: Lingeries Triumph International Fonte: http://www.triumph.com/uk/en/pc/280.html# A marca Triumph International foi fundada em 1886 na Alemanha e é hoje a líder mundial em lingerie, conforme o site INDEXET 2009, com 119 anos de atividade, o grupo atua em quase todos os países do mundo e é pioneiro em invenções tecnológicas. Em 2003, a marca lançou a linha Cosmetic Plus, com peças feitas de tecidos com Aloe Vera, hidratantes e Vitamina E, e outra linha voltada somente para a prática de esportes. A partir da análise dos concorrentes e observando os dados do estado do design, é possível afirmar-se que todas as marcas citadas acima podem ser consideradas concorrentes do produto lançado pelo projeto. A marca HOPE, que fabrica peças básicas, porém funcionais e inova na cartela de cores. As lingeries da marca Sloggi, inovam em tecnologia, priorizando sempre o conforto em suas peças sem a utilização de elásticos e costuras. A Triumph International fabrica peças próprias para o uso nos exercícios físicos, porém, apresenta produtos muito básicos, deixando as peças sem atributos estéticos. Em fim, as marcas abordadas possuem pontos fortes e fracos que foram já analisados, sem que reúnam, simultaneamente, estética diferenciada e funcionalidade em uma só peça. 4.3 Resultados da coleção O universo da lingerie está em expansão, trazendo muitas novidades ao mercado. Com as mulheres freqüentando cada vez mais academias de ginástica, aumenta o interesse nessa área, fazendo com que o consumo de roupas esportivas estejam em ascensão e com grande procura no mercado. A coleção de lingeries funcionais para o esporte para o verão 2010 contém peças essenciais para o guarda-roupa da mulher contemporânea, esbanjando conforto, exclusividade e praticidade. A coleção visa suprir necessidades desse público na hora de vestir-se para praticar qualquer modalidade de esporte, dando suporte e flexibilidade no movimento máximo. Utiliza-se como inspiração temática nos modelos das peças o design e as formas das obras dos irmãos Campana, e as cores vibrantes e a brasilidade das fotografias de Araquém Alcântara. Optarão por esse estilo mulheres que freqüentam também lugares culturais e descontraídos, e que têm uma vida ativa repleta de afazeres, sem nunca deixar de lado o cuidado com o corpo. O estilo é moderno com peças diferenciadas, com um vasto leque de cores, estampas e formas geométricas inusitadas, combinando as tendências de moda e exclusividade. As lingeries que compõem a coleção são fabricadas com materiais confortáveis e leves como a viscolycra, a lycra, o confort, o tule e a telinha, destacando em algumas peças aviamentos diferenciados que proporcionam estética única. Liberdade de movimento, exclusividade e a beleza da coleção farão as consumidoras sentirem-se bem em qualquer hora do dia ou da noite, transmitindo um estilo esportivo ousado, marcante, leve e livre para sair como bem quiser. Figura 14: Croquis escolhidos da coleção Fonte: Do autor A coleção foi composta por quinze modelos, dos quais apresenta-se,três dos considerados mais representativos. São peças com as modelagens preferidas pelo público alvo para a pratica de esportes e que transmitem o conceito de exclusividade à coleção, devido à combinação de cores e formas geométricas da temática de inspiração. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo desse trabalho estudou-se a evolução histórica da lingerie e do esporte, desde os tempos mais remotos até os dias de hoje. Analisaram-se, também, o público alvo do projeto e, sequencialmente, foi apontada a oportunidade, face à necessidade de criação de lingeries voltadas ao segmento esportivo. Foi realizada pesquisa de mercado, com vistas a encontrar possíveis concorrentes para o projeto proposto e para que se tivesse uma visão das empresas atuantes no mercado. O segmento escolhido para a elaboração das peças da coleção foi avaliado como um nicho de mercado em ascensão. Realizou-se, também, pesquisa de matérias-primas para um melhor entendimento dos tipos de tecidos e aviamentos mais adequados ao segmento de lingeries fitness. Os tecidos escolhidos têm facilidade na absorção da transpiração e toques agradáveis, que proporcionam conforto no uso das peças. A pesquisa de campo visou, também, conhecer melhor o gosto do publico alvo e investigar as reais necessidades das mulheres na hora de vestirem-se para a prática de esportes. Foi aplicado e respondido em academias de ginástica e dança um questionário estruturado, porque na criação de uma peça de lingerie, é recomendável que se realize um profundo estudo ergonômico, para que ela se ajuste e se molde perfeitamente ao corpo feminino. Nesse sentido, deve-se criar uma grade de tamanhos para que a lingerie se adeque ao maior número de corpos possíveis. A coleção Cor e Arte, cujo tema aborda a criação de lingeries funcionais para a prática de esportes, busca criar peças exclusivas, tendo, principalmente, como temática de inspiração, as obras dos irmãos Campana e fotografias de Araquém Alcântara. As peças além de aptas a serem usadas na hora do movimento máximo, podem, também, ser usadas em qualquer hora do dia, ficando ou não à mostra. Em fim, os objetivos específicos do projeto foram alcançados, sendo possível dizerse que o trabalho realizado foi exitoso, tanto na abordagem da temática da coleção, quanto na criação de peças exclusivas e confortáveis, que agradará com certeza, um grande número mulheres. 6 REFERÊNCIAS ARAQUÉM ALCÂNTARA. História e fotografias de Araquém Alcântara. Disponível em: <www.terrabrasilimagens.com.br/site/home.php> Acesso em 01 de abril de 2009. BAXTER, Mike. Projeto de Produto. Ed.Edgard Blücher Ltda., São Paulo, 1998. CALVIN KLEIN.Lingeries. 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