INTEGRAÇÃO ENSINO E EXTENSÃO NO DESENVOLVIMENTO DAS COMUNIDADES RURAIS DO GORUTUBA Wilson Maciel Publio Filho, Josiele Silva Rocha, Annanda Mendes Costa, Márcio Marques Da Silva, Lidiane Magalhães Madureira, Guilherme Machado De Sousa Lima, Adonis Lourenço Da Silva INTRODUÇÃO Nos últimos anos, as sociedades modernas vêm passando por profundas transformações em suas estruturas, vinculadas à revolução tecnológica, à globalização da economia e a habilidade de gerar conhecimento CASTELLS, [1].Em contra partida de uma perspectiva de crescimento eminente, acentua-se também o avanço das diferenças entre ambientes urbanos e rurais, caracterizado pela dificuldade de troca de conhecimento, incoerência essa ampliada quando o foco torna-se o pequeno produtor, ou agricultura familiar. Situados no semiárido, com um índice de desenvolvimento Humano de 0,54, inferior ao do nordeste brasileiro (0,548), a região do Gorutuba seguramente é uma das mais pobres do Brasil; o índice acima, do norte de Minas é ainda inferior aos que prevalece em muitos países pobres do mundo, como a Mongólia (0,607), a Indonésia (0,586). O baixo índice de desenvolvimento humano da região se reflete, por exemplo, na precariedade de serviços de saúde e no índice de mortalidade e morbidade infantil, além da desigualdade social, evidenciada uma vez pela condição adversa do clima local, a região vem sofrendo exaustivamente ano após ano com a seca, que assola a todos.. Em vista destes problemas, corroboram para a discussão sobre o papel social da universidade, em especial da universidade pública, que vem ganhando espaço, adquirindo um número cada vez maior de adeptos às reflexões que circundam a relação universidade e sociedade. Nas palavras de Drucker [2] , como nossa sociedade está se tornando rapidamente uma sociedade de organizações, todas as instituições terão de fazer com que o atendimento de valores, crenças e propósitos sociais básicos sejam importante objetivo para suas atividades contínuas e não uma responsabilidade social que restrinja ou se situe fora de suas funções fundamentais, enquadrando-se nesse contexto as instituições universitárias. Diante do tema abordado acima, o objetivo desse trabalho foi descrever a importância da participação universitária sobre a vida da comunidade rural de Paus Altos no município de Janaúba, Minas Gerias. MATERIAL E MÉTODOS A metodologia utilizada nesse trabalho de caráter extensionista, começa com visitas técnicas nesses locais, onde buscou identificar as diversas demandas das pessoas que residiam na comunidade de Pau Altos, construindo um levantamento que caracterize o perfil da comunidade. Após o levantamento, os acadêmicos identificam quais as características que possam intervir a fim de contribuir principalmente para o desenvolvimento das atividades agrícolas. A comunidade de Paus Altos, localizada na zona rural do município de Janaúba, Norte de Minas Gerais, concentra em torno de 20 famílias, principalmente de pequenos agricultores. Nesse local, vem sendo realizados trabalhos conjunto entre produtores e universidade desde 2012, aonde os acadêmicos do 9º período do curso de agronomia, vem tendo a oportunidade de trocar experiências com os produtores ao mesmo tempo acrescentar alguma melhoria na vida dos produtores. Em 2012, os acadêmicos promoveram atividades práticas com os produtores sobre o cultivo orgânico de hortaliças e conseguiram um relógio noturno, a fim de proporcionar menor preço na energia elétrica viabilizando a irrigação para essas famílias que vivem nessa região semiárida. Em 2013, uma nova visita foi realizada no mesmo local, com intuito de avaliar às melhorias que aconteceram na comunidade após a visita dos acadêmicos bem como às lacunas que necessitavam ser solucionadas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os problemas da seca atingem a comunidade, principalmente nesse ano de 2013 devido aos baixos índices pluviométricos que assolaram a região Norte de Minas, que chegou a decretar situação de emergência. Essa falta de água atinge os moradores que dependem de caminhões de abastecimento para ter água potável e a agricultura da qual eles dependem como fonte de renda e alimentação. Tais dificuldades incentivam cada vez mais o êxodo rural dos produtores e dos seus filhos.·. A agricultura familiar trata-se de uma atividade bastante diversificada, geralmente há uma mesclagem entre agricultura e pecuária, com o cultivo de hortaliças concomitante com a criação de gado. No entanto umas das maiores dificuldades enfrentadas pelos agricultores, especificamente do município de Janaúba, e ressaltada pelos produtores da comunidade de Paus Altos, é o fornecimento de alimentação para os animais no período da seca, umas das alternativas propostas pelos acadêmicos seria a utilização de palma forrageira como alternativa viável para as condições climáticas da região e de baixo custo para os pequenos produtores. Segundo BARBERA et al [3], a palma forrageira que um grande potencial de exploração, pois desempenham um papel importante na preservação do solo, produzem frutos e verduras para consumo humano, forragem para o gado, biomassa para fins energéticos, produção de carmim e outros produtos como bebidas, queijo vegetariano, remédios e cosméticos. Como forma de articular a implantação do uso de palma para que todos os agricultores tivessem acesso, foi organizando uma doação de 3000 mudas cedidas pela EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), para que inicialmente fossem divididos entre os agricultores a fim de multiplicar o material, e na próxima safra utilizar para alimentação animal e deixar uma parte para multiplicação para a safra posterior. CONSIDERAÇÕES FINAIS O cultivo da palma forrageira é uma medida paliativa para a região que sofre com a irregularidade de chuvas. Para amenizar o impacto das secas são necessárias medidas que possam ser aplicadas preventivamente e durante a estiagem. A criação de Políticas Públicas para a convivência com o semiárido é de fundamental importância para a agricultura, principalmente a agricultura familiar e deve ser pensada e executada de forma organizada e participativa para que os efeitos da estiagem não sejam prejudiciais ao cidadão e nem a economia local. Apesar da existência de algumas políticas de assistência e amparo ao trabalhador rural, nem sempre elas são suficientes para atender as necessidades de cada um, por isso a necessidade da criação de políticas públicas SANTOS, et. al [4]. AGRADECIMENTOS A EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), pela doação de 3000 mudas de palma forrageira. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS [1] CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede, Rio de Janeiro: paz e Terra, 1998. [2] DRUCKER, Peter F., O novo papel da administração. Coleção Harvard de Administração, São Paulo: Nova Cultural, 1986. [3] BARBERA, G.; INGLESE, P.; PIMIENTA-BARRIOS, E. (Eds.). Agroecologia, cultivo e usos da palma forrageira. Paraíba: SEBRAE/PB, 2001. 216 p. [4] SANTOS, E. et. al., A seca no nordeste brasileiro no ano de 2012: relato sobre a estiagem na região e o exemplo de prática de convivência com o semiárido do distrito de Iguaçu/Canindé-CE.REVISTA GEONORTE, Edição Especial 2, V.1, N.5, p.819 – 830, 2012.