ISSN 1413-3555 Original Articles 211 Translation, cross-cultural adaptation to Brazilian- Portuguese and reliability analysis of the instrument Rapid Entire Body Assessment-REBA Andressa M. Lamarão, Lucíola C. M. Costa, Maria L. C. Comper, Rosimeire S. Padula 218 Impact of CPAP on physical exercise tolerance and sympathetic-vagal balance in patients with chronic heart failure Hugo V. Reis, Audrey Borghi-Silva, Aparecida M. Catai, Michel S. Reis 228 Validity of the six-minute step test of free cadence in patients with chronic obstructive pulmonary disease Bruna V. Pessoa, Juliano F. Arcuri, Ivana G. Labadessa, Joyce N. F. Costa, Anna C. Sentanin, Valéria A. Pires Di Lorenzo ISSN 1413-3555 Brazilian Journal of Physical Therapy 2014 May-June; 18(3) 237 Influence of additional weight on the frequency of kicks in infants with Down syndrome and infants with typical development Gabriela L. Santos, Thaís B. Bueno, Eloisa Tudella, Jadiane Dionisio 245 Longitudinal assessment of grip strength using bulb dynamometer in Duchenne Muscular Dystrophy Tatiana M. Pizzato, Cyntia R. J. A. Baptista, Mariana A. Souza, Michelle M. B. Benedicto, Edson Z. Martinez, Ana C. Mattiello-Sverzut 252 Thorax, pelvis and hip pattern in the frontal plane during walking in unilateral transtibial amputees: biomechanical analysis Francisco Molina-Rueda, Isabel M. Alguacil-Diego, Alicia Cuesta-Gómez, Javier Iglesias-Giménez, Andrés Martín-Vivaldi, Juan C. Miangolarra-Page 259 Brazilian version of the instrument of environmental assessment Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF): translation, cross-cultural adaptation and reliability Sheyla R. C. Furtado, Rosana F. Sampaio, Daniela V. Vaz, Brena A. S. Pinho, Isabella O. Nascimento, Marisa C. Mancini 268 Strength deficits of the shoulder complex during isokinetic testing in people with chronic stroke Lucas R. Nascimento, Luci F. Teixeira-Salmela, Janaine C. Polese, Louise Ada, Christina D. C. M. Faria, Glória E. C. Laurentino 276 Reliability of the Balance Evaluation Systems Test (BESTest) and BESTest sections for adults with hemiparesis Letícia C. Rodrigues, Aline P. Marques, Paula B. Barros, Stella M. Michaelsen 282 Can clinical observation differentiate individuals with and without scapular dyskinesis? Newton Y. Miachiro, Paula M. F. Camarini, Helga T. Tucci, Kevin J. McQuade, Anamaria S. Oliveira 2014 May-June; 18(3) Editorial Rules 2014 May-June; 18(3) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA FINANCIAL SUPPORT EDITORS Débora Bevilaqua Grossi – Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto, SP, Brazil Sérgio Teixeira Fonseca – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG, Brazil ADMINISTRATIVE EDITOR Aparecida Maria Catai – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil INTERNATIONAL EDITOR David J. Magee – University of Alberta- Canada LIBRARIAN AND GENERAL COORDINATOR Dormélia Pereira Cazella – FAI/ Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil SPECIALIST EDITORS Ana Cláudia Mattiello-Sverzut – Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto, SP, Brazil Anamaria Siriani de Oliveira – Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto, SP, Brazil Aparecida Maria Catai – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil Audrey Borghi e Silva – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil Celso Ricardo Fernandes de Carvalho – Universidade de São Paulo - São Paulo, SP, Brazil Elaine Caldeira de Oliveira Guirro – Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto, SP, Brazil Fábio de Oliveira Pitta – Universidade Estadual de Londrina - Londrina, PR, Brazil Helenice Jane Cote Gil Coury – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil Isabel Camargo Neves Sacco – Universidade de São Paulo - São Paulo, SP, Brazil Leani Souza Máximo Pereira – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG, Brazil Leonardo Oliveira Pena Costa – Universidade Cidade de São Paulo - São Paulo, SP, Brazil Luci Fuscaldi Teixeira-Salmela – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG, Brazil Marisa Cotta Mancini – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG, Brazil Nivaldo Antonio Parizotto – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil Patrícia Driusso – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil Pedro Dal Lago – Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre - Porto Alegre, RS, Brazil Rosana Ferreira Sampaio – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG, Brazil Stela Márcia Mattiello – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil Stella Maris Michaelsen – Universidade do Estado de Santa Catarina - Florianópolis, SC, Brazil Tania de Fátima Salvini – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP, Brazil Verônica Franco Parreira – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG, Brazil BRAZILIAN EDITORIAL BOARD Amélia Pasqual Marques – Universidade de São Paulo - São Paulo, SP Ana Beatriz de Oliveira – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP Ana Cláudia Muniz Rennó – Universidade Federal de São Paulo - Santos, SP André Luiz Felix Rodacki – Universidade Federal do Paraná- Curitiba, PR Anielle Cristhine de Medeiros Takahashi – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP Anna Raquel Silveira Gomes – Universidade Federal do Paraná - Matinhos, PR Armèle Dornelas de Andrade – Universidade Federal do Pernambuco - Recife, PE Carlos Marcelo Pastre – Universidade Estadual Paulista – Presidente Prudente, SP Christina Danielli Coelho de Morais Faria – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG Cláudia Santos Oliveira – Universidade Nove de Julho - São Paulo, SP Cristiane Shinohara Moriguchi – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP Cristina Maria Nunes Cabral – Universidade Cidade de São Paulo - São Paulo, SP Daniela Cristina Carvalho de Abreu – Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto, SP Dirceu Costa – Universidade Nove de Julho - São Paulo, SP Ester da Silva – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP Fátima Valéria Rodrigues de Paula – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi – Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Natal, RN Hugo Celso Dutra de Souza – Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto, SP Jefferson Rosa Cardoso – Universidade Estadual de Londrina - Londrina, PR João Carlos Ferrari Corrêa – Universidade Nove de Julho - São Paulo, SP João Luiz Quagliotti Durigan – Universidade de Brasília – Brasília, DF José Angelo Barela – Universidade Cruzeiro do Sul - São Paulo, SP Josimari Melo de Santana – Universidade Federal de Sergipe – Aracajú, SE Lucíola da Cunha Menezes Costa – Universidade Cidade de São Paulo - São Paulo, SP Luis Vicente Franco de Oliveira – Universidade Nove de Julho - São Paulo, SP Luiz Carlos Marques Vanderlei – Universidade Estadual Paulista – Presidente Prudente, SP Luzia Iara Pfeifer – Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto, SP Marco Aurélio Vaz – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS Naomi Kondo Nakagawa – Universidade de São Paulo - São Paulo, SP Nelci Adriana Cicuto Ferreira Rocha – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP Paula Lanna Pereira da Silva – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG Paula Rezende Camargo – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP Paulo de Tarso Camillo de Carvalho – Universidade Nove de Julho - São Paulo, SP Raquel Rodrigues Britto – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG Renata Noce Kirkwood – Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte, MG Ricardo Oliveira Guerra – Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Natal, RN Richard Eloin Liebano – Universidade Cidade de São Paulo - São Paulo, SP Rinaldo Roberto de Jesus Guirro – Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto, SP Rosana Mattioli – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP Rosimeire Simprini Padula – Universidade Cidade de São Paulo - São Paulo, SP Sara Lúcia Silveira de Menezes – Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, RJ Simone Dal Corso – Universidade Nove de Julho - São Paulo, SP Tatiana de Oliveira Sato – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP Thiago Luiz de Russo – Universidade Federal de São Carlos - São Carlos, SP INTERNATIONAL EDITORIAL BOARD Alan M. Jette – Boston University School of Public Health – USA Chukuka S. Enwemeka – University of Wisconsin – USA Edgar Ramos Vieira – Florida International University – USA Francisco Albuquerque Sendin - Universidad de Salamanca – SPAIN Gert-Ake Hansson –Lund University – SWEDEN Janet Carr – University of Sydney – AUSTRALIA Kenneth G. Holt – Boston University – USA LaDora V. Thompson – University of Minnesota – USA Liisa Laakso – Griffith University – AUSTRALIA Linda Fetters – University of Southern California –USA Paula M. Ludewig – University of Minnesota – USA Rik Gosselink – Katholieke Universiteit Leuven – BELGIUM Rob Herbert – The George Institute for International Health – AUSTRALIA Sandra Olney – Queen’s University – CANADA Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):211-289 The Brazilian Journal of Physical Therapy is published by the Associação Brasileira de Pesquisa e PósGraduação em Fisioterapia – ABRAPG-Ft (Brazilian Association for Research and Graduate Studies in Physical Therapy). Published since 1996, the Brazilian Journal of Physical Therapy adopts a peer review process. Each article is only published after it is accepted by the reviewers, who are maintained anonymous during the process. The editors accept no responsibility for damage to people or property, which may have been caused by the use of ideas, techniques or procedures described in the material published by this journal. The submission of articles presupposes that these articles, with the exception of extended summaries, have not been previously published elsewhere, nor submitted to any other publication. The abbreviated title of the journal is Braz J. Phys. Ther. and this must be used in references, footnotes and bibliographic legends. The Brazilian Journal of Physical Therapy is freely accessible at the homepage on the web: http://www.scielo.br/rbfis. Mission To publish original research articles on topics related to the areas of physical therapy and rehabilitation sciences, including clinical, basic or applied studies on the assessment, prevention, and treatment of movement disorders. Indexed in ® Cataloguing Card Brazilian Journal of Physical Therapy / Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Fisioterapia. v. 1, n. 1 (1996). – São Carlos: Editora Cubo, 1996v. 18, n. 3 (May/June 2014). Bimonthly Continued Revista Brasileira de Fisioterapia ISSN 1413-3555 1. Physical Therapy. 2. Studies. I. Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Fisioterapia. Librarian: Dormélia Pereira Cazella (CRB 8/4334) Contact Address Brazilian Journal of Physical Therapy Rod. Washington Luís, Km 235, Caixa Postal 676, CEP 13565-905 São Carlos, SP - Brasil +55(16) 3351-8755 [email protected] www.rbf-bjpt.org.br Technical and Administrative Support Ana Paula de Luca Leonor A. Saidel Aizza Desktop Publishing and Editorial Consulting Printed in acid free paper. No part of this publication can be reproduced or transmitted by any media, be it electronic, mechanical or photocopy, without the express authorization of the editors. summary Original Articles 211 Translation, cross-cultural adaptation to Brazilian- Portuguese and reliability analysis of the instrument Rapid Entire Body Assessment-REBA Andressa M. Lamarão, Lucíola C. M. Costa, Maria L. C. Comper, Rosimeire S. Padula 218 Impact of CPAP on physical exercise tolerance and sympathetic-vagal balance in patients with chronic heart failure Hugo V. Reis, Audrey Borghi-Silva, Aparecida M. Catai, Michel S. Reis 228 Validity of the six-minute step test of free cadence in patients with chronic obstructive pulmonary disease Bruna V. Pessoa, Juliano F. Arcuri, Ivana G. Labadessa, Joyce N. F. Costa, Anna C. Sentanin, Valéria A. Pires Di Lorenzo 237 Influence of additional weight on the frequency of kicks in infants with Down syndrome and infants with typical development Gabriela L. Santos, Thaís B. Bueno, Eloisa Tudella, Jadiane Dionisio 245 Longitudinal assessment of grip strength using bulb dynamometer in Duchenne Muscular Dystrophy Tatiana M. Pizzato, Cyntia R. J. A. Baptista, Mariana A. Souza, Michelle M. B. Benedicto, Edson Z. Martinez, Ana C. Mattiello-Sverzut 252 Thorax, pelvis and hip pattern in the frontal plane during walking in unilateral transtibial amputees: biomechanical analysis Francisco Molina-Rueda, Isabel M. Alguacil-Diego, Alicia Cuesta-Gómez, Javier Iglesias-Giménez, Andrés Martín-Vivaldi, Juan C. Miangolarra-Page 259 Brazilian version of the instrument of environmental assessment Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF): translation, cross-cultural adaptation and reliability Sheyla R. C. Furtado, Rosana F. Sampaio, Daniela V. Vaz, Brena A. S. Pinho, Isabella O. Nascimento, Marisa C. Mancini 268 Strength deficits of the shoulder complex during isokinetic testing in people with chronic stroke Lucas R. Nascimento, Luci F. Teixeira-Salmela, Janaine C. Polese, Louise Ada, Christina D. C. M. Faria, Glória E. C. Laurentino 276 Reliability of the Balance Evaluation Systems Test (BESTest) and BESTest sections for adults with hemiparesis Letícia C. Rodrigues, Aline P. Marques, Paula B. Barros, Stella M. Michaelsen 282 Can clinical observation differentiate individuals with and without scapular dyskinesis? Newton Y. Miachiro, Paula M. F. Camarini, Helga T. Tucci, Kevin J. McQuade, Anamaria S. Oliveira Editorial Rules original article Translation, cross-cultural adaptation to BrazilianPortuguese and reliability analysis of the instrument Rapid Entire Body Assessment-REBA Tradução, adaptação transcultural para o português-brasileiro e análise da confiabilidade do instrumento Rapid Entire Body Assessment-REBA Andressa M. Lamarão1, Lucíola C. M. Costa1, Maria L. C. Comper1,2, Rosimeire S. Padula1 ABSTRACT | Background: Observational instruments, such as the Rapid Entire Body Assessment, quickly assess biomechanical risks present in the workplace. However, in order to use these instruments, it is necessary to conduct the translational/cross-cultural adaptation of the instrument and test its measurement properties. Objectives: To perform the translation and the cross-cultural adaptation to Brazilian-Portuguese and test the reliability of the REBA instrument. Method: The procedures of translation and cross-cultural adaptation to Brazilian-Portuguese were conducted following proposed guidelines that involved translation, synthesis of translations, back translation, committee review and testing of the pre-final version. In addition, reliability and the intra- and inter-rater percent agreement were obtained with the Linear Weighted Kappa Coefficient that was associated with the 95% Confidence Interval and the cross tabulation 2×2. Results: The procedures for translation and adaptation were adequate and the necessary adjustments were conducted on the instrument. The intra- and inter-rater reliability showed values of 0.104 to 0.504, respectively, ranging from very poor to moderate. The percentage agreement values ranged from 5.66% to 69.81%. The percentage agreement was closer to 100% at the item ‘upper arm’ (69.81%) for the Intra-rater 1 and at the items ‘legs’ and ‘upper arm’ for the Intra-rater 2 (62.26%). Conclusions: The processes of translation and cross-cultural adaptation were conducted on the REBA instrument and the Brazilian version of the instrument was obtained. However, despite the reliability of the tests used to correct the translated and adapted version, the reliability values are unacceptable according to the guidelines standard, indicating that the reliability must be re-evaluated. Therefore, caution in the interpretation of the biomechanical risks measured by this instrument should be taken. Keywords: biomechanical; occupational health; ergonomics; physical therapy. HOW TO CITE THIS ARTICLE Lamarão AM, Costa LCM, Comper MLC, Padula RS. Translation, cross-cultural adaptation to Brazilian-Portuguese and reliability analysis of the instrument Rapid Entire Body Assessment-REBA. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):211-217. http://dx.doi. org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0035 RESUMO | Contextualização: Instrumentos observacionais como o Rapid Entire Body Assessment avaliam de forma rápida os riscos biomecânicos presentes no ambiente de trabalho. No entanto, para a utilização desses instrumentos, é necessário realizar tradução, adaptação transcultural e testar propriedades de medida. Objetivos: Realizar a tradução, adaptação transcultural para o português-brasileiro e testar a confiabilidade do instrumento REBA. Método: Foram realizados os procedimentos de tradução e adaptação para o português-brasileiro seguindo as diretrizes propostas, por meio da realização da tradução, síntese das traduções, retrotradução, comitê de revisão, pré-teste da versão pré-final, além do teste de confiabilidade e percentual de concordância intra e interavaliadores calculados pelo Coeficiente Kappa ponderado linear associado ao intervalo de confiança de 95% e pela tabela 2×2, respectivamente. Resultados: Os procedimentos realizados para tradução e adaptação foram apropriados, as adequações necessárias foram realizadas no instrumento. A confiabilidade intra e interavaliadores apresentou valores de 0,104 a 0,504, variando de muito pobre a moderada. Para o percentual de concordância, os valores encontrados variaram de 5,66% a 69,81%. O percentual de concordância apresentou-se mais próximo de 100% no item antebraço (69,81%) do intra-avaliador 1 e no item pernas e antebraço (62,26%) do intra-avaliador 2. Conclusões: Os processos de tradução e adaptação transcultural foram realizados no REBA permitindo obter a versão brasileira do instrumento. Contudo, apesar de a confiabilidade da versão traduzida e adaptada ter sido testada adequadamente, os valores encontrados mostram que esse instrumento não apresenta valores de confiabilidade aceitáveis pelas diretrizes, indicando que deve ser refeita. Portanto, é necessário cautela para interpretar os riscos biomecânicos mensurados por esse instrumento. Palavras-chave: biomecânica; saúde do trabalhador; ergonomia; fisioterapia. Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia, Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, SP, Brasil Curso de Fisioterapia, União Metropolitana de Ensino e Cultura, Itabuna, BA, Brasil Received: 03/17/2013 Revised: 09/06/2013 Accepted:02/05/2014 1 2 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0035 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):211-217 211 Lamarão AM, Costa LCM, Comper MLC, Padula RS lntrodução Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT’s) representam um importante problema de saúde no Brasil1. Registros mostram aumento de 600% no numero de casos de DORT entre os anos de 1998 e 20052. O nexo causal dos DORT’s é complexo devido à multicausalidade de fatores de riscos envolvidos3, dentre os quais, estão os riscos biomecânicos relacionados à sobrecarga osteomuscular imposta pela tarefa laboral, o uso de força excessiva, movimentos repetitivos, posicionamentos inadequados e postura estática e prolongada, associados à intensidade, velocidade e tempo de exposição4. Para compreender a influência dos fatores de risco no surgimento dos DORT’s, recomenda-se a avaliação das situações laborais, utilizando abordagens ergonômicas adequadas, como os instrumentos observacionais. Esses instrumentos avaliam os riscos biomecânicos presentes nas situações de trabalho e monitoram os efeitos das melhorias ergonômicas, sem interferir no ambiente3,5,6. Há, ao menos, 30 instrumentos observacionais disponíveis na literatura, a maioria em língua inglesa, para diversos fins e com diferentes abordagens5. No Brasil, foi identificado, até o momento, apenas um instrumento observacional, que analisou o risco “in loco”, foi traduzido e adaptado e teve teste de algumas propriedades de medida, denominado QEC (Quick Exposure Check)7,8. A aplicação dos instrumentos observacionais é feita de duas maneiras: por meio de observação “in loco”ou filmagens5,6. A observação “in loco” depende da experiência do observador, sendo indicada para avaliação de posturas estáticas ou repetitivas. Por outro lado, a análise por meio de filmagem se apresenta mais reprodutível e detalhada devido à possibilidade de analisar os dados do vídeo repetidas vezes6,9. Para a escolha, devem-se considerar fatores como o ambiente a ser avaliado, custo, indivíduo a ser avaliado e tempo disponível para avaliação5. Entre os instrumentos disponíveis5, o Rapid Entire Body Assessment (REBA)10,11 apresentase de fácil compreensão, com baixo custo de aplicação9, mostrando-se atrativo, pois tem sido utilizado para avaliar diferentes ambientes de trabalho e, por conseguinte, diversos fatores de risco biomecânicos12-16. O REBA foi criado no ano 2000 por uma equipe de fisioterapeutas, ergonomistas, terapeutas ocupacionais e enfermeiros por meio da codificação de 600 exemplos posturais, tendo como propósito avaliar as posturas de risco para 212 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):211-217 desenvolvimento de lesões osteomusculares. Diferencia-se de outros instrumentos que objetivam avaliar posturas de risco, como o OWAS (Ovako Working Analysis System) e o RULA (Rapid Upper Limb Assessment), por permitir análise de tarefas variadas e incorporar as variáveis peso do objeto manuseado e qualidade da pega13. Apesar de utilizado para avaliar o risco em vários estudos12-14, a versão original desse instrumento apresenta-se testada apenas em relação ao percentual de concordância interavaliadores, que variou de 62% a 85%, excluindo a categoria ombro 11. Contudo, os autores não mencionam o teste estatístico utilizado nessa análise. Assim, este estudo objetivou traduzir e adaptar transculturalmente o REBA10,11 para o portuguêsbrasileiro e analisar a confiabilidade intra e interavaliadores. Método Para utilizar esses instrumentos observacionais no Brasil5, é necessário adequá-los seguindo as diretrizes de tradução, adaptação transcultural e testes de propriedades de medida15,16 para resolver as diferenças culturais e idiomáticas. Os autores11 do método REBA foram contatados e autorizaram a tradução e a adaptação do instrumento original para o português-brasileiro. O estudo foi realizado em duas etapas: 1ª - procedimentos de tradução e adaptação do instrumento REBA11 para o português-brasileiro; 2ª - teste da confiabilidade intra-avaliador e interavaliadores da versão adaptada. O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, SP, Brasil e foi aprovado (Protocolo: 13668689). Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Instrumento O instrumento REBA avalia os segmentos corporais e separa-os em dois grupos (A e B). O grupo A é composto por tronco, pescoço e pernas, tendo 60 combinações posturais para pontuar na Tabela A; o grupo B é composto por ombro, antebraço e punho, com 36 combinações para pontuar na Tabela B. A pontuação da variável carga/força é adicionada à pontuação encontrada na Tabela A, resultando na pontuação A, e a pontuação da variável pega é adicionada à pontuação encontrada na Tabela B, resultando na pontuação B. As pontuações A e B são cruzadas entre si na Tabela C, obtendo-se a pontuação Tradução, adaptação transcultural e confiabilidade do REBA C. À pontuação obtida na Tabela C é adicionada a pontuação da atividade para gerar a pontuação final do REBA11. A pontuação final é classificada de acordo com o nível de risco, podendo ser de insignificante (1 ponto) a muito alto (11-15 pontos). Tradução e adaptação transcultural do REBA Os autores do instrumento REBA foram consultados e autorizaram a tradução e a adaptação transcultural do instrumento. Para traduzir e adaptar o REBA, foram adotadas as diretrizes propostas por Beaton et al.16, seguindo as etapas: tradução, síntese das traduções, retrotradução, comitê de especialistas e pré-teste da versão pré-final. A tradução foi realizada por dois tradutores independentes, brasileiros e bilíngues, que produziram duas versões do inglês para o português-brasileiro (T1 e T2). O tradutor 1 possuía experiência na área de saúde do trabalhador e conhecimento dos conceitos do instrumento, enquanto o tradutor 2 não possuía experiência na área da saúde e não estava a par dos conceitos do instrumento, o que favoreceu uma tradução conceitual e literária. As versões produzidas foram consensualmente sintetizadas pelo comitê de especialistas em uma única versão (T12). Em seguida, essa versão foi retrotraduzida para o idioma original por dois outros tradutores, independentes, bilíngues e que não possuíam conhecimento do instrumento. Essa etapa resultou em duas retrotraduções (RT1 e RT2). Posteriormente, o comitê de especialistas, composto por quatro fisioterapeutas e dois engenheiros que atuavam na área de saúde do trabalhador, avaliou todas as traduções e retrotraduções (T1, T2, T12, RT1 e RT2). O comitê procedeu a verificação quanto ao título, aos itens, às instruções, às pontuações e à forma de registro, gerando uma versão pré-final. De acordo com as diretrizes para a realização do pré-teste de questionários, o ideal é aplicar a versão pré-final em 30 a 40 pacientes ou indivíduos16. Para tanto, foram convidados 90 profissionais da área da saúde por meio de e-mails para participar dessa etapa. Entretanto, apenas nove fisioterapeutas com formação generalista aceitaram avaliar a compreensão do instrumento, e todos eles avaliaram o risco de cinco tarefas registradas em vídeo. Em caso de os profissionais relatarem dificuldade de entendimento em algum item do instrumento, ele passava por adequações e, em seguida, era reencaminhado ao comitê de especialistas17. Teste de confiabilidade intra e interavaliador Esta etapa verifica a confiabilidade intra-avaliador e interavaliadores da versão do REBA adaptada para o português-brasileiro, seguindo as diretrizes propostas por Mokkink et al.15. Além disso, foi verificada a porcentagem de concordância entre os avaliadores nas análises. A confiabilidade analisa o comportamento de um instrumento ao ser utilizado em ensaios repetidos em uma amostra estável, representando o erro relativo da medida18,19. A confiabilidade pode ser avaliada pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) ou pelo Coeficiente de Kappa (K), dependendo da variável, e abrange a confiabilidade intra-avaliador e interavaliadores. A confiabilidade intra-avaliador mensura a precisão do instrumento quando é utilizado mais de uma vez pelo mesmo avaliador. Por outro lado, a confiabilidade interavaliador mensura a precisão do instrumento utilizado para avaliação de uma mesma tarefa por diferentes avaliadores19. A pontuação deve ser a mesma para medidas repetidas. Neste estudo, a confiabilidade foi testada por dois avaliadores com cinco e sete anos de experiência em outros projetos de pesquisa na área da saúde do trabalhador. Eles receberam orientações sobre o instrumento e realizaram a aplicação em situações reais por meio da análise de videotarefas. O treinamento foi de oito horas, distribuídas em dois dias seguidos, envolvendo tanto a aplicação quanto a pontuação do instrumento para as tarefas analisadas. Após o treinamento, os avaliadores foram locados em ambientes separados para avaliar 53 videotarefas de trabalhos na indústria têxtil, bibliotecas, escritórios, supermercados. As videotarefas incluíam atividades de manuseio de diferentes objetos e cargas; posturas estáticas prolongadas; repetição de movimentos; diferentes posições e movimentação (agachar, caminhar, varrer, digitar, costurar etc.). As videotarefas foram registradas em situações reais de trabalho a partir da contagem de três ciclos de cada tarefa. A variação do tempo dos ciclos foi analisada por meio de cronômetro digital. Os avaliadores foram orientados a reproduzir os vídeos de acordo com o número de vezes necessário para compreensão das tarefas e análise dos movimentos. Para facilitar essa análise, recomendouse a identificação das etapas de cada ciclo e os percentuais de tempo nas posturas durante as etapas. O tempo utilizado para cada análise foi de 8 a 10 minutos, e o tempo total gasto para as análises das Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):211-217 213 Lamarão AM, Costa LCM, Comper MLC, Padula RS 53 videotarefas para teste e reteste pelos avaliadores foi de duas semanas. O REBA foi avaliado e pontuado para cada região corporal e tal procedimento foi realizado novamente após o intervalo de sete dias. Para a análise da confiabilidade interavaliador, foi considerada apenas a primeira avaliação das 53 videotarefas. Análise estatística Na análise dos dados, utilizou-se o Coeficiente Kappa ponderado (Kw) para variáveis categóricas20. O Coeficiente Kappa ponderado linear foi classificado, de acordo com Landis e Koch21, em: confiabilidade quase perfeita (>0,81), substancial (0,61 a 0,80), moderada (0,41 a 0,60), pobre (0,21 a 0,40) e muito pobre (0,00 a 0,20). A porcentagem de concordância intra e interavaliadores foi avaliada por meio de tabulação cruzada (2×2) para calcular a porcentagem (%), com valores de 0% a 100%. Quanto maior a percentagem, melhor a concordância. Todos os dados foram transferidos para o Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 17.0. O teste de Kappa ponderado foi realizado no programa estatístico VassarStats. Resultados Tradução e adaptação transcultural do REBA As versões oriundas da etapa de tradução (T1 e T2) e retrotradução (RT1 e RT2) mostraram-se adequadas, necessitando apenas de algumas modificações gramaticais por meio de reposicionamentos ou substituições de termos por sinônimos, objetivando uma compreensão mais fácil. No pré-teste da versão pré-final, os nove fisioterapeutas avaliadores não questionaram nenhum termo relacionado à pontuação dos grupos A e B, as dificuldades encontradas foram na compreensão das instruções referentes ao preenchimento da Tabela A, Tabela B, Tabela C e sua associação às pontuações de carga/força e pega. Isso pode ser observado na frase que originalmente era: “For each region, there is a posture scoring scale plus adjustment notes for additional considerations. Then score the Load / Force and Coupling factors”. Na versão pré-final utilizada no pré-teste, a frase acima se apresentava: “Para cada região, existe uma escala de pontuação da postura mais os itens de ajuste para considerações adicionais. Em seguida, pontue carga/força e fatores de acoplamento”. Após o relato 214 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):211-217 Tabela 1. Teste de confiabilidade e percentual de concordância intra-avaliador 1 da versão brasileira do Rapid Entire Body Assessment (REBA). Região Corporal Kappa linear (95% IC) %Concordância Tronco 0,504 (0,337 a 0,671) 54,71 Pescoço 0,326 (0,137 a 0,515) 52,83 Ombro 0,236 (0,032 a 0,439) 45,28 Antebraço 0,129 (0 a 0,381) 69,81 Punho 0,316 (0,102 a 0,530) 54,71 Pernas 0,292 (0,062 a 0,523) 52,83 Total 0,516 (0,291 a 0,688) 20,75 Nível de ação 0,301 (0,119 a 0,483) 15,09 de dificuldade de compreensão, foram realizados os ajustes necessários para facilitar a compreensão e encaminhados ao comitê de especialistas, resultando na versão final do REBA adaptado (Anexo 1S*), com a frase da seguinte forma: “Para cada região, existe uma escala de pontuação da postura mais os itens de ajuste para considerações adicionais. Assim que finalizar a pontuação do grupo A, cruze as pontuações na Tabela A e, ao finalizar a pontuação do grupo B, cruze as pontuações na Tabela B”. Após a inclusão de informações na versão adaptada, nenhum avaliador teve dúvida quanto às instruções de aplicação. Avaliação da confiabilidade Os testes de confiabilidade foram realizados com intervalo de confiança de 95% e mostraram que, para o intra-avaliador 1, o Kappa variou de 0,129 para o item antebraço a 0,504 para o item tronco, representando muito pobre e moderada confiabilidade, respectivamente. Já o percentual de concordância variou de 15,09% para o item nível de ação a 69,81% para o item antebraço (Tabela 1). Para confiabilidade intra-avaliador 2, o Kappa variou de 0,104 para o item punho a 0,492 para o item pernas, e o coeficiente Kappa apresentou valor de –0,088 para o item antebraço, representando muito pobre e moderada confiabilidade, respectivamente. Por outro lado, a concordância variou de 18,86% para o item pontuação total a 62,26% para os itens antebraço e pernas (Tabela 2). *Veja material suplementar disponível na versão online no site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issues&pid=14133555&lng=en&nrm=iso Tradução, adaptação transcultural e confiabilidade do REBA Tabela 2. Teste de confiabilidade e percentual de concordância intra-avaliador 2 da versão brasileira do Rapid Entire Body Assessment (REBA). Região Corporal Kappa linear (95%IC) %Concordância Tronco 0,395 (0,241 a 0,548) 43,39 Pescoço 0,202 (0,016 a 0,388) 47,16 Ombro 0,231 (0,070 a 0,393) 41,50 Antebraço NC 62,26 Punho 0,104 (0 a 0,310) 50,94 Pernas 0,492 (0,292 a 0,693) 62,26 Total NC 18,86 Nível de ação NC 22,64 NC: O dado não pode ser calculado pelo programa estatístico. Tabela 3. Teste de confiabilidade e percentual de concordância interavaliadores 1 e 2 da versão brasileira do Rapid Entire Body Assessment (REBA). Região Corporal Kappa linear (95%IC) %Concordância Tronco 0,307 (0,159 a 0,456) 32,07 Pescoço 0,126 (0 a 0,324) 35,84 Ombro NC 28,30 Antebraço 0,194 (0 a 0,472) 66,03 Punho NC 35,84 Pernas 0,454 (0,285 a 0,624) 54,71 Total NC 9,43 Nível de ação NC 5,66 NC: O dado não pode ser calculado pelo programa estatístico. Para confiabilidade interavaliadores 1 e 2, o Kappa variou de 0,126 para o item pescoço a 0,454 para o item pernas, representando muito pobre e moderada confiabilidade, respectivamente. O percentual de concordância variou de 5,66% para o item nível de ação a 66,03% para o item antebraço (Tabela 3). Discussão A avaliação do ambiente de trabalho em busca de fatores de riscos que possam acometer os trabalhadores brasileiros é essencial na prevenção e diminuição de DORT’s. No Brasil, poucos são os instrumentos adequados para utilização, diferentemente do que se observa em outros idiomas5. Poucos são os instrumentos observacionais traduzidos e adaptados para o português-brasileiro que podem ser utilizados em trabalhadores brasileiros, no entanto muitos são os estudos que utilizam os instrumentos observacionais sem tradução e adaptação 12-14. A utilização de um instrumento estrangeiro sem a sua devida adaptação pode colocar em risco a validade e a confiabilidade das avaliações efetuadas22. O processo de tradução e adaptação é tão importante quanto o desenvolvimento de um novo instrumento23. Nesse processo, deve-se sempre buscar a maior equivalência possível entre o instrumento original e sua versão traduzida e adaptada. Diante desse contexto, optamos por traduzir, adaptar transculturalmente para o português-brasileiro e testar a confiabilidade do instrumento REBA10,11. O REBA consiste em um instrumento destinado à avaliação do ambiente de trabalho em busca de fatores de riscos biomecânicos, aos quais os trabalhadores podem estar expostos10,11. Seu processo de tradução e adaptação transcultural para o português-brasileiro mostrou-se de acordo com o proposto por Beaton et al.16, com resultados que proporcionaram uma versão com equivalência ao instrumento de origem. O REBA, em seu processo de pré-teste da versão pré-final, apresentou dificuldades relatadas pelos avaliadores nas instruções gerais, necessitando de adequação de termos e adição de palavras para tornálo mais didático. No entanto, o instrumento REBA em sua versão original10,11 não apresenta instruções claras sobre aplicação, o que dificulta a compreensão. O REBA traduzido e adaptado apresentou-se compreensível para utilização na avaliação dos fatores de riscos presentes no ambiente de trabalho após a inclusão de informações complementares, mesmo assim, temos que reconhecer a limitação por termos incluído apenas nove avaliadores no pré-teste. Ao analisar o teste de confiabilidade do instrumento traduzido e adaptado, observamos que a versão português-brasileiro do REBA apresentou confiabilidade classificada entre muito pobre e moderada para análises intra-avaliador 1, análises intra-avaliador 2 e análises interavaliadores 1 e 2, com valores de Kappa ponderado variando de 0,104 para o item punho a 0,504 para o item tronco. A propriedade confiabilidade representa que, ao utilizar o instrumento em ensaios repetidos, com condições estáveis, ele produz resultados similares16, condições essas que não foram observadas neste estudo. Os valores da confiabilidade encontrados estão abaixo dos valores considerados pelas diretrizes, que sugerem valores de confiabilidade acima de 0,701724. Alguns aspectos podem ter contribuído para Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):211-217 215 Lamarão AM, Costa LCM, Comper MLC, Padula RS esses baixos valores, tais como as características do REBA, o treinamento insuficiente dos avaliadores e até mesmo o fato de o pré-teste ter sido realizado por apenas nove fisioterapeutas, evidenciando alguma possível falha no processo de tradução. Por outro lado, os valores do percentual de concordância variou de 5,66% para o item nível de ação a 69,81% para o item antebraço. O REBA, em sua versão original, relata apenas valores para percentual de concordância de 62 a 85% para análises interavaliadores11. Tais valores de concordância foram superiores aos valores encontrados neste estudo. Deve-se relatar que o instrumento REBA possui limitações até mesmo em seu idioma de origem por não ter detalhes sobre a confiabilidade, mas apresentar valores em porcentagem de concordância. Valores abaixo de 0,70 em confiabilidade não são observados somente no REBA. O instrumento Quick Exposure Check (QEC), traduzido, adaptado para o português-brasileiro também apresentou, no teste das propriedades de medida, valores de confiabilidade moderada intra-avaliador (0,41 a 0,60), e confiabilidade de moderada a substancial (0,62 a 0,86) interavaliador7. O fato de a confiabilidade ter se apresentado um pouco mais alta do que os resultados do REBA pode estar relacionado às características de pontuação dos instrumentos. O QEC é mais objetivo, com menos opções de posição para cada segmento corporal. Além disso, a maioria dos instrumentos observacionais que avaliam riscos descritos em uma revisão sistemática sobre o tópico apresenta também valores abaixo de 0,70 para confiabilidade5. Ao considerar que esses instrumentos representam uma das melhores formas disponíveis para avaliação de fatores de riscos ocupacionais, faz-se necessário interpretar os resultados com cautela. Até o momento, apenas a propriedade de medida confiabilidade foi testada na versão português-brasileiro do REBA devido a limitações encontradas pelo estudo, como a dificuldade de conseguir avaliadores treinados para observar um n de tarefas de no mínimo 100, que seria o indicado para testar adequadamente as demais propriedades de medida, como a consistência interna. Uma possível limitação deste estudo é o número de profissionais que aceitaram participar do pré-teste da versão pré-final do instrumento, pois, segundo as diretrizes, ele deve ser feito com um grupo entre 30 e 40 indivíduos. Além disso, o aperfeiçoamento da análise se dá pelo treinamento, então, nesse sentido, o fato de os resultados do teste de confiabilidade terem sido baixos pode indicar que os avaliadores não tiveram treinamento suficiente, o que indica 216 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):211-217 necessidade de um tempo maior de treinamento do que o proposto neste estudo. Enfim, é recomendável que outros estudos refaçam o teste de confiabilidade e avaliem as demais propriedades de validade e responsividade. Conclusão O instrumento REBA apresentou resultados satisfatórios no processo de tradução, adaptação, no entanto o instrumento teve sua confiabilidade variando de muito pobre a moderada, com valores abaixo do proposto pelas diretrizes de propriedades de medida, indicando que a confiabilidade precisa ser refeita. Portanto, ao utilizar esse instrumento observacional, a interpretação dos dados obtidos deve ser cautelosa, e futuros estudos devem reavaliar a confiabilidade e outras propriedades de medida. Referências 1. Brasil. Ministério da Saúde. Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Brasília: Ministério da Saúde; 2001. p. 36. 2. Souza NS, Santana VS, Oliveira PR, Branco AB. Doenças do trabalho e benefícios previdenciários relacionados à saúde, Bahia, 2000. 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Reis1 ABSTRACT | Background: Chronic heart failure (CHF) leads to exercise intolerance. However, non-invasive ventilation is able to improve functional capacity of patients with CHF. Objectives: The aim of this study was to evaluate the effectiveness of continuous positive airway pressure (CPAP) on physical exercise tolerance and heart rate variability (HRV) in patients with CHF. Method: Seven men with CHF (62±8 years) and left ventricle ejection fraction of 41±8% were submitted to an incremental symptom-limited exercise test (IT) on the cicloergometer. On separate days, patients were randomized to perform four constant work rate exercise tests to maximal tolerance with and without CPAP (5 cmH2O) in the following conditions: i) at 50% of peak work rate of IT; and ii) at 75% of peak work rate of IT. At rest and during these conditions, instantaneous heart rate (HR) was recorded using a cardiofrequencimeter and HRV was analyzed in time domain (SDNN and RMSSD indexes). For statistical procedures, Wilcoxon test or Kruskall-Wallis test with Dunn’s post-hoc were used accordingly. In addition, categorical variables were analysed through Fischer’s test (p<0.05). Results: There were significant improvements in exercise tolerance at 75% of peak work rate of IT with CPAP (405±52 vs. 438±58 s). RMSSD indexes were lower during exercise tests compared to CPAP at rest and with 50% of peak work rate of IT. Conclusion: These data suggest that CPAP appears to be a useful strategy to improve functional capacity in patients with CHF. However, the positive impact of CPAP did not generate significant changes in the HRV during physical exercises. Keywords: non-invasive ventilation; heart rate variability; chronic heart failure; exercise tolerance; continuous positive airway pressure; physical therapy. HOW TO CITE THIS ARTICLE Reis HV, Borghi-Silva A, Catai AM, Reis MS. Impact of CPAP on physical exercise tolerance and sympathetic-vagal balance in patients with chronic heart failure. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227. http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0037 RESUMO | Contextualização: A insuficiência cardíaca (IC) crônica cursa com intolerância ao exercício físico. A ventilação não invasiva (VNI) tem se mostrado benéfica para a melhora da performance desses pacientes. Objetivos: Avaliar a eficiência da pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) sobre a tolerância ao exercício físico e a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) de pacientes com IC crônica. Método: Sete homens com IC crônica (62±8 anos) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 41±8% foram submetidos ao teste incremental (TI) sintoma-limitado em cicloergômetro. Posteriormente, foram aleatorizados para a realização de exercícios físicos de carga constante até a tolerância máxima com e sem CPAP (5 cmH2O) nas condições: i) 50% da carga pico do TI e ii) 75% da carga pico do TI. Em repouso e durante os testes, a frequência cardíaca (FC) instantânea foi obtida pelo cardiofrequencímetro, e a VFC foi analisada no domínio do tempo. A análise estatística foi realizada pelos testes de Wilcoxon ou Kruskall-Wallis com post-hoc de Dunn e as variáveis categóricas, pelo teste de Fischer (p<0,05). Resultados: Durante a CPAP, houve aumento significativo no tempo de exercício físico (405±52 vs. 438±58 s) e da FC pico (97±3 vs. 105±2 bpm) somente na intensidade de 75%. Em relação à VFC, observou-se que o RMSSD foi significativamente menor em exercício físico quando comparado ao repouso com CPAP na intensidade 50%. Conclusão: Em conclusão, a CPAP com 5 cmH20 mostrou-se um útil na melhora da capacidade funcional dos pacientes estudados com pouco impacto sobre a VFC. Palavras-chave: ventilação não invasiva; VFC; insuficiência cardíaca crônica; tolerância ao exercício físico; CPAP; fisioterapia. Grupo de Pesquisa em Fisioterapia Cardiovascular (GECARE), Departamento de Fisioterapia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar, Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil 3 Laboratório de Fisioterapia Cardiovascular, Departamento de Fisioterapia, UFSCar, São Carlos, SP, Brasil Received: 05/07/2013 Revised: 08/15/2013 Accepted: 10/09/2013 1 2 218 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0037 CPAP e exercício físico na IC crônica Introdução Pacientes com insuficiência cardíaca (IC) crônica apresentam reduzida tolerância ao exercício físico como principal desfecho da doença1. Isso acorre devido não somente a causas cardíacas como também pela disfunção muscular respiratória e apendicular1. Diversos fatores como hipoxemia crônica, estresse oxidativo, depleção nutricional, desuso da musculatura periférica, efeitos medicamentosos e desequilíbrio simpatovagal2 contribuem para isso. Nesse sentido, a redução na tolerância ao exercício físico pode ser atribuída a uma redistribuição do fluxo sanguíneo para a musculatura ventilatória como consequência do aumento do trabalho e dos metabólitos nessa musculatura, que levarão a uma maior resposta vasoconstritora simpática nos músculos periféricos, cuja eficiência metabólica é comprometida pelo menor aporte sanguíneo1. O uso da ventilação não invasiva (VNI) tem sua eficácia comprovada em diversas situações que cursam com insuficiência respiratória aguda, em especial como conduta de escolha para o manejo de pacientes com edema agudo de pulmão 3 . A pressão positiva diminui o shunt pulmonar por meio da expansão de alvéolos colapsados, consequentemente melhorando a troca gasosa e a oxigenação dos tecidos4. A VNI também diminui a pressão transmural do ventrículo esquerdo, a pós-carga e, consequentemente, melhora o débito cardíaco5. Além disso, o uso da VNI com um nível pressórico contínuo melhora a capacidade residual funcional e a complacência pulmonar, gerando um menor trabalho ventilatório6, o que pode representar um efeito importante para esses pacientes que apresentam fadiga muscular ventilatória no exercício físico7. Contudo, poucos estudos7-10 têm avaliado a resposta desse recurso terapêutico na melhora da performance ao exercício físico de pacientes com IC crônica, sendo que parte deles8-10 avaliou apenas o impacto da aplicação de repouso sobre a tolerância ao exercício físico e não o efeito combinado da VNI e exercício físico. O conhecimento da eficácia da aplicação da VNI como recurso terapêutico coadjuvante na prescrição de exercício físico para pacientes com IC crônica tem especial importância para a área da fisioterapia cardiovascular, uma vez que esses pacientes apresentam redução na tolerância ao exercício físico principalmente por uma alteração na musculatura periférica1, alvo da intervenção fisioterapêutica. No entanto, torna-se importante destacar que a aplicação da VNI é capaz de acarretar repercussões hemodinâmicas importantes, principalmente quando prescrita inadvertidamente. Nesse sentido, estudos têm mostrado a utilidade da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), que reflete o balanço simpatovagal sobre o nodo sinusal para o entendimento dos ajustes cardiovasculares durante a aplicação da VNI em pacientes com IC crônica em repouso11-17. Porém, a literatura é incipiente sobre o seu comportamento em exercício físico associado à aplicação da VNI. Nesse contexto, objetivou-se avaliar se o uso da VNI por meio de um nível pressórico contínuo (CPAP) num protocolo de exercício físico de carga constante é capaz de promover melhora da tolerância ao exercício físico, além disso, verificar se a CPAP influencia a modulação simpatovagal no exercício físico de pacientes com IC crônica. Método Casuística Estudo transversal em que foram selecionados sete homens com diagnóstico clínico de IC crônica. Os pacientes foram recrutados em um serviço público de atenção primária à saúde e deveriam apresentar as seguintes características: história prévia de IC estável provocada por disfunção ventricular sistólica esquerda documentada nos últimos seis meses (fração de ejeção do ventrículo esquerdo <45%); estabilidade clínica nos últimos três meses e sem história de eventos anginosos ou coexistência de doença pulmonar. Foram excluídos os pacientes com evidências clínicas e/ou funcionais de doença pulmonar crônica (VEF1/CVF<70%)18, asma induzida pelo exercício, angina ou arritmias significativas e infarto do miocárdio nos últimos seis meses e os que haviam participado de programa de reabilitação cardiovascular no ano anterior ao estudo. Todos os voluntários foram submetidos à avaliação clínica e a provas de função pulmonar; avaliação da capacidade funcional, de acordo com a classificação da New York Heart Association (NYHA)19; exames bioquímicos, eletrocardiografia e teste de exercício físico sintoma-limitado. Adicionalmente, os pacientes com IC crônica estavam com medicação otimizada. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e este protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil (parecer no. 238/06). Procedimento experimental A pesquisa foi realizada em um laboratório climatizado com temperatura entre 22 °C e 24 °C e Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227 219 Reis HV, Borghi-Silva A, Catai AM, Reis MS umidade relativa do ar entre 50% e 60%, no mesmo período do dia (entre 8h e 12h). Para a véspera e no dia dos testes, cada voluntário recebeu orientações para evitar consumo de bebidas estimulantes, não realizar atividade física 24 horas antes dos testes, realizar refeições leves e ter uma noite de sono adequada (pelo menos 8 horas). Inicialmente, os voluntários foram familiarizados com o ambiente experimental e com os pesquisadores envolvidos. Antes de iniciar os testes, os voluntários foram avaliados e examinados para certificar se as orientações dadas haviam sido rigorosamente seguidas. Ainda, foi verificada a pressão arterial diastólica e sistólica, realizada ausculta pulmonar e checada a SpO2. Função Pulmonar A espirometria foi realizada usando o espirômetro Vitalograph® (Hand-Held 2021 instrument. Ennis, Ireland). A prova de CVF foi realizada para determinação do VEF1 e da relação VEF1/CVF. Os valores de referências utilizados foram os de Knudson et al.20 e foram expressos em condições BTPS (Body Temperature Pressure Standard), e os procedimentos técnicos, critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade foram realizados segundo as normas recomendadas pela American Thoracic Society21. Protocolo de exercício físico incremental Essa avaliação foi realizada por um cardiologista, com o propósito de determinar a carga máxima alcançada pelos pacientes. Além disso, essa etapa foi considerada importante para avaliação das condições clínicas e funcionais dos sistemas cardiovascular e muscular periférico e para identificar as evidências de comorbidades cardiorrespiratórias precipitadas pelo exercício físico. Inicialmente, os voluntários foram submetidos à avaliação do ECG padrão de 12 derivações e, na sequência, à avaliação do sinal eletrocardiográfico a partir das derivações MC5, DII modificada e V2 nas condições supina, sentada, em apneia (15 s) e hiperventilada (15 s). O teste de exercício físico foi realizado em cicloergômetro de frenagem eletromagnética (Quinton Corival Ergometer 400, Croningen, Netherlands), com os voluntários na posição sentada com 5-10° de flexão de joelho e incrementos de potência controlados externamente por um microprocessador modelo Workload Programm (Quinton, Croningen, Netherlands). Inicialmente, foi realizado um período de aquecimento de 2 minutos em carga livre, correspondente a 4 Watts (W). Em sequência, 220 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227 incrementos de 5 W a cada 3 minutos, com velocidade mantida em 60 rotações por minuto até a exaustão física, isto é, impossibilidade de manter a velocidade da pedalada. Adicionalmente, o teste poderia ser interrompido na iminência de sinais e/ou sintomas, tais como: tontura, náusea, cianose, arritmias complexas, sudorese excessiva, angina e dessaturação periférica de oxigênio. Durante o teste, os pacientes foram monitorados a partir da derivação MC5, DII modificada e V2, e as aferições da FC, pressão arterial (método auscultatório) e registro eletrocardiográfico foram realizados nos 30 segundos finais de cada nível de potência e no 1º, 3º, 6º e 9º minutos de recuperação. Ao término do período de recuperação, com o voluntário na posição supina, foi realizado um novo ECG padrão de 12 derivações. Além das variáveis descritas anteriormente, a partir de fórmulas preconizadas pela American Heart Association (que leva em consideração carga pico e massa corporal), foi calculado indiretamente o consumo máximo de oxigênio (VO2pico) alcançado pelos pacientes. Durante todo o teste, a saturação periférica de oxigênio (SpO2) foi obtida por meio do oxímetro de pulso (Oxyfast, Takaoka, Brasil). Protocolo de carga constante em respiração espontânea e durante aplicação da CPAP Todos os pacientes foram submetidos a quatro testes de exercício físico em carga constante. A ordem de execução dos testes foi aleatorizada por sorteio, em envelopes numerados, selados e opacos, em dois dias, com intervalo de 48 horas entre eles, sendo dois dos testes executados no mesmo dia. Para a execução desse protocolo, inicialmente, os voluntários foram mantidos em repouso na posição sentada por aproximadamente 10 minutos, com o objetivo de atingir os valores basais de FC. Ainda nessa condição, a FC instantânea foi obtida em repouso na posição sentada por 15 minutos. Posteriormente, os pacientes foram aleatorizados por sorteio para a realização de exercícios submáximos de carga constante até a tolerância máxima com e sem aplicação de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP – 5 cmH2O, Breas PV101, Sweden) por meio da máscara nasal (Respironics, Murrysville, PA) nas condições: i) 50% da carga pico do teste incremental e ii) 75% da carga pico do teste incremental. Os voluntários foram posicionados no cicloergômetro horizontal de frenagem eletromagnética (Quinton Corival Ergometer 400, Croningen, Netherlands) com flexão de joelhos entre 5° e 10°. Inicialmente, os pacientes permaneciam sentados no cicloergômetro em repouso por 1 minuto e, na sequência, foram CPAP e exercício físico na IC crônica orientados a pedalar na cadência de 60 rotações por minuto até a tolerância máxima. A SpO2 (Oxyfast, Takaoka, Brasil) e o ECG (Ecafix 500, São Paulo, Brasil), nas derivações MC5, DII modificada e V2, foram monitorizados continuamente durante todo o procedimento experimental, e a pressão arterial foi verificada a cada dois minutos, com cuidados para evitar interferências na coleta das variáveis, assim como a escala de BORG modificada (CR-10). Os testes de carga constante foram executados em um único dia e no mesmo período para evitar as influências circadianas, com intervalo de 30 minutos ou até que as variáveis cardiovasculares voltassem aos valores basais, e conduzidos por uma equipe de pesquisadores treinada, a qual estava atenta aos sinais e/ou sintomas de intolerância ao exercício que pudessem determinar a interrupção imediata do teste. Frequência cardíaca e intervalos R-R A FC e os intervalos R-R (iR-R) foram coletados, batimento a batimento, por meio de um cardiofrequencímetro (Polar® S810i). A coleta dos dados ocorreu nos 15 minutos em repouso na posição sentada e durante o protocolo de carga constante nas condições aleatórias de 50% e 75% com e sem a CPAP. O cardiofrequencímetro apresenta uma frequência de amostragem de 1000 Hz, fixado por um cinto elástico no terço inferior do esterno e com transmissão simultânea para o relógio onde foram armazenados. Posteriormente, por meio de uma interface porta serial de sensor infravermelho, os dados foram transportados e armazenados em microcomputador (Pentium III, 1100MHz) para que fossem analisados. Os pontos de transição do protocolo também foram devidamente marcados para a análise adequada dos dados. Análise dos dados O tempo máximo de execução do exercício físico durante o protocolo de carga constante foi identificado pelo tempo de tolerância, e as variáveis FC e sensação subjetiva de esforço para dispneia e desconforto de membros inferiores foram avaliadas no início e no pico do protocolo. A VFC foi analisada no domínio do tempo por meio do aplicativo Kubious HRV (versão 2.0 Release November 2008). A seleção do trecho de análise das condições de repouso sentada e durante o protocolo de carga constante foi realizada por meio da inspeção visual da distribuição dos iR-R (ms), em que se selecionava o período com maior estabilidade do sinal e que apresentasse uma frequência de amostragem de 256 pontos, conforme preconizada pelo Task Force22. A análise no domínio do tempo foi realizada a partir dos índices RMSSD (ms) – correspondente à raiz quadrada da média das diferenças sucessivas ao quadrado entre os iR-R adjacentes dividido pelo número de iR-R menos um e SDNN (ms) – desvio padrão de todos os iR-R. Análise estatística Os dados foram submetidos ao teste de normalidade (teste de Shapiro-Wilk). Como não foi observada distribuição normal, foram utilizados os testes estatísticos não paramétricos. Para as comparações entre repouso e exercício físico, foi aplicado o teste de Wilcoxon e, nas condições de exercício físico, o teste de Kruskall-Wallis com post-hoc de Dunn. Por fim, para as variáveis categóricas, o teste exato de Fisher foi aplicado. As análises foram realizadas no software GraphPad Instat 3, com nível de significância estabelecido de p<0,05. Os dados demográficos, antropométricos e clínicos foram apresentados em média e desvio padrão, e as variáveis relacionadas às condições de exercício físico, estudadas em mediana (máximos – mínimos). Resultados Inicialmente foram triados 31 pacientes com IC crônica. Vinte e quatro foram excluídos, sendo apenas sete incluídos na pesquisa, conforme mostra a Figura 1. Na Tabela 1, encontram-se os dados referentes a idade, características antropométricas e clínicas dos grupos estudados. Os pacientes apresentavam fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida com etiologia, em sua maioria, de origem isquêmica, com classe funcional II/III e função pulmonar preservada. Em relação ao IMC, observamos que os indivíduos eram eutróficos ou com leve sobrepeso. No teste incremental, a carga média alcançada pelos pacientes foi de 36 watts, com resposta reprimida da pressão arterial e FC. Todos os pacientes estavam com medicação otimizada e em uso de β – bloqueadores (dose média de 42±11 mg). A Tabela 2 mostra as variáveis cardiorrespiratórias e a escala subjetiva de esforço (Borg CR-10) durante as condições estudadas. Como esperado, houve diferença significante das variáveis FC e FR entre o repouso e as condições de exercício físico (p<0,05). A pressão arterial sistólica aumentou significativamente no exercício físico na condição 75% do protocolo incremental. No que se refere ao tempo de tolerância, foi observada diferença estatisticamente significativa entre as condições CPAP e respiração espontânea durante a intensidade 75% do teste incremental Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227 221 Reis HV, Borghi-Silva A, Catai AM, Reis MS Figura 1. Fluxograma de exclusão dos pacientes nesse estudo. IC: insuficiência cardíaca. (Tabela 2 e Figura 2). Adicionalmente, a FC mostrou valores maiores na condição CPAP em relação à respiração espontânea nessa intensidade (p<0,05). Não houve diferenças significativas nas demais variáveis. Na análise da VFC, a FC mostrou valores significativamente maiores nas condições de exercício físico acompanhados por uma queda na média dos intervalos R-R (p<0,05). Enquanto o índice SDNN não mostrou diferença estatística entre as condições estudadas, o RMSSD apresentou valores menores nas condições 50% com CPAP, 75% com e sem CPAP quando comparado ao repouso (p<0,05) (Figura 3). Discussão Os principais achados do estudo foram: (i) aumento do tempo de tolerância ao exercício físico dos pacientes com IC crônica na carga de 75% com uso de CPAP; (ii) não houve diferença na VFC entre as condições de exercício físico estudadas; por fim, (iii) o índice RMSSD (representativo da modulação vagal) revelou valores significativamente menores durante as condições de exercício físico quando comparado ao repouso. Nas condições basais, os pacientes eram, na sua maioria, eutróficos, com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida de origem isquêmica. 222 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227 Figura 2. Efeito da pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) na tolerância ao exercício físico com 75% da carga obtida no teste incremental de pacientes com insuficiência cardíaca crônica (p<0,05). RE: respiração espontânea. Mediana (linha escura). Todos tinham função pulmonar preservada. Mostraram reduzida capacidade funcional pela baixa carga pico suportada no teste incremental. Todos mantiveram o uso otimizado de medicamentos, sendo os β – bloqueadores e os inibidores da enzima conversora de angiotensia os mais frequentes. Durante os protocolos de carga constante, os pacientes apresentaram aumento significativo da FC e FR durante o exercício físico quando comparado ao repouso. Esses resultados eram esperados; embora CPAP e exercício físico na IC crônica Tabela 1. Idade, características antropométricas e clínicas do grupo estudado. IC crônica (n=7) Idade (anos) 62±8 Estatura (m) 1,66±0,07 Massa corporal (kg) 68,06±9,84 IMC (kg/m²) 24,67±3,73 Ecocardiografia FEVE (%) 41±8 Etiologia da IC Isquêmica 4 Não isquêmica 3 NYHA II/III 4/3 Espirometria VEF1 (% do predito) 80,29±8,58 VEF1/CVF (%) 82,00±4,24 Características clínicas SpO2 (%) 96±2 FR (ipm) 14±4 Medicações Diuréticos 3 Digitálicos 5 β – bloqueadores 7 Inibidor-ECA 6 Teste Incremental Repouso PAS (mmHg) 110±10 PAD (mmHg) 75±9 FC (bpm) 67±9 Pico do esforço PAS (mmHg) 141±18 PAD (mmHg) 80±10 FC (bpm) 100±20 Potência pico (watts) 36±9 Valores em media±DP. IC: insuficiência cardíaca; IMC: índice de massa corporal; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; NYHA: Classificação da New York Heart Association; VEF1: volume expiratório forçado no 1 s; VEF1/CFV: relação volume expiratório forçado no 1 s e capacidade vital forçada; SpO2: saturação periférica de oxigênio; FR: frequência respiratória em incursões por minuto; ECA: enzima conversora de angiotensina; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; FC: frequência cardíaca. podendo ser influenciados pelas condições de saúde do indivíduo, os sistemas humanos sempre vão determinar o desencadeamento de ajustes centrais e periféricos (por mecanismos de alimentação/ retroalimentação) em busca da homeostasia frente a uma nova demanda imposta16,23. Como principal achado do presente estudo, foi visto um aumento no tempo de tolerância ao exercício físico na condição 75% da carga do teste incremental com CPAP. Borghi-Silva et al.7 viram diferença significativa no tempo de tolerância ao exercício físico em pacientes com IC quando submetidos à ventilação proporcional assistida com volumes e fluxos titulados de 5,7±1,5 H2O/l e 3,1±1,1 cmH2O.l–1.s–1 respectivamente , concomitante ao exercício de carga constante de alta intensidade (7080% da carga pico do teste incremental). Em outro trabalho, Chermont et al.8 também viram um aumento na tolerância ao exercício físico com aumento da distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos e reserva cronotrópica de pacientes com IC quando submetidos à CPAP – 6 cmH2O por 30 minutos antes do teste. Em protocolo de pesquisa similar, Lima et al.24 também viram aumento da distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos em pacientes com IC crônica quando submetidos à CPAP – 10 cmH2O previamente ao teste. Dempsey et al.1 têm mostrado que, em exercício físico de alta intensidade, ocorre redistribuição do fluxo sanguíneo da musculatura periférica para a musculatura ventilatória (teoria do roubo de fluxo). Isso ocorre devido à sobrecarga dos músculos ventilatórios, que demandam um incremento de 30% do débito cardíaco relativo. Como consequência, ocorre um menor aporte sanguíneo para a musculatura periférica, o que induzirá uma fadiga precoce. Nesse sentido, a associação do suporte ventilatório ao exercício físico pode amenizar o trabalho da musculatura ventilatória que, às custas de uma menor demanda metabólica, permite uma melhor redistribuição do fluxo sanguíneo para a musculatura periférica1, o que pode justificar nossos achados. Por outro lado, a melhora da performance cardíaca também pode ter sido responsável pelo aumento da tolerância ao exercício físico, uma vez que a aplicação da CPAP diminui a pressão transmural do ventrículo esquerdo, melhorando o débito cardíaco e diminuindo o volume sistólico final25. Nesse sentido, nossos resultados podem estar relacionados ao ganho na tolerância ao exercício físico que se deu pela melhora da oferta de oxigênio à musculatura periférica às custas da redistribuição do fluxo sanguíneo, mesmo com CPAP de 5 cmH2O. Ressaltamos que o aumento no tempo de tolerância foi acompanhado pelo aumento da FC por se tratar de uma maior demanda metabólica. Além do exposto, vimos uma redução na escala subjetiva de esforço (Borg CR-10) entre as condições Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227 223 Reis HV, Borghi-Silva A, Catai AM, Reis MS Tabela 2. Variáveis cardiorrespiratórias e da escala subjetiva de esforço (Borg CR-10) durante as condições de exercício físico estudadas. Variáveis 50% teste incremental 75% teste incremental RE CPAP RE CPAP FR (ipm) 14 (12-15) 13 (12-16) 14 (12-14) 14 (12-15) FC (bpm) 71 (56-80) 67 (56-78) 68 (56-73) 78 (56-80) PAS (mmHg) 110 (90-120) 100 (90-110) 110 (90-120) 110 (90-120) PAD (mmHg) 75 (70-85) 75 (70-85) 70 (80-90) 75 (70-85) Tempo de tolerância (s) 462 (315-505) 460 (360-503) 400 (350-495) 410 (361-501)† FC (bpm) 99 (95-120)* 98 (94-114)* 97 (93-102)* 104 (103-108)*† FR (ipm) 21 (18-22)* 20 (18-22)* 24 (22-26)* 23 (21-25)* PAS (mmHg) 130 (125-135) 130 (120-135) 145 (130-150)* 150 (135-160)* PAD (mmHg) Repouso Exercício físico submáximo - pico 85 (70-90) 90 (70-95) 90 (70-95) 90 (70-95) Dispneia (CR-10) 5(1-7) 5 (3-8) 5 (4-8) 5 (3-7) MMII (CR-10) 5 (2-7) 4 (2-7) 6 (3-8) 5 (3-7) Mediana (mín-máx). RE: respiração espontânea; CPAP: pressão positiva contínua nas vias aéreas; FR: frequência respiratória em incursões por minuto; FC: frequência cardíaca em batimentos por minuto; PAS: pressão arterial sistólica em mmHg; PAD: pressão arterial diastólica em mmHg; MMII: membros inferiores; CR-10: escala de Borg modificada 0-10. *p<0,05: repouso vs. exercício físico (teste de Wilcoxon). †p<0,05: RE vs. CPAP (Teste de Kruskall-Wallis com post-hoc de Dunn). Figura 3. Dados da coleta da VFC nas condições estudadas. (A) Dados de frequência cardíaca em bpm; (B) Dados dos intervalos R-R em ms; (C) Dados RMSSD em ms; (D) Dados SDNN em ms; *p<0,05. Teste de Kruskall-Wallis com post-hoc de Dunn. IR-R: intervalos R-R do sinal eletrocardiográfico; RMSSD: correspondente à raiz quadrada da média das diferenças sucessivas ao quadrado entre os iR-R adjacentes dividido pelo número de iR-R menos um em ms; SDNN (ms): desvio padrão de todos os iR-R em ms; RE: respiração espontânea; CPAP: pressão positiva continua na via aérea. 224 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227 CPAP e exercício físico na IC crônica RE e CPAP no exercício físico de carga constante proposto. Ainda que os dados não mostrem diferença estatística, alguns trabalhos26,27 mostraram que a mudança de dois pontos na escala de Borg reflete uma repercussão clínica importante. Esse dado ratifica nossa hipótese de que o fluxo sanguíneo foi mais bem distribuído na musculatura periférica na condição CPAP, o que levou a uma maior tolerância ao exercício físico. Com relação à VFC, estudos prévios28,29 têm demostrado que pacientes com IC crônica apresentam desbalanço simpatovagal em repouso e que isso pode ser atenuado com a titulação de nível pressórico adequado durante a aplicação em repouso da CPAP. No entanto, nossos resultados não revelaram diferenças entre os valores do índice SDNN (representativo da VFC total) nas condições de exercício físico estudadas. Esses achados suportam a hipótese de que a aplicação da CPAP com nível pressórico de 5 cmH20 não determinou grande repercussão hemodinâmica, uma vez que o aumento da pressão intratorácica (pela pressão positiva) pode gerar alterações hemodinâmicas relevantes30. Embora com protocolo de exercício físico e modalidade de VNI diferente, nossos dados corroboram os de Borghi-Silva et al.7 no estudo que avaliou o efeito da ventilação proporcional assistida durante o exercício físico sobre as variáveis débito cardíaco, volume sistólico e FC, avaliados de forma não invasiva por bioimpedância torácica. Os autores mostraram que os pacientes com IC crônica apresentaram melhora na tolerância ao exercício físico durante aplicação da ventilação não invasiva sem mudanças significativas nas variáveis hemodinâmicas. Concomitantemente, a análise da VFC mostrou uma queda da média dos iR-R com o aumento da média da FC nas condições de exercício físico em comparação à condição repouso. Esse achado pode ser facilmente explicado pelo aumento da demanda metabólica na transição repouso-exercício físico23-31 que está presente em indivíduos com disfunções cardiorrespiratórias crônicas, mesmo que influenciado pelas condições do paciente. Curiosamente, esses dados foram acompanhados de uma queda do índice RMSSD (representativo da modulação vagal). Isso infere que o ajuste da FC ao exercício físico possa ter ocorrido devido a uma menor modulação parassimpática, uma vez que esses indivíduos estavam em uso de β – bloqueadores, droga que sabidamente influencia a modulação simpática sobre o controle da FC32. Considerações metodológicas Um grupo maior de pacientes com IC crônica seria desejável. Porém, o número reduzido desse estudo se deve à complexidade da manifestação da IC que influenciou a perda amostral no decorrer da pesquisa. Outro aspecto se refere à influência do uso de β – bloqueadores sobre a análise da VFC, porém atualmente essa é a terapia de escolha para preservar a função cardíaca e a demanda metabólica do miocárdio em pacientes com IC crônica. Implicações para a fisioterapia Como vimos em nosso estudo, pacientes com IC crônica têm uma reduzida tolerância ao exercício físico e parecem se beneficiar da aplicação da VNI associada ao exercício físico. Isso posto, essa pode ser uma boa estratégia para o manejo desses pacientes em programas de fisioterapia cardiovascular para melhorar sua capacidade funcional. Conclusão Nosso estudo observou melhora da capacidade funcional dos pacientes com IC crônica quando submetidos à CPAP na carga de 75% do teste incremetal, porém sem melhora da tolerância ao exercício na carga de 50% do teste incremetal. Adicionalmente, não houve alteração significativa na VFC nas condições de exercício físico avaliadas. Além disso, foram vistos menores valores do índice RMSSD (representativo da modulação vagal) na transição repouso-exercício físico, sugestivos de predominância simpática no ajuste da FC às custas da menor modulação parassimpática quando submetidos a VNI. Agradecimentos À Fundação Carlos Chagas de Apoio da Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ - processo: E-26/110.827/2012) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq – processo: 487375/2012-2), pelo apoio financeiro. Adicionalmente, agradecem aos colegas do Grupo de Pesquisa em Fisioterapia Cardiorrespiratória (GECARE) do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):218-227 225 Reis HV, Borghi-Silva A, Catai AM, Reis MS Referências 1. Dempsey JA, Romer L, Rodman J, Miller J, Smith C. Consequences of exercise-induced respiratory muscle work. Respir Physiol Neurobiol. 2006;151:24250. PMid:16616716. http://dx.doi.org/10.1016/j. resp.2005.12.015 2. Gosker HR, Wouters EF, van der Vusse GJ, Schols AM. Skeletal muscle dysfunction in chronic obstructive pulmonary disease and chronic heart failure: underlying mechanisms and therapy perspectives. 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The predictive validity of the 6MST was assessed to determine a cut-off point for identification of low exercise capacity. Method: thirty-two COPD patients (50-87 years old) with mild to very severe obstruction performed the 6MST and 6MWT twice. Results: Concurrent validity: a strong positive correlation (Pearson) between the number of ascents on the first (T1), second (T2) and the best of both (T1 or T2) tests during the 6MWT was observed. Although a moderate negative correlation with BODE index and FEV1 was found, it was considered insufficient to test the validity, therefore ROC curves were not applied. The predictive validity (ROC) of the 6MST to identify low physical capacity (compared with the 6MWT) using the performance of T1 or T2, or solely T1 was considered accurate, and the area under the curve was 0.8 (IC95% 0.620.98) and 0.85 (IC95% 0.70-0.99), respectively. To classify patients, the cut-off points of 86 and 78 steps were chosen, with both values showing 90% of sensitivity and specificity of 64% and 68% for T1 or T2, or solely T1, respectively. Conclusion: The number of steps on the 6MST was valid to verify exercise capacity in COPD patients and the cut-off point of 78 steps was able to identify patients with poor exercise tolerance. Values under this cut-off point are considered to identify patients with a poorer prognosis. Keywords: COPD; physical therapy; validity; exercise test. Artigo registrado no Clinical trials.gov Identifier: NCT01298661 HOW TO CITE THIS ARTICLE Pessoa BV, Arcuri JF, Labadessa IG, Costa JNF, Sentanin AC, Pires Di Lorenzo VA. Validity of the six-minute step test of free cadence in patients with chronic obstructive pulmonary disease. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):228-236. http://dx.doi. org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0041 RESUMO | Objetivos: Avaliar a validade concorrente do desempenho no teste de degrau de seis minutos (TD6) em analisar a capacidade física da DPOC, relacionando-o com o teste de caminhada de seis minutos (TC6), bem como verificar a presença de validade de critério preditiva do TD6, determinando um valor de corte para identificar baixa capacidade física. Método: Trinta e dois pacientes com DPOC estágios leve-muito grave, de ambos os sexos, entre 50-87 anos, realizaram dois TD6 e dois TC6. Resultados: Validade concorrente: observou-se correlação forte positiva (Pearson) entre o número de subidas do primeiro (T1), segundo (T2) e do melhor dos dois (T1 ou T2) TD6 com a distância percorrida no TC6. Embora constatamos correlações negativas entre os desempenhos no TD6 com o índice BODE e VEF1, essas não foram suficientes para caracterizar validade, não sendo traçadas as curvas ROC. A validade preditiva (curvas ROC) do TD6 para identificar baixa capacidade física (comparação com o TC6), utilizando o desempenho do T1 ou T2 ou somente do T1, foi considerada acurada para alguns propósitos, sendo a área abaixo da curva de 0,8 (IC95% 0,62-0,98) e 0,85 (IC95% 0,70-0,99), respectivamente. Para classificar os pacientes, escolhemos o ponto de corte de 86 e 78 degraus, apresentando sensibilidade de 90% e 90% e especificidade de 64% e 68%, para T1 ou T2 e somente T1, respectivamente. Conclusão: O desempenho no TD6 apresentou-se válido para verificar capacidade física na DPOC e identificou pacientes com baixa capacidade física, utilizando como ponto de corte 78 degraus, em que valores abaixo disso representaram pior prognóstico. Palavras-chave: DPOC; fisioterapia; validade dos testes; teste de esforço. Artigo registrado no Clinical trials.gov Identifier: NCT01298661 Laboratório de Espirometria e Fisioterapia Respiratória, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil Laboratório de Fisioterapia Cardiorrespiratória, Universidade do Sagrado Coração (USC), Bauru, SP, Brasil Received: 05/13/2013 Revised: 08/13/2013 Accepted: 11/11/2013 1 2 228 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):228-236 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0041 Validade do TD6 na DPOC Introdução A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem como uma de suas características a diminuição da capacidade aeróbica1 e da força muscular2, que culmina na perda de funcionalidade e na intolerância ao exercício, sendo essas as consequências mais importantes dessa enfermidade3, as quais impactam de forma negativa a qualidade de vida desses pacientes 1. Assim, faz-se necessário avaliar a tolerância ao exercício nesses pacientes por meio de testes funcionais, pois eles são capazes de fornecer informações específicas sobre a capacidade funcional e a adaptação fisiológica frente ao esforço físico. O teste cardiopulmonar máximo é considerado o padrão- ouro para avaliar a tolerância ao exercício, pois avalia a capacidade funcional e as respostas anormais dos sistemas musculoesquelético, cardiovascular e respiratório, além de ser muito utilizado na prescrição e acompanhamento de treinamento físico na reabilitação cardiorrespiratória 4,5. Entretanto, seu uso torna-se limitado na prática clínica devido à complexidade do equipamento, ao alto custo operacional e à necessidade de técnicos treinados6. Assim, formas alternativas de avaliação aos testes máximos, como o teste de caminhada de seis minutos (TC6) e o teste de degrau de seis minutos (TD6) começaram a se destacar por serem práticos e de fácil execução na rotina clínica7,8. O TC6 é um teste utilizado em diversas populações9-13 e é considerado válido e reprodutível, além de também ser um preditor de morbidade e mortalidade para a população de pacientes com DPOC12,14. Em recente estudo, Spruit et al.15, em uma grande amostra de pacientes com DPOC (2110 pacientes), encontraram o valor de 334m como um preditor de mortalidade, sendo que 62,5% dos pacientes com valores inferiores a esse desempenho faleceram em um período de três anos, ressaltando o seu valor prognóstico. Apesar das vantagens apresentadas em relação ao TC6, o espaço físico necessário para sua execução, muitas vezes, é um fator limitante à sua utilização7,8, em especial na atenção primária, sendo então relevante encontrar alternativas nessas situações. Já o TD6 de cadência livre, executado em um degrau com dimensões fixas, tem sido considerado uma alternativa mais simples e vantajosa por exigir menor espaço físico e por ser portátil8,16. Estudos realizados há aproximadamente 80 anos já mostravam a importância do degrau na avaliação da aptidão física de indivíduos saudáveis com objetivo de verificar possíveis anormalidades nas respostas fisiológicas17,18. Schnaider e Karsten19 observaram que o desempenho no TD6 de cadência livre apresentou boa correlação com a distância percorrida no TC6 em pacientes com DPOC exacerbados hospitalizados, podendo substituir o TC6 em ambiente hospitalar. Machado et al.20 encontraram correlações significativas entre a oxigenação, fadiga de membros inferiores (MMII) e a pressão arterial diastólica no pico desses dois testes, concluindo que o TD6 pode ser aplicado quando não houver a possibilidade de realizar o TC6. Recentemente, o TD6 foi validado em pacientes com doença pulmonar intersticial8, mostrando-se reprodutível, seguro e sensível à dessaturação de oxigênio induzida pelo exercício, demonstrando ser um instrumento de fácil utilização, econômico e portátil8. Entretanto, atualmente não há diretrizes para a utilização do TD6 em pacientes com DPOC21, bem como não foi encontrada, na literatura, a validade de critério concorrente e preditiva desse teste em pacientes com DPOC. Sendo assim, os objetivos principais do presente estudo foram avaliar a validade concorrente do número de subidas no TD6 em analisar a capacidade física em pacientes com DPOC, relacionando-o com a distância percorrida no TC6, bem como verificar a presença de validade de critério preditiva do TD6, determinando um valor de corte para identificar pacientes com baixa capacidade ao exercício e com consequente pior prognóstico. Método Sujeitos do estudo Este estudo faz parte de um grande estudo observacional, prospectivo, transversal, realizado no Laboratório de Espirometria e Fisioterapia Respiratória da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil. O estudo mais amplo destinou-se a estudar as propriedades clinimétricas (validade e reprodutibilidade) do TD6 e do TC6 em três populações diferentes (pacientes com DPOC, jovens-adultos e idosos) e foi registrado no Clinical Trials. Gov. (NCT01298661). No caso deste estudo especificamente, objetivou-se estudar a validade do TD6 em pacientes com DPOC. Foram incluídos neste estudo 34 pacientes na faixa etária dos 50 aos 87 anos de idade, de ambos os sexos, encaminhados para atendimento na Unidade Especial de Fisioterapia Respiratória – UFSCar durante o período de junho de 2011 a julho de 2012, e eles foram convidados por meio de cartazes na universidade e vizinhança, em locais de rádio, televisão e jornais. Foram feitos contatos por telefone Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):228-236 229 Pessoa BV, Arcuri JF, Labadessa IG, Costa JNF, Sentanin AC, Pires Di Lorenzo VA e, se eles se enquadrassem nos critérios de inclusão, eram convidados a participar do estudo. Foram adotados como critérios de inclusão no estudo: pacientes com diagnóstico clínico e espirométrico de DPOC, classificados como obstrução de leve a muito grave21, clinicamente estáveis, sem história de infecções ou exacerbação dos sintomas respiratórios nos três meses anteriores ao estudo. Adotou-se como critério de exclusão: pacientes com doença pulmonar exacerbada, doenças cardiovasculares descompensadas, neuromusculares, reumáticas ou ortopédicas que impossibilitassem de realizar os testes por limitação ao exercício, com exceção da hipertensão arterial controlada sem o uso de betabloqueadores; os que não completaram um dos testes ou protocolo proposto e os com a saturação periférica de oxigênio (SpO2) abaixo de 80% aos esforços físicos. Todos os participantes assinaram um termo de consentimento do estudo mais amplo, que incluía todas as avaliações e análises utilizadas no presente estudo. O estudo amplo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (parecer n°009/2011). Procedimento experimental Todos os pacientes foram submetidos a dois dias de avaliação, com intervalo mínimo de 48 horas entre eles. No primeiro dia, foi realizada a anamnese e exame físico, a fim de coletar dados a respeito de suas características antropométricas, sinais vitais, medicamentos utilizados, antecedentes familiares, hábitos de tabagismo e presença de tosse ou dispneia. Nesse mesmo dia, foram realizados dois testes de um mesmo tipo, podendo ser o TD6 ou o TC6, sendo a ordem determinada por sorteio. No segundo dia, foram realizados a avaliação da composição corporal e o teste que não foi sorteado no primeiro dia. Teste de caminhada de seis minutos (TC6) O TC6 foi realizado em um corredor plano com 30 metros de comprimento e 1,5 de largura. Os pacientes foram orientados e incentivados a caminhar a maior distância possível durante seis minutos, utilizando frases padronizadas a cada minuto7. O TC6 foi realizado duas vezes no mesmo dia, com intervalo de 30 minutos entre eles. Para as análises, utilizou-se a distância percorrida nos testes. A SpO2 (Nonin®, modelo 2500, Minneapolis, Mn, USA), a frequência cardíaca (FC, Polar Vantage NVTM ®, modelo 1901001, Kempele, Oulu, Finlândia), os sintomas de dispneia e fadiga de MMII foram verificadas pela escala de Borg modificada CR1022, e as medidas da pressão arterial 230 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):228-236 (PA) foram verificadas no repouso e imediatamente após os testes. Teste de Degrau de Seis Minutos (TD6) O TD6 foi realizado por dois avaliadores, um para comandar o teste e o outro para realizar a contagem de degraus. Foi utilizado como ergômetro um degrau de 20 cm de altura, com piso de borracha antiderrapante8. Visando a uma melhor reprodutibilidade, o teste seguiu os mesmos princípios da American Thoracic Society7 para o TC6, utilizando, inclusive, as mesmas frases de incentivo padronizadas a cada minuto. Os pacientes foram orientados a subir e descer o degrau por seis minutos, objetivando o maior número possível de degraus nesse tempo (cadência livre), podendo intercalar os MMII, sem o apoio dos membros superiores, os quais permaneceram estacionários ao longo do corpo. Assim, como no TC6, a SpO2, FC, PA e os sintomas de dispneia e fadiga de MMII22 foram verificadas no repouso e imediatamente após os testes e no período de recuperação. Para as análises, utilizou-se somente o desempenho no teste (número de subidas no degrau). Avaliação da composição corporal Foi realizada por meio de uma balança de impedância bioelétrica de tecnologia bipolar (Tanita®, modelo BC-553, Illinois, USA). Realizou-se a análise da massa corporal e massa muscular (MM)23 e, posteriormente, foi calculado o índice de massa corporal (IMC) = massa corporal (kg)/altura2(m) e o índice de massa magra (IMM) = MM(kg)/ altura2(m)24. Teste de função pulmonar Foi realizado pré e pós-broncodilatador pelo pneumologista responsável, com intuito de verificar o grau de obstrução, segundo as normas da American Thoracic Society/European Respiratory Society (ATS/ERS)25. Os valores obtidos foram comparados aos previstos para a população brasileira26. Índice BODE Os pacientes com DPOC realizaram todas as medidas necessárias para calcular esse índice. Esse índice multidimensional é composto pelo IMC, grau de obstrução das vias aéreas (VEF1% previsto pósbroncodilatador)21,26, dispneia (escala de dispneia Medical Research Council) 27 e pela distância percorrida no TC67. Os pacientes receberam pontos de acordo com os resultados obtidos nas quatro Validade do TD6 na DPOC variáveis (0-1 para o IMC e 0-3 para VEF1, dispneia e distância percorrida no TC6)28. O índice BODE pode ser dividido em quartis: quartil 1 é o escore de 0-2; quartil 2 é o escore de 3-4, quartil 3 é o escore de 5-6 e quartil 4 é o escore de 7-1028, sendo que, quanto maior a pontuação, maior a probabilidade de mortalidade dos pacientes28. Análise estatística Para o cálculo do tamanho amostral, os autores consideraram que seria encontrada uma correlação de r=0,80 entre os desempenhos dos testes, utilizando como hipótese nula uma correlação abaixo de r=0,5 para que o valor de r fosse considerado moderado, assumindo um erro α de 5% e erro β de 20%29. De acordo com esses dados, o tamanho da amostra foi calculado como sendo de 29 indivíduos, correspondendo a um poder estatístico de 80%. A normalidade dos dados foi verificada por meio do Teste Shapiro-Wilk. Os dados foram expressos em média e desvio padrão para os dados com distribuição normal e em mediana (intervalo interquartílico) para os dados que não apresentaram distribuição normal. O nível de significância adotado foi de 5%. A validação do TD6 foi verificada utilizando-se a validade de critério concorrente e preditiva. Para a primeira, foram traçadas correlações (Coeficiente de Correlação de Pearson)30,31 entre os desempenhos do TC6 e do TD6, utilizando-se os valores de T1 (primeiro teste) ou T2 (segundo teste) para ambos os testes, também foi calculado o mesmo coeficiente para verificar a relação entre o T1 do TD6 com a escolha do melhor dos dois testes (T1 ou T2) do TC6. Para verificar a relação entre o desempenho no TD6 e o índice preditor de mortalidade BODE, foi utilizado o Coeficiente de Correlação de Spearman. Para a classificação desse coeficiente, o critério utilizado foi o de que r>0,7 indicaria que o instrumento apresenta validade32. Para a validade de critério preditiva, foram traçadas curvas ROC para verificar a sensibilidade e especificidade do TD6 em classificar os pacientes com DPOC. A escolha do ponto de corte foi determinada a partir da maior sensibilidade e especificidade para o número de subidas no degrau do melhor dos dois testes (T1 ou T2) e somente do T1. Para tanto, foi utilizada a área abaixo da curva como critério para determinar a validade do teste, sendo que, se o teste apresentasse valores abaixo de 0,7, seria considerado com baixa acurácia, os valores acima de 0,7 e abaixo de 0,9, como acurados para alguns propósitos, e aqueles com valores acima de 0,9 seriam considerados com alta acurácia33. Para verificar se o TD6 apresentava validade para classificar os pacientes com baixa capacidade física, foi utilizado como teste de referência o TC6, com o valor de corte de 334 m15. Segundo Spruit et al.15, esse valor de corte de 334 m é considerado um preditor de mortalidade, sendo assim, os pacientes com DPOC que apresentaram distância percorrida no TC6 abaixo desse valor faleceram em um período de três anos, ressaltando o seu valor prognóstico. Resultados Foram incluídos neste estudo 34 pacientes, sendo que dois foram excluídos por não completarem as avaliações (desistência). Dos 32 pacientes (24 do sexo masculino e oito do feminino) incluídos nas análises, dois apresentavam DPOC grau I; nove, DPOC grau II; 15, DPOC grau III e seis, DPOC grau IV21. As características da amostra estão expressas na Tabela 1. A Tabela 2 mostra o desempenho no TC6 e no TD6 nos pacientes com DPOC avaliados. Validade de critério concorrente Os valores de desempenho no T1, T2 e no T1 ou T2 do TD6 apresentaram correlação forte positiva Tabela 1. Características antropométricas, espirométricas e índice BODE dos pacientes com DPOC avaliados. Variáveis Pacientes DPOC (n=32) Antropométricas Idade (anos) 69±10 Peso (kg) 67±12 Altura (m) 1,6±0,1 IMC (kg/m2) 25±4 IMM (kg/cm ) 15,4±5,2 Gordura Corporal (%) 24,0±12,1 2 Espirométricas CVF (%) 62,7±19,3 VEF1 (%) 45,8±17,7 VEF1/CVF 54,1±12,8 Índice BODE 3 (1-4) Valores expressos em média ± desvio padrão e em mediana (intervalo interquartílico). DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica; IMC: Índice de massa corpórea; IMM: Índice de massa magra; CVF: Capacidade vital forçada; VEF1: Volume expiratório forçado no primeiro segundo; VEF1/CVF: Relação do volume expiratório forçado no primeiro segundo pela capacidade vital forçada; Índice BODE: Body mass index, Obstruction, Dyspnea and Exercise capacity. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):228-236 231 Pessoa BV, Arcuri JF, Labadessa IG, Costa JNF, Sentanin AC, Pires Di Lorenzo VA estatisticamente significativa com a distância percorrida no TC6 em todos os testes, podendo ser considerado válido para verificar a capacidade física dos pacientes com DPOC (Tabela 3; Figura 1). Ainda, constatamos correlação fraca negativa significativa entre o desempenho no TD6 e o índice BODE e correlação fraca significativa entre os desempenhos no TD6 e o VEF1, entretanto essas não foram suficientes para caracterizar validade (Tabela 3). especificidade de 64% (Figura 2). Entretanto, para o número de subidas no degrau no T1, o ponto de corte escolhido foi de 78 degraus, apresentando sensibilidade de 90% e especificidade de 68% para classificar os pacientes com DPOC (Figura 2). Não foram traçadas as curvas ROC para o índice BODE e para o VEF1, uma vez que não foi encontrada a validade constructo para essa finalidade. Validade de critério preditiva A validade de critério do TD6 para identificar baixa capacidade física (comparação com o TC6), utilizando o número de subidas no degrau no T1 ou T2 ou somente no T1, foi considerada acurada para alguns propósitos, sendo a área abaixo da curva de 0,8 (IC95% 0,62–0,98) e de 0,85 (IC95% 0,70–0,99), respectivamente. Para o número de subidas no degrau no T1 ou T2, o ponto de corte escolhido foi de 86 degraus, apresentando sensibilidade de 90% e Discussão Tabela 2. Desempenho nos testes de caminhada de seis minutos e de degrau de seis minutos nos pacientes com DPOC. Pacientes DPOC (n=32) TD6 TC6 (degraus) (distância percorrida, m) Até o presente momento, este é o primeiro estudo a encontrar a validade de critério preditiva do TD6 em identificar pacientes com baixa capacidade física e com consequente pior prognóstico na DPOC. O número de subidas no degrau no TD6 apresentou-se válido para avaliar a capacidade física em pacientes Tabela 3. Correlações entre os desempenhos no TD6 e TC6 nos pacientes com DPOC. Pacientes DPOC TD6 - T1 TD6 -T2 TD6 - T1 ou T2 TC6 - T1 0,734* 0,777* 0,768* TC6 - T2 0,733* 0,739* 0,739* TC6 – T1 ou T2 0,750* 0,766* 0,764* T1 76,7±19,6 380,4±107,8 VEF1 0,466* 0,376* 0,385* T2 82,4±20,7 391,0±94,0 Índice BODE -0,503* -0,457* -0,451* T1 ou T2 83,2±20,2 402,4±102,3 Valores expressos em média ± desvio padrão. T1 e T2: Primeiros e segundos testes, respectivamente; T1 ou T2: Escolha do melhor dos dois testes; TD6: Teste de degrau de seis minutos; TC6: Teste de caminhada de seis minutos. T1 e T2: Primeiros e segundos testes, respectivamente; T1 ou T2: Escolha do melhor dos dois testes; TD6: Teste de degrau de seis minutos; TC6: Teste de caminhada de seis minutos; VEF1: Volume expiratório forçado no primeiro segundo; Índice BODE: Índice Body mass index, Obstruction, Dyspnea and Exercise capacity; *: p<0,05. Figura 1. Relação entre os desempenhos nos dois testes funcionais nos pacientes com DPOC. A: TD6 -T1 ou T2 x TC6 -T1 ou T2; B: TD6 -T1 x TC6 -T1 ou T2. DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica; TC6-T1 ou T2: Escolha do melhor desempenho entre os dois primeiros testes de caminhada de seis minutos; TD6-T1: Primeiro teste de degrau de seis minutos; TD6-T1 ou T2: Escolha do melhor desempenho dos dois testes de degrau de seis minutos. 232 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):228-236 Validade do TD6 na DPOC Figura 2. Sensibilidade e especificidade do TD6 em predizer a capacidade física de pacientes com DPOC, utilizando como referência o TC6 - T1 ou T2, com ponto de corte de 334m. TC6: Teste de caminhada de seis minutos; TC6 – T1 ou T2: Escolha do melhor desempenho entre os dois testes de caminhada de seis minutos; TD6- T1: Primeiro teste de degrau de seis minutos; TD6T1 ou T2: Escolha do melhor desempenho entre os dois testes de degrau de seis minutos. com DPOC, podendo identificar pacientes com baixa tolerância ao exercício e pior prognóstico; assim sugerimos que esse teste possa ser utilizado para tal propósito. O TD6 tem se mostrado útil clinicamente na estimativa da tolerância ao exercício na DPOC34, além de necessitar de mínimo espaço físico e de somente dois avaliadores durante a sua execução8,16. Ressalta-se que o TD6 comparado ao TC6 é um teste que utiliza uma musculatura mais localizada (quadríceps) e, segundo Swinburn et al.35, o TD6 (subir 15 degraus/min, sendo a altura do degrau de 25 cm de altura) proporciona maior estresse metabólico e ventilatório comparado ao teste de exercício em cicloergômetro e ao TC6 em pacientes com DPOC. Assim, sugerimos que o TD6 pode avaliar melhor o nível de esforço físico desses pacientes. Pessoa et al.36 concluíram que o TD6, os dois primeiros minutos do teste do degrau (TD2) e o teste de sentar-levantar da cadeira de dois minutos podem ser alternativas para avaliar as limitações funcionais dos pacientes com DPOC, pois apresentaram respostas metabólicas, ventilatórias, cardiovasculares e dispneia similares. Em relação ao TC6, esse é um teste amplamente utilizado para verificar a capacidade física de pacientes com DPOC. Diversos estudos mostram ter encontrado relação entre a distância percorrida no TC6 e o consumo de oxigênio (VO2) pico no teste cardiopulmonar, considerado o padrão-ouro12,37-41. Outro estudo verificou a relação entre o TC6 e outros testes que avaliam diferentes aspectos de capacidade funcional e encontrou relação entre a distância percorrida e a atividade de sentar e levantar (r=0,67), o equilíbrio estático (r=0,52) e a velocidade da marcha (r=-0,71)42. Além disso, esse teste já teve sua validade de critério avaliada, podendo ser utilizado para predizer mortalidade12,13,15,43. Todas essas características permitem utilizá-lo como teste de comparação para a construção da validade de outros testes funcionais. Quanto à validade de critério concorrente para o TD6, observamos relação forte positiva significativa (r=0,734) entre o desempenho nesse teste e a distância percorrida no TC6. A relação entre os dois testes já foi estudada por Machado et al.20 em 2008. Esses autores encontraram valores sem diferença estatística entre as variáveis fisiológicas (FC e SpO2) e subjetivas (percepção de esforço) e relatam não ter encontrado nenhuma correlação entre as variáveis dos dois testes, entretanto não está explicitado se o desempenho nos dois testes foram correlacionados. Cabe ressaltar que, nesse estudo, o degrau utilizado tinha 14,5 cm, o que difere do presente estudo, no qual o degrau utilizado teve 20 cm de altura. Ainda, Schnaider e Karsten19 observaram que o número de subidas no TD6 de cadência livre apresentou boa correlação (r=0,706; p<0,001) com a distância percorrida no TC6 em pacientes com DPOC exacerbados hospitalizados. Entretanto, destaca-se que esses autores utilizaram um degrau de 15 cm de altura por 40 cm de profundidade e 60 cm de largura e realizaram apenas um teste. O presente estudo foi o primeiro a verificar que esse teste, nas características metodológicas descritas anteriormente, consegue verificar a diminuição da capacidade funcional decorrente da DPOC por ter relação com o TC6. Também mostrou que o TD6 apresentou correlação com o índice prognóstico BODE e com o VEF1, apesar de ela ser considerada fraca, sugerindo que o desempenho no TD6 pode ser considerado um marcador da gravidade da doença. Corroborando, outros estudos mostraram que o índice prognóstico BODE se relacionou com outros métodos de avaliação da funcionalidade, tais como o teste de sentar e levantar da cadeira de dois minutos e o TC6 realizado em esteira rolante44, o nível de atividade física na vida diária45 e a limitação nas atividades da vida diária46. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):228-236 233 Pessoa BV, Arcuri JF, Labadessa IG, Costa JNF, Sentanin AC, Pires Di Lorenzo VA Encontrou-se validade de critério preditiva para o T1 ou T2 ou somente o T1 do TD6, utilizando o TC6 como teste de comparação padrão para classificar os indivíduos com DPOC quanto à sua capacidade física. Para ambas as comparações, o TD6 apresentou-se acurado para alguns propósitos segundo a classificação de Swets33, o que sugere que o nosso estudo não apresentou resultados que permitam a utilização desse teste como critério para definição de intervenções cirúrgicas, como, por exemplo, o transplante pulmonar, sem antes um novo estudo que verifique se é adequado para esse propósito. Pelo fato de o T1 apresentar validade tanto de critério concorrente como preditiva, pode-se sugerir que não há necessidade de um teste de familiarização, o que faz com que esse teste seja interessante para avaliar grandes amostras. Utilizando o ponto de corte de 78 degraus, pacientes que apresentem valores menores ou iguais a esse podem ser classificados como baixa capacidade física, sugerindo a necessidade de intervenção fisioterapêutica. No entanto, é importante considerarmos que o presente estudo apresentou uma amostra inferior ao ideal para verificar validade de critério, o que sugere a realização de futuros estudos. Limitações do estudo Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Brasil. Referências 1. Dourado VZ, Tanni SE, Vale SA, Faganello MM, Sanchez FF, Godoy I. Systemic manifestations in chronic obstructive pulmonary disease. J Bras Pneumol. 2006;32(2):161-71. PMid:17273586. 2. Spruit MA, Franssen FM, Rutten EP, Wagers SS, Wouters EF. Age-graded reductions in quadriceps muscle strength and peak aerobic capacity in COPD. Rev Bras Fisioter. 2012;16(2):148-56. PMid:22378475. http://dx.doi. org/10.1590/S1413-35552012005000011 3. Corrêa KS, Karloh M, Martins LQ, Santos K, Mayer AF. Can the glittre ADL test differentiate the functional capacity of COPD patients from that of healthy subjects? Rev Bras Fisioter. 2011;15(6):467-73. PMid:22094546. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552011005000034 4. 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Agradecem ao apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (processo: 508310/2010-5) e da Coordenação de 234 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):228-236 8. Dal Corso S, Duarte SR, Neder JA, Malaguti C, Fuccio MB, Castro Pereira CA, et al. A step test to assess exerciserelated oxygen desaturation in interstitial lung disease. Eur Respir J. 2007;29(2):330-6. PMid:17050559. http://dx.doi. org/10.1183/09031936.00094006 10. Aquino ES, Mourão FA, Souza RK, Glicerio BM, Coelho CC. Comparative analysis of the six-minute walk test in healthy children and adolescents. Rev Bras Fisioter. 2010;14(1):75-80. PMid:20414565. http://dx.doi. org/10.1590/S1413-35552010000100012 11. Jones LW, Hornsby WE, Goetzinger A, Forbes LM, Sherrard EL, Quist M, et al. Prognostic significance of functional capacity and exercise behavior in patients with metastatic non-small cell lung cancer. Lung Cancer. 2012;76(2):24852. 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Bueno1, Eloisa Tudella1, Jadiane Dionisio2 ABSTRACT | Background: Infants with Down syndrome present with organic and neurological changes that may lead to a delay in the acquisition of motor skills such as kicking, a fundamental skill that is a precursor of gait and is influenced by intrinsic and extrinsic factors. Therefore, this movement should be taken into account in early physical therapy interventions in infants. Objective: To analyze and to compare the effect of additional weight on the frequency of kicks in infants with Down syndrome and infants with typical development at 3 and 4 months of age. Method: Five infants with Down syndrome and five with typical development at 3 and 4 months of age were filmed. The experiment was divided into four experimental conditions lasting 1 minute each: training, baseline, weight (addition of ankle weight with 1/3 the weight of the lower limb), and post-weight. Results: There were significant differences between groups for all variables (p<0.05), with lower frequencies observed for infants with Down syndrome in all variables. There were significant differences between the experimental conditions baseline and post-weight (p<0.001) for both groups in the frequency of contact and success, with a higher frequency in the post-weight condition. Conclusions: The weight acted as an important stimulus for both groups, directing the kicks toward the target and improving the infants’ performance in the task through repetition, however, the infants with Down syndrome had lower frequencies of kicks. Keywords: early intervention; child development; rehabilitation. HOW TO CITE THIS ARTICLE Santos GL, Bueno TB, Tudella E, Dionisio J. Influence of additional weight on the frequency of kicks in infants with Down syndrome and infants with typical development. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):237-244. http://dx.doi.org/10.1590/ bjpt-rbf.2014.0029 Introduction Down syndrome is caused by a trisomy of chromosome 21, with an incidence of approximately 1/700 live births1, and it is associated with various complex clinical phenotypes, such as a smaller size of the cerebellum and the temporal and frontal lobes1,2. Some neuromotor changes are also observed, such as muscular hypotonia, joint hyperextensibility, and disturbance in the postural control and balance mechanism, which restrict the proper execution of voluntary movements3-5. Moreover, infants with Down syndrome may have cognitive deficits which can influence the performance of motor tasks6. These characteristics or organic changes can lead to a delay in the acquisition of motor skills such as reaching, sitting, and kicking, which are precursors to the development of more complex skills such as crawling and walking7-9. The kick is one of the earliest motor behaviors, being observed from intrauterine life10. It is characterized by the cycle of flexion movement of the joints of one or both lower limbs, followed by extension and flexion again11,12. Between the age of 1 and 4 months, there is a marked decline in the number of alternating leg movements followed by a period in which there is the emergence of unilateral kicking and, at about 4-5 months, the new patterns of bilateral coordination become more prominent 13. Moreover, around 5 months, the infants prefer to reach to explore the environment, reducing the frequency of kicks14. Thus, throughout the development of this ability, infants present in-phase and out-of-phase movements and intra- and interlimb coordination, which favors increased strength and limb coordination13. Thus, with a more developed movement pattern, the infant is able to perform complex tasks such as crawling and walking10,15-18. The movement of kicking as a motor ability is influenced by the interaction between elements of Department of Physical Therapy, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brazil School of Physical Education and Physical Therapy (FaeFi), Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Uberlândia, MG, Brazil Received: 05/16/2013 Revised: 10/06/2013 Accepted: 12/03/2013 1 2 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0029 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):237-244 237 Santos GL, Bueno TB, Tudella E, Dionisio J. the organism, environment, and task specificity18-20. In order to verify the influence of factors extrinsic to the organism (mobile reinforcement and additional weight), some authors15 examined the movement of kicking in healthy 4-month-olds by using a reinforcement task of kicking a touch pad which activated a mobile and adding an ankle weight of 5% the total mass of the limb to the lower limbs. For this, the authors designed the following experimental protocol: 2 minutes of baseline (spontaneous kicking), 8 minutes of acquisition (mobile reinforcement with weight), and 4 minutes of extinction (spontaneous kicking). The authors observed that the variable frequency of contact, which indicates if the infant is able to learn the task, increased during acquisition. This finding suggested that 4-month-olds could effectively accomplish the ‘mobile with weight’ task and these infants displayed a significant learning effect in the acquisition condition. Another study21 examined the influence of factors extrinsic to the organism, but in children with Down syndrome with corrected chronological age ranging from 4 to 6 months compared with typically developing children matched for chronological age and motor age, defined by the psychomotor items of the Bayley Scales of Infant Development. For this, the infants were positioned in supine and their lower limb movements were filmed for 8 minutes in four experimental conditions: control (no stimulus), verbal (verbal stimulus with caregiver), mobile (with visual stimulus of the mobile), and enriched (with verbal stimuli and touch from the caregiver). The authors found no difference between groups in the frequency of lower limb movements in any of the experimental conditions, however the infants demonstrated fewer of the more complex movements. Moreover, the authors found differences in frequency between the conditions of movement, with an increase of frequency of limb movements in the verbal condition when compared with control condition, followed by a decrease in the mobile condition, and subsequently an increase in the enriched condition. Thus, the authors concluded that the context influences the frequency of lower limb movements. Given the above, it appears that the gradual increase in weight acts as an important stimulus for muscle strengthening and a more coordinated movement of the lower limbs, in addition to being highly correlated with the time of onset of gait, as observed in healthy infants18,20. Furthermore, these authors verify the additional influence of weight on the frequency of kicks because the additional weight alters both the environmental (gravitational 238 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):237-244 torque) and organismic (moment of inertia) context of constraints15,18. It has already been demonstrated that factors extrinsic to the organism (mobile and verbal stimulus) influence the behavior of kick in infants with Down syndrome, however, there are no studies that have investigated the effect of additional weight in these infants. This gap in the literature justifies this work, in which the results will provide a better understanding of the motor development of infants with Down syndrome and support for physical therapy treatment in this population, favoring a more complex pattern of movement and influencing the time of onset of gait. Therefore, this study aims to analyze and compare the variables frequency of kicks, frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the pad with and without additional weight in 3 and 4-month-old infants with Down syndrome and typical infants. To this end, the following hypotheses were tested: 1) the variables frequency of kicks, frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the touch pad in infants with Down syndrome will be significantly lower when compared to typical infants due to organic changes such as hypotonia and muscle weakness; 2) the variables frequency of kicks, frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the pad will not be significantly different between 3 and 4 months of age for the group with Down syndrome due to delayed motor development; 3) these variables will be significantly lower at four months of age for the group of typical infants because it is the acquisition phase of reaching and grasping movements when infants prefer to explore the environment with their hands and the frequency of kicks decreases; 4) the variables frequency of kicks, frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the touch pad will be significantly lower in the weight experimental condition compared to the baseline and post-weight experimental conditions due to the greater difficulty of the task; and 5) these variables will be higher in the post-weight experimental condition when compared to the baseline experimental condition because it favors learning and a more complex kick pattern. Method This experimental and longitudinal study was approved by the Human Research Ethics Committee of Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brazil (Process No. 081/2006). The Influence of additional weight in infants subjects were selected from two Basic Health Units of São Carlos, and the parents signed a consent form agreeing to the participation of the infants in the study, which included a convenience sample. Participants The study included 5 infants with Down syndrome and 5 infants with typical development (Table 1). The infants did not play with mobiles at home, but only with plush toys held by their caregivers. The infants with Down syndrome were not participating in any therapy programs. The typically developing group was matched for gender and chronological age with the Down syndrome (DS) group. Infants with orthopedic or sensory changes, hearing loss or cardiac complications were excluded. The diagnosis of DS was confirmed by the medical report of cytogenetic analysis. Subject participation was interrupted if they were absent from any of the two assessments, if they showed events that could influence the results or when their parents did not want to continue. Procedures The children were assessed on their 3 and 4 month birthday, considering a range of approximately ±5 days. At the Laboratory, the infants were undressed by their mother and the examiner collected the anthropometric measurements (weight and total body length, length, and circumference of thighs and legs, length and width of feet) to estimate the mass of each lower limb22. After these procedures, infants were positioned in supine on a table developed for the study and stabilized by their shoulders by a research assistant. At the lower end of the table, there was a touch pad that when lifted by the infant’s feet, activated a mobile set at a height of approximately 30 cm above the infant’s face, acting as visual and auditory stimulus for the performance of kicks12. The touch pad position was defined by of multiplication the length of the infant’s lower limb by sine 30°15. The experiment was divided into four conditions: 1) training (T) - the infant’s feet were placed by the examiner on the touch pad to activate the mobile, being performed three times with each limb separately and three times with both limbs together; 2) baseline (BL) - infants were free to perform kicks and could raise the touch pad with their feet and activate the mobile; 3) weight (W) - identical to the previous condition, however the infant had an ankle weight corresponding to 1/3 the weight of the lower limb; 4) post-weight (PW) - same as BL. In each condition, 1 minute was allowed for the performance of kicks and a 30-second interval was given between conditions 2, 3, and 4 for the placement or removal of the ankle weight. The entire test lasted about 5 minutes (Figure 1). Throughout the procedure, the infants remained in an active, alert state23. To record the assessments, two JVC digital cameras were used (Model GY DV-300) mounted on tripods positioned anterolaterally to the chair, one on each side, with two light sources placed next to the cameras and directed towards the wall. After the recordings, an examiner placed a black bar over the infants’ faces to conceal their identity. After viewing the infants in the video, another examiner counted the frequencies of motions according to the variables defined below. This count was performed by a single examiner. Variables analyzed Kicking movement was defined as the movement of one or both lower limbs, starting from full flexion of the hip, knee, and ankle to extension and returning to the starting position, thus indicating a kicking cycle11,12. From this definition, the following variables were evaluated: 1) frequency of kicks, which corresponds to the total number of kicks performed Table 1. Demographic data of patients (n=10). Down Syndrome Number of subjects (male/female) Typical p-value 5 (3/2) 5(3/2) ---- Gestational age (week) 36.60 (±0.45) 37.40 (±0.54) 0.05 Birth Weight (Kg) 2.11 (±0.12) 2.70 (±0.32) 0.013* Birth Height (cm) Apgar 42.14 (±0.56) 43.02 (±0.64) 0.65 1 st 8.6 (±0.45) 9.0 (±0.00) 0.17 5 th 9.4 (±0.53) 9.6 (±0.44) 0.58 *The differences are tested using the t-test for independent samples and found significant differences between groups for the variable weight Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):237-244 239 Santos GL, Bueno TB, Tudella E, Dionisio J. Figure 1. Temporal representation of experimental conditions. by the infant in each experimental condition; 2) frequency of foot contact with the touch pad, which represents the number of kicks with one or both feet (simultaneously or not) directed towards the touch pad that made contact with it; 3) frequency of success to raise the touch pad, which occurred when one or both feet (simultaneously or not) made contact with the touch pad, raising it and activating the mobile12,23. Statistical analysis The Shapiro-Wilk normality test and Levene’s test for homogeneity of variance were performed. Then, three-way MANOVA (group, age, and condition) followed by Tukey’s post hoc was performed for each dependent variable (frequency of kicks, frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the touch pad). All p-values <0.05 were considered significant. Data were organized and tabulated using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 17). Following the above-mentioned analysis, we performed a power calculation, resulting in a power of 98% for the variable frequency of success in raising the touch pad in infants with DS when comparing the baseline and post-weight conditions at 3 months (BL - mean 2.2±0.84 and PW - mean 5.0±0.71) and a power of 97.6% at 4 months (BL - mean 2.6±1.14 and PW - mean 7.2±1.48). Results Significant differences were found when comparing groups for the variables frequency of kicks [F=1.08, p=0.011], frequency of foot contact with the touch pad, [F=6.63, p=0.013] and frequency of success in raising the touch pad [F=13.32, p=0.001], with DS infants showing a lower frequency when compared to typical infants (Figures 2, 3, and 4). There was no significant difference between ages [F=1.73, p=0.195] in the DS group for the variables frequency 240 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):237-244 of kicks [F=2.05, p=0.159], frequency of foot contact with the touch pad [F=6.63, p=0.013], and frequency of success in raising the touch pad [F=0.17, p=0.679] (Figure 1B). However, for the group of typical infants, there were differences between ages for frequency of kicks [F=6.18, p=0.001], frequency of foot contact with the touch pad [F=4.45, p=0.001], and frequency of success in raising the touch pad [F=3.76, p=0.001], with 3-month-olds showing a higher frequency of kicks, except in the experimental weight condition (Figures 2, 3, and 4). In the latter condition, the frequency of kicks was lower (p<0.001) when compared with the post-weight condition in both groups and ages. Additionally, the frequency of foot contact with the touch pad and the frequency of success in raising the touch pad was lower in the weight condition when compared to the baseline (p<0.001) and post-weight (p<0.001) conditions. Furthermore, the frequency of contact and frequency of success in raising the touch pad in the baseline condition was lower when compared to the post-weight condition (p<0.001; Figures 2, 3, and 4). Discussion The present study analyzed and compared the frequency of kicks with and without additional weight in infants with DS and infants with typical development at 3 and 4 months of age. We found that infants with DS showed lower frequencies when compared to the group of typical infants in the variables frequency of kicks, frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the touch pad, confirming the first hypothesis. This result can be explained by the high incidence of muscle coactivation24, hypotonia25, and ligament laxity21. These characteristics hinder the transmission of contractile forces to the bone structures26 and the ability to maintain concentric and eccentric contraction of the leg muscles against Influence of additional weight in infants Figure 2. Frequency of kicks of infants with Down syndrome and typical infants at 3 and 4 months of age in the baseline (BL), weight (W), and post-weight (PW) conditions. Figure 3. Frequency of foot contact with the touch pad in infants with Down syndrome and typical infants at 3 and 4 months of age in the baseline (BL), weight (W), and post-weight (PW) conditions. Figure 4. Frequency of success of infants with Down syndrome and typical infants at 3 and 4 months of age in raising the touch pad in the baseline (BL), weight (W), and post-weight (PW) conditions. gravity during the task25. Thus, these factors restrict the movements of infants with DS and make it difficult for them to challenge gravity and explore the environment. Furthermore, these infants can have cognitive deficits that affect the execution of motor tasks due to comprehension difficulties6. Given these characteristics and their consequences, infants with DS have a delay in the acquisition of motor skills and a slower development of these skills; however, it is noteworthy that the development of these infants occurs in the same sequence as typical infants7,9,21. Thus, the present study confirms previous Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):237-244 241 Santos GL, Bueno TB, Tudella E, Dionisio J. studies when confirming the second hypothesis, namely, that there was no significant difference between DS infants at 3 and 4 months of age in the variables frequency of kicks, frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the touch pad. For the group of typical infants, significant differences were observed between ages 3 and 4 months in the variables frequency of kicks, frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the touch pad. It was observed that in the baseline and post-weight conditions, these variables were lower at 4 months of age because between 3 and 6 months of age, infants begin to perform reaching movements, exploring the external environment with their upper limbs16,27 and reducing the frequency of kicks23. However, it was observed in the weight condition that 3-month-olds had a lower overall frequency of kicks compared to 4-month-olds because the former have less muscle strength and the additional weight made the performance of the movement and task more difficult23. These results refute the third hypothesis. Comparing the experimental conditions, there was a decrease in the values of all variables in the weight condition for both groups at 3 and 4 months of age, confirming the fourth hypothesis. This variation may have occurred due to the adaptation of the infants to the ankle weights. Additional weight is an environmental and organismic constraint in the task context because it makes the task more difficult, forcing the infant to produce greater muscular force to overcome gravity and hindering the performance of the kicking movement thus reducing all frequencies15. However, when this constraint is maintained for a period time, neural plasticity can occur, resulting in improved performance and/or new behavior11. In other words, practice combined with feedback (in this case, the mobile and the additional weight) causes a momentary change in the performance of the task and hence the frequency of kicks. These momentary changes are reflections of neural activations that, with practice, cause neural plasticity28. Thus, the infant undergoes a change in motor behavior due to neural activation and alteration18. By comparing the baseline and post-weight experimental conditions for the variables frequency of foot contact with the touch pad, and frequency of success in raising the touch pad, it was found that infants from both groups increased the frequency of these variables in the post-weight condition. These 242 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):237-244 results show that the additional weight had a positive influence on the kicking movement, providing proprioceptive and tactile information that acts as sensory cues during the performance of kicks, and after weight removal, these cues facilitate the movement, leading to an increased frequency of contact29 and success. It is noteworthy that adding weight to the lower limb also increases neural activation and improves movement patterns18, acting as a stimulus that activates muscle proprioceptors, leading to muscle activation and movement of the lower limbs. Moreover, weight activates mechanoreceptors that perceive it and use this information to select an adaptive pattern of the kicking movement, making it more directed towards the target23. In other words, the additional weight activates the proprioceptive and tactile receptors, sending the somatosensory information to the central nervous system with the information about the positioning of the limb, the muscle strength produced, and the presence of limb movement. Based on this information, the infant makes adjustments in muscle activation and joint positioning in order to perform the task in the most appropriate manner30. Thus, these two mechanisms justify the increased frequency of success and contact after the weight removal in both groups. However, these results refute the fifth hypothesis because there was only an increase in the post-weight frequency of contact and success. The added weight acts as an important stimulus for both groups, especially for infants with DS, improving the movement pattern by increasing the frequency of contact and success after weight removal. In addition to improving the infant’s performance in the task, the repetition of the kicking movement combined with the ankle weight can lead to an increase in the control of movement and muscular strength and resistance required for the acquisition of new motor milestones such as gait and can also influence motor learning, and these aspects are important in clinical practice. Limitations The limitations of this study were the reduced number of participants and the convenience sample, which requires caution in generalizing the results to the entire population of infants with DS. Thus, the results may be considered preliminary findings. Furthermore further studies with a larger number of participants are needed even though the study showed increased power for its main variable. Influence of additional weight in infants Conclusion Thus, it could be concluded that infants with DS have delayed development of the kicking movement when compared with typical infants and that weight acts as an important stimulus for both groups, especially for infants with DS, improving the movement pattern by increasing the frequency of contact and success after weight removal. Acknowledgements The Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Brazil for their financial support. References 1. Teipel SJ, Hampel H. Neuroanatomy of Down Syndrome in vivo: a model of preclinical Alzheimer’s disease. Behav Genet. 2006;36(3):405-15. PMid:16485178. http://dx.doi. org/10.1007/s10519-006-9047-x 2. Vicari S. Motor Development and neuropsychological patterns in persons with Down syndrome. Behav Genet. 2006;36(3):336-55. 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Correspondence Gabriela Lopes dos Santos Rua Reginaldo Fernandes Nunes, 440, apto. 22, Jardim Paulistano CEP 13564-360, São Carlos, SP, Brazil e-mail: [email protected] original article Longitudinal assessment of grip strength using bulb dynamometer in Duchenne Muscular Dystrophy Tatiana M. Pizzato1, Cyntia R. J. A. Baptista1, Mariana A. Souza1, Michelle M. B. Benedicto1, Edson Z. Martinez2, Ana C. Mattiello-Sverzut1 ABSTRACT | Background: Grip strength is used to infer functional status in several pathological conditions, and the hand dynamometer has been used to estimate performance in other areas. However, this relationship is controversial in neuromuscular diseases and studies with the bulb dynamometer comparing healthy children and children with Duchenne Muscular Dystrophy (DMD) are limited. Objective: The evolution of grip strength and the magnitude of weakness were examined in boys with DMD compared to healthy boys. The functional data of the DMD boys were correlated with grip strength. Method: Grip strength was recorded in 18 ambulant boys with DMD (Duchenne Group, DG) aged 4 to 13 years (mean 7.4±2.1) and 150 healthy volunteers (Control Group, CG) age-matched using a bulb dynamometer (North Coast- NC70154). The follow-up of the DG was 6 to 33 months (3-12 sessions), and functional performance was verified using the Vignos scale. Results: There was no difference between grip strength obtained by the dominant and non-dominant side for both groups. Grip strength increased in the CG with chronological age while the DG remained stable or decreased. The comparison between groups showed significant difference in grip strength, with CG values higher than DG values (confidence interval of 95%). In summary, there was an increment in the differences between the groups with increasing age. Participants with 24 months or more of follow-up showed a progression of weakness as well as maintained Vignos scores. Conclusions: The amplitude of weakness increased with age in the DG. The bulb dynamometer detected the progression of muscular weakness. Functional performance remained virtually unchanged in spite of the increase in weakness. Keywords: muscular dystrophy; skeletal muscle; muscle strength; dynamometer; physical therapy. HOW TO CITE THIS ARTICLE Pizzato TM, Baptista CRJA, Souza MA, Benedicto MMB, Martinez EZ, Mattiello-Sverzut AC. Longitudinal assessment of grip strength using bulb dynamometer in Duchenne Muscular Dystrophy. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):245-251. http:// dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0031 Introduction The main clinical signs of Duchenne Muscular Dystrophy (DMD) are muscular weakness that begins proximally and spreads to the extremities, abnormal walking, frequent falls, and difficulties in climbing stairs1-3. Functional changes related to upper limb muscular weakness normally appear 2 or 3 years after the onset of pelvic girdle signs4, and transversal studies are limited to distinguish changes in strength due to the development or slow advance of diseases such as DMD. According to Stuberg and Metcalf5, muscular weakness in DMD becomes apparent around age 6 to 8 and upper limb weakness usually emerges around age 8 to 11. In a conventional clinical evaluation, the measurement of muscular strength infers the integrity of the neuromuscular system and allows the establishment of correlations with the individual’s quality of life. For this evaluation and measurements of muscular strength in different body segments, the common procedures are a manual muscle test and/or analysis by dynamometry. To analyze grip strength, several studies used the mechanical or electronic dynamometer in association with the manual muscle test6-8. The authors report that the procedures generate accurate information on the progression of specific muscle group weakness in children with DMD and help in the choice of the most adequate therapeutic interventions. Muscular fiber architecture, age, gender, muscle size and length at contraction, muscular average, and contraction velocity as well as Department of Biomechanics, Medicine and Rehabilitation of the Locomotor Apparatus, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brazil Department of Public Health, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto (FMRP), USP, Ribeirão Preto, SP, Brazil Received: 06/02/2013 Revised: 10/07/2013 Accepted: 11/25/2013 1 2 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0031 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):245-251 245 Pizzato TM, Baptista CRJA, Souza MA, Benedicto MMB, Martinez EZ, Mattiello-Sverzut AC the child’s emotional and cognitive stages are some of the factors involved in the performance of muscular strength9. Issues such as calibration and the shape of the dynamometer’s handle have an influence on measurements10. Quantitative muscle tests (QMTs) have been employed in studies on neuromuscular diseases6,11-14. Some of the devices, such as the Jamar dynamometer and the strain gauge hand dynamometer, were considered predictors of impairment including the loss of independent ambulation5. However, Escolar et al.11 point out that QMTs have not been confirmed a measure of strength in large multicenter studies in children with neuromuscular diseases, showing low specificity for DMD due to scarce longitudinal studies in healthy and DMD children. Studies with the hand held dynamometer in normal individuals infer functional activity of the lower limbs15,16. However, the relationship between grip strength and functional activities in neuromuscular disorders such as DMD was poor, according to Vandervelde et al.14. Longitudinal studies with bulb dynamometer measurements comparing healthy and DMD children were not found, and the relationship between motor impairment and functional performance remains to be explored. The main objective of this observational study was to follow the evolution of grip strength in participants with DMD using the bulb dynamometer and to examine the range of the weakness compared with data from healthy participants. Additionally, functional data obtained from the DMD participants using the Vignos scale were correlated with grip strength. Method Participants Patients Eighteen DMD patients (n=18) aged 4 to 13 years (mean 7.4±2.1) recruited at the Neuromuscular Outpatient Clinic of the University Hospital of the Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brazil, participated in the study and composed the Duchenne group (DG). The inclusion criteria were diagnosis of DMD, community ambulation, cognitive ability to understand the required task of exercising grip strength, and attendance at a minimum of 3 evaluation sessions (9 month follow-up). 246 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):245-251 Controls One hundred and fifty healthy volunteers with compatible age constituted the control group (CG). Inclusion criteria for the CG were absence of any musculoskeletal, neuromuscular or degenerative disease. One grip strength trial was conducted for each volunteer using the same test and under the same conditions as the Duchenne participants. The study was approved by the Research Ethics Committee of HCFMRP-USP (protocol no. 6990/07). All parents/guardians signed an informed consent form. Materials The North Coast bulb dynamometer (NC 70154) was used for the quantitative measurements in a series of three trials. The equipment has a high-impact plastic measuring device and a soft rubber bulb with a 13 cm circumference. For the dynamometer calibration, the red pointer was positioned at the zero mark before each trial. Measures were expressed in fractions of pounds/per square inch (psi) and range between 0 and 30 psi. Design and procedure The DG data records were obtained at the Rehabilitation Center of HCFMRP at 3-month intervals. For the DG, the evaluation was conducted for at least 9 months (3 evaluation sessions) and at most 33 months (12 evaluation sessions). For the CG participants, only one evaluation was conducted in the school environment and age-matched with the DG, since the longitudinal development of strength was not the focus of this study. The functional performance of the DG was evaluated using the Vignos scale over the course of the study. This is a 9-point scale that describes a variety of activities relating to the lower limbs, with lower scores indicating better performance. Evaluation sessions were standardized and conducted by the same examiner in three trials for each hand. Before each trial, the calibrated dynamometer had the pointer set to zero and the child was seated comfortably on a bench without support for arms and legs, adducted arm, 90o flexed elbow, forearm and wrist in the neutral position, according to recommendations by the American Society of Hand Therapists17. After a demonstration, the child was instructed to hold the device and in a comfortable manner squeeze the bulb as hard as they could for 5 seconds. For each participant, the mean of three bilateral measurements was considered for Longitudinal grip strength in Duchenne Muscular Dystrophy each evaluation session. The interrater reliability of the bulb dynamometer has been previously tested, and it was shown to be a reliable instrument to evaluate muscular strength in healthy children. A high agreement index was obtained for the three measurements in the same evaluation session. The values in the first evaluation, ICC= .82 to .83 for the right hand and ICC=.87 to .88 for the left hand, improved in the three next evaluations (75%), ICC=.93 to .95, right hand and ICC=.92 to .95, left hand, again with excellent agreement. Statistical analysis Data were assessed using descriptive statistics (mean, standard deviation) to test differences between the DG and CG, and linear regression for mixed effects was applied to grip strength. Spearman’s correlation coefficient was used to assess the relationship between grip strength and functional performance (Vignos scale score). Results Characterization of participants General analysis The main clinical data of the DG are shown in Table 1. The youngest participant was 49 months and the oldest, 156 months. In the beginning of the study, functional status measured by the Vignos scale indicated that 83% of patients scored 1 to 3, meaning that they still could walk and climb stairs. All DMD boys were submitted to corticotherapy, with the exception of participant F. According to his parents, he wore an ankle foot orthosis (night or daily regime) and went to physical therapy/hydrotherapy at least once a week. The follow-up for each participant is shown in Table 1. The participants of the CG were boys of 49 to 156 months years of age (mean of 89 months). All participants were non-athletes (they could participate Table 1. Characteristics of the DMD group participants according to age, functional status, drug therapy, use of orthosis, physical therapy/ hydrotherapy intervention, and duration of follow-up. Participant Initial Final Age Functional Functional (months) Status Status (Vignos) (Vignos) A 49 1 2 B 57 4 5 Drug therapy Orthosis Predsim none Physical therapy/ Follow -up hydrotherapy (month) (sessions per week) 3/0 6 Prednisone rigid AFO/ night splint 2/1 6 C 60 2 2 Deflazacort night/ day 2/0 9 D 65 2 2 Meticorten rigid AFO night 1/1 30 E 68 3 4 Predsim rigid AFO night splint 2/0 21 F 73 2 3 Refused rigid AFO night 1/1 12 G 80 3 5 Prednisone rigid AFO/ night splint 2/0 12 H 85 1 2 Prednisone night/day 3/0 6 I 87 1 2 Prednisone night/day 2/1 30 J 88 2 2 Deflazacort night/ day 3/0 24 K 90 3 2 Prednisone night/ day 2/0 33 L 93 4 5 Prednisone rigid AFO night 2/1 12 M 97 3 4 Prednisone night/ day 2/0 33 N 106 3 4 Deflazacort night/ day 2/2 15 O 106 1 2 Deflazacort rigid AFO night 2/1 15 P 108 1 3 Corticorten rigid AFO night 1/1 27 Q 130 2 2 Deflazacort none 2/0 24 R 156 5 5 Budecort rigid AFO/ night 2/0 9 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):245-251 247 Pizzato TM, Baptista CRJA, Souza MA, Benedicto MMB, Martinez EZ, Mattiello-Sverzut AC in up to 3 physical activities per week, in different athletic modalities) and attended regular primary schools. Based on a confidence interval of 95% (CI95%), the comparison of the dominant and non-dominant grip strength considering the DG and CG indicated no significant difference between them (Table 2). However, the comparison of grip strength between groups (DG and CG), considering the dominant and non-dominant hand, indicated the CG obtained higher values than the DG (Table 2). Note that the mean values for the DG grip strength and CI95% remain quite stable regardless of age. Furthermore, these CG data suffered increment with chronological age. In summary, there was an increment in the differences between the groups as shown in the column “Difference” in Table 2. The relationship between grip strength and functional capacity (Vignos scale) of the participants of the DG, tested using Spearman’s coefficient (rho), indicated a poor inverse correlation between the Vignos scores and grip strength obtained at baseline (rho=-0.3) and at the end of the study (rho=–0.5). Individual analysis To analyze the individual behavior of the participants of the DG, we used the mean of the dominant grip strength for each session obtained during the experimental period (Table 3). The youngest participants of the DG (A, B, and C) had a brief follow up, their grip strength values were close to those of the healthy age-matched participants, and the Vignos score was almost the same. Participants D, I, J, M, P, and Q had a follow up of 24 months or more and, in general, their grip strength decreased or became stable (Table 3). For example, participant Q (the oldest participant followed up for 24 months) showed a slow progression of weakness (4.4 to 3.3 psi – first to last assessment) as well as maintained Vignos scores. Participants K and M, who were followed up for 33 months, showed oscillations in grip strength throughout the evaluations, but the Table 2. Mean of grip strength and differences between the Duchenne group and the control group according to confidence interval (CI95%), considering age and hand dominance. Age Duchenne Group Control Group Difference Number of Evaluations Mean CI 95% Number of Evaluations Mean CI 95% Mean CI 95% Up to 80 36 3.44 (2.55 4.38) 45 4.36 (3.51 5.21) 0.92 (-0.43 2.11) 81 to 90 39 3.30 (2.40 4.23) 63 5.45 (4.74 6.16) 2.15 (0.99 3.33) 91 to 100 63 3.41 (2.53 4.31) 45 6.18 (5.32 7.01) 2.76 (1.51 4.01) 101 to 110 57 3.39 (2.48 4.34) 54 6.22 (5.41 7.02) 2.82 (1.66 4.03) 111 to 120 57 3.33 (2.47 4.25) 0 - 121 to 130 33 3.16 (2.22 4.09) 63 6.86 (6.12 7.60) 3.69 (2.50 4.91) 131 to 140 27 3.49 (2.57 4.41) 51 7.93 (7.10 8.76) 4.43 (3.15 5.68) 141 to 150 9 3.77 (2.78 4.80) 57 9.21 (8.49 9.99) 5.43 (4.18 6.70) Up to 150 18 3.13 (2.04 4.17) 66 11.36 (10.6 12.08) 8.22 (6.83 9.48) Up to 80 36 3.42 (2.53 4.38) 45 4.07 (3.21 4.88) 0.65 (-0.69 1.82) 81 to 90 39 3.28 (2.40 4.23) 63 5.29 (4.59 6.00) 2.01 (0.88 3.15) 91 to 100 63 3.36 (2.49 4.29) 45 5.78 (4.91 6.61) 2.41 (1.14 3.64) 101 to 110 57 3.42 (2.54 4.32) 54 5.76 (4.93 6.58) 2.34 (1.17 3.52) 111 to 120 57 3.22 (2.37 4.12) 0 - 121 to 130 33 3.27 (2.37 4.17) 63 6.67 (5.95 7.39) 3.40 (2.24 4.57) 131 to 140 27 3.21 (2.29 4.15) 51 7.18 (6.29 8.01) 3.96 (2.65 5.22) 141 to 150 9 3.26 (2.21 4.35) 57 8.45 (7.70 9.23) 5.18 (3.91 6.45) Up to 150 18 3.08 (2.04 4.09) 66 10.72 (9.99 11.45) 7.64 (6.39 8.93) (months) Dominant hand - Non-dominant hand 248 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):245-251 - Longitudinal grip strength in Duchenne Muscular Dystrophy Table 3. Mean of individual dominant grip strength obtained in each session over the course of the study. Participant (age in months at the time of admission) Mean of grip strength (psi) in each session A (49) 2.3 2.2 2.5 B (57) 0.5 1.5 2.0 C (60) 3.8 3.8 3.8 4.0 D (65) 2.5 3.0 3.3 3.8 2.0 2.2 2.7 2.5 E (68) 2.5 2.7 3.0 2.7 2.2 1.7 2.0 2.2 F (73) 2.3 1.3 2.0 3.0 2.5 G (80) 3.7 2.0 3.3 2.7 2.0 H (85) 3.5 3.0 2.7 I (87) 2.5 3.3 3.5 4.5 4.3 3.3 4.0 J (88) 5.8 5.3 5.5 5.5 3.2 5.3 K (90) 3.0 4.3 3.8 4.2 4.2 3.5 2.8 2.5 4.2 4.2 4.0 3.7 5.5 6.0 5.7 4.2 3.2 3.7 3.5 3.8 3.2 3.2 2.3 3.0 3.5 3.5 3.2 3.2 4.8 L (93) 3.3 3.8 2.8 2.8 3.3 M (97) 3.2 3.5 4.5 4.7 5.0 3.0 N (106) 3.5 2.8 3.8 3.5 2.3 2.0 O (106) 3.7 1.8 2.8 3.0 4.0 3.7 P (108) 4.5 5.5 5.5 5.2 3.3 5.2 5.5 5.7 4.7 Q (130) 4.7 3.0 2.7 3.0 3.3 3.7 3.8 3.0 3.3 R (156) 2.8 3.0 3.3 2.5 initial and final values remained at about 3 psi. Participant I (72 months old) was one exception in the DG, presenting an increment in grip strength after 30 months (2.5 psi to 3.7 psi), but without reaching normal values. Discussion This study used bulb dynamometer data to analyze the amplitude of grip weakness in ambulant children with DMD compared to healthy children in a maximum period of 33 months. The data acquired here and clinically employed suggests that grip strength measured by the bulb dynamometer is a useful tool to detect the evolution of the disease and it could be introduced in routine physical examinations or even serve as a measure of the effect of several interventions. However, it seems that general functional performance could not be estimated based on grip strength, as suggested for the healthy population. Obviously, grip strength deficit could be useful to show its specific impact on upper limb activities during the evolution of the disease. Variability in individual features, clinical presentation, and exposure to different therapeutic interventions could be a source of bias when analyzing the progression of weakness in our participants, however it is not possible to control such interferences. Data about the treatments and clinical conditions were included here to show that there were no discrepancies between participants, with the exception of participant F who refused medication. Based on that data, we assume that the participants were exposed to similar conditions with regard to factors involved in the progression of the disease. The analysis of the effects of these interventions is out of the scope of this study. Most of the data in the literature demonstrate a linear decrease in muscle strength in the DG18,19, while other studies showed minimal changes until age 8 or even an increase in strength resulting from development. Compromised grip strength is considered the last symptom of DMD19,20. For Stuberg and Metcalf5, muscular weakness in DMD becomes apparent around age 6 to 8 with upper limbs showing this symptom 2 or 3 years after, therefore, upper limb weakness should emerge around age 8 to 11. However, our data showed evident weakness around the age of 6, indicating that weakness was advanced in our sample. These data serve as advice and warrant Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):245-251 249 Pizzato TM, Baptista CRJA, Souza MA, Benedicto MMB, Martinez EZ, Mattiello-Sverzut AC further investigation into the case of our participants to explain the early onset of upper limb weakness. In McDonald et al.19, most of the muscle groups measured by quantitative methods showed that DMD strength was 35-50% of normal values. Considering that the distal muscles are affected later, we hypothesized that the magnitude of differences between normal and DMD grip strength would be lower than the findings presented by McDonald et al.19. However, our data demonstrated that even DMD children at the age of 120 months presented with grip strength 50% below normal, as already stated by Cech7. The progress of this disease determines the negative impact on strength. However, the real impact of this disease during a child’s development has not been objectively published. This longitudinal follow up showed that the young boys (80 months) presented a decrement in strength when compared with normal children of the same age. Similar data about impaired muscular strength in neuromuscular diseases have been reported 14,21,22, but without considering longitudinal analysis of the upper limbs or using the bulb dynamometer. In a transversal study, Mattar and Sobreira22 evaluated 40 DMD patients and detected an ascending curve of the compromised grip strength starting at the onset of the disease, followed by a descending curve in older patients. Burns et al.21 reported that children with Charcot-Marie-Tooth Type 1 showed decreased grip strength measured by the hand dynamometer between the ages of 2 and 16. The data of our CG was representative of normal grip strength when compared with the results found by Molennar et al.23. Therefore, based on our comparisons, the DG presented a decrease in muscular strength in all ages, although the differences between healthy and DMD boys was exacerbated from age 10 (120 months) onwards. The aim of the present study was not a full evaluation of the evolution of the disease since it involves several aspects besides strength measurement. Grip weakness could be detected even in the early stages of the disease, but functional performance did not change significantly. The initial and final Vignos scores tended to oscillate only one point, with exception of participants G and P who passed from 3 to 5 and 1 to 3, respectively. The poor inverse correlation between grip strength and the Vignos scores confirms these findings and agrees with Vandervelde et al.14, who found correlations between functional limitation and grip strength only in patients with proximal neuromuscular disorders and a higher correlation in patients with spinal muscular atrophy (r=.86 and 250 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):245-251 .82), followed by DMD, Becker muscular dystrophy, and muscular limb-girdle dystrophy (r=.53 to .59). Thus, the combination of grip strength with functional scales, which provide information about the interaction between strength, activities of daily living (ADLs), analysis and control of movements, muscular fatigue, and auxiliary devices, is relevant and adds real data about the patient. Nevertheless, for DMD, the direct relationship between functional performance and grip strength was not strong. Some limitations in this study are related to the lack of investigation of the specific genetic mutation in dystrophin for our sample. Also, the number of follow-up sessions was different according to the insertion of the participant in the study, a fact that limited the observation of grip strength evolution for some participants. Furthermore the selection of only ambulant boys drastically reduced the number of participants, as they were recruited from a tertiary care center. Therefore, new longitudinal studies are needed to confirm the results reported here. Conclusion In summary, the range of weakness compared to healthy participants increased with age, so DMD patients aged 80 months achieved 79% of normal grip strength while older participants achieved 28%. The bulb dynamometer was an efficient instrument to detect the progression of muscular weakness in DMD participants. In despite of the advance of weakness, functional performance measured by the Vignos scores remained virtually unchanged. Acknowledgements To Claudia Sobreira (Department of NeurologyFMRP-USP), for analyzing the medical records and the diagnostic classification of the DMD patients. This study was funded by Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Brasilia, DF, Brazil and Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência (FAEPA) of HCFMRP-USP. References 1. Griggs RC, Mendell JR, Miller RG. Evaluation and treatment of myopathies. Philadelphia: F. A. Davis; 1995. 2. Dubowitz V. The muscular dystrophies. In: Dubowitz V. Muscle disorders in childhood. 2th ed. Philadelphia: W. B. Saunders; 1995. p. 34-133. 3. Rowland LP. Merritt: tratado de neurologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. Longitudinal grip strength in Duchenne Muscular Dystrophy 4. Umphred DA. Neuromuscular diseases. In: Umphred DA. Neurological rehabilitation. 3th ed. 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Objectives: The primary purpose of the present study was to analyze the thorax, pelvis, and hip kinematics and the hip internal moment in the frontal plane during gait in subjects with Unilateral Transtibial Amputation (UTA). Method: The participants included 25 people with UTA and 25 non-amputees as control subjects. Gait analysis was performed using the Vicon® Motion System. We analyzed the motion of the thorax, pelvis, and hip (kinematics) as well as the hip internal moment in the frontal plane. Results: The second peak of the hip abductor moment was significantly lower on the prosthetic side than on the sound side (p=.01) and the control side (right: p=.01; left: p=.01). During middle stance, the opposite side of the pelvis was higher on the prosthetic side compared to the control side (right: p=.01: left: p=.01). Conclusions: The joint internal moment at the hip in the frontal plane was lower on the prosthetic side than on the sound side or the control side. Thorax and pelvis kinematics were altered during the stance phase on the prosthetic side, presumably because there are mechanisms which affect postural control during walking. Keywords: unilateral transtibial amputation; physical therapy; joint moments; frontal plane; kinematics; pelvis motion. HOW TO CITE THIS ARTICLE Molina-Rueda F, Alguacil-Diego IM, Cuesta-Gómez A, Iglesias-Giménez J, Martín-Vivaldi A, Miangolarra-Page JC. Thorax, pelvis and hip pattern in the frontal plane during walking in unilateral transtibial amputees: biomechanical analysis. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):252-258. http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0032 Introduction Lower limb amputation entails the loss of part of the motor system and affects the sensory system. For this reason, kinetics, kinematics, and the ability to walk are modified in people with lower limb amputations1-3. Human walking involves the coordination of limbs, pelvis, and thorax in all three planes4. Particularly, the motion in the frontal plane during walking contribute meaningfully to maintain postural control and moderate the total work during gait2,3. In this sense, during the stance period of the gait cycle, there is a large internal abductor moment at the hip that stabilizes the pelvis and, secondarily, the thorax5,6. The stabilization of the pelvis and thorax is essential to reduce the total work during steady-state walking. Therefore, an adequate motor pattern in the frontal plane helps to improve gait efficacy7,8. To our knowledge, few studies have investigated thorax, pelvis, and hip kinematics and hip internal moment in the frontal plane in subjects with Unilateral Transtibial Amputation (UTA)5. Only one study analyzed differences in pelvis kinematics in the frontal plane in six men with transtibial amputations and three men with transfemoral amputations, compared to subjects without amputations9. Another study analyzed thorax and pelvis kinematics and hip internal moment in the frontal plane; however, they only studied the range of motion (ROM)10. Several studies have investigated the kinetic patterns of the joints of the lower extremities in the frontal plane in UTA during walking11-13, but none of those have analyzed the thorax and pelvis in that plane. Under these circumstances, it is relevant to consider particular events of thorax, pelvis, and hip kinematics during the gait cycle. In addition, the simultaneous analysis of kinematic parameters and internal moments in the frontal plane can elucidate the motor pattern that subjects with UTA employ in this plane during walking. Department of Physical Therapy, Occupational Therapy, Rehabilitation and Physical Medicine, Universidad Rey Juan Carlos, Alcorcón, Madrid, Spain 2 Orthopedic Surgery and Traumatology Service, Hospital Universitario Virgen de las Nieves, Granada, Spain Received: 06/26/2013 Revised: 10/28/2013 Accepted: 01/21/2014 1 252 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):252-258 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0032 Pattern in the frontal plane in amputees A detailed examination of the adaptations that occur due to unilateral transtibial amputation during gait in the frontal plane is essential to produce new physical therapy guidelines and new approaches which could improve the quality of life of these subjects and reduce their disability. The primary purpose of the present study was to analyze thorax, pelvis, and hip kinematics and hip internal moment in the frontal plane during gait in subjects with UTA. It was hypothesized that subjects with UTA would demonstrate differences in thorax, pelvis, and hip kinematics and kinetics in the frontal plane on both the prosthetic and sound side compared to able-bodied individuals. Method Subjects This study was approved by the Human Ethics Committee of Universidad Rey Juan Carlos, Alcorcón, Madrid, Spain (number 07/12), and informed consent was obtained from all of the participants. The participants included 25 individuals with UTA (23 men, 2 women; 12 traumatic, 10 vascular, and 3 tumoral) and 25 non-amputees as control subjects (21 men, 4 women). The unilateral transtibial amputees were recruited from several orthopedic clinics. The control group matched the subjects with UTA in age, weight, and height. The inclusion criteria for the control subjects included walking independently without assistive devices and the absence of musculoskeletal and neurological disorders. The subjects with UTA were wearing prostheses before being included. The minimum time since full adaptation to the prostheses was 6±9 months, on average. The post-amputation time prior to data collection was greater than or equal to 1 year (10.17±9.29 year, on average) for all persons with amputations. The prosthetic feet varied across subjects and included 19 energy storage and return (ESAR) prostheses and 6 single-axis feet prostheses. The socket types also varied across the subjects: 24 patients had total surface bearing (TSB) prostheses and 1 patient had a Kondylen Bettung Münster (KBM) prosthesis. All of the patients had either vacuum-assisted socket suspension or pin suspension, except for the patient with KBM, who had anatomical suspension. Prosthesis alignment and fit were verified by prosthetics expert. The subjects were tested in their original prostheses and alignment. Experimental protocol Gait analysis was performed using the Vicon® Motion System (Oxford Metrics, Oxford, UK). This system is a three-dimensional motion analysis system consisting of eight 100 Hz cameras with infrared strobes, two 1000 Hz AMTI® force-plates (Watertown, USA), and a data station (Vicon MX control®) where the information was gathered and processed. Special lightweight surface markers (23) were attached directly to the skin or the prosthesis and placed over standardized landmarks on the sound side, prosthetic side, pelvis, and thorax or corresponding spots on the prosthesis [C7 vertebra, T10 vertebra, left and right acromion processes, right scapula, sternoclavicular joint (where the clavicle meets the sternum), sternum (xiphoid appendix), anterior and posterior superior iliac spines (left and right), lateral thigh, lateral femoral condyle, lateral shank, lateral malleoli, second metatarsal head, and posterior heel] according to the biomechanical model of the Vicon® Plug-in Gait (Figure 1)14. On the prosthesis, the knee and ankle markers were attached to the spot corresponding to the lateral femoral condyle, lateral malleoli, second metatarsal head, and posterior heel on the sound side. The Vicon® Plug-in Gait is the next generation of the Vicon® Clinical Manager software package. It employs the same model as referenced in the Vicon® Clinical Manager with some additional features14. Tsushima et al.15 aimed to determine the test-retest reliability and inter-tester reliability of kinematic measures of the Vicon® three-dimensional motion analysis system. Skin markers were placed on 15 defined pelvis and lower body locations in accordance with the Vicon® Clinical Manager model. Coefficients of multiple correlation were calculated to evaluate the consistency between the kinematic variables across Figure 1. Special lightweight surface markers in volunteer with UTA. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):252-258 253 Molina-Rueda F, Alguacil-Diego IM, Cuesta-Gómez A, Iglesias-Giménez J, Martín-Vivaldi A, Miangolarra-Page JC testers and sessions. Both test-retest and inter-tester reliability were high for motion in the frontal plane (pelvis obliquity=0.98; hip obliquity=0.97)15. The subjects were instructed to walk along the 8-meter walkway while wearing their usual shoes (not athletic training shoes) and prosthesis. The participants were asked to walk at a self-selected comfortable gait speed. Data analysis We analyzed the motion of the thorax, pelvis, and hip in the frontal plane. The following kinematic parameters were analyzed: peak value of thorax obliquity during the stance period; peak values of pelvis obliquity during the loading response, middle stance, and pre-swing phases (Figure 2); and the peak value of hip adduction during the stance period. Additionally, we analyzed the joint internal moment of the hip in the frontal plane, with special regard to the first peak of the hip abductor moment (middle stance) and the second peak of the hip abductor moment (terminal stance). Finally, we studied vertical ground reaction forces (GRFv) and spatio-temporal parameters, such as walking speed, cadence, and stride length. The Vicon® Nexus software v1.8.5 was used to calculate outcome measures based on the biomechanical model of the Vicon® Plug-in Gait. The output angles for all joints were calculated from the YXZ cardan angles derived by comparing the relative orientations of the two segments. The pelvis and thorax markers were measured relative to the laboratory axes. The position of the hip segment was relative to the proximal segment, i.e. the hip to the pelvis. The course and direction of the segment axes are shown in the Vicon® Plug-in Gait Product Guide-Foundation Notes Revision14. Joint moment calculations were determined from synchronized Figure 2. Pelvis motion in the frontal plane: peak pelvis obliquity. A positive pelvis obliquity value relates to a situation in which the opposite side of the pelvis is lower. A negative pelvis obliquity value relates to a situation in which the opposite side of the pelvis is higher. Peak pelvis obliquity: (1) Peak pelvis obliquity during loading response (0-10% GC); (2) peak pelvis obliquity during midstance (10-30% GC); (3) peak pelvis obliquity during pre-swing (50-60% GC). Y axis (degrees), X axis (0-100% gait cycle [GC]). 254 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):252-258 coordinate and force data using an inverse dynamics approach7. Joint kinetics was normalized to body weight, and all parameters were normalized to 100% of the gait cycle. Internal moments were calculated and interpreted as the forces developed by the muscle and ligaments counteracting the moments produced by the ground reaction force16. Five gait cycles of the prosthetic side, the sound side, and the control side were averaged for the data analysis. The foot contact events were defined automatically, using the “autocorrelation events” option of the Vicon® Nexus software v1.8.5. Statistical analysis Statistical analysis was performed using SPSS 17.0. Shapiro and Wilk’s W-statistic was used to screen all data for normality of distribution. The subjects were height/weight matched. Single-factor analysis of variance (ANOVA) and Bonferroni’s adjustment a posteriori tests were used to compare the sound side, prosthetic side, right control side, and left control side. Walking speed comparisons between the controls and UTAs were determined using Student’s t-test. A significance level of 0.05 was used for all statistical comparisons. Thorax, pelvis, and hip kinematics and hip internal moment in the frontal plane were chosen as the aim outcome measures in this study. The effect size of these variables was estimated at 0.35. The alpha error was set to 0.05. The nonsphericity correction e was set to 1 with a statistical power of 0.9. It was estimated that 25 subjects would be required for each group (sound side, prosthetic side, and left or right control side) by using the software G*power 3.0.1817. Results There were no differences between groups in age, height, weight or length of the lower extremities (Table 1). Healthy subjects and UTAs walked at a similar velocity, cadence, and with similar stride length (Table 2). Figure 3 highlights the kinematics of the thorax, pelvis, and hip and the hip internal moments in the frontal plane. The 4 graphs show the comparison between subjects with UTA and healthy subjects (control group). For the healthy subjects, we checked that the curves were the same for gait cycles on the right and left sides. Therefore, we chose to illustrate the mean curves obtained for the right side gait cycles. Pattern in the frontal plane in amputees Joint internal moments and ground reaction forces There were significant differences between the first and second peaks of GRFv generated by the prosthetic and sound sides (Table 2). The sound side produced significantly higher first and second peaks of GRFv than the prosthetic side (p=.04; p=.01). The first peak of the hip abductor moment showed no difference on the prosthetic side compared to the sound side (p=.13) and the control side (right: p=.06; left: p=.06). The second peak of the hip abductor moment was significantly lower on the prosthetic side than on the sound side (p=.01) and the control side (right: p=.01; left: p=.01; Table 2; Figure 3). Joint kinematics During normal gait, the unloading of the opposite limb removes the support for this lower limb, leading to a rapid pelvis and thorax drop just after loading Table 1. Subjects characteristics. Subjects with UTA (n=25) Control group (n=25) Age (years) 50.26 (13.76) 46.71 (14.79) Weight (Kg) 80.02 (13.79) 72.49 (9.73) Height (cm) 173.17 (8.55) 172.33 (8.36) Lower limb length (cm) Prosthetic side Sound side Right control side Left control side 85.84 (4.81) 87.81 (5.32) 89.02 (5.25) 89.34 (6.02) UTA: Unilateral Transtibial Amputation. Values are mean and standard deviation (SD). Table 2. Spatio-temporal parameters. Kinematic data (degrees) of the hip, pelvis and thorax. Hip median peak values of internal moments in the frontal plane (Nm/Kg). Vertical ground reaction forces (GRFv, %BW). Subjects with UTA (n=25) Spatio-temporal parameters Prosthetic side Sound side Control group (n=25) Left control group Right control group (n=25) (n=25) Walking speed (m/s) 1.13 (.12) 1.20 (.14) Cadence (steps/min) 104.71 (7.67) 109.35 (6.78) Stride length (m) 1.29 (.18) 1.28 (.17) Parameters (frontal plane) Prosthetic side Sound side Thorax obliquity. Peak value during stance period. –4.17 (2.95)* –2.11 (3.54) –.84 (2.47) –.79 (2.21) Pelvic obliquity Peak value during loading response. 1.73 (2.04)* 3.17 (2.44) 4.17 (2.29) 3.42 (2.41) Pelvic obliquity. Peak value during middle stance. –2.16 (2.12)* –1.26 (2.41) .69 (2.34) .38 (219) Pelvic obliquity. Peak value during pre-swing phase. –3.01 (3.48) –1.38 (3.16) –3.25 (2.63) –4.12 (2.59) Hip adduction. Peak value during stance period. 2.81 (3.35)* 5.05 (3.72) 5.44 (3.70) 5.67 (3.21) .55 (.34) .77 (.23) .73 (.15) .70 (.22) .72 (.24)*+ .93 (.36) .89 (.14) .82 (.09) Fy1 102.65 (13.76)+ 110.53 (9.51) 102.01 (7.57) 102.07 (8.01) Fy2 97.75 (11.80)*+ 105.57 (7.60) 111.60 (4.39) 111.62 (3.99) First peak of the hip abductor moment Second peak of the hip abductor moment 1.22 (.14) 1.28 (.12) Left control group Right control group (n=25) (n=25) Values are mean and standard deviation (SD).* p<0.05 vs. Control side (right and left). +p<0.05 vs. Sound side. Fy1. First peak of t he vertical GRF. Fy2. Second peak of the vertical GRF. GRF. Ground Reaction Forces. UTA. Unilateral Transtibial Amputation. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):252-258 255 Molina-Rueda F, Alguacil-Diego IM, Cuesta-Gómez A, Iglesias-Giménez J, Martín-Vivaldi A, Miangolarra-Page JC opposite side rise during the stance period, reaching the maximum value in the pre-swing phase. A negative pelvic obliquity value relates to a situation in which the opposite side of the pelvis is higher. In our study, during middle stance, the opposite side of the pelvis was higher on the prosthetic side compared to the control side (right: p=.01: left: p= .01; Table 2; Figure 3). In the frontal plane, a negative thorax obliquity angle relates to a situation in which the opposite side of the thorax is higher; a positive thorax obliquity angle relates to a situation in which the opposite side of the thorax is lower. On the prosthetic side, the thorax was higher than on the control side (right: p=.02; left: p=.01; Table 2; Figure 3). During normal gait, the hip joint reaches peak adduction in the stance period. In our study, the peak hip adduction was lower compared to that of the control side (left: p=.04; right: p=.04). Discussion Figure 3. (A) Hip abduction/adduction moment. Positive values are abduction moment. Negative values are adduction moment. Y axis (Nm/Kg). X axis. (0-100% gait cycle). (B) Mean values of thorax motion in the frontal plane. A negative thorax obliquity angle relates to a situation in which the opposite side of the thorax is higher; a positive thorax obliquity angle relates to a situation in which the opposite side of the thorax is lower. Y axis (degrees). X axis. (0-100% gait cycle). (C) Mean values of pelvis motion in the frontal plane. A positive pelvis obliquity value relates to a situation in which the opposite side of the pelvis is lower. A negative pelvis obliquity value relates to a situation in which the opposite side of the pelvis is higher. Y axis (degrees). X axis. (0100% gait cycle). (D) Mean values of hip motion in the frontal plane. Positive values are degrees of adducted position. Y axis (degrees). X axis. (0-100% gait cycle). Black line: Right control side; Blue line: Prosthetic side; Red line: Sound side. response (positive peak value of pelvic obliquity during loading response). This movement is decelerated by the hip abductor muscles (hip abductor moment) of the lower limb that receive the load. A positive pelvic obliquity value relates to a situation in which the opposite side of the pelvis is lower. On the prosthetic side, the pelvis was closer to the neutral position compared to the control side (right: p=.01: left: p=.01) at the beginning of the stance. Immediately after the loading response of the loaded lower limb, the pelvis and thorax of the 256 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):252-258 In this study, the subjects with UTA walked with a reduced hip abductor moment during the stance phase. The hip joint was held in a slight adduction position compared to the sound side and the control side. Additionally, the subjects with UTA loaded their prosthetic side less than their sound side during natural cadence walking. During normal walking, the load transfer over the stance side causes hip adduction of approximately 6-10°, controlled by the abductor muscles5. This pattern facilitates weight support during the loading response5,6. In this sense, several authors have shown that lower limb amputees walk with a reduced hip abductor moment4,10-11,18 and hip abducted position or with a slight hip abducted position19. This reduction in the load intensity of the prosthetic side and the kinematic and kinetic hip pattern observed in our study in the frontal plane during gait might be related to dysfunctional abductor muscles. Alterations in lateral stability mechanisms can occur, either because the muscles are weak or because there are movements of the prosthetic side into the socket20,21. In any case, the internal abductor moment reduction observed in our study appears to affect thorax and pelvis kinematics. On the one hand, increased lateral thorax bending over the prosthetic side could reduce the lever arm and compensate for the dysfunctional abductors, as seen in transfemoral amputees or in patients with osteoarthritis22,23. On the other hand, the high position of the opposite side of the pelvis on the prosthetic side throughout the middle Pattern in the frontal plane in amputees stance could be an indication of dysfunctional hip abductors9,19. A detailed examination of the activation patterns of the abductor muscles would provide additional insight into the motor pattern created by subjects with UTA. Thorax and pelvis alignment in the frontal plane is influenced by the requirement to reach equilibrium around the hip joint, whereby the forces created by the lateral stability mechanism (abductor muscles) balance the loads imposed by body mass24. These forces create the abductor internal moment that is essential to support the weight of the body and maintain an upright posture during walking5,10,11. Therefore, the motion pattern observed in our study in the frontal plane might affect postural control during UTA gait and hinder the body’s support on the prosthetic side. Several authors have found, in elderly subjects25 and in lower limb amputees20, a risk of falling with specific gait patterns on the sagittal plane. This relationship might also exist in the coronal plane, however this possibility should be investigated thoroughly. Study limitations A potential limitation of this study was the model and the inverse dynamics technique, particularly in this context, in which there were both sound and prosthetic components. Furthermore, the placing of knee and ankle markers on the prosthesis at a location corresponding to the sound side might have affected the calculation of the joint centers. Additionally, the heterogeneous cohort and small sample size impeded the control of potential confounders, such as different times since amputation and since the current and first prosthesis prescription, differences in ages, differences in etiology of amputation and different prosthetic components. These aspects were not standardized across subjects. This conjuncture may affect our results as it will contribute to additional between-subject variance. Another limitation is the variability of the data. In our study, the standard deviation even in the control population was very high for some parameters. Conclusions The conclusions that can be drawn concerning subjects with UTA, compared with healthy subjects, were as follows: (1) the joint internal moment at the hip in the frontal plane was lower in the prosthetic sides than in the sound sides or in non-amputees; (2) thorax and pelvis kinematics were alerted during the stance phase on the prosthetic side, presumably because there are mechanisms which affect postural control during walking. Under these circumstances, the biomechanical pattern observed in our study in subjects with UTA in the frontal plane indicate that those need to receive specific physical therapy treatment, focusing to increase the proprioception and coordination of the proximal segments and abductor muscles. References 1. Baraúna MA, Duarte F, Sanchez HM, Canto RST, Malusá S, Campelo-Silva CD, et al. 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PMid:11494184. http://dx.doi. org/10.1053/apmr.2001.24893 Correspondence Francisco Molina Rueda Universidad Rey Juan Carlos Departamento de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Rehabilitación y Medicina Física Alcorcón (Madrid), Avda. de Atenas s/n CP. 28922, Spain e-mail: [email protected] original article Brazilian version of the instrument of environmental assessment Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF): translation, cross-cultural adaptation and reliability Versão brasileira do instrumento de avaliação ambiental Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF): tradução, adaptação cultural e confiabilidade Sheyla R. C. Furtado1, Rosana F. Sampaio1, Daniela V. Vaz1, Brena A. S. Pinho2, Isabella O. Nascimento2, Marisa C. Mancini3 ABSTRACT | Background: Environmental factors are essential for the characterization of human functioning and disability; however, the shortage of standardized instruments to assess environmental factors has limited the design of scientific investigations directed at identifying barriers to and facilitators of social participation of people with disabilities. Objectives: To translate to Brazilian Portuguese, cross-culturally adapt, and verify the reliability of an environmental assessment questionnaire, entitled Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF). Method: The questionnaire was translated to Portuguese, analyzed, translated back to English, and compared with the original version. The final version (CHIEF-BR) was submitted to 47 caregivers of children and adolescents with cerebral palsy (CP). The intra-rater reliability was tested using quadratic kappa and intraclass correlation coefficients (ICC), through interviews of 23 caregivers drawn from the total sample, on two occasions 10 days apart. Results: During submission of the questionnaires, it was observed that examples were needed in order to facilitate the understanding of the questions related to the politics sub-scale. Quadratic kappa showed that test-retest reliability of each question varied from 0.28 to 1.0 for the frequency score and from 0.30 to 0.98 for the magnitude score. Intraclass correlation coefficients for total scores showed high consistency indices (ICC≥0.92) for test-retest. Conclusion: The Brazilian version of the CHIEF was reproducible and applicable to the study sample. It may serve as an instrument to characterize the environmental barriers as well as a way to document the effects of interventions aimed at minimizing the impact of such barriers on the participation of children and adolescents with CP. Keywords: cerebral palsy; questionnaire; environment; social environment; rehabilitation. HOW TO CITE THIS ARTICLE Furtado SRC, Sampaio RF, Vaz DV, Pinho BAS, Nascimento IO, Mancini MC. Brazilian version of the instrument of environmental assessment Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF): translation, cross-cultural adaptation and reliability. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267. http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0036 RESUMO | Contextualização: Fatores ambientais são essenciais para a caracterização dos processos de funcionalidade e incapacidade, no entanto a escassez de instrumentação padronizada sobre tais elementos restringe a investigação científica de barreiras e facilitadores associados à participação social de pessoas com deficiência. Objetivos: Traduzir para o Português do Brasil, adaptar culturalmente e verificar a confiabilidade do questionário de avaliação ambiental denominado Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF). Método: O questionário foi traduzido para o Português, analisado, retrotraduzido para o Inglês e comparado com a versão original. A versão final (CHIEF-BR) foi administrada em 47 cuidadores de crianças e adolescentes com paralisa cerebral (PC), e a confiabilidade teste-reteste foi analisada pelo Kappa quadrático e índice de consistência (CCI) a partir de entrevista com 23 cuidadores dessa amostra, em dois momentos, com intervalo de dez dias. Resultados: Durante a administração, foi necessário o fornecimento de exemplos para facilitar a compreensão das questões relacionadas à subescala política. Kappa quadrático evidenciou que a confiabilidade teste-reteste de cada questão variou de 0,28 a 1,0 no escore de frequência e de 0,38 a 0,98 no escore de magnitude. Os coeficientes de correlação intraclasse dos escores totais apresentaram um alto índice de consistência (CCI≥0,92). Conclusão: O CHIEF-BR mostrou-se reprodutível e aplicável à amostra do estudo, podendo ser utilizado para documentar os efeitos de intervenções que visem a minimizar o impacto das barreiras ambientais na participação de crianças e jovens com PC. Palavras-chave: paralisia cerebral; questionário; ambiente; meio social; reabilitação. Departamento Fisioterapia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil Fisioterapeuta, Belo Horizonte, MG, Brasil Departamento de Terapia Ocupacional, UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil Received: 07/04/2013 Revised: 10/29/2013 Accepted: 01/21/2014 1 2 3 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0036 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267 259 Furtado SRC, Sampaio RF, Vaz DV, Pinho BAS, Nascimento IO, Mancini MC Introdução O modelo da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)1, proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), reflete a mudança de um modelo restrito de incapacidade para uma estrutura conceitual ampliada que caracteriza os processos de incapacidade e funcionalidade como integrantes da conceituação de saúde e inclui explicitamente o ambiente como facilitador ou barreira para o desempenho de ações e tarefas2. A participação, que é o envolvimento do homem em situações de vida, leva em consideração as vivências cotidianas do indivíduo bem como o contexto no qual ele executa suas atividades1. Embora a OMS reconheça a importância dos fatores ambientais sobre a funcionalidade e incapacidade, a escassez de instrumentação padronizada para documentar tais fatores restringe a investigação direta e empírica de barreiras e facilitadores associados à participação social de pessoas com deficiência. Os instrumentos existentes têm uma perspectiva restrita do conceito de ambiente, focando principalmente as barreiras arquitetônicas e os aspectos físicos3,4, sem informar sobre o impacto dos outros elementos do ambiente, tais como suporte social, atitudes, políticas, disponibilidade de serviços, entre outros, que interferem nos componentes de funcionalidade. A participação social de crianças e jovens com paralisia cerebral (PC) tem sido tema de interesse de diversas investigações5-10. Dentre os fatores identificados como relevantes para a participação social desse grupo, destacam-se o comprometimento motor, o suporte social, a atitude negativa7, as condutas inclusivas6e a facilidade de serviços na comunidade9. Portanto, o perfil de funcionalidade desse grupo clínico agrega informações específicas da condição de saúde bem como informações sobre os fatores ambientais que podem apresentar-se como barreiras ou facilitadores à participação social desses indivíduos. Torna-se importante a disponibilização de instrumentos que informem sobre esses fatores, tanto para subsidiar os processos de avaliação e de intervenção clínica quanto para possibilitar investigações científicas. Em 1997, iniciou-se o desenvolvimento de um questionário denominado Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF), que documenta o impacto dos fatores ambientais na participação social de pessoas com deficiência11. O CHIEF foi originalmente desenvolvido na língua inglesa para ser autoadministrado ou administrado por meio de entrevista com indivíduos na faixa etária de 16 a 95 anos. É um instrumento congruente, com abordagens 260 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267 atuais das áreas de saúde e reabilitação, como a prática centrada no indivíduo. Tais instrumentos tornam-se recursos importantes, pois permitem que as prioridades e necessidades dos indivíduos possam ser identificadas e incorporadas aos procedimentos terapêuticos dos profissionais de saúde12. Nos últimos anos, o CHIEF tem sido amplamente utilizado para documentar as barreiras ambientais em diferentes populações7,13-17. Um crescente aumento tem sido observado no número de instrumentos traduzidos e adaptados no Brasil com base em padrões criteriosos e reconhecidos cientificamente na área da reabilitação18-22. Esse processo utiliza procedimentos metodológicos específicos para a tradução e avaliação da necessidade de adaptar culturalmente o instrumento, de tal forma que seu uso seja viabilizado em um novo país23-25. Soma-se ainda o fato de que a adaptação cultural permite a comparação dos resultados obtidos em nível internacional, o que amplia a compreensão de um determinado construto25. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivos traduzir, adaptar culturalmente o CHIEF para o Português do Brasil e verificar a confiabilidade teste-reteste em uma amostra composta por cuidadores de crianças e jovens com paralisia cerebral (PC). Método Participantes Participaram deste estudo cuidadores de crianças e jovens com PC. Para o recrutamento dos participantes, foram realizados contatos com profissionais da área de saúde que trabalham com crianças e jovens com PC em hospitais ou consultórios de Belo Horizonte, MG, Brasil. Os critérios de inclusão das crianças e jovens foram: ter diagnóstico médico de PC e estar cursando o ensino fundamental. Após a identificação desses pacientes, foi feito contato com os seus cuidadores. Os cuidadores que concordaram em participar foram esclarecidos quanto aos objetivos do estudo e solicitados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Caso houvesse a recusa por parte do cuidador em responder alguma pergunta do CHIEF-BR, ele seria excluído do estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil (parecer no. ETIC 474/08). Inicialmente foram coletados os dados demográficos dos participantes, sendo ainda avaliadas as características socioeconômicas das famílias Adaptação cultural e confiabilidade do CHIEF-Brasil participantes deste estudo, conforme Critério de Classificação Econômica Brasil–ABEP26. As crianças e jovens com PC foram também classificadas de acordo com Gross Motor Function Classification System (GMFCS) para identificação dos níveis da função motora grossa27. Esse sistema classifica a criança considerando principalmente a forma de locomoção. Os níveis I e II representam a criança que deambula sem restrições, o nível III é atribuído à criança que deambula com auxílio ou suporte, e os níveis IV e V diferenciam a criança que faz uso de tecnologia assistida para se locomover daquela que, mesmo fazendo uso de tecnologia assistida. depende de terceiros para se locomover27. Instrumentação O CHIEF foi desenvolvido em duas versões, sendo uma longa e outra curta, compostas de 25 e 12 questões, respectivamente28. Ambas as versões foram subdivididas em cinco domínios que são similares àqueles da taxonomia do componente de fatores ambientais da CIF. Esses domínios foram transformados em cinco subescalas, sendo que cada uma inclui as seguintes questões: subescala atitudes e suporte (questões 15, 17, 18, 20 e 21); subescala serviços e assistência (questões 1, 7, 8, 9, 10, 12 e 14); subescala estrutura física (questões 2, 3, 4, 5, 6 e 11); subescala política (questões 22, 23, 24 e 25) e subescala trabalho e escola (questões 13, 16 e 19)28. Cada questão do CHIEF é pontuada quanto à frequência de identificação de barreiras (i.e., diariamente, semanalmente, mensalmente, menos de uma vez por mês ou nunca) e quanto à magnitude de barreiras (i.e., pequeno ou grande problema). O CHIEF apresenta três métodos de pontuação para cada questão: (1) o escore de frequência, que varia de 0 a 4; (2) o escore de magnitude, que varia de 0 a 2; (3) o escore de frequência-magnitude, que é o produto da frequência e da magnitude, que varia de 0 a 8. É possível ainda calcular o escore total do questionário por meio da média dos escores de frequência, de magnitude e do de frequência-magnitude de todas as questões. Nesse questionário, valores de pontuação mais altos indicam maior percepção de barreira ambiental. As propriedades psicométricas da versão original do CHIEF foram examinadas em uma amostra de conveniência composta por 409 indivíduos com diferentes diagnósticos14,28. O instrumento apresentou boa confiabilidade teste-reteste do escore total frequência-magnitude (ICC=0,93) bem como das subescalas (0,77ICC≤0,89). A consistência interna do escore total de frequência-magnitude e das subescalas, avaliada pelo Cronbach α, variou entre 0,76 e 0,93. A validade discriminante do instrumento foi evidenciada pela distinção entre indivíduos com e sem deficiências. Embora ambos os grupos relataram ter vivenciado algum tipo de barreira, o grupo com deficiência reportou um escore médio total de frequência-magnitude superior, e também das subescalas14,28. Procedimento de tradução e adaptação cultural Inicialmente foi feito contato com o primeiro autor do instrumento solicitando autorização para a tradução do CHIEF para o Português do Brasil. O processo de tradução do instrumento para as especificidades da cultura brasileira e o cálculo da amostra basearam-se em normas padronizadas propostas por Beaton et al. 29. A tradução foi realizada de forma independente por dois tradutores, com formações distintas, cuja primeira língua era o Português, sendo que somente um tradutor (T1) estava ciente dos conceitos do questionário. Posteriormente, as duas versões foram comparadas pelo T1 e pelo pesquisador principal para obtenção de uma versão única em Português. A versão unificada foi novamente submetida à avaliação pelo outro tradutor (T2). Em seguida, um tradutor independente, cuja língua materna era o Inglês, cegado com relação ao conteúdo do questionário, fez a retrotradução, produzindo uma nova versão em Inglês. A versão produzida pela retrotradução foi comparada ao instrumento original, sendo as discrepâncias sanadas pelo tradutor e pelo pesquisador principal. Nessa fase, verificou-se se a versão traduzida refletia o mesmo conteúdo do questionário original, garantindo a consistência da tradução. Após essa etapa, o questionário foi submetido a um comitê de especialistas para apreciação. O comitê foi constituído por três fisioterapeutas e uma terapeuta ocupacional, todas professoras universitárias familiarizadas com o processo de adaptação cultural e fluente nos dois idiomas. Esse comitê elaborou uma versão pré-final em Português a partir do questionário original, das duas traduções para o Português, da tradução unificada para o Português e da retrotradução. Além da elaboração dessa versão pré-final, o comitê de especialistas comparou a redação de cada questão da versão préfinal em Português com a versão original em Inglês, atentando para equivalência das versões no que tange à estrutura semântica, conceitual e idiomática. A versão pré-final do questionário em Português foi então administrada em um grupo piloto composto Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267 261 Furtado SRC, Sampaio RF, Vaz DV, Pinho BAS, Nascimento IO, Mancini MC por sete cuidadores de crianças e jovens com PC para garantir a compreensão do questionário e a consistência dos procedimentos de aplicação. Após essa etapa, a versão pré-final do CHIEF foi administrada individualmente aos cuidadores de 47 crianças e jovens com PC. A versão traduzida do instrumento foi novamente administrada pelo mesmo investigador, em entrevistas com 23 dos 47 cuidadores da amostra total, que concordaram com a readministração do questionário num intervalo de aproximadamente dez dias entre as duas administrações, para investigação da confiabilidade teste-reteste. O tempo de dez dias foi considerado adequado para evitar viés de memória bem como alterações na percepção de barreiras por parte dos cuidadores. Ao final do processo, os autores da versão original do instrumento foram informados por escrito sobre os procedimentos adotados ao longo do estudo e receberam uma cópia da versão do CHIEF em Português – Brasil, denominado CHIEFBR (Anexo 1S*). Análise estatística Estatística descritiva, com índices de tendência central (média), dispersão (desvio padrão) e frequência, foi utilizada para caracterizar as crianças e jovens nas variáveis idade, sexo, anos de escolaridade, classificação da função motora grossa e nível socioeconômico das famílias bem como para descrever os dados demográficos dos respondentes do CHIEF-BR. A confiabilidade do instrumento foi analisada por meio de dois coeficientes. O coeficiente Kappa com ponderação quadrática (wk) estimou a concordância teste-reteste em cada questão, uma vez que cada questão informa, numa escala ordinal, a frequência e a magnitude da barreira ambiental. Para essa análise, foi utilizado o escore de frequência e de magnitude de cada questão. Já o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) testou a concordância teste-reteste dos escores frequência-magnitude de cada questão, dos escores totais do CHIEF-BR de frequência, de magnitude e de frequência-magnitude e das médias dos escores de frequência, de magnitude e de frequência-magnitude das subescalas por serem consideradas variáveis contínuas. Os limites para interpretação do CCI e Kappa utilizados neste estudo seguiram os mesmos parâmetros de referências adotados pelo estudo *Veja material suplementar disponível na versão online no site http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issues&pid=14133555&lng=en&nrm=iso 262 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267 de Gabriel et al.30. Os valores de CCI superiores a 0,75 foram considerados bons indicadores de fidedignidade, enquanto os valores entre 0,5 e 0,75 apontam para fidedignidade de moderada a boa. Os valores entre 0,25 e 0,5 indicam correlação de fraca a moderada, e valores inferiores a 0,25 indicam correlação muito fraca. Os parâmetros utilizados para análise do índice de Kappa (κ) seguiram os seguintes critérios: κ< 0,40, concordância pobre; κ entre 0,40 e 0,60, concordância razoável ou moderada; κ entre 0,60 e 0,80, concordância boa; e κ acima de 0,80, concordância excelente 30,31. As análises foram realizadas nos programas Stata for Windows versão10.0 e Statistical Package for Social Sciences, versão 15.0.O nível de significância adotado pelo estudo foi de α= 0,05. Resultado Participaram do estudo 47 cuidadores de crianças e jovens com PC, com predominância do sexo feminino (85%) e idade média de 37,81±8,19 anos (24 a 59). Aproximadamente, 60% desses participantes possuíam escolaridade igual ou inferior ao 1o grau, 32% possuíam o 2o grau, e 9% possuíam o 3ograu. A maior parte das famílias (66%) dos respondentes pertencia à classe econômica C1 e C2, o que equivale a uma variação de renda mensal de R$ 726,00 a R$ 1.195,00, de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil da ABEP-200826. As características descritivas desses participantes (N=47), assim como as dos subgrupos de participantes pertencentes à análise de confiabilidade teste-reteste (N=23) estão reportadas na Tabela 1. Tradução e adaptação cultural Durante a tradução para o Português, foram identificadas algumas inconsistências semânticas, como o termo design e layout, que foram traduzidos, inicialmente, por “arquitetura/desenho/projeto”. Após discussão com os tradutores e consulta aos autores do CHIEF, optou-se pelo termo “estrutura física”, mantendo a adequação cultural da terminologia. Essa fase permitiu a detecção de erros e de interpretações divergentes das questões com significados ambíguos da versão original. Durante a elaboração da versão pré-final pelo comitê de especialistas, foram feitas modificações de algumas palavras na versão unificada, por exemplo, a palavra “sofreu preconceito” para “vivenciou preconceito”, “computador” para “informática”, “obstáculo” para “barreira” entre outras. Nessa Adaptação cultural e confiabilidade do CHIEF-Brasil Tabela 1. Características descritivas da amostra de acordo com o número de participantes da amostra total e do subgrupo do teste de confiabilidade do questionário CHIEF-BR. Participantes Variáveis descritivas Amostra total N=47 Subgrupo confiabilidade N=23 Crianças e adolescentes com PC Idade* anos Sexo** Estudo* 9,1±2,5 9,1±2,3 F 19 (40,4%) 8 (34,8%) M 28 (59,6%) 15 (65,2%) anos 2,7±2,1 2,4±1,7 12 (25,5%) 3 (13,0%) II 15 (31,9%) 5 (21,7%) III 9 (19,1%) 4 (17,4%) IV 7 (14,9%) 7 (30,4%) V 4 (8,5%) 4 (17,4%) Idade* anos 37,8±8,2 37,0±8,5 Sexo** F 40 (85,1%) 20 (87,0%) M 7 (14,9 %) 3 (13,0%) GMFCS** I Cuidadores Estudo* anos 8,9±3,6 8,1±3,4 CCEB** A1 e A2 1 (2,1%) - B1 e B2 5 (10,6%) 2 (8,7%) C1 e C2 31 (66,0%) 14 (60,9%) D 10 (21,2%) 7 (30,4%) *Números indicam média e desvio padrão; **números indicam frequência de crianças/adolescentes e de cuidadores da amostra e do subgrupo utilizado para avaliação da confiabilidade; CCEB = Critério de Classificação Econômica Brasil (faixa da renda familiar em R$): A1 e A2= 9.733 a 6.564, B1 e B2 = 3.479 a 2.013, C1 e C2 = 1.195 a 726 e D = 485); sexo (F=feminino; M=masculino); - indica nenhum respondente nessa categoria. GMFCS = Gross Motor Function Classification System. etapa, o comitê de especialistas alertou que, embora houvesse equivalência semântica, idiomática e conceitual entre a versão original e a traduzida, seria importante fornecer exemplos durante a administração do questionário para facilitar a compreensão das questões, principalmente àquelas referentes às políticas, que poderiam não ser compreendidas por pessoas com baixo grau de escolaridade. Diante dessa sugestão, os autores do CHIEF foram consultados quanto à possibilidade da inserção de exemplos no corpo do questionário, entretanto eles acharam mais apropriado oferecer os exemplos verbalmente, caso o respondente não compreendesse a questão ou solicitasse esclarecimento. Os exemplos foram definidos previamente à administração do questionário, e todos os examinadores foram orientados a utilizá-los quando necessário. O tempo médio requerido para a administração do questionário foi de 20 a 30 minutos. Durante a administração, foi verificada a necessidade sistemática do fornecimento de exemplos para facilitar a compreensão das questões, como alertado pelo comitê de especialistas. Esses exemplos foram necessários para as questões 22, 23, 24 e 25, todas pertencentes à subescala política (Tabela 2). Após a administração do questionário, os respondentes foram indagados sobre a clareza das questões, sendo indicada, pela maioria dos respondentes, maior dificuldade na compreensão das últimas questões (subescala política), mas, após o fornecimento dos exemplos, tal dificuldade foi sanada. Confiabilidade Os índices de Kappa quadrático de confiabilidade teste-reteste de cada questão do CHIEF apresentaram reprodutibilidade variando de “razoável” a “excelente“, com exceção da questão 23, que apresentou concordância “pobre” (Tabela 3). O CCI da confiabilidade teste-reteste dos escores de frequência-magnitude de cada questão variou de 0,29 a 0,98. A maior parte das questões (48%) apresentou valores de CCI acima de 0,75, indicando confiabilidade entre boa e excelente; 40% das questões apresentaram confiabilidade de moderada a boa, e o restante das questões (12%) apresentou confiabilidade entre fraca e moderada (Tabela 4). O CCI da confiabilidade teste-reteste dos escores totais de frequência, de magnitude e de frequência-magnitude apresentou um alto índice de reprodutibilidade, respectivamente 0,93, 0,92 e 0,92. Os valores do CCI dos escores frequência-magnitude de cada subescala apresentaram índices de magnitude de moderado a excelente (0,71≤ICC≤0,93). A subescala estrutura física demonstrou a maior magnitude de confiabilidade teste-reteste, enquanto a subescala política apresentou o valor mais baixo. A Tabela 4 agrupou o CCI dos escores frequênciamagnitude de cada questão de acordo com os parâmetros de referência desse coeficiente. A Tabela 5 apresenta os CCI das subescalas e dos escores totais de frequência, magnitude e frequência-magnitude. Discussão Este estudo disponibiliza a versão traduzida para o Português-Brasil (CHIEF-BR) de um instrumento Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267 263 Furtado SRC, Sampaio RF, Vaz DV, Pinho BAS, Nascimento IO, Mancini MC Tabela 2. Exemplos elaborados para facilitar a compreensão do conteúdo das questões referentes à subescala política do questionário CHIEF-BR. Questão Exemplos 22 Programa de esporte/recreação; creche. 23 Práticas das empresas que discriminam contra pessoas com deficiência, não acolhem pessoas com deficiência nas empreses, não fornecem acomodações adequadas. 24 Programas de reabilitação que paguem a educação e o equipamento necessário para que a pessoa possa obter um emprego, subsídios aos empregadores para contratar pessoas com deficiências, escolas particulares que aceitem alunos com necessidades especiais, políticas educacionais que separam as pessoas em classes ou escolas especiais. 25 Leis que protejam os direitos da pessoa com deficiência, dificuldade para se conseguirem benefícios, perdas de alguns benefícios. Tabela 3. Classificação dos coeficientes Kappa do teste de confiabilidade teste-reteste dos escores de frequência e de magnitude por questão do questionário CHIEF-BR (N=23). Parâmetros de referência para o coeficiente de confiabilidade Kappa Questão Escore de frequência Questão Escore de magnitude >0,80 (excelente) Q2*, Q3*, Q13*, Q14*, Q20*, Q21* Q2*, Q3*, Q5*, Q10*, Q13*, Q14*, Q17*, Q20* 0,60-0,80 (boa) Q1*, Q4*, Q8*, Q11*, Q12*, Q17*, Q18*, Q19*, Q22*, Q24*, Q25* Q1*, Q4*, Q6*, Q8*, Q11*, Q15*, Q18*, Q19*, Q21*, Q22*, Q24*, Q25* 0,40-0,60 (razoável) Q5*, Q6**, Q7**, Q9*, Q10*, Q15*, Q16* Q7*, Q9*, Q12*, Q16* <0,40 (pobre) Q23 Q23 Q=Questão; *=valor de ρ<0,03. Tabela 4. Classificação dos coeficientes de correlação intraclasse do teste de confiabilidade teste-reteste dos escores de frequênciamagnitude por questão do questionário CHIEF-BR (N=23). Parâmetros de referência do coeficiente de correlação intraclasse Questão Escore Frequência-magnitude >0,75 (bom) Q2*, Q3*, Q11*, Q13*, Q14*, Q19*, Q20*, Q21*, Q22*, Q25* 0,5–0,75 (moderado) Q1*, Q4*, Q5*, Q6*, Q8*, Q9*, Q10*, Q12*, Q15*, Q17*, Q18*, Q24* 0,25–0,5 (fraca) Q7*, Q16*, Q23 <0,25 (ausência de correlação) Q=Questão; *=valor de ρ<0,008. Tabela 5. Confiabilidade teste-reteste dos escores de frequência-magnitude das subescalas e dos escores totais do questionário CHIEFBR (N=23). Escore CCI IC (95%) Valor de p Política 0,71 0,42-0,87 <0,0001* Estrutura física 0,93 0,84-0,97 <0,0001* Trabalho/escola 0,89 0,76-0,95 <0,0001* Atitude/suporte 0,89 0,76-0,95 <0,0001* Serviço/assistência 0,85 0,69-0,94 <0,0001* Frequência 0,93 0,83-0,97 <0,0001* Magnitude 0,92 0,82-0,96 <0,0001* Frequência-magnitude 0,92 0,83-0,97 <0,0001* Frequência-magnitude das subescalas Total CCI=coeficiente de correlação intraclasse; IC=intervalo de confiança; *=coeficiente de correlação intraclasse com significância estatística. 264 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267 Adaptação cultural e confiabilidade do CHIEF-Brasil único na literatura que documenta barreiras ambientais, sendo essa uma informação de extrema importância para a compreensão dos processos de funcionalidade e incapacidade humana. O processo de tradução e retrotradução foi conduzido com rigor metodológico e em conformidade com as normas definidas na literatura, obtendo-se a equivalência conceitual entre a versão original e a versão em Português. As discordâncias, entre os tradutores e/ou o comitê de especialistas, quando encontradas, foram resolvidas por consenso, priorizando a adaptação cultural em detrimento à equivalência semântica. Não houve a necessidade de modificação de nenhuma questão da versão pré-final após a administração do questionário aos 47 participantes. Durante a administração do CHIEF-BR, foi necessário fornecer exemplos para facilitar a compreensão dos respondentes. Esse fato, provavelmente, relaciona-se à baixa escolaridade de grande parte da amostra (60%), que tinha somente o ensino fundamental completo ou incompleto. A maior necessidade de exemplos foi na subescala política, entretanto os índices de Kappa dos escores de frequência e de magnitude dessas questões demonstraram boa reprodutibilidade (wk≥0,74), com exceção da questão 23, que apresentou índice baixo de Kappa ponderado para o escore de frequência e de magnitude, a saber, de 0,28 e 0,38, respectivamente. Tais resultados sugerem que a disponibilização de exemplos parece ser uma estratégia apropriada para facilitar a compreensão do conteúdo do CHIEFBR e garantir adequada reprodutibilidade. A baixa confiabilidade da questão 23 pode ter ilustrado a dificuldade dos respondentes em identificar o impacto das políticas e regras das empresas na participação de crianças e jovens com PC. Durante a etapa de elaboração da tradução do questionário e formulação dos exemplos, houve dificuldades na distinção dos conteúdos entre as questões da subescala política. De acordo com os autores do CHIEF, a perfeita distinção entre as quatro áreas que compõem essa subescala, as quais referem-se à comunidade, à empresa, à educação/ emprego e ao governo, é menos importante do que dar oportunidade ao respondente de informar sobre a percepção das políticas que possam ser barreiras para a pessoas com deficiência. A avaliação da confiabilidade teste-reteste deste estudo também revelou bons índices de concordância para os escores totais (ICC≥0,92), os quais estão bastante próximos aos valores reportados pelos autores do instrumento (ICC≥0,88)28. Foram encontradas similaridades entre os índices de concordância das subescalas do CHIEF apresentados por este estudo (0,71≤ICC≤0,93) e pelos autores do CHIEF (0,77≤ICC≤0,89), indicando boa reprodutibilidade do instrumento mesmo em contextos distintos. Os autores do CHIEF compararam a concordância das respostas disponibilizadas por indivíduos com deficiência e por seu familiar ou amigo, verificando que nem sempre o “próximo” reporta acuradamente as barreiras enfrentadas pelo indivíduo (ICC=0,62, avaliado pelo escore total de frequência-magnitude)28. Esse resultado, no entanto, não deve ser generalizado para todas as populações, uma vez que, no caso de crianças e jovens com PC, muitas vezes não é possível obter respostas para temas complexos, como percepção de barreiras ambientais. Além disso, existe uma relação de proximidade muito intensa da criança ou jovem com os pais, que se torna ainda mais estreita na presença de deficiências. Essa aproximação autoriza os pais, que, na maioria das vezes, desempenham o papel de principal cuidador, a fornecerem informações sobre as barreiras enfrentadas por seus filhos, pois eles também as vivenciam. Acreditamos que a utilização dos cuidadores como respondentes do CHIEF-BR nessa população seja não somente uma estratégia possível, mas também adequada para resgatar informações sobre as barreiras ambientais impostas às crianças e jovens com PC. Estudos que utilizaram o CHIEF na população infantil tendo os pais como respondentes não avaliaram a confiabilidade, impossibilitando comparações dos índices de consistência desse instrumento no âmbito internacional7,15. Os resultados deste estudo indicam que a versão brasileira do CHIEF (CHIEF-BR), quando administrada por meio de entrevista, é aplicável à população estudada e confiável para medir a percepção dos cuidadores sobre as barreiras ambientais enfrentadas por seus filhos com PC. A confiabilidade teste-reteste dos escores de frequência, magnitude e frequência-magnitude demonstrou bons índices de reprodutibilidade. Ainda se faz necessário investigar a consistência do instrumento em amostra com maior número de participantes. Além disso, fazse necessário investigar a adequação do CHIEF-BR para outros grupos clínicos, contribuindo para a sua utilização no país. Acreditamos que a utilização desse instrumento na clínica e/ou na pesquisa possa viabilizar a compreensão ampliada dos processos de funcionalidade e incapacidade em indivíduos com diferentes condições de saúde. A caracterização das barreiras ambientais pode nortear ações locais e globais visando a promover a participação social da Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267 265 Furtado SRC, Sampaio RF, Vaz DV, Pinho BAS, Nascimento IO, Mancini MC clientela atendida por profissionais de reabilitação. O CHIEF-BR poderá servir ainda para a documentação de efeitos de intervenções que visem a minimizar o impacto das barreiras ambientais na participação de crianças e jovens com PC. Referências 1. Organização Mundial de Saúde – OMS, Organização Panamerica de Saúde – OPAS. Classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde. 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Presidente Antônio Carlos, 6627, Campus Universitário CEP 31270-901, Belo Horizonte, MG, Brasil e-mail: [email protected], [email protected] Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):259-267 267 original article Strength deficits of the shoulder complex during isokinetic testing in people with chronic stroke Lucas R. Nascimento1,2, Luci F. Teixeira-Salmela2, Janaine C. Polese1,2, Louise Ada1, Christina D. C. M. Faria2, Glória E. C. Laurentino3 ABSTRACT | Objectives: To examine the strength deficits of the shoulder complex after stroke and to characterize the pattern of weakness according to type of movement and type of isokinetic parameter. Method: Twelve chronic stroke survivors and 12 age-matched healthy controls had their shoulder strength measured using a Biodex isokinetic dynamometer. Concentric measures of peak torque and work during shoulder movements were obtained in random order at speeds of 60°/s for both groups and sides. Type of movement was defined as scapulothoracic (protraction and retraction), glenohumeral (shoulder internal and external rotation) or combined (shoulder flexion and extension). Type of isokinetic parameter was defined as maximum (peak torque) or sustained (work). Strength deficits were calculated using the control group as reference. Results: The average strength deficit for the paretic upper limb was 52% for peak torque and 56% for work. Decreases observed in the non-paretic shoulder were 21% and 22%, respectively. Strength deficit of the scapulothoracic muscles was similar to the glenohumeral muscles, with a mean difference of 6% (95% CI -5 to 17). Ability to sustain torque throughout a given range of motion was decreased as much as the peak torque, with a mean difference of 4% (95% CI -2 to 10). Conclusions: The findings suggest that people after stroke might benefit from strengthening exercises directed at the paretic scapulothoracic muscles in addition to exercises of arm elevation. Clinicians should also prescribe different exercises to improve the ability to generate force and the ability to sustain the torque during a specific range of motion. Keywords: cerebrovascular disease; hemiparesis; shoulder complex; muscle strength; physical therapy. HOW TO CITE THIS ARTICLE Nascimento LR, Teixeira-Salmela LF, Polese JC, Ada L, Faria CDCM, Laurentino GEC. Strength deficits of the shoulder complex during isokinetic testing in people with chronic stroke. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):268-275. http://dx.doi. org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0030 Introduction Stroke is one of the leading causes of disability worldwide and has a significant impact on physical, emotional, and social lives1,2. It has been suggested that rehabilitation strategies designed to improve activity after stroke should be based upon understanding of the nature of the main impairments, as well as knowledge of their relative contributions to disabilities3. Studies aimed at increasing our understanding of the nature of upper limb impairments are necessary to underpin rehabilitation, considering that the upper limb is required for most activities of daily living1. In particular, shoulder movements are necessary to carry out activities like feeding, combing hair, and reaching overhead, thus a compromised shoulder complex could lead to limitations in several activities 3,4. Previous studies indicated that muscular weakness is the most common impairment following stroke and has been shown to be significantly related to limitations during these upper limb activities1,5,6. The shoulder complex exhibits the greatest amount of movement in the human body. This mobility is the result of the combined and constrained motions of two main joints, the glenohumeral and scapulothoracic7,8. Weakness in the scapulothoracic or the glenohumeral muscles may cause imbalances in the force couples around the shoulder complex, leading to abnormal kinematics9,10. Since these muscles are constrained to act as a single unit, any abnormality in one muscle may result in instability which, in turn, may decrease movement during upper limb activities11,12. Previous studies13,14 on shoulder muscle weakness have measured isometric strength, which does not reflect the dynamic nature of the upper limb movements and is limited to one aspect of muscle Discipline of Physiotherapy, Faculty of Health Sciences, The University of Sydney, Sydney (NSW), Australia Department of Physical Therapy, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brazil 3 Department of Physical Therapy, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brazil Received: 07/08/2013 Revised: 11/02/2013 Accepted: 11/11/2013 1 2 268 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):268-275 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0030 Strength deficits of the shoulder complex after stroke strength (i.e. peak torque). Although peak torque is an excellent indicator of maximum strength, it does not take into account the ability to sustain a produced torque throughout a given range of motion (i.e. work)15. The ability to generate large muscle forces is of little functional benefit if the force cannot be sustained during the time required to perform an activity. Incomplete range of motion during activities of daily living is clinically evident in people after stroke and may be related to inability to sustain a produced torque. Although previous studies have provided evidence that shoulder muscles are generally weak after stroke13,14 and that both peak torque and work are decreased during the abduction of the upper limb3, there is still no specific information regarding glenohumeral muscle weakness compared with scapulothoracic muscle weakness. Despite the fact that neurological rehabilitation has changed considerably over the past decades, strength training of the shoulder muscles is still uncommon, particularly strengthening of the scapulothoracic muscles. This information could help clinical practice since it has been suggested that strong scapulothoracic muscles are necessary to achieve adequate range of motion during arm elevation11. Therefore, to understand the nature of the strength deficit of the shoulder muscles in people with stroke, this study aimed to investigate dynamic strength deficits according to type of movement and type of isokinetic parameter. Type of movement was defined as: scapulothoracic (protraction and retraction which predominantly involves movement of the scapula on the chest wall), glenohumeral (internal and external shoulder rotation which predominantly involves movement at the glenohumeral joint) or combined (shoulder flexion and extension which involves movement of the scapula and the glenohumeral joint). Type of isokinetic parameter was analyzed as: maximum strength (peak torque) or work (ability to produce and sustain torque throughout a given range of motion). The specific research questions were: • Is the strength deficit during scapulothoracic movement less affected than during glenohumeral movement in people with stroke? • Is the ability to sustain torque throughout a given range of motion less affected than maximum strength? The findings will provide information regarding the nature of weakness following stroke. Examining different parameters of strength of stable chronic individuals after stroke will help guide clinical practice by suggesting specific muscles and strength parameters to be targered with strengthening interventions during rehabilitation of both acute and chronic patients. Method Participants Twelve chronic stroke survivors and 12 healthy controls were recruited from the general community of the city of Belo Horizonte, Brazil. Participants with stroke were included if they: were ≥20 years old; had a time since the onset of unilateral stroke greater than six months; had no pain or contractures of the upper limb joints which could prevent the test procedures; had no cognitive deficits (scores>24 out of 30 on the Mini-mental state examination)16; had mild or moderate upper limb motor impairments (scores between 30-65 out of 66 on the Fugl-Meyer - upper limb scale)17; had mild or moderate increases in muscle tone of the elbow flexors (scores ≤3 out of 4 on the Modified Ashworth Scale)18; and had no other neurological or orthopedic disorders. Healthy participants matched by age, gender, and upper limb dominance were included if they had no cognitive deficits. This study was approved by the University’s Ethical Review Board, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brazil (ETIC 0539.0.203.000-09), and all the participants signed the consent forms. Procedures The participants attended the university laboratory on one occasion, for about 90 minutes. First, both groups provided consent prior to data collection and background information regarding their age, gender, body mass, height, cognition, and grip strength. Grip strength was measured using a Jamar dynamometer19, and the average value after three repetitions was recorded. The time since the onset of stroke, the paretic side, motor impairments, muscle tone, and amount and quality of use of the paretic upper limb using the Motor Activity Log20 were also collected for the stroke group for descriptive purposes. Then, peak torque and work were obtained during the movements of scapular protraction and retraction; external and internal shoulder rotation; and shoulder flexion and extension. The order of testing of the movements was randomized. After a brief explanation, participants executed three sub-maximal familiarization trials, followed by five maximal concentric-concentric trials for each evaluated Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):268-275 269 Nascimento LR, Teixeira-Salmela LF, Polese JC, Ada L, Faria CDCM, Laurentino GEC movement. The non-paretic side of the stroke and the dominant side of the control participants were tested first. During the tests, blood pressure and heart rate were constantly monitored, and standardized procedures were employed by having the same physical therapist collecting all of the data. Measurement of strength of the shoulder complex Strength of the shoulder complex was measured as peak torque and work obtained with the Biodex isokinetic dynamometer (Biodex Medical System 3 Pro, Shirley, NY, USA) at a speed of 60°/s. The dynamometer was calibrated following the manufacturer’s recommendations and the axis of the dynamometer was aligned with that of each specific joint21,22, and the six movements were evaluated9,23,24. Modifications of the testing positions and ranges of motion were performed to minimize possible compensatory movements25. Gravity corrections were employed during the tested movements, except for the scapular protraction and retraction movements, since these movements are performed in the horizontal plane9. For the scapular protraction and retraction movements, the closed chain attachment was fixed to the dynamometer in the horizontal position. The dynamometer shaft was rotated 30º, and the participants were seated with their arms in the scapular plane9,26. The elbow was kept extended by a stabilizing device and the trunk was stabilized by two crossed straps. Movement was performed at 12.2 cm/s from 20º of protraction to 10º of scapular retraction. For the external and internal shoulder rotation movements, the participants were positioned in supine position to reduce the scapulothoracic movements, with 90º of shoulder abduction and elbow flexion. The rotation axis of the dynamometer was aligned to the shoulder joint according to Moraes et al.22, and movement was performed within an arc of 90º, between 40º of external rotation and 50º of internal rotation22. This range of motion was chosen to prevent passive restriction of the rotator cuff and the possible concurrent onset of pain24. For the shoulder flexion and extension movements, the participants were seated with the elbow in extension and movement was performed within an arc of 90°, between 20º of shoulder extension and 70º of flexion. The rotation axis of the dynamometer was aligned to the shoulder joint according to Kim et al.23. Data reduction Strength was measured both as peak torque and work. Peak torque is the product of mass, 270 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):268-275 acceleration, and the lever arm length15. Although peak torque is an excellent indicator of maximum strength, it does not take into account the range of motion. For this reason, work was also calculated to indicate the ability to produce and sustain torque throughout a given range of motion15. Peak torque was the maximum torque produced during five trials, and the total work was the cumulative amount of work produced by the participants during several trials. Both peak torque (Nm/s) and work (J) were normalized by body mass. Strength deficits were calculated using the control group as a reference, according to Alon27, as follows: Deficit = 100 – (stroke/control * 100). Therefore, the pattern of strength could be examined across three different experimental conditions regarding the type of movement: predominantly scapulothoracic (protraction and retraction), predominantly glenohumeral (internal and external shoulder rotations), and combined glenohumeral and scapulothoracic movements (shoulder flexion and extension); and between two experimental conditions regarding the type of isokinetic parameter: maximum strength and work. Data analysis Descriptive statistics, tests for normality (ShapiroWilk), and homogeneity of variance (Levene) were carried out for all outcome variables, using the SPSS for Windows software (SPSS, Chicago, IL). Multifactorial repeated measures ANOVA were employed to investigate differences in the strength deficits across the three experimental conditions related to type of movement (predominantly scapulothoracic, predominantly glenohumeral, and combined glenohumeral and scapulothoracic movements). Paired t-tests were employed to compare differences between the two types of isokinetic parameters (peak torque and work). Significance level was set at α=0.05. Mean differences were calculated and were provided with their 95% confidence intervals (95% CI). Results Participants As shown in Table 1, the stroke group was comprised of 12 individuals (six men) with a mean age of 52 years (SD 11, range 32 to 67 years), and a mean time since the onset of stroke of 10 years (SD 4.9). The control group was comprised of 12 volunteers with a mean age of 52 years (SD 12, Strength deficits of the shoulder complex after stroke Table 1. Characteristics of the participants. Characteristic Age (years), mean (SD) Gender, n male (%) Stroke n=12 Control n=12 52.0 (10.5) 51.8 (11.8) 6 (50) 6 (50) Body mass (kg), mean (SD) 73.7 (10.4) 69.8 (13.7) Height (m), mean (SD) 1.65 (0.1) 1.68 (0.1) Cognition (MMSE 0-30), mean (SD) 27.5 (2.0) 28.8 (1.7) Grip strength – paretic (Nm), mean (SD) 14.9 (10.4) 35.5 (9.5) Grip strength – non-paretic (Nm), mean (SD) 33.0 (9.3) 37.6 (9.7) Time since stroke (years), mean (SD) 10.0 (4.9) NA Side of hemiparesis, n right (%) 7 (58) NA Motor impairments (Fugl-Meyer UL 0-66), mean (SD) 47 (10) NA 0 3 (25) NA 1 3 (25) NA 1+ 1 (8) NA 2 2 (17) NA Muscle tone (Modified Ashworth scale 0-4), n (%) 3 (25) NA Amount of UL use (MAL 0-5), mean (SD) 3 3.4 (1.5) NA Quality of UL use (MAL 0-5), mean (SD) 3.4 (1.6) NA MMSE=Mini-mental state examination; UL=upper limb; MAL=Motor Activity Log; NA=not applicable. range 30 to 66 years), matched by age, gender and hand dominance. Table 2 provides the magnitude of strength for both groups and sides, and the strength deficit for each evaluated movement. The average deficit in peak torque was 52% (ranging from 41 to 57%) for the paretic upper limb and 21% (ranging from 13 to 34%) for the non-paretic upper limb. The average deficit in work measures was 56% (ranging from 48 to 62%) for the paretic upper limb and 22% (ranging from 13 to 29%) for the non-paretic upper limb. Pattern of strength deficit according to type of movement Table 3 provides the strength deficit of the paretic upper limb and the mean difference between the types of movement. There were no significant differences in strength deficits between the three different types of movement regarding peak torque (F=2.96, p=0.08) and work (F=1.45, p=0.26). The average mean difference between scapulothoracic deficit and the glenohumeral deficit was 6% (95%CI -5 to 17), and the average mean difference between scapulothoracic deficit and the combined deficit was 6% (95%CI -6 to 18). Pattern of strength deficit according to type of isokinetic parameter Table 4 provides the strength deficit of the paretic upper limb and the mean difference between the types of isokinetic parameter. There were no significant differences in strength deficits between the two different of types isokinetic parameter during the scapulothoracic movements (t=1.35, p=0.20) and the glenohumeral movements (t=0.83, p=0.42). A significant difference in strength deficit between the two different types of isokinetic parameter was found during the combined movement (t=2.8, p=0.02), with a mean difference of 5% (95% CI 1 to 9). Overall, there was no significant difference between types of isokinetic parameter, with an average mean difference between peak torque deficit and work deficit of 4% (95% CI -2 to 10) for the paretic upper limb. Discussion This is the first study to measure dynamic strength of the shoulder complex in people with stroke during different movements. Strength deficits in peak torque and work during six movements of the shoulder complex were calculated, so that the pattern of Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):268-275 271 Nascimento LR, Teixeira-Salmela LF, Polese JC, Ada L, Faria CDCM, Laurentino GEC Table 2. Mean (SD) peak torque (Nm/s) and work (J) for each side of each group and mean (SD) strength deficit for each side of stroke group as a % of control group. Strength Strength deficit* Stroke Control Paretic Non-paretic Shoulder internal rotation 18 (7) 31 (7) 42 (12) Shoulder external rotation 18 (7) 31 (5) 36 (7) Shoulder flexion 43 (14) 64 (27) Shoulder extension 30 (11) Scapular protraction Scapular retraction Stroke Dominant Non-dominant Paretic Non-paretic 42 (11) 52 (20) 22 (19) 37 (8) 46 (25) 13 (18) 8 (29) 84 (36) 41 (26) 18 (30) 57 (18) 69 (15) 72 (15) 55 (18) 18 (22) 172 (71) 312 (95) 435 (114) 444 (112) 57 (20) 25 (29) 214 (75) 335 (99) 509 (116) 522 (126) 55 (20) 34 (13) Shoulder internal rotation 21 (10) 38 (11) 52 (17) 53 (17) 57 (23) 26 (18) Shoulder external rotation 21 (10) 39 (10) 46 (10) 46 (10) 50 (30) 13 (20) Shoulder flexion 41 (14) 69 (25) 94 (37) 92 (36) 48 (28) 22 (27) Shoulder extension 29 (14) 61 (21) 80 (20) 80 (22) 62 (20) 22 (24) Scapular protraction 63 (21) 144 (32) 187 (55) 182 (50) 61 (18) 22 (8) Scapular retraction 82 (29) 152 (33) 219 (49) 215 (45) 59 (15) 29 (12) Peak torque Work *Strength deficit = 100 – (stroke/control x 100). Table 3. Mean (SD) strength deficit* of stroke group as a % of control group for each type of movement and mean differences (95%CI) between types of movement. Type of movement Isokinetic parameter Scapulothoracic Glenohumeral Difference between types of movement Combined Scapulothoracic Scapulothoracic Glenohumeral minus minus minus glenohumeral combined combined Peak torque 56 (20) 50 (18) 50 (19) 6 (-4 to 16) 6 (-1 to 13) 0 (-9 to 9) Work 60 (16) 53 (26) 55 (22) 6 (-7 to 20) 5 (-6 to 16) -1 (-11 to 9) Average 58 (18) 51 (22) 52 (20) 6 (-5 to 17) 6 (-6 to 18) 0 (-10 to 9) *Strength deficit = 100 – (stroke/control x 100). Table 4. Mean (SD) strength deficit of stroke group* as a % of control group and mean differences (95%CI) between types of isokinetic parameters. Type of isokinetic parameter Type of movement Work Peak torque Work minus peak torque Scapulothoracic 60 (16) 56 (20) 4 (-3 to 11) Glenohumeral 53 (26) 50 (18) 3 (-6 to 12) Combined 55 (22) 50 (19) 5 (1 to 9) Average 56 (21) 52 (19) 4 (-2 to 10) *Strength deficit = 100 – (stroke/control x 100). 272 Difference between types of isokinetic parameter Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):268-275 Strength deficits of the shoulder complex after stroke weakness could be examined according to type of movement and type of isokinetic parameter. In terms of the type of movement, the results indicate that the strength deficit in the scapulothoracic muscles is the same as the strength deficit in the glenohumeral muscles in people with chronic stroke. In addition, in terms of the type of isokinetic parameter, the results indicate that the deficit in the ability to sustain a contraction throughout a given range of motion is the same as the deficit in the ability to produce maximal force. During arm elevation, glenohumeral and scapulothoracic motion occurs synchronously in about a 2:1 overall ratio, with glenohumeral motion occurring alone during the first 30º of elevation8,11. Strength deficits in scapulothoracic movement (protraction and retraction) were similar to deficits in glenohumeral movement (internal and external shoulder rotations). This suggested that deficits in strength of scapulothoracic and glenohumeral muscles might be equally important in terms of explaning the inability to elevate the upper limb following stroke. The ability to sustain a contraction was as decreased as the ability to produce maximal force during both scapulothoracic and glenohumeral movements, which suggests that even if upper limb movements are initiated, the inability to sustain torque may compromise the execution of movements after stroke. Thus, people after stroke may get into a vicious cycle, in which weakness limits arm elevation and subsequent inactivity increases this weakness. Although a significant difference between types of isokinetic parameter was found during the combined movement, the mean difference was only 5% which does not appear to be clinically important. Considering that both types of isokinetic parameter are largely decreased in comparison with the control group, it is recommended that strengthening interventions directed at the shoulder complex focus on both parameters: maximum strength and work. While weakness of the shoulder muscles has been previously reported using isometric measurements13,14, examination of dynamic strength of scapulothoracic movements has not been investigated. The scapula plays a critical role in controlling the position of the glenoid fossa and maintaining optimal lengthtension relationships during upper limb elevation26. Therefore, relatively small changes in strength of the scapulothoracic muscles may affect its alignment and compromise upper limb movements7,28,29. Cools et al.9 reported significant weakness of protraction strength in athletes with impingement symptoms and difficullty with overhead movement. This supports the hypothesis that scapulothoracic muscle weakness may be related to shoulder disabilities. The paretic side was weaker than the non-paretic side in the stroke group regardless the type of movement and type of isokinetic parameter. These results are in accordance with previous studies that measured muscle strength in both paretic and nonparetic sides after stroke14,30,31. In the present study, strength deficits of the non-paretic side were less than half than those of the paretic side. Although a decrease in force production has been described in the non-paretic side, deficits were obviously not large enough to be clinically relevant, since even severely disabled stroke subjects do not complain about weakness on their non-paretic side. The results of this study are in accordance with Avila et al.3, who described a significant decrease in peak torque and work in the paretic upper limb during shoulder abduction and a non-significant decrease in the non-paretic upper limb of individuals with stroke compared with a control group. A limitation of this study was the narrow range of motion used to measure protraction and retraction movements. However, this was done to minimize possible compensatory trunk movements and recruitment of stronger muscles. Althought the mean time frame post-stroke varied, it reflects the characteristics of the stroke population found in the community, and potential confounding factors were minimized by matching with healthy subjects. However, future studies with a wider range of severity of impairments are necessary to enhance the generalizability of these findings for the whole stroke population. Since the present results reflected the concentric muscular performance of people with mild-to-moderate upper limb impairments, caution should be taken to extrapolate the results to individuals with severe chronic stroke. There are important clinical implications related to the findings that the strength deficits of the scapulothoracic muscles were the same as the deficits of the glenohumeral muscles and that the inability to sustain a contraction throughout a given range of motion was the same as the inability to produce a maximal force. These findings suggest that people with stroke might benefit from strengthening exercises specifically directed at the scapulothoracic muscles (i.e. protraction and retraction) and the glenohumeral muscles (i.e. external and internal rotation) in the early stages, so that both muscle groups are strengthened. Then, arm elevation exercises that combine both sets of muscle groups can Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):268-275 273 Nascimento LR, Teixeira-Salmela LF, Polese JC, Ada L, Faria CDCM, Laurentino GEC be initiated and may be more successful since arm elevation relies on a combination of scapulothoracic and glenohumeral movements. Furthermore, strengthening exercises should include both fast and sustained contractions. Since the muscles around the shoulder complex act in synergy, restitution of the appropriate balance between scapulothoracic and glenohumeral muscles might increase their synergic actions, thereby improving the ability to perform activities of daily living7,22. Therefore, activities that require arm elevation could be combined with strength training to allow the targered muscles in the rehabilitation program to improve the scapulohumeral rhythm and guarantee appropriate range of motion in daily activities32,33. Conclusions The present results indicate that people with stroke who have mild to moderate upper limb impairments demonstrate clinically significant weakness of the paretic shoulder and suggest a non-significant weakness of the non-paretic upper limb compared to healthy controls. There were no distinct patterns of strength deficits in terms of type of movement, with equal deficits in movements which were predominantly scapulothoracic and glenohumeral. These findings suggest that people with stroke might benefit from strengthening exercises directed at both the scapulothoracic and the glenohumeral muscles. Similarly, there were no distinct patterns of strength deficits in terms of type of isokinetic parameters, with equal deficits regarding maximal strength and the ability to sustain a contraction throughout a given range of motion. These findings suggest that clinicians should prescribe strengthening exercises to increase the ability to generate force and to sustain the torque during a specific movement or range of motion. Randomized trials are necessary to verify the efficacy of strengthening both at the scapular and glenohumeral muscles during early rehabilitation in improving upper limb activities. Acknowledgements Brazilian Funding Agencies: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brasilia, DF and Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), Belo Horizonte, MG. 274 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):268-275 References 1. Harris JE, Eng JJ. 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Michaelsen1,3 ABSTRACT: Background: The Balance Evaluation Systems Test (BESTest) was recently created to allow the development of treatments according to the specific balance system affected in each patient. The Brazilian version of the BESTest has not been specifically tested after stroke. Objective: To evaluate the intra- and inter-rater reliability and concurrent and convergent validity of the total score of the BESTest and BESTest sections for adults with hemiparesis after stroke. Method: The study included 16 subjects (61.1±7.5 years) with chronic hemiparesis (54.5±43.5 months after stroke). The BESTest was administered by two raters in the same week and one of the raters repeated the test after a one-week interval. Intraclass correlation coefficient (ICC) was calculated to assess intra- and interrater reliability. Concurrent validity with the Berg Balance Scale (BBS) and convergent validity with the Activities-specific Balance Confidence scale (ABC-Brazil) were assessed using Pearson’s correlation coefficient. Results: Both the BESTest total score (ICC=0.98) and the BESTest sections (ICC between 0.85 and 0.96) have excellent intrarater reliability. Interrater reliability for the total score was excellent (ICC=0.93) and, for the sections, it ranged between 0.71 and 0.94. The correlation coefficient between the BESTest and the BBS and ABC-Brazil were 0.78 and 0.59, respectively. Conclusions: The Brazilian version of the BESTest demonstrated adequate reliability when measured by sections and could identify what balance system was affected in patients after stroke. Concurrent validity was excellent with the BBS total score and good to excellent with the sections. The total scores but not the sections present adequate convergent validity with the ABC-Brazil. However, other psychometric properties should be further investigated. Keywords: stroke; psychometric properties; outcome; rehabilitation. HOW TO CITE THIS ARTICLE Rodrigues LC, Marques AP, Barros PB, Michaelsen SM. Reliability of the Balance Evaluation Systems Test (BESTest) and BESTest sections for adults with hemiparesis. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):276-281. http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0033 Introduction Hemiparesis after stroke often results in deficits in balance and risk of falls. In these patients, balance stability is generally decreased due to muscle weakness, sensory loss, and visuospatial impairments. The maintenance of static and dynamic balance stability involves activity integration of the sensory and motor systems, usually affected in these individuals1-3. Balance impairments are associated with lower ambulatory activity, physical deconditioning, and high risk of falls in this population4,5, affecting the performance of many activities of daily living 6. Therefore, balance assessment is important for the proper prescription of auxiliary devices, development of treatment interventions, and identification of safe and unsafe activities for people with stroke. Consequently, it is important that clinicians have reliable measures to detect changes that occur during the rehabilitation process7. The Berg Balance Scale (BBS) was created to assess the risk of falls in the elderly. It has been the main tool used to identify and evaluate balance impairment in different populations8, however it has floor and ceiling effects and therefore cannot detect significant changes when used to assess stroke patients with severe or mild impairment, respectively7,9. The balance section of the Fulg-Meyer Scale evaluates some limitations in performing tasks involving change in body position and maintenance10. Just as the BBS, this section may not be appropriate for use in patients who are severely affected or to Graduate Program in Human Movement Sciences, Health Sciences and Sports Center, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, SC, Brazil Physical Therapy Department, Health Sciences and Sports Center, UDESC, Florianópolis, SC, Brazil 3 Master’s Program in Physical Therapy, UDESC, Florianópolis, SC, Brazil Received: 09/07/2013 Revised: 12/20/2013 Accepted: 02/05/2014 1 2 276 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):276-281 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0033 Reliability of BESTest after stroke detect improvement in those who are slightly affected initially11. In addition to balance performance, confidence in performing tasks without falling is essential to preserving autonomy in daily activities. The Activities-specific Balance Confidence scale (ABC) was developed to numerically quantify the level of confidence in balance and essentially evaluate a person’s perception of their ability to perform specific activities without falling or becoming unsteady12. The ABC has good accuracy to detect people with stroke with a history of multiple falls13. The standardized clinical tools for assessing balance can predict the risk of falls, especially in elderly people, but in general they cannot identify which balance system has been affected. Therefore, the Balance Evaluation Systems Test (BESTest) was developed in 2009. It consists of 27 tasks (items), divided into six sections, grouped in order to reveal the function or dysfunction of a specific balance control system (biomechanical constraints, stability limits/verticality, anticipatory postural adjustments, postural responses, sensory orientation, and stability in gait). Identifying which balance control system is impaired helps to specifically direct the treatment14. This scale is used to assess balance in elderly individuals and various diseases, but it has not been specifically validated for people with stroke. The study by Tsang et al.15 examined the reliability and validity of the English version of the MiniBESTest in people with hemiparesis, but this short version of the BESTest excluded sections I and II, i.e. Biomechanical Constraints and Stability limits/ Verticality, respectively. Section I, for example, evaluates base of support and hip and ankle strength and section II, lateral lean as well as functional reaching. We hypothesize that those items may be important to assess in individuals with hemiparesis. The BESTest and Mini-BESTest were translated and cross-culturally adapted to Brazilian Portuguese by Maia et al.16 and their reliability was assessed in elderly people and individuals with Parkinson’s Disease. The reliability and validity of the translated version have not been evaluated in patients with hemiparesis. This group has particular characteristics that differ from other populations, therefore it is important and necessary to adapt some tasks of the BESTest for this group. Thus, the aim of this study was to evaluate the intra- and interrarter reliability and concurrent and convergent validity of the BESTest and BESTest sections for adults with hemiparesis. Method This study obtained ethical approval from the Human Research Ethics Committee (ETIC 227/2010) of Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, SC, Brazil. Adaptation of the administration of the Brazilian version of the BESTest16 for adults with hemiparesis A translated version was produced by our research group and then a Brazilian version was published by Maia et al.16. A committee of practicing physical therapists analyzed both versions, and because only minor differences were detected, we decided to adopt the published version and only adapt the administration of this version for the study population. The adaptations were based on differences presented by individuals with hemiparesis and are adopted to standardize the form of administration. All adaptations were decided in conjuction by the committee. Participants This study included 16 adult and elderly patients (49 to 73 years old) with chronic hemiparesis (3 to 150 months after stroke) recruited from the UDESC physical therapy clinic and extension programs (Table 1). We included individuals who met the following inclusion criteria: hemiparesis resulting from stroke affecting one of the cerebral hemispheres, ability to understand the instructions (cutoff score according to educational level on the Mini-Mental State Examination)17,18, and ability to stand confidently without assistance for at least 2 minutes. We excluded Table 1. Participants characteristics. Mean (SD) Age (years) 61.1 (7.5) Gender (M/F) 13M/3F Time of stroke (months) 54.5 (43.5) Paretic side (R/L) 3R/13L Dominant side (R/L) 16R/0L ABC-Brazil (%) 43.7 (22.0) BBS (score) 48.6 (5.4) Mini-Mental 26.6 (3.1) SD = standard deviation; M=male; F=female; R=right; L=left; ABC-Brazil=Brazilian version of the Activities-specific Balance Confidence Scale; BBS = Berg Balance Scale. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):276-281 277 Rodrigues LC, Marques AP, Barros PB, Michaelsen SM The interrater reliability was tested by comparing the evaluations of two independent raters (R1 and R2) who conducted the assessment on the same day. The intrarater reliability (test-retest) was tested by the same rater by comparing the results of repeated assessments (R1T1 and R1T2) with a one-week interval. Statistical analysis We used intraclass correlation coefficient (ICC) and a confidence interval (CI) of 95% to evaluate intrarater (test-retest) and interrater reliability. The following classification was used for the ICC values: poor reliability ICC<0.40, moderate reliability ICC≤0.75, and excellent reliability ICC>0.7520. The convergent and concurrent validity of the scores of each session and total score of the BESTest with the total BBS and ABC-Brazil was assessed using Pearson’s correlation coefficient. The following classification was used for correlation: <0.49 poor, 0.50 to 0.69 moderate, and ≥0.70 strong21. Convergent and concurrent validity Results The convergent and concurrent validity of the Brazilian version of the BESTest was assessed with the ABC-Brazil and the BBS. The ABC-Brazil contains 16 questions and measures the balance confidence of individuals while performing specific activities, including tasks outside home. The response is evaluated by a visual analog scale ranging from 0 to 100, with 0=no confidence and 100=complete confidence19. The Brazilian version of the BBS consists of 14 items that assess static and dynamic balance. Each item is scored on a five-point scale from 0 (unable to perform) to 4 (normal performance). The highest possible score is 56, with higher scores indicating better balance8. To consider the specificity of the individuals with hemiparesis, the expert committee adopted some adaptations in the form of administering the BESTest (Table 2). In the instructions for administration of the original version of the BESTest14, item 2 considers abnormal segmental postural alignment such as scoliosis or kyphosis or asymmetries. Our adapted version considers the paretic upper limb abnormal alignment because it is frequent in individuals with hemiparesis. In item 7, the patient is instructed to reach forward with both arms straight without touching the ruler or the wall. In our adapted version, the non-paretic upper limb was positioned near the wall because it is difficult for patients to raise their paretic arms in the position recommended by the patients with other neurological diseases and cerebellar stroke. All participants signed an informed consent form to participate in this study. Intra- and interrater reliability of the BESTest-Brazil Table 2. Adaptations to the BESTest sections for administration in adults with hemiparesis. Section Item Adaptation I – Biomechanical Constraints 2. CoM alignment Upper limb posture was considered in abnormal segmental postural alignment II – Stability limits/ verticality 7. Functional reach forward The non-paretic upper limb was positioned near the wall 10. Rise to toes If patients were unable to keep hands on hips, they could complete the test with arms along the body. 11. Stand on one leg If patients were unable to keep hands on hips, they could complete the test with arms along the body. 12. Alternate stair touching If patients were unable to keep hands on hips, they could complete the test with arms along the body. 13. Standing arm raise If patients were unable to lift weight with both hands, they could lift the weight only with the non-paretic hand and decrease the weight. III – Anticipatory postural adjustments V - Sensory Orientation 19. Sensory integration for If patients were unable to keep hands on hips, they could balance (modified complete the test with arms along the body. CTSIB) 20. Incline—eyes closed 278 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):276-281 If patients were unable to keep hands on hips, they could complete the test with arms along the body. Reliability of BESTest after stroke Table 3. Descriptive Statistics and intra- and interrater reliability of the sections and total score of the BESTest in a sample of subjects with hemiparesis. R1_T1 Mean (SD) R1_T2 Mean (SD) ICC (CI 95%) Intra-R R2 Mean (SD) ICC (CI 95%) Inter-R Section I: Biomechanical Constraints (%) 46.7 (21.9) 46.7 (21.3) 0.95 (0.85-0.98) 62.1 (21.9) 0.94 (0.83-0.98) Section II: Stability limits/verticality (%) 71.4 (10.6) 70.6 (9.7) 0.86 (0.64-0.96) 75.7 (7.9) 0.74 (0.25-0.91) Section III: Anticipatory postural adjustments (%) 51.7 (18.7) 54.9 (16.5) 0.90 (0.71-0.96) 58.2 (16.7) 0.88 (0.66-0.96) Section IV: Postural responses (%) 66.0 (19.1) 72.8 (22.6) 0.85 (0.58-0.95) 84.4 (16.6) 0.72 (0.20-0.90) Section V: Sensory Orientation (%) 74.6 (16.9) 72.9 (17.6) 0.87 (0.68-0.96) 90.0 (12.9) 0.71 (0.16-0.90) Section VI: Stability in gait (%) 54.5 (21.0) 54.4 (20.1) 0.96 (0.89-0.99) 68.3 (18.5) 0.80 (0.43-0.93) Total score (%) 60.4 (14.9) 61.6 (14.8) 0.98 (0.94-0.99) 73.1 (12.6) 0.93 (0.80-0.98) Section R1=rater 1; T1=test 1; T2=test 2; R2=rater2; SD=standard deviation; ICC=intraclass correlation coefficient; CI=confidence interval of 95%. test. In items 10, 11, 12, 19, and 20 of the original version, the patients are asked to place hands on hips, but in our version they were allowed to place their arms along the body because almost all patients were unable to do this with their paretic limb due to upper limb paresis and absence of distal movements. Finally, in item 13 of the original version, the task required was to lift a weight with both hands up to shoulder level, however patients with hemiparesis had difficulty lifting the weight with their paretic upper limb, so they were allowed to lift it only with the non-paretic upper limb and decrease the weight if necessary. Among the BESTest sections, the participants with hemiparesis showed a better performance in Sensory Orientation. Most participants achieved the maximum score on all items in this section, and item 19D (Eyes closed, foam surface) was the only in which some participants had difficulties. The lowest scores were in the sections Biomechanical Constraints and Anticipatory Postural Adjustments (Table 3). In these sections, the lower scores were in item 4 (Hip/trunk lateral strength) and item 11 (stand on one leg), respectively. The intrarater reliability was excellent (between 0.85 and 0.98) in all sections and in the total score. The interrater reliability was also excellent for sections I, III, VI, and the total score, and moderate for sections II, IV, and V (Table 3). The correlation coefficient showed a strong correlation between the BBS and sections II, III, IV, Table 4. Correlations between the BESTest with BBS and ABC-Brazil. Section of the BESTest BBS ABCBrazil Section I – Biomechanical Constraints 0.62 0.36 Section II – Stability limits/ verticality 0.83 0.60 Section III – Anticipatory postural adjustments 0.70 0.29 Section IV – Postural responses 0.83 0.29 Section V – Sensory Orientation 0.62 0.38 Section VI – Stability in gait 0.82 0.35 Total score 0.78 0.59 BBS=Berg Balance Scale; ABC-Brazil=Brazilian version of the Activities-specific Balance Confidence Scale. VI, and total score of the BESTest. In contrast, the correlation coefficient between the ABC-Brazil and BESTest was moderate only for section III and the total score, and for the other sections the correlations were poor (Table 4). Discussion The present study determined the validity and reliability of the BESTest translated to Brazilian Portuguese and adapted for individuals with hemiparesis after stroke. The interrater reliability for individuals with hemiparesis showed similar Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):276-281 279 Rodrigues LC, Marques AP, Barros PB, Michaelsen SM values to those reported for the original version by Horak et al.14. Although this study was conducted with individuals with various diseases, such as Parkinson’s, vestibular dysfunction, peripheral neuropathy, and hip arthroplasty, it also found excellent interrater reliability (ICC=0.91) for the total score. Similarly, in the present study, the interrater reliability for sections I, III, and VI was excellent for participants with hemiparesis. Section VI, which evaluates stability during gait, showed excellent interrater reliability as in the results found by Jonsdottir and Cattaneo22, who assessed the reliability of the Dynamic Gait Index in individuals after stroke. In our sample, sections II, IV, and V showed only moderate reliability, but ICC was >0.70 for all sections. In section IV, moderate reliability could be explained by the examiner’s perception in relation to the patient’s responses. Section V (remain standing on a stable and unstable surface with eyes open and closed) showed moderate reliability, unlike the original scale in which the timed results showed higher reliability14. In this section, most of the patients had scores of 3 (stable) or 2 (unstable), therefore the patients remained in the standing position for 30 seconds. The differences between two examiners may be due to the different perception of stability. In patients with hemiparesis, the short version of the BESTest, known as the Mini-BESTest15, showed strong correlation with the BBS. Strong correlations between the BESTest and BBS are also reported for patients with Parkinson’s disease23. Bergström et al.24 translated the Mini-BESTest to Swedish and validated it to individuals with Parkinson’s disease and stroke. They also showed a strong correlation between the mini-BESTest and BBS for patients with stroke. The high correlation between the BESTest and the BBS can be explained because they evaluate the same construct and some items are similar in both scales although the scale steps differ. Despite this high correlation, in patients with hemiparesis, the BBS showed ceiling effects while the Mini-BESTest did not15. In contrast, the ABC-Brazil showed a moderate correlation with the total score of the BESTest and section II, but a poor correlation with the isolated sections. This is consistent with previous studies that assess the correlation between performance measures and self-related measures25, and with the original BESTtest14 as well as the Mini-BESTest administered to individuals with hemiparesis15. The BESTest is a test based on performance, and perceptions (as measured by the ABC) rarely predict the full variance of an actual performance25. Horak et al.14 found a 280 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):276-281 moderate correlation between the total score of the BESTest and ABC (r=0.68). The section II scores had the best correlation with the ABC (r=0.78) and section III, the worst correlation (r=0.41). This was similar to our study, which found the worst correlation in sections III and IV. In individuals with hemiparesis, the Mini-BESTest also correlated only moderately with the ABC15. Because the ABC evaluates perceived low and high-risk activities and low self-efficacy can result in avoiding such tasks, it is important to use it in conjunction with the BESTest and not as a replacement. One limitation of our study was the small sample and the predominance of subjects with left hemiparesis (81%) and relatively good balance (score ≥43 on the BBS). However, the results of this study show that the Brazilian version of the BESTest demonstrated adequate reliability for the total score and when evaluated by sections. The small sample limits the generalizability of the findings, but the adaptations to the form of administration of the BESTest resulted in excellent concurrent validity with the BBS with the advantage of identifying what balance system is affected and then provide information for the development of a specific treatment. However, this scale is unable to identify which daily task presents the highest risk of falls and, if this is the objective of the assessment, it can be used in conjunction with the ABC, but not as a replacement. Additionally, other psychometric properties should be further investigated. References 1. Oliveira CB, Medeiros IRT, Ferreira NAF, Greters ME, Conforto AB. Balance control in hemiparetic stroke patients: main tools for evaluation. J Rehabil Res Dev. 2008;45(8):1215-26. PMid:19235121. http://dx.doi. org/10.1682/JRRD.2007.09.0150 2. Pollock AS, Durward BR, Rowe PJ, Paul JP. What is balance? Clin Rehabil. 2000;14(4):402-6. 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Visual dynamic assessment could be applied to classify this alteration based on the clinical observation of the winging of the inferior medial scapular border (Type I) or of the prominence of the entire medial border (Type II), or by the excessive superior translation of the scapula (Type III). Objective: The aim of this study was to determine if there were differences in scapular rotations (Type I and II) and position (Type III) between a group of subjects with scapular dyskinesis, diagnosed by the clinical observation of an expert physical therapist, using a group of healthy individuals (Type IV). Method: Twenty‑six asymptomatic subjects volunteered for this study. After a fatigue protocol for the periscapular muscles, the dynamic scapular dyskinesis tests were conducted to visually classify each scapula into one of the four categories (Type IV dyskinesis-free). The kinematic variables studied were the differences between the maximum rotational dysfunctions and the minimum value that represented both normal function and a small dysfunctional movement. Results: Only scapular anterior tilt was significantly greater in the type I dyskinesis group (clinical observation of the posterior projection of the inferior angle of the scapula) when compared to the scapular dyskinesis-free group (p=0.037 scapular and p=0.001 sagittal plane). Conclusions: Clinical observation was considered appropriate only in the diagnoses of dyskinesis type I. Considering the lower prevalence and sample sizes for types II and III, further studies are necessary to validate the clinical observation as a tool to diagnose scapular dyskinesis. Keywords: biomechanics; shoulder; health evaluation; validation studies; rehabilitation. HOW TO CITE THIS ARTICLE Miachiro NY, Camarini PMF, Tucci HT, McQuade KJ, Oliveira AS. Can clinical observation differentiate individuals with and without scapular dyskinesis? Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289. http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0025 RESUMO | Contextualização: A movimentação ou posição alterada da escápula é definida como discinese escapular. O exame visual dinâmico pode ser utilizado para classificá-la de acordo com o julgamento clínico de projeção posterior excessiva da borda inferior medial (tipo I), da borda medial (tipo II) ou ainda translação excessiva no sentido cranial (tipo III). Objetivo: Determinar se há diferenças nas rotações escapulares (tipo I e II) e posição (tipo III) entre grupos de discinese e normais (tipo IV), os quais foram diagnosticados visualmente por um fisioterapeuta experiente. Método: Vinte e seis participantes assintomáticos foram voluntários neste estudo. Após um protocolo de fadiga periescapular, a avaliação dinâmica da discinese foi conduzida para classificar visualmente cada uma das escápulas em uma das quatro categorias (tipo IV – sem discinese). As variáveis cinemáticas estudadas foram a diferença entre o valor máximo indicativo da disfunção e o mínimo valor correspondente ao padrão normal esperado para o movimento ou o mínimo do próprio movimento disfuncional. Resultados: Apenas a inclinação anterior da escápula foi significantemente maior no grupo de discinese tipo I (observação visual de projeção posterior do ângulo inferior da escápula) quando comparada com o grupo sem discinese (p=0,037 plano escapular e p=0,001 plano sagital). Conclusões: A avaliação visual foi considerada apropriada apenas para o diagnóstico da discinese do tipo I. Considerando a baixa prevalência e o tamanho amostral dos tipos II e III, mais estudos são necessários para validar completamente a observação clínica como método adequado para o diagnóstico da discinese escapular. Palavras-chave: biomecânica; ombro; avaliação de saúde; estudo de validação; reabilitação. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil Departamento de Ciências do Movimento Humano, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Santos, SP, Brasil University of Washington, Division of Physical Therapy, School of Medicine (UW), Seattle, WA, United States of America Received: 10/14/2013 Revised: 02/02/2014 Accepted: 02/10/2014 1 2 3 282 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289 http://dx.doi.org/10.1590/bjpt-rbf.2014.0025 Avaliação da discinese escapular Introdução Estudos anteriores definiram o movimento normal da escápula, durante a elevação do braço, como uma sequência sincronizada de rotação superior e inclinação posterior1-3 com uma quantidade variável de rotação médio-lateral3. A variação desse padrão dinâmico e da posição de repouso da escápula sobre o tórax foi denominada ‘discinese escapular’4. A identificação das proeminências ósseas da escápula no repouso e na dinâmica do ritmo escapulotorácico é desafiadora para os clínicos devido às camadas de tecidos além da pele, como gordura subcutânea e músculos, que estão sobre a maior parte do osso4. Além disso, a inspeção é uma avaliação uniplanar por natureza, enquanto a disfunção dinâmica do ritmo escapulotorácico é tridimensional4. A primeira tentativa de classificação por observação da dinâmica da discinese escapular combinada com a posição de repouso categorizou os padrões disfuncionais em três tipos5. O tipo I é caracterizado, em repouso, pela projeção da borda medial inferior e, durante os movimentos de elevação do braço, o ângulo inferior se projeta posteriormente. No tipo II, a projeção acontece na borda medial da escápula no repouso e no movimento. Finalmente, o tipo III é caracterizado por maior translação superior, exibindo elevação da borda superior da escápula sobre o tórax. O padrão simétrico e ritmo escapulotorácico normal foram denominados tipo IV. Outros esquemas de classificação dinâmica da discinese escapular foram propostos mais recentemente na literatura, com aceitáveis valores de concordância intra- e interexaminadores 6,7. Uhl et al.6 propuseram uma classificação nominal dicotômica para a discinese, na qual “NÃO” é ausência da disfunção e “SIM” confirma o diagnóstico, caso o clínico observe qualquer dos três padrões disfuncionais anteriormente descritos por Kibler et al.5 Já a proposta de McClure et al.7 classifica a presença da discinese como “discreta” ou “anormalidade óbvia” de acordo com a percepção subjetiva do examinador para as alterações operacionalmente definidas de disritmia ou projeção da escápula. Enquanto a projeção é determinada pela observação das bordas medial e/ou ângulo inferior da escápula em direção posterior, a disritmia inclui prematuridade ou excesso de elevação ou protração, irregularidade (nonsmooth) ou trepidação (stuttering) na elevação ou no abaixamento, ou ainda rápida rotação inferior da escápula na fase de abaixamento do braço. Dessa forma, a proposta de McClure et al.7, além do julgamento subjetivo de quantidade (discreta ou óbvia), desvincula o diagnóstico da discinese da observação primordialmente baseada em rotação ou posicionamento escapular específico, o que dificulta a escolha de variáveis para validação do método. Embora esses esquemas de classificação tenham apresentado valores de pobre a moderado5,6 ou moderados7 para a condordância interexaminadores e moderado para a concordância intraexaminadores5, a única tentativa de validação usando dados de cinemática tridimensional (3D) comparada ao diagnóstico de quatro tipos mostrou que as assimetrias eram comuns tanto em voluntários sintomáticos quanto em assintomáticos6. A discinese escapular tem sido associada a dor no ombro em uma variedade de condições desse complexo3,8, contudo não há estudos de tamanho amostral suficiente e desenho robusto o bastante para afirmar a disfunção do ritmo escapulotorácico como um fator de risco para o desenvolvimento ou perpetuação de sintomas. Recentemente, um estudo9, que avaliou 62 atletas praticantes de esportes envolvendo a elevação do braço acima da cabeça, sendo 31 classificados como portadores de discinese óbvia e 31 como normais7, mostrou um padrão de ritmo escapulotorácico com menor rotação superior, menor elevação e maior protração claviculares para diagnóstico da disfunção. No entanto, a presença de discinese escapular diagnosticada visualmente não se relacionou com a presença de dor no ombro9. O registro tridimensional dos movimentos do complexo articular do ombro retornam valores relativamente precisos sobre a posição e orientação do complexo articular do ombro1,10. No entanto, o custo do equipamento e os procedimentos envolvidos nas coletas de dados tornam inviável conduzir um estudo epidemiológico (transversal ou longitudinal) baseado nesses dados. Assim, validar a avaliação clínica da discinese da escápula é um desafio importante a ser superado na perspectiva de investigar definitivamente como essa disfunção influencia a dor no complexo articular do ombro. O presente estudo teve, portanto, o objetivo de comparar se há diferenças nas rotações (tipos I e II) e posição (tipo III) da escápula entre grupos diferentes de discinese e normais, os quais foram diagnosticados visualmente por um fisioterapeuta experiente de acordo com o sistema de Kibler et al.5. A hipótese é que indivíduos classificados, de acordo com o protocolo proposto neste estudo, como portadores de discinese escapular apresentarão valores maiores de inclinação anterior quando clinicamente diagnosticados como tipo I, maiores valores de rotação medial no tipo II e maior translação superior no tipo III, quando comparados aos valores das variáveis correspondentes do grupo sem discinese. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289 283 Miachiro NY, Camarini PMF, Tucci HT, McQuade KJ, Oliveira AS. Método Participantes Foram avaliados 26 voluntários, 15 homens e 11 mulheres, que tinham [média (desvio padrão)] 22,8 (±3,4) anos e índice de massa corporal de 21,9 (±2,8) kg/m2. De acordo com a coleta da história e a avalição física, eles deveriam ter amplitude de movimento glenoumeral completa e indolor, ausência de disfunção cervical e dos membros superiores e serem classificados como “sedentários” 11 ou “praticantes de atividade física irregular”11 que não envolvia os membros superiores. Foram excluídos do estudo participantes que relataram quaisquer condições sistêmicas, história de trauma ou cirurgia no tronco, membro superior ou cervical ou ainda aqueles com deformidades aparentes do alinhamento da coluna vertebral ou que apresentassem sinais positivos em testes específicos, ortopédicos e neurológicos para o ombro (com exceção da discinese), cotovelo, punho e mão e coluna cervical. Todos foram informados dos objetivos e procedimentos envolvidos e assinaram o termo formal de consentimento em participação no estudo, conforme aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), Ribeirão Preto, SP, Brazil, processo nº 13032/2011. Procedimentos Os voluntários foram inicialmente orientados sobre os procedimentos e familiarizados com a realização do movimento de elevação e abaixamento do braço, seguindo os planos sagital e escapular. Para auxiliar os voluntários a manterem os movimentos dos braços nos planos escapular e sagital, utilizou-se, como guia, dois tubos de PVC colocados verticalmente à frente do voluntário a uma distância mínima o suficiente para orientar o plano de elevação sem que houvesse o toque das mãos no suporte. Os tubos de PVC foram colocados em uma angulação de 90° e de 40° anterior ao plano frontal, orientando a elevação e o abaixamento das extremidades superiores nos planos sagital e escapular, respectivamente. O equipamento 3SPACE Liberty (Polhemus. Inc, Colchester, VT) foi integrado ao programa The Motion Monitor (Innovative Sports Programs, Chicago, IL) para a realização das coletas da cinemática 3D, e a frequência de amostragem dos sinais foi estabelecida em 120 Hz. Os sensores eletromagnéticos foram firmemente fixados utilizando fitas adesivas e faixa 284 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289 de Velcron®. Cinco sensores de aquisição foram posicionados em cada hemicorpo dos participantes, dois na face plana do acrômio de cada escápula para evitar qualquer movimento produzido pelo tecido mole adjacente; dois posicionados no úmero, logo abaixo da inserção do músculo deltoide, e um colocado no esterno, logo abaixo da incisura jugular. Cada sensor provê informação de posição e orientação angular dos segmentos corporais com 0,08 cm RMS de exatidão para posição e 0,15° RMS de exatidão para orientação, de acordo com o fabricante. A validade das medidas de cinemática 3D com sistema eletromagnético foi anteriormente testada12 e confiabilidade intrassessão foi determinada anteriormente ao início deste estudo e foi considerada excelente13 (intervalos de confiança de 95% dos valores de Coeficiente de Correlação Intraclasse2,k variando entre 0,94‑1,00) para as rotações e translações da escápula de membros dominantes e não dominantes. A digitalização de pontos anatômicos para construção dos modelos e eixos que definem as coordenadas locais da escápula, tórax e úmero foi realizada de acordo com as recomendações da International Society of Biomechanics (ISB) para a extremidade superior14. Os eixos YX’Z’’ obedecem respectivamente aos movimentos de rotação medial/ lateral, rotação superior/inferior e inclinação anterior/ posterior da escápula. Antes da avaliação clínica e da coleta cinemática 3D, os voluntários realizaram, verbalmente incentivados, um protocolo de fadiga da musculatura periescapular composto de manutenção da isometria na posição push-up plus15,16 (máxima protração escapular) (Figura 1A) seguido, imediatamente, de repetições de elevação do braço (Figura 1B) com carga definida pelo peso corporal, como no estudo de McClure et al.7. As contrações eram interrompidas apenas após autorrelato de incapacidade de continuar realizando os exercícios combinados com observação das seguintes compensações: redução da protração escapular ou perda de alinhamento do tronco no push up plus e incapacidade de elevar o braço com a extensão completa do cotovelo sem mudança do plano de movimento ou elevação dos ombros para as abduções com carga. O protocolo foi adicionado antes das avaliações, pois a fadiga muscular periescapular foi anteriormente demonstrada como capaz de alterar o ritmo escapulotorácico17, e outros testes funcionais já adicionam fadiga muscular para exacerbar prováveis disfunções do movimento18,19. A Escala de Borg para o Esforço Percebido20 foi aplicada antes e imediatamente após a fadiga muscular do voluntário. Avaliação da discinese escapular Figura 1. Os exercícios do protocolo de fadiga da musculatura periescapular proposto para antes da avaliação do ritmo escapuloumeral, composto de manutenção da isometria na posição push-up plus (máxima protração escapular) (A) e repetições de elevação do braço no plano escapular ativas-resistidas (B). O diagnóstico clínico e a avaliação cinemática 3D foram realizados em sequência aleatória definida por sorteio. Os diagnósticos clínicos foram realizados por um fisioterapeuta, especialista na área, com cinco anos de experiência clínica, atendendo rotineiramente acometimentos relacionados ao ombro e membro superior e que participa em grupo de pesquisa sobre o complexo articular do ombro. Esse profissional foi previamente preparado com material teórico que continha as definições da classificação de Kibler et al.5 para discinese em quatro tipos (tipo IV = normal) e também imagens de pacientes discinéticos. A avaliação clínica compreendeu a observação visual dos aspectos posterior e lateral do voluntário durante a manutenção de sua posição em repouso, com os membros superiores pendentes ao longo do tronco, e também durante repetidos ciclos de movimentos de elevação e abaixamento dos braços com o cotovelo estendido nos planos sagital e escapular, separadamente. O clínico, que registrou em formulário um diagnóstico para cada uma das escápulas separadamente, podia solicitar tantas repetições quanto julgasse necessário para sua conclusão diagnóstica, mas essas não excederam oito, de acordo com os registros dos experimentos. A aquisição dos movimentos utilizando os sensores do equipamento de cinemática 3D foi realizada em repouso e nos movimentos de elevação e abaixamento do braço nos planos sagital e escapular. O ciclo de movimentos de elevação e abaixamento dos braços nos planos sagital (90° anterior ao plano frontal) e escapular (40° anterior ao plano frontal) foi coletado a partir da posição de partida, sendo orientado ao voluntário realizar a elevação máxima. A posição de partida foi definida como a manutenção dos braços ao lado do corpo, cotovelos estendidos, palmas das mãos voltadas para o plano sagital e polegares apontando para frente 6. Os movimentos foram coletados três vezes em cada plano, sendo o ciclo de duração para cada repetição de aproximadamente quatro segundos ou 90° por segundo. Não houve possibilidade de feedback visual para o participante durante as coletas. Os dados da posição de repouso da escápula foram extraídos de registros da posição de partida, realizados após os movimentos de elevação e abaixamento dos membros superiores. O fisioterapeuta e aqueles que participaram da coleta e processamento dos registros tridimensionais foram orientados a não comunicar ou expressar seus julgamentos diagnósticos ou resultados observados. Análise dos dados e estatística O programa The Motion Monitor (Innovative Sports Programs, Chicago, IL) foi utilizado para processar os dados cinemáticos. Nessa análise, determinou-se a variável característica de cada tipo de discinese escapular para comparação com os valores correspondentes obtidos do grupo classificado como tipo IV (normal) Assim, a inclinação anterior (eixo médio-lateral) foi utilizada para definir diagnóstico do tipo I; a rotação medial (eixo longitudinal), para o tipo II, e a translação superior da escápula (plano frontal ou escapular), para o tipo III. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289 285 Miachiro NY, Camarini PMF, Tucci HT, McQuade KJ, Oliveira AS. As análises de dados foram realizadas para 51 escápulas, visto que houve perda de dados cinemáticos de uma delas. Dessa forma, participaram do estudo 26 voluntários divididos nos grupos tipo I (n=9, 18 escápulas), tipo II (n=5, 9 escápulas), tipo III (n=3, 6 escápulas) e tipo IV (n=9, 18 escápulas). Os valores das rotações da escápula em relação ao tórax, em torno dos eixos médio-lateral e longitudinal, foram extraídos no abaixamento (ou fase excêntrica) da elevação do braço, de acordo com a sequência de rotação dos ângulos de Euler YX’Z’’, recomendada pela ISB14. Os valores de translação da escápula foram extraídos da fase concêntrica da elevação do braço e correspondem à distância linear entre as referências anatômicas trígono escapular (raiz da espinha da escápula) e processo espinhoso da sétima vértebra cervical (T-C7). Dado que o julgamento clínico se estabelece pela observação de um movimento excessivo ao longo do arco, as variáveis cinemáticas analisadas neste estudo correspondem à diferença entre o valor máximo indicativo da disfunção e o mínimo valor correspondente ao padrão normal esperado para o movimento ou o mínimo do próprio movimento disfuncional, quando esse ocorreu ao longo de toda a fase de movimento avaliada. A definição do intervalo de análise foi realizada considerando, primeiro, a identificação visual de mudança de sentido nas curvas de amplitude de movimento por variável cinemática de interesse. Além disso, a duração da mudança deveria ser de 0,28 segundos (s) de registro, no mínimo. Essa duração mínima de inversão do movimento, incluindo o pico ou o máximo valor característico da mudança de sentido, foi definida considerando que, para o clínico, é mais fácil identificar a disfunção quanto maior ela for e que se leva, no mínimo, esse intervalo de tempo entre a observação visual e a elaboração cognitiva21, no caso: o diagnóstico da discinese. Dessa forma, mesmo que a mudança de sentido acontecesse mais de uma vez ou se estivesse estabelecida ao longo de todo o registro analisado, como na manutenção da escápula em rotação medial ao longo de toda a fase excêntrica do movimento, o valor máximo foi incluído na análise. Os valores médios de três repetições por voluntário das diferenças entre máxima e mínima inclinação anterior-posterior (tipo I), rotação medial-lateral (tipo II) e translação da escápula (tipo III) foram comparados com os valores médios da variável correspondente obtida dos voluntários classificados como normais (tipo IV) por meio do teste t de Student não pareado, com correção de Welch quando necessária, utilizando a versão 6.0 do 286 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289 programa GraphPad Prism® (GraphPad Software, Inc., La Jolla, CA) e considerando um nível de significância estatística de 5%. O tamanho de efeito das comparações foi estimado pelo d de Cohen. A magnitude do efeito foi interpretada como pequena quando o valor foi até 0,2; moderada, em 0,5, e grande, quando igual ou maior que 0,822. Os níveis de esforço percebido são apresentados em porcentagem da mudança nas categorias relatadas, visto que a variável é nominal. Resultados O tempo médio para o estabelecimento da fadiga muscular foi de 86s (±37,2s). No sexo masculino, o tempo médio foi 114s (±40,5s) e, no feminino, foi de 67s (±18,5s). Após o protocolo de fadiga, todos os voluntários apresentaram algum nível de percepção de esforço entre leve e intenso (22,23%) e entre intenso e muito intenso (77,77%). Apenas a comparação estatística das médias das diferenças entre máxima e mínima inclinação anterior-posterior (tipo I) com os valores médios da variável obtida dos voluntários classificados como normais (Tipo IV) mostrou-se estatisticamente significativa, tanto no plano escapular (p=0,0037, d de Cohen=0,778) quanto no plano sagital (p=0,0018, d de Cohen=1,128), indicando uma maior inclinação anterior para o grupo disfuncional (Figura 2). Nas demais comparações sem diferença estatisticamente significativa, as magnitudes do efeito foram pequenas, com valores de d de Cohen variando de 0,06 a 0,493. Discussão O objetivo do presente estudo foi comparar dados cinemáticos indicativos de disfunção do ritmo escapulotorácico entre voluntários diagnosticados com e sem discinese da escápula, de acordo com a proposta de Kibler et al.5. Nossos resultados mostram que, independente do plano em que o movimento de teste foi realizado, a diferença entre a máxima e a mínima inclinação anterior da escápula é maior no grupo de voluntários identificados visualmente como portadores de discinese do tipo I, caracterizada pela projeção dorsal da borda inferior medial da escápula, que os valores do grupo diagnosticado como normal. Também, independente do plano em que o movimento de elevação e abaixamento do braço foi realizado, as variáveis indicativas das discineses caracterizadas por projeção da borda medial ou maior translação superior da escápula não apresentaram diferenças significativas quando comparadas com Avaliação da discinese escapular Figura 2. Box-plots representando do primeiro ao terceiro quartil (limites verticais), valor da mediana (traço no centro) e valores máximo e mínimo (linhas horizontais) das variáveis diferenças entre a máxima e a mínima inclinação anterior-posterior (n=18), rotação internaexterna (n=9) e translação superior da escápula (T-C7) (n=6) obtidos dos voluntários classificados como normais (n=18) durante os testes dinâmicos de discinese da escápula (tipo 1: primeira; tipo II: segunda e tipo III: terceira linha), realizados nos planos escapular (esquerda) e sagital (direita). ¥p=0,037; *p=0,0018 no teste t de Student não pareado. os valores do grupo normal. Embora o resultado possa indicar uma perda de validade do diagnóstico para os tipos II e III de discinese procedido pelo profissional, é importante ressaltar que o tamanho amostral atingido nesses grupos é insatisfatório para essa conclusão. Estudo anterior mostrou que o desvio padrão do movimento escapulotorácico é 10° e, para um tamanho de efeito de 5% de diferença entre as variáveis, poder de 80% e alfa de 5%, o tamanho amostral estimado é igual a 1223. Assim, o grupo diagnosticado com discinese do tipo II possui 75% do mínimo tamanho amostral, enquanto o grupo com tipo III possui apenas 42%. A interpretação dos valores do d de Cohen para estimativa da magnitude do efeito das diferenças significativas encontradas na variável correspondente à maior inclinação anterior da escápula nos planos escapular e sagital indicou efeito moderado e grande, respectivamente. A baixa prevalência dos tipos II e III nos sujeitos assintomáticos dessa amostra não nos permitiu atingir magnitudes de efeito adequadas para validar a inspeção visual dessas disfunções. Apenas um estudo anterior6 buscou, com pouco sucesso, devido à elevada presença de assimetria em ambos os grupos com e sem diagnóstico, a Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289 287 Miachiro NY, Camarini PMF, Tucci HT, McQuade KJ, Oliveira AS. validação de critério para a classificação de discinese de Kibler et al.5. Uhl et al.6 compararam os valores de cinemática 3D de voluntários classificados por clínicos pelo esquema de quatro tipos e pelo método “SIM” (qualquer um dos tipos I, II e III) e “NÃO” (tipo IV) com valores de referência determinados em um estudo piloto. Esses valores de referência foram obtidos de registros de repouso de oito voluntários saudáveis que os clínicos julgaram sem discinese, pela diferença entre os lados direito e esquerdo das variáveis: rotação medial-lateral, inclinação anterior-posterior e translação vertical do trígono da escápula com relação ao processo espinhoso da décima segunda vértebra torácica (T12). No presente estudo, optou-se pela proposição de uma nova variável de análise que elimina a utilização de dados de ambas as escápulas, questionada anteriormente4 em um teste, também estático24, como a situação de repouso utilizada pelos autores, pela possibilidade de acometimentos bilaterais. Além de permitir que as escápulas sejam avaliadas independentemente, a variável utilizada no presente estudo privilegia os elementos chaves do diagnóstico clínico, visto que é extraída da dinâmica escapular4 e incorpora o excesso do movimento (valor máximo) e o movimento esperado ou representativo da menor porção da disfunção (valor mínimo) dentro de um intervalo de tempo compatível com a interpretação cognitiva21. No presente estudo, optou-se por realizar um protocolo de fadiga muscular prévio ao exame dinâmico da discinese. Estudos anteriores haviam mostrado que, na cinemática e no controle postural do membro inferior, a presença de fadiga muscular agravava os sinais de músculos disfuncionais18,19. Analogamente, tentou-se tornar a identificação da disfunção mais clara por meio de repetições de elevação com cargas submáximas e a manutenção da posição de push-up plus até a observação da fadiga, visto que a coordenação do movimento e boa parte da estabilidade da escápula sobre o tórax é dada pela participação dinâmica da musculatura axioescapular e escapuloumeral8. Ainda é preciso saber se voluntários sintomáticos serão capazes de realizar o protocolo de fadiga proposto e se ele é mais eficiente que o uso de cargas de resistência mantidas nas mãos ao longo do arco7, visto que a condição de fadiga no intervalo de tempo que o clínico observa o paciente, após realizar o protocolo, pode ser uma condição de aumento de demanda mais constante24 que aquela proporcionada pelo torque, produzido pela adição de carga, necessariamente variável ao longo do movimento. Dessa forma, consideramos limitações do estudo para confirmar a capacidade diagnóstica da 288 Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289 classificação de quatro tipos de discinese escapular a baixa prevalência dos tipos II e III na amostra avaliada. Futuros estudos devem determinar a validade também para essas categorias a fim de tornar o teste clínico aceitável para o diagnóstico da disfunção do ritmo escapulotorácico, incluindo sujeitos assintomáticos e as estimativas de sensibilidade, especificidade e acurácia. Conclusão De acordo com a presente proposta, a avaliação visual da dinâmica do ritmo escapulotorácico foi considerada apropriada apenas para o diagnóstico da discinese do tipo I, caracterizada pela projeção dorsal excessiva da borda inferior medial da escápula. Considerando a baixa prevalência e o tamanho amostral dos tipos II e III na amostra estudada, mais estudos são necessários para validar completamente a observação clínica como método adequado para o diagnóstico da discinese escapular. Agradecimentos À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Brasil pela concessão do auxílio à pesquisa (2008/51456-6) para aquisição do sistema tridimensional eletromagnético e à Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil pela bolsa de iniciação científica. Referências 1. Braman JP, Engel SC, Laprade RF, Ludewig PM. In vivo assessment of scapulohumeral rhythm during unconstrained overhead reaching in asymptomatic subjects. J Shoulder Elbow Surg. 2009;18(6):960-7. PMid:19395283 PMCid:PMC2841046. http://dx.doi. org/10.1016/j.jse.2009.02.001 2. Ludewig PM, Reynolds JF. The association of scapular kinematics and glenohumeral joint pathologies. J Orthop Sports Phys Ther. 2009;39(2):90-104. PMid:19194022 PMCid:PMC2730194. http://dx.doi.org/10.2519/ jospt.2009.2808 3. Phadke V, Camargo P, Ludewig P. Scapular and rotator cuff muscle activity during arm elevation: A review of normal function and alterations with shoulder impingement. 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Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2001;6(2):5-18. 12. Karduna AR, McClure PW, Michener LA, Sennett B. Dynamic measurements of three-dimensional scapular kinematics: a validation study. J Biomech Eng. 2001;123(2):184-90. PMid:11340880. http://dx.doi. org/10.1115/1.1351892 21. Carreiro LRR, Haddad H, Baldo MVC. Componentes sensoriais e atencionais do tempo de reação: efeitos do tamanho, excentricidade e previsibilidade de estímulos visuais. Psic Teor Pesq. 2012;28(2):133-40. http://dx.doi. org/10.1590/S0102-37722012000200001 22. Cohen J. The concepts of power analysis. In: Cohen J, editor. Statistical power analysis for the behavioral sciences. Hillsdale: Academic Press, Inc; 1988. p. 1-17. 23. Portney LG, Watkins MP. Foundations of clinical research: Applications to practice. Upper Saddle River: Prentice Hall; 2000. 24. American College of Sports Medicine. ACSM’s Resource Manual for Guidelines for Exercise Testing and Prescription. 7th ed. [Kindle Edition]. Indianapolis: Lippincott, Williams & Wilkins; 2013. Chapter 3 Exercise Physiology. 13. Fleiss RL. The design and analysis of clinical experiments. New York: John Wiley and Sons; 1996. 14. Wu G, Van der Helm FC, Veeger HE, Makhsous M, Van Roy P, Anglin C, et al. ISB recommendation on definitions of joint coordinate systems of various joints for the reporting of human joint motion--Part II: shoulder, elbow, wrist and hand. J Biomech. 2005;38(5):981-92. PMid:15844264. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbiomech.2004.05.042 15. Borstad JD, Szucs K, Navalgund A. Scapula kinematic alterations following a modified push-up plus task. Hum Mov Sci. 2009;28(6):738-51. PMid:19683822. http:// dx.doi.org/10.1016/j.humov.2009.05.002 Correspondence Anamaria Siriani de Oliveira Universidade de São Paulo – USP Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Curso de Fisioterapia Campus Universitário Av. Bandeirantes, 3900, Monte Alegre CEP 14049-900, Ribeirão Preto, SP, Brasil e-mail: [email protected] Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3):282-289 289 editorial rules SCOPE AND POLICIES The Brazilian Journal of Physical Therapy (BJPT) publishes original research articles on topics related to the areas of physical therapy and rehabilitation, including clinical, basic or applied studies on the assessment, prevention, and treatment of movement disorders. Our Editorial Board is committed to disseminating quality scientific investigations from many areas of expertise. The BJPT accepts the following types of study, which must be directly related to the journal’s scope and expertise areas: a) Experimental studies: studies that investigate the effect(s) of one or more interventions on outcomes directly related to the BJPT’s scope and expertise areas. Experimental studies include single-case experimental studies, quasi-experimental studies, and clinical trials. The World Health Organization defines clinical trial as any research study that prospectively allocates human participants or groups of humans to one or more healthrelated interventions to evaluate the effect(s) on health outcome(s). Therefore, any study that aims to analyze the effect of a given intervention is considered as a clinical trial. Clinical trials include single-case studies, case series (a single group without a control group for comparison), non- randomized controlled trials and randomized controlled trials. Randomized controlled trials must follow the CONSORT (Consolidated Standards of Reporting Trials), recommendations, which are available at: http://www.consort-statement. org/consort-statement/overview0/. On this website, the author must access the CONSORT 2010 checklist, which must be completed and submitted with the manuscript. All manuscripts must also contain a CONSORT Statement 2010 Flow Diagram. From 2014, the entire submission process of experimental studies should address this recommendation. b) Observational studies: studies that investigate the relationship(s) between variables of interest related to the BJPT’ scope and expertise areas without direct manipulation (e.g. intervention). Observational studies include cross-sectional studies, cohort studies, and case-control studies. c) Qualitative studies: studies that focus on understanding needs, motivations, and human behavior. The object of a qualitative study is guided by in-depth analysis of a topic, including opinions, attitudes, motivations, and behavioral patterns without quantification. Qualitative studies include documentary and ethnographic analysis. d) Literature reviews: studies that analyze and/or synthesize the literature on a topic related to the scope and expertise areas of the BJPT. Critical or narrative reviews will only be published by invitation from the editors. Systematic reviews that include meta-analysis will have priority over other systematic reviews. Those that have an insufficient number of articles or articles with low quality and do not include an assertive and Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3) valid conclusion about the topic will not be considered for peer-review analysis. e) Methodological studies: studies centered on the development and/or evaluation of psychometric properties and clinimetric characteristics of assessment instruments. They also include studies that aim to translate and/or cross-culturally adapt foreign questionnaires into Brazilian Portuguese. The authors’ permission for translation and/or adaptation of the original instrument must be included in the submission process. The EQUATOR Network website (http://www.equatornetwork.org/resource-centre/library-of-health-researchreporting) includes a full list of guidelines available for each type of study, such as the STROBE (STrengthening the Reporting of OBservational Studies in Epidemiology) for observational studies, the COREQ (Consolidated Criteria For Reporting Qualitative Research) for qualitative research, the PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) for systematic reviews and meta-analyses, and the GRRAS (Guidelines for Reporting Reliability and Agreement Studies) for reliability studies. We recommend that the authors check these guidelines and adhere to the appropriate checklist before submitting their manuscripts. Studies that report electromyographic results must follow the ISEK (International Society of Electrophysiology and Kinesiology) Standards for Reporting EMG Data, available at http://www.isek-online.org/standards_emg.html. Ethical and legal aspects Submitting a manuscript to the BJPT implies that the article, in whole or in part, has not been published by another source of communication and that it is not being considered for publication by another journal. The use of patient initials, names or hospital registration numbers must be avoided. Patients must not be identified in photographs, except with their express written consent attached to the original article at the time of submission. Studies in humans must be in agreement with ethical standards and have the informed consent of the participants in accordance with National Health Council (NHC) Resolution 196/96 of the Brazilian Ministry of Health, which oversees the Human Research Ethics Code. Authors outside Brazil must follow the guidelines set forth by the Committee on Publication Ethics (COPE). Animal experiments must comply with international guidelines (such as, the Committee for Research and Ethical Issues of the International Association for the Study of Pain [Pain, 16:109-110, 1983]). For studies involving human and animal research, the manuscript must include the approval number given by the Research Ethics Committee. The study must be registered in the National Health Council of the university or hospital or by the National Health Council nearest to your area. The BJPT reserves the right not to publish manuscripts that do not adhere to the legal and ethical rules for human and animal research. Editorial Rules For clinical trials, any registration that satisfies the requirements of the International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE), e.g. http://clinicaltrials.gov/ and/ or http://www.anzctr.org.au will be accepted. The complete list of all clinical trial registries can be found at: http://www. who.int/ictrp/network/primary/en/index.html. From 01/01/2014 the BJPT will effectively adopt the policy suggested by the International Society of Physiotherapy Journal Editors (ISPJE) and will require a prospective registration number (i.e., clinical trials that have begun the recruitment from this date must register the study BEFORE the recruitment of the first patient) by the time of the manuscript submission. For studies that have started recruitment up to 31/12/2013 retrospective registration will be accepted. Authorship criteria The BJPT accepts submissions of manuscripts with up to six (6) authors. The BJPT’s authorship policy follows ICMJE requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals (www.icmje.org), which state that “authorship credit should be based on 1) substantial contributions to conception and design, acquisition of data, or analysis and interpretation of data; 2) drafting the article or revising it critically for important intellectual content; and 3) final approval of the version to be published.” Conditions 1, 2, and 3 should all be met. Grant acquisition, data collection and/or general supervision of a research group do not justify authorship and must be recognized in the acknowledgements. All authors are solely responsible for the content of the submitted manuscripts. All published material becomes property of the BJPT, which will retain the copyrights. Therefore, no material published in the BJPT may be reproduced without written permission from the editors. All authors of the submitted manuscript must sign a copyright transfer agreement form from the date of the acceptance of the manuscript. The editors may consider, in exceptional cases, a request for submission of a manuscript with more than six (6) authors. The criteria for analysis include the type of study, potential for citation, methodological quality and complexity, among others. In these exceptional cases, the contribution of each author must be specified at the end of the text (after Acknowledgements and right before References), according to the guidelines of the International Committee of Medical Journal Editors and the Guidelines for Integrity in Scientific Activity widely disseminated by the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq; http://www.cnpq.br/web/guest/ diretrizes). The manuscript must be written preferably in English. Whenever the quality of the English writing hinders the analysis and assessment of the content, the authors will be informed. It is recommended that manuscripts submitted in English be accompanied by certification of revision by a professional editing and proofreading service. This certification must be included in the submission. We recommend the following services, not excluding others: -- American Journal Experts (www.journalexperts.com); -- Scribendi (www.scribendi.com); -- Nature Publishing Groups Language Editing (https:// languageediting.nature.com/login). The manuscript must include a title and identification page, the abstract, and keywords before the body of the manuscript. References, tables, and figures and appendices should be inserted at the end of the manuscript. Title and identification page The title of the manuscript must not exceed 25 words and must include as much information about the study as possible. Ideally, the terms used in the title should not appear in the list of keywords. The identification page must also contain the following details: -- Full title and short title of up to 45 characters to be used as a legend on the printed pages; -- Author: author’s first and last name in capital letters without title followed by a superscript number (exponent) identifying the institutional affiliation (department, institution, city, state, country). For more than one author, separate using commas; -- Corresponding author: name, full address, email, and telephone number of the corresponding author who is authorized to approve editorial revisions and provide additional information if needed. -- Keywords: up to six indexing terms or keywords in Portuguese and English. Abstract The abstract must be written in a structured format. A concise presentation not exceeding 250 words in a single paragraph, in English, must be written and inserted immediately after the title page. Do not include references, footnotes or undefined abbreviations. Introduction This part of the manuscript should give information on the subject of investigation, how it relates to other studies in the same field, and the reasons that justify the need for the study, as well as specific objective(s) of the study and hypotheses, if applicable. MANUSCRIPT FORM AND PRESENTATION Method The BJPT accepts the submission of manuscripts with up to 3,500 words (excluding title page, abstract, references, tables, figures, and legends). Information contained in appendices will be included in the total number of words allowed. Clear and detailed description of the study participants and the procedures of data collection, transformation/ reduction, and data analysis in order to allow reproducibility of the study. The participant selection and allocation process must be organized in a flowchart containing the Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3) Editorial Rules number of participants in each phase as well as their main characteristics (see model of CONSORT flow diagram). Whenever relevant to the type of study, the author should include the calculation that adequately justifies the sample size for investigation of the intervention effects. All of the information needed to estimate and justify the sample size used in the study must be clearly stated. Results The results should be presented briefly and concisely. Pertinent results must be reported with the use of text and/ or tables and/or figures. Data included in tables and figures must not be duplicated in the text. Discussion The purpose of the discussion is to interpret the results and to relate them to existing and available knowledge, especially the knowledge already presented in the Introduction. Be cautious when emphasizing recent findings. The data presented in the Methods and/ or in the Results sections should not be repeated. Study limitations, implications, and clinical application to the areas of physical therapy and rehabilitation sciences must be described. References The recommended number of references is 30, except for literature reviews. Avoid references that are not available internationally, such as theses and dissertations, unpublished results and articles, and personal communication. References should be organized in numerical order of first appearance in the text, following the Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals prepared by the ICMJE. Journal titles should be written in abbreviated form, according to the List of Journals of Index Medicus. Citations should be included in the text as superscript (exponent) numbers without dates. The accuracy of the references appearing in the manuscript and their correct citation in the text are the responsibility of the author(s). Examples: http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_ requirements.html. Tables, Figures, and Appendices A total of five (5) combined tables and figures is allowed. Appendices must be included in the number of words allowed in the manuscript. In the case of previously published tables, figures, and appendices, the authors must provide a signed permission from the author or editor at the time of submission. For articles submitted in Portuguese, the English version of the tables, figures, and appendices and their respective legends must be attached in the system as a supplementary document. -- Tables: these must include only indispensable data and must not be excessively long (maximum allowed: one A4 page with double spacing). They should be numbered consecutively using Arabic numerals and Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3) should be inserted at the end of the text. Small tables that can be described in the text are not recommended. Simple results are best presented in a phrase rather than a table. -- Figures: these must be cited and numbered consecutively using Arabic numerals in the order in which they appear in the text. The information in the figures must not repeat data described in tables or in the text. The title and legend(s) should explain the figure without the need to refer to the text. All legends must be double-spaced, and all symbols and abbreviations must be defined. Use uppercase letters (A, B, C, etc.) to identify the individual parts of multiple figures. If possible, all symbols should appear in the legends. However, symbols identifying curves in a graph can be included in the body of the figure, provided this does not hinder the analysis of the data. Figures in color will only be published in the online version. With regard to the final artwork, all figures must be in high resolution or in its original version. Low-quality figures may result in delays in the acceptance and publication of the article. Acknowledgements: these must include statements of important contributions specifying their nature. The authors are responsible for obtaining the authorization of individuals/institutions named in the acknowledgements. ELECTRONIC SUBMISSION Manuscript submission must be done electronically via the website http://www.scielo.br/rbfis. Articles submitted and accepted in Portuguese will be translated into English by BJPT translators, and articles submitted and accepted in English will be forwarded to BJPT English proofreaders for a final review. It is the authors’ responsibility to remove all information (except on the title and identification page) that may identify the article’s source or authorship. When submitting a manuscript for publication, the authors must enter the author details into the system and attach the following supplementary documents: 1) Cover letter; 2) Conflict of interest statement; 3) Copyright transfer statement signed by all authors. 4) Other documents when applicable (e.g. permission to publish figures or excerpts from previously published materials, checklists, etc.). Special Track Submission Excepcionally, the BJPT may receive and evaluate manuscripts that have been submitted to and rejected by other journals indexed in Journal Citation Reports (JCR). This modality will consider reviews from the other journal, which may shorten the publication time, if the manuscript has merit to be published. However, the manuscripts under the special track modality will have to be evaluated with the same rigor as a new submission which includes the need for inovation. To be eligible to special track submission, the manuscript must be in accordance with the BJPT’s Scope Editorial Rules and Policies section and with sections 2 and 3 of this document, and it must meet the following requirements: -- The international journal to which the manuscript was previously submitted must have a JCR impact factor higher than 1.5; -- The manuscript must have completed the full peerreview process in the previous journal. Manuscripts rejected in the initial editor review will not be accepted; Special track submission must include: a) the manuscript with highlighted changes; b) point-to-point responses to the reviewers’ comments; c) a letter with the name and impact factor of the previous journal and the justification for publication in the BJPT, explaining (if needed) the items that were not satisfied regarding the reviewers’ comments and/or the journal’s editorial decision of the international journal; d) the official email from the other journal (reviewer and editor letters with detailed review), which must be forwarded in full WITHOUT EDITING, i.e., the response e-mail must be forwarded to the BJPT ([email protected]); e) any additional information requested by the BJPT. THE REVIEW PROCESS The submissions that meet the standards established and presented in accordance with the BJPT editorial policies will be forwarded to the area editors, who will perform an initial assessment to determine whether the manuscripts should be peer-reviewed. The criteria used for the initial analysis of the area editor include: originality, pertinence, clinical relevance, and methodology. The manuscripts that do not have merit or do not conform to the editorial policies will be rejected in the pre-analysis phase, regardless of the adequacy of the text and methodological quality. Therefore, the manuscript may be rejected based solely on the recommendation of the area editor without the need for further review, in which case, the decision is not subject to appeal. The manuscripts selected for pre-analysis will be submitted to review by specialists, who will work independently. The reviewers will remain anonymous to the authors, and the authors will not be identified to the reviewers. The editors will coordinate the exchange between authors and reviewers and will make the final decision on which articles will be published based on the recommendations of the reviewers and area editors. If accepted for publication, the articles may be subject to minor changes that will not affect the author’s style. If an article is rejected, the authors will receive a justification letter from the editor. After publication or at the end of the review process, all documentation regarding the review process will be destroyed. AREAS OF EXPERTISE 1. Physiology, Kinesiology, and Biomechanics; 2. Kinesiotherapy/therapeutic resources; 3. Motor development, acquisition, control, and behavior; 4. Education, Ethics, Deontology, and Physical Therapy History; 5. Assessment, prevention, and treatment of cardiovascular and respiratory disorders; 6. Assessment, prevention, and treatment of aging disorders; 7. Assessment, prevention, and treatment of musculoskeletal disorders; 8. Assessment, prevention, and treatment of neurological disorders; 9. Assessment, prevention, and treatment of gynecological disorders; 10. Ergonomics/Occupational Health. Braz J Phys Ther. 2014 May-June; 18(3) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO MESTRADO E DOUTORADO Recomendado pela CAPES – Conceito 5 O Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação tem como base a perspectiva apresentada no modelo proposto pela Organização Mundial de Saúde e propõe que as dissertações e trabalhos científicos desenvolvidos estejam relacionados com o desempenho funcional humano. Com a utilização de um modelo internacional, espera-se estimular o desenvolvimento de pesquisas que possam contribuir para uma melhor compreensão do processo de função e disfunção humana, contribuir para a organização da informação e estimular a produção científica numa estrutura conceitual mundialmente reconhecida. O Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação tem como objetivo tanto formar como aprofundar o conhecimento profissional e acadêmico, possibilitando ao aluno desenvolver habilidades para a condução de pesquisas na área de desempenho funcional humano. O programa conta com parcerias nacionais e internacionais sedimentadas, e os seus laboratórios de pesquisa contam com equipamentos de ponta para o desenvolvimento de estudos na área de Ciências da Reabilitação. Mais informações Fone/Fax: (31) 3409-4781 www.eef.ufmg.br/mreab Universidade Federal de São Carlos Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia O Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia tem como área de concentração: "Processos de Avaliação e Intervenção em Fisioterapia". Nosso objetivo é oferecer condições acadêmicas necessárias para que o aluno adquira um repertório teórico e metodológico, tornando-se apto a exercer as atividades de docente de nível universitário e iniciá-lo na carreira de pesquisador. Os cursos de mestrado e doutorado (stricto sensu) foram os primeiros criados na área de fisioterapia do país. Linhas de pesquisa do programa são: • Instrumentação e Análise Cinesiológica e Biomecânica do Movimento • Processos de Avaliação e Intervenção em Fisioterapia do Sistema Músculo-Esquelético • Processos Básicos, Desenvolvimento e Recuperação Funcional do Sistema Nervoso Central • Processos de Avaliação e Intervenção Cardiovascular e Respiratória Recomendado pela CAPES – Conceito 6 Mais informações Fone: (16) 3351-8448 www.ppgft.ufscar.br e-mail [email protected] em Fisioterapia PHYSIOTHERAPY EVIDENCE DATABASE ISSN 1413-3555 Original Articles 211 Translation, cross-cultural adaptation to Brazilian- Portuguese and reliability analysis of the instrument Rapid Entire Body Assessment-REBA Andressa M. Lamarão, Lucíola C. M. Costa, Maria L. C. Comper, Rosimeire S. Padula 218 Impact of CPAP on physical exercise tolerance and sympathetic-vagal balance in patients with chronic heart failure Hugo V. Reis, Audrey Borghi-Silva, Aparecida M. Catai, Michel S. Reis 228 Validity of the six-minute step test of free cadence in patients with chronic obstructive pulmonary disease Bruna V. Pessoa, Juliano F. Arcuri, Ivana G. Labadessa, Joyce N. F. Costa, Anna C. Sentanin, Valéria A. Pires Di Lorenzo ISSN 1413-3555 Brazilian Journal of Physical Therapy 2014 May-June; 18(3) 237 Influence of additional weight on the frequency of kicks in infants with Down syndrome and infants with typical development Gabriela L. Santos, Thaís B. Bueno, Eloisa Tudella, Jadiane Dionisio 245 Longitudinal assessment of grip strength using bulb dynamometer in Duchenne Muscular Dystrophy Tatiana M. Pizzato, Cyntia R. J. A. Baptista, Mariana A. Souza, Michelle M. B. Benedicto, Edson Z. Martinez, Ana C. Mattiello-Sverzut 252 Thorax, pelvis and hip pattern in the frontal plane during walking in unilateral transtibial amputees: biomechanical analysis Francisco Molina-Rueda, Isabel M. Alguacil-Diego, Alicia Cuesta-Gómez, Javier Iglesias-Giménez, Andrés Martín-Vivaldi, Juan C. Miangolarra-Page 259 Brazilian version of the instrument of environmental assessment Craig Hospital Inventory of Environmental Factors (CHIEF): translation, cross-cultural adaptation and reliability Sheyla R. C. Furtado, Rosana F. Sampaio, Daniela V. Vaz, Brena A. S. Pinho, Isabella O. Nascimento, Marisa C. Mancini 268 Strength deficits of the shoulder complex during isokinetic testing in people with chronic stroke Lucas R. Nascimento, Luci F. Teixeira-Salmela, Janaine C. Polese, Louise Ada, Christina D. C. M. Faria, Glória E. C. Laurentino 276 Reliability of the Balance Evaluation Systems Test (BESTest) and BESTest sections for adults with hemiparesis Letícia C. Rodrigues, Aline P. Marques, Paula B. Barros, Stella M. Michaelsen 282 Can clinical observation differentiate individuals with and without scapular dyskinesis? Newton Y. Miachiro, Paula M. F. Camarini, Helga T. Tucci, Kevin J. McQuade, Anamaria S. Oliveira 2014 May-June; 18(3) Editorial Rules 2014 May-June; 18(3) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA