CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO EMILY DELALIBERA RUZZON ANÁLISE DE POLIMORFISMOS DO GENE RECEPTOR DE VITAMINA D (VDR) E SEUS HAPLÓTIPOS COM O DESENVOLVIMENTO DE OSTEOPOROSE EM IDOSOS DO SUL DO BRASIL Londrina 2014 EMILY DELALIBERA RUZZON ANÁLISE DE POLIMORFISMOS DO GENE RECEPTOR DE VITAMINA D (VDR) E SEUS HAPLÓTIPOS COM O DESENVOLVIMENTO DE OSTEOPOROSE EM IDOSOS DO SUL DO BRASIL Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina - UEL e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação. Orientador: Profª. Drª. Regina Célia PoliFrederico Londrina 2014 AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná Biblioteca Central Setor de Tratamento da Informação R951a Ruzzon, Emily Delalibera Análise de polimorfismos do gene receptor de vitamina D (VDR) e seus haplótipos com o desenvolvimento de osteoporose em idosos do Sul do Brasil / Emily Delalibera Ruzzon. Londrina: [s.n], 2014. xii; 49f. Dissertação (Mestrado). Ciências da Reabilitação. Universidade Norte do Paraná/Universidade Estadual de Londrina. Orientadora: Profª Drª. Regina Célia Poli-Frederico 1- Ciências da reabilitação - dissertação de mestrado – UNOPAR/UEL 2Osteoporose 3- Polimorfismo genético 4- Receptor de vitamina D 5- Idosos 6Haplótipo I- Poli-Frederico, Regina Célia; orient. II- Universidade Norte do Paraná. III- Universidade Estadual de Londrina. CDU615.8 EMILY DELALIBERA RUZZON ANÁLISE DE POLIMORFISMOS DO GENE RECEPTOR DE VITAMINA D (VDR) E SEUS HAPLÓTIPOS COM O DESENVOLVIMENTO DE OSTEOPOROSE EM IDOSOS DO SUL DO BRASIL Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação. BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Prof.ª Dr.ª Regina Célia Poli-Frederico Universidade Norte do Paraná ____________________________________ Prof. Dr. Rubens Alexandre da Silva Júnior Universidade Norte do Paraná ____________________________________ Prof.ª Dr.ª Roberta Losi Guembarovski Universidade Estadual de Londrina Londrina, _____de ___________de _____. Dedico esse trabalho primeiramente a Deus, por ter me dado força e perseverança de seguir em frente e a minha família pelo amor, carinho e confiança, me ajudando a chegar onde cheguei. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por ter me concedido a vida e estar sempre iluminando meus passos e me guiando a tomar as decisões corretas. Aos meus pais: Nelson e Irene, e a minha irmã Eloisi que sempre me deram forças para seguir em frente me apoiando e me aconselhando desde o início, com todo o amor e dedicação que só eles são capazes de oferecer e pela confiança depositada em mim. A minha orientadora Prof.ª Dr.ª Regina Célia Poli-Frederico, por ter me acompanhado desde a graduação e ter aberto meus caminhos para o conhecimento, sempre acreditando em minha capacidade, e também a todos os professores que contribuíram para a minha formação. Às minhas amigas Myriam F. Merli, por tantos momentos vividos durante o mestrado, por comprartilhamos nossas dificuldades e nossas alegrias. Obrigada pelo total incentivo antes mesmo do inicio do mestrado. À técnica Flávia Kawahigashi, por me ajudar nas práticas laboratoriais e por se tornar uma verdadeira amiga, necessária em todos os momentos. À Cintia Martignago, pelas noites passadas no laboratório, pela ajuda fundamental em meu desempenho prático. Aos meus verdadeiros amigos, dentro e fora do mestrado que sempre acreditaram em meu potencial vibrando e parabenizando por cada etapa concluída, e os que de alguma forma contribuíram para essa conquista! Aos professores componentes da banca Prof.º Dr.º Rubens Alexandre da Silva Junior e Prof.ª Dr.ª Roberta Losi Guembaroviski pela contribuição oferecida para este trabalho. Por fim, às agências financiadoras Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo suporte financeiro. “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”. Madre Tereza de Calcutá “Para cultivar a sabedoria, é preciso força interior. Sem crescimento interno, é difícil conquistar a autoconfiança e a coragem necessárias. Sem elas, nossa vida se complica. O impossível torna-se possível com a força de vontade”. Dalai Lama RUZZON, Emily Delalibera. Análise de polimorfismos do gene receptor de vitamina D (VDR) e seus haplótipos com o desenvolvimento de osteoporose em idosos do sul do Brasil. 2014. 45fls. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2013. RESUMO Introdução: A osteoporose é uma doença multifatorial que acomete o metabolismo ósseo, diminuindo a densidade mineral óssea, levando a um aumento da suscetibilidade a quedas com fraturas recorrentes. Por possuir grande fator genético agregado ao seu desenvolvimento, polimorfismos em genes reguladores do metabolismo dos ossos e do cálcio estão sendo estudados com frequência nos últimos anos. Entre esses genes, está o receptor de vitamina D (VDR) que promove o aumento da absorção intestinal de cálcio com consequente aumento da mineralização óssea. O gene VDR é constituído por 9 éxons e está localizado em 12q13.1, possuindo cerca de 100kb. Entre os polimorfismos de nucleotídeos únicos (SNPs) deste gene os mais estudados são: BsmI, ApaI, TaqI e FokI. A maioria dos estudos genéticos enfoca a associação entre estes SNPs no gene VDR e a densidade mineral óssea, entretanto os resultados ainda não são conclusivos. Adicionalmente, poucos estudos têm investigado a relação entre a presença de determinados haplótipos no gene VDR e o desenvolvimento da osteoporose. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre os polimorfismos BsmI, ApaI, TaqI e FokI do gene VDR e seus haplótipos com a suscetibilidade a osteoporose em idosos fisicamente independentes cadastrados nas unidades básicas de saúde do município de Londrina/PR. Métodos: A amostra foi composta por 257 idosos, de ambos os gêneros, sendo 43 indivíduos sem osteoporose (controle), 78 portadores da doença e 136 indivíduos com osteopenia. A osteoporose foi avaliada por meio de raio X de dupla absorbância.. A genotipagem foi feita pela técnica de PCR em tempo real pelo sistema TaqMan®. O índice de massa corporal (IMC) dos pacientes também foi analisado. O teste do 2 foi realizado para associação das variáveis demográficas e dos polimorfismos do gene VDR, bem como para determinar o equilíbrio de Hardy-Weinberg. A análise da regressão logística simples e múltipla foi usada para testar a associação entre a osteoporose e as variáveis independentes. A análise dos haplótipos foi realizada através do programa Haploview 4.2. Resultados: O grupo com osteoporose foi composto por mulheres (79,5%) e por indivíduos com 70 anos ou mais (47,4%). Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre as frequências alélica e genotípica e os polimorfismos estudados. Porém, quando foi conduzida a análise de regressão logística entre os haplótipos e a variável dependente foi observado que portadores do haplótipo bAT (BsmI, ApaI e TaqI) possuem 2,36 (95% IC: 1,360 – 4,109; p = 0,002) vezes mais chances de terem osteoporose e portadores do haplótipo BaT possuem fator protetor de 0,495 (95% IC: 0,299 – 0,820; p = 0,006) comparados com o haplótipo de referência BAt. Conclusão: Resultados do presente estudo mostraram associação estatisticamente significativa entre o desenvolvimento de osteoporose em mulheres (79,5%, p = 0,040), em pacientes com idade acima dos 70 anos (47,4%, p = 0,024) e em indivíduos com IMC normal (43,6%, p = 0,000). Foi observado também que o haplótipo BaT apresenta um fator protetor de 49% contra o desenvolvimento da osteoporose, enquanto indivíduos portadores do haplótipo bAT apresentaram 2,36 vezes mais chances de desenvolverem esta doença. Palavras-chave: Osteoporose. Polimorfismo Genético. Receptor de Vitamina D. Idoso. Haplótipo. RUZZON, Emily Delalibera. Analysis of haplotypes and polymorphisms of the vitamin D receptor gene (VDR) and the development of osteoporosis in the elderly in Southern Brazil. 2014. 45fls. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014. ABSTRACT Background: Osteoporosis is a multifactorial disease that affects bone metabolism , decreasing bone mineral density, leading to an increased susceptibility to recurrent falls and fractures. By owning large genetic factor added to their development, polymorphisms in genes regulating bone metabolism and calcium are often studied in recent years. Among these genes, are the vitamin D receptor (VDR) that promotes increased intestinal calcium absorption with a consequent increase in bone mineralization. The VDR gene consists of 9 exons and is located on 12q13.1, having about 100kb. Between single nucleotide polymorphisms (SNPs) of this gene most studied are: BsmI , ApaI , TaqI and FokI. Most genetic studies have focused on the association between these SNPs in the VDR gene and bone mineral density, however the results are not yet conclusive. Additionally, few studies have investigated the relationship between the presence of certain haplotypes in the VDR gene and the development of osteoporosis. Objective: The aim of this study was to evaluate the association between the BsmI, ApaI, TaqI and FokI VDR gene polymorphisms and their haplotypes with susceptibility to osteoporosis in elderly physically independent registered in basic health units in Londrina / PR . Methods: The sample comprised 257 elderly of both genders, with 43 individuals without osteoporosis (control), 78 patients with the disease and 136 patients with osteopenia. Osteoporosis was assessed by dual X -ray absorbance. Genotyping was done by PCR in real time by TaqMan®. The body mass index (BMI) of patients was also analyzed. The test was carried out for 2 combination of demographic and polymorphism of the VDR gene variables as well as to determine the Hardy Weinberg equilibrium. The analysis of simple and multiple logistic regression was used to test the association between osteoporosis and independent variables. The analysis of haplotypes was performed using the Haploview 4.2 program. Results: The group consisted of osteoporotic women (79.5 %) and individuals aged 70 years or more (47.4 %). No statistically significant association was found between the allele and genotype frequencies and polymorphisms. When was conducted logistic regression analysis between haplotypes and the dependent variable, however, it was observed that carriers of the haplotype Bat (BsmI , ApaI and TaqI) are 2.36 (95%CI: 1.360-4.109, p=0.002) times more likely having osteoporosis patients and have Bat haplotype protective factor of 0.495 (95 %CI: 0.299-0.820, p=0.006) compared with the reference haplotype bat. Conclusion: Results of this study showed statistically significant association between the development of osteoporosis in women (79.5%, p=0.040) in patients aged above 70 years (47.4%, p=0.024) and in subjects with normal BMI (43.6%, p=0.000). It was also observed that the haplotype bat has a protection factor of 49% against the development of osteoporosis, while individuals carrying the haplotype BAT contained 2.36 times more likely to develop this disease. Key-words: Elderly. Genetic polymorphism. Vitamin D receptor. Osteoporosis. Haplotype. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Esquema representativo do gene VDR e localização dos principais polimorfismos conhecidos.........................................................................................18 Figura 2 - Distribuição genotípica geral das amostras, indicando homozigotos e heterozigotos..............................................................................................................40 Figura 3 - Genotipagem individual indicando amostra homozigoto para FAM.........40 Figura 4 - Genotipagem individual indicando amostra homozigoto para VIC...........40 Figura 5 - Genotipagem individual indicando amostra heterozigoto FAM/VIC.........41 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição das características gerais da população estudada..............28 Tabela 2 - Associação entre caracteristicas gerais, genotípicas e alélicas com os grupos controle, osteopenia e osteoporose..............................................................30 Tabela 3 - Regressão logística simples e múltipla do grupo controle e osteoporose com caracteristicas gerais e haplótipos do gene receptor de vitamina D.................31 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DEXA Raio X de Dupla absorbância DMO Densidade Mineral Óssea DNA Ácido desoxirribonucleico DP Desvio Padrão EDTA Ácido Etilenodiamino Tetra-Acético EELO Estudo Sobre o Envelhecimento de Londrina IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IC Intervalo de Confiança IMC Índice de Massa Corporal LD Desequilíbrio de Ligação OMS Organização Mundial de Saúde OR Odds Ratio PCR Reação em Cadeia da Polimerase PHT Paratormônio RNAm Ácido ribonucleico mensageiro RS Região de SNP SNP Polimorfismo De Nucleotídeo Único SPSS Statistical Package for Social Science UBS Unidade Básica de Saúde UVB Radiação Ultravioleta B VDR Receptor de Vitamina D SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................13 2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO....................................15 2.1 OSTEOPOROSE...................................................................................................15 2.2 VITAMINA D........................................................................................................17 2.3 GENE RECEPTOR DE VITAMINA D (VDR)..............................................................18 2.4 ESTUDOS DE ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO NO GENE VDR E A OSTEOPOROSE.........................................................................................................20 3 OBJETIVO...........................................................................................................23 3.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................23 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................23 4 ARTIGO..............................................................................................................24 CONCLUSÃO GERAL...........................................................................................36 REFERÊNCIAS......................................................................................................37 APÊNDICES...........................................................................................................39 APÊNDICE A – Imagens obtidas a partir do StepOne Software v.2.3...................40 ANEXOS.................................................................................................................42 ANEXO A – Parecer do Comitê de Ética................................................................43 ANEXO B – Termo de consentimento livre e esclarecido......................................44 ANEXO C – Normas da revista Osteoporosis International para submissão do artigo.......................................................................................................................45 13 1 INTRODUÇÃO O índice de envelhecimento populacional no Brasil vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)(1) apontam que este índice se elevou de 31,7 em 2001 para 51,8 em 2011, ou seja, atualmente há uma pessoa de 60 anos ou mais para cada jovem de 15 anos ou menos, passando de 15,5 milhões em 2001 para 23,5 milhões em 2011, sendo a maior parcela composta por mulheres (55,7%). Uma das consequências do aumento no número de idosos na população geral é a crescente procura por serviços de saúde. Nessa faixa etária, a internação e o tempo de ocupação dos leitos são maiores. Neste sentido, o envelhecimento populacional se traduz em aumento do uso dos serviços de saúde devido a maior taxa de doenças e incapacidades adquiridas (2). Entre essas doenças está a osteoporose, definida como uma patologia multifatorial que acomete o metabolismo ósseo, diminuindo sua densidade mineral, trazendo como consequências um aumento da suscetibilidade a quedas com fraturas recorrentes(3). Em decorrência desta doença apresentar um grande fator genético associado ao seu desenvolvimento (4), estudos têm pesquisado qual a influência de polimorfismos em genes que regulam o metabolismo ósseo com o aparecimento da osteoporose(5);(6);(7). Diversos genes candidatos têm sido estudados, e dentre estes incluem-se o receptor de paratormônio, receptor de estrógeno, colágeno tipo I, receptor de vitamina D (VDR). Pelo fato de a vitamina D ser um dos compostos com efeito comprovado no metabolismo ósseo, grande interesse tem sido demonstrado no conhecimento de seu mecanismo de ação, principalmente do seu receptor 7, cuja ação, dependente da ligação da vitamina D, promove o aumento da absorção intestinal de cálcio com consequente aumento da mineralização óssea(8). O gene VDR é constituído basicamente por 9 éxons e está localizado no cromossomo 12, na posição 12q13.1, possuindo cerca de 100kb. A maioria de seus polimorfismos está localizada em regiões regulatórias, podendo ocasionar alterações na expressão gênica, mas não mudanças estruturais na sequência de aminoácidos 14 das proteínas sintetizadas. Entretanto, essas mudanças podem alterar a estabilidade do RNAm por existir a possibilidade de estarem em desequilíbrio de ligação (quando alelos adjacentes são juntamente herdados) com algum outro fator genético o que poderia causar interferências na absorção de cálcio(9). Polimorfismos são alterações genéticas decorrentes da substituição, deleção ou inserção de bases nitrogenadas, alterando a sequência de DNA. São herdados pela linhagem germinativa e estão presentes em mais de 1% da população. Estas alterações quando envolvem somente um nucleotídeo são denominadas de polimorfismo de nucleotídeos únicos (SNPs) gerando ou não sítios de clivagem para o reconhecimento de enzimas restrição (10). Entre os SNPs mais estudados do gene VDR estão o rs1544410I (BsmI), rs7975232 (ApaI), rs731236 (TaqI) e rs2228570 (FokI). Estudos(6);(11) sugerem que há maior índice de fraturas nos portadores dos genótipos bb, Aa e tt dos polimorfismos BsmI, ApaI e TaqI respectivamente. Além disso, determinados polimorfismos do gene VDR parecem estar em desequilíbrio de ligação indicando que o BAt está relacionado a maior estabilidade do RNAm(6);(11). Considerando a falta de evidências claras entre a interação dos polimorfismos no gene VDR, sobretudo dos haplótipos e o desenvolvimento de osteoporose, este estudo teve como objetivos avaliar a associação entre os polimorfismos BsmI, ApaI, TaqI e FokI do gene VDR e seus haplótipos com o desenvolvimento de osteoporose em idosos fisicamente independentes. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO 2.1 OSTEOPOROSE Entre as diversas patologias que acometem a população idosa está a osteoporose, que é classificada como uma doença metabólica óssea multifatorial caracterizada pela diminuição da densidade mineral do osso, ocasionando a redução da resistência óssea e maiores riscos a quedas e fraturas (3). Ela ocorre a partir de um desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea, envolvendo osteoblastos e osteoclastos, respectivamente. É uma das principais causas do aumento da morbidade e mortalidade em homens e mulheres idosas (12). Por se tratar de uma doença crônico-degenerativa e silenciosa, a osteoporose pode progredir por anos de maneira assintomática, sendo um problema tão preocupante como câncer e doenças cardiovasculares, atingindo tanto homens quanto mulheres. Ressalta-se que a principal manifestação clínica apresentada são as fraturas(13). Segundo o Ministério da Saúde(14), a incidência de osteoporose vem aumentando nos últimos anos devido a maior expectativa de vida da população mundial. Dados populacionais de algumas regiões do mundo demonstram que, em idosas norte americanas caucasianas, a prevalência é de 17%, comparadas às hispano-americanas, com 12%, e às afro-americanas com 8%(15). Para a população brasileira do estado de São Paulo segundo Camargo et al., o índice de desenvolvimento desta doença pode variar de 13,9 a 28,8% em mulheres acima de 50 anos podendo chegar até 72,7% em mulheres acima de 80 anos (16). Guia em 2009 alisou 582 mulheres com idade igual ou superior a 60 anos e encontrou a seguinte proporção: 8,2% das pacientes normais, 39% com osteopenia (estágio de perda óssea leve irreversível que antecede a osteoporose) e 52,8% com osteoporose(17). Outro estudo brasileiro analisou 999 laudos de densitometria óssea de mulheres acima de 49 anos e obteve o resultado de 32,7% com osteoporose(18). A maneira mais eficiente para se diagnosticar a osteoporose nos pacientes é através da técnica de absorciometria por radiografia de dupla energia (DEXA), que fornece uma medida estática da densidade mineral óssea (DMO) 16 indicando a situação momentânea do paciente(18). Conforme descrito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1994, os critérios de classificação para o diagnóstico da doença são analisados através do T score determinado pelo exame de densitometria óssea nas seguintes condições: normal (T score até -1), osteopenia (T score entre -1 e -2,5) e osteoporose (T score ≤ -2,5)(19). A DMO é resultado do processo de formação do tecido ósseo indicando a concentração de massa óssea em um determinado volume. A diminuição da DMO está diretamente relacionada a ossos fracos e quebradiços, enquanto que o aumento da DMO está relacionada a ossos fortes e resistentes (20). Diversos aspectos estão envolvidos em seu desenvolvimento como hábitos alimentares, baixa ingestão de cálcio e vitamina D, prática de atividades físicas, idade avançada, gênero feminino, índice de massa corporal (IMC), etnia branca, menopausa precoce, utilização de alguns medicamentos e fatores genéticos (3). De caráter poligênico, a osteoporose possui grande relação genética como a regulação de parâmetros de modulação da densidade, tamanho e forma do osso. Um conhecimento mais aprofundado sobre os fatores envolvidos e a sua relação com o meio ambiente, pode promover a escolha do melhor caminho para prevenção, detecção e tratamento desta patologia, assim como das outras complicações por ela geradas(13). Outro aspecto relevante dessa patologia é o seu caráter irreversível. Apesar disso, uma vez que o diagnóstico tenha sido feito é possível aderir a um tratamento de “anti-progressão”. Uma das formas de tratamento é baseada em hormônios. Os estrogênios são agentes promotores de anti-reabsorção, atuando na inibição da atividade osteoclástica(21). Uma dieta rica em alimentos que contenham cálcio aliada a exercícios físicos regulares e exposição solar em horário adequado, são ótimos recursos para o tratamento dessa doença. Em pacientes que apresentarem perda óssea ou risco desta, aconselha–se ingerir cálcio e vitamina D, ou dosagem de suplementos equivalentes para a reposição destes(21). Pelo fato da osteoporose ser uma doença crônica irreversível, ela gera diminuição da qualidade de vida da pessoa portadora e incontáveis gastos para a saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde(14), em 2006 foram gastos R$ 49 17 milhões de reais com internações e R$ 20 milhões de reais com medicamentos para o tratamento da osteoporose. Até outubro de 2009, tais gastos somaram R$ 57,61 milhões e R$ 24,77 milhões, respectivamente. O diagnóstico precoce aliado a manutenção da saúde e do bem estar juntamente com o conhecimento genético prévio fará com que a qualidade de vida dos idosos nesse aspecto seja maior e consequentemente os gastos relacionados diminuirão. 2.2 VITAMINA D Estudos relatam que a vitamina D possui importante papel regulatório no metabolismo ósseo(22, 23) . Essa vitamina pode ser obtida a partir da ingestão de alguns alimentos, como peixes e frutos do mar, e suplementos alimentares, porém a síntese cutânea é sua maior fonte, produzida através da exposição adequada à radiação solar ultra violeta B (UVB)(24). A interação entre a forma ativa da vitamina D (1,25 dihidroxivitamina D) com seu gene receptor de vitamina D (VDR) aumenta de 30 a 40% a eficiência da absorção de cálcio. É estimado que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo possuem deficiência de vitamina D(25). A vitamina D absorvida no intestino delgado é transportada por proteínas até o fígado e os rins para ser metabolizada em sua forma ativa. Uma pequena fração é encontrada livre (26). Os níveis plasmáticos de paratormônio (PTH), cálcio e fósforo, regulam a produção de vitamina D. Sua principal ação é manter os níveis normais de cálcio e fosfato no plasma. Quando ocorre diminuição desses níveis, o PTH juntamente com a vitamina D ativa, estimulam a atividade de diferenciação de pré osteoclastos em osteoclastos maduros, fazendo assim a reabsorção óssea, aumentando os níveis plasmáticos desses íons. A vitamina D também tem função na mineralização óssea. Quanto em contato com o VDR, promove um feedback negativo, fazendo com que haja menor liberação de PTH. Sendo assim, promove um aumento na absorção intestinal de cálcio(25);(27). Ressalta-se que fatores genéticos são responsáveis por 50 a 80% da variabilidade inter individual da densidade mineral óssea (DMO)(28). Para ocorrer o efeito biológico, a vitamina D se liga em seu receptor nuclear específico (VDR) 18 promovendo a síntese de RNAm para formação de proteínas como a osteocalcina que atua na atividade de formação óssea dos osteoblastos(29). 2.3 GENE RECEPTOR DE VITAMINA D (VDR) O gene VDR está localizado no cromossomo 12, na posição 12q13.1, possui cerca de 100kb e é constituído basicamente por 9 éxons(29). (Figura 1). Figura 1 - Esquema representativo do gene VDR e a localização dos principais polimorfismos conhecidos. A numeração de 1 a 9 representa os éxons (1A a 1F são éxons na região 5’). As letras abaixo de cada polimorfismo indicam as bases nitrogenadas que são trocadas. Os éxons 2 e 3 estão relacionados com o controle de ligação ao DNA, e os éxons 7, 8 e 9 estão relacionados com o controle de ligação à vitamina D (30). A maioria dos polimorfismos do gene VDR está localizada em regiões regulatórias, podendo ocasionar alterações na expressão gênica, mas não mudanças estruturais na sequência de aminoácidos das proteínas sintetizadas, entretanto podem alterar a estabilidade do RNAm por existir a possibilidade de estarem em desequilíbrio de ligação com algum outro fator genético, o que poderia causar interferências na absorção de cálcio(9). 19 Vários estudos já relataram diversos polimorfismos nesse gene. Entre os mais estudados estão os polimorfismos de nucleotídeos únicos (SNP): ApaI, FokI, BsmI e TaqI(8);(28);(31). Vale ressaltar que entre esses, o FokI e TaqI estão localizados em regiões codificantes do gene. Estes SNPs recebem essa nomenclatura devido as enzimas de restrição extraídas de bactérias, onde a primeira letra maiúscula se refere ao gênero da bactéria, a segunda e terceira letras são referentes a espécie e o número em algarismo romano indica o número da enzima descoberta. Essas enzimas são responsáveis pela clivagem de sequências palindrômicas de DNA(32). O polimorfismo rs1544410 (BsmI) está localizado no íntron 8 e resulta na substituição de adenina por guanina (A/G). Conforme a nomenclatura é definido como alelo “B” a presença da base adenina e como alelo “b” a presença da base guanina. O polimorfismo rs7975232 (ApaI) também está localizado no intron 8 e resulta na substituição de timina por guanina (T/G). A nomenclatura define como alelo “A” presença da base timina e “a” presença da base guanina. Devido ao fato desses dois polimorfismos estarem localizados próximos a região 3’ surge a hipótese de que a forma alterada do gene receptor pode influenciar na estabilidade de transcrição, no entanto há uma lacuna no conhecimento sobre prováveis efeitos na transcrição do gene ou na estrutura da proteína(13). O polimorfismo rs731236 (TaqI) está localizado no éxon 9 e resulta na substituição de timina por citosina (T/C), sendo definido como “T” presença da base timina e “t” presença da base citosina gerando a troca do códon ATT por ATC, porém não alteram o aminoácido a ser sintetizado, pois ambos os códons sintetizam a isoleucina, considerado portanto um polimorfismo silencioso (33). O polimorfismo rs2228570 (FokI) está localizado na junção do intron 1 com o éxon 2, resultante da substituição de citosina por timina (C/T) e é definido como “F” quando há presença da base citosina e “f” quando há presença da base timina (33, 34) . A presença do alelo f gera uma versão mais longa da proteína com 3 aminoácidos a mais quando comparado com a presença do alelo F. Estudos demonstram que a proteína mais longa possui menor atividade transcricional quando comparado a proteína curta, podendo resultar em diminuição da funcionalidade do VDR, modificando assim o efeito determinado pela vitamina D (34). 20 Padrões de desequilíbrio de ligação no gene VDR foram propostos em uma população canadense indicando a existência de 2 blocos. Um deles está localizado na região 5’ e possui aproximadamente 8.4Kb, e o outro está localizado na região 3’ possuindo aproximadamente 5.8 Kb. Neste segundo bloco, estão localizados os SNPs BsmI, ApaI e TaqI. Por estarem no mesmo bloco, alelos desses polimorfismos podem ser herdados juntos (35). O desequilíbrio de ligação (LD) é uma medida para descrever a associação entre alelos de polimorfismos adjacentes (36). Essa é uma medida importante, pois a existência de um polimorfismo pode prever o outro. Elevados níveis de LD em determinada área coincidem com limitados números de haplótipos nessa mesma área. Haplótipos são blocos de alelos de polimorfismos adjacentes ligados. A importância da avaliação de haplótipos na população se da pelo fato de que essa associação entre os polimorfismos pode contribuir para prever o risco ao desenvolvimento de doenças(36). A relevância funcional desses polimorfismos ainda é pouco conhecida, entretanto há estudos que mostram que ocorre desequilíbrio de ligação entre os polimorfismos BsmI, ApaI e TaqI, sendo 3 haplótipos bem definidos: baT, BAt e bAT, e o haplótipo BAt está relacionado a maior estabilidade do RNAm(33);(11). 2.4 ESTUDOS DE ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO NO GENE VDR E A OSTEOPOROSE Vários estudos de associação entre os polimorfismos no gene VDR e a osteoporose tem sido realizados em diferentes populações, entretanto, muitos deles são discordantes quanto a seus resultados. Estudo realizado em uma população de mulheres chinesas pós menopausa encontrou uma associação estatisticamente significativa entre os genótipos Aa e Bb (ApaI e BsmI, respectivamente) e a DMO. Foi verificado que essas chinesas possuem maior DMO, e consequentemente menores chances de desenvolverem osteoporose, quando comparadas aquelas com genótipo aa e bb(5). Foi conduzido estudo de metanálise reunindo 41 pesquisas do tipo caso controle em relação ao polimorfismo BsmI do gene VDR e a osteoporose em mulheres caucasianas e asiáticas. A frequência do alelo B encontrada no grupo de 21 caucasianas com osteoporose foi de 44,51% e no grupo controle de 43,65%. Nas asiáticas, foi de 23,36% no grupo com osteoporose e de 23,92% no grupo controle. A frequência em ambas populações se mostrou similar tanto nos casos quanto nos controles. Este estudo não encontrou nenhuma significância estatística entre o polimorfismo BsmI do gene VDR e o risco do desenvolvimento à osteoporose em populações asiáticas e caucasianas(7). Em contrapartida, Ji et al., em sua análise envolvendo os polimorfismos BsmI, ApaI, TaqI e FokI no gene VDR contemplou 17 estudos em caucasianos, observando um total de 2112 sujeitos no grupo caso e 4521 no grupo controle. Os resultados combinados dos estudos mostraram que o genótipo bb do polimorfismo BsmI apresentou um efeito protetor contra fraturas ósseas (OR=0,87; 95% IC: 0,76 – 0,98). Quando separado por tipo de fratura, os genótipos bb e Tt (BsmI e TaqI, respectivamente) apresentaram também efeito protetor em caso de fratura de quadril (OR=0,82; 95% IC: 0,70 – 0,97 e OR=0,65; 95% IC 0,43 – 0,97, respectivamente) e o genótipo tt (TaqI) foi considerado fator de risco (OR=1,74; 95% IC 1,05 – 2,91). Em relação às fraturas vertebrais, os indivíduos portadores do genótipo Aa (ApaI) apresentaram 1,63 vezes mais chances de terem esse tipo de fratura do que os indivíduos portadores dos genótipos AA ou aa. Quanto ao polimorfismo FokI, nenhuma associação estatisticamente significativa foi encontrada(6). Horst-Sikorska et al.(8) reuniram 501 mulheres caucasianas pós menopausa com diagnóstico de osteoporose e compararam a frequência alélica dos polimorfismos BsmI, ApaI e TaqI do gene VDR com o histórico de fraturas. Encontraram que indivíduos portadores dos alelos b, a e T apresentaram maiores chances à fraturas não vertebrais quando comparados aos indivíduos portadores dos alelos B, A e t. Estes resultados estão em desacordo com o estudo de Uitterlinden et al.(11) que relatam que o haplótipo BAt está relacionado a melhor estabilidade do RNAm e por consequência, conferir menor chance de desenvolvimento de osteoporose. A discrepância entre os estudos e a falta de evidências na população do sul do Brasil motiva a pesquisa sobre a relação entre os polimorfismos 22 do receptor de vitamina D e o desenvolvimento de osteoporose em idosos, visto que é uma doença com grande acometimento e que gera diminuição da qualidade de vida do indivíduo portador. 23 3 OBJETIVO 3.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a associação entre os polimorfismos BsmI, ApaI, TaqI e FokI do gene receptor de vitamina D (VDR), bem como de seus haplótipos, com o desenvolvimento de osteoporose em idosos de uma região do sul do Brasil. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Investigar as frequências alélicas, genotípicas e haplotípicas do gene receptor de vitamina D (VDR) em idosos; Analisar a suscetibilidade ao desenvolvimento de osteoporose em idosos com os fatores de risco como gênero, idade e índice de massa corporal; Verificar a associação entre as variáveis gênero, idade, índice de massa corporal e das variáveis biológicas (alelos, genótipos e haplótipos do gene VDR) com o desenvolvimento de osteoporose em idosos. 24 4 ARTIGO HAPLÓTIPOS ESPECÍFICOS DO GENE RECEPTOR DE VITAMINA D (VDR) ESTÃO ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO DE OSTEOPOROSE EM IDOSOS DO SUL DO BRASIL (A ser submetido ao periódico Osteoporosis International – Qualis A1) Emily Delalibera Ruzzon1,3, Myriam Fernanda Merli 1, Vanessa Suziane Probst2, Karen Barros Parron Fernandes2, Rubens Alexandre da Silva Júnior 2,4, Paulo Roberto Adona5, Regina Célia Poli-Frederico2,3 1 Programa de Mestrado e Doutorado Associado em Ciências da Reabilitação UELUNOPAR. 2 Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina, Paraná, Brasil. 3 Laboratório de Biologia Molecular, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina, Paraná, Brasil. 4 Laboratório de Avaliação Funcional e Performance Motora (LAFUP), Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina, Paraná, Brasil. 5 Agropecuária Laffranchi Comércio e Indústria LTDA conveniada a Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina, Paraná, Brasil. *Correspondência ao autor: Regina Célia Poli-Frederico Laboratório de Biologia Molecular, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Av. Paris 675, Jd Piza, CEP 86041-140. Cx. P. 401, Londrina, PR, Brasil. Fone: +55-433371-7820 Fax: +55-43-3371-7741 E-mail: [email protected]; [email protected] Conflito de interesse: Não há conflito de interesse neste artigo. 25 Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre os polimorfismos BsmI , Apal , TaqI e FokI do gene receptor de vitamina D (VDR) e seus haplótipos com o diagnóstico de osteoporose em idosos fisicamente independentes de uma cidade do sul do Brasil. O estudo incluiu 257 indivíduos de ambos os gêneros, com idade média de 68 anos (DP = 6). A análise de polimorfismos do gene VDR foi realizada por PCR em tempo real usando o sistema de TaqMan® a partir da extração de DNA de leucócitos do sangue periférico. O diagnóstico da osteoporose foi obtido por realização de raios - X de dupla absorbância. O índice de massa corporal (IMC) dos pacientes também foi analisado Análise de associação (qui-quadrado, regressão logística e simples e múltipla) entre a variável dependente e as variáveis independentes foi realizada. O valor do nível de significância foi p < 0,05. Do total de sujeitos avaliados, 78 apresentaram osteoporose. Não foi detectada uma associação estatisticamente significante entre osteoporose e os polimorfismos BsmI , Apal ,TaqI e FokI do gene VDR. Em relação aos haplótipos, comparando osteoporose e controle, foi verificado que idosos portadores do haplótipo bAT (BsmI, ApaI e TaqI) possuem 2,36 (95% IC: 1,4 – 4,1; p = 0,002) vezes mais chances de terem a doença e portadores do haplótipo BaT foram menos propensos a desenvolverem a osteoporose (OR=0,49; 95% IC: 0,3 – 0,82; p = 0,006), comparados com o haplótipo de referência BAt. Palavras-chave: Idoso, polimorfismo genético, receptor de vitamina D, osteoporose, haplótipo. Abstract The aim of this study was to evaluate the association between the BsmI , ApaI , TaqI and FokI VDR gene polymorphisms and their haplotypes with the diagnosis of osteoporosis in elderly physically independent registered in basic health units in Londrina/PR . The study included 257 subjects of both genders with a mean age of 68 years (SD=6). The analysis of VDR gene polymorphisms was performed by Real Time PCR using TaqMan® system from the extraction of DNA from peripheral blood leukocytes. The diagnosis of osteoporosis was obtained by performing X-ray dual absorbance. Analysis of association (chi-square and simple and multiple logistic regression) between the dependent variable and the independent variables was performed. The value of the level of significance was p < 0.05. Of the total subjects evaluated, 78 presented osteoporosis. We did not detect a statistically significant association between osteoporosis and BsmI, ApaI, TaqI and FokI VDR gene polymorphisms. However there was a statistically significant association between the Bat haplotypes (BsmI, ApaI and TaqI) (OR=2.36;95%CI:1.360- 4.109, p=0.002) and BAT (OR=0.495; 95%CI:0.299-0.820; p = 0.006), compared with the reference haplotype bat. Key-words: Elderly, genetic polymorphism, vitamin D receptor, osteoporosis, haplotype. Introdução A osteoporose é uma doença óssea metabólica comum entre as mulheres pós menopausa, caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea (DMO) e deterioração da microarquitetura esquelética com consequente aumento a fraturas [1, 2]. Dados epidemiológicos tem mostrado que diversos fatores de risco, tanto ambientais quanto genéticos, levam ao desenvolvimento dessa doença, como baixa ingestão de cálcio, falta de atividade física, baixa exposição à luz solar e polimorfismos em genes específicos responsáveis pelo metabolismo do cálcio e dos ossos [3]. Cerca de 50 a 85% da densidade mineral óssea é determinada pela herdabilidade, segundo estudo realizado em gêmeos [4]. Devido a esse grande fator genético associado, diversos estudos tem realizado análises em vários genes responsáveis pela homeostase óssea como o receptor de vitamina D (VDR) [4, 5], receptor de colágeno tipo 1α1 (COL1A1) [6, 7] e receptor de estrógeno (ER) [8]. Estudos demonstram que a vitamina D contribui de maneira importante no metabolismo ósseo [9, 10]. A ligação da forma ativa da vitamina com seu receptor gera um aumento de 30 a 40% na absorção de cálcio [11]. 26 O gene VDR está localizado no cromossomo 12, na posição 12q13.1 e é constituído basicamente por 9 éxons possuindo cerca de 100kb [12]. Entre os polimorfismos de nucleotídeos únicos (SNPs) mais frequentemente estudados desse gene encontram-se o rs1544410 (BsmI, A/G, G = b), e rs7975232 (ApaI, T/G, G = a), localizados no intron 8, rs731236 (TaqI, T/C, C = t) no éxon 9, e rs2228570 (FokI, C/T, T = f) no éxon 2 [13, 14]. Devido ao fato dos polimorfismos BsmI e ApaI estarem localizados próximos a região 3’, surge a hipótese de que os mesmos podem influenciar na estabilidade de transcrição, no entanto há uma lacuna no conhecimento de prováveis efeitos na transcrição do gene ou na estrutura da proteína [15]. O polimorfismo TaqI gera a troca do códon ATT por ATC, porém não altera o aminoácido a ser sintetizado, pois ambos os códons sintetizam a isoleucina, considerado portanto um polimorfismo silencioso [16]. O polimorfismo FokI promove a troca de um códon de iniciação, gerando a forma truncada da proteína do VDR com 3 aminoácidos a menos que a versão não polimórfica, sendo a ultima representada pelo alelo f [13]. Segundo estudos realizados in vitro, a versão curta da proteína (alelo F) parece ter atividade transcricional maior do que a versão longa, podendo ocasionar maior funcionalidade do VDR [17,12]. Estudo relizado por Li e colaboradores [18] encontrou associação entre o genótipo heterozigoto dos polimorfismos BsmI e ApaI e maior DMO em mulheres chinesas. Porém, há dados contraditórios sugerindo que há maior índice de fraturas nos portadores dos genótipos bb, Aa e tt dos polimorfismos BsmI, ApaI e TaqI, respectivamente [19]. Observando que a relevância funcional desses polimorfismos ainda é pouco conhecida, há estudos que mostram desequilíbrio de ligação entre os polimorfismos BsmI, ApaI e TaqI, sendo que 3 haplótipos estão bem definidos: baT, BAt e bAT, indicando que o haplótipo BAt está relacionado a maior estabilidade do RNAm [14,15] e consequentemente menor risco ao desenvolvimento da osteoporose. Considerando a falta de evidências claras entre a interação dos polimorfismos no gene VDR e seus haplótipos e o desenvolvimento de osteoporose, este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre os polimorfismos BsmI, ApaI, TaqI e FokI do gene VDR bem como de seus haplótipos com o desenvolvimento de osteoporose em idosos fisicamente independentes. Metodologia AMOSTRA A amostra deste estudo (n = 257) foi constituída a partir de uma população de idosos cadastrados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) das cinco regiões da cidade (norte, sul, leste, oeste e centro) que participaram do Projeto EELO – Estudo sobre Envelhecimento e Longevidade conduzido entre os anos de 2009 a 2011– cujo objetivo foi realizar uma análise sobre as condições sociodemográficas e de saúde de idosos residentes no município de Londrina/Paraná, http://www2.unopar.br/sites/eelo. Brasil. Informações detalhadas estão disponíveis em: 27 Os critérios de inclusão adotados foram: ter idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os gêneros, ser fisicamente independente e aceitar participar do estudo voluntariamente. Características gerais como etnia, gênero e idade foram coletadas a partir de questionário respondido pelos próprios participantes da pesquisa. Todos os participantes após terem sido informados sobre os procedimentos aos quais seriam submetidos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido com o objetivo de respeitar a resolução 196/96 (20)]. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNOPAR certificado pelo Conselho Nacional de Saúde (PP/0100/010). Diagnóstico de Osteoporose 257 idosos (184 mulheres e 73 homens) participaram do exame de densitometria óssea do fêmur e da coluna lombar (L1-L4). O aparelho utilizado foi o densitômetro duo-energético (GE–PRODIGY PRIMO; X-ray; fam beam). Os indivíduos foram classificados em três grupos: controle (até -1,0 DP), osteopênicos (-1,0 a -2,5 DP) e osteoporóticos (abaixo de -2,5DP), seguindo os critérios preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Coleta do material para análise do DNA O DNA foi obtido a partir de 200uL de leucócitos do sangue periférico, colhido com EDTA, utilizando o Kit de extração de DNA (PureLink Genomic DNA Kits - Invitrogen), segundo as orientações do fabricante. Os DNAs extraídos foram acondicionados em freezer a -80º C até o momento da realização das análises de polimorfismo. A avaliação da qualidade e quantidade de DNA foi realizada por meio de análise de absorbância em espectrofotômetro (NanoDrop 2000 – Thermo Scientific) a 260nm e 280nm. Posteriormente, foi feita a diluição do DNA em água ultra pura Milli-Q® para a concentração final de 30ng/uL. Análise dos polimorfismos no gene do VDR por meio da Reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real Para análise dos SNPs do gene VDR foi realizada a técnica de amplificação dos fragmentos de DNA por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real pelo sistema TaqMan® (Applied Biosystems, Foster City, USA). Quatro polimorfismos foram verificados: rs731236 (TaqI), rs1544410 (BsmI), rs7975235 (ApaI) e rs2228570 (FokI). A reação padronizada utilizada continha 20µL de volume final, sendo 10µl de Taqman® Genotyping Master Mix (1x), 0,5µL de sonda (1x) (Applied Biosystems, Foster City, USA), 7,5µL de água ultrapura MilliQ® e 2µL de DNA (30ng/uL). Foi utilizado o termociclador StepOnePlus™ Real-Time PCR System (Applied Biosystems, Foster City, USA) com a seguinte ciclagem: 60ºC por 30 segundos (pré desnaturação), 95ºC por 10 minutos para desnaturação inicial, 50 ciclos de 95ºC por 15 segundos (desnaturação) e 60ºC por 1 minuto e 30 segundos (pareamento dos iniciadores) e um ciclo final de extensão de 30 segundos a 60ºC. A avaliação dos 28 resultados foi realizada pelo StepOne Software v2.3. Exemplos de genótipos homozigoto dominante e recessivo e heterozigoto estão representados no apêndice A. Análise estatística O programa estatístico SPSS (v.17, SPSS Inc., Chicago) foi usado para a análise dos dados. Frequências, médias e desvio-padrão foram calculados para cada variável. O teste do 2 foi utilizado para testar a associação entre a osteoporose e as variáveis independentes como: gênero, idade, índice de massa corporal e frequências genotípicas e alélicas. Para a análise do equilíbrio de Hardy-Weinberg foi utilizado o teste do 2. A análise da regressão logística simples e múltipla foi usada para testar a associação entre a osteoporose/osteopenia e as variáveis independentes (gênero, idade, IMC e haplótipos). O nível de significância adotado para todas as análises foi p < 0,05. Foi utilizado o programa Haploview 4.2 para calcular o desequilíbrio de ligação (LD) a partir dos SNPs do gene VDR e estimar a frequência dos haplótipos. Resultados Participaram do presente estudo 257 idosos com idade média de 68 anos ± 6, sendo a maior parcela representada pelo gênero feminino (71,6%), pré obeso (42,4%), portadores de osteopenia (52,9%) e de etnia branca (59,9%) (Tabela 1). Tabela 1 Distribuição das características gerais da amostra estudada Caracteristicas Gênero Masculino Feminino N % 73 184 28,4 71,6 Idade 60 a 64 anos 65 a 70 anos Acima de 70 anos 75 98 84 29,2 38,1 32,7 Etnia Branca Não branca 154 103 59,9 40,1 Densidade Mineral Óssea Normal Osteopenia Osteoporose 43 136 78 16,7 52,9 30,4 Índice de Massa Corporal Normal Baixo Peso Pré-obeso Obeso 64 4 109 80 24,9 1,6 42,4 31,1 29 Foi encontrada associação estatisticamente significativa entre a osteoporose, gênero, idade e IMC. 79,5% das mulheres apresentaram osteoporose. Segundo a idade dos individuos, foi observado 28,3% dos idosos com idade acima dos 70 anos e 8,7% dos idosos com IMC normal. Adicionalmente, 50% dos obesos estavam livres desta doença. Entetanto, as frequências alélicas (p = 0,530, p = 0,498, p = 0,876, p = 0,412) e genotípicas (p = 0,697, p = 0,631, p = 0,497 e p = 0,901) não mostraram associação estatisticamente significantes com a doença em questão para TaqI, BsmI, ApaI e FokI, respectivamente (Tabela 2). Conforme descrito na Tabela 3, a análise da regressão logística simples indicou que o gênero, idade, IMC e haplótipos foram associados com o desenvolvimento de osteoporose. Idosos do gênero masculino, pré obesos ou obesos foram menos suscetiveis à osteoporose em relação às mulheres e peso normal (p < 0,05). Foi verificado também que quanto maior a idade, maiores são os riscos do acometimento da doença (OR=1,3; 95% IC: 1,05 – 1,6; p = 0,016). Na regressão logística múltipla (Tabela 3), o gênero, idade, IMC e haplótipos permaneceram associados. Os idosos do gênero feminino apresentaram maiores chances de desenvolverem osteoporose (OR= 5,19; 95%IC: 1,62 – 16,18 e p = 0,005) e os indivíduos pré obesos e obesos foram menos propensos a doença (OR=0,66; 95%IC: 0,55 – 0,8; p = 0,000; OR=0,56; 95%IC: 0,46 – 0,69; p = 0,000, respectivamente). Em contrapartida os idosos com idade superior a 70 anos apresentaram 1,3 vezes (IC 95%: 1,077 – 1,65) mais chances de desenvolver a osteoporose comparado aos mais jovens. Em relação aos haplótipos, comparando os grupos osteoporose e controle, foi verificado que idosos portadores do haplótipo bAT (BsmI, ApaI e TaqI) possuem 2,36 (95% IC: 1,4 – 4,1; p = 0,002) vezes mais chances de terem a doença enquanto que portadores do haplótipo BaT foram menos propensos a desenvolverem a osteoporose (OR=0,49; 95% IC: 0,3 – 0,82; p = 0,006), comparados com o haplótipo de referência BAt. 30 Tabela 2 Associação entre caracteristicas gerais, frequências genotípicas e alélicas com os grupos controle, osteopenia e osteoporose Características n Controle % Osteopenia n % Osteoporose n % p Gênero Masculino Feminino 17 29 37,0 63,0 45 102 30,6 69,4 16 62 20,5 79,5 0,040* Idade 60 a 64 anos 65 a 70 anos Acima de 70 anos 15 18 13 32,6 39,1 28,3 46 60 41 31,3 40,8 27,9 18 23 37 23,1 29,5 47,4 0,024* IMC Normal Baixo peso Pré obeso Obeso 4 19 23 8,7 41,3 50,0 30 1 67 49 20,4 7,0 45,6 33,3 34 3 28 13 43,6 3,8 35,9 16,7 0,000* 13 7 23 30,2 16,3 53,5 59 22 55 43,4 16,2 40,4 26 9 43 33,3 11,5 55,1 0,697 49 37 57,0 43,0 173 99 63,6 36,4 95 61 60,9 39,1 0,530 15 31 27,9 72,1 2 58 76 1,5 42,6 55,9 28 50 35,9 64,1 0,631 31 55 36,0 64,0 80 192 29,4 70,6 50 106 32,0 68,0 0,498 19 5 19 44,2 11,6 44,2 53 17 66 39,0 12,5 48,5 30 8 40 38,5 10,3 51,3 0,497 57 29 66,3 33,7 172 100 63,2 36,8 100 56 64,1 35,9 0,876 21 6 16 48,8 14,0 37,2 63 15 58 46,3 11,0 42,6 31 13 34 39,7 16,7 43,6 0,901 58 28 67,5 32,5 184 88 67,6 32,4 96 60 61,5 38,5 0,412 Genótipo TaqI TT Tt Tt Alelos T T Genótipo BsmI BB Bb Bb Alelos B B Genótipo ApaI AA Aa Aa Alelos A A Genótipo FokI FF Ff Ff Alelos F F *p < 0,05 31 Tabela 3 Regressão logística simples e múltipla entre os grupos controle e osteoporose com caracteristicas gerais e haplótipos do gene receptor de vitamina D. Características Controle Osteoporose Modelo Simples Valor Modelo ajustado de p Valor de p N (%) N (%) OR (95% CI) OR (95% CI) Masculino 17 (23,3) 16 (21,9) 1 Feminino 26 (14,1) 62 (33,7) 2,534 (1,114 – 5,764) 60 a 64 anos 14 (18,7) 18 (24,0) 1 65 a 70 anos 18 (18,4) 23 (23,5) 0,998 (0,821 – 1,212) 0,981 1,040 (0,875 – 1,236) 0,655 > que 70 anos 11 (13,1) 37 (44,0) 1,292 (1,049 – 1,591) 0,016* 1,331 (1,077 – 1,646) 0,008* 4 (6,2) 34 (53,1) 1 Baixo peso 0 3 (75,0) 1,325 (0,845 – 2,078) 0,221 1,380 (0,841 – 2,265) 0,203 Pré-obeso 19 (17,4) 28 (25,7) 0,680 (0,560 – 0,825) 0,000* 0,665 (0,553 – 0,801) 0,000* Obeso 20 (25,4) 13 (16,2) 0,573 (0,467 – 0,704) 0,000* 0,558 (0,456 – 0,683) 0,000* BbAAtt 2 (4,7) 2 (2,6) 1 BbAatt 1 (2,3) 2 (2,6) 1,078 (0,689 – 1,687) 0,741 0,979 (0,598 – 1,604) 0,933 bbAATT 6 (14,0) 7 (9,0) 0,965 (0,605 – 1,538) 0,881 0,963 (0,662 – 1,401) 0,845 BbAaTt 11 (25,6) 21 (26,9) 1,165 (0,843 – 1,611) 0,354 1,118 (0,849 – 1,472) 0,429 BbAATt 10 (23,3) 15 (19,2) 1,064 (0,776 – 1,460) 0,699 1,050 (0,805 – 1,370) 0,717 bbaaTt 1 (2,3) 1 (1,3) 0,965 (0,525 – 1,774) 0,908 0,940 (0,468 – 1,889) 0,863 bbAaTt 1 (2,3) 3 (3,8) 1,248 (0,721 – 2,285) 0,395 1,235 (0,843 – 1,809) 0,278 bbAATt - 3 (3,8) 2,043 (1,247 – 3,346) 0,005* 2,364 (1,360 – 4,109) 0,002* BbaaTT 1 (2,3) - 0,585 (0,280 – 1,223) 0,154 0,495 (0,299 – 0,820) 0,006* BbAaTT - 3 (3,8) 1,481 (0,949 – 2,311) 0,083 1,463 (0,969 – 2,208) 0,070 BbAATT 2 (4,7) 2 (2,6) 0,965 (0,522 – 1,783) 0,909 0,995 (0,584 – 1,694) 0,984 bbaaTT 2 (4,7) 7 (9,0) 1,199 (0,847 – 1,698) 0,306 1,139 (0,864 – 1,501) 0,356 bbAaTT 6 (14,0) 12 (15,4) 1,091 (0,806 – 1,475) 0,573 1,001 (0,774 – 1,295) 0,994 Gênero 1 0,027* 5,190 (1,619 – 16,177) 0,005* Idade 1 IMC Normal 1 Haplótipos *p < 0,05 1 32 Discussão Polimorfismos genéticos têm sido bastante estudados nos últimos anos visando o diagnóstico precoce de diversas doenças com interesse em tratamento anterior a qualquer avanço prejudicial à saúde da população [21]. A osteoporose é uma doença óssea bem conhecida que afeta milhões de pessoas a cada ano, acometendo principalmente mulheres após a menopausa pela falta do estrógeno, que age de forma protetora no metabolismo dos ossos [1]. Por ser de caráter multifatorial e poligênica, é difícil a criação de programas de tratamento para diagnóstico precoce. O fato de a vitamina D possuir importante papel regulatório no metabolismo do cálcio e dos ossos implica na constante análise de polimorfismos no gene do seu receptor (VDR) [10]. Observando a associação dos fatores de risco (idade, gênero e IMC) com o desenvolvimento de osteoporose, esse estudo está em acordo com outros autores [5,22], indicando que há maior prevalência do caso da doença em mulheres acima dos 70 anos de idade, ou seja, quanto maior a idade, maiores as chances de desenvolvimento, e IMC normal, devido ao fato de a vitamina D ser lipossolúvel e se acumular no tecido adiposo, sendo assim, pessoas com IMC maior possuem maior acumulo da vitamina e menores chances do desenvolvimento à osteoporose. Em relação às análises das frequências alélicas e genotípicas com o desenvolvimento da doença, o presente estudo não encontrou nenhuma associação estatisticamente significante (Tabela 2), estando de acordo com Quin et al. [23], que realizaram uma metanálise em população asiática e caucasiana, não encontrando nenhuma associação entre o polimorfismo BsmI e osteoporose. Horst-Sikorska et al. [5], também não encontraram nenhuma associação entre os genótipos dos polimorfismos BsmI, ApaI e TaqI, assim como Uitterlinden et al. [22] e Fang et al. [24]. Em contrapartida, Ji et al. [19] analisando 2112 mulheres com caso de fratura e 4521 no grupo controle, todas caucasianas, encontraram maior proporção do genótipo bb (BsmI) em mulheres sem fraturas (OR=0.87; 95 IC: 0.76, 0.98). Quando separado por tipo de fratura, os casos de fratura de quadril apresentaram um efeito protetor de 82% nas portadoras do genótipo bb 65% nas portadoras do genótipo Tt (BsmI e TaqI) (OR=0.82; 95% IC: 0.70, 0.97 e OR=0.65, 95% IC; 0.43, 0.97, respectivamente) e apresentaram 1,74 vezes mais chances de ter a fratura na presença do genótipo tt (OR=1.74, 95% IC: 1.05, 2.91). Com relação às fraturas vertebrais, as portadoras do genótipo Aa (ApaI) apresentaram 1,63 vezes mais chances de ter este tipo de fratura (OR=1.63; 95% IC= 1.03, 2.59). O polimorfismo FokI não apresentou significância, sendo assim, nosso estudo corrobora com esse resultado. Outro estudo do tipo caso - controle realizado por Marozik et al. [6] analisou os polimorfismos BsmI, ApaI e TaqI de 54 mulheres com osteoporose e 77 sem a doença. Foi encontrada significância estatística entre os polimorfismos BsmI e ApaI. Em relação ao BsmI, portadoras do genótipo Bb possuem 2,64 (95% IC: 1,29 – 5,42; p = 0,001) vezes mais chances de desenvolverem a doença , estando em desacordo com o estudo de Ji et al. [19], e portadoras do alelo b em homozigoze, têm um fator de proteção de 0,24 (95% IC: 0,11 – 0,53 p = 0,001). Associação alélica também foi demonstrada, indicando que o alelo B está relacionado negativamente com a suscetibilidade da doença (OR=2,29; 95% IC: 1,38 – 3,81; p = 0,001) contrariamente ao alelo b (OR=0,44; 95% IC: 0,26 – 0,73; p = 0,001). 33 Quanto ao polimorfismo ApaI, Marozik et al. [6] encontraram associação entre o genótipo AA como fator de risco (OR=2,29; 95% IC: 1,38 – 3,81; p = 0,001) e aa como fator protetor (OR=0,25; 95% IC: 0,10 – 0,62; p = 0,001). Associação alélica analisada foi de que portadoras do alelo A possuem 2,73 vezes mais chances de desenvolverem a osteoporose. Nenhuma associação foi encontrada quanto ao polimorfismo TaqI. Nosso estudo corrobora com esse resultado [6]. Nota-se uma relevante discrepância dos resultados encontrados por vários pesquisadores quando se avalia genótipos do gene VDR de forma isolada. Uma vez que sabemos que polimorfismos estão presentes em uma determinada área no gene candidato, é importante compreender como se relacionam uns com os outros tanto num sentido genético bem como em um sentido biologicamente funcional. Geneticamente, nós precisamos compreender quais alelos estão ligados uns aos outros por meio do estudo de desequilíbrio de ligação entre os polimorfismos. Funcionalmente, nós temos que determinar como certas combinações de alelos em um determinado gene candidato podem aumentar ou diminuir determinados efeitos sobre a função gênica [15]. A discordância entre diversos estudos gera uma nova forma de avaliação como a de haplótipos, que ainda é muito limitada relacionando o gene VDR e o desenvolvimento de osteoporose. Entretanto Uitterlinden et al. [25], encontraram em seus estudos três haplótipos bem definidos: baT, BAt e bAT, sendo que o haplótipo BAt está relacionado a uma maior estabilidade do RNAm e bAT está relacionado com menor DMO [25]. Segundo estes mesmos autores [25] foi encontrada uma diminuição significativa da DMO, e consequentemente maiores chances de desenvolverem osteoporose, nos indivíduos portadores do haplótipo bAT (p = 0,04). Nosso estudo encontrou resultados semelhantes a estes, onde foi demonstrado a associação entre haplótipos definidos e a osteoporose, sendo que idosos portadores do haplótipo bAT apresentaram 2,36 mais chances de terem a doença (OR=2,36; 95% IC: 1,360 – 4,109; p = 0,002), e os que eram portadores do haplótipo BaT eram menos propensos a terem osteoporose quando comparados a pacientes saudáveis (OR=0,495; 95% IC: 0,299 – 0,820; p = 0,006). Nossos resultados fornecem evidências da composição de haplótipos, especialmente o bAT, que deve ser um dos fatores que influencia a suscetibilidade à osteoporose em idosos Brasileiros. Considerando que pouco se sabe a respeito da funcionalidade dos haplótipos neste gene candidato na população brasileira, a análise desta combinação de polimorfismos no gene VDR em uma amostra desta população representa uma importante informação em relação a um promissor componente genético da osteoporose no Brasil. O presente estudo indicou associação significativa entre o desenvolvimento de osteoporose em mulheres com IMC normal. Porém, não encontrou associação genotípica e alélica estatisticamente significante entre os polimorfismos BsmI, ApaI, TaqI e FokI do gene VDR e osteoporose quando analisados isoladamente. Além disso, foi observada associação entre dois haplótipos dos polimorfismos BsmI, ApaI eTaqI, sugerindo que portadores do haplótipo bAT possuem 2,36 vezes mais chances de terem a patologia e portadores do haplótipo BaT possuem fator protetor de 49% em relação ao desenvolvimento de osteoporose. Com os avanços da genética molecular em prol da medicina individualizada, a genotipagem e a verificação de indivíduos que possam apresentar um genótipo que confere maior suscetibilidade ao risco à osteoporose podem garantir melhora clínica com base em tratamento anti-progressão e na reabilitação de pacientes já portadores da doença. 34 Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 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Uitterlinden AG, Ralston SH, Brandi ML, Carey AH, Grinberg D, Langdahl BL, Lips P, Lorenc R, Obermayer-Pietsch B, Reeve J, Reid DM, Amedei A, Bassiti A, Bustamante M, Husted LB, Diez-Perez A, Dobnig H, Dunning AM, Enjuanes A, Fahrleitner-Pammer A, Fang Y, Karczmarewicz E, Kruk M, van Leeuwen JP, Mavilia C, van Meurs JB, Mangion J, McGuigan FE, Pols HA, Renner W, Rivadeneira F, van Schoor NM, Scollen S, Sherlock RE, Ioannidis JP (2006) The association between common vitamin D receptor gene variations and osteoporosis: a participant-level meta-analysis. Ann Intern Med 145:255-264. 23. Qin G, Dong Z, Zeng P, Liu M, Liao X (2013) Association of vitamin D receptor BsmI gene polymorphism with risk of osteoporosis: a meta-analysis of 41 studies. Mol Biol Rep 40:497-506. 24. Fang Y, Rivadeneira F, van Meurs JB, Pols HA, Ioannidis JP, Uitterlinden AG (2006) Vitamin D receptor gene BsmI and TaqI polymorphisms and fracture risk: a metaanalysis. Bone 39:938-945. 25. 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J Bone Miner Res 11:1241-1248. 36 CONCLUSÃO GERAL Diante dos resultados encontrados foi possível realizar as seguintes conclusões: 1- Não foi encontrada associação genotípica e alélica estatisticamente significante entre os polimorfismos BsmI, ApaI, TaqI e FokI do gene VDR e o diagnóstico de osteoporose quando analisados isoladamente, obtendo maior frequência dos alelos dominantes dos polimorfismos ApaI, TaqI e FokI e do alelo recessivo do poliorfismo BsmI em indivíduos com osteoporose. 2- Foi encontrada associção significativa entre o desenvolvimento de osteoporose em mulheres (79,5%, p = 0,040); em pacientes com idade acima dos 70 anos (47,4%, p = 0,024) e também em indivíduos com IMC normal (43,6%, p = 0,000). 3- Foi observado também uma associação estatisticamente significativa entre 2 haplótipos dos polimorfismos BsmI, ApaI eTaqI, sugerindo que portadoras do haplótipo bAT possuem 2,36 vezes mais chances de terem a esta patologia e portadores do haplótipo BaT apresentam uma proteção de 49% contra o desenvolvimento da osteoporose. 37 REFERÊNCIAS 1. 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Figura 5 – Genotipagem individual indicando amostra heterozigoto – FAM/VIC 42 ANEXOS 43 ANEXO A Parecer do comitê de ética 44 ANEXO B Termo de consentimento livre e esclarecido Termo de consentimento livre e esclarecido para participação na pesquisa intitulada “PROJETO ELLO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES SÓCIO-DEMOGRÁFICOS E INDICADORES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE LONDRINA-PR” (de acordo com a Resolução 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional de Saúde). Eu,_______________________________________________________________________, RG nº __________________________ livremente, consinto em participar da pesquisa “PROJETO ELLO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES SÓCIO-DEMOGRÁFICOS E INDICADORES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE LONDRINA-PR” sob responsabilidade da professora Audrey Marquez de Souza, diretora do Centro de Pesquisa em Saúde da Universidade do Paraná, localizada à Av. Paris, 675, Jardim Piza, Londrina/PR. Objetivo da pesquisa: Este estudo pretende avaliar os fatores sócio-demográficos e os indicadores das condições de saúde de idosos independentes do munícipio de Londrina/PR,. Procedimentos que serão necessários: A pesquisa será conduzida da seguinte maneira: a) inicialmente será realizada uma entrevista estruturada com o objetivo de obter informações sobre qualidade de vida e funcionalidade motora; b) quando necessário será realizado o exame de Raio X para verificar osteoartrite e osteoartrose; c) quando necessário será realizado o exame de densitometria óssea a fim de verificar a presença de osteoporose; d) será necessário coletar uma pequena quantidade de sangue em jejum para realizar exames de sangue e extração de DNA e RNA; Esclarecemos que o risco decorrente da sua participação é o mesmo de procedimentos rotineiros de coleta de sangue, ou seja, não haverá nenhum risco porque será utilizado material descartável e as pessoas são totalmente treinadas para realizar esta tarefa. Obs. Serão solicitadas duas autorizações aos doadores de sangue. A primeira é uma autorização específica para o estudo discutido acima, a segunda é uma permissão para usar o DNA, extraído das células do sangue, e as alíquotas de soro que serão guardadas para o uso em outros estudos que porventura a UNOPAR venha a desenvolver no futuro, sempre com a aprovação das comissões de ética da instituição. O DNA e o soro estocados poderão ser guardados por mais de 10 anos desde que em condições ideais de preservação. Caso o doador concorde em participar somente do primeiro estudo, ao final deste todo o material colhido do participante será descartado e não mais será usado em outras pesquisas. ____________________________ Autorização para participar somente no primeiro estudo. __________________________ Autorização para usar a doação em futuros estudos. Privacidade: Os dados individualizados serão confidenciais. Os resultados coletivos serão divulgados apenas em eventos e revistas meios científicos e não é possível a sua identificação. Benefícios: As informações obtidas nesta pesquisa poderão ser úteis cientificamente e de ajuda para todos, porém não receberei nenhuma compensação financeira por participar deste estudo, como também não terei nenhum custo sobre os exames de Raio X e densitometria. Riscos: Não haverá nenhum risco para a minha integridade física, mental ou moral por participar desta pesquisa. Desistência: Poderei desistir a qualquer momento deste estudo, sem qualquer conseqüência para mim. O(a) senhor(a) tem o direito de pedir outros esclarecimentos sobre a pesquisa que considerar necessário e de se recusar a participar ou interromper a sua participação a qualquer momento, sem que isso lhe traga qualquer prejuízo. Contato com os pesquisadores: Centro de Pesquisa em Saúde da UNOPAR, (43) 3371-7990, nos seguintes horários: 8h:00min. às 12h:00min. e das 14h:00min às 17h:00min. Declaro estar ciente das informações deste termo de consentimento livre e esclarecido e concordo em participar desta pesquisa. ________________________________ _____________________________ Assinatura do entrevistado Assinatura do(a) Pesquisador(a) 45 ANEXO C Normas da revista Osteoporosis International para submissão do artigo Manuscript Submission Submission of a manuscript implies: that the work described has not been published before; that it is not under consideration for publication anywhere else; that its publication has been approved by all co-authors, if any, as well as by the responsible authorities – tacitly or explicitly – at the institute where the work has been carried out. The publisher will not be held legally responsible should there be any claims for compensation. Permissions Authors wishing to include figures, tables, or text passages that have already been published elsewhere are required to obtain permission from the copyright owner(s) for both the print and online format and to include evidence that such permission has been granted when submitting their papers. Any material received without such evidence will be assumed to originate from the authors. Online Submission Authors should submit their manuscripts online. Electronic submission substantially reduces the editorial processing and reviewing times and shortens overall publication times. Please follow the hyperlink “Submit online” on the right and upload all of your manuscript files following the instructions given on the screen. TITLE PAGE Title Page The title page should include: The name(s) of the author(s) A concise and informative title The affiliation(s) and address(es) of the author(s) The e-mail address, telephone and fax numbers of the corresponding author Abstract Please provide a structured abstract of 150 to 250 words which should be divided into the following sections: Purpose (stating the main purposes and research question) Methods Results Conclusions Keywords Please provide 4 to 6 keywords which can be used for indexing purposes. Conflict of Interest Every manuscript must be accompanied by the “Authorship & Disclosure Form”, which can be found in the tabs along the right-hand side of this page. ALL authors are required to sign and complete the form and it must then be submitted, alongside the manuscript, as a 46 supplemental file not for review. Manuscripts without a fully complete Authorship & Disclosure form will not be considered for review. TEXT Text Formatting Manuscripts should be submitted in Word. Use a normal, plain font (e.g., 10-point Times Roman) for text. Use italics for emphasis. Use the automatic page numbering function to number the pages. Do not use field functions. Use tab stops or other commands for indents, not the space bar. Use the table function, not spreadsheets, to make tables. Use the equation editor or MathType for equations. Save your file in docx format (Word 2007 or higher) or doc format (older Word versions). Manuscripts with mathematical content can also be submitted in LaTeX. LaTeX macro package (zip, 182 kB) Headings Please use no more than three levels of displayed headings. Abbreviations Abbreviations should be defined at first mention and used consistently thereafter. Footnotes Footnotes can be used to give additional information, which may include the citation of a reference included in the reference list. They should not consist solely of a reference citation, and they should never include the bibliographic details of a reference. They should also not contain any figures or tables. Footnotes to the text are numbered consecutively; those to tables should be indicated by superscript lower-case letters (or asterisks for significance values and other statistical data). Footnotes to the title or the authors of the article are not given reference symbols. Always use footnotes instead of endnotes. Acknowledgments Acknowledgments of people, grants, funds, etc. should be placed in a separate section before the reference list. The names of funding organizations should be written in full. TEXT FORMATTING Introduction: Develop the study rationale and avoid a literature review. Literature should be cited only to the extent that it helps the reader understand why the question is asked. End the introduction with a stated aim or question, preferably expressed as a testable hypothesis. For example, if the study is aimed at identifying the color of apples, or asks what color are apples, state “we hypothesized that apples will be green rather than red”. The reason for this hypothesis should be contained in the rationale. 47 Methods: The methods section should describe the procedures used and provide sufficient information (subjects, measurements, statistical analyses) so that a reader can evaluate the credibility of results and interpretation in the light of possible methodological limitations. Findings should be quantified when possible, and presented with appropriate indicators of measurement error or uncertainty, e.g. confidence intervals. The source or manufacturer name of all products used should be stated. Authors should always consider clarity for other workers about how and why a study was in a particular way. Results: Results concerning the primary testable hypothesis should be presented first. Do not save the ”best” for last. For example, if the main aim is to assess anti-fracture efficacy, present these data first and surrogates (BMD or biochemical markers) later. Data should be presented as concisely as possible, if appropriate, in the form of tables and/or graphs, although very large tables should be avoided. If authors wish to present the full data of the study and any technical details, these can be included as Electronic Supplementary Material. Discussion: The following paragraph structure is recommended: • A summary of the main findings from most to least important including a statement whether the results are consistent with the stated hypothesis. • Discuss how these results confirm or contrast with the published literature. • If the results differ, discuss the possible reasons for this. Details of methodology and results of published literature may be appropriate here. Avoid reviewing the literature outside the scope of the study. • Discuss the significance and implications of this new data. Having developed the rationale to define the limits of current knowledge, how does this new information advance understanding? • Write a paragraph concerning the limitations of the study. This is critical. The inferences made throughout the Discussion must be written bearing in mind the constraints of the methodological limitations of the work. Papers written without this section will not be considered for publication. • Summarize and Conclude: The conclusion is an inference. Within the constraints of the limitations of the study, the authors may boldly speculate regarding the significance of the findings and future research. TERMINOLOGY Please refer to the list of Standard Abbreviations for this journal. All abbreviations in the abstract and text must be defined immediately at first mention and used consistently thereafter. Bone histomorphometry: Articles on bone histomorphometry should conform to the recommendations of the American Society for Bone and Mineral Research (Dempster DW, Compston JE, Drezner MK, et al (2013) Standardized Nomenclature, Symbols and Units for Bone Histomorphometry: A 2012 Update of the Report of the ASBMR Histomorphometry Nomenclature Committee. J Bone Miner Res 2013;28:2-17). Tumor necrosis factor (TNF) family members: Articles on TNF family members should conform to the recommendations of the American Society of Bone and Mineral Research (ASBMR President’s Committee on Nomenclature (2000) Proposed 48 standard nomenclature for new tumor necrosis factor family members involved in the regulation of bone resorption. J Bone Miner Res 15:2293-2296). Bone markers: Articles on bone markers should conform to the recommendations of the International Osteoporosis Foundation (Delmas PD, Eastell R, Garnero P, et al. (2000) The use of biochemical markers of bone turnover in osteoporosis. Osteoporos Int Suppl 6:S2-S17). Proprietary substances and materials, and instruments: The correct designation and the manufacturer’s name should be given. Where the manufacturer is not well known, the city and country should also be included. Units of measure: SI units should be used throughout, except where non-SI units are more common. Drug names: When drugs are mentioned, the international (generic) name should be used. The proprietary name, chemical composition, and manufacturer should be stated in full in the Materials and Methods section. The source of any new and experimental preparation should also be given. Papers describing the descriptive epidemiology of osteoporosis using BMD at the femoral neck should include T-scores derived from the National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) III reference database for femoral neck measurements in Caucasian women aged 20–29 years as described in: Kanis JA, , Adachi JD, Cooper C, Clark P, Cummings SR, Diaz-Curiel M, Harvey N, Hiligsmann M, Papaioannou A, D Pierroz D, Silverman SL, Szulc P, and the Epidemiology and Quality of Life Working Group of IOF (2013). Standardising the descriptive epidemiology of osteoporosis: recommendations from the Epidemiology and Quality of Life Working Group of IOF. Osteoporos Int. doi: 10.1007/s00198-0132413-7 Available from this: Link Citation Reference citations in the text should be identified by numbers in square brackets. Some examples: 1. Negotiation research spans many disciplines [3]. 2. This result was later contradicted by Becker and Seligman [5]. 3. This effect has been widely studied [1-3, 7]. Reference list The list of references should only include works that are cited in the text and that have been published or accepted for publication. Personal communications and unpublished works should only be mentioned in the text. Do not use footnotes or endnotes as a substitute for a reference list. The entries in the list should be numbered consecutively. Journal article Gamelin FX, Baquet G, Berthoin S, Thevenet D, Nourry C, Nottin S, Bosquet L (2009) Effect of high intensity intermittent training on heart rate variability in prepubescent children. Eur J Appl Physiol 105:731-738. doi: 10.1007/s00421-008-0955-8 Ideally, the names of all authors should be provided, but the usage of “et al” in long author lists will also be accepted: 49 Smith J, Jones M Jr, Houghton L et al (1999) Future of health insurance. N Engl J Med 965:325–329 Article by DOI Slifka MK, Whitton JL (2000) Clinical implications of dysregulated cytokine production. J Mol Med. doi:10.1007/s001090000086 Book South J, Blass B (2001) The future of modern genomics. Blackwell, London Book chapter Brown B, Aaron M (2001) The politics of nature. In: Smith J (ed) The rise of modern genomics, 3rd edn. Wiley, New York, pp 230-257 Online document Cartwright J (2007) Big stars have weather too. IOP Publishing PhysicsWeb. http://physicsweb.org/articles/news/11/6/16/1. Accessed 26 June 2007 Dissertation Trent JW (1975) Experimental acute renal failure. Dissertation, University of California Always use the standard abbreviation of a journal’s name according to the ISSN List of Title Word Abbreviations, see www.issn.org/2-22661-LTWA-online.php For authors using EndNote, Springer provides an output style that supports the formatting of in-text citations and reference list. EndNote style (zip, 2 kB) Authors preparing their manuscript in LaTeX can use the bibtex file spbasic.bst which is included in Springer’s LaTeX macro package. TABLES All tables are to be numbered using Arabic numerals. Tables should always be cited in text in consecutive numerical order. For each table, please supply a table caption (title) explaining the components of the table. Identify any previously published material by giving the original source in the form of a reference at the end of the table caption. Footnotes to tables should be indicated by superscript lower-case letters (or asterisks for significance values and other statistical data) and included beneath the table body.