Gestão de pessoas: um estudo de caso na FACOS/Osório e seu alinhamento com o planejamento estratégico da Rede CNEC César Luiz Silva dos Santos1 Renato Silva2 Rose Borba de Lima Cardoso3 Thais Castro de Souza4 Resumo: Neste estudo buscou-se identificar o estágio em que se encontra o alinhamento das práticas de gestão de pessoas da FACOS com a sua Mantenedora, a rede CNEC de Educação. Isso se deve pela necessidade de uma maior profissionalização da gestão e alinhamento das políticas e diretrizes estratégicas com a sua Mantenedora, a Rede CNEC de educação. Observou-se que há uma busca crescente, por parte dos gestores, de qualificação dos processos na área de gestão de pessoas, como a oferta de treinamentos e de cursos de formação, além de priorizar o diálogo junto aos colaboradores nas tomadas de decisão. Em contrapartida, há o comprometimento das pessoas para com as ações da Direção. Mesmo com o processo de implantação da governança corporativa em fase inicial, foi observado que já há linhas de atuação que estão sendo observadas pela equipe Diretiva da FACOS, como por exemplo, o processo centralizado de contratação de docentes. Porém, algumas deficiências, como por exemplo, a falta de um plano de carreira administrativo e que o processo de avaliação por desempenho ainda encontra-se em fase inicial de implantação. Concluiuse que devemos avaliar nossas fragilidades, para que a motivação seja permanente, por meio de políticas claras percebidas por todos, e, isso, constitui-se o grande desafio que precisa ser superado, no processo de consolidação da FACOS como uma Instituição formadora com satisfação de seus colaboradores. Palavras-chave: gestão - pessoas – alinhamento - governança corporativa. Abstract: This study sought to identify the stage that is the alignment of management practices of people with their FACOS Maintainer, the network CNEC Education. This is due to the need for more professional management and alignment of policies and strategic direction with its Maintainer, Network CNEC education. It was observed that there is a growing quest for the managers, qualification processes in the area of people management, such as offering training and training courses, as well as prioritize dialogue with employees in decision making. In contrast, there is the commitment of people towards the actions of management. Even with the deployment process of corporate governance in the initial phase, it was observed that there are now lines of action that are being observed by the team of FACOS Directive, such as the centralized process of hiring teachers. However, some shortcomings such as the lack of a career path and that the administrative review process performance is still in early stages of deployment. We concluded that we should evaluate our weaknesses, so that the motivation to be permanent, through clear policies perceived by everyone, and therefore constitutes a major challenge that must be overcome in the process of consolidating FACOS as an institution forming with satisfaction of its employees. Keywords: management – people – alignment - corporate governance. 1 Coordenador e professor do curso de Enfermagem – FACOS/CNEC. Coordenador e professor do curso de Ciências Contábeis – FACOS/CNEC. 3 Coordenadora e professora do curso de Administração – FACOS/CNEC. 4 Coordenadora e professora do curso de Ciências Biológicas – FACOS/CNEC. 2 Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 69 Introdução No cenário atual, influenciadas pela globalização, as organizações disputam o mercado altamente competitivo. Esse contexto força as empresas a olharem as pessoas não mais como insumos e recursos, surgindo uma nova dimensão em relação à gestão estratégica de pessoas. É o início de um processo de reformulação das políticas e práticas que venha conciliar as expectativas da organização e de seu pessoal. Dutra (2006, p. 16) afirma que “[...] o desenvolvimento da organização está diretamente relacionado à sua capacidade de desenvolver pessoas e ser desenvolvida por pessoas [...]” Uma das grandes expectativas da humanidade, em face das transformações advindas da abertura de mercados, do desenvolvimento tecnológico e de comunicação, entre outras, é aquela de que a Educação, que tem papel relevante e significativo neste novo cenário, deve repensar suas práticas e adequar-se às novas exigências impostas pela contemporaneidade. As Instituições de Ensino Superior (IES), como toda e qualquer organização, só se desenvolvem através da constante busca de conhecimentos, seja na pesquisa, para entendimento de seus problemas, quanto no aproveitamento de conhecimentos já produzidos e que possam solucionar tais problemáticas. A Gestão de Pessoas surge no cenário organizacional após diversas décadas, sendo complementada por movimentos e pelo fortalecimento de estruturas que priorizam as pessoas no seu ambiente de trabalho. De acordo com Chiavenato (2010), as organizações têm como desafio o alinhamento de interesses das pessoas e das organizações como consequência imposta pelo ambiente interno e externo, tais como: globalização, avanços tecnológicos, concorrência, contenção de custos, reestruturação, parcerias e mudanças constantes. Desta forma este trabalho busca responder as seguintes questões: como está o alinhamento entre a área de gestão de pessoas com relação ao planejamento da área proposta pela mantenedora? e como ocorrem as ações da área de gestão de pessoas da FACOS? Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 70 Desta forma apresenta como objetivo geral identificar a alinhamento da FACOS com relação a gestão de pessoas da rede CNEC, e apresenta como objetivos específicos verificar as práticas relacionadas à gestão de pessoas praticadas pela Instituição FACOS; identificar a política de gestão de pessoas estabelecida pela CNEC; conhecer a percepção dos colaboradores sobre a área de gestão de pessoas; reconhecer as ações de gestão de pessoas que apresentam um alinhamento com o planejamento estratégico da mantenedora. Esse estudo se justifica pelo fato de que boa parcela das instituições de ensino superior da rede privada, apesar da necessidade de profissionalização, já mencionada, ainda mantém uma postura amadora e tradicional na gestão de pessoas. Desta maneira, os seus quadros são compostos de profissionais de educação, de perfis variados, cujas competências foram adquiridas fora das fronteiras daquelas instituições. Neste sentido, este estudo busca identificar as práticas de gestão de pessoas implementada na FACOS/Osório e seu alinhamento com as políticas e diretrizes estratégicas da Mantenedora da rede CNEC de educação. Proposição conceitual A área de gestão de pessoas pode ser considerada uma área contingencial e situacional que mantêm uma interação entre o ambiente interno e externo de uma organização (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000, p. 19). De acordo com Dessler (2003, p. 2) a gestão de pessoas é “o conjunto de políticas necessárias para conduzir os aspectos relacionados às pessoas no trabalho de gerenciamento [...] e ao aperfeiçoamento de um ambiente seguro aos funcionários da empresa”. A nova visão que denomina a área que trata dos colaboradores na organização como gestão de pessoas, contempla não somente as práticas e as políticas, mas também uma visão estratégica de pessoas, que estão ligadas ao negócio da organização, representando assim um novo posicionamento da área de pessoas nas organizações (CHIAVENATTO, 2010). Segundo Dutra (2006), a nova perspectiva da área de gestão de pessoas na Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 71 empresa, significa tratar perceber os colaboradores como parceiros da organização e não mais como recurso. O autor defende a ideia de que as pessoas não são mais administradas e sim gerenciadas, caracterizando os colaboradores não como recursos, mas sim como pessoas com toda a complexidade e subjetividade com que são inerentes. Para Meyer e Lopes (2004), as instituições de ensino superior precisam desenvolver, para superar este momento de grandes transformações, um processo de planejamento que implicará na formulação, disseminação, implementação e acompanhamento de estratégias que combinem aspectos técnicos e políticos, para que consigam desenvolver maior capacidade de resposta às demandas externas e consequentes mudanças internas. Políticas de gestão de pessoas Para a existência de uma gestão de pessoas satisfatória, é importante que exista uma política, relativa à área, bem definida e divulgada aos colaboradores, delineando as diretrizes básicas para o desempenho das funções, pois isso irá contribuir para o alcance dos objetivos da organização. Através de políticas e práticas é possível identificar e desenvolver comportamentos que irão favorecer a implantação de uma estratégia organizacional (WRIGHT; MCMAHAN, 1992; LEGGE, 1995 apud LACOMBE; CHU, 2008). Neste contexto, Singar e Ramsden (1972 apud DEMO, 2010), apontam quatro razões pelas quais a “formulação” de políticas de gestão de pessoas se faz necessária para prover sinergia entre as organizações e seus membros como: informar aos membros da organização sobre o tipo de tratamento; recompensas e oportunidades que podem esperar da organização; definir as oportunidades, responsabilidades e autoridades da gestão de pessoas em relação a outras gerências permitir que os objetivos da gestão de pessoas sejam estabelecidos e relacionados aos objetivos da organização. As políticas expressam os valores éticos da organização que governam as relações Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 72 com os stakeholders. Após a definição das políticas é possível determinar os procedimentos ou normas a serem implantados a fim de orientar o desempenho das atividades, cargos e funções, de acordo com os objetivos organizacionais (DEMO, 2010). As políticas não podem ser dispersas de tal forma a não se adaptarem às necessidades dos colaboradores (CHIVENATO, 2010). Gestão por competências O mercado atual busca uma diversificação nos produtos e serviços a serem oferecidos aos clientes, bem como a tecnologia a ser empregada para alavancar os objetivos organizacionais e também busquem um diferencial com relação à concorrência, que se deve em grande parte devido à globalização. Diante deste contexto verifica-se também uma maior exigência com relação à qualidade por parte das empresas (RUAS, 2001). Nos meados de 85 e 86, Zarifian (2001) menciona o surgimento do que intitulou “modelo da competência” verificando uma brutal e forte mudança no modelo de julgamento avaliativo que os responsáveis pelas organizações apresentavam sobre os recursos humanos de seu quadro. O autor relata que anteriormente a esse período, apresentava-se uma abordagem rígida de situações de trabalho, em contraste com a rapidez e a relativa imprevisibilidade das mutações técnico-econômicas que começava a experimentar. Lawer apud Fleury e Fleury (2001) complementa enfatizando que trabalhar com o conjunto de habilidades e requisitos definidos a partir do desenho de cargo, não atende às demandas de uma organização complexa e mutável, situação compreensível no atual mundo globalizado. Com base nisso, Zarifian (2001) aponta para a necessidade de avaliar as competências e características individuais de cada ocupante dos postos de trabalho, sua postura frente a seus pares, e seu comprometimento com o negócio da organização, buscando criar diretrizes que possam melhorar a satisfação das Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 73 pessoas com relação ao trabalho. Competência é utilizada no senso comum para definir uma pessoa qualificada e capaz de realizar determinada tarefa (FLEURY; FLEURY, 2001). Já Ruas (2001) define como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que influenciam em grande parte no trabalho desenvolvido pelas pessoas, relaciona-se com o seu desempenho, e é passível de mensuração e desenvolvimento por meio de capacitação. Para o autor os conhecimentos, as capacidades e aptidões mobilizadas na construção das competências são denominados recursos de competências. São eles: conhecimentos: gerais e teóricos, operacionais e acerca do ambiente; habilidades: operacionais, experimental, relacional cognitivo; atitudes: atributos pessoais e relacionais; recursos fisiológicos: energia, disposição; recurso do ambiente: sistemas de informação e banco de dados. A exigência de competência eleva o envolvimento do indivíduo em seu trabalho a um novo patamar. Esse envolvimento pode ser considerado algo positivo, considerando que o indivíduo pode reencontrar plenamente o interesse por um trabalho no qual se desenvolve (ZARIFIAN, 2001). Fleury e Fleury (2001) ponderam que embora o foco esteja no indivíduo, é importante o alinhamento das competências às necessidades exigidas pelo cargo ou pela posição deste indivíduo na organização. Diante disto, a organização deve buscar formas de alinhar as competências de seu pessoal, para que possa agregar valor econômico para ela mesma, e também valor social para os indivíduos, conforme demonstra a figura 1: Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 74 Figura 1 - Competências como fonte de valor para o indivíduo e para a organização Fonte: Fleury e Fleury, 2001, p. 188. A gestão estratégica de pessoas Os mercados, de acordo com Senge et al. (1997), encontram-se cada vez mais competitivos e complexos, para tanto, só existe espaço para as organizações que conseguem criar um ambiente que impulsione e fortaleça o compromisso dos seus colaboradores com a mudança, e que consiga mantê-lo constantemente ativo. Mas as funções importantes da área de pessoas são conforme Zarifian (2001), fazer com que as implicações estratégicas possam chegar até os colaboradores na base da organização, possibilitando a cada individuo agir de maneira profissional. Albuquerque (2002) apresenta algumas características da administração estratégica de recursos humanos: reconhece os impactos do ambiente externo e da competição e dinâmica do mercado de trabalho; apresenta foco no longo prazo; enfatiza a escolha e a tomada de decisão; considera todas as pessoas da empresa, não só os executivos; e deve estar integrada com a estratégia corporativa. O mesmo autor destaca a importância da estratégia de recursos humanos ser baseada no comprometimento, ao invés do controle, considerando as pessoas como parceiras no trabalho, como um investimento para conseguir melhores Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 resultados Página 75 empresariais. Também destaca que a participação no processo de formulação estratégica é condição crucial para a obtenção do comprometimento das pessoas sobre os objetivos organizacionais. Quando o foco está no processo, ressaltam-se as decisões ligadas ao aprendizado, à participação e ao comprometimento das pessoas com os objetivos. Ulrich (2012) defende que as organizações tem compromisso com o ambiente proporcionado na gestão de pessoas. O ambiente organizacional tem que dar sentido a vida dos funcionários, e não ser só um emprego ganha-pão. Para o autor, as empresas que tem esse propósito são as organizações abundantes. Ainda, segundo o autor, no atual cenário, as empresas que fazem escolhas de curto prazo para tirar vantagem de funcionários e clientes são desmascaradas – mais dia, menos dia, portanto este compromisso tem de ser continuo e permanente. Nas organizações de ensino isto se dá pelas atitudes do corpo diretivo, coordenações de cursos/programas e áreas e professores, num ambiente intangível que se complementa e materializa-se na satisfação dos clientes – alunos, que percebem esta abundância emanada pelos colaboradores sociais facilitando o processo de ensino- aprendizagem. Gestão de pessoas em instituições de ensino Uma Instituição de ensino superior, segundo Silva (2009, p.16) depende de uma gestão eficiente de recursos que gerem valor para alunos, professores, funcionários e sociedade, e está “fundamentada no gerenciamento equilibrado dos ativos intangíveis”. Para o mesmo autor, no que se refere à gestão das pessoas preconiza que “[...] uma das iniciativas mais importantes dos gestores, no sentido de prover resultados estratégicos, é o desenvolvimento de um sistema de mensuração que demonstre o impacto dos recursos humanos sobre o desempenho da empresa” (SILVA, 2009, p. Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 76 73). Os novos paradigmas da educação tem proporcionado uma mudança na organização e dinâmica das Instituições de Ensino Superior (IES), para tanto, os dirigentes buscam compreender essas mudanças e assumir “novas posturas de gestão” (REIS, 2007, p. 64). Para o autor supracitado, a capacidade das IES não está exclusivamente na redução de seus custos acadêmicos e administrativos, mas “na capacidade de inovar, formar pessoas de alto nível, de produzir conhecimento, de gerenciar informação, de internacionalizar-se e de alinhar missão, planejamento e avaliação”. (REIS, 2007, p. 65). Silva (2009) apresenta, no quadro abaixo, algumas estratégias ligadas às políticas de talentos humanos, em Instituições de ensino superior, para a promoção de um clima organizacional, favorável no cotidiano da organização. Estratégias Metas 1. Incentivar programas de capacitação do corpo docente e técnico-administrativo. - Promover eventos de capacitação e 2. Plano de carreira docente e desenvolvimento profissional. técnico- administrativo. 3. Avaliação de desempenho dos - Premiação de ideias. funcionários 4. Atualização dos procedimentos e - Feedback da avaliação de sistemas operacionais por meio de desempenho dos funcionários. treinamentos. Quadro 3 - Políticas para a promoção de um clima organizacional favorável em IES Fonte: Silva, 2009, p. 83. Considerando a crescente evolução na área que trata das pessoas que atuam na organização, no Brasil ainda existem diversos formatos de estratégias e ações da Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 77 área de gestão de pessoas. Encontram-se ainda empresas de pequeno e médio porte, bem como familiares com uma gestão de pessoas ainda incipiente, efetuando tão somente o controle de pessoal. Contudo, essa é uma das áreas chave nos processos de mudança organizacional, pois representam a inteligência competitiva que contribuirá para a alavancagem do negócio (DEMO, 2010). Procedimentos metodológicos Essa pesquisa caracteriza-se por um estudo de caso, e foi dividido em duas etapas distintas, sendo uma qualitativa-exploratória e outra quantitativa. Para Yin (2001) o estudo de caso representa uma estratégia de pesquisa que tem como propósito verificar um fenômeno dentro de um determinado contexto, que deve ser adequado quando as circunstâncias são complexas e podem mudar, quando as realidades locais ainda não foram constatadas e onde existem muitos interessados. Sobre a etapa qualitativa exploratória, Zanelli (2002) salienta a importância deste tipo de estudos sobre gestão de pessoas. Conforme este autor, o conhecimento elaborado durante a pesquisa qualitativa é essencialmente interpretativo. Neste estudo na etapa qualitativa ocorreu a investigação sobre a percepção dos gestores n o que se refere as práticas de gestão de pessoas existentes na FACOS, posteriormente os dados coletados na etapa qualitativa irão servir da base para a etapa quantitativa. A população alvo da pesquisa é composta pelo grupo de gestores e colaboradores da FACOS, e a coleta de dados foi realizada com o auxílio de roteiro semiestruturado para os gestores na etapa qualitativa. Na etapa quantitativa foi aplicado um questionário para os colaboradores, sendo utilizada uma escala likert, e validado através de estudo (DEMO, 2008), que foi escolhido por tratar-se de um instrumento específico para percepção de políticas de gestão de pessoas. Utilizou-se também a análise de dados secundários, a partir da análise de documentos e relatório contendo informações sobre as políticas de gestão de pessoas na rede CNEC. Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 78 A análise de dados, em estudos qualitativos, busca classificar palavras, frases ou mesmo parágrafos em uma categoria de conteúdo que auxilia a análise contextual, identificando-se palavras chave e sua frequência no texto caracterizada neste estudo como análise de conteúdo. Em estudos quantitativos ressaltam Nickeles e Wood (1999) que as respostas devem ser tabuladas através da contagem, separação em categorias e resumo dos dados e números. Posteriormente esses dados são analisados a partir de sua separação, classificação, comparação e busca de padrões que revelam significado. Análise dos Resultados Ao analisar o objetivo 1, buscou-se verificar as práticas relacionadas à gestão de pessoas praticadas pela Instituição FACOS, no entendimento da Equipe Diretiva foi possível inferir que há uma busca, por parte dos gestores, de qualificação dos processos na área de gestão de pessoas. Entretanto, há ainda que avançar nesta complexa área da gestão. Dutra (2006) sustenta que, ao invés de compreender os colaboradores como recursos humanos, os gestores das empresas devem compreender as pessoas como parceiras das organizações. Não basta apenas identificar talentos, mas sim saber valorizar esses talentos, buscando maximizar os resultados em prol da instituição. Por outro lado, Albuquerque (2002) salienta a importância da estratégia de recursos humanos estar baseada no comprometimento, ao invés do controle, considerando os colaboradores como parceiros no trabalho, como um investimento para conseguir melhores resultados empresariais. O mesmo autor sustenta que a participação no processo de formulação estratégica é determinante para obter o comprometimento das pessoas sobre os objetivos da organização. Assim, quando o foco está no processo, ressaltam-se as decisões ligadas ao aprendizado, à participação e ao comprometimento das pessoas com os objetivos. Nesse sentido, é sempre importante buscar a motivação para potencializar resultados satisfatórios para as instituições. Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 79 Por isso sugere-se que sejam adotadas outras estratégias além de implantação do plano de carreira, buscando a motivação e consequente maior produtividade dos colaboradores da IES. O objetivo 2 tratou da identificação da política de gestão de pessoas estabelecida pela CNEC. A partir da análise dos dados contidos das normas e diretrizes para a área de gestão de pessoas existentes no manual de governança corporativa e mapa estratégico da mantenedora, foi possível constatar a existência de linhas de atuação a serem seguidas pelas mantidas. No que se refere ao processo de recrutamento e seleção constatou-se que a mantenedora apresenta normatização que orienta sobre os fluxos a serem seguidos pelas mantidas como a disponibilização de anúncio de vagas em editais públicos, triagem de currículos e entrevistas de seleção. Com relação à carreira, ao ingressarem na IES, no caso dos docentes, enquadra-se no plano de carreira, situação que não se estende à categoria dos técnicos administrativos. Quanto ao processo de avaliação de desempenho dos colaboradores, o mesmo está previsto nas políticas da área, no entanto, encontra-se em fase inicial de implantação, em algumas mantidas, e requer ainda readequações, pois não ocorre de forma compartilhada com o colaborador. O conjunto de diretrizes e ações contidas nos documentos normatizadores da rede, unificados podem se constituir em uma política de gestão de pessoas, que devem considerar o momento de transição pelo qual passa a rede CNEC rumo à profissionalização. Para Chiavenato (2010) as políticas não podem estar desalinhadas a ponto de não se adaptarem as necessidades dos colaboradores, por isso devem apresentar características como estabilidade, flexibilidade, generalidade, clareza e simplicidade. As organizações devem preparar seus colaboradores para que possam manter níveis de produtividade que atendam as demandas do mercado no tempo esperado (ALMEIDA; ADAD; ZERBINI, 2009 apud DESSEN; PAZ, 2009). Neste contexto, sugere-se um trabalho de desenvolvimento de lideranças na rede CNEC para que os resultados esperados sejam atingidos focando não só nos processos, mas também nas pessoas. Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 80 O objetivo 3 – teve como propósito cconhecer a percepção dos colaboradores sobre a área de gestão de pessoas, neste sentido foi entrevistada uma amostra de 56 colaboradores, que representa 26,5% do atual quadro de funcionários da FACOSOsório, tendo sua aplicação nos diversos setores da instituição (Central de atendimento, Secretaria, Coordenações, docentes, CEAD). Isso, dá-se a partir da aplicação de um questionário dividido em 04 sendo: bloco 1 - envolvimento, bloco 2treinamento, desenvolvimento e educação, bloco 3 - condições de trabalho e bloco 4 – recompensas. No bloco 1 que buscou verificar a percepção de uma política de envolvimento, programas de reconhecimento, comunicação livre e eficaz com os colaboradores, desenvolvimento de bons relacionamentos, eventos de integração e estimulo a participação. Ao analisar as respostas percebe-se um percentual de 54,46% estão satisfeitos com relação ao atributo envolvimento na empresa, assim, a soma dos respondentes que concordam total ou parcialmente com a afirmativa é maior do que aqueles que discordam. No bloco 2- Treinamento, Desenvolvimento e Educação que busca a percepção dos constantes treinamentos da organização, visto como a formação sistemática de atitudes, conceitos e melhorias de habilidades no desenvolvimento de seu trabalho, bem como incentivo a melhoria na formação dos colaboradores, obteve os seguintes resultados: Ao analisar os dados com relação aos processos de treinamento, desenvolvimento e educação na instituição, percebe-se um percentual de 45,88% de insatisfação dos entrevistados com os atributos pesquisados. Dentre os respondentes temos um percentual de 12,64% (5), que concordam totalmente este processo. São várias as reflexões sobre a insatisfação desta variável, porém (CHIAVENATO, 2010), alerta para a necessidade de foco nos resultados. Segundo ele, muitas Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 81 empresas desembolsam valores significativos em treinamentos mal direcionados. O treinamento não deve ser confundido com uma simples questão de realizar cursos, diz ele. Descrevendo as etapas que compreendem a elaboração e aplicação deste recurso: diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação. No caso específico da Instituição estudada, temos de considerar que mesmo sendo uma instituição de natureza filantrópica sem fins lucrativos, é exigido a geração de resultados positivos para reinvestimentos na atividade fim – o ensino. E, quando observamos as atividades de apoio administrativo no contexto das despesas em relação a geração de valores iminentemente oriundos de mensalidades, podemos entender que normalmente as instituições sempre privilegiam recursos para o meio acadêmico discente, muitas vezes em detrimento de recursos para as atividades docentes extra curriculares e capacitação do pessoal técnico administrativo de apoio, o que corrobora para um maior índice de insatisfação . Com relação as condições de trabalho, que trata da percepção de políticas das condições de trabalho, incluindo condições físicas de trabalho, bem-estar, segurança, plano de saúde para os colaboradores foi possível inferir que: O percentual de afirmativas 68,57% dos colaboradores estão satisfeitos com as condições de trabalho da instituição. Esta afirmação fica clara quando da análise de respondentes que discordam totalmente deste totalizam 7,50% das afirmativas. A avaliação das políticas e condições de trabalho pode estar relacionada à necessidades de educação, onde a percepção dos colaboradores da IES em relação as condições de trabalho também são satisfatórias, o que nos leva a refletir, que as instituições de ensino, de um modo geral, investem em boas condições de trabalho. Com este desempenho devemos repensar todas as dimensões da gestão de pessoas, pois as organizações precisam delas, apesar de disporem de recursos organizacionais como máquinas, equipamentos, instalações, capital financeiro e tecnologia, as organizações se baseiam em pessoas para poderem operar e Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 82 funcionar adequadamente em um ambiente carregado de oportunidades e ameaças. (CHIAVENATO, 2005). No que se refere ao fator recompensas, que busca a percepção em relação a salários diferenciados, plano de carreira, prêmios, promoções, incentivos que visam recompensar as competências dos colaboradores, teve como resposta apresentação na tabela abaixo: Ao analisar sobre a adequação do sistema de recompensa oferecido pela IES, (29,97%), discordando totalmente sobre as políticas de recompensas praticadas, acrescido de 18,10%, que discorda um pouco da afirmativa, totalizando um percentual total de 48,07% insatisfeitos com as recompensas. Porém, uma parte dos entrevistados, 10,39%, concordam totalmente com as afirmações sobre a adequação das recompensas oferecidas e 20,47% (4), concordam um pouco com as afirmações. Portanto, faz-se necessário uma reflexão sobre os componentes de recompensas da instituição, pois além da análise acima, 21,07% (3), não concordam, nem discordam da política de recompensas. Porém outros estudos (HORTA; MENDONÇA; NASCIMENTO, 2011), também com o uso do instrumento EPPGP, constatam em uma multinacional de tecnologia de informação índices baixos de satisfação com as recompensas. O sistema de recompensa e meritocracia numa instituição filantrópica na forma de distribuição de lucros é de difícil aplicação, até mesmo por questões legais e impedimento desta prática, o que não constitui um empecilho que não possa ser contornado à medida que a instituição tenha um plano de carreira que proporciona a evolução de níveis salariais, mediante ao atendimento de uma série de quesitos específicos da produção docente. No que tange ao técnico administrativo, a instituição ainda carece de um plano de carreira para este público. As reflexões da aplicação da EPPGP (Escala de percepção de políticas de Gestão Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 83 de Pessoas), na instituição FACOS-Osório, nos remetem a buscar respostas para as variáveis aqui apresentadas, possuímos como pontos fortes da aplicação da pesquisa, as politicas de envolvimento condições de trabalho. Já os pontos frágeis da instituição são as políticas de Recompensas e Treinamento, desenvolvimento e educação. Conforme Bergamini (1997, p. 44) cada pessoa nada mais é do que a resultante de tudo aquilo que lhe foi ensinado em termos do processo de ligação entre estímulos que sofreu e as reações que emitiu para adaptar-se às variáveis ambientais às quais foi submetido. O objetivo 4 deste estudo, busca reconhecer as ações de gestão que apresentam um alinhamento com o planejamento estratégico da mantenedora. Para tanto, foram entrevistados os membros gestores da equipe Diretiva da FACOS composto pelo Diretor da unidade, o Coordenador Administrativo, o Coordenador Pedagógico e o Coordenador de Relações Comunitárias. A coleta foi realizada por meio de entrevista coletiva, onde as perguntas foram aplicadas de forma homogênea e consensuadas para depois serem interpretadas pelo colegiado Diretivo. Para a elaboração das perguntas aos entrevistados, foi primeiramente analisado o modelo de gestão da Mantenedora CNEC e mapa estratégico corporativo para o período 2010/2014, constante no Manual de Governança Corporativa da Rede CNEC datado de maio de 2011, a partir do qual ficou entendido que o mesmo é caracterizado por princípios gerenciais como: gestão corporativa centralizada; gestão unificada; gestão integrada; gestão participativa; otimização de recursos; eficácia operacional; autonomia –interdependência – subsidiariedade; análise e avaliação de risco; gestão com foco em resultados; e sustentabilidade. Neste modelo de gestão a fim de implantar uma gestão estratégica, é proposto pela rede a implantação de planejamento estratégico gerenciado pela ferramenta do Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 84 balanced scorecard - bsc, visa atender as atuais exigências do mercado e da contemporânea gestão organizacional. O mapa estratégico desenvolvido pela mantenedora CNEC para o período 2010/2014 estabelece na perspectiva do BSC – “aprendizado e crescimento”, que trata das pessoas, as seguintes estratégias: capital humano (garantir o desenvolvimento de colaboradores); capital da Informação (concluir a implantação do sistema de gestão integrado; e capital organizacional (garantir a adequação da infraestrutura para prestação de serviços). Isso, organizado dentro de um modelo de governança corporativa estruturada em comitês, define para a Gerência de Pessoas como sendo um órgão executivo responsável pela proposição, cumprimento e supervisão das políticas, diretrizes, programa de seleção, admissão e desenvolvimento de pessoas, plano de carreira/cargos e salários, sistema de avaliação de desempenho e demais processos inerentes à gestão de pessoas. Também, estabelece as seguintes funções: Responder pela gestão de pessoal da Administração Central e das Instituições Mantidas, coordenando os processos de seleção/admissão/demissão, desenvolvimento e benefícios e; Elaborar e monitorar o plano de cargos e salários, a recepção de documentos, o processamento dos cálculos e o pagamento de todas as verbas salariais, de tributos retidos e incidentes sobre os salários, planos de saúde, empréstimos consignados, descontos sindicais e assistenciais e outros eventos decorrentes da folha de salários. A partir do entendimento das políticas de gestão da entidade mantenedora, foram entrevistados os membros da equipe diretiva sobre sendo implantadas na FACOS as ações no planejamento da mantenedora com relação à área de gestão de pessoas: Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 85 Pelo menos nos últimos 3 (três) anos a FACOS vem elaborando seu planejamento estratégico em consonância com o mapa estratégico da Rede. Neste sentido as pessoas são traduzidas em indicadores e metas, onde são acompanhados semestralmente, com efetiva socialização dos resultados obtidos; Em relação ao capital humano, a FACOS tem incentivado o desenvolvimento do pessoal técnico administrativo por meio de palestras, encontros e seminários. Para os docentes e coordenadores de cursos são realizadas formações pedagógicas semestralmente, onde são informadas as questões e práticas de gestão relacionadas às pessoas e qualificação técnica de aprendizado e crescimento pedagógico, para a qualificação do ensino. Com relação ao capital da informação, a FACOS orientada e treinada pela Mantenedora, vem trocando o seu sistema de gestão integrada de forma gradual, para o processo de unificação e centralização das questões acadêmicas e administrativas com a mantenedora. E, finalmente, com relação ao capital organizacional, a FACOS tem investido com o apoio da mantenedora em obras que qualificam a infraestrutura de apoio administrativo, docente e discente. Prova disto é a construção do prédio para a escola Marques integrada a FACOS, que está em andamento e a conclusão do espaço de convivência já disponibilizado; A partir deste ano de 2013, a FACOS inovou sua gestão de pessoas, com a implantação do modelo de avaliação de desempenho da Rede, onde, a partir do 1º semestre/2013 e de forma semestral, cada gestor da equipe diretiva (pedagógico, administrativo e comunitário) e chefes de setores, avaliam seus subordinados numa série de quesitos instituídos pela Rede CNEC, com feedback, e atribuição de nota de desempenho. Essa avaliação é depositada na pasta do colaborador para que tenhamos a observação do seu desempenho com vistas a promoções e atribuição de méritos que venham a ser definidos pela Mantenedora; No ano de 2012 em conjunto com a gestão de pessoas da Rede CNEC, foi elaborado estudo de clima organizacional, onde os colaboradores (docentes, coordenações e pessoal técnico administrativo), tiveram a oportunidade de externar formalmente a sua satisfação com a Instituição. Depois, isso foi Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 86 socializado em conjunto com a Gerência de Pessoas da CNEC para todas as partes interessadas, com avaliação dos resultados; Ainda não evoluiu nesse sentido, mas acreditamos neste relacionamento como forma de troca de experiências em Rede, pois as orientações são centralizadas e devemos capitalizar as melhores práticas; Entende-se que este é um fator de extrema importância para a satisfação de nossos colaboradores, a medida que concorremos com grandes competidores no negócio-ensino, porém, com a centralização em Rede e respeitado o planejamento estratégico da CNEC, vamos seguir as orientações da mantenedora. Creio que esta experiência deva começar com a entrada da educação a distância. Percebe-se que muitas das ações executadas atendem ao que preconiza o planejamento estratégico da FACOS, e tem sua efetivação e socialização com os stakeholder´s (partes interessadas), e estão plenamente alinhadas com o mapa estratégico da Rede. Porém, ainda há a necessidade de uma maior informação para as pessoas dos processos, objeto da centralização em Rede que estão em fase de desenvolvimento e revisão dos fluxos operacionais que suportam as atividades docentes e administrativas, para que essas mudanças operacionais sejam bem entendidas, pois, sabe-se, que toda e qualquer alteração de sistemas que alteram e processam informações, requer um tempo de adaptabilidade e confiança das pessoas que executam e utilizam as informações. Há de se evoluir para a meritocracia, pois o sistema de recompensa constitui-se fator preponderante e diferencial para a satisfação dos colaboradores e para aumento do valor agregado institucional, pois ao se estabelecer objetivos individuais e interdependentes, todos são motivados ao alcance das metas. No que se refere à análise dos objetivos em relação ao plano estratégico Institucional foi possível identificar os seguintes resultados: Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 87 A direção proporciona condições de satisfação para a qualificação dos processos, valorização dos talentos, comprometimento dos colaboradores como parceiros no trabalho, motivação para a maximização de resultados e ações além do plano de carreira institucionalizado para a produtividade na execução dos processos chaves. Isto está perfeitamente alinhado com o objetivos estratégico 2 que estabelece estratégias para a execução das políticas institucionais, clima organizacional e avaliação de desempenho com feedback. No que se refere à política de gestão das pessoas da FACOS com a Mantenedora, em consonância com o macro objetivo 3 do planejamento estratégico - alinhar os processos da Unidade com as diretrizes da Mantenedora, percebemos à existência de linhas de atuação a serem seguidas em conformidade com o manual de governança corporativa e planejamento estratégico da Rede. Nas questões de recrutamento e seleção há normatizações e fluxos centralizados em Rede. No processo de seleção e contratação docente, ao ingressar na Instituição, ocorre o seu enquadramento no plano de carreira vigente, porém a rede ainda carece de um plano de carreira administrativo, o que pode ser compreendido à medida que, encontra-se em num processo de centralização e profissionalização dos gestores de suas mantidas. Com relação da percepção dos colaboradores sobre a gestão de pessoas na FACOS, conclui que a satisfação é atendida no que diz respeito ao envolvimento dos colaboradores com a instituição e também pelas condições de trabalho disponibilizadas. Porém, no que tange aos quesitos de treinamento, desenvolvimento e educação e recompensas, ainda não são perfeitamente entendidos pelos colaboradores, pois demonstram fragilidades pelo alto grau de discordância e insatisfação. Isto, demonstra que o macro objetivo 1 do planejamento estratégico que trata do aprimoramento, formação e capacitação, ainda carecem de implementação, pois suas ações e resultados não são percebidos por parte dos colaboradores. É importante salientar que pela natureza filantrópica da instituição não está prevista recompensa no plano estratégico na forma de participação dos lucros e/ou remuneração variável por objetivo, o que não invalida algum tipo de ação Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 88 a ser estudada criteriosamente pelo jurídico. Por fim, as ações de pessoas para alinhamento com o planejamento estratégico da FACOS, mesmo seguindo orientações do mapa estratégico da mantenedora, ainda não atende plenamente os anseios dos colaboradores pesquisados, o que pode ser justificado pelo processo de mudança abrupta dos sistemas em nível de Rede. Mudanças desta natureza sugerem constantes customizações de processos chaves, instalação da governança e centralização dos processos de pessoas das mantidas na entidade mantenedora, requer capacitação e treinamento dos colaboradores, para o aculturamento da nova forma de gestão focada em resultados. Conclusão O propósito maior deste estudo teve como objetivo central o de identificar o alinhamento das práticas de gestão de pessoas da FACOS com a sua mantenedora a rede CNEC de Educação. Isto se desenvolveu com a verificação do que é praticado pela FACOS em relação às políticas norteadoras, percepção dos colaboradores e por fim o de reconhecer a sinergia da gestão de pessoas com o que é idealizado no seu planejamento estratégico. As justificativas que levaram a elaboração deste estudo, deve-se a necessidade de implementação de uma maior profissionalização da gestão, com vistas à execução da governança corporativa implementada pela Rede CNEC e compartilhada com suas mantidas. E, neste propósito, a gestão de pessoas é de fundamental importância, pois se faz necessário identificar as práticas de gestão de pessoas desenvolvidas na FACOS/Osório e seu alinhamento com as políticas e diretrizes estratégicas da Mantenedora da rede CNEC de educação. Na primeira etapa do estudo, tinha-se o objetivo de verificar as práticas relacionadas à gestão de pessoas praticadas pela Instituição FACOS, no entendimento da Equipe Diretiva. Foi observado que há uma busca crescente, por parte dos gestores, de qualificação dos processos na área de gestão de pessoas, como a oferta de Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 89 treinamentos e de cursos de formação, além de priorizar o diálogo junto aos colaboradores nas tomadas de decisão. Verificou-se que os gestores consultados possuem vários referenciais para avaliação das competências técnicas de suas equipes. Foi destacado pelos gestores a implementação recente da avaliação de desempenho de colaboradores, o que pode promover um clima organizacional favorável no cotidiano da organização se houver um feedback desta avaliação para os funcionários avaliados. Por outro lado, o comprometimento das pessoas às ações da Direção é fundamental na formulação das estratégias de pessoal, pois as decisões ligadas ao aprendizado requerem o comprometimento das pessoas com os objetivos, e isso exige motivação para potencializar resultados em beneficio de todos. A partir do momento que a Direção manifesta-se e o colaborador percebe, ele sente-se motivado e satisfeito refletindo numa maior produtividade. Geralmente, as instituições começam esse processo com a implantação de um plano de carreira bem divulgado, e entendido por todos, o que, na FACOS, isso só é percebido na carreira docente, pois na carreira técnico-administrativa isso ainda precisa acontecer. Na etapa que tem por objetivo a identificação da política de gestão de pessoas estabelecida pela Rede CNEC de Educação, o estudo buscou verificar se há alinhamento das ações de gestão de pessoas desenvolvidas na FACOS com as ações estabelecidas pela mantenedora. Considerando o processo de implantação da governança corporativa em fase inicial e o mapa estratégico da mantenedora, foi observado que há linhas de atuação que estão sendo observadas pela FACOS, como por exemplo, o processo centralizado de contratação de docentes, pois há fluxos bem definidos para o recrutamento e seleção. No que tange à carreira, os docentes contratados são imediatamente enquadrados no plano de carreira, porém, tal situação não se estende ao pessoal técnico administrativo pela inexistência de plano de carreira, já comentado anteriormente. O processo de avaliação por desempenho ainda encontra-se em fase inicial de implantação, em algumas mantidas, e requer ainda readequações, pois não há compartilhamento com os colaboradores, necessitando de um realinhamento em suas diretrizes. No contexto deste objetivo, foi sugerida a ampliação do desenvolvimento de lideranças em toda a Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 90 rede CNEC, para que os resultados relacionados à gestão de pessoas sejam atingidos. No que tange ao objetivo de conhecer a percepção dos colaboradores sobre a área de gestão de pessoas, com a aplicação de pesquisa qualitativa e quantitativa, percebeu-se alguns pontos fortes como, por exemplo, naquilo relacionado às politicas de envolvimento condições de trabalho. Já em relação aos pontos frágeis da instituição detectou-se questões relacionadas às políticas de Recompensas e Treinamento, desenvolvimento e educação. Neste propósito buscou-se uma análise prática dos fatos pertinentes pesquisados e introdução de novos conceitos do processo de gestão de pessoas que possam nortear respostas na solução das nossas fragilidades. No que se refere à politica de recompensas como elemento motivador, entendeu-se que mesmo havendo impedimentos legais na distribuição de meritocracias pela natureza jurídica da FACOS, há de se encontrar soluções de premiação, porém as práticas não devem ser aplicadas de forma aleatória, mas sim baseadas no desempenho de cada colaborador. Em razão disto, conclui-se que devemos avaliar nossas fragilidades, principalmente aos quesitos identificados em relação à capacitação/treinamentos, desenvolvimento e educação, para que a motivação seja permanente há de se estabelecer políticas claras percebidas por todos, pois isso constitui-se um grande desafio que precisa ser superado, pois a FACOS convive num ambiente altamente competitivo, e muitas instituições com a qual concorre, já estão adiantadas com foco em recompensas que complementam o modelo tradicional de remuneração, numa forma integrada e estratégica com às necessidades individuais dos colaboradores e dos resultados almejados pelas instituições. As conclusões que trataram do objetivo de reconhecer as ações de gestão de pessoas que apresentam um alinhamento com o planejamento estratégico da Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 91 mantenedora, apontaram que a Direção proporciona condições de satisfação para a qualificação dos processos, valorização dos talentos, comprometimento dos colaboradores como parceiros no trabalho, motivação para a maximização de resultados e ações além do plano de carreira institucionalizado para a produtividade na execução dos processos chaves e isto está perfeitamente alinhado com os objetivos estratégico que estabelecem estratégias para a execução das políticas institucionais, clima organizacional e avaliação de desempenho com feedback. Também, percebeu-se à existência de linhas de atuação a serem seguidas em conformidade com o manual de governança corporativa e planejamento estratégico da Rede, porém Rede CNEC e suas mantidas ainda carecem de um plano de carreira administrativo. Conclui-se que a satisfação dos colaboradores é atendida no que diz respeito ao envolvimento dos colaboradores com a instituição e também pelas condições de trabalho ofertadas e disponibilizadas pela FACOS. Porém, ainda carece com relação a treinamento, desenvolvimento e educação e recompensas, e neste item o planejamento estratégico não está sendo atendido. Finalmente, os objetivos estudados nesta pesquisa, mostrou que as ações de pessoas para alinhamento com o planejamento estratégico da FACOS, mesmo havendo avanços significativos, ainda não atende plenamente os anseios dos colaboradores pesquisados, o que pode entendido a medida que a Rede CNEC vem promovendo nos últimos anos importantes e significativas mudanças num processo de centralização em Rede, que muitas vezes é de difícil implementação pela falta de recursos, pois no contexto geral de unidades, temos um número significativo de instituições mantidas que ainda não conseguem manter-se economicamente. Desta forma os recursos, muitas vezes, acabam sendo desviados para a manutenção da própria mantida em detrimento de uma maior evolução de capacitação, treinamento e remuneração das pessoas que fazem parte da família CNEC. Revista Gestão Premium/Cursos de Administração e Ciências Contábeis – FACOS/CNEC Osório DEZ/2013 Página 92 Referências ALBUQUERQUE, L. G. 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