Daniele Alves
Eduardo César
Jamile Carvalho
Larissa Leal
Mário Celso
Rafaela Azevedo
1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno
- 1889: nasceu no dia 6 de maio, em
Bucareste, na Romênia.
- 1894: muda-se para Viena.
- 1907: adepto do hassidismo, cria o
seinismo. Nesta época, cultiva jogos
de improvisos na praça de Viena com
crianças, com o objetivo de favorecerlhes a espontaneidade. Desenvolve o
teatro infantil.
- 1912-1917: faculdade de Medicina. Desenvolve trabalho com
prostitutas e trabalhos em campo de refugiados tiroleses.
1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno
- 1920: conclui seu livro “As
Palavras do Pai”.
- 1921: publica seu 2º livro “O
Teatro da Espontaneidade”.
- 1925: sai de Viena e vai para
os EUA.
- 1928: primeiras experiências
psicodramáticas nos EUA.
- 1929: primeiro psicodrama
público nos EUA, no Carnegie
Hall.
1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno
- 1937: em Beacon House, é construído seu primeiro teatro
terapêutico. Lança a revista Sociometria e se incorpora à
Universidade de Colúmbia e de Nova York.
- Década de 40: funda a Sociedade Americana de Psicodrama
e Psicoterapia de Grupo (IAGP).
- 1949: separa-se de Florence e se casa com Zerka Toeman. O
sociólogo e coordenador do Instituo Nacional do Negro, o
baiano Guerreiro Ramos, realiza as primeiras experiências e
pesquisas psicodramáticas brasileiras no Teatro do Negro, no
Rio de Janeiro.
- Década de 50-60: Pierre Weil começa
psicodramatistas em Belo Horizonte e Recife.
- 1952: tem uma filha com sua esposa Zerka.
a
formar
1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno
Guerreiro Ramos
Zerka Toeman
Pierre Weil
- 1964: ocorre o primeiro Congresso Internacional de
Psicodrama, em Paris.
- 1970: acontece, em SP, o V Congresso Internacional.
- 1974: Moreno morre aos 85 anos. “Aqui jaz quem
devolveu alegria à Psiquiatria”.
1.2. Obra de Jacob Levy Moreno
- Suas principais obras: “Quem sobreviverá? As bases da
sociometria”, “Psicodrama”, “Psicoterapia de Grupo e
Psicodrama” e “Fundamentos do Psicodrama”.
- Obra dividida em:
a) Religioso-filosófico: seinismo, teatro infantil, trabalho com
prostitutas e com refugiados tiroleses.
b) Teatral e terapêutico: criação do Psicodrama, em abril de
1921, e publicação do livro “O Teatro da Espontaneidade”.
c) Sociológico-grupal: preocupação social e com grupos.
d) Momento da organização-consolidação: consolida a teoria
da Socionomia.
1.3. Bases Filosóficas do Psicodrama
O Psicodrama se enquadra na abordagem fenomenológicaexistencial.
O Psicodrama busca fazer com que o indivíduo possa viver
em plenitude com suas inquietações psicológico-existenciais.
Cada sessão psicodramática, para Moreno, era uma
experiência existencial. O homem é um ser inacabado que
está em constante mudança e o Psicodrama é aberto a este
tipo de visão, pois como declara Moreno: “uma resposta
provoca cem perguntas”.
2. A Teoria Socionômica de Moreno
Socionomia significa o estudo das leis que regem as relações
humanas. Os principais ramos desta teoria são:
a) Sociodinâmica: estuda o funcionamento das
relações interpessoais.
b) Sociometria: estuda a estrutura destas relações
e mensuração das relações entre as pessoas.
c) Sociatria: terapêutica das relações sociais.
c.1) Psicodrama: tratamento através da ação dramática do
protagonista em grupo.
c.2) Sociodrama: tem como protagonista sempre o próprio
grupo.
c.3) Psicoterapia de grupo: prioriza o tratamento das relações
interpessoais, inseridas na dinâmica de grupo.
3. Principais Conceitos
3.1.) Espontaneidade-criatividade
- Capacidade humana de responder de forma nova às situações
novas ou antigas.
- Considerada como característica inata.
- Não é permanente,variando de intensidade.
- Constituída por elementos conscientes e inconscientes.
- Não surge automaticamente, nem por vontade consciente, mas
sim através de uma correlação com outro ser criador.
• Paradoxo
- Espontaneidade x Segurança
- Patologias da espontaneidade
• Características da Espontaneidade
-
Originalidade
Qualidade dramática (vivacidade e novidade)
Criatividade (novas transformações)
Adequação da resposta (flexibilidade a um mundo de
mudanças velozes)
• Espontaneidade X Criatividade
o Espontaneidade
- Catalisador psíquico
o Criatividade
- Substância que capacita o sujeito a agir
- Vinculados entre si, responsáveis pela sobrevivência social,
abalando as conservas culturais.
A Espontaneidade-Criatividade e o Psicodrama
Ao relacionar os dois com o Psicodrama, Moreno propõe a
“revolução criadora” para a recuperação da espontaneidade
através do psicodrama, em substituição à perdida no ambiente
social, necessitando das duas instâncias para combater ao mau
uso das conservas culturais.
3.2.) Conserva Cultural
-Tem a função de preservar os valores de uma determinada
cultura, podendo assumir tanto a forma material, como também
a forma de ritual.
- Refere-se a todos os costumes que, por estarem presentes no
cotidiano, se cristalizam e impedem a espontaneidade, cabendo
então ao humano livrar-se dela, aflorando sua criatividade e sua
espontaneidade.
3.3.) Fator Tele e o Encontro Existencial
- Consiste na capacidade de diferenciar objetos e pessoas sem alterar seus
papéis essenciais, promovendo relações de encontro empático e recíproco.
O fator Tele no Psicodrama
- Promove encontros existenciais e a recuperação da espontaneidade e
criatividade do sujeito.
3.4.) Catarse de Integração
-
Mecanismo terapêutico criado por Moreno
Objetivo: liberação de emoções
Aproximação de seus conflitos e a re-significação do sujeito.
Força ativa
Integração ativa de libertação do sujeito e a visão de um novo
universo.
- Tipos: Revolucionária; Evolutiva; Resolutiva
Psicodrama e o Uso Grupal
- Ênfase na ação dramática, possibilitando a expressão dos
sentimentos verdadeiros.
- Enfraquecimento
inconsciente
das
resistências
e
exposição
do
- Liberação do espontâneo-criativo e transformação da
existência.
- O objetivo é “tentar recuperar cenicamente o momento
em que um papel, cristalizado e adoecido, ainda não era
conservado, o instante em que ainda estava situado no
contexto que o engendrou”, sem, no entanto, buscar causas
para tal.
3.5) Co-Inconsciente e Co-Consciente
- Exclusivos dos grupos, referem-se ao inconsciente.
- Co-inconsciente: Fantasias e desejos vivenciados
conjunto, de forma inconsciente.
em
- Co-consciente: Experimentação comum de idéias, de
forma consciente.
3.6. Realidade Suplementar
• Psicodrama = Vivência in natura, in loco, “injeção de insanidade”;
Psicodrama ≠ Encenação teatral
• Trabalhando com o imaginário, o protagonista imerge em um mundo
fora do seu normal de vida, do normal-cotidiano. Esse mundo é o que
Moreno denominou de Realidade Suplementar, mundo do como se.
• Realidade Suplementar: “realidade” do cinema, do surreal = “um
mundo que nunca pode ter sido e nunca pode vir a ser, mas que é
absolutamente real “.
• Zerka Moreno: duas formas de trabalhar a realidade suplementar:
(1) Técnica p/ atuar as fantasias e desejos (efeito integrador do ego);
(2) Técnica de desintegração, criando tensão e desconforto.
• Moreno: palco específico para o Psicodrama; 3 níveis:
(1) realidade ou cotidiano: aquecimento inespecífico;
(2) entrevista: aquecimento específico;
(3) ação dramática: onde a realidade suplementar
manifesta, nível do “como se”, chamado de meta-realidade.
se
• Os 3 níveis conduzem à realidade suplementar.
Psicóticos: vivem na realidade suplementar, onde tudo é
possível ser. Esses mundos, tais como na ação psicodramática,
não estão em conflito, realidade e fantasia vivem a mesma
possibilidade de ser, têm o mesmo status.
• REALIDADE SUPLEMENTAR não é uma técnica, mas a realidade
com a qual se trabalha no tempo da dramatização, independente
da técnica.
4. Filosofia do Momento
- Principal base filosófica
- Valorização do Instante , o aqui e o agora
“A civilização da conserva”.
5. Matriz de identidade ou Placenta Social
• Matriz de Identidade = lugar ou meio social onde a criança se
insere e convive desde o nascimento, relacionando-se com pessoas e
objetos, dentro de um contexto (átomo social).
•
Primeiras fases do desenvolvimento:
1º Universo: matriz de identidade indiferenciada, em que o
indivíduo se confunde com o meio; matriz de identidade diferenciada,
em que a criança começa a perceber a diferença do “eu” e o “fora”
(meio).
2º Universo: começa a diferenciação entre realidade e fantasia,
desenvolvendo-se dois tipos de papel: (1) o social: ligado à realidade;
(2) o psicodramático: ligado à fantasia e à interioridade.
• Formação da Matriz de Identidade: 5 etapas
(1) Fase indiferenciada ou momento da “técnica do duplo”;
(2) Fase da relativa atenção ao outro ou momento da “técnica do
espelho”;
(3) Fase da ênfase da atenção no eu: técnica do espelho;
(4) Fase da possibilidade de estar no papel do outro ou
momento da “técnica da inversão de papéis”;
(5) Fase da possibilidade do outro estar no seu papel: “técnica
da inversão de papéis”.
Moreno: “É na matriz de identidade que surge o eu e suas ramificações, os
papéis. Os papéis são, então, precursores, anteriores ao surgimento do eu, e
não o contrário. A matriz de identidade começa com o universo do bebê e vai
se diferenciando em externo-interno, objetos-pessoas,... O desenvolvimento
dos papéis ocorre em momentos diversos do desenvolvimento da matriz de
identidade.”
MATRIZ IDENTIDADE versus MATRIZ DE IDENTIDADE
(uma ousada comparação)
• Matriz Identidade = matriz que, em Matemática, resulta da
multiplicação de qualquer matriz pela sua inversa, ou que multiplicada
por qualquer outra matriz, resulta em uma terceira, “melhor” do que a
primeira ou a segunda, ou seja, destaca a “essência” dos elementos.
• Matriz de Identidade = matriz que, segundo Moreno, resulta da
“multiplicação” ou da integração de matrizes individuais com o meio e
as pessoas de convívio, formando aos poucos a “essência” do
indivíduo. Se se “multiplica” elementos do eu por elementos do tu, por
exemplo, o resultado será sempre uma matriz “melhor” do que a
anterior.
MATRIZ IDENTIDADE versus MATRIZ DE IDENTIDADE
(uma ousada comparação)
A . A-1 =
• É na Matriz de Identidade que se observa o desenvolvimento dos
papéis: 10 fases
(1) Indiferenciação, em que se inicia a desvinculação entre o eumãe e o tu-filho, apesar de haver ainda uma forte ligação entre eles
(fase do “duplo”);
(2) Simbiose, em que persiste o “cordão umbilical” psicológico entre a
mãe e o filho;
(3) Reconhecimento do eu, em que a criança descobre sua própria
identidade (técnica do espelho), passando a se enxergar na relação;
(4) Reconhecimento do tu, em que a criança começa a perceber
que o outro é diferente dela, mas sente e reage às suas ações;
(5) Fase de relações em corredor, em que já se diferenciou o eu do
tu, e se abre uma brecha entre a realidade e a fantasia, com
relacionamentos exclusivistas e possessivos: o eu quer o tu somente
para si.
(6) Pré-inversão, ou “fase da imitação”, em que a criança brinca de
ser vários “eus”;
(7) Triangulação, fase em que surge o “ele”, alguém além do eu e do
tu, que se relaciona com o tu e com outros “eles”, independentemente
do relacionamento com o “eu” (a criança). Esta é a chamada “fase
edipiana”, na Psicanálise;
(8) Circularização, marca a entrada da criança na vivência com
grupos, fase em que o “eu-eles” dá lugar, aos poucos, para o “eu-nós”;
(9) Inversão dos Papéis, em que o indivíduo já se sente capaz de
realizar uma relação de reciprocidade com seus semelhantes;
(10) Encontro, fase em que se dá a liberação da espontaneidadecriatividade, com “perda” da identidade pessoal, em favor da chamada
“entrega mútua”.
INTEGRAÇÃO DAS 10
FASES DO
DESENVOLVIMENTO
DOS PAPÉIS
Processo de
Socialização
INDIVÍDUO SADIO,
COM POTENCIAL PARA
O ENCONTRO PLENO
COM O OUTRO
6. Teoria Moreniana dos Papéis
• Conceito de papel:
“a forma de funcionamento que o indivíduo assume no
momento específico que reage a uma situação
específica, na qual outras pessoas ou objetos estão
envolvidos” (Moreno, 1975)
6.1. Como trabalhar os papéis:
• Observar o processo do papel no próprio contexto da
vida;
• Estudá-lo em condições experimentais;
• Empregá-lo como método psicoteraterapêutico;
• Examinar e treinar o comportamento no “aqui e agora”
6.2. Concepções de Homem presentes na Teoria dos
Papéis
• Homem gênio (se desenvolve a partir da espontaneidade)
• Homem membro de um grupo
O ponto de encontro dessas duas dimensões se dá através do
conceito de papéis e pode ser entendido como uma fusão de
elementos particulares (próprios do sujeito) e coletivos
(referentes ao grupo no qual ele está inserido).
A interpretação de papéis é um requisito necessário para a
vida em coletividade.
6.3. Desenvolvimento dos papéis
• Os papéis seriam ramificações do “eu” e ambos têm sua
origem na Matriz de identidade.
• O surgimento dos papéis constitui a base para o primeiro
aprendizado emocional da criança.
• O desempenho de papéis é anterior ao surgimento do “eu”.
• A incapacidade de desempenhar todos os papéis gera
angústia e ansiedade.
• Os papéis podem se referir a uma pessoa imaginária, a um
modelo para a existência ou a uma realidade social.
6.4. Tipos de papéis
a) Fisiológicos ou psicossomáticos
b) Psicológicos ou psicodramáticos
c) Sociais
6.5. Os papéis no desenvolvimento da identidade
da criança
• Identidade do eu com tu
papéis psicossomáticos
• Identidade do eu
“adoção infantil de papéis”
• Identidade do tu
inversão de papéis (papéis sociais X
papéis psicodramáticos)
É o vínculo entre os diferentes tipos de papéis que
possibilita a identificação do “eu”.
O desenvolvimento dos primeiros papéis é anterior à
linguagem.
6.6. Esquemas Básicos de Papéis
• Passivo (relacionado com o papel da mãe e aspectos
femininos)
• Ativo (relacionado ao papel do pai e aspectos masculinos)
• Interativo (relacionado ao papel de irmão e/ou amigo)
Os papéis funcionam como uma “ponte” entre a realidade
e a fantasia.
Muitos autores propõem outras categorias de papéis,
baseadas na dimensão imaginária do indivíduo.
7. Instrumentos Psicodramáticos
1) Cenário
2) Protagonista
3) Diretor Terapêutico
4) Egos-auxiliares
5) Público
8. O Método Psicodramático
1) Psicodrama terapêutico
2) Psicodrama existencial
3) Psicodrama analítico
4) Hipnodrama
5) Sociodrama e jogo de papéis
6) Etnodrama
7) Axiodrama
8) Psicodrama diagnóstico
9) Psicodrama didático
10) Psicodança
11) Psicomúsica
9. Principais etapas e técnicas do
Psicodrama
As técnicas são distribuídas a partir das três
etapas básicas do processo psicodramático:
o Etapa do aquecimento
o Etapa da dramatização
o Etapa do compartilhar
9.1) Etapa do Aquecimento
A etapa do aquecimento pode ser feita de duas
formas:
– Inespecífico
– Visa situar o grupo ou o paciente na sessão
– Focaliza a atenção para si mesmo e despista as
resistências
– Permite, assim, que o novo, o espontâneo, apareçam na
sessão
– Pode ser da forma verbal ou em movimento:
» Verbal: corresponde às primeiras verbalizações do paciente, para
que este possa ir aos poucos focalizando a atenção nos conteúdos
relatados.
» Em movimento: objetiva o resgate da percepção do
corpo, de si mesmo, e evita a tentação de ficar somente no
plano verbal, onde as defesas mais aparecem.
Ex: caminhar, alongar, uso de jogos dramáticos.
– Específico
• Objetiva a preparação do protagonista para a
dramatização.
• Há o aquecimento cênico, que prepara a cena onde
ocorrerá a dramatização com cena aberta, que
consiste em preparar os cenários, as personagens, o
figurino.
• Há o aquecimento específico para a dramatização de
cenas, que é a determinação da situação, a
composição das personagens.
•
Há, também, o aquecimento específico para o
psicodrama interno, que serve para acalmar o
paciente e ajudá-lo a se desligar do mundo externo;
técnicas de relaxamento podem ser utilizadas.
9.2) Etapa da Dramatização
– A etapa do “como se”, onde é trabalhada a
realidade suplementar.
– É o ápice da sessão terapêutica; é nesse
momento que os personagens, antes
definidos, ganham vida.
– As técnicas clássicas são: técnicas do duplo,
espelho, inversão de papéis, maximização,
solilóquio e concretização.
– Técnica do Duplo
» Essa técnica objetiva entrar em contato com a
emoção não verbalizada do paciente e ajudá-lo a
expressá-la.
» Quanto mais o terapeuta estiver identificado com
o paciente, melhor a técnica se aplicará.
» Segundo Cukier (1992), é preciso ter alguns
cuidados ao utilizar essa técnica, pois o terapeuta
pode não se integrar no papel e confrontar o
paciente com sentimentos e emoções que não são
dele necessariamente, ou integrar-se no papel e
não dar tempo para o paciente sentir a emoção.
– Técnica do Espelho
» Consiste em o terapeuta se colocar na postura física
que o paciente assume durante certo momento da
sessão dramatizada.
» Essa técnica objetiva que o paciente, olhando de fora
da cena para “si mesmo”, note todos os aspectos
presentes na cena.
» Recurso muito útil para finalizar uma dramatização,
pois esta técnica favorece o insight.
» Em caso de terapia a dois ou bipessoal, o terapeuta
pode se colocar no papel do paciente, ou colocar uma
almofada em seu lugar, e descrever verbalmente o que
percebe, sugerindo que o paciente também veja.
– Técnica da Inversão de Papéis
»
Uma das técnicas clássicas mais utilizadas na clínica.
» Além da vivência do papel do outro, esta técnica
oferece o surgimento de dados sobre o próprio papel
que, sem o distanciamento, não seria possível.
» Consegue-se recolher várias informações a partir
dessa técnica e utilizá-las para vários fins.
Ex: saber melhor como o paciente se sente visto pelo
papel complementar; enxergar uma nova verdade
através da tomada do ponto de vista do outro;
responder para si mesmo às perguntas que tem por
fazer ao papel complementar.
– Técnica da Maximização
» Consiste em pedir ao paciente para maximizar um
gesto, uma forma verbal, uma postura corporal, ou
qualquer sinal destoante do resto da sua comunicação,
quando essa comunicação soa estereotipada, formal
ou estéril.
» Pode ser utilizada no psicodrama bipessoal e no
grupal, a qualquer momento.
– Técnica do Solilóquio
» Nesta técnica, pede-se ao paciente que “pense alto”.
» Sempre utilizada quando o paciente apresenta-se
inquieto ou quer encenar com condutas socialmente
esperadas, estereotipadas.
» Muito útil para verificar as resistências e aquecer o
paciente para uma ação dramática, mas quanto menos
solilóquio for necessário, mais o paciente estará
aquecido numa ação dramática.
– Técnica da Concretização
» Consiste em materializar, nos objetos inanimados, as
emoções, os conflitos, as partes corporais, as doenças
orgânicas, através de imagens, movimentos e falas
dramáticos.
» No psicodrama grupal, é uma técnica muito utilizada
com a ajuda dos egos auxiliares, que podem
concretizar, através de imagens corporais diversas, as
imagens do mundo interno e relacional do paciente.
• Dramatização em cena aberta
» Consiste em pedir ao paciente que monte, durante
sessão, a situação concreta que ele deseja trabalhar.
» O trabalho com cena aberta envolve muitas coisas:
montagem do cenário onde a ação se desenrola;
definição do tempo em que a ação se passará;
colocação dos personagens vividos em cena;
interação dos personagens.
[...]
a
a
a
a
a
» Mais utilizada no psicodrama grupal que no bipessoal,
pois no bipessoal a ausência dos egos auxiliares pode
dificultar a sua aplicação, mas não a impede.
» Para uma dramatização em cena aberta, o terapeuta
precisa ter uma maior espontaneidade, maturidade
profissional, conhecimento, experiência e flexibilidade.
• Psicodrama Interno
» É um trabalho de dramatização onde a ação dramática
é simbólica e internalizada.
» Criada em 1980 por dois psicodramatistas brasileiros:
José de Souza Fonsêca Filho e Victor Dias.
» É muito utilizada no psicodrama bipessoal.
» Divide-se em: relaxamento; condução ao mundo
interno dos personagens a partir de um indicador; e a
interação desses personagens.
» Utilizada com o objetivo de ajudar o paciente a elaborar
seus conflitos através das imagens, sensações e
associações internas que aparecem, mesmo sendo
uma modalidade de abordagem terapêutica.
• Onirodrama
» Para Monteiro (1993), o onirodrama caracteriza-se
como a possibilidade de “reviver o sonho na
ação dramática”.
» Nesta técnica, a interpretação está no próprio sonho. A
dramatização, de acordo com Moreno, é a
representação, no contexto dramático, das imagens
conflitivas do mundo interno do protagonista, onde tudo
ocorre “como se” fosse real.
» O sonho tem como característica uma sucessão de
imagens, onde o sonhador tem participação ativa,
tanto como protagonista, quanto como observador.
» Teoricamente, qualquer sonho pode ser dramatizado,
mas três tipos são mais importantes e podem ser
dramatizados: os pesadelos, os repetitivos e os focais.
» Ao se montar uma cena partindo de um conteúdo
manifesto, o sonhador pode ir associando livremente
e, na operacionalização das técnicas clássicas,
sentimentos podem ser desvendados, imagens podem
ser multiplicadas, e elementos podem ser ocultos,
maximizando detalhes, amplificando-os, levando o
paciente a recordar outros sonhos.
» O objetivo é levar o paciente a alcançar novas
dimensões da consciência, com vistas no presente, no
passado e no futuro.
» Moreno enfatizava que se deveria propor a
dramatização imediata, antes de qualquer iniciativa
oral, pois, ao relatar seu sonho, o indivíduo vai
preenchendo lacunas, podendo até “maquiar”
conteúdos conflitivos importantes.
» O onirodrama, portanto, não pretende esgotar a
interpretação onírica a nível dramático, visto que
considera
a
pluralidade/multiplicidade
do
inconsciente.
» Não há interpretação completa, não há onirodrama
acabado ou encerrado. Uma cena pode nos remeter a
outras cenas, infinitamente, acompanhando o fluxo
criativo da imagens.
9.3) Etapa do Compartilhar
– Terceira e última etapa da sessão de participação
terapêutica do grupo.
– Nessa etapa, todos os participantes são solicitados a
compartilhar com o protagonista os sentimentos, as
emoções e os pensamentos que surgiram a partir do
trabalho psicodramático.
– Etapa fundamental para
conteúdos manifestos.
elaborar
verbalmente
os
– Cukier (1992) adverte que, no psicodrama bipessoal
processual, o compartilhar de experiências e emoções
deve ser analisado com cautela, pois se trata de uma
relação, paciente-terapeuta, assimétrica em alguns
aspectos.
9.4.) As Técnicas Históricas – o Teatro da
Improvisação e o Jornal Dramatizado
• Moreno tinha uma proposta de teatro com a participação
do auditório, eliminação dos expectadores e onde todos
eram participantes e atores. Tudo seria improvisado.
• O cenário é aberto, diferenciando-se dos antigos
cenários.
Teatro da Improvisação ou da Espontaneidade ou
Espontâneo: Necessita de aquecimento para encontrar
o tema a ser dramatizado.
Jornal Dramatizado ou Vivo: Tema a ser dramatizado é
encontrado pelo grupo em jornais.
• Teatro da Espontaneidade
• Jornal Vivo
Dá origem ao Psicodrama.
Dá origem ao Sociodrama.
Novas modalidades desenvolvidas atualmente decorrentes
do Teatro Espontâneo:
a) Role Playing;
b) Teatro do Oprimido
c) Teatro da Criação
d) Playback Theater
e) Multiplicação Dramática
•
Fases de desenvolvimento do Teatro Espontâneo e do
Jornal Vivo (assim como no Psicodrama):
1.
2.
3.
4.
Aquecimento
Dramatização
Compartilhar
Comentários
•
No modelo básico original de Moreno, um dos
membros da platéia sobe ao palco (emergente grupal)
e desempenha o papel principal (protagonista).
•
Outros membros da platéia são chamados quando
necessários, para ajudar na estruturação da história
(texto, encenação, etc.)
Características do Teatro Espontâneo:
• Sensibilização do espectador, utilizando, para isso, a
improvisação.
• Improvisa-se o espaço físico, os recursos auxiliares
(música, iluminação, figurino, postura da equipe técnica,
etc).
• Invenção e experimentação, novas alternativas e
caminhos a fim de desenvolver a espontaneidade.
• No campo clínico, tem função de fazer o paciente
superar a queixa apresentada, em busca do saudável e
do espontâneo-criativo.
• Propõe criar e buscar, em comum, soluções para
problemas comuns.
9.5) O Role-Playing (ou Jogo de Papéis)
• Técnica mais destacada da sociodinâmica moreniana.
A socionomia se divide em sociometria, sociodinâmica e
sociatria.
• Propõe o treinamento de papéis específicos de situações
vividas ou imaginadas, pois, ao representá-las, o
treinando poderá vislumbrar com maior clareza as
situações futuras.
• É utilizado nas situações de supervisão por profissionais
da área psicodramática.
9.6) O Axiodrama
• É um método sociátrico em que o diretor lida com valores
éticos, religiosos e culturais dos participantes.
• Tem como finalidade fazer com que os participantes
revelem e confrontem seus valores antigos e novos,
mudando algo.
• O tema do axiodrama é pesquisado, em geral, na fase
introdutória da sessão, e o público presente contribui,
contando, de preferência, pequenas histórias. A escolha pode
ser feita também por consenso.
• Pode ser aplicado individualmente ou em grupo.
• Difere do etnodrama, pois este lida apenas com pesquisas
de problemas étnicos (negros e brancos, árabes e judeus,
etc).
9.7) O Playback Theather
• Propõe ao público que relate histórias para serem
encenadas pelo elenco fixo que integra a equipe técnica.
• Não existe, inicialmente, narrador da história, como no
teatro matricial.
• Os atores devem estar preparados para atuar
espontaneamente, buscando a melhor forma estética de
interpretar, a fim de alcançar a melhor comunicação, tanto
com o narrador como com a platéia.
• A etapa do compartilhamento, quando utilizada, ocorre
apenas no fim da sessão. O diretor e os atores podem ficar a
cargo da estruturação da cena.
9.8) A Multiplicação Dramática
• Após a dramatização, pode-se pedir aos participantes
(exceto ao protagonista), que subam ao palco e imaginem
uma cena, deixando-se levar pelas emoções do ambiente
cênico.
• Cada um conta a cena que lhe ocorreu e o protagonista
poderá escolher a seqüência de dramatização das cenas.
• Depois disso é que, na etapa da dramatização, passa-se ao
compartilhamento, agora com uma amplitude maior de
ângulos e olhares dos conflitos.
9.9) A Técnica da Projeção para o Futuro
• O paciente relata e mostra como imagina seu futuro
através de fantasias, sentimentos, esperanças e desejos.
• Além dos desejos, também a representação de planos
realizáveis – aquilo que realmente poderá ocorrer no seu
futuro.
• A finalidade é que o paciente reflita sobre o presente e
assuma o papel de fazedor do próprio destino.
• Utilizado também para trabalhar a alta da terapia e alta
hospitalar, verificando quais os projetos futuros do paciente,
suas ansiedades, etc.
9.10) A Apresentação do Átomo Social
• É um tipo específico de auto-apresentação.
• Para Moreno, envolve “as relações afetivas de um indivíduo
e qual sua situação no grupo” e é o núcleo de todos os
indivíduos com quem uma pessoa está relacionada
emocionalmente, ou que ao mesmo tempo estão interrelacionadas com ele.
• Baseia-se na apresentação dramática das pessoas
emocionalmente significativas ao paciente.
• A função diagnóstica desta técnica está na observação da
capacidade de espontaneidade-criatividade do paciente no
desempenho dos papéis.
9.11) A Técnica do Esquema de Papéis
• Derivada da Teoria dos Papéis, é também chamada de
Técnica de Tirar Roupas (CUKIER, 1992).
• Pede-se ao paciente que defina quais os papéis que
desempenha em sua vida (filho, irmão, etc.), no chão da
sala, com o auxílio de almofadas.
• Pede-se que o paciente atue no “como se”, o papel que
julgue ser o seu principal.
• Segue-se o jogo até que o paciente experimente todos os
papéis que desempenha em sua vida.
• Esta técnica pode ser utilizada tanto no começo do
tratamento (para conhecer melhor o paciente) como no
decorrer do mesmo, na modalidade de psicodrama bipessoal
ou grupal.
10. Psicodrama Bipessoal
É uma abordagem terapêutica oriunda da teoria de Moreno,
que não faz uso de egos-auxiliares e atende apenas a um
paciente por vez, a relação é paciente-terapeuta.
Bermúdes, na Argentina, e Victor C. Dias, no Brasil,
apresentam a ausência dos egos-auxiliares e a questão da
distância terapêutica como alguns dos problemas enfrentados
por este tipo de abordagem.
Dalmiro M. Bustos, por sua vez, a considerava indicada como
uma forma de investigar as primeiras relações afetivas do
indivíduo; podendo, portanto, ser realizada antes de um
processo grupal.
Para Rosa Culkier (1992), a condição de ser um indivíduo é precedente à
condição de ser um elemento no grupo. Sua metodologia consiste em:
a) Estimular, além do aquecimento inespecífico verbal, algum tipo
de aquecimento inespecífico e específico em movimento.
b) Utilizar objetos da sala para substituir os egos-auxiliares.
c) Propor a técnica da tomada de papéis, para que seja possível
para o indivíduo definir e experimentar o papel complementar.
d) A fim de manter o aquecimento e dar mais veracidade à
dramatização, é importante que o paciente empreste sua voz e, se
preciso, sua força física ao objeto utilizado por ele como marcador
de papéis complementares.
e) O terapeuta raramente contracena ou assume o papel do
paciente e, quando o faz, é brevemente.
f) Utilizar a técnica da entrevista, preferencialmente.
g) Utilizar outros recursos e as técnicas clássicas da dramatização.
Muito Obrigado!
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1. Breve histórico de Jacob Levy Moreno