UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Flávia Galdino Silva
Juliana de Freitas da Silva
Kauê de Queiroz Capoani
Lícia Mara Denis Ferreira
PROGRAMA 5S
Frigorífico Avícola Guarantã Ltda.
LINS – SP
2008
FLÁVIA GALDINO SILVA
JULIANA DE FREITAS DA SILVA
KAUÊ DE QUEIROZ CAPOANI
LÍCIA MARA DENIS FERREIRA
PROGRAMA 5S
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Administração, sob a
orientação da Profª. M.Sc. Máris de
Cássia Ribeiro e orientação técnica da
Profª. M.Sc. Heloisa Helena Rovery da
Silva.
Lins – SP
2008
Silva, Flavia Galdino; Silva, Juliana de Freitas; Capoani, Kauê de
Queiroz; Ferreira, Licia Mara Denis
S58p
Programa 5S Frigorífico Avícola Guarantã/ Flavia Galdino Silva;
Juliana de Freitas da Silva; Kauê de Queiroz Capoani; Licia Mara
Denis Ferreira. Lins, 2008.
78p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em
Administração, 2008
Orientadores: Maris de Cássia Ribeiro; Heloisa Helena Rovery
da Silva
1. Programa 5S. 2. Qualidade Total. 3. Frigorífico Avícola
Guarantã. I Título.
CDU 658
FLÁVIA GALDINO SILVA
JULIANA DE FREITAS DA SILVA
KAUÊ DE QUEIROZ CAPOANI
LÍCIA MARA DENIS FERREIRA
Programa 5S
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do titulo de Bacharel em Administração.
Aprovada em: ____/____/______
Banca examinadora:
Profª. Orientadora: Máris de Cássia Ribeiro
Titulação: Mestre em Administração pela Faculdade de Gestão de Negócios da
Universidade Metodista de Piracicaba
Assinatura: ____________________________
1º Prof.(a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: ____________________________
2º Prof.(a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: ____________________________
Lins – SP
2008
5 coisas que aprendi com o lápis!
1° qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca
que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus,
e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.
2° qualidade: de vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e
usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele
está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão
ser uma pessoa melhor.
3° qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar
aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é
necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho
da justiça.
4° qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua
forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo
que acontece dentro de você.
E Finalmente a 5° qualidade: o Lápis sempre deixa uma marca. Da mesma
maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços.
Paulo Coelho
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, pela força e sabedoria nessa longa caminhada,
pois muitas foram às dificuldades. Obrigado por tudo, pois sem o senhor nada
seria possível.
Aos meus pais, que sempre me incentivaram e acreditaram em mim, pois
foram eles que sempre estiveram ao meu lado me apoiando e não permitindo
que eu desanimasse.
Aos meus companheiros de grupo, que sem eles a realização deste trabalho
não seria possível. Enfim a todos aqueles que contribuíram direta ou
indiretamente na elaboração deste trabalho.
A Professora Máris, por aceitar orientar nosso grupo, pela dedicação com que
se empenhou para realização deste trabalho.
A todos, Muito Obrigada!
Flávia
DEDICATÓRIA
Agradeço a Deus por tudo que tenho, e tenho certeza de que nada é por
acaso. Acredito que até os lugares por onde passo já estava predestinado em
minha vida, e se tenho tudo isso hoje, foi resultado de uma batalha muito
grande, e sem fé e otimismo eu não conseguiria.
Aos meus pais amados João e Elzira, obrigado por ter me dado a vida,
obrigado por terem me apoiado, com muito carinho, respeito e amor,
entendendo as dificuldades e imposições da vida, dando a volta por cima em
momentos difíceis com palavras doces e tranqüilas, apresentando a vida como
sendo não tão difícil, e encarando as coisas com naturalidade e honestidade.
Minha eterna gratidão.
Aos meus irmãos, Rosângela e Junior, por também sempre terem me apoiado
e incentivado, obrigado também por estarem presentes em todos os principais
momentos da minha vida, e pela alegria contagiante.
A todos os meus amigos, pois são eles que nos dão forças para superar
os desafios que a vida nos proporciona, em especial as minhas amigas Flávia,
Lícia, Fernanda, Kelly, Alex Moreno, Paty, Kauê, Fabiano e Danny, por sempre
estarem presentes e dar todo apoio do mundo necessário.
A Profª. Máris, minha eterna gratidão por aceitar um trabalho a principio sem
diretrizes e contribuir decisivamente para a qualidade do mesmo e a profª
Heloisa, pelo exemplo de cordialidade e justiça em todos os seus atos.
Juliana
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minhas amigas de grupo, Flávia Galdino, Juliana Freitas
e Lícia Ferreira.
Foi muito bom trabalhar com vocês, e desejo há todas muito sucesso
profissional e pessoal.
Tenho certeza que se não estivesse com vocês meu caminho até aqui seria
muito mais difícil e penoso.
Queria mandar um abraço especial para a Profª. Máris, que além de ser nossa
orientadora foi também muito amiga do grupo nos momentos difíceis deste
trabalho científico.
Agradeço também minha família por me proporcionar a oportunidade de
estudar e principalmente DEUS que me deu força, saúde e esperança para
concluir mais uma etapa na minha vida.
Kauê
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, pois tenho certeza que hoje estou aqui, graças a
Ele, pois muitas vezes pensei em desistir, pois não via possibilidades em
continuar e Deus abria todas as portas possíveis, para que eu continuasse e
que eu chegasse lá, não importava como, mas ele me mostrava que eu ia
conseguir.
Hoje estou aqui, apesar de todas as dificuldades eu continuei e consegui.
À mina mãe, que sempre esteve ao meu lado, sempre me dando força e me
mostrando o melhor caminho a seguir.
Ao meu pai, que sempre acompanhou minha jornada.
Ao meu namorado Adilson, que acompanhou essa correria junto comigo.
Aos meus amigos de monografia, pois, muitas foram as dificuldades e a
correria foi grande para terminarmos, mas conseguimos.
Aos meus amigos que sempre estão comigo, e sempre vão estar no meu
coração: Alex, Fernanda, Flávia, Juliana, que são pessoas em quem posso
confiar plenamente, e hoje estamos mais uma vez juntos.
Lícia
AGRADECIMENTOS
A Deus, principalmente, que está acima de tudo e que sem ele não estaríamos
aqui hoje.
À nossa orientadora, Profª. Máris, pelo apoio, companheirismo e motivação
durante este trabalho.
À Profª. Heloísa que sempre teve muita paciência conosco, e sempre entendeu
nosso lado, nos ajudando.
Ao Frigorífico Avícola Guarantã, que nos concedeu espaço para
desenvolvermos este trabalho, pelo apoio e compreensão nas horas em que
mais precisamos.
Flávia, Juliana, Kauê e Lícia
PRA QUE SERVE UM AMIGO?
Pra tanta coisa não é?
Pra rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona
para festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra.
Porém isto não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.
A amizade vai mais além...
Um amigo não racha apenas a gasolina, racha lembranças, crises de choro,
experiências, racha segredos.
Um amigo não empresta apenas a prancha...
Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a
jaqueta.
Um amigo não recomenda apenas um disco...
Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.
Um amigo não dá carona apenas pra festa...
Leva-te para o mundo dele, e topa conhecer o seu.
Um amigo não passa apenas a cola, passa contigo um aperto, passa junto o
réveillon.
Um amigo não caminha apenas no shopping...
Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.
Um amigo não segura a barra apenas, segura a mão, a ausência, segura uma,
segura o tranco...
Duas dúzias de amigos assim ninguém tem
Mas se tiver um, Amém.
RESUMO
As empresas vivenciam um ambiente mercadológico com concorrência
acirrada. Diante disso, a empresa Frigorífico Avícola Guarantã, que atua no
ramo de abate e comercialização de aves resfriadas, desde 1995, abatendo em
média de 18.000 a 30.000 aves por dia, busca melhoria da qualidade de seus
produtos com o apoio do Programa 5S, juntamente com os Programas de
Qualidade já existentes, exigidos pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal). A
empresa conta atualmente, com instalações modernas, desde a entrada do
produto até a entrega ao consumidor final, além de uma moderna graxaria,
onde os subprodutos são transformados em ração, assim, agregando valor a
empresa. Disponibiliza uma linha de produtos variados e possui parcerias com
grandes produtores de todo o Estado de São Paulo. O Programa 5S foi
desenvolvido no Japão, depois da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de
reorganizar o país. O Programa 5S é composto pelos cinco sensos:
organização (SEIRI), arrumação (SEITON), limpeza (SEISO) saúde e
padronização (SEIKETSU) e disciplina (SHITSUKE). Para que a empresa
consiga atingir a Qualidade Total, é preciso avaliação contínua desse programa
e que todos participem com dedicação e responsabilidade. O Programa 5S é
um programa simples, mas que pode ser de grande importância para alavancar
os lucros e, assim, atingir o objetivo que é suprir as necessidades do mercado
consumidor garantindo o sucesso do Frigorífico Avícola Guarantã neste
mercado competitivo.
Palavras-chave: Programa 5S. Qualidade Total. Mercado Competitivo.
ABSTRACT
The enterprises live in a business ambient with incited competition.
Before this, Refrigerator Avícola Guarantã enterprise acts in the bough of abate
and trade of cold fowls since 1995 boughing an average of 18.000 to 30.000
fowls a day, it searches improving the quality of its products with the support of
5S program, together the existing quality’s program demanded for Federal
Inspection Service (FIS). The enterprise has modern installations actually, since
the entrance and delivery from products to the last consumer, besides a modern
“graxaria”, where the sub-products are transformed on ration, thus associating
value to the enterprise. It disposes one line of several products and has
societies with big producers of all São Paulo States. The 5S program was
developed at Japan, after of second world war, with the goal to reorganize the
country. The 5S program is composed, for five senses: organization (SEIRI),
arrangement (SEITON), cleaning (SEISO), health and standard ion
(SEIKETSU), and discipline (SHITSUKE). For that the enterprise gets reaching
the total qualities it is necessary a continuous appraisement of this program and
that everybody partipates with dedication and responsibility. The 5S program is
a simple program, but it can be of big importance to raise the profits and so to
reach the goal that is suppling the necessities of the consumer business
guaranting the success of Refrigerator Avícola Guarantã in this competing.
Key words: 5S Program. Total Quality. Competing Business.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1:
Visão panorâmica da empresa.............................................
22
Figura 2:
Organograma da empresa....................................................
24
Figura 3:
Diretoria da empresa............................................................
25
Figura 4:
Chegada dos frangos no frigorífico.......................................
26
Figura 5:
Setor de contabilidade..........................................................
27
Figura 6:
Setor financeiro.....................................................................
27
Figura 7:
Setor de recursos humanos..................................................
28
Figura 8:
Descanso das aves...............................................................
29
Figura 9:
Corte de jugular das aves.....................................................
29
Figura 10:
Processo de depenagem......................................................
30
Figura 11:
Processo de depilação..........................................................
30
Figura 12:
Processo de retirada das vísceras........................................
31
Figura 13:
Setor de corte.......................................................................
31
Figura 14:
Processo de embalagem......................................................
32
Figura 15:
Ampliação do frigorífico (graxaria)........................................
33
Figura 16:
Descanso das aves...............................................................
54
Figura 17:
Plataforma de desembarque.................................................
55
Figura 18:
Sangria..................................................................................
55
Figura 19:
Esteira...................................................................................
56
Figura 20:
Escaldagem e depilação.......................................................
57
Figura 21:
Evisceração..........................................................................
58
Figura 22:
Chiler.....................................................................................
59
Figura 23:
Corte.....................................................................................
60
Figura 24:
Embalagem...........................................................................
61
Figura 25:
Embalagem de frango congelado e temperado....................
61
Figura 26:
Câmara fria...........................................................................
62
LISTA DE QUADROS
Quadro 1:
Os cinco sensos....................................................................
36
Quadro 2
Como estocar os objetos a serem usados............................
37
Quadro 3:
O ponto chave da organização.............................................
39
Quadro 4:
Contribuições para o 5S.......................................................
44
Quadro 5:
Sugestões de estratégias de comunicação para diferentes
perfis..........................................................................................................
Quadro 6:
47
Alguns exemplos de falhas mais freqüentes com a
interpretação do 5S...................................................................................
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APPCC: Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle
BPF: Boas Práticas de Fabricação
EPI’S: Equipamentos de Proteção Individual
PPHO: Procedimento Padrão Higiene Operacional
SIF: Serviço de Inspeção Federal
SISP: Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo
51
16
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................
18
CAPÍTULO I – FRIGORÍFICO AVÍCOLA GUARANTÃ............................
20
1
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA..........................
20
1.1
Evolução contratual.................................................................
20
1.2
Mercado externo e interno......................................................
22
1.3
Qualidade................................................................................
23
1.4
Produtividade..........................................................................
23
1.5
Administração.........................................................................
24
1.5.1
Diretoria...................................................................................
25
1.5.2
Transporte...............................................................................
25
1.5.3
Contabilidade..........................................................................
26
1.5.4
Financeiro...............................................................................
27
1.5.5
Recursos humanos.................................................................
28
1.5.6
Produção.................................................................................
28
1.5.6.1
Setor de descanso das aves...................................................
28
1.5.6.2
Plataforma de desembarque...................................................
29
1.5.6.3
Escaldagem............................................................................
30
1.5.6.4
Depilação................................................................................
30
1.5.6.5
Evisceração.............................................................................
31
1.5.6.6
Corte.......................................................................................
31
1.5.6.7
Embalagem.............................................................................
32
1.5.6.8
Câmara fria.............................................................................
32
1.5.7
Compra e venda......................................................................
32
1.6
Projeto de expansão e responsabilidade social......................
33
1.7
Missão.....................................................................................
34
1.8
Visão.......................................................................................
34
CAPÍTULO II – PROGRAMA 5S...............................................................
35
2
ORIGEM..................................................................................
35
2.1
Conhecendo o 5S...................................................................
35
17
2.2
Denominação do 5S................................................................
36
2.2.1
SEIRI – organização...............................................................
36
2.2.1.1
Como eliminar o desnecessário..............................................
37
2.2.1.1.1
Definir os objetivos e o alvo da operação...............................
37
2.2.1.1.2
Prepare-se..............................................................................
38
2.2.1.1.3
Ensinar as pessoas a reconhecerem o que é desnecessário
38
2.2.1.1.4
Quantificar e avaliar................................................................
38
2.2.1.1.5
Fazer a inspeção e a avaliação gerencial bem como
oferecer indicadores..................................................................................
38
2.2.1.2
As principais vantagens do SEIRI...........................................
39
2.2.2
SEITON – ordenação..............................................................
39
2.2.3
SEISO – limpeza.....................................................................
40
2.2.4
SEIKETSU – saúde e padronização.......................................
41
2.2.5
SHITSUKE – autodisciplina....................................................
42
2.3
Objetivos gerais......................................................................
43
2.4
Benefícios do 5S.....................................................................
43
2.5
Os custos do 5S......................................................................
44
2.6
5S em escritórios....................................................................
45
2.6.1
Principais atividades no escritório...........................................
45
2.7
Implantação do 5S..................................................................
46
2.7.1
Dificuldades durante a implantação........................................
48
2.7.1.1
Dificuldades para comprometer as pessoas que trabalham
em turno.....................................................................................................
2.7.1.2
Dificuldades para as pessoas entenderem o que realmente
é o 5S........................................................................................................
2.7.1.3
48
48
Dificuldades para implantar o 5S em toda organização ao
mesmo tempo............................................................................................
49
2.7.1.4
Dificuldades em tratar o 5S como um processo estratégico...
49
2.7.1.5
Dificuldades em conciliar o 5S com trabalho do dia-a-dia......
50
2.8
Auditoria do 5S........................................................................
50
CAPÍTULO III – A PESQUISA..................................................................
52
3
INTRODUÇÃO........................................................................
52
3.1
Relato e discussão sobre o Programa 5S no Frigorífico
18
Avícola Guarantã.......................................................................................
53
3.1.1
A implantação do programa 5S...............................................
53
3.1.2
Descrição do processo produtivo............................................
53
3.1.2.1
Setor de descanso das aves...................................................
54
3.1.2.2
Plataforma de desembarque dos frangos...............................
54
3.1.2.3
Escaldagem e depilação.........................................................
56
3.1.2.4
Evisceração.............................................................................
57
3.1.2.5
Corte.......................................................................................
59
3.1.2.6
Embalagem.............................................................................
60
3.1.2.7
Câmara fria.............................................................................
62
3.1.2.8
Expedição...............................................................................
62
3.2
Parecer final sobre o caso......................................................
63
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.............................................................
64
CONCLUSÃO............................................................................................
65
REFERÊNCIAS.........................................................................................
66
APÊNDICES..............................................................................................
68
ANEXOS....................................................................................................
77
19
INTRODUÇÃO
Diante de um mercado altamente competitivo, surge a necessidade de
mostrar a importância do Programa 5S para adquirir a Qualidade Total dentro
do processo produtivo.
Para que a empresa consiga adquirir a Qualidade Total, é preciso que se
faça uma avaliação contínua do Programa 5S, pois é fundamental que todos
participem desse processo, desde a portaria até a diretoria da empresa.
Algumas empresas não vêem o Programa 5S como fator de resultados, por
desconhecerem o programa e quando tomam conhecimento, têm a impressão
de ser fácil, pois não dão a devida importância. Outras empresas têm
conhecimento do assunto, mas não colocam em prática, não gerando
resultados.
O Programa 5S deriva de 5 palavras japonesas que indicam cada fase
do programa, que segundo Osada (2004) são: organização (Seiri), arrumação
(Seiton), limpeza (Seiso), saúde e padronização (Seiketsu) e autodisciplina
(Shitsuke).
Através do desenvolvimento do programa espera-se alcançar a
Qualidade Total, uma vez que já existem instalados na empresa alguns
programas de qualidade exigidos pelo SIF.
Os objetivos da pesquisa foram demonstrar a importância e os
benefícios que o Programa 5S proporciona no processo produtivo; descrever a
origem e a evolução do Programa 5S; descrever os benefícios proporcionados
pelo Programa 5S, dentro do processo produtivo do Frigorífico Avícola
Guarantã; enfatizar a importância do Programa 5S dentro do processo
produtivo do Frigorífico Avícola Guarantã, no tocante à qualidade e identificar
as maiores dificuldades de implantar e manter o Programa 5S.
A pergunta problema que norteou a pesquisa foi: a implantação do
Programa 5S causa impacto nos programas de qualidade já existentes?
Em resposta, surgiu a hipótese de que o sistema de qualidade no setor
produtivo, bem como a implantação do Programa 5S causa impacto positivo
aos sistemas de qualidade já implantados. Para comprovar a hipótese foi
realizada uma pesquisa de campo no Frigorífico Avícola Guarantã, no período
20
de fevereiro a outubro de 2008.
Para a realização da pesquisa foram utilizados os métodos de
observação sistemática, estudo de caso e histórico, melhores descritos no
capítulo III deste trabalho.
O trabalho está assim estruturado;
O capítulo I descreve a evolução histórica do Frigorífico Avícola
Guarantã.
O capitulo II, refere-se ao embasamento teórico, que aborda a Qualidade
Total da produção e do ambiente, bem como sobre a importância do Programa
5S dentro de toda organização.
O capítulo III descreve a pesquisa realizada na empresa.
Por fim, vem a Proposta de Intervenção e a Conclusão.
21
CAPÍTULO I
FRIGORÍFICO AVÍCOLA GUARANTÃ
1
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EMPRESA
1.1 Evolução contratual
Registrada com a razão social Frigorífico Avícola Guarantã Ltda,
utilizando o nome fantasia Frango Noroeste, atua no ramo de abate de aves na
cidade de Guarantã, no Estado de São Paulo, na estrada Matadouro Municipal,
km 01.
No ano de 1992, começaram as obras do frigorífico de uma ação dos
sócios Osvaldo Teruo Shibata, Iochinori Inue e José Roberto Torelli, sendo
que, em 28 de março de 1993 iniciaram-se as atividades.
As atividades foram proclamadas para o abate de 6.000 aves/dia, com a
colaboração de 30 funcionários.
A princípio, a empresa funcionava como granja e fornecia frangos vivos,
para que outras empresas fizessem o abate, mas, devido à inadimplência e
ineficiência no processo produtivo, a empresa e seus sócios, optaram pela
desativação da granja, passando para o abate das granjas de outros
avicultores, formando, assim, várias parcerias.
Esse processo durou 2 anos e foi de extrema importância para a
reestruturação da empresa e o investimento na produção. Entre os
investimentos, ressalta-se a compra da câmara fria com capacidade para 2.000
caixas de frango.
Devido à instabilidade e a recessão no ano de 2.000, a empresa volta a
entrar em crise, passando a demitir alguns funcionários e diminuir a quantidade
de abates.
A empresa concentrava as suas atividades apenas no Estado de São
22
Paulo, utilizando-se do Serviço de Inspeção de São Paulo (SISP).
Em 2001 ameniza-se a crise devido a uma parceria com uma grande
distribuidora, a Distribuidora de Aves Ltda.
O nome da empresa é colocado no mercado de forma mais consistente,
quando surge nas aves, de Bastos, uma doença, que as deixa incapazes de
abater, ficando o Frigorífico Avícola Guarantã responsável por tais abates.
Em períodos aleatórios, a empresa passa por alterações contratuais,
sendo a primeira delas em sessão de 07 de abril de 1992, onde o sócio José
Roberto Torelli cede 200 quotas das que possui na sociedade ao sócio Osvaldo
Teruo Shibata e Iochinori Inoue. Assim, José Roberto Torelli recebe por este
ato a importância supra de 2 milhões de cruzeiros, dando plena quitação pela
transferência das quotas de capital, continuando detentor de 400 quotas de
capital social da sociedade.
A empresa sofre a segunda alteração contratual, em 19 de maio de
1994, quando comunica a criação de duas filiais que exploravam o comércio de
aves abatidas, localizadas em Ourinhos-SP e Assis-SP.
Com a evolução do Frigorífico Avícola Guarantã, surge a terceira
alteração contratual, em 14 de novembro de 1994, com a admissão das sócias
Srªs. Lucy Leico Shibata Inoue e Cleuza da Conceição Rodrigues Shibata,
ambas da cidade de Guarantã-SP. Retiram-se da sociedade, os Srs. José
Roberto Torelli, Iochinori Inoue e Osvaldo Teruo Shibata.
Devido à quarta alteração contratual, em 03 de maio de 1995, são
criadas mais duas filiais, sendo a terceira estabelecida na Granja Shibata III,
Bairro Taquaral, e a quarta, na Granja Binho, Bairro Barra Grande, ambas na
cidade de Guarantã-SP, visando a criação de frangos para o abate.
Conforme acordo entre as sócias, ocorre a quinta alteração contratual,
em 17 de novembro de 1995, com a extinção das filiais de Assis, Ourinhos,
Granja Shibata III e Granja Binho.
No ano de 2003, o Frigorífico Avícola Guarantã entra com o pedido de
Serviço de Inspeção Federal (SIF). Houve toda a tramitação legal, em 2004, e,
em 30 de março de 2005 é oficializada a reserva do SIF nº 2.575, dando à
empresa o direito de exportar. As primeiras exportações foram para países da
África, como Congo e Angola.
A empresa Frigorífico Avícola Guarantã teve boa aceitação no mercado,
23
aumentando o número de funcionários e passando a abater 20.000 aves/dia.
Entre 2007 e 2008, surgem mais dois parceiros: Agropecuário Ninho
Verde e Íbis Tarley, para os quais o frigorífico presta serviços.
Devido ao crescimento do frigorífico, aparecem novas exigências, que
acabam impedindo o seguimento da exportação.
A empresa conta hoje com 177 funcionários diretos e mais de 70
indiretos, abatendo cerca de 40.000 a 50.000 aves/dia.
Atualmente a empresa dispõe de alta tecnologia, com uma câmara para
3.600 caixas de frangos inteiros, permitindo, também, os congelamentos em
um túnel de mais de 700 caixas, sendo eles inteiros ou carcaça.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2006
Figura 1: Visão panorâmica da empresa
1.2 Mercado interno e externo
No seu início o Frigorífico Avícola Guarantã visava apenas o mercado
regional de venda de frango vivo. Por ser uma empresa familiar, restringiam-se
às regiões de Marília e Tupã.
Porém, devido a constantes períodos de conturbação, sendo o pior deles
no ano de 2001, tentou-se minimizar os efeitos da crise, buscando uma maior
área de atuação, o que fez com que a empresa firmasse parceria com uma das
maiores distribuidoras do estado de São Paulo, a Distribuidora de Aves Ltda.
24
A empresa presta serviços para o maior consumidor de carne de frango,
o Estado de São Paulo.
No tocante ao mercado externo, o Frigorífico Avícola Guarantã ainda
precisa concluir algumas obras para que entre em conformidade com as
exigências do SIF, podendo, então, exportar.
Os produtos a serem exportados são galinhas e esse novo mercado de
atuação do Frigorífico Avícola Guarantã é fruto da parceria com o Sr. Íbis
Pereira Tarley.
Os países que estão em negociação com o Frigorífico são: Congo e
Angola, ambos localizados no continente Africano.
1.3 Qualidade
O Frigorífico Avícola Guarantã, no intuito de abater com qualidade e
segurança, visa à implantação do Programa 5S, obtendo um melhor controle
da qualidade nos setores em geral, desde a produção até a entrega ao
consumidor final, diminuindo, assim, as falhas e, conseqüentemente,
aumentando
o
faturamento,
sendo
esse,
enfim,
o
compromisso
da
organização.
1.4 Produtividade
Entende-se por produtividade a relação entre valor do produto ou serviço
produzido e o custo dos insumos para produzi-lo.
A implantação do Programa 5S pode trazer para os colaboradores em
geral, uma visão mais clara da necessidade de que o grupo produza sempre
buscando melhora na qualidade e aumentando a quantidade, para que os
produtos sejam entregues em tempo hábil, a fim de atender todos os seus
clientes.
Desse processo é retirada a gama de produtos do Frigorífico Avícola
25
Guarantã, tais como: frango resfriado, carcaça, dorso, peito, asas, moela,
pescoço, coração, fígado, pé, cortes resfriados, cortes resfriados temperados
(filé, peito, coxa, sobrecoxa e asa), frango resfriado temperado, cortes
congelados de frango (coxa, sobrecoxa, peito, asa), galinha congelada e frango
congelado.
Hoje a produtividade do Frigorífico Avícola Guarantã é de 40.000 a
50.000 frangos.
1.5 Administração
Diretoria
Transporte
Contabilidade
Financeiro
Recursos
Humanos
Compra e
Venda
Almoxarifado
Expedição
Produção
Plataforma
Escaldagem
Evisceração
Cortes
Embalagens
Câmara
Fria
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantâ, 2008.
Figura 2: Organograma da empresa
A administração do frigorífico é composta por um diretor, responsável
pelos seguintes setores: transporte, contábil, financeiro, recursos humanos,
compra e venda e produção.
26
O setor compra e venda subdivide-se em: almoxarifado e expedição; a
produção em: plataforma, escaldagem, evisceração, cortes, embalagens e
câmara fria.
1.5.1 Diretoria
A diretoria do Frigorífico Avícola Guarantã é formada por Osvaldo Teruo
Shibata, Cleuza Rodrigues Shibata e Lucy Leico Shibata Inoue, que são os
responsáveis pelas decisões e negociações da empresa.
O diretor Osvaldo tem a incumbência de negociar e conduzir as
parcerias do frigorífico, enquanto que a Srª. Cleuza atua diretamente na
administração da empresa, encarregando-se pelos departamentos contábil,
financeiro e de recursos humanos, em conjunto com os gerentes. A diretora
Lucy tem a função de administrar o departamento de compra e venda.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 3: Diretoria da empresa
1.5.2 Transporte
“Com o passar dos anos vão surgindo cada vez mais transportes, e
27
estes são cada vez mais distintos e com muitos gêneros diferentes, emergem
constantemente vários tipos de veículos e meios de transporte por todo o
globo”. (GUNSTON, 1972, p. 7).
O transporte é dividido em dois setores: entrada e saída.
A entrada é quando os frangos vivos chegam para o abate e a saída é o
produto depois de congelado, que é enviado para o consumidor final.
O gerente fica responsável pela escolha do transporte que será utilizado,
sendo ele próprio ou terceirizado.
Para o mercado interno é utilizado o transporte rodoviário, caminhões
comuns, quando ocorre a chegada dos frangos vivos e, na saída do produto
final, caminhões refrigerados para manter a temperatura do produto. Para o
mercado externo, será utilizado o transporte bimodal, via caminhões até a
chegada ao porto e, posteriormente, através de navios.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 4: Chegada dos frangos no frigorífico
1.5.3 Contabilidade
O Departamento de Contabilidade do Frigorífico Avícola Guarantã é
composto por um contador altamente qualificado e um auxiliar.
Esse departamento tem a finalidade de apurar os resultados contábeis
28
da empresa e é responsável pela emissão de notas fiscais.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 5: Setor de contabilidade
1.5.4 Financeiro
Esse departamento é responsável pela receita e pelas obrigações da
empresa. A receita é proveniente da prestação de serviços de abate de aves. O
Departamento Financeiro do Frigorífico é composto por um profissional em
finanças e uma equipe de consultores, que elabora e auxilia esse profissional
nas estratégias financeiras da empresa.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 6: Setor financeiro
29
1.5.5 Recursos humanos
É o responsável pela contratação e demissão dos colaboradores,
emissão da folha de pagamento ao Departamento Financeiro, bem como pela
assistência aos colaboradores. Conta com dois colaboradores.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 7: Setor de recursos humanos
1.5.6 Produção
O setor produtivo da empresa administra todos os processos
necessários para que os produtos fiquem prontos com alta qualidade para a
comercialização. É composto por oito setores: área de descanso das aves,
plataforma de desembarque, escaldagem, depilação, evisceração, corte,
embalagem e câmara fria.
1.5.6.1 Setor descanso das aves
É o local onde os caminhões que transportam as aves ficam parados
30
aguardando a entrada na plataforma de desembarque. Nesse local possui
aspersões que mantêm as aves em uma temperatura corpórea ideal, para
aliviar o stress das mesmas, diminuindo conseqüentemente a mortalidade.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 8: Descanso das aves
1.5.6.2 Plataforma de desembarque
Neste local os colaboradores descarregam as aves, pendurando-as em
uma linha aérea de cabo de aço e ganchos, passando por um atordoador. Em
seguida um colaborador corta a jugular das aves que seguem por um corredor
de sangria até chegar ao tanque de escaldagem.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 9: Corte da jugular das aves
31
1.5.6.3 Escaldagem
Na seqüência da linha, vindo da sangria, a ave passa pelo tanque de
escaldagem, que é um reservatório de água aquecida a 60°C, prosseguindo
até a depenadeira, onde ocorre o processo de depenagem, extraindo as penas
maiores. Em seguida, passa por outra depenadeira onde são extraídas as
penas menores, deixando as aves limpas.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 10: Processo de depenagem
1.5.6.4 Depilação
Nesse processo ocorre a retirada da pele dos pés das aves.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 11: Processo de depilação
32
1.5.6.5 Evisceração
Esse processo é feito manualmente. As colaboradoras retiram as
vísceras, através de um corte efetuado em seu abdômen. As vísceras são
enviadas para o setor seguinte.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 12: Processo de retirada das vísceras
1.5.6.6 Corte
Esse setor é onde ocorre a maior manipulação do frango. São retiradas
as partes, como: coxa, sobre-coxa, peito e asa, que são enviados para o
próximo setor.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 13: Setor de corte
33
1.5.6.7 Embalagem
O setor de embalagem possui um equipamento que facilita o processo e
diminui a sobrecarga. É feita a embalagem dos frangos inteiros, das partes
cortadas e dos miúdos, em embalagens primárias. Em seguida, embala-se em
caixas de papelão, tendo o peso entre 18 e 20 kg. Por fim, a embalagem
contrátil.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 14: Processo de embalagem
1.5.6.8 Câmara fria
O produto final é armazenado em caixas identificadas, prontas para o
carregamento dos caminhões e entrega às empresas que solicitaram o abate.
1.5.7
Compra e venda
Pelo fato do Frigorífico Avícola Guarantã prestar serviços de abate de
aves, ele não fica responsável pela compra das mesmas, pois isso, cabe aos
parceiros, a compra de embalagens plásticas unitárias e as caixas de papelão.
34
Fica a cargo do frigorífico, comprar todos os demais produtos de
manutenção, limpeza, materiais para o escritório e Equipamentos de Proteção
Individual (EPI’S).
O produto comercializado pelo Frigorífico é a mão-de-obra e a
estocagem do produto pronto, deixando à disposição dos parceiros para que
eles coloquem esses produtos no mercado.
1.6
Projeto de expansão e responsabilidade social
Devido ao desejo de reiniciar a exportação, surge a necessidade de
deixar as instalações aptas para esse procedimento.
Acoplado ao frigorífico, existe uma graxaria pertencente à Distribuidora
de Aves Ltda., para onde são enviados todos os resíduos do frango. Esses
resíduos podem contribuir para a fabricação de uma gama de produtos, como
farinha de penas, utilizada como ração para as galinhas e que pode ser
adicionada ao biodiesel e até mesmo a produtos de beleza.
Os resíduos não tratados podem causar vários danos ao meio ambiente.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 15: Ampliação do frigorífico (graxaria)
As sócias estudaram e encontraram maneiras de mudar a filtragem,
35
através da aquisição de flotadores, depositando a menor quantidade possível
de resíduos no meio ambiente.
Assim, regularizados, a empresa volta a exportar, trazendo um
crescimento imensurável para a empresa, bem como para os habitantes da
cidade.
1.7
Missão
A empresa Frigorífico Avícola Guarantã tem como missão gerar lucros,
empregos e contribuir com a parte social.
1.8
Visão
O frigorífico tem como objetivo alcançar ao mercado externo, visando
obter uma perspectiva maior de mercado.
Os principais valores que a empresa agrega são: honestidade,
dignidade, responsabilidade, contribuição social e geração de empregos.
36
CAPÍTULO II
PROGRAMA 5S
2
ORIGEM
O Programa 5S originou-se no Japão, no início da década de 50, após a
Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de reorganizar o país. Não há uma
real origem do 5S, mas, historicamente, foi criado pelo Dr. Kaoru Ishikawa,
engenheiro químico japonês e principal pregador dos conceitos de Qualidade
Total. (RIBEIRO, 2006).
O Programa 5S é uma das ferramentas para um ambiente de Qualidade
Total, que visa à disciplina de hábitos saudáveis, pois em um mundo
globalizado onde as organizações, de certa forma, são obrigadas a reverem
sua postura, o 5S é uma necessidade no dia-a-dia das empresas, uma vez que
pode
proporcionar
resultados
extraordinários,
se
praticados
com
responsabilidade.
2.1 Conhecendo o 5S
Segundo Ribeiro (2006), algumas empresas passam a conhecer o
Programa 5S por meio de palestras, seminários, eventos, congressos, revistas,
jornais, sugestões de auditores ou consultores sobre o Programa de
Qualidade.
A impressão de quem tem um contato com o 5S é que se trata de um
programa de ordem de limpeza, ou seja, 5S como uma ferramenta voltada para
o embelezamento do local de trabalho, o que parece ser uma coisa boa, mas
que não traz nenhuma importância para a empresa, pois muitos ainda
desconhecem a importância da prática do 5S que, como foi citado, traz ótimos
37
resultados, uma vez que o desenvolvimento do programa dependerá da
participação de todos no processo.
Conforme Ribeiro (2006), o 5S pode ser utilizado em grandes
corporações,
micro
e
pequenas
organizações,
instituição
de
ensino,
organizações públicas e na sociedade.
2.2 Denominação do 5S
O 5S também conhecido como cinco sensos derivam-se de cinco
palavras japonesas iniciadas com a letra S, que segundo Ribeiro (2006) são:
Organização
SEIRI
SEITON
Ordenação
SEISO
SEIKETSU
SHITSUKE
Organizar os objetos necessários dos desnecessários.
Organizar para facilitar o acesso.
Limpeza
Saber zelar pelos recursos e pelas instalações.
Saúde e
É ter higiene no local de trabalho e regras de
padronização
Autodisciplina
convivência.
Cumprir
rigorosamente
as
normas,
regras
e
procedimentos.
Fonte: Ribeiro, 2006, p.17.
Quadro 1 – Os cinco sensos
2.2.1 SEIRI – organização
Tem como objetivo organizar os objetos necessários dos que não são
necessários, dando a cada um deles o destino adequado. É o senso do
descarte, mas precisa-se tomar cuidado com o que vai ser descartado para não
perder informações e documentos importantes.
Conforme Osada (2004) deve-se também dar atenção especial aos
equipamentos que não funcionam corretamente para evitar prejuízos futuros ou
desnecessários.
38
Há tendência de acumular diversas inutilidades que acabam por ocupar
espaço e tempo e, quando se dá conta, as gavetas estão desorganizadas, as
coisas que são procuradas são difíceis de serem encontradas. Por isso é
preciso deixar o necessário para a execução do trabalho.
2.2.1.1 Como eliminar o desnecessário
Essa tarefa compreende a seguinte seqüência, segundo Osada (2004),
definir o objetivo e o alvo da operação (locais de trabalho); preparar-se; ensinar
as pessoas a reconhecerem o que é desnecessário; quantificar e avaliar; e
fazer a inspeção e avaliação gerencial, bem como fornecer indicadores de
como fazer um trabalho melhor da próxima vez.
2.2.1.1.1 Definir os objetivos e o alvo da operação
É difícil identificar o que é desnecessário, por isso é bom decidir antes o
que vai ser jogado, como por exemplo, guardar apenas uma caixa de cada
coisa a ser usado, classificar os objetos em lugares de fácil acesso de acordo
com a necessidade de uso.
Item
Objetos usados
Freqüentemente
Objetos usados
Constantemente
Objetos usados
Esporadicamente
Arquivos
Estocagem
Em local de fácil acesso.
Em local onde possa ser facilmente retirado se precisar usá-lo.
Certifique-se de colocá-los novamente no seu local de origem, ou
seja, classificando por ordem alfabética ou por cores.
Numerados e codificados por cor ou por ordem também.
Fonte: Osada, 2004, p. 48.
Quadro 2 – Como estocar os objetos a serem usados
39
2.2.1.1.2 Prepare-se
É importante considerar as seguintes perguntas:
a) quem vai fazer o que?
b) Como?
c) Onde?
d) Por quê?
e) Quando?
2.2.1.1.3 Ensinar as pessoas a reconhecerem o que é desnecessário
Há vários lugares em que as coisas se acumulam, como por exemplo,
nos cantos e corredores, nos fundos das prateleiras e armários, debaixo das
máquinas e, muitas vezes, encontram-se objetos caídos, peças quebradas e
até peças que não estão mais em uso.
2.2.1.1.4 Quantificar e avaliar
É importante avaliar tudo que foi jogado fora, bem como manter sempre
um registro do que foi descartado, quando foi descartado.
2.2.1.1.5 Fazer a inspeção e a avaliação gerencial bem como oferecer
indicadores
Nessa fase, a gerência deve visitar a empresa, avaliar os progressos e
dar conselhos sobre o que mais poderia ser feito, para avaliar como anda a
implantação do programa.
40
Grau de Necessidade (Freqüência de Uso)
Coisas que não foram usadas no ano
Baixo
passado, coisas que foram usadas apenas
uma vez nos últimos 6-12 meses.
Coisas que foram usadas apenas uma vez nos
Médio
últimos 2-6 meses, coisas utilizadas mais de
uma vez por mês.
Alto
Coisas usadas uma vez por semana, todos os
dias e usadas de hora em hora.
Método de Estocagem
Eliminar e estocá-las em local
afastado
Estocá-las num lugar central no
local de trabalho
Estocar próximo ao local de
trabalho ou carregadas com o
funcionário.
Fonte: Osada, 2004, p. 47
Quadro 3 – O ponto-chave da organização
2.2.1.2 As principais vantagens do SEIRI
De acordo com Osada (2004), as principais vantagens do SEIRI são:
a) conseguir liberação de espaço;
b) eliminar ferramentas, armários, prateleiras e materiais em excesso; e
c) eliminar itens fora de uso.
2.2.2 SEITON – ordenação
Depois de organizar, deve-se iniciar as atividades de ordenar e arrumar
as coisas necessárias que sobraram. Os materiais devem ser colocados de
forma bem dispostas, etiquetadas e em local de fácil acesso.
Existem
vários
exemplos
de
organização
e
arrumação.
O
estacionamento é um deles, os carros são estacionados de modo que qualquer
um deles possa ser movimentado quando necessário. Ou, já imagine ir a um
supermercado que não separa produtos por departamento ou seção.
“Não é difícil visualizar e avaliar o conceito. Difícil é colocá-lo em
prática.” (OSADA, 2004, p 71).
41
Contudo, deixa de ser difícil se três regras simples forem seguidas:
a) ter um lugar para cada coisa: é importante definir critérios senão as
pessoas não lembrarão onde estarão as coisas;
b) ter como guardar as coisas: elas devem ser guardadas em locais
onde possam ser encontradas facilmente; e
c) seguir as regras de arrumação: colocar as coisas sempre no seu
devido lugar. O sucesso da organização e da arrumação dependerá
da disposição em praticar.
Conforme Silva (1996), os benefícios para o SEITON são:
a) economia de tempo;
b) melhoria do fluxo de pessoas e materiais;
c) rapidez e facilidade para encontrar documentos;
d) diminuição do cansaço físico por movimentação desnecessária; e
e) diminuição do estresse por buscas mal sucedidas.
2.2.3 SEISO – limpeza
Deve-se limpar a área de trabalho e analisar as rotinas que geram
sujeira. Antigamente não havia grandes estoques, por isso, as máquinas e
ferramentas ficavam limpas. Com o passar do tempo as pessoas adotaram
uma atitude despreocupada em relação aos equipamentos, começaram a
achar que seria mais barato comprar um equipamento novo, do que consertar
um velho. Para fazer acontecer esse S na organização é necessário
estabelecer horário para que todos, juntos, façam suas limpezas durante
alguns minutos diários, para que possam ajudar uns aos outros.
De acordo com Silva (1996), os benefícios da limpeza são:
a) sentimento de bem-estar dos empregados;
b) prevenção de acidentes; e
c) preservação dos equipamentos.
“O zelo pelos recursos e pelas instalações é conseguido mediante
atividades de limpeza, pois é a partir delas que as pessoas passam a ter um
reconhecimento de seu ambiente”. (RIBEIRO, 2006, p. 24).
42
Há um juramento do 5S, que segundo Osada (2004) é:
a) não sujarei as coisas;
b) não derramarei líquidos;
c) não espalharei as coisas;
d) limparei tudo imediatamente;
e) recolocarei no seu lugar coisas que tiverem caído.
Dentre as vantagens do SEISO, Osada (2004) destaca:
a) não desperdiçar materiais;
b) deixar limpo banheiros e outros recintos limpos após o uso;
c) melhorar o local de trabalho;
d) incentivar os empregados a trabalhar em ambiente limpo; e
e) eliminar o desperdício.
Conforme Ribeiro (2006), quando uma organização desenvolve o SEISO
no ambiente de trabalho, preocupa-se somente com a sujeira material, como
poeira, restos de materiais, pedaços de papel e materiais descartáveis, mas,
deve tratar a sujeira como agentes que agridem o meio ambiente, trazendo
como conseqüência uma degradação do homem e das coisas que o cercam.
Alguns exemplos de sujeira e suas conseqüências foram citados por
Ribeiro (2006):
a) pouca iluminação: perda da capacidade visual ao longo do tempo;
b) ruído: dificuldade de distinção de sons, perda da audição; e
c) pó e poeira: doenças crônicas e respiratórias e enclausuramento das
coisas.
2.2.4 SEIKETSU – saúde e padronização
Para que todos façam as coisas certas, é importante padronizar, e
também ter o senso de saúde que, segundo a Organização Mundial da Saúde
é um estado de completo bem- estar físico, mental e social.
Portanto, é preciso manter condições favoráveis no ambiente de
trabalho, uma vez que as pessoas devem se conscientizar que passam a maior
parte do tempo trabalhando.
43
Excesso de
materiais,
má ordenação e
sujeira são,
reconhecidamente, causas de acidentes no trabalho e estresse.
Combater essas causas já significa uma grande iniciativa para
conservar a vida da empresa e dos empregados em boas condições
(SILVA, 1996, p. 50).
Contudo, devem-se manter as coisas organizadas, arrumadas e limpas,
incluindo aspectos pessoais e relacionados à poluição, porém, as organizações
precisam rever sua postura em relação ao meio ambiente, manter sempre o
ambiente de trabalho favorável à saúde e higiene.
As principais atividades do SEIKETSU, segundo Ribeiro (2006) são:
a) criação de padrões de identificação, sinalização e pintura;
b) criação de regras de convivência;
c) criação de padrões visuais de ordenação;
d) criação de padrões visuais de limpeza;
e) realização de campanhas voltadas para a saúde física e mental;
f) instalação de música ambiente;
g) criação de áreas de lazer; e
h) aplicação de exercícios de relaxamento físico e mental.
2.2.5 SHITSUKE – autodisciplina
O Programa 5S visa à formação de hábitos saudáveis e para adquirir
esses hábitos é preciso ter disciplina. “Disciplina é conseguir que as pessoas
façam a coisa certa naturalmente.” (OSADA, 2004, p. 15).
Nessa fase é avaliado o comprometimento de todos os envolvidos no
programa, uma vez que o Programa 5S não pode ter sucesso sem disciplina.
Se nessa fase do programa a organização obteve sucesso, significa que todos
envolvidos tiveram a consciência sobre o programa da qualidade. Deve-se
lembrar que hábitos saudáveis não devem ser praticados somente no ambiente
de trabalho, mas também na vida pessoal. Se a empresa conseguir implantar o
5S, consegue implantar qualquer sistema, pois o mesmo é de compreensão
fácil, mas exige responsabilidade e interesse por parte de todos.
44
O Shitsuke é o cumprimento rigoroso daquilo que for estabelecido
entre as pessoas (regras de convivência), bem como das normas e
procedimentos vigentes, sem necessitar monitoramento, é uma
atitude de respeito ao próximo (RIBEIRO, 2006, p. 186).
Segundo Ribeiro (2006), há críticas sobre o porquê esse S ser o último
do programa, já que se torna impossível o desenvolvimento dos outros S sem
que haja disciplina. Evidentemente, essa crítica faz sentido, se for entendida
dessa forma, porém, ele é o último, pois sua prática só ocorre quando os outros
(SEIRI, SEITON, SEISO e SEIKETSU), forem definidos e consolidados, para
que o cumprimento seja rigoroso.
Como vantagens, Osada (2004) aponta:
a) trabalho diário agradável;
b) melhoria nas relações humanas;
c) valorização do ser humano;
d) melhor qualidade e produtividade;
e) pontualidade; e
f) cumprimento dos procedimentos operacionais e administrativos.
2.3 Objetivos gerais
As empresas que desejam melhoria de qualidade têm que começar o 5S
pelos aspectos básicos, afirma Osada (2004), cujos objetivos são:
a) melhoria do ambiente de trabalho;
b) incentivo à criatividade;
c) redução de custos;
d) eliminação de desperdício;
e) desenvolvimento de trabalho em equipe;
f) melhoria das relações humanas; e
g) melhoria da qualidade de produtos e serviços.
2.4 Benefícios do 5S
45
De acordo com Ribeiro (2006), muitos são os benefícios com o
Programa 5S. Um deles é que ele é introduzido como base para outras
ferramentas, como fazer melhorias na produção (novos equipamentos),
manutenção, qualidade (ISO 9000), recursos humanos, higiene, segurança
(ISO18001) e meio ambiente (ISO14000). Benefícios que alguns programas de
qualidade contribuem para o 5S:
FERRAMENTAS
CONTRIBUIÇÕES DIRETAS DO 5S
Aspectos físicos (SEIRI, SEITON, SEISO),
Qualidade Total
padronização
(SEIKETSU)
e
aspecto
comportamental (SHITSUKE).
Manutenção Produtiva Total
Just-in-Time (Sistema de Produção Puxada)
Kaizen (Melhoria Contínua)
Limpeza como inspeção, aumentando a
performance do equipamento (SEISO).
Combate ao desperdício, ter e usar somente
o necessário (SEIRI).
Postura crítica e proativa (SHITSUKE)
Conservação
identificação,
ISO 9000 (Sistema de Gestão da
Qualidade)
dos
recursos
sinalização,
(SEIRI),
manuseio
(SEITON), ambiente adequado a qualidade
(SEISO),
procedimentos
cumprimento
aos
(SEIKETSU)
e
procedimentos
(SHITSUKE).
ISO 14000 (Sistema de Gestão Ambiental)
Redução do consumo e reutilização (SEIRI).
Fonte: Ribeiro, 2006, p. 26.
Quadro 4 – Contribuições para o 5S
2.5 Os custos do 5S
Segundo Ribeiro (2006), os custos do 5S têm sido uma preocupação
das organizações e os principais são:
a) consultoria;
b) treinamentos;
46
c) divulgação (faixas, cartazes, filmes, fotografias, camisas, bonés e
outdoors);
d) material didático (livros, cartilhas e apostilas; e
e) prêmios para os que se destacam no Programa 5S (medalhas,
viagens e troféus).
É importante não confundir operacionalidade e conforto com luxo,
embora algumas empresas aproveitassem o clima 5S para fazerem reformas,
comprar máquinas e trocar móveis. Portanto, não deve haver precipitação em
querer desenvolver o 5S em pouco tempo, investindo muito dinheiro. A
empresa tem de entender que o 5S não é comprado, mas sim desenvolvido.
2.6 5S em escritórios
O 5S no escritório é fundamental, assim como numa fábrica, a diferença
é que a fábrica trabalha com objetos e o escritório com informações,
informações estas que precisam ser gerenciadas de forma clara e precisa, por
exemplo, o contador de uma empresa precisa demonstrar o balanço da
empresa para a gerência, de forma que eles entendam as informações nele
contidas, para saberem onde a empresa está sendo levada. Contudo, o
escritório precisa do 5S para evitar erros e manter as coisas em perfeito
funcionamento.
O 5S no escritório tem como objetivo aumentar a eficiência e garantir
qualidade para que qualquer pessoa possa fazer o trabalho e entender o que
está sendo feito, afirma Osada (2004).
2.6.1 Principais atividades no escritório
Para Ribeiro (2006), as principais atividades do 5S nos escritórios são:
a) reduzir
o
número
desnecessário;
de
livros,
formulários,
para
eliminar
o
47
b) livrar-se de todos os documentos, arquivos, materiais, a fim de
descobrir uma forma para guardar as coisas, pois as pessoas
precisam ser capazes de pegar qualquer documento em 30
segundos;
c) substituir o trabalho individual por trabalho em equipe; e
d) buscar um local de trabalho limpo e arrumado, pois o escritório é o
primeiro lugar onde os visitantes têm o primeiro e é responsável pela
boa impressão.
Os benefícios resultantes da arrumação são ainda mais importantes.
Todos saberão onde as coisas estão. Terão acesso às informações.
E um escritório arrumado aumenta a pressão para que as pessoas
mantenham as coisas simples e terminem cada tarefa que surgir, ao
invés de acumulá-las em uma montanha de tarefas para fazer depois
(OSADA, 2004, p. 172).
2.7 Implantação do 5S
Segundo Ribeiro (2006), as etapas de implantação do 5S variam de
organização para organização, tudo depende da região onde se encontra e do
seu porte. O primeiro passo é dar um nome ao programa, que fica a critério de
cada organização. Feito isso, analisar-se-á como será implantado cada S. O
correto é começar pelos três primeiros (SEIRI, SEITON e SEISO), pois eles
são praticados simultaneamente, onde são retirados os materiais e descartado
desnecessário (SEIRI), depois é feita uma limpeza (SEISO) no compartimento
que ficar definido uma forma ordenada (SEITON) para o acesso.
Os dois últimos S são relacionados aos valores da pessoa, que são
desenvolvidos pelos três primeiros.
O segundo passo seria elaborar um plano, que segundo Silva (1996),
deve:
a) ter em mente os objetos a atingir;
b) ter conhecimento sobre o assunto através de palestras, materiais
didáticos e cursos;
c) relacionar todas as idéias e sugestões dos colaboradores;
48
d) analisar as idéias e eliminar aquelas que não forem adequadas;
e) definir uma forma de avaliação dos resultados; e
f) esclarecer todas as dúvidas em relação ao plano.
É necessário que, na implantação do Programa 5S, todos os
colaboradores se sensibilizem e tenham conhecimento sobre o assunto, pois
se não tiver consciência de cada um não dará certo. Por isso, é necessário que
a organização faça treinamentos que sensibilizem as pessoas para depois
lançar o 5S na empresa.
Geralmente, a sensibilização das pessoas é feita através de uma
apresentação por um profissional, isso pode ser feito através de palestras que
ofereça tudo sobre o assunto, como: fundamentos do 5S, benefícios,
resultados de outras organizações, causas de sucesso e fracasso.
De acordo com Ribeiro (2006), é necessário que haja um comitê do 5S,
onde as pessoas responsáveis pela sua implantação motivem continuamente:
a) o desenvolvimento de treinamentos;
b) a agenda de treinamentos: datas, locais e instrutores;
c) a criação de faixas e cartazes;
d) a lista dos locais de trabalho de cada área, com o objetivo de garantir
que todos os locais sejam visitados pelos auditores;
e) a realização de eventos relacionados ao 5S;
f) a entrega de prêmios para o colaborador que tiver interagido mais ao
assunto; e
g) estimular reuniões relâmpago com a equipe.
Na organização, há diferentes pessoas de diferentes perfis, por isso
existem algumas estratégias para comprometer as pessoas na implantação do
Programa 5S.
Continua
Perfil dos participantes
Alta Direção
Média Gerência e Pessoal
Administrativo
Metodologia utilizada
Palestra por especialista no assunto e reunião.
Palestra ou curso ministrado por especialista no assunto,
dando exemplos e mostrando fotos.
Curso, linguagem mais emocional, como filmes, fotos da
Operacional
situação, fotos do antes e depois, oferecer cartilhas em
quadrinhos, realização de gincanas com premiação.
49
Conclusão
Curso intensivo, linguagem técnica (aprofundamento dos
Comitê do 5S
conceitos, estratégias de implantação, visão do 5S), visitas
a outras organizações e oferecimento de livros.
Curso intensivo, linguagem técnica (aprofundamento dos
Auditores do 5S
conceitos, estratégias de implantação, visão do 5S), visitas
a outras organizações e oferecimento de livros.
Fonte: Ribeiro, 2006, p. 70.
Quadro 5 – Sugestões de estratégias de comunicação para diferentes perfis
2.7.1 Dificuldades durante a Implantação
Muitas vezes a metodologia do 5S é conhecida como a atividade de
ordem e limpeza. Apesar de ser um programa simples e fácil, também tem
suas dificuldades.
Para
Ribeiro
(2006),
conhecer
essas
dificuldades
possibilita
a
organização fazer um planejamento mais realista do programa. Algumas das
dificuldades durante a implantação, segundo o autor Ribeiro (2006) são
abordadas a seguir:
2.7.1.1 Dificuldades para comprometer as pessoas que trabalham em turno
Muitas organizações trabalham em turnos, uns no período diurno e
outros no período noturno. É comum existir rixas entres os grupos ou entre os
turnos, pois cada grupo se acha melhor que o outro.
Nesse caso, a melhor estratégia é aproveitar essa rixa, criando uma
sadia e discreta concorrência entre os grupos, porém é importante estabelecer
metas e objetivos.
2.7.1.2 Dificuldades para as pessoas entenderem o que é realmente os 5S
50
Segundo Ribeiro (2006), o entendimento só ocorrerá quando a
organização trabalhar de forma sistemática todos os S. Isso só será possível
após se consolidarem os três primeiros S. Muitas organizações não chegam a
esse estágio de implantação dos três primeiros S, muitas vezes, porque a
implantação é mal feita. Vários líderes acreditam serem suficientes os 3
primeiros S, sendo que os dois últimos são fundamentais para a manutenção
dos três primeiros, além de levar o ambiente e o comportamento das pessoas a
um nível de excelência.
2.7.1.3 Dificuldades para implantar os 5S em toda organização ao mesmo
tempo
É importante que o 5S seja implantado simultaneamente em todas as
partes da organização, pelos seguintes motivos, segundo Ribeiro (2006):
a) por se tratar de um processo educacional, não é justo que apenas
algumas
instalações
ou
equipes
terem
a
oportunidade
de
praticá-lo;
b) enquanto a instalação que está implantando os 5S passa a ter
incremento de eficiência, a organização perderia a oportunidade de
ampliá-lo imediatamente; e
c) a organização deve mostrar que o seu interesse é na educação das
pessoas e não apenas nos ganhos de produtividade.
2.7.1.4 Dificuldades em tratar os 5S como um processo estratégico
Muitas organizações já possuem o planejamento estratégico. Os 5S
também devem fazer parte desse processo. Quando tratado como um
processo estratégico, as pessoas passam a encarar o 5S como outra
ferramenta prioritária que definirá a sobrevivência da empresa e com isso o 5S
passará a ter mais credibilidade e comprometimento de todos os níveis.
51
2.7.1.5 Dificuldade em conciliar o 5S com o trabalho do dia-a-dia
Quando uma organização está implantando os 5S, muitas pessoas
questionam a falta de tempo em colocar em prática os conceitos, pois já se
encontram com muito trabalho do dia-a-dia.
Muitas pessoas esperam sobrar um tempo para desenvolver o 5S,
porém, ele deve fazer parte da rotina da empresa, da mesma forma como
acontece com as outras atividades.
Conforme as pessoas praticam os 5S, sobra mais tempo para outras
atividades, pois boa parte do tempo que se perde é em função de um ambiente
desorganizado, desarrumado, sujo e de indisciplina.
2.8 Auditoria do 5S
Esse tema tem sido indispensável para a manutenção do 5S, pois é
onde são discutidos todos os passos do programa, com o propósito de alcançar
várias idéias e com isso proporcionar o sucesso da organização.
Os principais objetivos de uma auditoria do 5S, segundo RIBEIRO
(2006) são:
a) servir como retorno para avaliação do plano de implantação;
b) medir o padrão atual do 5S para posteriormente avaliar sua
evolução;
c) verificar o padrão atual do 5S para comparar à meta estabelecida;
d) servir como ferramenta de promoção contínua do 5S;
e) comparar a evolução do processo do 5S por toda a organização; e
f) verificar o estágio de consolidação da implantação do 5S.
Um dos problemas encontrados nas auditorias é a falta de entendimento
dos próprios auditores, pois, desconhecem o verdadeiro conceito que se aplica
à palavra 5S e, com isso, acabam por cometer algumas falhas.
A falha mais freqüente segundo Ribeiro (2006) é a preocupação com a
parte de estética do ambiente em vez de se preocupar com a funcionalidade.
52
Problema Aparente
Comentários
Apontado pelo Auditor do 5S
Recursos Velhos ou Antigos
Algo Feio
Papel Espalhado na Mesa
Falta de Identificação ou
Sinalização
Sujeira Momentânea
Sujeira em locais de difícil
acesso
Não é problema se são utilizados e estão em boas condições
de uso (cumpre plenamente sua função)
Feio para quem? O 5S não tem preocupação com a estética,
mas com sua funcionalidade.
Não é problema, se está sendo utilizado e é de fácil aceso
pelo usuário.
Não é problema, se a identificação ou sinalização não
facilitaria em nada o acesso ao possível recurso ambiente.
Não é problema, quando é decorrente de uma atividade
geradora de sujeira, a qual não foi concluída.
Não é problema, quando não gera riscos e está dentro de um
período definido para a limpeza.
Fonte: Ribeiro, 2006, p. 202.
Quadro 6 – Alguns exemplos de falhas mais freqüentes com a interpretação
dos 5S
Ribeiro (2006), a firma que a sugestão para esse problema é o
treinamento adequado dos conceitos dos 5S para os profissionais da área.
53
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3
INTRODUÇÃO
O Programa 5S foi desenvolvido no Japão, após a Segunda Guerra
Mundial, com o objetivo de reorganizar o país, limpando as ruas e mantendo a
organização das fábricas. Já no Brasil, houve uma tentativa de implantação na
década de 1970, mas, devido a não preocupação com a Qualidade Total
não obteve êxito. Três décadas depois, foi trazido para o Brasil o livro do
professor Takashi Osada, o qual foi aceito devido à conscientização sobre a
necessidade da Qualidade Total, tanto do produto, quanto do ambiente.
(OSADA, 2004).
Com o objetivo de demonstrar a importância e os benefícios que o
Programa 5S proporciona ao processo produtivo, foi realizada uma pesquisa no
Frigorífico Avícola Guarantã no período de fevereiro a outubro de 2008.
Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes métodos e
técnicas:
Métodos:
Estudo de Caso: foi realizado um estudo de caso no Frigorífico Avícola
Guarantã, verificando a importância e os benefícios do Programa 5S na
organização do processo produtivo. Foram entrevistados os seguintes
profissionais: proprietária, supervisora do Controle de Qualidade Total e
colaborador.
Observação Sistemática: foi observado, analisado e acompanhado todo
o processo de futura implantação e manutenção do Programa 5S, no setor
produtivo, verificando os benefícios a serem alcançados. As informações
obtidas sustentaram o estudo de caso.
54
Histórico: através desse método foram observados os dados e a
evolução histórica da empresa desde a sua constituição até os dias atuais,
buscando demonstrar os benefícios a serem alcançados com a utilização do
Programa 5S no setor produtivo.
Técnicas:
Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);
Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);
Roteiro do Histórico do Frigorífico Avícola Guarantã (Apêndice C);
Roteiro de entrevista para a Proprietária (Apêndice D);
Roteiro de entrevista para a Supervisora do Controle de Qualidade Total
(Apêndice E);
Roteiro de entrevista para o colaborador da empresa (Apêndice F).
Outros registros: serão usados, como materiais ilustrativos.
Segue relato e discussão da pesquisa.
3.1 Relato e discussão sobre o Programa 5S no Frigorífico Avícola Guarantã
3.1.1 A implantação do Programa 5S
Através dos conhecimentos adquiridos em pesquisa, nota-se a
importância do Programa 5S para o processo produtivo. A implantação poderá
acarretar algumas rejeições que, através de conscientização, serão banidas.
Para que haja um bom rendimento na implantação, serão necessários
cursos preparatórios, palestras que alertem sobre a necessidade do programa
e, finalmente, após implantação, manter a disciplina, para que se dê
continuidade ao que foi conquistado.
3.1.2 Descrição do processo produtivo
55
3.1.2.1 Setor de descanso das aves
As aves chegam ao Frigorífico Avícola Guarantã, através de um
caminhão, as quais são pesadas, para o controle interno da empresa.
Terminado esse processo, seguem para o setor de descanso, onde
permanecem embaixo de alguns ventiladores e recebem um jato de água para
se manterem calmas.
Nesse setor nota-se a presença do segundo senso, o de ordenação
(SEITON), onde as caixas são devidamente empilhadas, facilitando o acesso
para a plataforma de desembarque.
Segundo Silva (1996), o senso de ordenação (SEITON), refere-se à
disposição sistemática dos objetos e dos dados, facilitando o acesso rápido aos
objetos e também melhorando o fluxo de pessoas.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008
Figura 16 – Descanso das aves
3.1.2.2 Plataforma de desembarque de frangos
O caminhão é preparado para descarregar e as caixas são retiradas
manualmente do veículo e colocadas uma a uma na esteira.
56
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 17 – Plataforma de desembarque
As caixas seguem pela esteira e passam por um chuveiro onde são
lavadas. Na saída da esteira, um colaborador pega as caixas lavadas e
armazenadas para, novamente, serem carregadas. Os frangos são pendurados
manualmente pelos pés, na linha de produção, passam por um túnel onde
recebem um choque de aproximadamente 60 watts, em seguida, passam pelo
sangrador, onde uma serra corta o pescoço dos mesmos. Caso passe algum
frango ainda em movimento é feito o sangramento manual, seguindo as regras
do Serviço de Inspeção Federal (SIF) onde é necessário que haja uma sangria
de três minutos.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 18 – Sangria
57
Nesse processo será utilizado o senso de ordenação (SEITON) e o
senso de limpeza (SEISO), pois as caixas deverão voltar limpas e ordenadas,
para que possam ser reutilizadas.
Conforme Osada (2004), o senso de ordenação (SEITON) é arrumar as
coisas necessárias que sobraram. Os materiais devem ser colocados de forma
bem disposta e de fácil acesso, e o senso de limpeza (SEISO), serve para
eliminar toda a sujeira e verificar se é a rotina que gera sujeira.
O senso de saúde e padronização (SEIKETSU) também deve ser
utilizado, pois a falta de higiene pode causar danos ao produto e aos próprios
funcionários.
Portanto, se faz necessário manter condições favoráveis no ambiente de
trabalho, uma vez que as pessoas devem se conscientizar que passam a maior
parte do tempo no trabalho e isto trará benefícios a si próprios e à
empresa.
Osada (2004) enfatiza que para fazer a coisa certa tem que padronizar,
para isso, utiliza o senso de saúde e padronização (SEIKETSU) mantendo as
coisas organizadas e limpas, lembrando que o colaborador passa a maior parte
do tempo no ambiente de trabalho.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 19 – Esteira
3.1.2.3 Escaldagem e depilação
58
O frango continua na mesma linha e é colocado no escaldador em uma
temperatura de 58 a 60 graus. São escaldados cerca de 50 frangos de cada
vez.
Para que o processo seja completo o frango passa por duas
depenadeiras. A primeira tira todo o grosso das penas e a segunda tira as
penas residuais. O frango é passado para outra linha, onde o depilador tira a
película amarela de seu pé.
O primeiro senso a ser utilizado nesse setor, bem como em todos os
outros, é o senso de saúde e padronização (SEIKETSU), porque o ambiente
deve ser favorável ao desenvolvimento do processo e isso deverá ser
observado e cobrado por todos os colaboradores.
Silva (1996), afirma que o senso de saúde e padronização (SEIKETSU),
refere-se à preocupação com a própria saúde, nos níveis físico, mental e
emocional. Portanto, além de exercer os três primeiros sensos, de forma a
melhorar o ambiente de trabalho, a pessoa deve ter a plena consciência dos
outros aspectos que afetam a saúde.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 20 – Escaldagem e depilação
3.1.2.4 Evisceração
Existe nesse setor um chuveiro que retira todos os resíduos ainda
existentes no produto. Em seguida, é retirado o papo e o frango é pendurado
59
pelos dois pés para que seja extraída a croaca e para que seja efetuado um
corte em seu abdômen por onde serão retiradas as vísceras.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 21 – Evisceração
Terminando esse processo, o frango passa pela vistoria do Serviço de
Inspeção Federal (SIF), onde é analisado para saber se tem condições de
consumo ou se tem alguma doença que impossibilite a sua comercialização.
Não sendo constatada nenhuma restrição, retira-se o coração e o fígado,
seguindo para as canaletas distintas.
Puxando o papo, por dentro da carcaça, pode ser retirada também a
moela. O papo, mais conhecido como cordão, e as vísceras, são enviados para
a graxaria e transformados em ração.
O pulmão é retirado por duas máquinas, através de um processo de
sucção. Se o pulmão não for retirado, ele pode fermentar e estragar o
produto.
Um colaborador desencaixa a cabeça do frango, da linha de produção,
que segue de cabeça para baixo; passa por um chuveiro e, em seguida,
pela serra que corta a cabeça; segue na mesma linha de produção onde,
posteriormente, serão retirados seus pés, caindo, assim, dentro de um
pré-chiler com água numa temperatura de 16ºC e, posteriormente, passa
por um chiler com água gelada e clorada, onde o cloro não poderá ultrapassar
6%.
60
Ainda nesse processo é feita a evisceração dos miúdos, onde a moela já
limpa é colocada em uma canaleta, caindo dentro de um chiler. Para o fígado e
o coração existem mini-chileres, separados com água. Os pés seguem, ainda
pendurados, na linha de produção e são colocados em um pré-chiler com água
gelada.
O fígado, a moela, a cabeça e o pé vão para a máquina de miúdos, para
serem embalados e colocados dentro do frango.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantâ, 2008.
Figura 22 – Chiler
Nesse setor, o mais importante é o senso de saúde e padronização
(SHITSUKE), isso é manter a ordem, pois os padrões são imprescindíveis para
manter a qualidade do produto, por isso, a disciplina é fundamental.
3.1.2.5 Corte
O funcionário coloca o frango na linha, preso por uma perna só ou pelo
pescoço. É feito o corte da asa, da coxa e do peito. O dorso é enviado para a
graxaria. A embalagem é feita de cada parte separada, coxa com coxa, peito
com peito e asa com asa, após, a embalagem é grampeada e vai para
61
pesagem, onde é lacrada com 18 kg. Após atingir o peso ideal, vai para um
carrinho que transporta o produto até o túnel onde serão refrigerados.
Para que este setor funcione adequadamente, bem como os outros
setores do frigorífico, é preciso que a saúde física e mental dos colaboradores
esteja em dia, assim, ocorrerá o uso também dos três primeiros sensos:
organização (SEIRI), ordenação (SEITON) e limpeza (SEISO).
Conforme Hirano (1994), o senso de organização (SEIRI) começa
quando, depois de eliminar os itens desnecessários, se limpa os locais sujos e
os espaços vazios de onde os itens desnecessários foram retirados. O senso
de ordenação (SEITON) é deixar os objetos de trabalho em fácil acesso aos
funcionários. O senso de limpeza (SEISO) tem o objetivo de livrar-se de toda a
poeira, sujeira e manter o local de trabalho impecável.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 23 – Corte
3.1.2.6 Embalagem
O processo de embalagem ocorre primeiramente com a retirada do
frango do chiler e a pendura por uma perna só. Conforme exigências do
Serviço de Inspeção Federal (SIF), o frango deve ficar pendurado, durante
quatro minutos, para que haja o escoamento da água. Logo após, os miúdos
são recolocados nos frangos que seguem por uma esteira e passam por dentro
62
de um túnel que faz a embalagem dos mesmos. Então vai para outra esteira
que grampeia a embalagem para fechar. Continua na esteira e vão para as
caixas de papelão, onde serão pesados. O peso das caixas varia entre 20 e 24
kg, sem ou com a caixa. Após, continuam na mesma esteira até chegarem à
raque, onde se acumulam 42 caixas que irão para o túnel a fim de serem
refrigerados.
O sucesso do Programa 5S depende da colaboração de todos,
principalmente o de limpeza (SEISO), que é essencial em todos os setores do
frigorífico, pois traz benefícios pessoais e para a empresa.
De acordo com Silva (1996), o senso de limpeza (SEISO), deve ser
efetuado por cada pessoa, limpando a sua própria área de trabalho e,
sobretudo, ser conscientizada para as vantagens de não sujar.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 24 – Embalagem
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 25 – Embalagem de frango congelado e temperado
63
3.1.2.7 Câmara fria
A câmara fria permanece em uma temperatura de 30 graus. Depois de
enchê-la com as raques, todos os túneis de refrigeração são delas retirados e,
também, das caixas de papelão, que recebem um plástico contrátil e vão
passando por uma máquina para serem seladas, saindo através de um palete
que distribui para à câmara fria. Os cortes e os frangos inteiros são retirados
separadamente.
O próximo passo é o carregamento que varia entre 25 a 40 mil quilos. O
requisito essencial para este setor será a ordenação (SEITON). É necessário
que tudo esteja em seu devido lugar, de certa forma que aperfeiçoe o
processo, economizando tempo e facilitando o trabalho dos colaboradores.
Fonte: Frigorífico Avícola Guarantã, 2008.
Figura 26 – Câmara fria
De acordo com Osada (2004), o senso de ordenação (SEITON), mantém
a ferramenta de trabalho de um modo organizado e de fácil acesso para todos.
3.1.2.8 Expedição
O gerente fica responsável pela escolha do transporte que será utilizado,
64
sendo eles próprios ou terceirizados.
Para o mercado interno é utilizado o transporte rodoviário. Na saída do
produto final, são utilizados caminhões refrigerados para manter a temperatura
do produto. Para o mercado externo, será utilizado o transporte bimodal, via
caminhões, até a chegada ao porto e, posteriormente, através de navios.
3.2 Parecer final sobre o caso
Embora o Frigorífico Avícola Guarantã não utilize o Programa 5S de
maneira contínua e supervisionada, sugere-se a implantação de tal programa
de maneira sistemática e contínua, pois constatou-se, ao longo do estudo, que
o Programa 5S pode trazer benefícios e melhoria na qualidade já trabalhada
com outros sistemas.
Vale destacar que a empresa, por várias vezes, já iniciou a implantação
do Programa 5S, no entanto, não teve envolvimento, comprometimento e
supervisão necessária para que tal programa viesse a dar resultados
satisfatórios e rentáveis à organização.
Diante desse contexto, pode-se afirmar que a pergunta problema de que
a implantação do Programa 5S causa impacto nos programas de qualidade já
existentes, foi respondida, pois, o requisito necessário para o sucesso do
programa envolve tanto o ambiente como todos os colaboradores da
organização, bem como os programas de qualidade existentes para melhoria
no processo produtivo.
Quanto à resposta ao questionamento hipoteticamente levantado, de
que o sistema de qualidade no setor produtivo, bem como a implantação do
Programa 5S, causa impacto positivo ao sistema de qualidade já implantado,
foi comprovada, uma vez que o Programa 5S melhora não só as condições de
trabalho, mas cria um ambiente de qualidade estimulador para os
colaboradores que se comprometem com o programa e visualizam os
resultados conseguidos.
65
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Com base na pesquisa realizada no Frigorífico Avícola Guarantã e nas
referências utilizadas, nota-se a importância da implantação do Programa 5S
na empresa.
Contudo sugerem-se à empresa as seguintes propostas:
a) que haja conscientização do verdadeiro significado da palavra 5S,
por parte de diretores e colaboradores em geral, através da
realização de cursos e palestras, como forma de treinamento;
b) comprometimento de todos os envolvidos, realizando cada etapa
com responsabilidade, por meio de avaliação contínua do programa;
c) saber reconhecer sempre que uma etapa do 5S foi concluída, como
forma de motivação para os funcionários;
d) que o controle de qualidade da empresa possa realizar auditorias em
todos os setores da organização, não somente no período final, mas
sempre que possível; e
e) que tenha um supervisor para acompanhar e cobrar a implantação do
Programa 5S em cada etapa do processo produtivo.
66
CONCLUSÃO
Muito se ouve falar sobre a Qualidade Total nesse mercado altamente
competitivo, e a dúvida sempre questionada é: Como chegar a Qualidade
Total?
O Programa 5S é uma das ferramentas para atingir essa meta, pois
várias são as empresas que querem continuar no mercado. Contudo, é preciso
acompanhar as mudanças que ocorrem a todo tempo. Diante disso, as
empresas precisam buscar constantemente o aperfeiçoamento dessas
ferramentas da qualidade para obter sucesso.
O Programa 5S visa a um ambiente de trabalho mais organizado,
produtivo e com menos desperdício. O programa tem como objetivo obter a
Qualidade Total no setor produtivo, bem como nos demais setores da empresa,
uma vez que o 5S deverá passar por avaliações contínuas para não cair no
esquecimento. Deve-se ressaltar que o desenvolvimento do programa depende
de todos, desde a alta gerência até os faxineiros.
Foi comprovado, por estudos, que não existe resistência por parte dos
colaboradores em função da implantação do Programa 5S, o que facilita o
desenvolvimento desse processo.
Chega-se à conclusão de que a empresa estudada caminha no rumo
certo, pois a implantação do programa proporciona ganhos favoráveis para a
empresa e também para os funcionários, pois os 5S causam impacto no
comportamento das pessoas, fazendo-as adquirir hábitos saudáveis.
O trabalho proporcionou crescimento intelectual e profissional ao grupo e
o assunto não está esgotado, podendo outros acadêmicos aprofundá-lo e
redirecioná-lo. Tal tema é destinado a todos os estudantes dos Cursos de
Administração, Ciências Contábeis e áreas afins, bem como a todos os
profissionais que procuram melhoria de qualidade em seu ambiente de
trabalho, pois, o Programa 5S proporciona ganhos não só para a empresa, mas
para a comunidade em geral.
67
REFERÊNCIAS
AMARAL, N. Escravos da urgência: especialista em gestão do tempo ensina a
auto-organização para aumentar a produtividade. Empreendedor. São Paulo,
p, 34-37, out. 2007.
CAMPOS, V. F. TQC: o controle da qualidade total no estilo japonês. 7. ed.
Minas Gerais: IBMG, 2004.
FIACO, J. L. M. D. Programa 5S: o portal para o programa da qualidade.
Universidade Estadual de Goiás, Goiás, set. 2007. Disponível em:
<http://mail.mailig.ir.com.br>. Acesso em: 9 fev. 2008.
GODOY, C. P. H. M.; MATOS, K. K. Trabalhando com o 5s. Minas Gerais:
IBMG, 2004.
GUNSTON, B. Transporte: problemas e perspectivas. Lisboa: Verbo, 1972.
HILGEMANN, L. C. C.; CARDOSO, N. E. Não tenha medo do programa 5S.
Banas Qualidade, p. 60-63, maio, 2007.
HIRANO, H. 5s na prática. São Paulo: Instituto Imam, 1994.
MARTIN, F. C. et al. Qualidade total: implantação dos 5S. 2000. (Curso de
Administração) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins,
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins.
MARTINS, P. G., LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2006.
OSADA, P. Housekeeping 5S’s: cinco pontos chaves para o ambiente da
qualidade total. 3. ed., São Paulo: Instituto Iman, 2004.
PENNA, G. Aprenda a jogar com o seu tempo. Você S/A. São Paulo: Abril, p,
36-45, out. 2007.
ROCHA, M. Santa Rotina. Você S/A. São Paulo: Abril, p. 80-81, jun. 2007.
SILVA, C. O.; BORDENAL, D. C.; PARRA, F. C. Programa 5S: Bertin Ltda.
Divisão Epi’s Lins-SP. 2006. Monografia (Graduação em Administração) –
Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins.
SILVA, M. J. 5S, o ambiente da qualidade. Belo Horizonte: Líttera Maciel,
1996.
SOUZA, A. M.; RAMOS, H. F.; VASCONCELOS, T. T. Qualidade total e
programa 5S no atendimento ao cliente: Promifrio Comercio e Refrigeração
68
Ltda.-ME Promissão-SP. 2003. Monografia (Curso de Administração) –
Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins.
SOUZA, D. A.; SHIBATA, F. R.; MACHADO, M. S. Programa 5S: os requisitos
exigidos para a implantação de programa 5S. 2004. Monografia (Curso de
Administração) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins,
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins.
SOUZA, P. F. et al. Programa 5S: combinações fundamentais para o sucesso
das organizações. 2007. Monografia (Graduação em Administração) –
Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins.
SOUZA, P. M. A.; RAMOS, F. H.; FORESI, F. V. T. T. Promifrio Comércio e
Refrigeração Ltda-ME. 2003. Monografia (Graduação em Administração) –
Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins, Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins.
69
APÊNDICES
70
APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso
1
INTRODUÇÃO
Será
realizado
um
levantamento
da
história
do
Frigorífico
Avícola Guarantã através de descrição dos métodos utilizados pela empresa
para a administração dos recursos voltados para a qualidade que o Programa
5S traz para o setor produtivo.
2
RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO
ESTUDADO
As informações serão coletadas através de entrevistas e depoimentos
com proprietários, supervisores, gerentes e colaboradores.
Serão descritos procedimentos e técnicas utilizadas pelo Frigorífico
Avícolas Guarantã, voltados para o Programa 5S.
3
DISCUSSÃO
Através da pesquisa será realizado confronto entre a teoria e a prática,
através do referencial teórico estudado.
4
PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE A
MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS
71
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
I – IDENTIFICAÇÃO
Empresa: _______________________________________________________
Localização: _____________________________________________________
Atividade Econômica: _____________________________________________
Data de Fundação: _______________________________________________
Proprietários: ____________________________________________________
II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1
Benefícios para os colaboradores
2
Dificuldade de manter o Programa 5S
3
Desperdício
4
Programa 5S x produtos
5
Benefícios para área produtiva
6
Limpeza
7
Saúde
8
Segurança
9
Máquinas e equipamentos
10
Processo produtivo
11
Estrutura física
72
APÊNDICE C – Roteiro de Entrevista para a Proprietária
I – IDENTIFICAÇÃO
Tempo que exerce a função: ________________________________________
Experiência Profissional: ___________________________________________
Residência/Local: _________________________________________________
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1
Você acredita que o Programa 5S pode contribuir para o desenvolvimento
da qualidade total? Ou seja, trazer resultados para a empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2
No processo produtivo, a empresa utiliza alguma ferramenta do Programa
5S?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3
Os funcionários tiveram conhecimento da importância do Programa 5S no
setor produtivo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
73
4
De que forma o Programa 5S pode contribuir para o processo produtivo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
74
APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para Supervisora de Qualidade Total
I – IDENTIFICAÇÃO
Tempo que exerce a função: ________________________________________
Experiência Profissional: ___________________________________________
Residência/Local: _________________________________________________
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1
Dentro do mercado competitivo, qual sua visão sobre a Qualidade Total?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2
Você acredita que a empresa tem atingido seus objetivos em atender as
necessidades de seus clientes através da Qualidade Total?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3
Você tem conhecimento sobre o Programa 5S?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
75
4
Existe uma cobrança para com os funcionários em relação à disciplina
dos cinco sensos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5
Existe a programação para a limpeza de máquinas e equipamentos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6
De que forma é realizada a limpeza?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7
Qual é o período para a realização da manutenção das máquinas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8
Existem locais definidos para cada tipo de objeto de trabalho que facilite a
movimentação dentro do processo produtivo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
76
APÊNDICE E – Roteiro de Entrevista para Colaborador do Setor Produtivo
I – IDENTIFICAÇÃO
Tempo que exerce a função: ________________________________________
Experiência Profissional: ___________________________________________
Residência/Local: _________________________________________________
Ii – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1
Existe colaboração dos companheiros de trabalho com relação ao
Programa 5S?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2
Houve algum tipo de treinamento por parte da empresa?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3
Os objetos de uso pessoal são guardados em local específico?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4
Existe ventilação e luminosidade adequada para o local de trabalho?
77
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5
É notável algum benefício no setor produtivo, após uma melhor
compreensão da importância da Qualidade Total?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
78
ANEXOS
79
ANEXO A – Fotos
Flávia, Kauê, Juliana e Lícia na entrada da empresa
Grupo de monografia junto com a sócia-proprietária Cleuza Shibata
80
Download

PROGRAMA 5S - Unisalesiano