UFRJ Tópico: UFRJ Veículo: Portal PCH - SC Página: 00:00:00 Data: 25/09/2012 Editoria: Notícias Elétricas federais investem apenas 35% do previsto para transmissão em 2012 (Não Assinado) Sistema recebeu R$ 372 milhões de R$ 1,3 bilhão liberado para o ano. No Maranhão, foco de apagão em seis Estados, a Eletronorte empenhou 16,7% dos R$ 190,85 milhões para a rede A falha no sistema de transmissão de energia que ontem afetou seis Estados e deixou 5 milhões de pessoas sem luz no Nordeste, ocorre num momento em que as estatais federais fazem investimentos lentos na rede. No caso das companhias sob controle da União que atendem a região, a aplicação de recursos autorizados alcança até julho 35% do orçamento de 2012 julho, conforme levantamento do iG no sistema de acompanhamento das contas publicas do Senado Federal, o Siga Brasil. O orçamento prevê o investimento de R$ 1,314 bilhão apenas para manutenção e ampliação da rede de transmissão de energia para Furnas, Chesf e Eletronorte. Elas executaram somente R$ 372,77 milhões desse montante. No caso das Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), que opera no Maranhão, a execução orçamentária é a mais baixa: apenas 16,7%. A empresa investiu R$ 31,862 milhões de um total R$ 190,85 milhões autorizados pela União. A maior fatia do montante (R$ 126 milhões) é justamente para a manutenção do sistema de transmissão de energia da Região Norte. A Eletronorte aplicou R$ 17,831 milhões desse total. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já identificou que ontem houve uma falha explosão na subestação da Companhia Energética do Maranhão na cidade de Imperatriz. A falha derrubou a energia cidades maranhenses e invadiu a rede afetando também municípios do Ceará. ONS indicou ainda a falha em um transformador na interligação do sistema Sudeste-Nordeste e Norte-Nordeste. A Companhia Hidrelétrica do São Fransciso (Chesf), dona de uma malha com 18 mil quilômetros de rede de transmissão e responsável por interligar os sistemas das regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, executou no primeiro semestre 35,5% do total reservado para o ano. Foram R$ 241 milhões em manutenção e ampliação do sistema de um total de R$ 678,862 milhões. Já Furnas, detentora de uma malha de distribuição com 20 mil quilômetros, executou apenas 22,45% da verba destinada para reforço na malha e ampliação da rede de distribuição. A empresa aportou R$ 99,885 milhões do total de R$ 444,771 milhões liberados. O valor não inclui a execução de apenas R$ 64,8 milhões dos R$ 432,5 milhões destinados à manutenção do sistema de transmissão das regiões Centro-Oeste e Sudeste, posteriormente interligadas ao sistema Nordeste, como mostrado pelo iG há uma semana . Na avaliação professor Nivalde de Castro, do grupo de estudo do setor elétrico da UFRJ, a falha ocorrida no Nordeste neste final de semana não necessariamente se deve à lentidão na execução de investimentos. “Isso [lentidão] é histórico, ocorre todo ano”, diz. “Não há uma correlação entre investimento e falha”, observa. Ele credita a falha no sistema a partir do Maranhão ao tamanho da malha de transmissão. “É um sistema complexo, muito grande, com mais de 100 mil quilômetros, que pode falhar quando há qualquer probleminha”, afirma. <