S O G I M A S O A CARTA DO MUNDO Fórum por um Mundo sem M M o v i m e n t o I n t e r n a c i o n a l AT D Q u a r t o M u n d o 12, rue Pasteur - 95480 Pierrelaye - France iséria SETEMBRO de 2015 – N° 92 “Tudo surgiu graças a uma vida partilhada e nada graças a uma teoria” Neste outono de 2015, o mundo está em vésperas de datas importantes : em setembro, a Cimeira dos Nações Unidas vai fixar os Objetivos para um Desenvolvimento Sustentável até 2030 e, em dezembro, haverá a Conferência de Paris sobre o Clima. As pessoas responsáveis e implicadas na vida política, cultural, espiritual e social já se vão mobilizando por esse mundo fora. Questionam-se sobre as orientações a seguir, sobre as ações prioritárias dos próximos 15 anos. São questões importantes e difíceis. Mas... será que em todos esses debates haverá um espaço onde a opinião de Senhor Joseph se possa exprimir ? Num bairro de Tananarive, inundado pelas recentes tempestades, estávamos refletindo com outros membros do Movimento sobre os nossos projetos e ações comuns : o que será mais importante ? Por onde começar ? Mas eis que o Senhor Joseph entra na conversa “O mais importante é a criatividade”. Ora, a sua opinião deu-nos vontade de aprofundar : “Explique-nos o que quer dizer.” E ele explicou : Há uma dezena de anos, apesar de todos os seus esforços, a vida era terrivelmente difícil para ele e sua família. Foi então que, com a ajuda de alguns vizinhos, de voluntários do ATD Quarto Mundo e de outros parceiros, ele contribuiu para criar a MMM, uma cooperativa para erradicar a fome e a miséria, onde se aprendia e trabalhava em conjunto : “No princípio, reuníamo-nos durante meio dia por semana, tentávamos fabricar coisas para vender ; depois passou a ser um dia inteiro ; depois dois... Não sabíamos bem o que era preciso fazer, procurávamos, tentávamos, aprendíamos, estávamos juntos...”. Perante a miséria, só se podem abrir caminhos para o futuro criando laços, num pé de igualdade, pondo em comum a nossa coragem e inteligência. Se começássemos por nos associar realmente com os que resistem cada dia à grande pobreza e aos efeitos negativos das mudanças climáticas que eles são os primeiros a sofrer, poderíamos então ser mais criativos para responder aos grandes desafios atuais. E é também esse o convite da ONU para o próximo 17 de Outubro. Isabelle Perrin, Delegada Geral do Movimento Internacional ATD Quarto Mundo O Recado da Equipe do Fórum por um Mundo sem Miséria e de auto-estima nas crianças de um orfanato marroquino. Blaise N., nos Camarões, passa muito tempo com todas as pessoas com quem entra em contato, para que elas descubram o seu próprio valor e as potencialidades que possuem. O Senhor Joseph afirma que “o mais importante é a criatividade”, por isso pedimos a todos vocês, estejam onde estiverem, que sejam criativos. É preciso valorizar todos os combates quotidianos daqueles que lutam contra a grande pobreza, celebrando o 17 de Outubro de 2015, Dia Mundial da Erradicação da Miséria. Vamos pôr em prática o tema deste ano : Construir um futuro sustentável unindo-se para acabar com a pobreza e a discriminação. “Perante a miséria, só conseguiremos traçar caminhos que levem a um futuro digno juntando os nossos esforços num pé de igualdade e pondo em comum as nossas inteligências e coragem.” É este o convite que nos faz o Senhor Joseph, de Madagáscar, e é também o que já fazem tantos grupos e comunidades pelo mundo fora. É porque se preocupa com os jovens que a associação Mati do Bangladesh criou um Centro especialmente para eles. Luis C., no Guatemala, acolhe os que se sentem excluídos ; e graças a uma vida em comum eles passaram a ser a sua própria família. Quando propôs a criação de um “quintal solidário”, Marine P. fez brotar um sentimento de confiança 1 • Um Centro para os jovens Em Sankipara há muitos jovens desempregados que andam pelas ruas sem o mínimo projeto. Desde 2008, MATI propõelhes diversas atividades e conseguiu obter a sua participação. Nos grupos de discussão eles exprimem o que desejam para o Centro : uma biblioteca, aprender a trabalhar com um computador, ler jornais, jogar a jogos de grupo, organizar eventos recreativos... Nunca ninguém lhes tinha proposto nada ! E as moças também se interessam por tudo isso pois sabem que poderão ir ao Centro sem os pais se preocuparem com a sua segurança. Mati é uma ONG que trabalha a norte do Bangladesh desde 1997, com o objetivo de unir todas as forças, energias e amor humanos para o combate universal contra a pobreza e por uma vida na qual todas as pessoas sejam reconhecidas com a sua dignidade própria. Leiam abaixo como foi a abertura do seu Centro para os Jovens de Mimensingh. O desenvolvimento começa diante da nossa porta. MATI sempre teve o cuidado de integrar no seu trabalho os moradores de Sankipara (cerca de 30 000 habitantes). Entre os edifícios dos ricos moram muitos pobres em cabanas de bambu e zinco que crescem como ervas daninhas. Este projeto realizou-se em abril de 2014, com a ajuda de uma sociedade de Colónia, na Alemanha. Queremos que ele seja um lugar de encontros e aprendizagem para jovens de diversas religiões que anseiam por um futuro melhor. Há poucas possibilidades de formação para os jovens pobres porque poucos terminaram os seus estudos. Os que pretendem fazer uma “aprendizagem” trabalham geralmente para o dono duma loja pequena onde não são pagos quando começam. Por causa da falta de instrução e dos obstáculos burocráticos associados a uma corrupção quase geral, é para os pobres muito difícil aceder aos serviços sociais e aos serviços do Estado. E assim não conseguem sair do seu estado de pobreza. Os rapazes só podem trabalhar no campo, conduzir um riquexó ou ser moço de fretes. As moças que não querem ir trabalhar nas grandes fábricas têxteis, só podem ser empregadas domésticas ou realizar pequenas tarefas em casa. A educação deve corresponder a necessidades específicas, dar “competências de vida”. Deve forjar ferramentas fundamentais para enfrentar a vida : ajudar à formação para um ofício e na procura de emprego. Deve abordar questões importantes tais como : “O que é que eu poderia fazer de modo diferente ? Onde e como posso melhorar a minha vida ? O que é isso de assumir responsabilidades ? Como gerir a decepção e a frustração ?” E há ainda outros assuntos importantes como os direitos da mulher, as mudanças climáticas, a proteção do meio ambiente... ANDREA R., MATI, BANGLADESH • “São a minha família” Luis C. realizou um projeto para pessoas com experiência de exclusão e de várias dependências. Tendo visto que não havia nenhum lugar para as acolher quando saíam dos centros de desintoxicação, ele alugou uma casa para as abrigar e para que elas pudessem recomeçar. “Comecei por um período de pesquisa, indo ao encontro de pessoas que vivem e trabalham na rua, e visitando centros de desintoxicação. Achei que tinha de arranjar um lugar para essas pessoas em Guatemala, na capital, num contexto onde desconfiança em relação a elas é muito forte. Atualmente, acolho quatro pessoas e já por lá passaram doze homens, entre os 18 e os 35 anos. Como vivemos em comum, todos participamos na cozinha, nas limpezas e todos lavam a sua roupa. Cada um avança ao seu ritmo na vida comunitária. Aprendemos a viver juntos e a criar um ambiente fraterno ; quando há um conflito, conversamos para o resolver. Quando chega, cada um escreve uma espécie de projeto para decidir sobre a vida que quer ter, e para continuar aquilo que já tinha vivido e que era positivo. Apoiamo-nos sobre o princípio da liberdade/ responsabilidade. resultados, que nem sempre é possível medir ou obter imediatamente. E isso obriga-nos a ser mais criativos. Abrimos uma lojinha onde vendemos roupa, calçado e outras coisas em segunda mão. Cultivamos um quintal onde plantamos cebolas, pimentos, aipo, coentros e alho. Eles têm ido retomando, aos fins-de-semana, os estudos que tinham abandonado. Arranjamos padrinhos para os financiar e trabalho para cobrir as despesas do dia-a-dia e participar nos custos da casa. Para eles se formarem, também arranjamos oficinas de aprendizagem (de cozinha, por exemplo) e atividades voluntárias em associações. Quando é difícil reunir o dinheiro do aluguer, vemos todos juntos como havemos de fazer. Aquele que não pode participar financeiramente durante um certo tempo, participa com o seu trabalho. Todos têm de contribuir. Alguns dos que viveram cá em casa conseguiram tornar-se completamente independentes. E eu fiquei a saber que ninguém pode traçar um caminho no lugar de outra pessoa. O fato de conhecer outras realidades tornou-me mais humano, mais sensível e, curiosamente, mais forte. Isso fez com que eu me interessasse por essas pessoas que me eram desconhecidas e que hoje são a minha família.” É importante que o projeto seja autónomo, pois não quero que outras pessoas nos venham fixar objetivos ou pedir-nos LUIS C., GUATEMALA 2 • Um jardim solidário feito com crianças e explicar-lhes os princípios da agroecologia. Começamos a pôr sementes em vasos e a fazer uma sementeira direta de legumes variados e de flores, conforme a estação, e depois a manutenção agroecológica do quintal por um grupo de crianças responsáveis. E chegou enfim o tempo da colheita dos legumes e flores ! O orfanato “Dar al Atfal” (casa das crianças) de Sidi Bernoussi, em Casablanca, acolhe cerca de trezentas crianças dos seis aos dezoito anos. São sobretudo crianças abandonadas, órfãs (de um ou dos dois pais), ou vindas de famílias desfavorecidas ou desunidas. Graças ao apoio de voluntários, o orfanato de Sidi Bernoussi conseguiu comprar algum material de jardinagem, terra estrumada biológica, as primeiras plantas e sementes, e pagar ao animador. Essas crianças precisavam de atividades que enriquecessem o seu dia-a-dia, fazendo-as descobrir novas perspetivas, através duma atividade manual, lúdica e pedagógica. “Interesso-me muito desde 2011 pela agroecologia e pela permacultura. Convencida de que a agroecologia é uma resposta válida aos desafios sociais e ambientais, eu tinha vontade de a desenvolver em Marrocos. Foi assim que no âmbito do meu trabalho voluntário no orfanato tentei fazer uma “horta agroecológica”. Para começar a experiência e ver a reação das crianças, começamos com uma pequena parcela de terreno. Resultado : As crianças adoraram. O projeto teve um impacto social e ambiental importante. Os legumes e flores que colhemos incutiram às crianças sentimentos de confiança e de auto-estima. E elas foram interiorizando a importância do respeito pelo meio ambiente e sentiram-se mais ligadas à terra.” Organizamos ateliês aos sábado à tarde. No princípio, um animador que era perito no assunto veio iniciar as crianças MARINE P., ORFANATO “DAR AL ATFAL”, MARROCOS que partilho convosco sai-me • “O do coração” As atitudes que cultivo são : presença, escuta, valorização das capacidades, respeito. Os pobres falam muito, têm muito que nos dizer. Geralmente ninguém os ouve, mas eu não conto as horas que passo com eles. Quando os vou visitar, sentamo-nos, falamos, falamos… Tento mostrar-lhes que, apesar de tudo, é possível ter uma vida diferente, que eles não são o lixo deste mundo. Isto é difícil porque eles dizem : “E como é que vamos sair desta desgraça ?” E é verdade, aquelas famílias nem sequer têm de comer… Quando eles perguntam : “Como é que vamos sair desta desgraça ? Diga-nos !”, o risco é dizer : bom, vou deixar-vos algum dinheiro. Mas... e depois ? Tudo quanto é pobreza, toda e qualquer pessoa à margem da vida, eu vou procurar e implicar-me com ela. Meu trabalho é muito simples : vou por esses bairros pobres, ando, ando... geralmente os pobres não são recenseados mas a gente encontra-os sempre. O que eu quero é que todos tenham uma certa dignidade, que se mantenham de pé. É um trabalho de presença. Quando vou ter com eles, digo sempre : “Não tenho nada para vos dar, quero só dizer que vocês são importantes para mim. Se há outros que vos desprezam, saibam que há uma pessoa que está ao vosso lado e que vos aprecia”. É muito importante. O que conta é a presença, estar junto. Isso é essencial para os pobres. Eles acham que são amaldiçoados e é preciso contestar isso, incutir otimismo : “Nada está perdido, uma vida diferente é possível”. Proponho-lhes muitas vezes o seguinte exercício : “Vocês têm qualidades, vocês é que poderão sair dessa situação em que estão. A pobreza não é uma maldição, é um estado de vida que pode acontecer a qualquer um. Há pessoas que já foram ricas e que hoje são pobres. Vocês têm capacidades”. E digo depois : “Olha lá, tu tens qualidades, não tens ?” “Tenho”. “Então diz-me dez qualidades que tu achas que tens. Só 10”. É um trabalho difícil de introspeção mas que ajuda a valorizar a pessoa : se tens capacidades, aptitudes, qualidades, então tu podes. Ora, geralmente eles dizem : “Não, ouça lá, são os outros que nos deveriam dizer isso”. E eu digo : “Não, tu é que podes, olha bem para ti, diz lá o que és capaz de fazer”. E é aí que a pessoa começa a dizer : “Bem, acho que posso fazer isto, que sou assim, que sei aquilo...”. E eu agarro numa das qualidades mais importantes. O desenvolvimento dos potenciais é muito importante. Ter um olhar positivo sobre si próprio é uma alavanca muito forte que nos dá força para nos ultrapassarmos. Respeitem os pobres como eles são e não venham dar-lhes lições. Creio que o exemplo diz mais do que as palavras. BLAISE N., CAMARÕES 3 No nosso portal LES COULEURS DE LA LETTRE Exposição Itinerante: “ As cores da Carta - Pessoas que se empenham no mundo inteiro para erradicar a miséria" Dessin HÉLÈNE PERDEREAU A exposição foi realizada pelo Fórum por um Mundo sem Miséria. Nela estão reunidos testemunhos tirados da Carta aos Amigos do Mundo e nela se dá um grande destaque às ilustrações criadas por Hélène Perdereau que nos vem acompanhando fielmente há mais de 20 anos. Através desta exposição pretendemos dar a conhecer o empenho e as iniciativas de pessoas que se mobilizam no mundo inteiro para combater a extrema pobreza. Ela é um ótimo instrumento para ir ao encontro dos outros, para dialogar, para sensibilizar e incentivar a sociedade a participar nessa luta. A exposição foi prevista para poder viajar. É constituída por cerca de trinta cartazes de 80X120cm ou de 29,7X42cm; mostramos aqui um, para servir de exemplo. Poderá ver o conjunto da exposição no site http://refuserlamisere.org/article/les-couleurs-de-la-lettre No caso de ter um projeto que possa ser ilustrado e fundamentado pela apresentação desta exposição, não hesite em contatar-nos ([email protected]) para que possamos ver as possibilidades de envio. Encontros ao «ritmo da piroga» Des rencontres au «rythme de la pirogue » O Padre Christophe Six foi amigo do ATD Quarto Mundo durante longos anos. Ele tinha partido para a Amazónia em 2005, para se juntar à Equipe Itinerante na região de Manaus, e infelizmente faleceu no ano passado. Mas há outras pessoas que continuam a sua obra. Remamos, navegamos e caminhamos com o povo ribeirinho, com sua esperança e seus limites. Com eles, avançamos, paramos, por vezes recuamos, mas estamos sempre a caminho. Com eles: nem à frente, nem atrás, mas lado a lado. Luisa F., - Brasil - Carta 79 - 2012 Le P. Christophe Six a été un ami d’ATD Quart Monde pendant de longues années. Il était parti pour rejoindre l’Amazonie en 2005, pour intégrer l’Équipe Itinérante dans la région de Manaus. Il est malheureusement décédé l’année dernière, mais d’autres continuent son œuvre. On pagaie, on navigue et on chemine avec le peuple des riverains, avec son espérance et ses limitations. Avec eux, on avance, on s’arrête et parfois on recule, mais on est toujours en chemin. Avec eux : ni en avant, ni en arrière, mais côte à côte. Luisa F. - Brésil - Lettre 79- 2012 Correio dos Leitores • Recebi a última Carta cujo conteúdo me sensibiliza profundamente e me coloca inúmeras questões. Essa Carta que vocês fazem é muito positiva porque os testemunhos nos motivam e nos animam. É importante descobrir outros projetos e o empenho de outras pessoas.Trabalhei durante 30 anos no Peru e durante todos esses anos recebi muito mais do que aquilo que dei. Acho que é essa a ideia : apoiar pessoas que precisam, sem ficar esperando por nenhum retorno, dar-lhes o apoio de que precisam e fazer com que elas não se sintam sós... Irmã Maria S., Colômbia • Através da nossa imagem pessoal, os outros julgam-nos e avaliam-nos. Sabendo usar e gerir uma boa imagem, melhoramos a auto estima, o desempenho social e profissional e influenciamos decisivamente o nosso poder de comunicação. O Centro de Imagem Pessoal, a funcionar no Bairro do Cerco, procura responder à necessidade de dotar os candidatos a emprego oriundos do território do bairro do Cerco de melhores ferramentas para abordar uma entrevista de emprego, melhorando a sua imagem pessoal e orientandoos em questões chave a destacar ou a evitar durante a entrevista, entre outros aspectos. Cláudia O., Espaço T, Portugal rtir do portal : ou imprimi-lo a pa utubro-2014 ar-nos este cartaz Poderá encomend ia.org/article/cartaz-para-o-17-de-o miser http://mundosem Escreva também as suas observações e experiências no portal: www.mundosemmiseria.org ou mande-as por correio eletrônico para [email protected] O «Fórum por um Mundo sem Miséria» é uma rede de pessoas empenhadas no desenvolvimento de uma amizade e de um conhecimento mútuos, a partir do que vivem e nos ensinam as populações pobres e muito pobres: aquelas que acumulam várias precariedades ao nível da educação, do alojamento, do trabalho, da saúde e da cultura; aquelas que são as mais rejeitadas e as mais criticadas. O Fórum é um convite à adesão de todos os que aspiram a uma forte participação numa corrente de pensamento e de acção que tem como prioridade a erradicação da miséria no mundo, declarando-a intolerável e provocando a construção de comunidades onde os mais pobres, munidos dos direitos fundamentais, possam assumir as suas responsabilidades em pé de igualdade e em parceria com os outros. Esta corrente exprime-se através da Carta aos Amigos do Mundo que publica as mensagens dos nossos correspondentes três vezes por ano em francês, inglês, espanhol e português, graças ao trabalho de tradutores profissionais que oferecem os seus serviços gratuitamente. O Fórum Permanente é fomentado pelo Movimento ATD Quarto Mundo, com sede em Pierrelaye, França e permite a todos os que nele participam guardarem a sua identidade, não passando, por isso, a ser considerados membros de ATD Quarto Mundo. O nosso endereço E-mail: [email protected] Internet : www.mundosemmiseria.org Assinatura anual: $8 / €8 - Assinatura de apoio: $10 / €10. © Movimento internacional ATD Quarto Mundo – tipografia ATD – Méry-sur-Oise – N°92 - Setembro de 2015. 4 OS DESENHOS SÃO DE HÉLÈNE PERDEREAU AMIGA DE LONGA DATA DO MOVIMENTO ATD QUARTO MUNDO. PAGINAÇÃO : LYDIE ROUFFET