fisiologia da prolactina JOSÉ MARIA SOARES JÚNIOR MÔNICA GADELHA DIRETOR-GERAL: Idelcio D. Patricio • DIRETOR-EXECUTIVO: Jorge Rangel C OORDENADORA E DITORIAL : Angela Helena Viel • E DITOR DE A RTE : Maurício Domingues ASSISTENTE EDITORIAL: Tatiana Daré • ARTE/DIAGRAMAÇÃO: Roberto Gomes REVISÃO: Paulo Barroso e Maria Grazia Ficher PRODUÇÃO GRÁFICA: Francisco Eugênio Fuentes, Ivan Santana, Tiago Manga Misson GERENTES DE NEGÓCIOS: Aldo Vianna de Lima, Luciene Cervantes, Marcela Crespi de Branco, Mauricio Luciano, Renato Almeida, Valéria Santos Silva Os conceitos aqui emitidos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião dos Laboratórios Pfizer Ltda. FISIOLOGIA DA PROLACTINA JOSÉ MARIA SOARES JÚNIOR PÓS-DOUTOR EM GINECOLOGIA DA DISCIPLINA DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA E CLIMATÉRIO DO DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO/ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (UNIFESP/EPM) MÔNICA GADELHA PROFESSORA ADJUNTA DE ENDOCRINOLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ); MÉDICA ENDOCRINOLOGISTA DO INSTITUTO ESTADUAL DE DIABETES E METABOLOGIA DO RIO DE JANEIRO (IEDE-RJ) HIPERPROLACTINEMIA FISIOLOGIA DA PROLACTINA PROLACTINA (PRL) A maior concentração de prolactina é detectada no líquido amniótico, sendo 10 a 100 vezes mais elevada do que a concentração sérica materna ou fetal. Provavelmente, a maior fonte de prolactina para o líquido amniótico é a decídua. No período de lactação, os níveis de prolactina não devem ultrapassar 200 ng/ml. Caso isso ocorra, deve-se procurar outras causas de hiperprolactinemia. Esses níveis de prolactina podem manter-se elevados enquanto houver sucção da criança3. Durante a vida fetal e em recém-nascidos com uma semana de vida, os níveis séricos de prolactina são superiores a 200 ng/ml. Algumas crianças podem apresentar secreção mamária após o nascimento, o popularmente chamado “leite de bruxa”. Isso ocorre pois devido à perda do efeito inibitório do estrogênio e da progesterona maternos, o efeito lactogênico da prolactina é exercido em toda a sua amplitude. Porém, após algumas semanas, essa secreção desaparece, a secreção basal de prolactina diminui e atinge níveis de 5 a 20 ng/ml até a idade adulta5. A PRL não é essencial para o desenvolvimento puberal das mamas, que depende principalmente da ação do GH mediada pelo IGF-I6-8. Na pós-menopausa, os valores de prolactina podem estar discretamente reduzidos devido à diminuição do estrogênio9. A PRL é um hormônio produzido principalmente na hipófise, tendo ação endócrina em diversos tecidos e órgãos e naqueles tecidos onde também é produzida e secretada (tecido linfóide e endométrio), pode ter importante ação autócrina e parácrina. A identificação da PRL no ser humano só foi elucidada após 1970, uma vez que havia muita dificuldade de distinguir a prolactina do hormônio do crescimento (GH) em humanos. A purificação e o isolamento da PRL ocorreram devido aos estudos de Friesen e colaboradores1, que desenvolveram método radioimunoensaio específico para PRL humana. O gene que codifica a PRL está localizado no cromossoma 62. A sua expressão é influenciada por dopamina, estrogênio e TRH (thyrotropin - releasing hormone), como se verá adiante. VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS DOS NÍVEIS SÉRICOS DE PROLACTINA NA MULHER Os lactotrofos da adenohipófise são as células que sintetizam e secretam PRL. Em hipófises normais, constituem cerca de 15% a 25% das células funcionantes e estão localizados, em especial, nas asas laterais posteriores da adenohipófise3. Apesar de o número absoluto de lactotrofos não se modificar com a idade, há hiperplasia dessas células durante a gravidez e a lactação. Durante a gestação, o tamanho da hipófise pode dobrar ou até mais que dobrar4 – níveis de PRL 10 a 20 vezes superiores ao basal (antes da gestação) são atingidos 3 . TIPOS DE PROLACTINA Por muito tempo, observou-se que os níveis séricos de PRL não se correlacionavam sempre com os achados clínicos. A explicação para essa discre2 FISIOLOGIA pância residiria na heterogeneidade da molécula de PRL circulante. Sendo assim, os principais tipos (formas) circulantes são3,10-12: 1) PRL monomérica - molécula pequena (little prolactin)- corresponde a um hormônio monomérico de 199 aminoácidos com peso molecular de aproximadamente 23-kDa; 2) PRL dimérica - molécula grande (big prolactin)- corresponde a um dímero com peso molecular de aproximadamente 48 a 56-kDa; 3) PRL de alto peso molecular - molécula muito grande (big big prolactin) - consiste em um complexo antígeno-anticorpo de PRL monomérica e IgG , usualmente conhecida como macroprolactina com peso molecular de 150 a 170-kDa; 4) PRL glicosilada - resulta da glicosilação da PRL monomérica e apresenta peso molecular de 25-kDa; 5) PRL 8-kDa e 16-kDa - resultam da clivagem da PRL monomérica. A forma monomérica representa cerca de 80% a 90% da PRL total no soro de indivíduos normais e de pacientes com diagnóstico clínico e anatômico de prolactinoma. Ela apresenta alta afinidade com o receptor e elevada bioatividade. Em contraste, a big prolactin e a big big prolactin, ainda que encontradas em praticamente todos os indivíduos, estão presentes em concentrações pouco expressivas, geralmente inferiores a 10% da prolactina total circulante. Quando o soro do paciente apresenta um predomínio de big big PRL, essa condição é chamada de macroprolactinemia10-12. A caracterização dessas três formas de PRL é preferencialmente realizada por meio de estudos de cromatografia em colunas de gel filtração, onde a eluição se dá por causa do peso molecular (Figura 1). A PRL glicosilada é menos imunorreativa e apresenta menor atividade biológica do que a PRL monomérica3, e a glicosilação do hormônio pode modular essas duas características. Em condições basais, a PRL pode sofrer glicosilação parcial e variável, tornando-se menos ativa em comparação à forma não-glicosilada13. A forma 16-kDa tem atividade antiangiogênica3. DA 40 PROLACTINA III PRL µ g/L 30 20 10 0 15 II I 20 25 30 35 40 Tubo Figura 1 - Perfil de eluição de prolactina (PRL) obtido pela cromatografia de gel filtração de soro de pacientes com prolactinoma. O pico I representa a macroprolactina, o pico II os dímeros de PRL e o pico III as formas monoméricas, as quais predominam (> 90% das formas circulantes de PRL) em indivíduos normais e naqueles com prolactinomas (modificado da referência bibliográfica 12) REGULAÇÃO NEUROENDÓCRINA DA PROLACTINA (FIGURA 2) O hipotálamo inibe de forma tônica a secreção de PRL pela adenohipófise. A dopamina, o principal PIF (prolactin-inhibiting factor), é sintetizada nos axônios dos neurônios tuberoinfundibulares, sendo liberada na circulação porta-hipofisária, e atinge os lactotrofos acoplando-se a receptores específicos (D2) que existem em suas membranas14. Além do papel no controle da secreção de PRL, a dopamina e os agonistas dopaminérgicos seletivos parecem ter importante função na regulação da transcrição do gene da PRL15 e da proliferação das células lactotróficas16. Vários mecanismos intracelulares de sinalização estão envolvidos nesses processos, tais como: inibição da adenilato ciclase e da MAPK, ativação de fosfatases, aumento dos canais de K+ voltagem-dependente e diminuição dos canais de Ca++ voltagem-dependente14. Provavelmente, outros fatores hipotalâmicos desempenham um papel de PIFs secundários. Os principais candidatos são: GABA, somatostatina e calcitonina17. 3 HIPERPROLACTINEMIA Apesar do predomínio do efeito inibitório da dopamina sobre a secreção da PRL, existem vários estímulos que causam aumento da PRL por meio da inibição dos PIFs ou da liberação de PRFs (prolactin-releasing factors). Os mais importantes PRFs são TRH, ocitocina e VIP (vasoactive intestinal polypeptide). Os neurônios que produzem os PRFs são ativados pela serotonina (5-HT). Além disso, GHRH, GnRH, vasopressina, angiotensina II, NPY, galanina e substância P também podem aumentar os níveis de PRL . A secreção da PRL também é regulada por fatores autócrinos e parácrinos intrahipofisários17. Dentre os mais potentes estimuladores locais da secreção de PRL estão: galanina, VIP, angiotensina II, EGF, bFGF, GnRH (gonadotropin-releasing hormone) e IL-6. Por outro lado, a própria PRL, acetilcolina, TGFβ, endotelina-1 e calcitonina representam inibidores locais17. Assim, a neurorregulação da PRL é multifatorial, estando sob um complexo sistema regulador duplo, que envolve um controle tanto inibidor como estimulador pelo sistema hipotalâmico-hipofisário, por via neuroendócrina, autócrina ou parácrina. A PRL apresenta uma secreção basal com 4 a 14 pulsos a cada 24 horas superimpostos3. Ela exibe um ritmo circadiano com valores maiores nas primeiras horas da manhã. Acredita-se que alterações no tônus dopaminérgico deflagradas pela luz sejam o principal mecanismo neuroendócrino envolvido nesse ritmo18. Figura 2 - Regulação do eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano. 4 FISIOLOGIA MECANISMO DE AÇÃO DA PROLACTINA DA PROLACTINA fosforiladas pela JAK2. Posteriormente, as STATs se separam do complexo receptor-JAK2, se homodimerizam ou heterodimerizam com outras STATs e movem-se para o núcleo, onde ativam a transcrição gênica19. A STAT5, por exemplo, ativa a transcrição do gene da ß-caseína20. É fundamental que a desativação do sistema JAK-STAT ocorra no momento preciso, pois a ativação constitutiva desse sistema está associada com a transformação celular. Isso ocorre por meio da degradação dos receptores, da defosforilação das tirosinas presentes nos receptores-JAK2s e da síntese dos SOCSs (suppressors of cytokine-signaling)19. Receptores da PRL são expressos nos seguintes locais: mamas, hipófise, fígado, córtex adrenal, rins, próstata, ovários, testículos, intestino, epiderme, ilhotas pancreáticas, pulmões, miocárdio, cérebro e linfócitos3. A PRL age por meio de um receptor do tipo citocina, que se localiza na superfície da célula, composto por três domínios (extracelular, transmembrana e intracitoplasmático) [Figura 3]. O gene que codifica esse receptor localiza-se na região cromossômica 5p13. Uma molécula de PRL liga-se a duas do seu receptor, causando a dimerização do mesmo. Isso ativa a JAK2 (Janus family of tyrosine kinase tipo 2) que fosforila o receptor e se autofosforila em múltiplas tirosinas. As tirosinas fosforiladas no complexo receptor-JAK2 formam sítios de ligação para diversas proteínas sinalizadoras, destacandose entre essas as STATs 1 a 5 (signal transducers and activators of transcription tipos 1 a 5). As STATs são fatores de transcrição citoplasmáticos latentes. Após a ligação ao complexo receptor-JAK2, as STATs são Figura 3 - Mecanismo de ação da prolactina 5 HIPERPROLACTINEMIA FUNÇÕES DA PROLACTINA da do leite ao mamilo. A ejeção do leite pode, ainda, ser estimulada por impulsos visuais, auditivos e tácteis (por exemplo: o choro do bebê, o contato físico). A estimulação adrenérgica (estresse ou ansiedade) pode inibir a secreção de ocitocina e impedir a ejeção do leite22. • Fisiologia endócrina da mama - Gravidez e amamentação Morfologicamente, cada glândula mamária é composta de 15 a 20 lobos envolvidos por tecido adiposo. A quantidade desse tecido determina o tamanho e a forma da mama, mas é independente da capacidade de amamentação. Cada lobo subdivide-se em lóbulos, que contêm os alvéolos (glândulas) que secretam o leite para os túbulos secundários. Esses convergem nos ductos mamários, que, por sua vez, confluem no canal galactóforo que se abre no mamilo21. Durante toda a gravidez, a enorme quantidade de estrogênio produzido pela placenta estimula o crescimento e a ramificação do sistema ductal. A insulina, o cortisol, a tiroxina, hormônios estimuladores do metabolismo protéico, são também importantes no crescimento do sistema de ductos21. Depois do desenvolvimento do sistema de ductos, a progesterona atua sinergicamente com o estrogênio (e também com todos os outros hormônios) no estímulo do crescimento dos alvéolos e no desenvolvimento das características secretoras21. Apesar de o estrogênio e a progesterona promoverem o desenvolvimento físico das mamas durante a gestação, inibem a secreção de leite. Já a prolactina estimula a secreção das proteínas do leite, a caseína e a lactalbumina. O líquido secretado nos últimos dias antes do parto é o colostro, que contém concentrações de proteínas e glicose semelhantes às do leite, mas muito pouca gordura21. A ejeção do leite é devido a um reflexo neuroendócrino, desencadeado pelo estímulo da sucção mamilar que, conduzido pelos nervos somáticos e medula espinal, chega ao hipotálamo. Nessa região, ocorre a inibição dos neurônios dopaminérgicos e maior liberação de prolactina, estimulando a secreção alveolar de leite. Além disso, há também, por mecanismo reflexo, a liberação de ocitocina pela hipófise posterior. A ocitocina estimula a contração das células mioepiteliais que circundam os alvéolos mamários e a contração das paredes do canal galactóforo, permitindo a chega- SISTEMA REPRODUTOR • Eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano A hiperprolactinemia causa inibição do eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano, reduzindo a liberação de gonadotrofinas (FSH e LH), o que acarreta quadro clínico de anovulação crônica e diminuição da fertilidade3. • Ovário Nos ovários, a prolactina parece ter ação sobre a manutenção do corpo lúteo. Camundongos com knock-out do receptor da PRL exibem diminuição dos ciclos ovulatórios e do número de folículos primários, evidenciando a ação luteotrófica da PRL23. • Útero O útero é um dos primeiros locais extrapituitários descritos como possível fonte de síntese e secreção de PRL24. Em úteros não-gravídicos, a síntese de PRL foi detectada no pico das fases secretora e menstrual, coincidindo com os primeiros sinais histológicos de decidualização. Se a gravidez ocorre, o número de células deciduais diferenciadas e síntese de PRL decidual aumentam após a implantação, alcançando o acme entre 20 e 25 semanas, declinando próximo ao termo 25. Jabbour e Critchley26 (1998) confirmaram a expressão do receptor de PRL (PRL-R) no endométrio e na decídua. Métodos imuno-histoquímicos e de hibridização in situ revelaram que o PRL-R é fortemente expresso pelo epitélio glandular e pelas células estromais no endométrio decidualizado e pseudo-decidualizado; é minimamente expresso ou ausente nas fases proliferativa e secretora inicial. A expressão temporal dos PRL-R é idêntica à da PRL endometrial. 6 FISIOLOGIA Stewart et al.27 (2000) estudaram PRL-R no endométrio de ovinos durante o ciclo estral, e concluíram que a secreção de PRL endometrial estimula o desenvolvimento e função das glândulas endometriais durante a gravidez, para facilitar a implantação e placentação do concepto. Negami e Tominaga28 (1991) relataram os efeitos da PRL em cultura de células endometriais humanas (células epiteliais e estromais) e discutiram o seu papel na implantação. Em síntese, a PRL em baixas concentrações (3 a 30 ng/ml) aumentaria a ligação e o crescimento celular. Rossi et al.29 mostraram que camundongas submetidas a hiperprolactinemia experimental, desde que continuassem apresentando ciclos estrais, tiveram seu endométrio mais proliferado e espessado, morfologicamente analisado, na fase de diestro. Contudo, Panzan et al.30 mostrou que a hiperprolactinemia determinou diminuição da produção de progesterona e do número de pinopódios no endomério em ratas adultas. Além disto, houve diminuição do número de implantações embrionárias nas ratas com hiperprolactinemia. Possivelmente, em ambos os casos, a prolactina poderia determinar proliferação celular pela ativação gênica ou bloquear o sinal celular da diferenciação celular. DA PROLACTINA Portanto, sabemos que a PRL, o estrogênio e a progesterona com seus respectivos receptores estão diretamente relacionados com a proliferação, diferenciação e preparação do endométrio, com o objetivo final da implantação. Um dos mecanismos celulares relacionados com a proliferação celular é a ativação da MAP quinase31. Esta enzima é responsável pelo aumento do processo mitótico celular e está envolvida em processos de carcinogênese31. A regulação desta enzima é influenciada tanto pela progesterona quanto pelo estrogênio, entretanto, a ação da prolactina não está bem estabelecida32. SISTEMA IMUNE Várias evidências indicam que a PRL é um fator de crescimento de linfócitos e um estimulante da resposta imune. Em animais imunossuprimidos, a PRL estimula a função das células imunes. Além disso, os níveis de PRL se alteram em doenças imunes, como no lupus eritematoso sistêmico, condição na qual os pacientes podem apresentar elevação desse hormônio. Entretanto, camundongos com knock-out do gene do receptor da PRL ou do gene da PRL não apresentam alteração inata da imunidade, indicando um papel limitado para a PRL como imunomoduladora33. 7 HIPERPROLACTINEMIA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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É indicado em pacientes com adenomas pituitários secretores de prolactina (micro e macroprolactinomas), hiperprolactinemia idiopática, ou síndrome da sela vazia com hiperprolactinemia associada, que representam as patologias básicas que contribuem para as manifestações clínicas acima. É também indicado em situações em que a inibição da lactação fisiológica após o parto e/ou supressão da lactação já estabelecida são clinicamente mandatórias. Contra-indicações: hipersensibilidade a qualquer alcalóide do ergot. Precauções: gerais: avaliação completa da hipófise antes do tratamento (hiperprolactinemia com amenorréia/galactorréia e infertilidade possivelmente associada com tumores hipofisários). Insuficiência renal não modifica sua cinética. Insuficiência hepática de grau grave associou-se com um aumento da ASC (adequar doses). Cautela em pacientes com doença cardiovascular grave, síndrome de Raynaud, úlcera péptica ou hemorragia gastrintestinal, ou com histórico de doença mental psicótica particularmente grave. Hipotensão sintomática possível após a administração. Cuidado na administração com drogas que diminuem a pressão sangüínea. Tratamento de distúrbios hiperprolactinêmicos: recomendado teste de gravidez a cada 4 semanas durante período amenorréico e após reinício da menstruação, cada vez que período menstrual estiver atrasado em mais de 3 dias. Mulheres que não desejem engravidar devem usar um método contraceptivo mecânico durante e após o tratamento, até o retorno da anovulação. Monitorizar mulheres grávidas para detectar sinais de aumento hipofisário. Não se associa o uso do produto com um risco aumentado de aborto, partos prematuros, gravidez múltipla ou anormalidades congênitas. Decidir entre descontinuar a amamentação ou a droga, considerando a importância da droga para a mãe. Excluir a possibilidade de gravidez antes do início do tratamento e considerar a suspensão se a gravidez ocorrer durante o tratamento. Mulheres que desejam engravidar devem descontinuar o tratamento um mês antes da concepção. Não há risco em especial na população idosa. Inibição/supressão da lactação fisiológica: não deve ser utilizado em mulheres com pré-eclâmpsia ou hipertensão pós-parto. Não exceder a dose única de 0,25 mg em lactantes tratadas para supressão da lactação estabelecida para se evitar a hipertensão ortostática. Interações medicamentosas: atenção na administração concomitante com outras drogas hipotensoras (risco de hipotensão sintomática). Uso concomitante de outros medicamentos (maleato de metilergonovina) durante puerpério recente não afetou a eficácia e segurança do produto. Não é recomendado uso concomitante de outros alcalóides do ergot em tratamentos prolongados. Não administrar com antagonistas de dopamina nem com antibióticos macrolídeos. Reações adversas: náuseas, cefaléia, tontura / vertigem, dor de cabeça, palpitações, dor epigástrica, sonolência, epistaxe, hemianopia transitória, dor abdominal / dispepsia / gastrite, astenia / fadiga, constipação, vômitos, dor torácica, rubores, depressão e parestesia. Efeito hipotensivo (tratamento crônico). Hipotensão sintomática/desmaios raramente relatados. Vasoespasmo digital e cãibras nas pernas ocasionalmente relatados. Reações adversas são geralmente dose-relacionadas. Doses reduzidas no início da terapia (0,25mg 1x por semana), com subseqüente aumento gradual, em pacientes com intolerância a agentes dopaminérgicos diminuem a incidência de reações adversas. No caso de reações adversas graves ou persistentes, a redução temporária da dose com aumento mais gradual (etapas de 0,25mg por semana quinzenalmente) pode reverter as reações adversas ocorridas. São incomuns alterações nos testes laboratoriais na terapia a longo prazo; diminuição nos valores de hemoglobina em mulheres com amenorréia nos primeiros meses após o retorno da menstruação. Posologia e modo de administração: Recomenda-se a administração às refeições. Dose inicial de 0,5mg por semana, em uma ou duas tomadas por semana. Aumentar a dose semanal gradualmente, adicionando-se 0,5mg por semana em intervalos mensais, até a resposta terapêutica ótima. A dose terapêutica é normalmente 1mg por semana e varia de 0,25 a 2mg por semana. Doses de até 4,5mg podem ser utilizadas em pacientes hiperprolactinêmicos. Admnistrar a dose semanal em dose única ou dividida, de acordo com a tolerabilidade do paciente. Com doses maiores que 1mg, recomenda-se divisão da dose semanal em administrações múltiplas. Avaliar pacientes durante aumento da dose para determinar menor dose capaz de produzir resposta terapêutica. Monitorização dos níveis séricos de prolactina em intervalos mensais (quando se atinge regime terapêutico efetivo, normalização da prolactina sérica observada em 2-4 semanas). Após a suspensão, geralmente se observa a recorrência de hiperprolactinemia. Persistência da supressão dos níveis de prolactina por vários meses em alguns pacientes. Na maioria dos casos, os ciclos ovulatórios persistem por no mínimo 6 meses após a descontinuação. Inibição da lactação: dose inicial de 1 mg (dois comprimidos de 0,5 mg) administrado em dose única no primeiro dia pós-parto. Supressão da lactação já estabelecida: dose inicial de 0,25 mg (metade de um comprimido de 0,5 mg) a cada 12 horas por 2 dias (dose total de 1 mg). Superdosagem acidental: sintomas de superestimulação de receptores dopaminérgicos (náusea, vômitos, queixas gástricas, hipotensão ou distúrbios de percepção/pensamento). Medidas gerais de suporte devem ser adotadas para remover qualquer medicamento não absorvido e para manter a pressão sangüínea. Administração de antagonistas da dopamina pode ser recomendável. MAIORES INFORMAÇÕES À DISPOSIÇÃO DA CLASSE MÉDICA. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registro n° MS - 1.2389.0061. B-03 DXD0403 EMC HIPERPR. FASC 1 192188 Laboratórios Pfizer Ltda. R. Alexandre Dumas, 1860 – São Paulo – SP – CEP 04717-904 CNPJ 46.070.868/0019-98 © Copyright Laboratórios Pfizer Ltda. 2004 Todos os direitos reservados www.pfizer.com.br