UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Flávia Galdino Silva Juliana de Freitas da Silva Kauê de Queiroz Capoani Lícia Mara Denis Ferreira PROGRAMA 5S Frigorífico Avícola Guarantã Ltda. LINS – SP 2008 FLÁVIA GALDINO SILVA JULIANA DE FREITAS DA SILVA KAUÊ DE QUEIROZ CAPOANI LÍCIA MARA DENIS FERREIRA PROGRAMA 5S Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação da Profª. M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro e orientação técnica da Profª. M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva. Lins – SP 2008 Silva, Flavia Galdino; Silva, Juliana de Freitas; Capoani, Kauê de Queiroz; Ferreira, Licia Mara Denis S58p Programa 5S Frigorífico Avícola Guarantã/ Flavia Galdino Silva; Juliana de Freitas da Silva; Kauê de Queiroz Capoani; Licia Mara Denis Ferreira. Lins, 2008. 78p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2008 Orientadores: Maris de Cássia Ribeiro; Heloisa Helena Rovery da Silva 1. Programa 5S. 2. Qualidade Total. 3. Frigorífico Avícola Guarantã. I Título. CDU 658 FLÁVIA GALDINO SILVA JULIANA DE FREITAS DA SILVA KAUÊ DE QUEIROZ CAPOANI LÍCIA MARA DENIS FERREIRA Programa 5S Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do titulo de Bacharel em Administração. Aprovada em: ____/____/______ Banca examinadora: Profª. Orientadora: Máris de Cássia Ribeiro Titulação: Mestre em Administração pela Faculdade de Gestão de Negócios da Universidade Metodista de Piracicaba Assinatura: ____________________________ 1º Prof.(a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ Assinatura: ____________________________ 2º Prof.(a): ______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ Assinatura: ____________________________ Lins – SP 2008 5 coisas que aprendi com o lápis! 1° qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade. 2° qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor. 3° qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça. 4° qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. E Finalmente a 5° qualidade: o Lápis sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços. Paulo Coelho DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, pela força e sabedoria nessa longa caminhada, pois muitas foram às dificuldades. Obrigado por tudo, pois sem o senhor nada seria possível. Aos meus pais, que sempre me incentivaram e acreditaram em mim, pois foram eles que sempre estiveram ao meu lado me apoiando e não permitindo que eu desanimasse. Aos meus companheiros de grupo, que sem eles a realização deste trabalho não seria possível. Enfim a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente na elaboração deste trabalho. A Professora Máris, por aceitar orientar nosso grupo, pela dedicação com que se empenhou para realização deste trabalho. A todos, Muito Obrigada! Flávia DEDICATÓRIA Agradeço a Deus por tudo que tenho, e tenho certeza de que nada é por acaso. Acredito que até os lugares por onde passo já estava predestinado em minha vida, e se tenho tudo isso hoje, foi resultado de uma batalha muito grande, e sem fé e otimismo eu não conseguiria. Aos meus pais amados João e Elzira, obrigado por ter me dado a vida, obrigado por terem me apoiado, com muito carinho, respeito e amor, entendendo as dificuldades e imposições da vida, dando a volta por cima em momentos difíceis com palavras doces e tranqüilas, apresentando a vida como sendo não tão difícil, e encarando as coisas com naturalidade e honestidade. Minha eterna gratidão. Aos meus irmãos, Rosângela e Junior, por também sempre terem me apoiado e incentivado, obrigado também por estarem presentes em todos os principais momentos da minha vida, e pela alegria contagiante. A todos os meus amigos, pois são eles que nos dão forças para superar os desafios que a vida nos proporciona, em especial as minhas amigas Flávia, Lícia, Fernanda, Kelly, Alex Moreno, Paty, Kauê, Fabiano e Danny, por sempre estarem presentes e dar todo apoio do mundo necessário. A Profª. Máris, minha eterna gratidão por aceitar um trabalho a principio sem diretrizes e contribuir decisivamente para a qualidade do mesmo e a profª Heloisa, pelo exemplo de cordialidade e justiça em todos os seus atos. Juliana DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minhas amigas de grupo, Flávia Galdino, Juliana Freitas e Lícia Ferreira. Foi muito bom trabalhar com vocês, e desejo há todas muito sucesso profissional e pessoal. Tenho certeza que se não estivesse com vocês meu caminho até aqui seria muito mais difícil e penoso. Queria mandar um abraço especial para a Profª. Máris, que além de ser nossa orientadora foi também muito amiga do grupo nos momentos difíceis deste trabalho científico. Agradeço também minha família por me proporcionar a oportunidade de estudar e principalmente DEUS que me deu força, saúde e esperança para concluir mais uma etapa na minha vida. Kauê DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, pois tenho certeza que hoje estou aqui, graças a Ele, pois muitas vezes pensei em desistir, pois não via possibilidades em continuar e Deus abria todas as portas possíveis, para que eu continuasse e que eu chegasse lá, não importava como, mas ele me mostrava que eu ia conseguir. Hoje estou aqui, apesar de todas as dificuldades eu continuei e consegui. À mina mãe, que sempre esteve ao meu lado, sempre me dando força e me mostrando o melhor caminho a seguir. Ao meu pai, que sempre acompanhou minha jornada. Ao meu namorado Adilson, que acompanhou essa correria junto comigo. Aos meus amigos de monografia, pois, muitas foram as dificuldades e a correria foi grande para terminarmos, mas conseguimos. Aos meus amigos que sempre estão comigo, e sempre vão estar no meu coração: Alex, Fernanda, Flávia, Juliana, que são pessoas em quem posso confiar plenamente, e hoje estamos mais uma vez juntos. Lícia AGRADECIMENTOS A Deus, principalmente, que está acima de tudo e que sem ele não estaríamos aqui hoje. À nossa orientadora, Profª. Máris, pelo apoio, companheirismo e motivação durante este trabalho. À Profª. Heloísa que sempre teve muita paciência conosco, e sempre entendeu nosso lado, nos ajudando. Ao Frigorífico Avícola Guarantã, que nos concedeu espaço para desenvolvermos este trabalho, pelo apoio e compreensão nas horas em que mais precisamos. Flávia, Juliana, Kauê e Lícia PRA QUE SERVE UM AMIGO? Pra tanta coisa não é? Pra rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona para festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Porém isto não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito. A amizade vai mais além... Um amigo não racha apenas a gasolina, racha lembranças, crises de choro, experiências, racha segredos. Um amigo não empresta apenas a prancha... Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta. Um amigo não recomenda apenas um disco... Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país. Um amigo não dá carona apenas pra festa... Leva-te para o mundo dele, e topa conhecer o seu. Um amigo não passa apenas a cola, passa contigo um aperto, passa junto o réveillon. Um amigo não caminha apenas no shopping... Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. Um amigo não segura a barra apenas, segura a mão, a ausência, segura uma, segura o tranco... Duas dúzias de amigos assim ninguém tem Mas se tiver um, Amém. RESUMO As empresas vivenciam um ambiente mercadológico com concorrência acirrada. Diante disso, a empresa Frigorífico Avícola Guarantã, que atua no ramo de abate e comercialização de aves resfriadas, desde 1995, abatendo em média de 18.000 a 30.000 aves por dia, busca melhoria da qualidade de seus produtos com o apoio do Programa 5S, juntamente com os Programas de Qualidade já existentes, exigidos pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal). A empresa conta atualmente, com instalações modernas, desde a entrada do produto até a entrega ao consumidor final, além de uma moderna graxaria, onde os subprodutos são transformados em ração, assim, agregando valor a empresa. Disponibiliza uma linha de produtos variados e possui parcerias com grandes produtores de todo o Estado de São Paulo. O Programa 5S foi desenvolvido no Japão, depois da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de reorganizar o país. O Programa 5S é composto pelos cinco sensos: organização (SEIRI), arrumação (SEITON), limpeza (SEISO) saúde e padronização (SEIKETSU) e disciplina (SHITSUKE). Para que a empresa consiga atingir a Qualidade Total, é preciso avaliação contínua desse programa e que todos participem com dedicação e responsabilidade. O Programa 5S é um programa simples, mas que pode ser de grande importância para alavancar os lucros e, assim, atingir o objetivo que é suprir as necessidades do mercado consumidor garantindo o sucesso do Frigorífico Avícola Guarantã neste mercado competitivo. Palavras-chave: Programa 5S. Qualidade Total. Mercado Competitivo. ABSTRACT The enterprises live in a business ambient with incited competition. Before this, Refrigerator Avícola Guarantã enterprise acts in the bough of abate and trade of cold fowls since 1995 boughing an average of 18.000 to 30.000 fowls a day, it searches improving the quality of its products with the support of 5S program, together the existing quality’s program demanded for Federal Inspection Service (FIS). The enterprise has modern installations actually, since the entrance and delivery from products to the last consumer, besides a modern “graxaria”, where the sub-products are transformed on ration, thus associating value to the enterprise. It disposes one line of several products and has societies with big producers of all São Paulo States. The 5S program was developed at Japan, after of second world war, with the goal to reorganize the country. The 5S program is composed, for five senses: organization (SEIRI), arrangement (SEITON), cleaning (SEISO), health and standard ion (SEIKETSU), and discipline (SHITSUKE). For that the enterprise gets reaching the total qualities it is necessary a continuous appraisement of this program and that everybody partipates with dedication and responsibility. The 5S program is a simple program, but it can be of big importance to raise the profits and so to reach the goal that is suppling the necessities of the consumer business guaranting the success of Refrigerator Avícola Guarantã in this competing. Key words: 5S Program. Total Quality. Competing Business. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Visão panorâmica da empresa............................................. 22 Figura 2: Organograma da empresa.................................................... 24 Figura 3: Diretoria da empresa............................................................ 25 Figura 4: Chegada dos frangos no frigorífico....................................... 26 Figura 5: Setor de contabilidade.......................................................... 27 Figura 6: Setor financeiro..................................................................... 27 Figura 7: Setor de recursos humanos.................................................. 28 Figura 8: Descanso das aves............................................................... 29 Figura 9: Corte de jugular das aves..................................................... 29 Figura 10: Processo de depenagem...................................................... 30 Figura 11: Processo de depilação.......................................................... 30 Figura 12: Processo de retirada das vísceras........................................ 31 Figura 13: Setor de corte....................................................................... 31 Figura 14: Processo de embalagem...................................................... 32 Figura 15: Ampliação do frigorífico (graxaria)........................................ 33 Figura 16: Descanso das aves............................................................... 54 Figura 17: Plataforma de desembarque................................................. 55 Figura 18: Sangria.................................................................................. 55 Figura 19: Esteira................................................................................... 56 Figura 20: Escaldagem e depilação....................................................... 57 Figura 21: Evisceração.......................................................................... 58 Figura 22: Chiler..................................................................................... 59 Figura 23: Corte..................................................................................... 60 Figura 24: Embalagem........................................................................... 61 Figura 25: Embalagem de frango congelado e temperado.................... 61 Figura 26: Câmara fria........................................................................... 62 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Os cinco sensos.................................................................... 36 Quadro 2 Como estocar os objetos a serem usados............................ 37 Quadro 3: O ponto chave da organização............................................. 39 Quadro 4: Contribuições para o 5S....................................................... 44 Quadro 5: Sugestões de estratégias de comunicação para diferentes perfis.......................................................................................................... Quadro 6: 47 Alguns exemplos de falhas mais freqüentes com a interpretação do 5S................................................................................... LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS APPCC: Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle BPF: Boas Práticas de Fabricação EPI’S: Equipamentos de Proteção Individual PPHO: Procedimento Padrão Higiene Operacional SIF: Serviço de Inspeção Federal SISP: Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo 51 16 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................... 18 CAPÍTULO I – FRIGORÍFICO AVÍCOLA GUARANTÃ............................ 20 1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA.......................... 20 1.1 Evolução contratual................................................................. 20 1.2 Mercado externo e interno...................................................... 22 1.3 Qualidade................................................................................ 23 1.4 Produtividade.......................................................................... 23 1.5 Administração......................................................................... 24 1.5.1 Diretoria................................................................................... 25 1.5.2 Transporte............................................................................... 25 1.5.3 Contabilidade.......................................................................... 26 1.5.4 Financeiro............................................................................... 27 1.5.5 Recursos humanos................................................................. 28 1.5.6 Produção................................................................................. 28 1.5.6.1 Setor de descanso das aves................................................... 28 1.5.6.2 Plataforma de desembarque................................................... 29 1.5.6.3 Escaldagem............................................................................ 30 1.5.6.4 Depilação................................................................................ 30 1.5.6.5 Evisceração............................................................................. 31 1.5.6.6 Corte....................................................................................... 31 1.5.6.7 Embalagem............................................................................. 32 1.5.6.8 Câmara fria............................................................................. 32 1.5.7 Compra e venda...................................................................... 32 1.6 Projeto de expansão e responsabilidade social...................... 33 1.7 Missão..................................................................................... 34 1.8 Visão....................................................................................... 34 CAPÍTULO II – PROGRAMA 5S............................................................... 35 2 ORIGEM.................................................................................. 35 2.1 Conhecendo o 5S................................................................... 35 17 2.2 Denominação do 5S................................................................ 36 2.2.1 SEIRI – organização............................................................... 36 2.2.1.1 Como eliminar o desnecessário.............................................. 37 2.2.1.1.1 Definir os objetivos e o alvo da operação............................... 37 2.2.1.1.2 Prepare-se.............................................................................. 38 2.2.1.1.3 Ensinar as pessoas a reconhecerem o que é desnecessário 38 2.2.1.1.4 Quantificar e avaliar................................................................ 38 2.2.1.1.5 Fazer a inspeção e a avaliação gerencial bem como oferecer indicadores.................................................................................. 38 2.2.1.2 As principais vantagens do SEIRI........................................... 39 2.2.2 SEITON – ordenação.............................................................. 39 2.2.3 SEISO – limpeza..................................................................... 40 2.2.4 SEIKETSU – saúde e padronização....................................... 41 2.2.5 SHITSUKE – autodisciplina.................................................... 42 2.3 Objetivos gerais...................................................................... 43 2.4 Benefícios do 5S..................................................................... 43 2.5 Os custos do 5S...................................................................... 44 2.6 5S em escritórios.................................................................... 45 2.6.1 Principais atividades no escritório........................................... 45 2.7 Implantação do 5S.................................................................. 46 2.7.1 Dificuldades durante a implantação........................................ 48 2.7.1.1 Dificuldades para comprometer as pessoas que trabalham em turno..................................................................................................... 2.7.1.2 Dificuldades para as pessoas entenderem o que realmente é o 5S........................................................................................................ 2.7.1.3 48 48 Dificuldades para implantar o 5S em toda organização ao mesmo tempo............................................................................................ 49 2.7.1.4 Dificuldades em tratar o 5S como um processo estratégico... 49 2.7.1.5 Dificuldades em conciliar o 5S com trabalho do dia-a-dia...... 50 2.8 Auditoria do 5S........................................................................ 50 CAPÍTULO III – A PESQUISA.................................................................. 52 3 INTRODUÇÃO........................................................................ 52 3.1 Relato e discussão sobre o Programa 5S no Frigorífico 18 Avícola Guarantã....................................................................................... 53 3.1.1 A implantação do programa 5S............................................... 53 3.1.2 Descrição do processo produtivo............................................ 53 3.1.2.1 Setor de descanso das aves................................................... 54 3.1.2.2 Plataforma de desembarque dos frangos............................... 54 3.1.2.3 Escaldagem e depilação......................................................... 56 3.1.2.4 Evisceração............................................................................. 57 3.1.2.5 Corte....................................................................................... 59 3.1.2.6 Embalagem............................................................................. 60 3.1.2.7 Câmara fria............................................................................. 62 3.1.2.8 Expedição............................................................................... 62 3.2 Parecer final sobre o caso...................................................... 63 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO............................................................. 64 CONCLUSÃO............................................................................................ 65 REFERÊNCIAS......................................................................................... 66 APÊNDICES.............................................................................................. 68 ANEXOS.................................................................................................... 77 19 INTRODUÇÃO Diante de um mercado altamente competitivo, surge a necessidade de mostrar a importância do Programa 5S para adquirir a Qualidade Total dentro do processo produtivo. Para que a empresa consiga adquirir a Qualidade Total, é preciso que se faça uma avaliação contínua do Programa 5S, pois é fundamental que todos participem desse processo, desde a portaria até a diretoria da empresa. Algumas empresas não vêem o Programa 5S como fator de resultados, por desconhecerem o programa e quando tomam conhecimento, têm a impressão de ser fácil, pois não dão a devida importância. Outras empresas têm conhecimento do assunto, mas não colocam em prática, não gerando resultados. O Programa 5S deriva de 5 palavras japonesas que indicam cada fase do programa, que segundo Osada (2004) são: organização (Seiri), arrumação (Seiton), limpeza (Seiso), saúde e padronização (Seiketsu) e autodisciplina (Shitsuke). Através do desenvolvimento do programa espera-se alcançar a Qualidade Total, uma vez que já existem instalados na empresa alguns programas de qualidade exigidos pelo SIF. Os objetivos da pesquisa foram demonstrar a importância e os benefícios que o Programa 5S proporciona no processo produtivo; descrever a origem e a evolução do Programa 5S; descrever os benefícios proporcionados pelo Programa 5S, dentro do processo produtivo do Frigorífico Avícola Guarantã; enfatizar a importância do Programa 5S dentro do processo produtivo do Frigorífico Avícola Guarantã, no tocante à qualidade e identificar as maiores dificuldades de implantar e manter o Programa 5S. A pergunta problema que norteou a pesquisa foi: a implantação do Programa 5S causa impacto nos programas de qualidade já existentes? Em resposta, surgiu a hipótese de que o sistema de qualidade no setor produtivo, bem como a implantação do Programa 5S causa impacto positivo aos sistemas de qualidade já implantados. Para comprovar a hipótese foi realizada uma pesquisa de campo no Frigorífico Avícola Guarantã, no período 20 de fevereiro a outubro de 2008. Para a realização da pesquisa foram utilizados os métodos de observação sistemática, estudo de caso e histórico, melhores descritos no capítulo III deste trabalho. O trabalho está assim estruturado; O capítulo I descreve a evolução histórica do Frigorífico Avícola Guarantã. O capitulo II, refere-se ao embasamento teórico, que aborda a Qualidade Total da produção e do ambiente, bem como sobre a importância do Programa 5S dentro de toda organização. O capítulo III descreve a pesquisa realizada na empresa. Por fim, vem a Proposta de Intervenção e a Conclusão. 21 CAPÍTULO I FRIGORÍFICO AVÍCOLA GUARANTÃ 1 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA 1.1 Evolução contratual Registrada com a razão social Frigorífico Avícola Guarantã Ltda, utilizando o nome fantasia Frango Noroeste, atua no ramo de abate de aves na cidade de Guarantã, no Estado de São Paulo, na estrada Matadouro Municipal, km 01. No ano de 1992, começaram as obras do frigorífico de uma ação dos sócios Osvaldo Teruo Shibata, Iochinori Inue e José Roberto Torelli, sendo que, em 28 de março de 1993 iniciaram-se as atividades. As atividades foram proclamadas para o abate de 6.000 aves/dia, com a colaboração de 30 funcionários. A princípio, a empresa funcionava como granja e fornecia frangos vivos, para que outras empresas fizessem o abate, mas, devido à inadimplência e ineficiência no processo produtivo, a empresa e seus sócios, optaram pela desativação da granja, passando para o abate das granjas de outros avicultores, formando, assim, várias parcerias. Esse processo durou 2 anos e foi de extrema importância para a reestruturação da empresa e o investimento na produção. Entre os investimentos, ressalta-se a compra da câmara fria com capacidade para 2.000 caixas de frango. Devido à instabilidade e a recessão no ano de 2.000, a empresa volta a entrar em crise, passando a demitir alguns funcionários e diminuir a quantidade de abates. A empresa concentrava as suas atividades apenas no Estado de São 22 Paulo, utilizando-se do Serviço de Inspeção de São Paulo (SISP). Em 2001 ameniza-se a crise devido a uma parceria com uma grande distribuidora, a Distribuidora de Aves Ltda. O nome da empresa é colocado no mercado de forma mais consistente, quando surge nas aves, de Bastos, uma doença, que as deixa incapazes de abater, ficando o Frigorífico Avícola Guarantã responsável por tais abates. Em períodos aleatórios, a empresa passa por alterações contratuais, sendo a primeira delas em sessão de 07 de abril de 1992, onde o sócio José Roberto Torelli cede 200 quotas das que possui na sociedade ao sócio Osvaldo Teruo Shibata e Iochinori Inoue. Assim, José Roberto Torelli recebe por este ato a importância supra de 2 milhões de cruzeiros, dando plena quitação pela transferência das quotas de capital, continuando detentor de 400 quotas de capital social da sociedade. A empresa sofre a segunda alteração contratual, em 19 de maio de 1994, quando comunica a criação de duas filiais que exploravam o comércio de aves abatidas, localizadas em Ourinhos-SP e Assis-SP. Com a evolução do Frigorífico Avícola Guarantã, surge a terceira alteração contratual, em 14 de novembro de 1994, com a admissão das sócias Srªs. Lucy Leico Shibata Inoue e Cleuza da Conceição Rodrigues Shibata, ambas da cidade de Guarantã-SP. Retiram-se da sociedade, os Srs. José Roberto Torelli, Iochinori Inoue e Osvaldo Teruo Shibata. Devido à quarta alteração contratual, em 03 de maio de 1995, são criadas mais duas filiais, sendo a terceira estabelecida na Granja Shibata III, Bairro Taquaral, e a quarta, na Granja Binho, Bairro Barra Grande, ambas na cidade de Guarantã-SP, visando a criação de frangos para o abate. Conforme acordo entre as sócias, ocorre a quinta alteração contratual, em 17 de novembro de 1995, com a extinção das filiais de Assis, Ourinhos, Granja Shibata III e Granja Binho. No ano de 2003, o Frigorífico Avícola Guarantã entra com o pedido de Serviço de Inspeção Federal (SIF). Houve toda a tramitação legal, em 2004, e, em 30 de março de 2005 é oficializada a reserva do SIF nº 2.575, dando à empresa o direito de exportar. As primeiras exportações foram para países da África, como Congo e Angola. A empresa Frigorífico Avícola Guarantã teve boa aceitação no mercado, 23 aumentando o número de funcionários e passando a abater 20.000 aves/dia. Entre 2007 e 2008, surgem mais dois parceiros: Agropecuário Ninho Verde e Íbis Tarley, para os quais o frigorífico presta serviços. Devido ao crescimento do frigorífico, aparecem novas exigências, que acabam impedindo o seguimento da exportação. A empresa conta hoje com 177 funcionários diretos e mais de 70 indiretos, abatendo cerca de 40.000 a 50.000 aves/dia. Atualmente a empresa dispõe de alta tecnologia, com uma câmara para 3.600 caixas de frangos inteiros, permitindo, também, os congelamentos em um túnel de mais de 700 caixas, sendo eles inteiros ou carcaça. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2006 Figura 1: Visão panorâmica da empresa 1.2 Mercado interno e externo No seu início o Frigorífico Avícola Guarantã visava apenas o mercado regional de venda de frango vivo. Por ser uma empresa familiar, restringiam-se às regiões de Marília e Tupã. Porém, devido a constantes períodos de conturbação, sendo o pior deles no ano de 2001, tentou-se minimizar os efeitos da crise, buscando uma maior área de atuação, o que fez com que a empresa firmasse parceria com uma das maiores distribuidoras do estado de São Paulo, a Distribuidora de Aves Ltda. 24 A empresa presta serviços para o maior consumidor de carne de frango, o Estado de São Paulo. No tocante ao mercado externo, o Frigorífico Avícola Guarantã ainda precisa concluir algumas obras para que entre em conformidade com as exigências do SIF, podendo, então, exportar. Os produtos a serem exportados são galinhas e esse novo mercado de atuação do Frigorífico Avícola Guarantã é fruto da parceria com o Sr. Íbis Pereira Tarley. Os países que estão em negociação com o Frigorífico são: Congo e Angola, ambos localizados no continente Africano. 1.3 Qualidade O Frigorífico Avícola Guarantã, no intuito de abater com qualidade e segurança, visa à implantação do Programa 5S, obtendo um melhor controle da qualidade nos setores em geral, desde a produção até a entrega ao consumidor final, diminuindo, assim, as falhas e, conseqüentemente, aumentando o faturamento, sendo esse, enfim, o compromisso da organização. 1.4 Produtividade Entende-se por produtividade a relação entre valor do produto ou serviço produzido e o custo dos insumos para produzi-lo. A implantação do Programa 5S pode trazer para os colaboradores em geral, uma visão mais clara da necessidade de que o grupo produza sempre buscando melhora na qualidade e aumentando a quantidade, para que os produtos sejam entregues em tempo hábil, a fim de atender todos os seus clientes. Desse processo é retirada a gama de produtos do Frigorífico Avícola 25 Guarantã, tais como: frango resfriado, carcaça, dorso, peito, asas, moela, pescoço, coração, fígado, pé, cortes resfriados, cortes resfriados temperados (filé, peito, coxa, sobrecoxa e asa), frango resfriado temperado, cortes congelados de frango (coxa, sobrecoxa, peito, asa), galinha congelada e frango congelado. Hoje a produtividade do Frigorífico Avícola Guarantã é de 40.000 a 50.000 frangos. 1.5 Administração Diretoria Transporte Contabilidade Financeiro Recursos Humanos Compra e Venda Almoxarifado Expedição Produção Plataforma Escaldagem Evisceração Cortes Embalagens Câmara Fria Fonte: Frigorífico Avícola Guarantâ, 2008. Figura 2: Organograma da empresa A administração do frigorífico é composta por um diretor, responsável pelos seguintes setores: transporte, contábil, financeiro, recursos humanos, compra e venda e produção. 26 O setor compra e venda subdivide-se em: almoxarifado e expedição; a produção em: plataforma, escaldagem, evisceração, cortes, embalagens e câmara fria. 1.5.1 Diretoria A diretoria do Frigorífico Avícola Guarantã é formada por Osvaldo Teruo Shibata, Cleuza Rodrigues Shibata e Lucy Leico Shibata Inoue, que são os responsáveis pelas decisões e negociações da empresa. O diretor Osvaldo tem a incumbência de negociar e conduzir as parcerias do frigorífico, enquanto que a Srª. Cleuza atua diretamente na administração da empresa, encarregando-se pelos departamentos contábil, financeiro e de recursos humanos, em conjunto com os gerentes. A diretora Lucy tem a função de administrar o departamento de compra e venda. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 3: Diretoria da empresa 1.5.2 Transporte “Com o passar dos anos vão surgindo cada vez mais transportes, e 27 estes são cada vez mais distintos e com muitos gêneros diferentes, emergem constantemente vários tipos de veículos e meios de transporte por todo o globo”. (GUNSTON, 1972, p. 7). O transporte é dividido em dois setores: entrada e saída. A entrada é quando os frangos vivos chegam para o abate e a saída é o produto depois de congelado, que é enviado para o consumidor final. O gerente fica responsável pela escolha do transporte que será utilizado, sendo ele próprio ou terceirizado. Para o mercado interno é utilizado o transporte rodoviário, caminhões comuns, quando ocorre a chegada dos frangos vivos e, na saída do produto final, caminhões refrigerados para manter a temperatura do produto. Para o mercado externo, será utilizado o transporte bimodal, via caminhões até a chegada ao porto e, posteriormente, através de navios. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 4: Chegada dos frangos no frigorífico 1.5.3 Contabilidade O Departamento de Contabilidade do Frigorífico Avícola Guarantã é composto por um contador altamente qualificado e um auxiliar. Esse departamento tem a finalidade de apurar os resultados contábeis 28 da empresa e é responsável pela emissão de notas fiscais. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 5: Setor de contabilidade 1.5.4 Financeiro Esse departamento é responsável pela receita e pelas obrigações da empresa. A receita é proveniente da prestação de serviços de abate de aves. O Departamento Financeiro do Frigorífico é composto por um profissional em finanças e uma equipe de consultores, que elabora e auxilia esse profissional nas estratégias financeiras da empresa. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 6: Setor financeiro 29 1.5.5 Recursos humanos É o responsável pela contratação e demissão dos colaboradores, emissão da folha de pagamento ao Departamento Financeiro, bem como pela assistência aos colaboradores. Conta com dois colaboradores. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 7: Setor de recursos humanos 1.5.6 Produção O setor produtivo da empresa administra todos os processos necessários para que os produtos fiquem prontos com alta qualidade para a comercialização. É composto por oito setores: área de descanso das aves, plataforma de desembarque, escaldagem, depilação, evisceração, corte, embalagem e câmara fria. 1.5.6.1 Setor descanso das aves É o local onde os caminhões que transportam as aves ficam parados 30 aguardando a entrada na plataforma de desembarque. Nesse local possui aspersões que mantêm as aves em uma temperatura corpórea ideal, para aliviar o stress das mesmas, diminuindo conseqüentemente a mortalidade. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 8: Descanso das aves 1.5.6.2 Plataforma de desembarque Neste local os colaboradores descarregam as aves, pendurando-as em uma linha aérea de cabo de aço e ganchos, passando por um atordoador. Em seguida um colaborador corta a jugular das aves que seguem por um corredor de sangria até chegar ao tanque de escaldagem. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 9: Corte da jugular das aves 31 1.5.6.3 Escaldagem Na seqüência da linha, vindo da sangria, a ave passa pelo tanque de escaldagem, que é um reservatório de água aquecida a 60°C, prosseguindo até a depenadeira, onde ocorre o processo de depenagem, extraindo as penas maiores. Em seguida, passa por outra depenadeira onde são extraídas as penas menores, deixando as aves limpas. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 10: Processo de depenagem 1.5.6.4 Depilação Nesse processo ocorre a retirada da pele dos pés das aves. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 11: Processo de depilação 32 1.5.6.5 Evisceração Esse processo é feito manualmente. As colaboradoras retiram as vísceras, através de um corte efetuado em seu abdômen. As vísceras são enviadas para o setor seguinte. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 12: Processo de retirada das vísceras 1.5.6.6 Corte Esse setor é onde ocorre a maior manipulação do frango. São retiradas as partes, como: coxa, sobre-coxa, peito e asa, que são enviados para o próximo setor. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 13: Setor de corte 33 1.5.6.7 Embalagem O setor de embalagem possui um equipamento que facilita o processo e diminui a sobrecarga. É feita a embalagem dos frangos inteiros, das partes cortadas e dos miúdos, em embalagens primárias. Em seguida, embala-se em caixas de papelão, tendo o peso entre 18 e 20 kg. Por fim, a embalagem contrátil. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 14: Processo de embalagem 1.5.6.8 Câmara fria O produto final é armazenado em caixas identificadas, prontas para o carregamento dos caminhões e entrega às empresas que solicitaram o abate. 1.5.7 Compra e venda Pelo fato do Frigorífico Avícola Guarantã prestar serviços de abate de aves, ele não fica responsável pela compra das mesmas, pois isso, cabe aos parceiros, a compra de embalagens plásticas unitárias e as caixas de papelão. 34 Fica a cargo do frigorífico, comprar todos os demais produtos de manutenção, limpeza, materiais para o escritório e Equipamentos de Proteção Individual (EPI’S). O produto comercializado pelo Frigorífico é a mão-de-obra e a estocagem do produto pronto, deixando à disposição dos parceiros para que eles coloquem esses produtos no mercado. 1.6 Projeto de expansão e responsabilidade social Devido ao desejo de reiniciar a exportação, surge a necessidade de deixar as instalações aptas para esse procedimento. Acoplado ao frigorífico, existe uma graxaria pertencente à Distribuidora de Aves Ltda., para onde são enviados todos os resíduos do frango. Esses resíduos podem contribuir para a fabricação de uma gama de produtos, como farinha de penas, utilizada como ração para as galinhas e que pode ser adicionada ao biodiesel e até mesmo a produtos de beleza. Os resíduos não tratados podem causar vários danos ao meio ambiente. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 15: Ampliação do frigorífico (graxaria) As sócias estudaram e encontraram maneiras de mudar a filtragem, 35 através da aquisição de flotadores, depositando a menor quantidade possível de resíduos no meio ambiente. Assim, regularizados, a empresa volta a exportar, trazendo um crescimento imensurável para a empresa, bem como para os habitantes da cidade. 1.7 Missão A empresa Frigorífico Avícola Guarantã tem como missão gerar lucros, empregos e contribuir com a parte social. 1.8 Visão O frigorífico tem como objetivo alcançar ao mercado externo, visando obter uma perspectiva maior de mercado. Os principais valores que a empresa agrega são: honestidade, dignidade, responsabilidade, contribuição social e geração de empregos. 36 CAPÍTULO II PROGRAMA 5S 2 ORIGEM O Programa 5S originou-se no Japão, no início da década de 50, após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de reorganizar o país. Não há uma real origem do 5S, mas, historicamente, foi criado pelo Dr. Kaoru Ishikawa, engenheiro químico japonês e principal pregador dos conceitos de Qualidade Total. (RIBEIRO, 2006). O Programa 5S é uma das ferramentas para um ambiente de Qualidade Total, que visa à disciplina de hábitos saudáveis, pois em um mundo globalizado onde as organizações, de certa forma, são obrigadas a reverem sua postura, o 5S é uma necessidade no dia-a-dia das empresas, uma vez que pode proporcionar resultados extraordinários, se praticados com responsabilidade. 2.1 Conhecendo o 5S Segundo Ribeiro (2006), algumas empresas passam a conhecer o Programa 5S por meio de palestras, seminários, eventos, congressos, revistas, jornais, sugestões de auditores ou consultores sobre o Programa de Qualidade. A impressão de quem tem um contato com o 5S é que se trata de um programa de ordem de limpeza, ou seja, 5S como uma ferramenta voltada para o embelezamento do local de trabalho, o que parece ser uma coisa boa, mas que não traz nenhuma importância para a empresa, pois muitos ainda desconhecem a importância da prática do 5S que, como foi citado, traz ótimos 37 resultados, uma vez que o desenvolvimento do programa dependerá da participação de todos no processo. Conforme Ribeiro (2006), o 5S pode ser utilizado em grandes corporações, micro e pequenas organizações, instituição de ensino, organizações públicas e na sociedade. 2.2 Denominação do 5S O 5S também conhecido como cinco sensos derivam-se de cinco palavras japonesas iniciadas com a letra S, que segundo Ribeiro (2006) são: Organização SEIRI SEITON Ordenação SEISO SEIKETSU SHITSUKE Organizar os objetos necessários dos desnecessários. Organizar para facilitar o acesso. Limpeza Saber zelar pelos recursos e pelas instalações. Saúde e É ter higiene no local de trabalho e regras de padronização Autodisciplina convivência. Cumprir rigorosamente as normas, regras e procedimentos. Fonte: Ribeiro, 2006, p.17. Quadro 1 – Os cinco sensos 2.2.1 SEIRI – organização Tem como objetivo organizar os objetos necessários dos que não são necessários, dando a cada um deles o destino adequado. É o senso do descarte, mas precisa-se tomar cuidado com o que vai ser descartado para não perder informações e documentos importantes. Conforme Osada (2004) deve-se também dar atenção especial aos equipamentos que não funcionam corretamente para evitar prejuízos futuros ou desnecessários. 38 Há tendência de acumular diversas inutilidades que acabam por ocupar espaço e tempo e, quando se dá conta, as gavetas estão desorganizadas, as coisas que são procuradas são difíceis de serem encontradas. Por isso é preciso deixar o necessário para a execução do trabalho. 2.2.1.1 Como eliminar o desnecessário Essa tarefa compreende a seguinte seqüência, segundo Osada (2004), definir o objetivo e o alvo da operação (locais de trabalho); preparar-se; ensinar as pessoas a reconhecerem o que é desnecessário; quantificar e avaliar; e fazer a inspeção e avaliação gerencial, bem como fornecer indicadores de como fazer um trabalho melhor da próxima vez. 2.2.1.1.1 Definir os objetivos e o alvo da operação É difícil identificar o que é desnecessário, por isso é bom decidir antes o que vai ser jogado, como por exemplo, guardar apenas uma caixa de cada coisa a ser usado, classificar os objetos em lugares de fácil acesso de acordo com a necessidade de uso. Item Objetos usados Freqüentemente Objetos usados Constantemente Objetos usados Esporadicamente Arquivos Estocagem Em local de fácil acesso. Em local onde possa ser facilmente retirado se precisar usá-lo. Certifique-se de colocá-los novamente no seu local de origem, ou seja, classificando por ordem alfabética ou por cores. Numerados e codificados por cor ou por ordem também. Fonte: Osada, 2004, p. 48. Quadro 2 – Como estocar os objetos a serem usados 39 2.2.1.1.2 Prepare-se É importante considerar as seguintes perguntas: a) quem vai fazer o que? b) Como? c) Onde? d) Por quê? e) Quando? 2.2.1.1.3 Ensinar as pessoas a reconhecerem o que é desnecessário Há vários lugares em que as coisas se acumulam, como por exemplo, nos cantos e corredores, nos fundos das prateleiras e armários, debaixo das máquinas e, muitas vezes, encontram-se objetos caídos, peças quebradas e até peças que não estão mais em uso. 2.2.1.1.4 Quantificar e avaliar É importante avaliar tudo que foi jogado fora, bem como manter sempre um registro do que foi descartado, quando foi descartado. 2.2.1.1.5 Fazer a inspeção e a avaliação gerencial bem como oferecer indicadores Nessa fase, a gerência deve visitar a empresa, avaliar os progressos e dar conselhos sobre o que mais poderia ser feito, para avaliar como anda a implantação do programa. 40 Grau de Necessidade (Freqüência de Uso) Coisas que não foram usadas no ano Baixo passado, coisas que foram usadas apenas uma vez nos últimos 6-12 meses. Coisas que foram usadas apenas uma vez nos Médio últimos 2-6 meses, coisas utilizadas mais de uma vez por mês. Alto Coisas usadas uma vez por semana, todos os dias e usadas de hora em hora. Método de Estocagem Eliminar e estocá-las em local afastado Estocá-las num lugar central no local de trabalho Estocar próximo ao local de trabalho ou carregadas com o funcionário. Fonte: Osada, 2004, p. 47 Quadro 3 – O ponto-chave da organização 2.2.1.2 As principais vantagens do SEIRI De acordo com Osada (2004), as principais vantagens do SEIRI são: a) conseguir liberação de espaço; b) eliminar ferramentas, armários, prateleiras e materiais em excesso; e c) eliminar itens fora de uso. 2.2.2 SEITON – ordenação Depois de organizar, deve-se iniciar as atividades de ordenar e arrumar as coisas necessárias que sobraram. Os materiais devem ser colocados de forma bem dispostas, etiquetadas e em local de fácil acesso. Existem vários exemplos de organização e arrumação. O estacionamento é um deles, os carros são estacionados de modo que qualquer um deles possa ser movimentado quando necessário. Ou, já imagine ir a um supermercado que não separa produtos por departamento ou seção. “Não é difícil visualizar e avaliar o conceito. Difícil é colocá-lo em prática.” (OSADA, 2004, p 71). 41 Contudo, deixa de ser difícil se três regras simples forem seguidas: a) ter um lugar para cada coisa: é importante definir critérios senão as pessoas não lembrarão onde estarão as coisas; b) ter como guardar as coisas: elas devem ser guardadas em locais onde possam ser encontradas facilmente; e c) seguir as regras de arrumação: colocar as coisas sempre no seu devido lugar. O sucesso da organização e da arrumação dependerá da disposição em praticar. Conforme Silva (1996), os benefícios para o SEITON são: a) economia de tempo; b) melhoria do fluxo de pessoas e materiais; c) rapidez e facilidade para encontrar documentos; d) diminuição do cansaço físico por movimentação desnecessária; e e) diminuição do estresse por buscas mal sucedidas. 2.2.3 SEISO – limpeza Deve-se limpar a área de trabalho e analisar as rotinas que geram sujeira. Antigamente não havia grandes estoques, por isso, as máquinas e ferramentas ficavam limpas. Com o passar do tempo as pessoas adotaram uma atitude despreocupada em relação aos equipamentos, começaram a achar que seria mais barato comprar um equipamento novo, do que consertar um velho. Para fazer acontecer esse S na organização é necessário estabelecer horário para que todos, juntos, façam suas limpezas durante alguns minutos diários, para que possam ajudar uns aos outros. De acordo com Silva (1996), os benefícios da limpeza são: a) sentimento de bem-estar dos empregados; b) prevenção de acidentes; e c) preservação dos equipamentos. “O zelo pelos recursos e pelas instalações é conseguido mediante atividades de limpeza, pois é a partir delas que as pessoas passam a ter um reconhecimento de seu ambiente”. (RIBEIRO, 2006, p. 24). 42 Há um juramento do 5S, que segundo Osada (2004) é: a) não sujarei as coisas; b) não derramarei líquidos; c) não espalharei as coisas; d) limparei tudo imediatamente; e) recolocarei no seu lugar coisas que tiverem caído. Dentre as vantagens do SEISO, Osada (2004) destaca: a) não desperdiçar materiais; b) deixar limpo banheiros e outros recintos limpos após o uso; c) melhorar o local de trabalho; d) incentivar os empregados a trabalhar em ambiente limpo; e e) eliminar o desperdício. Conforme Ribeiro (2006), quando uma organização desenvolve o SEISO no ambiente de trabalho, preocupa-se somente com a sujeira material, como poeira, restos de materiais, pedaços de papel e materiais descartáveis, mas, deve tratar a sujeira como agentes que agridem o meio ambiente, trazendo como conseqüência uma degradação do homem e das coisas que o cercam. Alguns exemplos de sujeira e suas conseqüências foram citados por Ribeiro (2006): a) pouca iluminação: perda da capacidade visual ao longo do tempo; b) ruído: dificuldade de distinção de sons, perda da audição; e c) pó e poeira: doenças crônicas e respiratórias e enclausuramento das coisas. 2.2.4 SEIKETSU – saúde e padronização Para que todos façam as coisas certas, é importante padronizar, e também ter o senso de saúde que, segundo a Organização Mundial da Saúde é um estado de completo bem- estar físico, mental e social. Portanto, é preciso manter condições favoráveis no ambiente de trabalho, uma vez que as pessoas devem se conscientizar que passam a maior parte do tempo trabalhando. 43 Excesso de materiais, má ordenação e sujeira são, reconhecidamente, causas de acidentes no trabalho e estresse. Combater essas causas já significa uma grande iniciativa para conservar a vida da empresa e dos empregados em boas condições (SILVA, 1996, p. 50). Contudo, devem-se manter as coisas organizadas, arrumadas e limpas, incluindo aspectos pessoais e relacionados à poluição, porém, as organizações precisam rever sua postura em relação ao meio ambiente, manter sempre o ambiente de trabalho favorável à saúde e higiene. As principais atividades do SEIKETSU, segundo Ribeiro (2006) são: a) criação de padrões de identificação, sinalização e pintura; b) criação de regras de convivência; c) criação de padrões visuais de ordenação; d) criação de padrões visuais de limpeza; e) realização de campanhas voltadas para a saúde física e mental; f) instalação de música ambiente; g) criação de áreas de lazer; e h) aplicação de exercícios de relaxamento físico e mental. 2.2.5 SHITSUKE – autodisciplina O Programa 5S visa à formação de hábitos saudáveis e para adquirir esses hábitos é preciso ter disciplina. “Disciplina é conseguir que as pessoas façam a coisa certa naturalmente.” (OSADA, 2004, p. 15). Nessa fase é avaliado o comprometimento de todos os envolvidos no programa, uma vez que o Programa 5S não pode ter sucesso sem disciplina. Se nessa fase do programa a organização obteve sucesso, significa que todos envolvidos tiveram a consciência sobre o programa da qualidade. Deve-se lembrar que hábitos saudáveis não devem ser praticados somente no ambiente de trabalho, mas também na vida pessoal. Se a empresa conseguir implantar o 5S, consegue implantar qualquer sistema, pois o mesmo é de compreensão fácil, mas exige responsabilidade e interesse por parte de todos. 44 O Shitsuke é o cumprimento rigoroso daquilo que for estabelecido entre as pessoas (regras de convivência), bem como das normas e procedimentos vigentes, sem necessitar monitoramento, é uma atitude de respeito ao próximo (RIBEIRO, 2006, p. 186). Segundo Ribeiro (2006), há críticas sobre o porquê esse S ser o último do programa, já que se torna impossível o desenvolvimento dos outros S sem que haja disciplina. Evidentemente, essa crítica faz sentido, se for entendida dessa forma, porém, ele é o último, pois sua prática só ocorre quando os outros (SEIRI, SEITON, SEISO e SEIKETSU), forem definidos e consolidados, para que o cumprimento seja rigoroso. Como vantagens, Osada (2004) aponta: a) trabalho diário agradável; b) melhoria nas relações humanas; c) valorização do ser humano; d) melhor qualidade e produtividade; e) pontualidade; e f) cumprimento dos procedimentos operacionais e administrativos. 2.3 Objetivos gerais As empresas que desejam melhoria de qualidade têm que começar o 5S pelos aspectos básicos, afirma Osada (2004), cujos objetivos são: a) melhoria do ambiente de trabalho; b) incentivo à criatividade; c) redução de custos; d) eliminação de desperdício; e) desenvolvimento de trabalho em equipe; f) melhoria das relações humanas; e g) melhoria da qualidade de produtos e serviços. 2.4 Benefícios do 5S 45 De acordo com Ribeiro (2006), muitos são os benefícios com o Programa 5S. Um deles é que ele é introduzido como base para outras ferramentas, como fazer melhorias na produção (novos equipamentos), manutenção, qualidade (ISO 9000), recursos humanos, higiene, segurança (ISO18001) e meio ambiente (ISO14000). Benefícios que alguns programas de qualidade contribuem para o 5S: FERRAMENTAS CONTRIBUIÇÕES DIRETAS DO 5S Aspectos físicos (SEIRI, SEITON, SEISO), Qualidade Total padronização (SEIKETSU) e aspecto comportamental (SHITSUKE). Manutenção Produtiva Total Just-in-Time (Sistema de Produção Puxada) Kaizen (Melhoria Contínua) Limpeza como inspeção, aumentando a performance do equipamento (SEISO). Combate ao desperdício, ter e usar somente o necessário (SEIRI). Postura crítica e proativa (SHITSUKE) Conservação identificação, ISO 9000 (Sistema de Gestão da Qualidade) dos recursos sinalização, (SEIRI), manuseio (SEITON), ambiente adequado a qualidade (SEISO), procedimentos cumprimento aos (SEIKETSU) e procedimentos (SHITSUKE). ISO 14000 (Sistema de Gestão Ambiental) Redução do consumo e reutilização (SEIRI). Fonte: Ribeiro, 2006, p. 26. Quadro 4 – Contribuições para o 5S 2.5 Os custos do 5S Segundo Ribeiro (2006), os custos do 5S têm sido uma preocupação das organizações e os principais são: a) consultoria; b) treinamentos; 46 c) divulgação (faixas, cartazes, filmes, fotografias, camisas, bonés e outdoors); d) material didático (livros, cartilhas e apostilas; e e) prêmios para os que se destacam no Programa 5S (medalhas, viagens e troféus). É importante não confundir operacionalidade e conforto com luxo, embora algumas empresas aproveitassem o clima 5S para fazerem reformas, comprar máquinas e trocar móveis. Portanto, não deve haver precipitação em querer desenvolver o 5S em pouco tempo, investindo muito dinheiro. A empresa tem de entender que o 5S não é comprado, mas sim desenvolvido. 2.6 5S em escritórios O 5S no escritório é fundamental, assim como numa fábrica, a diferença é que a fábrica trabalha com objetos e o escritório com informações, informações estas que precisam ser gerenciadas de forma clara e precisa, por exemplo, o contador de uma empresa precisa demonstrar o balanço da empresa para a gerência, de forma que eles entendam as informações nele contidas, para saberem onde a empresa está sendo levada. Contudo, o escritório precisa do 5S para evitar erros e manter as coisas em perfeito funcionamento. O 5S no escritório tem como objetivo aumentar a eficiência e garantir qualidade para que qualquer pessoa possa fazer o trabalho e entender o que está sendo feito, afirma Osada (2004). 2.6.1 Principais atividades no escritório Para Ribeiro (2006), as principais atividades do 5S nos escritórios são: a) reduzir o número desnecessário; de livros, formulários, para eliminar o 47 b) livrar-se de todos os documentos, arquivos, materiais, a fim de descobrir uma forma para guardar as coisas, pois as pessoas precisam ser capazes de pegar qualquer documento em 30 segundos; c) substituir o trabalho individual por trabalho em equipe; e d) buscar um local de trabalho limpo e arrumado, pois o escritório é o primeiro lugar onde os visitantes têm o primeiro e é responsável pela boa impressão. Os benefícios resultantes da arrumação são ainda mais importantes. Todos saberão onde as coisas estão. Terão acesso às informações. E um escritório arrumado aumenta a pressão para que as pessoas mantenham as coisas simples e terminem cada tarefa que surgir, ao invés de acumulá-las em uma montanha de tarefas para fazer depois (OSADA, 2004, p. 172). 2.7 Implantação do 5S Segundo Ribeiro (2006), as etapas de implantação do 5S variam de organização para organização, tudo depende da região onde se encontra e do seu porte. O primeiro passo é dar um nome ao programa, que fica a critério de cada organização. Feito isso, analisar-se-á como será implantado cada S. O correto é começar pelos três primeiros (SEIRI, SEITON e SEISO), pois eles são praticados simultaneamente, onde são retirados os materiais e descartado desnecessário (SEIRI), depois é feita uma limpeza (SEISO) no compartimento que ficar definido uma forma ordenada (SEITON) para o acesso. Os dois últimos S são relacionados aos valores da pessoa, que são desenvolvidos pelos três primeiros. O segundo passo seria elaborar um plano, que segundo Silva (1996), deve: a) ter em mente os objetos a atingir; b) ter conhecimento sobre o assunto através de palestras, materiais didáticos e cursos; c) relacionar todas as idéias e sugestões dos colaboradores; 48 d) analisar as idéias e eliminar aquelas que não forem adequadas; e) definir uma forma de avaliação dos resultados; e f) esclarecer todas as dúvidas em relação ao plano. É necessário que, na implantação do Programa 5S, todos os colaboradores se sensibilizem e tenham conhecimento sobre o assunto, pois se não tiver consciência de cada um não dará certo. Por isso, é necessário que a organização faça treinamentos que sensibilizem as pessoas para depois lançar o 5S na empresa. Geralmente, a sensibilização das pessoas é feita através de uma apresentação por um profissional, isso pode ser feito através de palestras que ofereça tudo sobre o assunto, como: fundamentos do 5S, benefícios, resultados de outras organizações, causas de sucesso e fracasso. De acordo com Ribeiro (2006), é necessário que haja um comitê do 5S, onde as pessoas responsáveis pela sua implantação motivem continuamente: a) o desenvolvimento de treinamentos; b) a agenda de treinamentos: datas, locais e instrutores; c) a criação de faixas e cartazes; d) a lista dos locais de trabalho de cada área, com o objetivo de garantir que todos os locais sejam visitados pelos auditores; e) a realização de eventos relacionados ao 5S; f) a entrega de prêmios para o colaborador que tiver interagido mais ao assunto; e g) estimular reuniões relâmpago com a equipe. Na organização, há diferentes pessoas de diferentes perfis, por isso existem algumas estratégias para comprometer as pessoas na implantação do Programa 5S. Continua Perfil dos participantes Alta Direção Média Gerência e Pessoal Administrativo Metodologia utilizada Palestra por especialista no assunto e reunião. Palestra ou curso ministrado por especialista no assunto, dando exemplos e mostrando fotos. Curso, linguagem mais emocional, como filmes, fotos da Operacional situação, fotos do antes e depois, oferecer cartilhas em quadrinhos, realização de gincanas com premiação. 49 Conclusão Curso intensivo, linguagem técnica (aprofundamento dos Comitê do 5S conceitos, estratégias de implantação, visão do 5S), visitas a outras organizações e oferecimento de livros. Curso intensivo, linguagem técnica (aprofundamento dos Auditores do 5S conceitos, estratégias de implantação, visão do 5S), visitas a outras organizações e oferecimento de livros. Fonte: Ribeiro, 2006, p. 70. Quadro 5 – Sugestões de estratégias de comunicação para diferentes perfis 2.7.1 Dificuldades durante a Implantação Muitas vezes a metodologia do 5S é conhecida como a atividade de ordem e limpeza. Apesar de ser um programa simples e fácil, também tem suas dificuldades. Para Ribeiro (2006), conhecer essas dificuldades possibilita a organização fazer um planejamento mais realista do programa. Algumas das dificuldades durante a implantação, segundo o autor Ribeiro (2006) são abordadas a seguir: 2.7.1.1 Dificuldades para comprometer as pessoas que trabalham em turno Muitas organizações trabalham em turnos, uns no período diurno e outros no período noturno. É comum existir rixas entres os grupos ou entre os turnos, pois cada grupo se acha melhor que o outro. Nesse caso, a melhor estratégia é aproveitar essa rixa, criando uma sadia e discreta concorrência entre os grupos, porém é importante estabelecer metas e objetivos. 2.7.1.2 Dificuldades para as pessoas entenderem o que é realmente os 5S 50 Segundo Ribeiro (2006), o entendimento só ocorrerá quando a organização trabalhar de forma sistemática todos os S. Isso só será possível após se consolidarem os três primeiros S. Muitas organizações não chegam a esse estágio de implantação dos três primeiros S, muitas vezes, porque a implantação é mal feita. Vários líderes acreditam serem suficientes os 3 primeiros S, sendo que os dois últimos são fundamentais para a manutenção dos três primeiros, além de levar o ambiente e o comportamento das pessoas a um nível de excelência. 2.7.1.3 Dificuldades para implantar os 5S em toda organização ao mesmo tempo É importante que o 5S seja implantado simultaneamente em todas as partes da organização, pelos seguintes motivos, segundo Ribeiro (2006): a) por se tratar de um processo educacional, não é justo que apenas algumas instalações ou equipes terem a oportunidade de praticá-lo; b) enquanto a instalação que está implantando os 5S passa a ter incremento de eficiência, a organização perderia a oportunidade de ampliá-lo imediatamente; e c) a organização deve mostrar que o seu interesse é na educação das pessoas e não apenas nos ganhos de produtividade. 2.7.1.4 Dificuldades em tratar os 5S como um processo estratégico Muitas organizações já possuem o planejamento estratégico. Os 5S também devem fazer parte desse processo. Quando tratado como um processo estratégico, as pessoas passam a encarar o 5S como outra ferramenta prioritária que definirá a sobrevivência da empresa e com isso o 5S passará a ter mais credibilidade e comprometimento de todos os níveis. 51 2.7.1.5 Dificuldade em conciliar o 5S com o trabalho do dia-a-dia Quando uma organização está implantando os 5S, muitas pessoas questionam a falta de tempo em colocar em prática os conceitos, pois já se encontram com muito trabalho do dia-a-dia. Muitas pessoas esperam sobrar um tempo para desenvolver o 5S, porém, ele deve fazer parte da rotina da empresa, da mesma forma como acontece com as outras atividades. Conforme as pessoas praticam os 5S, sobra mais tempo para outras atividades, pois boa parte do tempo que se perde é em função de um ambiente desorganizado, desarrumado, sujo e de indisciplina. 2.8 Auditoria do 5S Esse tema tem sido indispensável para a manutenção do 5S, pois é onde são discutidos todos os passos do programa, com o propósito de alcançar várias idéias e com isso proporcionar o sucesso da organização. Os principais objetivos de uma auditoria do 5S, segundo RIBEIRO (2006) são: a) servir como retorno para avaliação do plano de implantação; b) medir o padrão atual do 5S para posteriormente avaliar sua evolução; c) verificar o padrão atual do 5S para comparar à meta estabelecida; d) servir como ferramenta de promoção contínua do 5S; e) comparar a evolução do processo do 5S por toda a organização; e f) verificar o estágio de consolidação da implantação do 5S. Um dos problemas encontrados nas auditorias é a falta de entendimento dos próprios auditores, pois, desconhecem o verdadeiro conceito que se aplica à palavra 5S e, com isso, acabam por cometer algumas falhas. A falha mais freqüente segundo Ribeiro (2006) é a preocupação com a parte de estética do ambiente em vez de se preocupar com a funcionalidade. 52 Problema Aparente Comentários Apontado pelo Auditor do 5S Recursos Velhos ou Antigos Algo Feio Papel Espalhado na Mesa Falta de Identificação ou Sinalização Sujeira Momentânea Sujeira em locais de difícil acesso Não é problema se são utilizados e estão em boas condições de uso (cumpre plenamente sua função) Feio para quem? O 5S não tem preocupação com a estética, mas com sua funcionalidade. Não é problema, se está sendo utilizado e é de fácil aceso pelo usuário. Não é problema, se a identificação ou sinalização não facilitaria em nada o acesso ao possível recurso ambiente. Não é problema, quando é decorrente de uma atividade geradora de sujeira, a qual não foi concluída. Não é problema, quando não gera riscos e está dentro de um período definido para a limpeza. Fonte: Ribeiro, 2006, p. 202. Quadro 6 – Alguns exemplos de falhas mais freqüentes com a interpretação dos 5S Ribeiro (2006), a firma que a sugestão para esse problema é o treinamento adequado dos conceitos dos 5S para os profissionais da área. 53 CAPÍTULO III A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO O Programa 5S foi desenvolvido no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de reorganizar o país, limpando as ruas e mantendo a organização das fábricas. Já no Brasil, houve uma tentativa de implantação na década de 1970, mas, devido a não preocupação com a Qualidade Total não obteve êxito. Três décadas depois, foi trazido para o Brasil o livro do professor Takashi Osada, o qual foi aceito devido à conscientização sobre a necessidade da Qualidade Total, tanto do produto, quanto do ambiente. (OSADA, 2004). Com o objetivo de demonstrar a importância e os benefícios que o Programa 5S proporciona ao processo produtivo, foi realizada uma pesquisa no Frigorífico Avícola Guarantã no período de fevereiro a outubro de 2008. Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes métodos e técnicas: Métodos: Estudo de Caso: foi realizado um estudo de caso no Frigorífico Avícola Guarantã, verificando a importância e os benefícios do Programa 5S na organização do processo produtivo. Foram entrevistados os seguintes profissionais: proprietária, supervisora do Controle de Qualidade Total e colaborador. Observação Sistemática: foi observado, analisado e acompanhado todo o processo de futura implantação e manutenção do Programa 5S, no setor produtivo, verificando os benefícios a serem alcançados. As informações obtidas sustentaram o estudo de caso. 54 Histórico: através desse método foram observados os dados e a evolução histórica da empresa desde a sua constituição até os dias atuais, buscando demonstrar os benefícios a serem alcançados com a utilização do Programa 5S no setor produtivo. Técnicas: Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A); Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B); Roteiro do Histórico do Frigorífico Avícola Guarantã (Apêndice C); Roteiro de entrevista para a Proprietária (Apêndice D); Roteiro de entrevista para a Supervisora do Controle de Qualidade Total (Apêndice E); Roteiro de entrevista para o colaborador da empresa (Apêndice F). Outros registros: serão usados, como materiais ilustrativos. Segue relato e discussão da pesquisa. 3.1 Relato e discussão sobre o Programa 5S no Frigorífico Avícola Guarantã 3.1.1 A implantação do Programa 5S Através dos conhecimentos adquiridos em pesquisa, nota-se a importância do Programa 5S para o processo produtivo. A implantação poderá acarretar algumas rejeições que, através de conscientização, serão banidas. Para que haja um bom rendimento na implantação, serão necessários cursos preparatórios, palestras que alertem sobre a necessidade do programa e, finalmente, após implantação, manter a disciplina, para que se dê continuidade ao que foi conquistado. 3.1.2 Descrição do processo produtivo 55 3.1.2.1 Setor de descanso das aves As aves chegam ao Frigorífico Avícola Guarantã, através de um caminhão, as quais são pesadas, para o controle interno da empresa. Terminado esse processo, seguem para o setor de descanso, onde permanecem embaixo de alguns ventiladores e recebem um jato de água para se manterem calmas. Nesse setor nota-se a presença do segundo senso, o de ordenação (SEITON), onde as caixas são devidamente empilhadas, facilitando o acesso para a plataforma de desembarque. Segundo Silva (1996), o senso de ordenação (SEITON), refere-se à disposição sistemática dos objetos e dos dados, facilitando o acesso rápido aos objetos e também melhorando o fluxo de pessoas. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008 Figura 16 – Descanso das aves 3.1.2.2 Plataforma de desembarque de frangos O caminhão é preparado para descarregar e as caixas são retiradas manualmente do veículo e colocadas uma a uma na esteira. 56 Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 17 – Plataforma de desembarque As caixas seguem pela esteira e passam por um chuveiro onde são lavadas. Na saída da esteira, um colaborador pega as caixas lavadas e armazenadas para, novamente, serem carregadas. Os frangos são pendurados manualmente pelos pés, na linha de produção, passam por um túnel onde recebem um choque de aproximadamente 60 watts, em seguida, passam pelo sangrador, onde uma serra corta o pescoço dos mesmos. Caso passe algum frango ainda em movimento é feito o sangramento manual, seguindo as regras do Serviço de Inspeção Federal (SIF) onde é necessário que haja uma sangria de três minutos. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 18 – Sangria 57 Nesse processo será utilizado o senso de ordenação (SEITON) e o senso de limpeza (SEISO), pois as caixas deverão voltar limpas e ordenadas, para que possam ser reutilizadas. Conforme Osada (2004), o senso de ordenação (SEITON) é arrumar as coisas necessárias que sobraram. Os materiais devem ser colocados de forma bem disposta e de fácil acesso, e o senso de limpeza (SEISO), serve para eliminar toda a sujeira e verificar se é a rotina que gera sujeira. O senso de saúde e padronização (SEIKETSU) também deve ser utilizado, pois a falta de higiene pode causar danos ao produto e aos próprios funcionários. Portanto, se faz necessário manter condições favoráveis no ambiente de trabalho, uma vez que as pessoas devem se conscientizar que passam a maior parte do tempo no trabalho e isto trará benefícios a si próprios e à empresa. Osada (2004) enfatiza que para fazer a coisa certa tem que padronizar, para isso, utiliza o senso de saúde e padronização (SEIKETSU) mantendo as coisas organizadas e limpas, lembrando que o colaborador passa a maior parte do tempo no ambiente de trabalho. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 19 – Esteira 3.1.2.3 Escaldagem e depilação 58 O frango continua na mesma linha e é colocado no escaldador em uma temperatura de 58 a 60 graus. São escaldados cerca de 50 frangos de cada vez. Para que o processo seja completo o frango passa por duas depenadeiras. A primeira tira todo o grosso das penas e a segunda tira as penas residuais. O frango é passado para outra linha, onde o depilador tira a película amarela de seu pé. O primeiro senso a ser utilizado nesse setor, bem como em todos os outros, é o senso de saúde e padronização (SEIKETSU), porque o ambiente deve ser favorável ao desenvolvimento do processo e isso deverá ser observado e cobrado por todos os colaboradores. Silva (1996), afirma que o senso de saúde e padronização (SEIKETSU), refere-se à preocupação com a própria saúde, nos níveis físico, mental e emocional. Portanto, além de exercer os três primeiros sensos, de forma a melhorar o ambiente de trabalho, a pessoa deve ter a plena consciência dos outros aspectos que afetam a saúde. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 20 – Escaldagem e depilação 3.1.2.4 Evisceração Existe nesse setor um chuveiro que retira todos os resíduos ainda existentes no produto. Em seguida, é retirado o papo e o frango é pendurado 59 pelos dois pés para que seja extraída a croaca e para que seja efetuado um corte em seu abdômen por onde serão retiradas as vísceras. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 21 – Evisceração Terminando esse processo, o frango passa pela vistoria do Serviço de Inspeção Federal (SIF), onde é analisado para saber se tem condições de consumo ou se tem alguma doença que impossibilite a sua comercialização. Não sendo constatada nenhuma restrição, retira-se o coração e o fígado, seguindo para as canaletas distintas. Puxando o papo, por dentro da carcaça, pode ser retirada também a moela. O papo, mais conhecido como cordão, e as vísceras, são enviados para a graxaria e transformados em ração. O pulmão é retirado por duas máquinas, através de um processo de sucção. Se o pulmão não for retirado, ele pode fermentar e estragar o produto. Um colaborador desencaixa a cabeça do frango, da linha de produção, que segue de cabeça para baixo; passa por um chuveiro e, em seguida, pela serra que corta a cabeça; segue na mesma linha de produção onde, posteriormente, serão retirados seus pés, caindo, assim, dentro de um pré-chiler com água numa temperatura de 16ºC e, posteriormente, passa por um chiler com água gelada e clorada, onde o cloro não poderá ultrapassar 6%. 60 Ainda nesse processo é feita a evisceração dos miúdos, onde a moela já limpa é colocada em uma canaleta, caindo dentro de um chiler. Para o fígado e o coração existem mini-chileres, separados com água. Os pés seguem, ainda pendurados, na linha de produção e são colocados em um pré-chiler com água gelada. O fígado, a moela, a cabeça e o pé vão para a máquina de miúdos, para serem embalados e colocados dentro do frango. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantâ, 2008. Figura 22 – Chiler Nesse setor, o mais importante é o senso de saúde e padronização (SHITSUKE), isso é manter a ordem, pois os padrões são imprescindíveis para manter a qualidade do produto, por isso, a disciplina é fundamental. 3.1.2.5 Corte O funcionário coloca o frango na linha, preso por uma perna só ou pelo pescoço. É feito o corte da asa, da coxa e do peito. O dorso é enviado para a graxaria. A embalagem é feita de cada parte separada, coxa com coxa, peito com peito e asa com asa, após, a embalagem é grampeada e vai para 61 pesagem, onde é lacrada com 18 kg. Após atingir o peso ideal, vai para um carrinho que transporta o produto até o túnel onde serão refrigerados. Para que este setor funcione adequadamente, bem como os outros setores do frigorífico, é preciso que a saúde física e mental dos colaboradores esteja em dia, assim, ocorrerá o uso também dos três primeiros sensos: organização (SEIRI), ordenação (SEITON) e limpeza (SEISO). Conforme Hirano (1994), o senso de organização (SEIRI) começa quando, depois de eliminar os itens desnecessários, se limpa os locais sujos e os espaços vazios de onde os itens desnecessários foram retirados. O senso de ordenação (SEITON) é deixar os objetos de trabalho em fácil acesso aos funcionários. O senso de limpeza (SEISO) tem o objetivo de livrar-se de toda a poeira, sujeira e manter o local de trabalho impecável. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 23 – Corte 3.1.2.6 Embalagem O processo de embalagem ocorre primeiramente com a retirada do frango do chiler e a pendura por uma perna só. Conforme exigências do Serviço de Inspeção Federal (SIF), o frango deve ficar pendurado, durante quatro minutos, para que haja o escoamento da água. Logo após, os miúdos são recolocados nos frangos que seguem por uma esteira e passam por dentro 62 de um túnel que faz a embalagem dos mesmos. Então vai para outra esteira que grampeia a embalagem para fechar. Continua na esteira e vão para as caixas de papelão, onde serão pesados. O peso das caixas varia entre 20 e 24 kg, sem ou com a caixa. Após, continuam na mesma esteira até chegarem à raque, onde se acumulam 42 caixas que irão para o túnel a fim de serem refrigerados. O sucesso do Programa 5S depende da colaboração de todos, principalmente o de limpeza (SEISO), que é essencial em todos os setores do frigorífico, pois traz benefícios pessoais e para a empresa. De acordo com Silva (1996), o senso de limpeza (SEISO), deve ser efetuado por cada pessoa, limpando a sua própria área de trabalho e, sobretudo, ser conscientizada para as vantagens de não sujar. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 24 – Embalagem Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 25 – Embalagem de frango congelado e temperado 63 3.1.2.7 Câmara fria A câmara fria permanece em uma temperatura de 30 graus. Depois de enchê-la com as raques, todos os túneis de refrigeração são delas retirados e, também, das caixas de papelão, que recebem um plástico contrátil e vão passando por uma máquina para serem seladas, saindo através de um palete que distribui para à câmara fria. Os cortes e os frangos inteiros são retirados separadamente. O próximo passo é o carregamento que varia entre 25 a 40 mil quilos. O requisito essencial para este setor será a ordenação (SEITON). É necessário que tudo esteja em seu devido lugar, de certa forma que aperfeiçoe o processo, economizando tempo e facilitando o trabalho dos colaboradores. Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008. Figura 26 – Câmara fria De acordo com Osada (2004), o senso de ordenação (SEITON), mantém a ferramenta de trabalho de um modo organizado e de fácil acesso para todos. 3.1.2.8 Expedição O gerente fica responsável pela escolha do transporte que será utilizado, 64 sendo eles próprios ou terceirizados. Para o mercado interno é utilizado o transporte rodoviário. Na saída do produto final, são utilizados caminhões refrigerados para manter a temperatura do produto. Para o mercado externo, será utilizado o transporte bimodal, via caminhões, até a chegada ao porto e, posteriormente, através de navios. 3.2 Parecer final sobre o caso Embora o Frigorífico Avícola Guarantã não utilize o Programa 5S de maneira contínua e supervisionada, sugere-se a implantação de tal programa de maneira sistemática e contínua, pois constatou-se, ao longo do estudo, que o Programa 5S pode trazer benefícios e melhoria na qualidade já trabalhada com outros sistemas. Vale destacar que a empresa, por várias vezes, já iniciou a implantação do Programa 5S, no entanto, não teve envolvimento, comprometimento e supervisão necessária para que tal programa viesse a dar resultados satisfatórios e rentáveis à organização. Diante desse contexto, pode-se afirmar que a pergunta problema de que a implantação do Programa 5S causa impacto nos programas de qualidade já existentes, foi respondida, pois, o requisito necessário para o sucesso do programa envolve tanto o ambiente como todos os colaboradores da organização, bem como os programas de qualidade existentes para melhoria no processo produtivo. Quanto à resposta ao questionamento hipoteticamente levantado, de que o sistema de qualidade no setor produtivo, bem como a implantação do Programa 5S, causa impacto positivo ao sistema de qualidade já implantado, foi comprovada, uma vez que o Programa 5S melhora não só as condições de trabalho, mas cria um ambiente de qualidade estimulador para os colaboradores que se comprometem com o programa e visualizam os resultados conseguidos. 65 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Com base na pesquisa realizada no Frigorífico Avícola Guarantã e nas referências utilizadas, nota-se a importância da implantação do Programa 5S na empresa. Contudo sugerem-se à empresa as seguintes propostas: a) que haja conscientização do verdadeiro significado da palavra 5S, por parte de diretores e colaboradores em geral, através da realização de cursos e palestras, como forma de treinamento; b) comprometimento de todos os envolvidos, realizando cada etapa com responsabilidade, por meio de avaliação contínua do programa; c) saber reconhecer sempre que uma etapa do 5S foi concluída, como forma de motivação para os funcionários; d) que o controle de qualidade da empresa possa realizar auditorias em todos os setores da organização, não somente no período final, mas sempre que possível; e e) que tenha um supervisor para acompanhar e cobrar a implantação do Programa 5S em cada etapa do processo produtivo. 66 CONCLUSÃO Muito se ouve falar sobre a Qualidade Total nesse mercado altamente competitivo, e a dúvida sempre questionada é: Como chegar a Qualidade Total? O Programa 5S é uma das ferramentas para atingir essa meta, pois várias são as empresas que querem continuar no mercado. Contudo, é preciso acompanhar as mudanças que ocorrem a todo tempo. Diante disso, as empresas precisam buscar constantemente o aperfeiçoamento dessas ferramentas da qualidade para obter sucesso. O Programa 5S visa a um ambiente de trabalho mais organizado, produtivo e com menos desperdício. O programa tem como objetivo obter a Qualidade Total no setor produtivo, bem como nos demais setores da empresa, uma vez que o 5S deverá passar por avaliações contínuas para não cair no esquecimento. Deve-se ressaltar que o desenvolvimento do programa depende de todos, desde a alta gerência até os faxineiros. Foi comprovado, por estudos, que não existe resistência por parte dos colaboradores em função da implantação do Programa 5S, o que facilita o desenvolvimento desse processo. Chega-se à conclusão de que a empresa estudada caminha no rumo certo, pois a implantação do programa proporciona ganhos favoráveis para a empresa e também para os funcionários, pois os 5S causam impacto no comportamento das pessoas, fazendo-as adquirir hábitos saudáveis. O trabalho proporcionou crescimento intelectual e profissional ao grupo e o assunto não está esgotado, podendo outros acadêmicos aprofundá-lo e redirecioná-lo. Tal tema é destinado a todos os estudantes dos Cursos de Administração, Ciências Contábeis e áreas afins, bem como a todos os profissionais que procuram melhoria de qualidade em seu ambiente de trabalho, pois, o Programa 5S proporciona ganhos não só para a empresa, mas para a comunidade em geral. 67 REFERÊNCIAS AMARAL, N. Escravos da urgência: especialista em gestão do tempo ensina a auto-organização para aumentar a produtividade. Empreendedor. São Paulo, p, 34-37, out. 2007. CAMPOS, V. F. TQC: o controle da qualidade total no estilo japonês. 7. ed. 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Aprenda a jogar com o seu tempo. Você S/A. São Paulo: Abril, p, 36-45, out. 2007. ROCHA, M. Santa Rotina. Você S/A. São Paulo: Abril, p. 80-81, jun. 2007. SILVA, C. O.; BORDENAL, D. C.; PARRA, F. C. Programa 5S: Bertin Ltda. Divisão Epi’s Lins-SP. 2006. Monografia (Graduação em Administração) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. SILVA, M. J. 5S, o ambiente da qualidade. Belo Horizonte: Líttera Maciel, 1996. SOUZA, A. M.; RAMOS, H. F.; VASCONCELOS, T. T. Qualidade total e programa 5S no atendimento ao cliente: Promifrio Comercio e Refrigeração 68 Ltda.-ME Promissão-SP. 2003. Monografia (Curso de Administração) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. SOUZA, D. A.; SHIBATA, F. R.; MACHADO, M. S. Programa 5S: os requisitos exigidos para a implantação de programa 5S. 2004. Monografia (Curso de Administração) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. SOUZA, P. F. et al. Programa 5S: combinações fundamentais para o sucesso das organizações. 2007. Monografia (Graduação em Administração) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. SOUZA, P. M. A.; RAMOS, F. H.; FORESI, F. V. T. T. Promifrio Comércio e Refrigeração Ltda-ME. 2003. Monografia (Graduação em Administração) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. 69 APÊNDICES 70 APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso 1 INTRODUÇÃO Será realizado um levantamento da história do Frigorífico Avícola Guarantã através de descrição dos métodos utilizados pela empresa para a administração dos recursos voltados para a qualidade que o Programa 5S traz para o setor produtivo. 2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDADO As informações serão coletadas através de entrevistas e depoimentos com proprietários, supervisores, gerentes e colaboradores. Serão descritos procedimentos e técnicas utilizadas pelo Frigorífico Avícolas Guarantã, voltados para o Programa 5S. 3 DISCUSSÃO Através da pesquisa será realizado confronto entre a teoria e a prática, através do referencial teórico estudado. 4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE A MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS 71 APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática I – IDENTIFICAÇÃO Empresa: _______________________________________________________ Localização: _____________________________________________________ Atividade Econômica: _____________________________________________ Data de Fundação: _______________________________________________ Proprietários: ____________________________________________________ II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Benefícios para os colaboradores 2 Dificuldade de manter o Programa 5S 3 Desperdício 4 Programa 5S x produtos 5 Benefícios para área produtiva 6 Limpeza 7 Saúde 8 Segurança 9 Máquinas e equipamentos 10 Processo produtivo 11 Estrutura física 72 APÊNDICE C – Roteiro de Entrevista para a Proprietária I – IDENTIFICAÇÃO Tempo que exerce a função: ________________________________________ Experiência Profissional: ___________________________________________ Residência/Local: _________________________________________________ II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Você acredita que o Programa 5S pode contribuir para o desenvolvimento da qualidade total? Ou seja, trazer resultados para a empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 No processo produtivo, a empresa utiliza alguma ferramenta do Programa 5S? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Os funcionários tiveram conhecimento da importância do Programa 5S no setor produtivo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 73 4 De que forma o Programa 5S pode contribuir para o processo produtivo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 74 APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para Supervisora de Qualidade Total I – IDENTIFICAÇÃO Tempo que exerce a função: ________________________________________ Experiência Profissional: ___________________________________________ Residência/Local: _________________________________________________ II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Dentro do mercado competitivo, qual sua visão sobre a Qualidade Total? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Você acredita que a empresa tem atingido seus objetivos em atender as necessidades de seus clientes através da Qualidade Total? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Você tem conhecimento sobre o Programa 5S? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 75 4 Existe uma cobrança para com os funcionários em relação à disciplina dos cinco sensos? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5 Existe a programação para a limpeza de máquinas e equipamentos? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6 De que forma é realizada a limpeza? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7 Qual é o período para a realização da manutenção das máquinas? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8 Existem locais definidos para cada tipo de objeto de trabalho que facilite a movimentação dentro do processo produtivo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 76 APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista para Colaborador do Setor Produtivo I – IDENTIFICAÇÃO Tempo que exerce a função: ________________________________________ Experiência Profissional: ___________________________________________ Residência/Local: _________________________________________________ Ii – PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Existe colaboração dos companheiros de trabalho com relação ao Programa 5S? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2 Houve algum tipo de treinamento por parte da empresa? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3 Os objetos de uso pessoal são guardados em local específico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4 Existe ventilação e luminosidade adequada para o local de trabalho? 77 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5 É notável algum benefício no setor produtivo, após uma melhor compreensão da importância da Qualidade Total? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 78 ANEXOS 79 ANEXO A – Fotos Flávia, Kauê, Juliana e Lícia na entrada da empresa Grupo de monografia junto com a sócia-proprietária Cleuza Shibata 80