ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE Arthus Vilar Deolindo Zanetti Fernanda Mayumi Tengan Marcela de Figueiredo Presti Rodrigo Nóbrega Barbosa Setembro 2009 Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP Epidemiologia Doença crônica mais frequente: 300 milhões de pessoas 250 mil mortes por ano Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Epidemiologia Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Epidemiologia Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Epidemiologia Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Asma Definição: Transtorno inflamatório crônico das vias respiratórias, acompanhado de obstrução variável ao fluxo de ar e hiper-reatividade brônquica, e que melhora espontaneamente ou por ação do tratamento. Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Asma Resposta bem sucedida: Ausência de sintomas Função pulmonar normal Perda de controle mesmo com medicamento em doses elevadas Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Asma de Difícil Controle Tipos: Asma lábil tipo I Asma lábil tipo II Asma resistente (insensível) aos corticosteróides Asma dependente de corticosteróides Asma quase fatal Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Asma lábil tipo I Variabilidade diária do FEM >40% + de 50% do tempo Pelo menos 150 dias CI em doses máximas (1500 µg de beclometasona ou equivalente) Crises se desenvolvem em menos de 3 horas Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Asma lábil tipo II Aparentemente bem controlada Exacerbações súbitas em menos de 3 horas Sem fator desencadeante aparente Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Asma Resistente a os Corticosteróides VEF1 não melhora mais de 15% após 15 dias de tratamento com 40mg de prednisona e mais 15 dias com dobro da dose. (prova de Brompton) Realizada em pacientes que não estão respondendo aos CI Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Asma Dependente de Corticosteróides Controle com doses medias/altas de corticosteróides sistêmicos Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Asma Quase Fatal Episódio agudo que obriga o paciente a ser internado numa unidade de tratamento intensivo. Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 ESTRATÉGIA PARA O DIAGNÓSTICO DA ADC Asma de Difícil Controle Definição: Asma insuficientemente controlada, apesar de uma estratégia terapêutica adequada, ajustada ao nível de gravidade clínica (> nível 4 de GINA), indicada por um especialista e com, pelo menos, 6 meses de duração. Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Diagnóstico Fracasso da resposta ao tratamento adequado e ajustado a gravidade clínica. 4 pré-requisitos: Confirmação do Diagnóstico Diagnóstico Diferencial Co-morbidades e fatores exacerbantes Adesão do tratamento Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Confirmação do Diagnóstico Espirometria (VEF1, VEF1/CVF) Curva fluxo-volume PFE Provas de broncoprovocação Capacidade de difusão do CO Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Diagnóstico Diferencial Broncoalveolite alérgica extrínseca Pneumonia eosinofílica crônica Bronquiectasias Embolia pulmonar Corpo estranho DPOC Traqueobronquiomalacia Hiperventilação Fibrose cística Sequelas de TB Insuficiência Cardíaca Disfunção de cordas vocais Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Identificar Co-morbidades e Fatores Exacerbantes Rinossinusite Pólipos nasais Refluxo gastroesofágico Apnéis obstrutiva durante o sono Obesidade Transtornos psiquiátricos Tabagismo Medicamentos (AINEs, iECA e beta bloqueadores) Ambiente psicossocial Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Garantir Tratamento e Cumprimento Correto 30 a 50% seguem corretamente seu tratamento. Métodos indiretos para avaliar o cumprimento da terapia: Cortisol plasmático Óxido nítrico expirado Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Fatores que podem levar a não adesão Tipo de dispositivo Via de administração Complexidade dos esquemas terapêuticos Temores com efeitos secundários Elevado custo Equilíbrio emocional (depressão) Sociopatias (alcoolismo, isolamento) Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Critérios Diagnósticos Critérios Maiores Uso de um CO contínuo ou durante mais de 6 semanas no ano em curso Uso contínuo de corticosteróides inalatórios em doses altas com um agonista β2 de longa duração Critérios Menores VEF1 <80% ou variabilidade do FEM >20% Uso diário de β2 agonista de ação curta Uso de ciclos de corticosteróide oral mais de 3 vezes no ano anterior Uma ou mais consultas em serviços de urgência no ano anterior Ter apresentado um episódio de asma com risco de morte Deterioração rápida da função pulmonar ao diminuir o tratamento com um corticosteróide Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Resumo Suspeita de ADC Diagnóstico de asma Exclusão de outros transtornos com sintomas similares Pesquisa de fatores agravantes Verificar o correto cumprimento e adequação do tratamento Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 Suspeita de ADC Descartar outras patologias Tratamento adequado Prova com corticóides orais Sem resposta Com resposta Sem adesão ao tratamento Tolera a retirada do esteróide oral GINA nível 5 Nã o GINA nível 4 Sim Adesão ao tratamento. Confirmação de ADC Tratamento adicional Seguimento TRATAMENTO • Deve adaptar-se à gravidade de cada caso • Controle da doença • Mínimos efeitos indesejáveis • ADC e Resistência o tratamento farmacológico • A abordagem inclui aspectos farmacológicos e não farmacológicos Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 TRATAMENTO ASPECTOS NÃO FARMACOLÓGICOS Fatores de risco que podem agravar a doença • Cumpre o tratamento adequadamente • Redução, abandono ou alteração do tratamento – melhora sintomatológica • Uso de fármacos que possam agravar a ASMA • AAS (Ácido acetil salicílico) • AINEs (Anti-inflamatórios não esteroidais) • Tabagismo • Diminuição da resposta aos corticosteróides (inalatórios/sistêmicos) e principal agente etiológico Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 TRATAMENTO ASPECTOS NÃO FARMACOLÓGICOS Fatores de risco que podem agravar a doença • Apresenta co-morbidades • RGE (Refluxo gastroesofágico) • Polipose nasal • Obesidade • Transtornos psquiátricos • Depressão • Ataques de pânico • Consumo de drogas ilícitas • Ofício com certas substâncias • Exposição a alérgenos ambientais TRATAMENTO ASPECTOS FARMACOLÓGICOS • Corticosteróides inalatórios • Dipropionato de beclometasona > 1000mcg/d • Agosnistas β2-adrenérgicos de ação prolongada – 2xdia • Corticosteróides orais (2 a 4 semanas) • Criança: 1mg/kg/d • Adulto: 40mg/kg/d Não há estudos sobre combinações, portanto deve-se testar os medicamentos caso a caso, monitorando os parâmetros clínicos, funcionais e de inflamação. Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 TRATAMENTO CAUSAS DE RESISTÊNCIA AOS CORTICOSTERÓIDES • Farmacocinético • Absorção incompleta – transtornos gastrointestinais • Conversão – Prednisona → Prednisolona • Rápida depuração (interação com outros fármacos) • Anatômico • Remodelação brônquica (atividade anti-inflamatória) • Molecular • Alteração nos receptores (forma e/ou número) Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 TRATAMENTO CAUSAS DE RESISTÊNCIA AOS CORTICOSTERÓIDES • Inflamatória • Aumento de citocinas (IL-2, IL-4, IL-13 e TNF-α) – efeitos moleculares e remodelação Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 PROVA DE BROMPTON USO DE CORTICOSTERÓIDE ORAL VEF1 < 75% com resposta broncodilatadora (+) >15% 40mg de prednisona em 2 tomadas por 2 semanas SEM MELHORA 80mg de prednisona em 2 tomadas por 2 semanas MELHORA MELHORA Diminuição gradativa até dose mínima adequada Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 SEM MELHORA RESISTÊNCIA TRATAMENTO TRATAMENTOS ALTERNATIVOS • OMALIZUMABE • JUSTIFICATIVA • Papel central da IgE na inflamação brônquica • MECANISMO • Diminui a concentração de IgE disponível • Reduz a expressão dos receptores para (Mastócitos, Basófilos e Cél. Dendríticas) • Inibe a produção de IgE • ADVERSIDADE • Urticária e reação anafilática em 0,2% dos tratados IgE TRATAMENTO TRATAMENTOS ALTERNATIVOS • INIBIDORES DE TNF-α • JUSTIFICATIVA • Aumento de TNF-α no LBA, sangue periférico e na mucosa brônquica • MECANISMO • O aumento de TNF-α associa-se à HRB, contração e proliferação da musculatura lisa brônquica e ativação de mastócitos e linfócitos T • ADVERSIDADE Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 • Aumento de prevalência de infecções (TB) e tumores TRATAMENTO TRATAMENTOS ALTERNATIVOS • MACROLÍDEOS • JUSTIFICATIVA • Clamydophila pneumoniae está associada à indução/exacerbação/persistência da asma • MECANISMO • Anti-infeccioso e possuidor de efeitos anti-inflamatório por redução de IL-5, IL-6, IL-8, IL-12 e TNF-α • ADVERSIDADE • Hepatotoxidade • Reações alérgicas TRATAMENTO TRATAMENTOS ALTERNATIVOS • TERMOPLASTIA BRÔNQUICA TRATAMENTO ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 ETAPA 4 ETAPA 5 EDUCAÇÃO EM ASMA CONTROLE AMBIENTAL β2 agonista de ação curta/rápida, conforme a necessidade SELECIONE UMA DAS OPÇÕES ABAIXO Uso exclusivo do β2 agonista de ação rápida SELECIONE UMA DAS OPÇÕES ABAIXO CI baixa dose + LABA CI Baixa dose Inibidores de Leucotrieno CI dose moderada ou alta ADICIONAR 1 OU MAIS EM RELAÇÃO À ETAPA 3 ADICIONAR 1 OU MAIS EM RELAÇÃO À ETAPA 4 Moderada ou alta dose de CI + LABA Corticóide Oral dose baixa CI baixa dose + inibidores de leucotrienos Inibidores de Leucotrienos CI dose baixa + Teofilinas Teofilinas de liberação lenta Anti-IgE TRATAMENTO A VERSÃO MAIS RECENTE DE TRATAMENTO Expert Panel Report 3 do National Asthma Education and Prevention Program (NAEPP) – 2007 CORTICÓIDE ORAL APENAS NA ETAPA 6 Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 SEGUIMENTO PLANO DE AÇÃO POR ESCRITO • 2 a 3 consultas nos primeiros 2 meses • 1 consulta a cada 3 meses • Adotar sistema de comunicação médico-paciente ágil (telefone, e-mail, centro para consultas não programadas) • Instrução adequada em âmbito autotratamento Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 familiar para o REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1) Consenso Latino Americano de Asma de difícil controle 2) Consenso Brasileiro de Asma 3) BlackBook de Clínica Médica 4) Cecil - Tratado de Medicina Interna 5) Diapositivos do Dr. Roberto Stirbulov 6) http://www.jornaldepneumologia.com.br, 28/09/2009 Disciplina de Pneumologia - FCMSCSP 2009 acessado dia