2 Sílvio José da Silveira ESTUDO E IMPLEMENTAÇÃO DA METODOLOGIA DE QUALIDADE QSB EM INDÚSTRIA DE AUTOPEÇAS Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção de título de Mestre em Engenharia Mecânica. Orientador: Prof. Wisley Falco Sales Co-orientador: Prof. Marcelo Becker Belo Horizonte 2007 FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais S587e Silveira, Sílvio José da Estudo e implementação da metodologia de qualidade QSB em indústria de autopeças / Sílvio José da Silveira. Belo Horizonte, 2007. 150f. Orientador: Wisley Falco Sales. Co-orientador: Marcelo Becker Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica Bibliografia. 1. Qualidade total. 2. Indústria de autopeças. I. Sales, Wisley Falco. II. Becker, Marcelo. III. Pontifícia Universidade Católicade Minas Gerais. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. III. Título. CDU: 658.562 3 AGRADECIMENTOS Aos Professores Wisley Falco Sales e Marcelo Becker pelo apoio sem o qual esta etapa acadêmica não teria sido concluída, pelo seu exemplo de postura profissional, confiança e tranqüilidade transmitidas. À FIAT AUTOMÓVEIS S.A., pela confiança, comprometimento e pela oportunidade, sem a qual, este estudo não teria sido concluído. Aos meus filhos, Sílvio Henrique e Ana Flávia, por todo carinho a mim dedicado. À minha esposa Maria, amiga, mãe e amor que deu suporte e apoio total nas horas de dificuldade. Aos meus pais, Álvaro e Ana, pelo exemplo, carinho, perseverança, coragem e empreendedorismo que balizaram meu caráter e com isto me impulsionaram para o caminho certo. Aos meus irmãos, Wilson, Vilcilene, Silvana, Jackson e Anderson, sogros, Dutra e Marília e amigos, Luís Carlos, Marco Antônio, Flávio e Vânia, sempre dispostos a me ajudar. Às empresas que contribuíram para a realização deste trabalho que, infelizmente, tiveram seus nomes em anonimato. A todos que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. 4 A Excelência é uma habilidade conquistada por meio de treinamento e prática. Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um ato, mas um hábito. Aristóteles, pensador grego a.c 5 RESUMO A indústria automotiva no mundo todo vem buscando a excelência em suas atividades com o objetivo de superar as expectativas de seus clientes. Uma das estratégias adotadas foi o desenvolvimento e implementação da metodologia Quality System Basics (QSB) nas empresas fornecedoras de componentes para seus veículos. O QSB é uma metodologia de qualidade desenvolvida, pela já desfeita, Joint venture dos setores de Compras da FIAT e General Motor (GM-FIAT World Wide Purchasing). O QSB baseia-se em nove estratégias e tem como objetivo principal a melhoria continua da qualidade dos processos produtivos por meio da sua implementação. Este trabalho consiste no estudo de diversas metodologias de qualidade, dentre elas o QSB, em sua implementação em duas empresas e na demonstração da evolução da performance dos seus indicadores de qualidade. Como resultado obteve-se melhoria nos principais indicadores de qualidade destas empresas (reclamações e rejeições no cliente e refugo e retrabalho internos). Palavras-chaves: Qualidade Total; Quality System Basics; Indústria autopeças 6 ABSTRACT The automotive industry has searched the excellence in its activity as goal in order to exceed the customers’ expectations and one of the strategies adopted was the development and implementation of the Quality System Basics (QSB) methodology in its suppliers that provide components for its vehicles. The QSB is a quality’s methodology developed, by just undone, joint venture of the FIAT and GM purchasing department (GM-FIAT Word Wide Purchasing). The QSB is based in nine processes and has as the main goal the continuous improvement of the quality of the productive process through of the QSB implementation. This work consist of study several quality methodology and implement the QSB in two suppliers and accompany its quality index performance. As result, these two suppliers obtained improvement in its main quality index (customers’ issue and rejects and internals’ rejects and repairs). 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Exemplo Reunião Resposta Rápida........................................................ 44 Figura 2 – Exemplo de “Q” da Qualidade.................................................................. 46 Figura 3 – Exemplo de etiqueta de Identificação...................................................... 48 Figura 4 – Fluxograma para Redução de RPN......................................................... 51 Figura 5 – Gráfico da Faixa de RPN......................................................................... 55 Figura 6 – Processo para Padronização das Operações.......................................... 61 Figura 7 – Dispositivo à prova de erro fixação do Braço Oscilante à Travessa........ 66 Figura 8 – Dispositivo à prova de erro teste de desmontagem da bucha do Braço Oscilante................................................................................................................... 67 Figura 9 – Dispositivo à prova de erro P/ evitar liberação de tubos com dupla estampagem da flange............................................................................................ 68 Figura 10 – Dispositivo à prova de erro p/ detectar presença de rebites................. 69 Figura 11 – Dispositivo à prova de erro p/ detectar a correta montagem da Alavanca do Comando Câmbio................................................................................................ 70 Figura 12 – Etapas do processo de implementação do QSB.................................... 79 Figura 13 – Formulário Máster Dot............................................................................ 85 Figura 14 – Auditoria Interna na Empresa A em 22/ago/06...................................... 92 Figura 15 – Auditoria do Cliente na Empresa A em 05/out/06.................................. 93 Figura 16 – Auditoria do cliente na Empresa A em 07/mar/07.................................. 94 Figura 17 – Índice de Refugo na operação de Usinagem das hastes empresa A.... 97 Figura 18 – Índice de Refugo na operação de Usinagem de tubos empresa A....... 97 Figura 19 – Índice de Refugo na operação de Montagem suspensão empresa A.. 98 8 Figura 20 – Índice de Refugo na operação de Pintura empresa A........................... 98 Figura 21 – Índice de Retrabalho na operação de Usinagem Hastes empresa A.. 101 Figura 22 – Índice de Retrabalho na Usinagem Tubos empresa A......................... 101 Figura 23 – Índice de Retrabalho operação Montagem Suspensão empresa A..... 102 Figura 24 – Índice de Retrabalho na operação de Pintura empresa A................... 102 Figura 25 – Índice de IR/E (PPM) empresa A......................................................... 103 Figura 26 – Índice de IPQE (PPM) empresa A........................................................ 104 Figura 27 – Sumario mensal da faixa de RPN empresa A...................................... 106 Figura 28 – Auditoria do Cliente Empresa B em 08/jul/05....................................... 109 Figura 29 – Auditoria Interna na Empresa B em 25/ago/06.................................... 109 Figura 30 – Auditoria Interna na Empresa B em 25/mai/07.................................... 110 Figura 31 – Auditoria do cliente na Empresa B em 05/jun/07................................. 111 Figura 32 – Auditoria do cliente na Empresa B em 25/ago/07................................ 112 Figura 33 – Índice de Refugo empresa B................................................................ 113 Figura 34 – Índice de Retrabalho empresa B.......................................................... 113 Figura 35 – Índice de IR/E (PPM) empresa B......................................................... 114 Figura 36 – Índice de IPQE (PPM) empresa B........................................................ 115 Figura 37 – Acompanhamento Mensal da meta de RPN empresa B...................... 116 Figura 38 – Acompanhamento mensal da faixa de RPN empresa B...................... 117 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – RPN – Severidade................................................................................. 52 Tabela 2 – RPN – Ocorrência................................................................................. 53 Tabela 3 – RPN – Detecção..................................................................................... 54 Tabela 4 – Fluxograma para Redução de RPN........................................................ 77 Tabela 5 – Comparação Mensal de RPN empresa A............................................. 105 10 LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E DEFINIÇÕES ABIC – Associação Brasileira das Indústrias de Café. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. AIAG – Automotive Industry Action Group (Grupo de ação da Indústria Automotiva). ANFIA – Associazione Nazionale Fra Industrie Automobilistiche (Associação Nacional da Industria Automobilistica – Italia). APQP – Advanced Product Quality Planning (Planejamento Avançado da Qualidade do Produto). ASQC – American Society for Quality Control (Sociedade Americana para o Controle de Qualidade). AVSQ – ANFIA Valutazione Sistemi Qualita (Avaliação do Sistema de Qualidade pela ANFIA). BENCHMARK – Um marco ou ponto que serve como referência ou padrão para avaliação, medições ou comparação. Big Three – Referência às três maiores montadoras de automóveis dos Estados Unidos (GM, Ford e Chrysler). BS – British Standart. CARE – Costumer Acceptation Revision and Evaluation (Revisão e Avaliação da Aceitação do Cliente). CEP – Controle Estatístico do Processo. Cp – Índice da capacidade de processo, definido como o intervalo da tolerância dividido pela capacidade do processo, independente da centralização do processo, geralmente expresso por (LSE – LIE)/3σ. 11 Cpk – Índice de capacidade de processo, que leva em conta a centralização do processo e é definido como o mínimo entre (LSE – X)/3σ e (X - LIE)/3σ. Ele relaciona a distância entre a média do processo e o limite de especificação mais próximo com a metade da dispersão total do processo. CQT – Controle da Qualidade Total. DFMEA – Design Failure Mode and effects Analysis (Análise do modo e efeito de falhas potenciais no projeto). DIN – Deutsches Institut für Normung EAQF – Evaluation Aptitude Qualite Fournisseur (Avaliação da Atitude da Qualidade do Fornecedor). ERROR PROFING – Dispositivos à prova de erro. EQF – Engenheiro de Qualidade Fornecedor – Analista de qualidade responsável por acompanhar os desenvolvimentos de novos produtos e performance dos produtos em produção. FIEV – Federation des Industries des Equipements pour Vehicules (Federação das Indústrias de Equipamentos para Veículos). Gráfico de Pareto – Consiste num histograma cujas freqüências encontram-se em ordem decrescente da esquerda para a direita, contendo no mesmo gráfico uma curva de freqüências acumuladas percentuais. IATF – International Automotive Task Force (Força Tarefa Internacional Automotiva). IEEE – Institute of Electrical and Eletronics Engineers. INMETRO – Instituto de Normalização, Metrologia e Qualidade Industrial. IPQE – Índice de Performance de Qualidade (Quantidade de reclamações (I) multiplicada pelo peso (P) dividido pela quantidade de desenhos (diferentes componentes) fornecidos (E)). 12 IR – Quantidade de peças Rejeitadas. IR/E – Índice de Rejeição (Quantidade de peças Rejeitadas multiplicada por Um milhão e dividida pela quantidade de peças fornecidas). ISA – International Federation of the National Standardizing Associations (Federação Internacional das Associações Nacionais de Normalização). ISO – International Organization for Standartization (Organização Internacional para Normalização). LIE – Limite Inferior de Especificação. LSE – Limite Superior de Especificação. Master Dot – Modelo de plano de ação. MCE – Mercado Comum Europeu. MERCOSUL – Mercado Comum do Cone Sul. MSA – Measurement Systems Analysis (Análise dos sistemas de medições). NAFTA – North American Free Trade Agreement (Acordo Norte Americano de Livre Comércio). NAO – North American Organization NBR – Normas Técnicas Brasileiras. OCC – Organismo de Certificação Credenciado. PFMEA – Process Failure Mode and effects Analysis (Análise do modo e efeito de falhas potenciais no processo de fabricação). PPAP – Production Part Approval Process (Processo de Aprovação de Peças para Produção). PPM – Partes Por Milhão = Número de peças reprovadas, multiplicadas por um milhão e divididas pelo número de peças Produzidas e Fornecidas. 13 Provider – Prestador de serviço de treinamento em metodologias ou ferramentas de qualidade. QS – Quality System. QSA – Quality System Assessment (Avaliação Sistema de Qualidade). QSB – Quality System Basics – Fundamentos do Sistema de Qualidade. Quality Gates – Inspeções de qualidade em 100% dos produtos. RPN – Risk Priority Number - índice de prioridade de risco, utilizado para priorizar os potenciais de falhas determinados durante PFMEA e para os quais deverão ser adotadas ações corretivas ou melhorias. RH – Recursos Humanos. Set up – Mudança ocorrida no processo de fabricação (troca de produto a ser fabricado, de ferramenta de corte, de dispositivos etc.). SIF – Selo de Inspeção Federal. SMMT – Society of Motor Manufactures and Traders (Sociedade de Marcas e Fabricantes de Motores). SPC – Statistical Process Control (Controle Estatístico do Processo). Takt Time – Tempo ciclo do cliente. Teardowns – Sub-fornecedores. TQC – Total Quality Control (Controle da Qualidade Total). TQM – Total Quality Management (Gerenciamento da Qualidade Total). Workshop – Treinamento inicial. TS – Tecnical Specification. VDA – Verband Der Automobilindustrie (Associação de Fabricantes para a Indústria Automobilística da Alemanha). 14 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO................................................................................. 16 1.1 – JUSTIFICATIVAS........................................................................................... 16 1.2 – OBJETIVOS.................................................................................................... 19 1.2.1 – Gerais.......................................................................................................... 19 1.2.2 – Objetivos Específicos................................................................................. 20 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................... 21 2.1 – DEFINIÇÕES PARA QUALIDADE................................................................ 21 2.2 – A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE QUALIDADE......................................... 25 2.3 – A NECESSIDADE DE PADRONIZAÇÃO...................................................... 28 2.4 – ASSOCIAÇÕES PARA NORMATIZAÇÃO.................................................... 29 2.4.1 – ISO-9000...................................................................................................... 29 2.4.2 – QS-9000........................................................................................................ 32 2.4.3 – ISO / TS 16949: 2002............................................................................ 34 2.4.4 – Principais Diferenças entre TS 16949: 2002 e QS-9000.......................... 36 2.5 – QSB................................................................................................................. 41 2.5.1 – Resposta Rápida........................................................................................ 43 2.5.2 – Controle de Produto Não Conforme......................................................... 46 2.5.3 – Redução de RPN......................................................................................... 49 2.5.3.1 – Falha em Potencial – Pró ativo............................................................... 50 2.5.3.2 – Falhas Ocorridas – Reativo................................................................... 56 2.5.4 – Treinamento Padronizado do Operador................................................... 57 2.5.5 – Trabalho Padronizado................................................................................ 59 2.5.6 – Auditorias Escalonadas............................................................................. 62 2.5.7 – Verificação dos Dispositivos a Prova de Erro........................................ 64 2.5.7.1 – Definições................................................................................................ 64 2.5.7.1.1 – Método de Checagem.......................................................................... 65 2.5.7.1.2 – Método de Inspeção............................................................................. 66 2.5.7.1.3 – Método Corretivo.................................................................................. 68 2.5.7.2 – Requisitos................................................................................................ 70 2.5.8 – CARE............................................................................................................ 71 2.5.9 – Lições Aprendidas..................................................................................... 73 2.6 – OS INDICADORES DE QUALIDADE............................................................ 74 2.6.1 – Índice de Refugo e Re-trabalho Interno................................................... 75 2.6.2 – IR / E............................................................................................................. 76 2.6.3 – IPQE............................................................................................................. 76 2.6.4 – Redução de RPN.......................................................................................... 77 3 – METODOLOGIA............................................................................. 78 3.1 – 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6 3.1.7 AS ETAPAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO QSB..................................... – Realização do Workshop........................................................................... – Pré Avaliação.............................................................................................. – Elaboração do Máster Dot – Auditoria pré-avaliação............................. – Implementação das Ações........................................................................ – Avaliação pelo Auditor do Cliente............................................................ – Elaboração do Máster Dot – Auditoria do cliente.................................... – Aprovação do Máster Dot.......................................................................... 78 79 82 83 83 84 86 86 15 3.1.8 – Implementação das Ações........................................................................ 87 3.1.9 – Acompanhamento das ações Implementadas pelo Fornecedor........... 87 3.1.10 – Emissão do Certificado........................................................................... 87 3.2 – MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO QSB................................... 88 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................... 90 4.1 – IMPLEMENTAÇÃO DO QSB NA EMPRESA A............................................. 91 4.2 – IMPLEMENTAÇÃO DO QSB NA EMPRESA B............................................ 108 5 – COMENTÁRIOS GERAIS E CONCLUSÕES.............................. 119 5.1 – PRINCIPAIS DIFICULDADES...................................................................... 119 5.2 – COMENTÁRIOS GERAIS............................................................................. 120 5.3 – CONCLUSÕES.............................................................................................. 123 5.4 – SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS.................................. ..... 124 5.4.1 – DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA QUE ATENDA AOS DIVERSOS SEGMENTOS DA INDÚSTRIA.......................................................... 124 5.4.2 – ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS FERRAMENTAS DA METODOLOGIA QSB E DA FILOSOFIA LEAN MANUFACTURE (PRODUÇÃO ENXUTA).......... 124 5.4.3 – APLICAÇÃO DESTA METOLOGIA EM UMA QUANTIDADE MAIOR DE EMPRESAS........................................................................................................... 125 REFERÊNCIAS................................................................................... 126 ANEXOS.............................................................................................. 128 16 1 INTRODUÇÃO Mundialmente a indústria automotiva, desde a crise do petróleo na década de 70, vem buscando a excelência em suas atividades com o objetivo de superar as expectativas de seus clientes e, conseqüentemente, manterem-se viáveis ao longo do tempo. Para alcançar este objetivo uma das metodologias que está sendo utilizada na área da qualidade, mais precisamente na área de sistema da qualidade, é a implementação do Quality System Basic (QSB) (QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03). A correta implementação das estratégias do QSB nas empresas promove o melhoramento contínuo dos processos de fabricação e produtos. 1.1 JUSTIFICATIVAS A busca por estratégias para se manterem viáveis ao longo do tempo, operando de forma eficaz e competitiva tem sido um constante desafio para as empresas automotivas. Uma das formas encontradas foi a implementação dos sistemas de gestão da qualidade para garantir a qualidade dos produtos produzidos e fornecidos, a padronização de processos e atividades e a satisfação do cliente interno e externo. Em levantamentos recentes realizados por duas montadoras de automóveis, 25% dos problemas de qualidade graves, que geram a parada de produção, são 17 causados por processos de fabricação de produtos novos ou modificados, o restante, 75%, são causados por erros de set-up, ferramentas desgastadas ou quebradas, montagem incorreta, identificação incorreta, processos de fabricação que se tornaram incapazes (índices de capacidade de processo Cp e Cpk inferiores a 1,33) ao longo do tempo e componentes recebidos de sub-fornecedores. Isto é, processos de fabricação que foram aprovados e validados e que não se mantiveram capazes ao longo do tempo. Portanto, uma das maneiras de se reduzir a ocorrência de problemas de qualidade graves é garantir que os processos de fabricação mantenham-se estáveis ao longo do tempo. A proposta do Quality System Basic (QSB) é justamente atuar de forma a garantir a estabilidade dos processos de fabricação ao longo do tempo por meio de monitoramento e controles de produtos e processos de fabricação, auditorias, treinamento e melhoria continua dos processos de fabricação. Atualmente, a FIAT Automóveis está buscando a excelência em seus processos de fabricação e em produtos e de seus fornecedores. O QSB vem ao encontro deste objetivo, pois busca a melhoria dos sistemas de qualidade que, por conseqüência, melhora continuamente a qualidade dos processos de fabricação e produtos. Assim, a empresa decidiu acrescentar, como um de seus requisitos específicos do cliente, a implementação do QSB no sistema de qualidade dos seus fornecedores. Sendo um requisito específico do cliente, os fornecedores que se submeterem a auditorias para obtenção e manutenção da certificação do sistema de qualidade ISO / TS–16949: 2002 deverão comprovar sua implementação, caso contrário, não a obterão, por parte do organismo certificador acreditado. 18 O QSB é uma metodologia suportada por 9 (nove) processos, também chamados de estratégias ou pilares, que são descritos abaixo com seus principais objetivos, conforme citados no QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03: 1. Resposta Rápida: Registrar e garantir o acompanhamento metodológico dos problemas significativos de qualidade ocorridos nos clientes e processos de fabricação. 2. Controle dos produtos “não conforme”: Garantir que produtos “não conforme” produzidos pelos processos de fabricação sejam corretamente identificados e segregados. 3. Redução de Risk Priority Number (RPN): Reduzir os índices de risco de falha no processo obtidos durante a realização da Process Failure Mode and Effects Analysis (PFMEA) dos processos de fabricação. 4. Treinamento padronizado do Operador: Registrar e garantir o treinamento mínimo necessário aos colaboradores para a execução correta de cada operação. 5. Trabalho padronizado: Desenvolver métodos e seqüências de trabalho padronizado para todas as operações. 6. Auditorias escalonadas: Garantir a conformidade do produto e processo documentado por meio de auditorias periódicas realizadas por todos os níveis da empresa. 7. Verificação da metodologia “à prova de erro”: Garantir que dispositivos “à prova de erros” utilizados no processo de fabricação e montagem do produto estejam funcionando adequadamente. 19 8. CARE (Costumer Acceptation Revision and Evaluation – Revisão e Avaliação da Aceitação do Cliente): Inspecionar o produto final visando garantir a conformidade de características importantes para o cliente. 9. Lições Aprendidas: Registrar informações que irão dar suporte às melhorias contínuas de todas as operações e processos de fabricação. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Gerais Mostrar a aplicabilidade da metodologia QSB em empresas do setor automotivo por meio do emprego de suas estratégias. 1. Buscar o melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação por meio da correta implementação do QSB. 2. Promover o comprometimento de todos os níveis e áreas da empresa com o melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação. 3. Criar um banco de dados contendo histórico dos processos de fabricação para serem utilizados como benchmark em novos processos de fabricação ou similares. 4. Promover um correto acompanhamento dos distúrbios qualitativos. 20 1.2.2 Específicos 1. Demonstrar a redução do número de produtos “não conforme” produzidos pelos processos fabris após a correta implantação do QSB. 2. Demonstrar a redução de reclamações pelo cliente devido ao recebimento de produtos “não conforme” após a correta implantação do QSB. 3. Demonstrar a redução de produtos “não conforme” devolvidos pelos clientes após a correta implantação do QSB. 4. Demonstrar a redução da probabilidade dos processos fabris produzirem produtos “não conforme” após a correta implantação do QSB. No capítulo 2 são apresentados os conceitos relevantes no estado da arte abordando tópicos relacionados à qualidade como as definições de qualidade, a evolução do conceito de qualidade, a necessidade de padronização, as associações para normalização: ISO-9000; QS-9000; ISO / TS–16949: 2002, as principais diferenças entre a ISO / TS–16949: 2002 e QS-9000 e o QSB que é composto pelas estratégias: Resposta rápida, Controle de produtos “não conforme”, Redução de RPN, Treinamento padronizado do operador, Trabalho padronizado, Auditorias escalonadas, Verificação da metodologia “a prova de erro”, CARE e Lições aprendidas. No capítulo 3 são apresentados a metodologia utilizada contendo as etapas para implementação do QSB e os indicadores de qualidade, no capítulo 4 são apresentados os resultados e discussões e no 5 as conclusões. 21 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Neste capítulo são abordadas as definições para a qualidade, a evolução do conceito de qualidade, a necessidade de padronização, as associações para normatização e o QSB. 2.1 DEFINIÇÕES PARA QUALIDADE O termo qualidade - do latim, qualitate - é designativo “das propriedades, atributos ou condições” de um produto, capazes de distingui-lo por meio de requisitos previamente estabelecidos pelo cliente e que permitem avaliá-lo, aprová-lo ou recusá-lo. Algumas pessoas tentaram uma definição simples chegaram a frases como: • “Qualidade é estar em conformidade com os requisitos dos clientes”. • “Qualidade é antecipar e satisfazer os desejos dos clientes”. • “Qualidade é escrever tudo o que se deve fazer e fazer tudo o que foi escrito”. A evolução do conceito de qualidade no meio industrial pode ser descrita conforme abaixo: Para Teboul (1991) a qualidade é a conformidade às especificações em consonância à utilização que se tem em mente na hora da compra e no futuro (SALAZAR FILHO, 2002). 22 Para Garvin (1992) os sinônimos de qualidade vão desde luxo e mérito até excelência e valor (SALAZAR FILHO, 2002). Para Moller (1992) a qualidade é composta por dois tipos, a técnica que visa satisfazer expectativas concretas, tais como, tempo, durabilidade, segurança, garantia, e a humana que visa satisfazer as expectativas emocionais, tais como lealdade, credibilidade, atenção (SALAZAR FILHO, 2002). Para Juran (1993) é fitness for use – adequação ao uso, ou seja, o produto deve possuir características que atendam às necessidades do cliente e que as mesmas estejam conforme as especificações (SALAZAR FILHO, 2002). Para Oakland (1994) a qualidade depende, fundamentalmente, da percepção de cada um. O que tem qualidade para uns pode não atender às necessidades de outros. Assim, o primeiro conceito a ser entendido é que a qualidade depende da percepção de cada indivíduo (SALAZAR FILHO, 2002). Feigenbaum (1994) argumenta que a “qualidade é baseada na experiência atual do cliente com o produto; ela é medida por meio de confrontos com os requisitos do cliente – formalmente estabelecidos ou não, conscientes ou superficiais, tecnicamente operacionais ou completamente subjetivos – sempre representando um alvo móvel, num mercado competitivo” (FUNDAMENTOS do Sistema de Gestão da Qualidade jan/04). A qualidade é uma determinação do cliente e não do engenheiro, do marketing ou da administração geral. Ela é baseada na experiência atual do cliente com o produto; ela é medida por meio de confrontos com os requisitos do cliente – formalmente estabelecidos ou não, conscientes ou superficiais, tecnicamente operacionais ou completamente subjetivos – sempre representando um alvo móvel, 23 num mercado competitivo (FUNDAMENTOS do Sistema de Gestão da Qualidade jan/04). Segundo a atual norma brasileira sobre o assunto (NBR ISO-8402), qualidade é: “A totalidade dos aspectos e das características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer às necessidades explícitas e implícitas” (SALAZAR FILHO, 2002). Esta definição formal exige alguns complementos, principalmente para definir o que são as entidades, as necessidades explícitas e as necessidades implícitas. A entidade é o produto do qual se fala pode ser um bem ou um serviço. As necessidades explícitas são as próprias condições e objetivos propostos pelo produtor. As necessidades implícitas incluem as diferenças entre os usuários, a evolução no tempo, as implicações éticas, as questões de segurança e outras visões subjetivas. Por exemplo, a qualidade de um veículo (a entidade ou o produto) está relacionada com a satisfação de necessidades (requisitos) tais como: aparência, potência, torque, consumo, confiabilidade, assistência técnica, etc. Para avaliar a qualidade de um produto, deve-se fazer uma lista dessas necessidades e analisar cada uma delas. Um aspecto interessante da qualidade é que não basta que ela exista. Ela deve ser reconhecida pelo cliente. Por causa disso, é necessário que exista algum tipo de certificação oficial, emitida com base em um padrão. Alguns certificados mais comuns são: • O selo do Selo de Inspeção Federal (SIF) de inspeção da carne; • O selo da Associação Brasileira das Indústrias do Café (ABIC) nos pacotes de café; 24 • O certificado da Secretaria de Saúde para restaurantes (classe "A" são os melhores); • A classificação em estrelas dos hotéis (hotéis com cinco estrelas são ótimos); • Os certificados de qualidade da série ISO-9000. Existem muitas propagandas de empresas falando de sua certificação ISO-9000. Isto nada mais é do que um padrão de qualidade (reconhecido mundialmente) pelo qual esta empresa foi avaliada e julgada; Para que seja possível realizar uma avaliação e um julgamento, é necessário haver um padrão ou norma. Existem alguns organismos de normalização reconhecidos mundialmente: • ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas; • DIN – Deutsches Institut für Normung; • IEEE – Institute of Electrical and Eletronics Engineers; • ISO – International Organization for Standardization; A norma ISO-9000, por exemplo, foi criada pela ISO para permitir que todas as empresas do mundo possam avaliar e julgar sua qualidade. Existindo um padrão único mundial, uma empresa do Brasil, mesmo não tendo nenhum contato com outra empresa na Europa, pode garantir a ela a qualidade de seu trabalho. A Certificação em uma norma ou padrão é a emissão de um documento oficial indicando a conformidade com esta determinada norma ou padrão. É claro que, antes da emissão do certificado, é preciso realizar todo um processo de avaliação e julgamento de acordo com uma determinada norma. Embora uma empresa possa se auto-avaliar ou ser avaliada por seus próprios clientes, o termo Certificação costuma ser aplicado apenas quando efetuado por uma empresa independente e idônea, normalmente especializada neste tipo de trabalho. No Brasil, o Instituto de 25 Normalização, Metrologia e Qualidade Industrial (INMETRO) é o órgão do governo responsável pelo credenciamento das instituições que realizam a certificação de sistemas de qualidade. Uma das evoluções mais importantes no estudo da qualidade está em notar que a qualidade do produto é algo bom, mas que qualidade do processo de produção é ainda mais importante. Esta descoberta aconteceu durante a própria evolução dos conceitos de qualidade, ao longo dos anos. Hoje em dia, pode-se consultar normas e padrões tanto para produtos quanto para processos. Obviamente, os certificados mais valiosos são aqueles que certificam o processo de produção de um produto e não aqueles que simplesmente certificam o produto. Entretanto, é comum encontrar empresas que perseguem os dois tipos de padrão de qualidade. 2.2 A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE QUALIDADE No tópico anterior, explorou-se o conceito de qualidade. Mas de onde surgiu a necessidade de uma preocupação com a qualidade? No modo de produção anterior à Revolução Industrial, o artesão ocupava-se de todas as tarefas: desde a escolha e aquisição da matéria-prima até a fase de acabamento e entrega do produto. O controle da qualidade era exercido pelo próprio artesão. As características do modelo artesanal eram a baixa produção e o alto padrão de qualidade (ISRAELIAN, 1996). 26 Com o advento da industrialização, surgiu o processo de divisão das tarefas na confecção de um produto. O controle da qualidade passou às mãos do mestre industrial, que exercia a supervisão desses grupos. Com o aumento das escalas de produção e do número de trabalhadores, o sistema tornou-se inviável, pois não era possível um só mestre supervisionar todo o processo. A resposta para o problema foi a padronização dos produtos. Com a 2ª Guerra Mundial, houve uma grande evolução tecnológica acompanhada por uma complexidade técnica de materiais, processos de fabricação e produtos. Essa situação ameaçava inviabilizar a inspeção total da produção (ISRAELIAN, 1996). Surgiu então uma evolução do controle da qualidade: o controle estatístico baseado em inspeção por amostragem e gráficos de controle (timidamente começava a despontar o conceito de prevenção de falhas). Entretanto, as ações corretivas desencadeadas ainda eram de eficiência restrita. Esta ineficiência das ações corretivas e a acirrada competição pelo mercado consumidor acabaram contribuindo significativamente para que se adotasse um novo enfoque em termos de controle de qualidade, o Controle da Qualidade Total (CQT), em inglês, Total Quality Control (TQC), também conhecido por Total Quality Management (TQM) (ISRAELIAN, 1996). Pode-se dizer que o CQT foi um modelo para o sistema da garantia da qualidade e apresentava certos aprimoramentos em relação ao sistema anterior (controle estatístico), tais como (ISRAELIAN, 1996): 1. Preocupação com a satisfação do cliente; 2. Conceito de aperfeiçoamento contínuo (os japoneses diziam que o dia não poderia passar sem que alguma melhoria fosse feita em algum lugar da empresa); 27 3. Envolvimento e participação de todos os funcionários (desde a alta gerência até o escalão mais baixo da empresa); 4. Valorização do respeito ao indivíduo; O CQT é mais do que uma simples utilização de metodologias, técnicas, sistemas ou ferramentas. O CQT é uma filosofia organizacional, expressa por meio de ações da gerência, de cima para baixo, que focalizam o processo de organização como um todo e que buscam a vantagem competitiva em longo prazo tendo como armas estratégicas: a qualidade, o respeito, a participação e a confiança de todos os funcionários (ISRAELIAN, 1996). A filosofia do CQT teve um grande impacto nas práticas de engenharia e gerência, o que serviu como base para a evolução aos atuais sistemas da qualidade (ISRAELIAN, 1996). Os sistemas da qualidade proporcionam os instrumentos necessários para assegurar que os requisitos e atividades especificados sejam acompanhados e verificados de forma planejada, sistematicamente e documentada. Desse modo, estabelecer um sistema da qualidade não significa aumentar ou reduzir a qualidade dos serviços ou produtos, mas sim, aumentar ou reduzir a certeza de que os requisitos e atividades especificados serão cumpridos (ISRAELIAN, 1996). O ponto central nesta evolução do conceito de qualidade foi a mudança do enfoque tradicional (baseado no controle da qualidade e na garantia de qualidade) para o controle de gestão e melhoria de processos, que garante a produção da qualidade especificada logo na primeira vez (ISRAELIAN, 1996). No contexto atual a qualidade não se refere mais à qualidade de um produto ou serviço em particular, mas à qualidade do processo como um todo, abrangendo tudo o que ocorre na empresa (ISRAELIAN, 1996). 28 2.3 A NECESSIDADE DE PADRONIZAÇÃO Chegou-se ao ponto em que se torna necessário, nos dias atuais, que as empresas adotem um sistema de gestão da qualidade, pois a empresa que atua sob um sistema deste tipo fornece aos seus clientes uma evidência tangível da sua preocupação com a qualidade, principalmente no que diz respeito em manter a qualidade alcançada (ISRAELIAN, 1996). Entretanto, com as atuais tendências de globalização da economia (p.e.: queda de barreiras alfandegárias: Mercado Comum Europeu (MCE), Mercado Comum Sul americano (MERCOSUL), North American Free Trade Agreement (NAFTA)), torna-se necessário que clientes e fornecedores, em nível mundial, usem o mesmo vocabulário no que diz respeito aos sistemas da qualidade, caso contrário ocorreriam problemas do tipo: uma empresa fornecedora do México possui um sistema de gestão da qualidade próprio que, além disso, utiliza um vocabulário diferente do que é utilizado pela empresa compradora inglesa e que tem conhecimento somente das normas de gestão da qualidade britânicas British Standart (BS) 5750. Portanto, o cliente inglês tem de certificar se o sistema de gestão da qualidade do fornecedor em questão é adequado, o que significa uma perda de tempo e dinheiro (ISRAELIAN, 1996). Para evitar conflitos dessa natureza, foram emitidas, pela ISO, normas internacionais sobre sistemas de gestão da qualidade que são as normas ISO série 9000 (ISRAELIAN, 1996). 29 2.4 ASSOCIAÇÕES PARA NORMALIZAÇÃO Existem diversas associações para normalização e nesta seção são abordadas as associações ISO-9000, QS-9000 e ISO / TS–16949: 2002, em seguida, faz-se uma comparação entre as normas ISO / TS–16949: 2002 e a QS9000. 2.4.1 ISO-9000 O reconhecimento da importância de uma colaboração mais ampla entre os povos nas atividades econômicas, políticas e humanas, conduziram, após a fundação de uma série de Associações Nacionais, à criação da International Federation of the National Standardizing Associations (ISA), em 1926. Nos países em vias de desenvolvimento, a data da criação de suas entidades de normalização aproxima-se da 2ª Guerra Mundial como é, por exemplo, o caso da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 28 de setembro de 1940. Em 14 de outubro de 1946, 64 delegados provenientes de 25 países (dentre os quais o Brasil) reuniram-se em Londres para discutir a fundação de uma organização internacional com o propósito de ‘facilitar a coordenação internacional e harmonização de normas industriais’. Estes propósitos levaram à fundação da International Organization for Standardization (ISO) com sede em Genebra, na Suíça. A data oficial da fundação da ISO é 23 de fevereiro de 1947. 30 A primeira versão das normas ISO-9000 foi publicada em 1987 e sua estrutura básica apresentava muitas semelhanças com outras normas de garantia da qualidade como, por exemplo, aquelas do setor nuclear. Essa norma sofreu uma revisão em 1994 e em 2000 passou por uma revisão que modificou substancialmente a estrutura e o foco da mesma, deixando-a profundamente voltada para a satisfação do cliente. Nesta última revisão, as normas da série 9000 passaram a ser constituídas de três documentos básicos: a norma ISO-9000: 2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Fundamentos e vocabulário, a norma ISO-9001: 2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos e a norma ISO-9004: 2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Guia para Melhoria do Desempenho e as antigas normas ISO-9002: 1987 e ISO-9003: 1987 tornaram-se obsoletas. A norma ISO-9001: 2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos foi desenvolvida pela ISO e forma um par consistente de normas para os sistemas de gestão da qualidade com a norma ISO-9004: 2000 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Guia para Melhoria do Desempenho. Para facilitar o uso, as duas normas têm estruturas semelhantes, mas objetivos distintos. A norma ISO-9001: 2000 apresenta os requisitos mínimos a serem seguidos em situações contratuais ou para fins de certificação. A norma ISO-9004: 2000, por seu lado, é um guia para permitir a uma organização ir além desses requisitos mínimos, permitindo uma compreensão de todos os aspectos de um sistema de gestão da qualidade. Segundo a própria ISO, essa última norma não se destina, contudo, a se constituir numa forma de se obter uma conformidade com a norma ISO-9001: 2000. Tanto uma norma quanto a outra se aplica a todas as categorias de produtos ou serviços. 31 Deve-se observar também que a norma ISO-9001: 2000 apresenta uma modificação no seu título em relação à edição anterior, tendo sido retirada a expressão "garantia da qualidade". Isso se deve ao fato de que a nova versão, além de contemplar esses aspectos, inclui também requisitos para que uma organização demonstre a sua capacidade de proporcionar a plena satisfação de seus clientes, conforme já citado anteriormente. Alguns estudiosos referem-se à norma ISO-9001: 2000 como um passo obrigatório em busca da qualidade total, outros dizem que são atividades distintas, sem elo entre elas. Porém, todos são unânimes em afirmar que a norma ISO-9001: 2000 é uma importante ferramenta. A certificação do sistema de qualidade pode ser de primeira parte quando a própria empresa atesta que seu sistema de qualidade atende aos requisitos da norma. Pode ser de segunda parte quando a certificação é concedida pelo contratante dos serviços da empresa que para tal realiza auditorias no sistema de qualidade da empresa. E, de terceira parte quando o órgão é independente, denominado Organismo de Certificação Credenciado (OCC), reconhecido pelo INMETRO, realiza auditorias no sistema de gestão da qualidade da empresa e comprova sua conformidade aos requisitos da norma ISO-9001: 2000. No Brasil existem várias entidades certificadoras de terceira parte operando no mercado, a maioria delas de origem estrangeira. O escopo de uma certificação pode ser uma tipologia de processo de fabricação, por exemplo, o processo de fabricação do Palio, ou ter um escopo mais amplo, por exemplo, o processo de fabricação de veículos automotores. 32 2.4.2 QS-9000 Para garantir a qualidade de seus produtos, a indústria automobilística desenvolveu normas para seus fornecedores como, por exemplo, os procedimentos: Chrysler's Supplier Quality Assurance Manual, Ford's Q-101 Quality System Standards e General Motors' North American Organization (NAO) Target for Excellence. A existência de inúmeras normas gerava, para os fornecedores, esforços desnecessários para atender a todos os requisitos. Muitas vezes, duas normas exigiam praticamente o mesmo documento, porém com diferente formatação. Em outros casos algumas empresas exigiam procedimentos extremamente burocráticos sendo que outras já utilizavam soluções mais eficientes (ZANCUL, 1999). Em 1988, durante a conferência da Divisão Automotiva da American Society for Quality Control (ASQC), foi criada uma equipe de trabalho para discutir as preocupações dos fornecedores com relação à duplicação de esforços e de documentação necessária para satisfazer às exigências das três maiores indústrias automotivas norte-americanas. Este grupo trabalhou na harmonização dos procedimentos de qualidade das Big Three (Chrysler, Ford e GM) e desenvolveu a norma QS-9000 como uma interpretação das normas ISO série 9000 para o setor automotivo (ZANCUL, 1999). O objetivo da QS-9000 foi de definir os requisitos fundamentais de qualidade dos fornecedores, internos ou externos, de peças, serviços e materiais para a Chrysler, Ford e General Motors, proporcionando melhoramento contínuo e enfatizando a prevenção de defeitos, a redução de variações, a diminuição de refugo 33 e a redução de custos. Portanto a QS-9000 objetiva a garantia da qualidade com o menor custo do produto (melhor relação custo - benefício), homogeneizando os requisitos específicos das empresas (Big Three) e dividindo por toda a cadeia produtiva a responsabilidade sobre a documentação e garantia da qualidade. Na uniformização proposta por meio da QS-9000 foram editados manuais de referência para os fornecedores: 1. QS-9000 – Quality System Requirements – A QS-9000 é dividida em três seções: • Seção 1 – Requisitos Comuns: é constituída do texto exato da norma ISO-9001 com requisitos adicionais da indústria automobilística e dos fabricantes de caminhões; • Seção 2 – Requisitos Adicionais: inclui requisitos além do escopo da ISO-9001 e específicos do setor automotivo como, por exemplo, o Production Part Approval Process (PPAP) – Processo de Aprovação de Produção de Peça; • Seção 3 – Requisitos Específicos dos Clientes: contém requisitos únicos de cada uma das três montadoras que continuam existindo num nível inferior de informações como, por exemplo, símbolos de itens de segurança ou peças críticas. 2. Advanced Product Quality Planning (APQP) – Estabelece as etapas, procedimentos e documentação necessários, durante o desenvolvimento do produto, para assegurar a qualidade exigida pelo cliente; 34 3. Failure Mode and Effects Analysis (FMEA) – Define uma metodologia e um padrão para a aplicação do FMEA, procurando diagnosticar potenciais falhas que poderiam influenciar a performance do produto; 4. Measurement Systems Analysis (MSA) – Determina os requisitos necessários para a avaliação dos meios de medição; 5. Fundamental Statistical Process Control (SPC) – Define procedimentos para o controle estatístico dos processos; 6. Production Part Approval Process (PPAP) – Este manual contém os requisitos necessários para a elaboração do Processo de Aprovação de Produção de Peça; 7. Quality System Assessment (QSA) – Contém os requisitos de conformidade da norma QS-9000; 2.4.3 ISO / TS–16949: 2002 Em 1996, as Big Three juntaram forças com seus parceiros europeus para formar o Internacional Automotive Task Force (IATF). O objetivo era harmonizar os requisitos do sistema da qualidade de seus fornecedores, beneficiando globalmente a indústria automobilística. Em junho de 1999, tendo trabalhado em conjunto o Comitê Técnico ISO / TC176 (o comitê responsável pelas normas da família ISO-9000), esses requisitos harmonizados foram formalmente publicados na forma da especificação técnica 35 sistemas da qualidade ISO / TS–16949: 1999 – Fornecedores Automobilísticos – Requisitos específicos para a aplicação da ISO-9001: 1994. Associados a esses requisitos, a IATF também anunciou o acordo para um programa comum de certificação de terceira parte para ISO / TS–16949: 1999 que inclui regras que devem ser seguidas pelos órgãos competentes para fornecer certificações ISO / TS–16949: 1999: linguagem contratual para acordos globais com organismos de certificação e credenciamento, qualificações de auditores de terceira parte, requisitos de treinamento e análise. Certificações de terceira parte emitidas por meio de qualquer outro esquema não serão reconhecidas pelas organizações que fazem parte da International Automotive Task Force (IATF). Enquanto não forem substituídos os padrões existentes: AVSQ 94, EAQF 94, QS-9000 e VDA 6.1, de acordo com ISO / TS–16949: 1999, os requisitos específicos dos clientes associados e os programas de certificação de terceira parte mencionados acima serão aceitos como um equivalente internacional pelas organizações participantes da IATF, sendo assim eliminados os certificados múltiplos. Fazem parte da IATF diversas montadoras, tanto de origem européia como americana. Pode-se citar como exemplo a BMW, a Daimler, a Chrysler, a Fiat, a Ford, a General Motors (incluindo Opel-Vauxhall), a PSA Peugeot-Citröen, a Renault AS, a Volkswagen e seus associados, AIAG, ANFIA, FIEV, SMMT e VDA. A especificação técnica ISO / TS–16949: 2002 – Sistema da qualidade para fornecedores da indústria automobilística – que contém os requisitos específicos para a aplicação da ISO-9001: 1994 é resultado do acordo entre empresas da indústria automobilística internacional. Desenvolvida pela IATF, representa a harmonização das seguintes normas e de seus requisitos: QS-9000 (EUA), VDA (Alemanha), EAQF (França) e AVSQ (Itália). Em 23 de abril de 2002 foi lançada sua 36 segunda edição, a ISO / TS–16949: 2002. Alinhada com a norma ISO-9001: 2000, ela incorpora os requisitos dessa norma em sua totalidade, acrescida de requisitos adicionais específicos para a indústria automobilística. Nos seminários coordenados pela Automotive Industry Action Group (AIAG) para o lançamento da ISO / TS–16949: 2002, Daimler, Chrysler, Ford e General Motors deixaram claro que pretendem que seus fornecedores migrem da QS-9000 para a ISO / TS–16949: 2002 (ou para a ISO / TS–16949: 1999 e, a seguir, para a ISO / TS–16949: 2002). Com a edição da ISO / TS–16949: 2002 definiu-se um controle mais severo sobre a aplicabilidade e o escopo dos certificados que somente poderão incluir produtos automotivos. O desenvolvimento de produtos é a única exclusão possível para empresas que não sejam responsáveis pelo projeto. O desenvolvimento de processo, entretanto, não poderá ser excluído. 2.4.4 Principais diferenças entre ISO / TS–16949: 2002 e QS-9000 A seguir apresenta-se as principais diferenças entre as duas normas: A ISO / TS–16949: 2002 aplica-se às instalações das organizações onde são fabricadas as peças especificadas pelos clientes para produção ou serviços. As funções de suporte, sejam nas próprias instalações ou em local remoto (tais como centros de projeto, sedes corporativas, e centros de distribuição), fazem parte da auditoria das instalações industriais, mas não podem obter certificação 37 independente. Para QS-9000 Não existe esta restrição. Qualquer empresa pode ser certificada, incluindo certificações de funções de suporte sem a vinculação com uma instalação industrial. A ISO / TS–16949: 2002 aborda processos e requisitos específicos de todos os clientes. A QS-9000 aborda elementos e requisitos específicos da GM, Ford e Chrysler. As únicas exclusões permitidas pela ISO / TS–16949: 2002 relacionam-se a clausula 7.3 (Projeto e Desenvolvimento), nos casos em que a organização não é responsável pelo projeto e desenvolvimento do produto. As exclusões permitidas não se aplicam ao projeto do processo de manufatura. A QS-9000 permite a exclusão da clausula 4.4 inteira (projeto e desenvolvimento). A ISO / TS–16949: 2002 exige apenas sete procedimentos documentados: Controle de Documentos, Controle de Registros, Identificação da necessidade de treinamento, Auditoria Interna, Controle de Produto “não conforme”, Ação Corretiva e Ação Preventiva. A QS-9000 exige procedimentos documentados para todo o sistema. Para a ISO / TS–16949: 2002 os processos devem ser identificados, suas seqüências e interações definidas, devem ser monitorados e melhorados continuamente. A QS-9000 não exige a identificação dos processos. Para a ISO / TS–16949: 2002 A análise crítica de todas as normas, especificações de engenharia do cliente e suas alterações devem ser realizadas em no máximo duas semanas. A QS-9000 exige a analise crítica, a distribuição e implementação de alterações solicitadas pelos clientes em dias úteis inferior a uma semana. 38 A ISO / TS–16949: 2002 criou uma clausula específica sobre responsabilidade da direção, onde a direção são os altos executivos da empresa. Para a QS-9000 os assuntos de responsabilidade da “Alta Direção” podem ser abordados com o representante da administração. Para a ISO / TS–16949: 2002 a “Alta Direção” deve monitorar o processo de realização do produto e os processos de suporte para assegura sua eficiência e eficácia, deve assegurar que os requisitos do cliente são determinados e atendidos com o propósito de aumentar a sua satisfação e deve determinar um representante do cliente, uma pessoa que tenha responsabilidade e autoridade para assegurar o atendimento aos requisitos do cliente. A QS-9000 não tem estas exigências. Para a ISO / TS–16949: 2002 as operações de produção, em todos os turnos, devem ser supervisionadas por pessoa responsável pela qualidade do produto, parte da análise crítica deve ser o monitoramento dos objetivos da qualidade e o relato e a avaliação da má qualidade e nas entradas para se fazer a análise crítica pela administração (item 5.6) deve-se incluir uma análise de “Atuais” e “Potenciais” “Falhas de Campo” e seus impactos na qualidade, segurança e meio ambiente.. A QS-9000 também não tem estas exigências. Para a ISO / TS–16949: 2002 a organização deve determinar e prover a competência necessária (educação, treinamento, habilidade e experiência) ao pessoal que executa trabalhos que afetam a qualidade. Deve ainda avaliar a eficácia das ações executadas. Para a QS-9000 A organização deve identificar a necessidade de treinamento e provê-los. Deve ainda analisar a eficácia dos treinamentos. Para a ISO / TS–16949: 2002 a organização deve proporcionar treinamento no local de trabalho para o pessoal em qualquer atividade nova ou modificada que 39 afete a qualidade do produto, deve ter um processo para motivar os funcionários a alcançar os objetivos da qualidade, fazer melhorias continuas e criar um ambiente que promova a inovação, deve medir o grau de conscientização do pessoal, determinar, promover e manter a infra-estrutura necessária para alcançar a conformidade com os requisitos do produto, determinar e gerenciar as condições do ambiente de trabalho necessárias para alcançar a conformidade com os requisitos do produto, assegurar a confidencialidade dos produtos e dos projetos em desenvolvimento contratados pelo cliente, deve determinar e tomar providências eficazes para comunicar com os clientes deve verificar a eficácia de qualquer centro de serviço, qualquer ferramental ou equipamento para fins especiais, e o treinamento do pessoal de serviço, deve auditar cada processo de manufatura para determinar sua eficácia e deve monitorar e medir os processos do sistema de gestão da qualidade. A QS-9000 também não tem estas exigências. Para a ISO / TS–16949: 2002 devem ser determinados os requisitos especificados pelo cliente, requisitos não declarados, requisitos estatutários e regulamentares (inclui regulamentos governamentais de segurança e ambientais aplicáveis a aquisição, armazenamento, manuseio, reciclagem, eliminação ou disposição de materiais) inclui-se: Reciclagem e impacto no Meio Ambiente. A QS9000 também não tem estas exigências. Para a ISO / TS–16949: 2002 o projeto e desenvolvimento este requisito inclui projeto do produto e do processo. Para a QS-9000 somente projeto do produto. Para a ISO / TS–16949: 2002 todos os fornecedores de matérias primas e serviços relacionados ao produto devem ser certificados de terceira parte ISO-9001: 2000 por um organismo de 3ª parte acreditado. Para a QS-9000 os fornecedores de matérias primas e serviços devem ser certificados ISO-9000. 40 Para a ISO / TS–16949: 2002 Os fornecedores devem ser monitorados por meio dos seguintes indicadores: Desempenho da qualidade das peças entregues, rupturas com clientes incluindo retorno de campo; Desempenho do cronograma de entregas incluindo fretes especiais; Notificações do cliente relacionadas à qualidade ou entrega. A organização deve promover que os fornecedores “monitorem o desempenho dos seus processos de manufatura”. Para a QS-9000 a organização pode definir a forma de monitoramento dos fornecedores. A organização deve requerer 100% do prazo de entrega do fornecedor e deve monitorar os fretes especiais. Para a ISO / TS–16949: 2002 a validação dos processos deve ser aplicada a todos os processos para a produção e fornecimento de serviços. Para a QS-9000 a validação de processos aplica-se a processos especiais. Para a ISO / TS–16949: 2002 a satisfação do cliente com a organização deve ser monitorada por meio de avaliação contínua do desempenho dos processos de realização. Indicadores de desempenho devem ser baseados em dados objetivos e inclui, mas não se limita a: Desempenho da qualidade das peças entregues; Rupturas no cliente incluindo retorno de campo; Desempenho do programa de entrega (incluindo incidentes de fretes excessivos); Notificações do cliente relacionadas às preocupações de qualidade ou entregas. A organização deve monitorar o desempenho dos processos de manufatura para demonstrar conformidade com os requisitos do cliente para qualidade do produto e eficiência dos processos. Para a QS-9000 a organização deve definir um processo para determinar a satisfação do cliente. Para a ISO / TS–16949: 2002 a produção deve ser programada para cumprir os requisitos do cliente, tais como “Just In Time” e a melhoria continua deve focar 41 controle e redução das variações em características dos produtos e parâmetros do processo de manufatura. A QS-9000 também não tem estas exigências. 2.5 QSB Em complementação à certificação do sistema de qualidade por meio da ISO / TS–16949: 2002 / QS-9000, montadoras européia e americana exigem atualmente, como requisito específico do cliente em seu parque de fornecedores a implementação da metodologia QSB que é composta por 9 processos são listados a seguir com seus principais objetivos conforme descritos no QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03: • Resposta Rápida: Registrar e garantir o acompanhamento metodológico dos problemas significativos de qualidade ocorridos nos processos de fabricação; • Controle dos produtos “não conforme”: Garantir que produtos “não conforme” produzidos pelos processos de fabricação sejam corretamente identificados e segregados; • Redução de Risk Priority Number (RPN): Reduzir os índices de risco de falha nos processos fabris obtidos durante a realização da Process Failure Mode and effects Analysis (PFMEA) de processo de fabricação; • Treinamento padronizado do Operador: Registrar e garantir o treinamento mínimo necessário aos colaboradores para a execução correta de cada operação; 42 • Trabalho padronizado: Desenvolver métodos e seqüências de trabalho padronizado para todas as operações; • Auditorias escalonadas: Garantir a conformidade do produto e processo documentado por meio de auditorias periódicas realizadas por todos os níveis da empresa; • Verificação da metodologia “à prova de erro”: Garantir que dispositivos “à prova de erros” utilizados no processo de fabricação e montagem do produto estejam funcionando adequadamente; • Costumer Acceptation Revision and Evaluation (CARE) – Revisão e Avaliação da Aceitação do Cliente: Inspecionar o produto final visando garantir a conformidade de características importantes para o cliente; • Lições Aprendidas: Registrar informações que irão dar suporte às melhorias contínuas de todas as operações e processos de fabricação; Para o QSB ser considerado implementado é necessário que a organização demonstre claramente a geração de valor obtida. Esta geração de valor pode ser demonstrada por meio da redução do número de produtos ““não conforme”” produzidos pelos processos de fabricação, do número de reclamações pelo cliente devido ao recebimento de produtos ““não conforme””, da quantidade de produtos ““não conforme”” devolvidos pelos clientes e da probabilidade do processo de fabricação produzir produtos ““não conforme””. A seguir são descritas as nove estratégias que compõem a metodologia QSB. 43 2.5.1 Resposta Rápida Visa endereçar imediatamente as falhas de qualidade tanto interna quanto externa, definir o processo a ser seguido, definir o método de exibição das informações importantes, aplicar disciplina nas respostas às questões e abordar de forma sistêmica as falhas ocorridas. Esta estratégia é empregada nas áreas de montagem, operações de manufatura, embarque, recebimento e funções de suporte. A condução da reunião é de responsabilidade do gerente de produção e quando não estiver disponível deverá ser representado por um colaborador competente e previamente autorizado. No início do dia, o time da qualidade deve identificar aspectos significativos de qualidade das últimas 24 horas (ver figura 1) que devem incluir os problemas de qualidade ocorridos no cliente, os problemas de qualidade ocorridos no processo de fabricação interno, nos Teardowns (Sub-fornecedores), no CARE (Inspeção do produto com visão do cliente), nas auditorias de pátio e auditoria de embarque, as paradas da Linha (Interna e Cliente) e outros aspectos de qualidade interna. A liderança da reunião deve revisar tópicos significativos de qualidade com o time, designar os respectivos responsáveis pelos tópicos e nomear o responsável pelo relatório da próxima reunião. O responsável pelo relatório deve incluir atualizações nos formulários de Rastreamento de Respostas Rápidas, na documentação sobre trabalho padronizado, nos formulários de Solução de Problemas, no PFMEA, no plano de 44 controle, na auditoria escalonada, na notificação aos operadores e outros documentos de acordo com a necessidade. Exemplo ELEMENTO DA QUALIDADE: RESPOSTA RÁPIDA 7:30 h, Diariamente Revisão dos Sistemas de Qualidade Revisão dos conceitos do dia anterior Problema do Cliente Externo Reclamações cliente, Paradas de linha, Etc. Problema do Cliente Interno Não -conformidades encontradas nas auditorias escalonadas Prepare a agenda das 8:30 h Formulário de Rastreamento de Respostas Rápidas 8:30 h, Diariamente Revisão de Manufatura #1 Segurança #1.1 Qualidade Problemas de Cliente Externo Reclamações de cliente, Parada de linha, Etc. Problema de Cliente Interno Não - conformidades encontradas nas auditorias escalonadas 12:15 h, Diariamente Relatório da Manufatura 8 Disciplinas de Resolução Triângulo da Qualidade/ Visual (Segurança #1, Qualidade 1.1) Sistematizar Redução de PFMEA/RPN Planos de Controle – Auditorias Escalonadas Supervisor Auditorias Escalonadas/ Liderança FIGURA 1: Exemplo Reunião Resposta Rápida Fonte: QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03 Os relatos à gerência devem ser programados por meio da Planilha de Acompanhamento de Respostas Rápidas. No anexo 1 tem-se um exemplo de um documento de Resposta Rápida, nos campos de “Status” e de “Critério de saída” que contempla as atividades de contenção, correção, PFMEA, Trabalho padronizado, Auditoria Escalonada, “Error Proofing” (dispositivo a prova de erro), CARE e Lições Aprendidas devem ser preenchidos com as cores vermelha “R” se a atividade for necessária e não foi iniciada, com cor amarela “Y” se a atividade foi iniciada, mas não concluída, com cor verde “G” se a atividade está concluída e NA se a atividade não for necessária. O campo “Número do item” deve ser preenchido com um número seqüencial, o campo “Descrição do item” com a descrição da não conformidade, o campo de “Aplicação” onde é montado o componente (p.e.: modelo de veículo), o campo “Data Abertura” 45 com a data de inserção do item na planilha, o campo “Origem” com o nome do fornecedor do item ou local ou estratégia do QSB etc., o campo “Responsável” com o nome do responsável pela adequação da não conformidade, o campo “Próxima data para reportar o item” com a previsão de conclusão das atividades relativas a este item, o campo “Tempo de resposta” é referente ao intervalo entre a data de abertura do item e sua conclusão e o campo “Comentários” com todo e qualquer comentário ou observação que se queira documentar. O time da qualidade deve definir quais os aspectos significativos da qualidade deverão ser discutidos na reunião de Resposta Rápida. A reunião de Resposta Rápida pode ser realizada com todos em pé e por um período de 10-20 minutos no chão de fábrica ou na sala de reuniões da produção. Os problemas significativos de qualidade devem ser comunicados aos empregados apropriados por meio do “Q” da qualidade (figura 2). O “Q” da qualidade consiste em um quadro com um “Q” no centro e em seu centro existe um triângulo composto de 31 pequenos triângulos que representam os dias do mês, estes triângulos devem ser preenchidos diariamente de acordo com a legenda e o respectivo dia, p.e.: de verde se não ocorreram problemas de qualidade, de amarelo se ocorreram problemas de qualidade internos e de vermelho se ocorreram problemas de qualidade no cliente, neste quadro deve conter também o mês e ano correntes. O “Q” da qualidade ou gráfico equivalente deve estar coerente com a Planilha de Acompanhamento da Reunião de Resposta Rápida e estar exposto na área produtiva para que possa ser visualizado por todos os funcionários da empresa. Deve existir uma reunião mensal da Alta Direção que analisa a eficácia da Resposta Rápida incluindo análise dos indicadores de qualidade do cliente. 46 “Q” da Qualidade Mês Ano novembro 2006 31 28 29 30 Os Melhores Componentes do Mundo 22 2 26 23 25 13 15 17 12 1 24 21 14 3 4 16 5 6 27 18 7 19 8 9 20 10 11 LEGENDA: Green Yellow Red Sem Problemas de Qualidade Problemas de Qualidade Internos Problemas De Qualidade no Cliente FIGURA 2: Exemplo de “Q” da Qualidade Fonte: QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03 2.5.2 Controle Produto “não conforme” São produtos que não se apresentam conforme as especificações ou padrões de inspeções, às vezes são denominados de discrepâncias ou defeitos. Um produto “não conforme” pode apresentar várias características “não conforme”. As principais fontes de não conformidades são máquinas, equipamentos, pessoas, matérias primas, método e ambiente. 47 O controle do produto “não conforme” tem como principais objetivos estabelecer um método a ser utilizado para garantir que o produto que não esteja em conformidade com os requisitos especificados seja utilizado de maneira não intencional, instalado de maneira não intencional e identificado por meio de etiquetagem consistente e estabelecer um processo de identificação e segregação consistente, utilizando Método de Gerenciamento Visual (cores do semáforo – figura 3) vermelho = Sucata ou Refugo, amarelo = Suspeito e verde = Conforme especificação. Esta estratégia é empregada nas áreas de montagem, operações de manufatura, embarque, recebimento e funções de suporte. O gerente de operações é responsável pela gestão dos produtos ““não conforme”s”. O produto “não conforme” deve ser adequadamente segregado e as áreas de isolamento devem ter o piso pintado ou serem identificadas de outra maneira. Devem existir caixas pintadas de vermelho específicas para peças refugadas, áreas específicas para re-trabalho, fluxograma dos produtos retrabalhados e definição das áreas a serem verificadas conforme Planilha de retenção que pode ser visualizada no anexo 2. A planilha de retenção deve ser preenchida e utilizada para identificar todas as áreas a serem inspecionadas quanto a produtos “não conforme” e deve incluir recebimento, laboratórios, estoques Intermediários, processamentos externos (p.e.: Tratamento Térmico), áreas de refugo ou retrabalhos, em trânsito e peças em produção. O cabeçalho deve ser preenchido com o setor responsável pela retenção, a denominação do componente, o desenho, a não conformidade, o responsável pela retenção e a data. A planilha de retenção deve conter também os métodos e critérios de seleção utilizados, a identificação do 48 produto aprovado e do reprovado. E as assinaturas de quem elaborou a planilha e de quem aprovou. REFUGO NÃO UTILIZAR MATERIAL REJEITADO PLT001 SUSPEITO NÃO USE OK PARA USO NÃO UTILIZAR MATERIAL AGUARDANDO INSPEÇÃO MATERIAL APROVADO PLT002 NECESSÁRIA PARA CONTAINERS / PRODUTOS ESCRAPEADOS (as caixas para escrape pintadas de vermelho não necessitam de etiqueta) NECESSÁRIA PARA CONTAINERS / PRODUTOS SUSPEITOS, RETRABALHOS, REINSPEÇÕES PLT003 QUALQUER COR DE ETIQUETA PARA PRODUTOS DE ACORDO COM AS ESPECIFICAÇÕES É ACEITÁVEL (exceto vermelho ou amarelo) AS ETIQUETAS PARA PRODUTOS FORA DE ESPECIFICAÇÃO VERMELHAS ou AMARELAS DEVEM SER UTILIZADAS PARA IDENTIFICAR PRODUTOS / CONTAINERS FORA DE ESPECIFICAÇÃO. A IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS QUE ESTEJAM DE ACORDO COM AS ESPECIFICAÇÕES SERÁ REALIZADA ATRAVÉS DE UMA VARIEDADE DE MÉTODOS (por exemplo, PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO, ETIQUETAS DE REMESSA, CODIFICAÇÃO DE COR DO PRODUTO, ETIQUETAS). QUALQUER IDENTIFICAÇÃO DE COR É ACEITÁVEL PARA UM PRODUTO QUE ESTEJA DE ACORDO COM AS ESPECIFICAÇÕES (EXCETO VERMELHO OU AMARELO), ENTRETANTO O VERDE É PREFERÍVEL.. FIGURA 3: Exemplo de Etiquetas de Identificação Fonte: QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03 Se a quantidade potencial de falha não for igual à encontrada, o cliente deve ser comunicado imediatamente. Para a validação da ação corretiva adotada deve-se utilizar uma inspeção de 100% dos produtos por um prazo especificado pela gerência local e devem ser liberados por colaborador autorizado. O produto removido do fluxo de processo aprovado (p.e.: produto em áreas de retenção, áreas de reparação e re-trabalho) devem ser re-introduzidos no fluxo do 49 processo no ponto de remoção, ou antes, quando não for possível o retorno no ponto de remoção, ou antes, um procedimento de re-trabalho documentado deve estar em vigor para assegurar a conformidade do processo e da peça, por meio da garantia de que todas as inspeções e testes previstos no Plano de Controle devem ser realizados e que devem ser definidos o processo e a autoridade para a liberação de produtos de re-trabalho, reparo e áreas de contenções. Os casos de contenção de produtos devem ser analisados criticamente pela gerência após a conclusão. Deve existir uma reunião mensal da Alta Direção para analisar a eficácia do controle de produto “não conforme” com evidência de monitoramento dos indicadores internos e externos da qualidade e o custo da qualidade (falhas internas, falhas externas, atividades de avaliação e atividades de prevenção). 2.5.3 Redução de RPN RPN significa Número da Prioridade de Risco e consiste num indicador de risco baseado nas classificações de Detecção, Ocorrência e Severidade do PFMEA, e tem como principal objetivo reduzir o risco de falhas de qualidade potenciais em todos os processos de produção. Esta estratégia é empregada nas áreas de montagem, operações de manufatura, embarque e recebimento. O Engenheiro de Manufatura é o responsável pela condução do processo PFMEA e os times multifuncionais coordenam as atividades de redução RPN. 50 No anexo 3 pode ser visualizado um PFMEA preenchido. Para a correta elaboração do PFMEA é necessária a participação dos integrantes da equipe em um curso específico e a participação, durante a elaboração do mesmo, de colaboradores que tenham experiência no processo produtivo proposto. Apesar do valor do RPN ideal ser diferente para cada tipo de processo de fabricação, tecnologia ou Produto, adota-se o valor de RPN menor ou igual a 40 como sendo uma referência a ser atingida. 2.5.3.1 Falha em potencial – Pró-ativo Os PFMEAs devem estar disponíveis para todos os processos de fabricação. O processo de redução RPN deve ser implementado para estes processos de fabricação. De acordo com o Diagrama do Fluxo de Redução RPN (figura 4), deve-se elaborar o PFMEA para todos os processos relacionando seus respectivos RPNs, depois elaborar um gráfico de Pareto dos mesmos classificando-os em faixas (p.e.: 0-40, 40-100 e acima de 100), para os RPNs inferiores a 40, valor considerado como ideal, não é necessário adotar ações de melhoria somente monitorá-los para assegurar que não se alterem e para os que estão acima de 40 deverá ser elaborada uma Lista dos “5 Mais” (Anexo 4) que consiste na numeração seqüencial dos itens, descrever as operações, qual a função e modo de falha, o valor de RPN, qual o responsável, quais as ações de melhoria no processo fabril foram recomendadas e a data prevista para a conclusão da mesma. As implementações 51 destas ações deverão ser acompanhadas pelo time de FMEA e deverão ser analisadas criticamente pela gerência. REDUÇÃO RPN PARA CADA UNIDADE DE NEGÓCIOS OU FAMÍLIA DE PRODUTO PROCESSO DE PFMEAs RELACIONAR TODOS RPNs ANÁLISE CRÍTICA PELA GERÊNCIA PARETO DOS RPNs RPN INFERIOR A 40 REVISÕES PERIÓDICAS PARA ASSEGURAR QUE NÃO HAJAM ALTERAÇÕES LISTA DOS ”5 MAIS" RPN ENTRE 40 - 100 RPN SUPERIOR A 100 PLANO DE AÇÃO DE PRIORIDADES DESENVOLVIDO PELO RESPONSÁVEL PLANOS DE AÇÃO RASTREAR PROGRESSO FIGURA 4: Fluxograma para redução de RPN Fonte: QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03 Ver, a seguir, um exemplo de como reduzir o valor do RPN. • Severidade = 7: Veículo ou Componente operável com redução da performance, cliente muito insatisfeito – ver tabela 1. • Ocorrência = 3: Rejeição de 0,5 partes por milhão (PPM) – ver tabela 2. • Detecção = 10: Não estava previsto controle desta característica no processo de fabricação – ver tabela 3. RPN = 7 x 3 x 10 = 210 Como o índice é muito alto, deve ser adotada ação para reduzi-lo. 52 TABELA 1 – RPN – SEVERIDADE RPN - SEVERIDADE Efeito Perigoso sem alarme Segurança com alarme Muito Alta Alta Moderada Baixa Muito Baixa Menor Muito Menor Nenhuma Critério Gravidade de Efeito: Esta Critério Gravidade de Efeito: Esta classificação é o resultado de quando um classificação é o resultado de quando um modo de falha potencialresulta em um defeito modo de falha potencialresulta em um defeito no consumidor final e / ou na planta de no consumidor final e / ou na planta de montagem ou Processo Fabricação. O cliente montagem ou Processo Fabricação. O cliente Pontuação final deve sempre ser considerado em final deve sempre ser considerado em primeiro lugar. Caso ambos ocorram, utilizea primeiro lugar. Caso ambos ocorram, utilizea mais alta das gravidades (Efeito no mais alta das gravidades (Efeito na Manufatura ou Montagem) Consumidor) Altíssima - Quando o potencial do modo de falha afetar a segurança do condutor do Ou pode colocar em risco o operador 10 veículo e / ou quando não atender à legislação (Montagem / Processo Fabricação) sem aviso governamentais sem aviso Altíssima - Quando o potencial do modo de falha afetar a segurança do condutor do Ou pode colocar em risco o operador 9 veículo e / ou quando não atender à legislação (Montagem / Processo Fabricação) com aviso governamentais com aviso Ou 100% dos veículos / Componentes Veículo / Componente inoperante (perda das 8 poderão ter que ser rejeitados reparados em funções primárias) área específica gastando mais de uma hora. Ou veículos / Componentes poderão ter que Veículo / Componente operável porém com ser selecionados e uma parte (menos que 7 perda de performance, Cliente muito 100%) rejeitados ou reparados em área insatisfeito específica gastando entre meia e uma hora. Ou menos que 100% dos veículos / Veículo / Componente operável porém com Componentes poderão ter que ser rejeitados 6 item de conforto / conveniência inoperável, ou reparados em área específica gastando Cliente insatisfeito menos que meia hora. Veículo / Componente operável porém com Ou 100% dos veículos / Componentes 5 item de conforto / conveniência com poderão ter que ser retrabalhados fora da performance reduzida. linha mas não em área específica. item de ajuste, acabamento / chiado e Ou os produtos podem ter que ser 4 barulho não conforme. Defeito notado por selecionados, sem rejeição, e uma parte mais de 75% dos clientes (menor que 100%) ser retrabalhada item de ajuste, acabamento / chiado e Ou uma parte (menor que 100%) podem ter 3 barulho não conforme. Defeito notado por que ser retrabalhada, sem rejeição, na linhade mais de 50% dos clientes montagem mas fora da estação. item de ajuste, acabamento / chiado e Ou uma parte (menor que 100%) podem ter 2 barulho não conforme. Defeito notado por que ser retrabalhada, sem rejeição, na linhade mais de 25% dos clientes montagem e na estação. Ou pequena inconveniênciapara o operador 1 Sem efeito identificado ou para a operação ou sem efeito Fonte: FMEA – Análise do e efeito da Falhas Potenciais. Rev. 3, Abril/03. Para reduzir o RPN é uma boa prática reduzir, na medida do possível, na seguinte ordem: Severidade, Ocorrência e Detecção. A redução do índice de Severidade é muito difícil e implica, quase sempre, em modificação de produto (p.e.: adoção de um sistema alternativo que funciona quando o principal apresenta algum 53 defeito). Normalmente para reduzir o índice da Ocorrência é necessário modificar o produto ou processo de fabricação tornando-os mais robustos. TABELA 2 – RPN - OCORRÊNCIA RPN - OCORRÊNCIA Probabilidade Taxas de falha possíveis Muito Alta: > / = 100 por mil peças Falhas 50 por mil peças Muito Alta: 20 por mil peças Falhas 10 por mil peças Muito Alta: 5 por mil peças Falhas 2 por mil peças Muito Alta: 1 por mil peças Falhas 0,5 por mil peças Muito Alta: 0,1 por mil peças Falhas < / = 0,010 por mil peças Ppk <0,55 > / = 0,55 > / = 0,78 > / = 0,86 > / = 0,94 > / = 1,00 > / = 1,10 > / = 1,20 > / = 1,30 > / = 1,67 Pontuação 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 Fonte: FMEA – Análise do e efeito da Falhas Potenciais. Rev. 3, Abril/03. Por isso, a redução do índice de Detecção é mais fácil de ser implementado. Ele requer ações de controle de processo de fabricação ou produto sendo a adoção de dispositivos “error proofing” (à prova de erros), um dos mais eficazes. Veja os novos índices após adoção de controle de processo para esta característica: • Severidade = 7: Veículo ou Componente operável com redução da performance, cliente muito insatisfeito – Sem ação, continua o mesmo índice. • Ocorrência = 3: Rejeição de 2 PPM – Sem ação, continua o mesmo índice. • Detecção = 5: Não estava previsto controle desta característica no processo de fabricação. RPN = 7 x 3 x 5 = 105 54 TABELA 3 – RPN – DETECÇÃO RPN - DETECÇÃO Detecção Tipos de Inspeção B C A Critério Quase Remota Certeza absoluta da não detecção X Muito Remota Controles provavelmente não irão detectar X Remota Muito Baixa Baixa Controles terão chance de detecção Controles terão chance de detecção pouca X pouca X Controles poderão detectar Moderada X Controles poderão detectar X Moderadamente Controles terão boas chance Alta de detecção X X Controles terão boas chance de detecção X X Alta Muito Alta Muito Alta Controles quase certamente detectarão Controles detectarão certamente X X X X Faixas Sugeridas para os Pontuação métodos de detecção Não pode detectar ou não é 10 verificado Controle somente com ou 9 verificação aleatória indireta Controle somente com 8 Inspeção Visual Controle somente com Dupla 7 Inspeção Visual Controle com métodos gráficos como CEP (Controle Estatístico Processo) Controle baseado em medições por variáveis depois que as peças deixam a estação ou em medições passa / não passa em 100% das peças depois que deixam a estação. Detecção de erros em operações subseqüentes ou medições feitas na preparação de máquina e na verificação da primeira peça (somente para os casos de preparação de máquinas) Detecção de erros em operações subseqüentes por múltiplos níveis de aceitação: fornecer, selecionar, instalar, verificar. Não pode aceitar peça discrepante. 6 5 4 3 Detecção de erros na estação (medição automática com dispositivo de parada automática). Não pode passar peça discrepante. 2 Peças discrepantes não podem ser feitas por que o item foi feito a prova de erros pelo projeto do processo / produto 1 Tipos de Inspeção A = À prova de erros B = Medição C = Inspeção Manual Fonte: FMEA – Análise do e efeito da Falhas Potenciais. Rev. 3, Abril/03. 55 Os gráficos da faixa de RPN (figura 5) são preenchidos colocando-se no eixo horizontal as faixas de RPN e no eixo vertical o somatório das quantidades de modos de falhas contidos nesta faixa, devem ser atualizados mensalmente, a fim de refletir a situação atual em relação à condição ideal e devem ser revisados pela liderança da área de manufatura com uma freqüência determinada no local. No anexo 5 tem-se um exemplo de uma planilha que resume as ações necessárias para se acompanhar a performance dos principais indicadores do FMEA. GRÁFICO DA FAIXA RPN 450 412 416 ESQUERDO - MÊS ANTERIOR DIREITO - MÊS ATUAL 400 350 TOTAIS 300 250 205 208 200 150 100 39 40 50 45 42 9 9 5 4 5 3 5 3 0 0-20 21-40 41-60 61-80 81-100 101-120 121-140 >140 FAIXAS RPN FIGURA 5: Gráfico da faixa de RPN Fonte: QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03 A seguir detalha-se a planilha do anexo 5. No quadro “Resumo da Operação” tem-se o numero das operações relativas ao produto, o valor do RPN combinado que é o valor total de todos os modos de falhas relativos à operação, o número total 56 de modos de falha que é a quantidade de modos de falha relativos à operação a quantidade modos de falha com RPN maior que 40 e qual o valor do RPN mais alto. No quadro “Comparações Mensais das Operações Totais” tem-se o número das operações relativas ao produto, uma coluna “linha base” que preenchida com o valor do RPN do mês inicial (referência) e as três próximas colunas que devem ser preenchidas com os valores de RPN dos três últimos meses. No Quadro “Plano de Redução RPN – Dez mais” tem-se o número das operações relativas ao produto, o nome da operação, o valor do RPN, qual o modo de falha, qual ação recomendada para reduzir o RPN, qual a data prevista para a conclusão da ação e quem é o responsável. No quadro “Número Total de Modos de Falha – Resumo pó Faixa” O gráfico deve ser preenchido colocando-se no eixo horizontal os meses e no eixo vertical o somatório das quantidades de RPNs, devem ser atualizados mensalmente. 2.5.3.2 Falhas ocorridas – Reativo Os times multifuncionais, conforme identificado na Responsabilidade pela Redução RPN, devem também identificar as falhas de qualidade anteriores tanto externas quanto internas e montar um Gráfico de Pareto. Os times multifuncionais devem relacionar as principais falhas e determinar uma Classificação de Detecção precisa para cada RPN, desenvolver um plano de ação para as principais falhas utilizando a metodologia à prova de erros. Onde a Prova de Erros não for possível, deve ser estabelecido um plano de ação para melhorar a detecção de falhas, 57 monitorar o desempenho da qualidade para as falhas principais, a fim de evitar novas ocorrências. Deve-se priorizar a adoção de dispositivo à prova de erros que deve ser verificado por meio do Processo de Verificação à Prova de Erros (estratégia-chave ver item 2.5.7). Deve existir uma reunião mensal da Alta Direção que analisa a eficácia das ações adotadas para a correção das falhas de qualidade anteriores. As falhas ocorridas, após a implementação do QSB, devem ser analisadas e acompanhadas por meio da estratégia “Resposta Rápida” e o time da qualidade deve adotar as ações que julgarem necessárias. 2.5.4 Treinamento Padronizado do Operador Tem como objetivo definir o conteúdo de treinamento mínimo para cada operação, identificar a pessoa dentro da organização que conduzirá o treinamento e estabelecer a documentação necessária e os métodos de rastreamento. Esta estratégia é aplicada nas áreas de montagem, operação de manufatura, embarque, recebimento, reparações, re-trabalho e todas as demais operações e é de responsabilidade direta do gerente de manufatura apoiado pelos gerentes da qualidade e recursos humanos. Os instrutores devem registrar os treinamentos dos operadores no formulário de treinamento-padrão do operador, exemplo no anexo 6, que deve ser preenchido com o nome da operação, a denominação de todos os treinamentos que foram ministrados ao operador com a data de conclusão. Este documento deve ser 58 assinado pelo operador e pelo instrutor e notificar os operadores sobre defeitos em potencial, monitorar as atividades dos novos operadores, visando assegurar que as Instruções de Trabalho Padrão sejam seguidas, verificar a qualidade de acordo com uma freqüência determinada para assegurar que todos os padrões sejam atingidos. No mínimo, o instrutor deve retornar dentro do turno de trabalho, repetindo a visita no dia seguinte. O treinamento do operador deve ser rastreado por meio das “Folhas de Rastreamento do Operador Treinado”, exemplo no Anexo 7, as quais devem ser atualizadas em cada operação contendo o nome da operação, quais os operadores estão designados para o setor, a data da conclusão do treinamento, a identificação do instrutor. Essa planilha deve ser preenchida também para os funcionários adicionais. As planilhas devem estar coerentes com as tabela de treinamento e flexibilidade, um exemplo é apresentado no Anexo 8. Observa-se que esta tabela deve ser preenchida para todos os operadores e para todas as operações com uma simbologia que indica se o operador está em treinamento, se pode executar a operação sem supervisão, se pode ensinar e se pode ensinar e fazer reparações. Além do rastreamento do treinamento do operador, esta planilha monitora a quantidade de operadores que podem ensinar a fazer a operação, a quantidade de pessoas aptas a realizar a operação o que indica o índice de rotatividade do setor. A quantidade de operações que podem ser realizadas por operadores aptos a realizálas indica o índice de cobertura para a operação. Podem ser definidos objetivos para estes índices e os mesmos serem monitorados na mesma planilha por meio dos campos Qte de ¾ das tarefas por pessoa para atingir plano de rotatividade (vertical) e Qte de ¾ das tarefas por pessoa para atingir plano de cobertura (horizontal). 59 Estes documentos devem ser verificados por meio de Auditorias Escalonadas cujas não conformidades devem se analisadas mensalmente pela Alta Direção. A programação de treinamento de atualização para operadores designados deve ser realizada de acordo com as exigências locais. Funcionários adicionais (os chamados “coringas”) não devem efetuar as tarefas a menos que eles tenham sido treinados dentro dos últimos três meses. 2.5.5 Trabalho Padronizado Segundo W.E. Deming: “A padronização é a estrada para o aperfeiçoamento contínuo.” A partir do momento que se padronizam os processos fabris, os métodos, as seqüências de trabalho, os equipamentos etc. pode-se definir uma seqüência mais eficaz para a produção, identificar o valor agregado das tarefas, reduzir a variação de processo, reduzir o desperdício, assegurar a conformidade do operador em atender às instruções de trabalho. Conseqüentemente reduz-se o tempo gasto com solução de problemas e controle de qualidade, podendo-se ter uma organização mais enxuta e que poderá utilizar este tempo para o melhoramento contínuo dos processos (JEFFREY, 2004). A organização deve desenvolver métodos e as seqüências de trabalhos padronizados para todas as operações, assegurar a conformidade do operador em relação às instruções de trabalho (auditorias escalonadas) e assegurar que os operadores estão seguindo consistentemente os mesmos procedimentos e 60 executando as mesmas tarefas. Deve ser aplicada nas áreas de montagem, de operações de Manufatura, de embarque, de recebimento, de reparações e de retrabalho. A implementação desta estratégia é de responsabilidade da Engenharia de Manufatura e do Gerente de Produção. Os times multifuncionais devem identificar e relacionar todas as operações para as quais se devem implantar o trabalho padronizado (ver figura 6 e anexo 9), principalmente as operações que causaram reclamações do cliente sobre qualidade, necessitam de uma seqüência definida ou método de trabalho, re-trabalho fora da linha, RPN Alto, alta rotatividade de funcionários, devem desenvolver instruções de trabalhos padronizados os quais devem estar disponíveis na Operação. Para estas operações, deve-se definir e inserir no procedimento o tempo ciclo que é o tempo necessário para fabricar uma única peça, a seqüência de trabalho que são todos os movimentos que devem ser realizados pelo operador e a quantidade mínima de peças em processo para garantir a correta execução do trabalho na mesma seqüência. Os funcionários atuais e os novos funcionários devem ser treinados para utilizar o Trabalho Padronizado (Treinamento Padronizado do Operador). As instruções de trabalho padronizado devem ser verificadas, por meio de Auditorias Escalonadas, para todas as operações que enviaram ao Cliente pelo menos uma peça “não conforme” dentro dos últimos 12 meses verificando se instruções de trabalho padronizadas estão sendo seguidas corretamente e as não conformidades encontradas devem ser analisadas mensalmente pela Alta Direção. Times multifuncionais devem desenvolver e aperfeiçoar continuamente as instruções de trabalho padronizadas com base no melhoramento contínuo da qualidade. 61 Operações Padronizadas O Processo Operações Padronizadas Tempo do Ciclo do Cliente TAKT Time (ciclo) Tempo no qual uma única unidade deve ser produzida Seqüência de Trabalho Movimentos do Operador Produtos em Processo Padrão Estoque mínimo necessário para realizar o trabalho na mesma seqüência com os mesmos movimentos, a cada ciclo FIGURA 6: Processo para Padronização das operações Fonte: QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03 O tempo do ciclo do cliente é o tempo exigido para produzir uma peça ou conjunto com base na demanda do cliente, é, também, conhecido como “takt time” e pode ser calculado da seguinte forma: TC = TL x 60 TT Onde: TC = Tempo do Ciclo do Cliente (segundos) TL = Tempo Líquido Total de Operações por turno ou dia (minutos) TT = Quantidade Peças Requeridas pelo Cliente Exemplo: 480 minutos / turno (8 horas x 60 minutos) -20 minutos intervalo manhã -20 minutos intervalo à tarde 440 minutos Tempo líquido de operação por turno Produção diária 1.000 peças TC = TL x 60 = 440 x 60 = 26,4 segundos / peça TT 1000 62 2.5.6 Auditorias Escalonadas Tem como objetivo dispor de um sistema para verificar a conformidade em relação ao processo documentado, impor a disciplina, melhorar a comunicação e melhorar continuamente a qualidade. Deve ser aplicada nas áreas de montagem, de operações de Manufatura, de embarque, de recebimento, de reparações e de retrabalho. A implementação desta estratégia é de responsabilidade do Gerente de Produção e do Gerente de Qualidade. As Auditorias Escalonadas devem ser conduzidas no setor de manufatura e montagem de itens que apresentam alto risco, pelo menos uma vez por turno. A freqüência das Auditorias Escalonadas tem como base o volume de produção e o nível de risco associado ao processo. As Auditorias Escalonadas complementam o plano de controle contínuo e as verificações de instruções de tarefas. Uma lista de verificação dos itens de alto risco, para serem observados durante as Auditorias Escalonadas, deve ser estabelecida e elementos que devem ser considerados ao desenvolver a lista de verificação são: a utilização de auxílios para a o processo de fabricação, confirmação da calibração e do funcionamento dos medidores, técnicas de embalagem, empilhamento, montagem e fabricação, presença de ajuda visual, determinação dos parâmetros de processo, instruções de trabalho para realização das tarefas, identificação correta do produto, etapas do processo concluídas e a concluir, as inspeções previstas foram realizadas, monitoramento dos torques (onde aplicável), inspeção dimensional e visual, 63 preenchimento de documentação e registro, Quality Gates (Inspeções de qualidade 100% dos produtos) e devoluções do cliente. Os resultados das Auditorias Escalonadas devem ser registrados e as nãoconformidades devem ser informadas imediatamente (ver exemplo anexo 10) onde se deve preencher os campos referentes ao Setor que foi auditado, o item e local e o número de ocorrências. Os planos de reação para as não-conformidades, detectadas durante as Auditorias Escalonadas, devem ser documentados e disponibilizados para utilização. As ações corretivas devem ser documentadas. Os resultados devem ser resumidos mensalmente (ver exemplo anexo 11) colocando-se o percentual de itens “não conforme”, o número de itens avaliados, o número de avaliações, o número total de itens avaliados que é o resultado da multiplicação do número de itens avaliados pelo número de avaliações e o número de itens conforme estes resultados devem ser revisados mensalmente pela liderança local da manufatura. A documentação relativa à Auditoria Escalonada deve ser disponibilizada no banco de dados de Lições Aprendidas (estratégia-chave). As observações feitas pelo cliente devem ser identificadas, relacionadas e verificadas no processo de manufatura com ênfase em características importantes do fornecedor, furações, roscas, conexões e conectores elétricos, superfícies de montagem, folgas, componentes faltantes ou inadequados, peças ou componentes incorretos, dispositivos de controle e inspeção e outros, conforme identificado pelo cliente. No anexo 12, exemplifica-se um matriz de auditoria escalonada. Nas colunas distribuem-se as funções e suas respectivas freqüências de realização das auditorias e nas linhas as características e itens que deverão ser aditados. 64 2.5.7 Verificação dos dispositivos à “Prova de erros” O principal objetivo é assegurar que os dispositivos à prova de erros utilizados no processo de fabricação e montagem do produto estejam funcionando adequadamente. Isto não significa, por exemplo, calibrar um instrumento ou calibrador. É enviar duas peças conhecidas, uma conforme e outra “não conforme”, para o processo de fabricação e montagem e verificar se o dispositivo à prova de erro identifica qual está conforme e qual está “não conforme”. Deve ser aplicada nas áreas de montagem, de operações de Manufatura, de embarque, de recebimento, de reparações e de re-trabalho. A implementação desta estratégia é de responsabilidade do Gerente de Produção e do Gerente de Qualidade. 2.5.7.1 Definições Error Proofing tem origem na técnica japonesa chamada Poka Yoke (Poka = Inadvertência, desatenção, descuido + Yokero = verbo evitar) e consiste em antecipar, detectar, e prevenir erros e defeitos que afetam adversamente nossos clientes utilizando técnicas que previnem erros. Dispositivos à prova de erro – (EVITA FAZER) – São dispositivos que evitam a não conformidade do produto no processo de fabricação ou montagem. 65 Dispositivo para detecção de erro – (EVITA PASSAR OU NÃO ACEITA) – São dispositivos que evitam a transferência de produto com não conformidade (por exemplo: equipamento de inspeção 100% de uma característica do produto no processo de fabricação) As fontes de erros podem ser os métodos (não obedecer às instruções, instruções de trabalho não adequadas ou incompletas – “pobres”), os materiais (danificados, fora de especificação, componente errado), o projeto de produto e processo (projeto “pobre” não robusto), a máquina e Processo (falha no planejamento de manutenção ou de produção, anormalidade de processo, Set Up ou Ajuste mal realizado, dificuldade de fabricação, processo incapaz) e o erro Humano (falha de treinamento, novos operadores, erros inadvertidos). Existem Três métodos de Error Proofing o método de Checagem que pode ser por meio de características Físicas, de contagem ou de movimento, o método de Inspeção que pode ser por meio de julgamento, informativo sucessivo ou próprio ou na Fonte e o método Corretivo que pode ser por meio de alarme ou controle. 2.5.7.1.1 Método de Checagem Pode ser por característica física do processo, por exemplo: Pressão de ar, temperatura, tempo ou qualquer parâmetro que afete o processo de fabricação ou do produto tais como tamanhos, diâmetros, espessuras, cores etc. Por contagem que consiste em contar o número de partes por montagem ou número de tarefas para completar uma operação, por exemplo: contar os clicks 66 necessários para fechar todas as abraçadeiras de um produto, número de torques de parafusos etc. Por movimento que consiste em determinar uma seqüência para as operações e, posteriormente, controlá-la por meio de sensores, normalmente é empregado em operações de torque em parafusos que necessitam ser “apertados” em uma seqüência pré-definida (ver exemplo de torque seqüencial do braço oscilante à travessa da suspensão anterior na figura 7 – os fixadores devem ser torqueados na seqüência pré- estabelecida). 2 1 3 5 4 FIGURA 7: Dispositivo à prova de erro para fixação do braço oscilante à travessa Fonte: Magneti Marelli Suspensões 2.5.7.1.2 Método de Inspeção Julgamento – É uma inspeção 100% no final do processo de fabricação com segregação automática dos produtos “não conforme”. Na figura 8 observa-se o 67 método que consiste em inspecionar 100% a carga de desmontagem da bucha que é montada no Braço Oscilante da Suspensão. A peça reprovada é segregada em uma caçamba especifica após o teste. FIGURA 8: Dispositivo à prova de erro para teste de carga de desmontagem da bucha do braço oscilante Fonte: Thyssenkrupp Automotive System do Brasil Informativo – Pode ser por inspeção própria quando é na própria operação ou sucessiva quando ocorre nas operações sucessivas. Ver exemplo na figura 9 – a flange do tubo de freio deve obtida por meio de uma única estampagem, se ocorrer dupla estampagem a flange pode apresentar trincas e, conseqüentemente, vazamento do fluido de freio. A peça que foi submetida à dupla estampagem apresenta um aumento do diâmetro externo e uma canaleta instalada após o processo de estampagem do flange evita a passagem do mesmo e deve ser cortado por meio de uma guilhotina para ser retirado da canaleta inutilizando-o. 68 FIGURA 9: Dispositivo à prova de erro para evitar liberação de tubos com dupla estampagem flange Fonte: TI Brasil Fonte – Detecta o erro ou defeito antes de realizar a operação. Ver figura 10 – os sensores detectam a presença de todos os rebites e só liberam o Braço Oscilante para a prensagem dos rebites do “Ball Joint” se os todos (os três rebites) estiverem corretamente posicionados. 2.5.7.1.3 Método Corretivo Consiste em um dispositivo a prova de erro que alerta por meio de alarme, visual ou sonoro, que um erro ou defeito ocorreu e uma pessoa autorizada deve reparar o produto no processo de fabricação ou retirá-lo para repará-lo em uma estação pré-determinada. Ver figura 11 – Dispositivo para detectar a correta montagem da Alavanca do Comando Câmbio. 69 FIGURA 10: Dispositivo à prova de erro para detectar a presença dos rebites Fonte: Thyssenkrupp Automotive system do Brasil Se houver alguma irregularidade (p.e. falta de mola, posição angular da manopla “não conforme” especificação, carga ou curso de montagem da manopla “não conforme” especificação) a peça permanece travada no dispositivo e o alarme sonoro é emitido sendo necessária a intervenção de uma pessoa autorizada (p.e. supervisor, inspetor de qualidade etc.) para poder retirar a peça “não conforme”, segregá-la adequadamente (seção 2.5.2 – Controle Produto “não conforme”) e, posteriormente, liberar o equipamento para fabricar novas peças. 70 FIGURA 11: Dispositivo à prova de erro para detectar a correta montagem da Alavanca Comando Câmbio Fonte: Proema Sistema Comando Câmbio 2.5.7.2 Requisitos Todos os dispositivos à prova de erro com potencial para falhas, desgaste, desalinhamento ou qualquer outro defeito que possa torná-los desajustados, devem ser verificados, pelo menos, uma vez ao dia. Deve existir um documento-mestre relacionando todos os dispositivos de Prova de Erro, com número de identificação, localização e freqüência de verificação. 71 Deve existir um plano de reação que defina claramente as ações a serem adotadas caso o dispositivo falhar na detecção contendo no mínimo um plano de Contenção (Inspeção de 100%, etc.), retorno das peças suspeitas no dispositivo de Prova de Erro e como e quando o dispositivo de Prova de Erro é reparado. Devem ser registradas as falhas na Verificação da Prova de Erro e o plano de reação adotado em relação às não-conformidades no banco de dados de Lições Aprendidas (estratégia-chave). Deve existir uma reunião mensal da Alta Direção que analisa a eficácia da Verificação da Prova de Erro e o plano de reação adotado em relação às nãoconformidades (anexo13). 2.5.8 CARE – Costumer Acceptation Revision and Evaluation (Revisão e Avaliação da Aceitação do Cliente) O CARE tem como principal objetivo separar os clientes das não conformidades e fornecer informações para uma ação corretiva rápida. Deve ser aplicado aos itens de satisfação do cliente, conforme estabelecido pelo Gerente da Planta e apoiado pelo Gerente de Qualidade e Relações com o cliente que devem identificar os Itens de satisfação do cliente. Como exemplo de itens de satisfação do cliente, pode-se citar o retorno da planta do cliente ou montagem, os problemas de garantia, as características utilizadas pelo cliente, os problemas qualitativos passados, os modos de falha de 72 RPN alto, a etiquetagem e os problemas de gerenciamento do fornecedor (como por exemplo, alterações de sub-fornecedor, movimentação de ferramental). Devem ser realizadas inspeções 100% quanto à existência de subcomponentes, a montagem correta, a conformidade com as especificações e outras conforme especificado. Problemas funcionais onde não é possível ou praticável efetuar 100% das inspeções na planta dos fornecedores estarão sujeitos a medições por meio de auditorias ou controles de lote. A Fundição e os componentes serão tratados de maneira similar. Os itens de satisfação do Cliente, peças ou lotes inspecionados no CARE deverão ser identificados. Os re-trabalhos e inspeções devem ocorrer, preferencialmente, no fluxo normal de processo ao invés de fora de linha para assegurar que ele atinge as exigências especificadas. A inspeção fora de linha deve ser aprovada e suportada pela folha de processo conforme relacionado no plano de controle. O re-trabalho exige instruções e inspeção de trabalho padronizado. Os produtos re-trabalhados devem ser devolvidos à área de CARE e serem inspecionados novamente. Os dados relativos às não conformidades devem ser incluídos na reunião de Resposta Rápida, na Auditoria Escalonada e serem analisados mensalmente pela Alta Direção. Os itens de satisfação do cliente devem ser revisados, pelo menos, anualmente. A análise de tendência deve ser efetuada para permitir a melhoria contínua. Os registros devem ser mantidos de acordo com os procedimentos da empresa. 73 2.5.9 Lições Aprendidas Esta estratégia tem como objetivo estabelecer um processo de retenção de informações que irá dar suporte às melhorias contínuas de todas as operações e processos para evitar erros repetidos, permitindo assim que a organização se detenha apenas no próprio sucesso. Deve ser aplicada nas áreas de montagem, de operações de Manufatura, de embarque, de recebimento, de reparações e de retrabalho e em não conformidades ocorridas no cliente ou de responsabilidade de sub-fornecedores. A implementação desta estratégia é de responsabilidade do Gerente de Produção. Toda documentação que dará suporte ao aperfeiçoamento contínuo deve ser incluída no banco de dados de Lições Aprendidas e a organização deve estabelecer uma abordagem disciplinar para solução de problemas utilizando Lições Aprendidas. A identificação das Lições Aprendidas se dará consultando as folhas de Rastreamento de Resposta Rápida, as atividades de Redução RPN, as falhas de qualidade ocorridas, as Auditorias Escalonadas, o gráfico de Pareto das Reclamações de Clientes, a verificação da Prova de Erro, os problemas internos de qualidade, os registros de Treinamento, o CARE, o processo APQP, os times de Melhoria Contínua, as Solução de Problemas, as reuniões mensais da Alta Direção e os programas de Sugestão. As Lições Aprendidas deverão ser registradas por meio de formulário de Lições Aprendidas, lista de Verificação APQP, PFMEA e DFMEA e formulário de Computador. 74 As Lições Aprendidas deverão ser divulgadas por meio de formulários de Divulgação, disco compartilhado ou website, jornal interno da companhia, circuito fechado de TV ou cartões de bolso. A estratégia Lições Aprendidas deverá ser utilizada durante as reuniões mensais da Alta Direção, durante a elaboração das planilhas de Auditorias escalonadas e no desenvolvimento de PFMEA e DFMEA. 2.6 OS INDICADORES DE QUALIDADE O processo de medição é indispensável para qualquer organização de sucesso. Para Takashina (1999) os indicadores de qualidade e desempenho tornamse o alicerce para a gestão por fatos. Neste contexto, definem-se os indicadores como representações mensuráveis das características de produto e processo, sendo assim e são utilizados para melhoria continua da qualidade e desempenho de um produto, serviço ou processo ao longo do tempo. Os indicadores surgem como auxiliares nas tomadas de decisões onde fundamentam as argumentações mediante o fornecimento das informações, ou medições, dos produtos e processos. Para a criação de um indicador, recomenda-se observar os seguintes critérios: seletividade rastreabilidade, ou importância, acessibilidade, simplicidade, comparabilidade, disponibilidade e baixo custo de obtenção. clareza, estabilidade, abrangência, rapidez da 75 Após a geração de um indicador, atribui-se um objetivo que consiste na determinação de um valor pretendido ao indicador em determinadas condições. Este objetivo deve estar diretamente relacionado com as estratégias da organização. Para sucesso na criação dos indicadores, faz-se necessário o desdobramento até o nível da estação de trabalho visando um maior controle no processo de acompanhamento das metas. Um objetivo no nível estratégico é tratado de forma genérica, porém, com o desdobramento surgirão vários objetivos nos níveis inferiores que resultará em um maior comprometimento de todos colaboradores para alcançar os objetivos da organização. A análise dos indicadores consiste em extrair dos dados e resultados o seu mais amplo significado para apoiar avaliação e permitir tomadas de ações nos vários níveis da empresa, além disto, o acompanhamento dos indicadores pode ocorrer por comparações (ou benchmarket) internas ou externas, observando-se a correlação e relação das causas e efeitos entre os indicadores. 2.6.1 Índice de refugo e re-trabalho interno Índice de refugo trata-se da quantidade de peças “não conforme”s especificações geradas pelo processo de fabricação não sujeitas à reparação ou retrabalho para tornarem-se conformes especificações e índice de re-trabalho trata-se de as peças “não conforme”s especificação que podem ser re-trabalhadas, isto é, podem sofrer uma ação para torná-las conforme as exigências ou especificações. Esta quantidade de peças é multiplicada por um milhão (índice em PPM), por cem 76 (índice em percentual) e dividida pela quantidade de peças produzidas em um determinado período. Refugo e re-trabalho, normalmente, são uma das maiores fontes de desperdício nos processos de fabricação de uma empresa e devem ser tratados conforme descritos no item 2.5.2 – Controle do Produto “não conforme”. 2.6.2 IR / E Índice (em PPM) que expressa a quantidade de componentes que foram devolvidos pelo cliente (refugados) dividida pela quantidade de componentes fornecidos durante um período pré-determinado (mês ou trimestre ou semestre ou ano) multiplicado por um milhão. 2.6.3 IPQE Índice (em PPM) que expressa a quantidade de reclamações de qualidade emitidas pelo cliente multiplicada pelo peso das reclamações (ver tabela 4) e por um milhão e dividida pela quantidade de componentes fornecidos durante um período pré-determinado (mês ou trimestre ou semestre ou ano). 77 2.6.4 Redução de RPN Consiste na adoção de ações corretivas ou melhorias de processo de fabricação para redução de potenciais de falhas conforme descrito no tópico 2.5.3. TABELA 4 – DEFINIÇÃO DE IP DESCRIÇÃO DO INCONVENIENTE E PESO PARA DEFINIÇÃO DE IP Item 1 Descrição Possível não conformidade informada antecipadamente pelo fornecedor Peso 1 2 Atraso de resposta de uma não conformidade ou identificação preenchida incorretamente 10 3 Embalagem “não conforme” com material danificado 15 4 Renovação de desvio 70 5 Problema qualitativo de menor impacto para a planta / produto 40 6 Exito negativo na auditoria de processo / produto do fornecedor 50 7 Aprovação do produto atrasada / Reprovação Documentação não conforme ou não enviada 60 8 Suspensão de autocertificação / CSL 1 / CSL 2 70 9 Problema qualitativo de maior impacto para a planta / produto / Suspensão de Qualificação do produto 90 10 Parada de linha produtiva / Produto incompleto 90 11 Embalagem “não conforme” com material não danificado 10 12 Material enviado diferente do previsto sem impacto no processo de fabricação 40 Fonte: Norma 08018 da FIAT Automóveis 78 3 METODOLOGIA Neste capítulo são descritos os aspectos metodológicos relativos à implementação e avaliação do QSB em duas empresas. O QSB é um requisito específico de algumas das maiores montadoras no Brasil. Como descrito nos capítulos é uma metodologia moderna e eficaz para monitoramento e melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação por meio de auditorias sistêmicas, acompanhamento de problemas qualitativos ocorridos nos cliente ou processo interno de fabricação e padronização dos trabalhos. É disponibilizado um guia de avaliação no anexo 14 para verificação da correta implementação do QSB. 3.1 AS ETAPAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO QSB As Etapas que compõem o processo de implementação do QSB seguem o fluxograma esquematizado na figura 12 cujas etapas são detalhadamente descritas a seguir. 79 Figura 12 – Etapas do processo de implementação do QSB 3.1.1 Realização do workshop Nesta etapa é realizado um treinamento sobre as nove estratégias que compõem a metodologia QSB durante dois dias. No primeiro dia o treinamento é teórico e deve ser apresentado um descritivo das nove estratégias com seus objetivos, escopo, responsabilidades e requisitos. No segundo dia, o grupo deve ser dividido em times de três a cinco pessoas, caso não exista número suficiente de pessoas para formar nove equipes, determine duas ou três estratégias para cada equipe, abaixo é sugerida uma divisão de estratégias e funções: 80 • Redução de Risco, Verificação da Prova de Erro e Lições Aprendidas = Engenheiro de Processo, Manutenção, Operadores, Supervisores e Auditores; • Treinamento Padronizado do Operador, Trabalho Padronizado, Controle do Produto “não conforme” = Supervisores, Operadores, Treinamento ou RH, Engenheiro de Processo e Engenheiro da Qualidade; • Auditoria Escalonada, CARE, Resposta Rápida = Gerente da Planta, Gerente da Qualidade e Operadores; Estas equipes deverão revisar o treinamento realizado no dia anterior e determinar se todos os requisitos estão sendo atendidos pelos procedimentos do seu sistema de qualidade. Ver dicas abaixo: • Existência de formulário equivalente, forma como o requisito está sendo documentado; • Como o requisito está sendo rastreado e analisado; • Existência de análise dos resultados pela Alta Direção; • Comunicação dos resultados à força de trabalho; • Inclusão do requisito no sistema da qualidade; • Desenvolver sugestões para os formulários, métodos de rastreamento, periodicidade para análise dos resultados pela Alta Direção e responsabilidades de comunicação dos mesmos; O tempo despendido em um treinamento é valioso e deve-se evitar gastar o tempo do grupo com outros assuntos. Os resultados obtidos deverão ser informados à Alta Direção durante o segundo dia de treinamento, esta oportunidade deve ser utilizada, também, para 81 intensificar os procedimentos que já estão em vigor para atingir as exigências de cada estratégia. As não conformidades, observações e oportunidades de melhorias que não forem concluídas até a reunião de fechamento do treinamento deverão ser incluídas em um “Master Dot” ver exemplo do formulário na figura 13. No campo “FORNECEDOR” deve-se preencher com o nome do fornecedor, no campo “LOCALIZAÇÃO” o nome da cidade onde está localizada a planta do fornecedor, no campo “CÓDIGO” o código numérico do fornecedor, no campo “COMODITY” com o principal tipo de material os componentes fabricados pelo fornecedor (Elétrico, Metálico ou Químico), no campo “PREPARADO POR” com o nome do responsável pela elaboração do Master Dot, no campo “INÍCIO” data que foi elaborado o Master Dot, no campo “DATA REV.” com a data de revisão do Master Dot, no campo “EQF” o nome do Auditor do Cliente, no campo “EQF TELEFONE #” o número de telefone do EQF, no campo “EQF E-MAIL” o endereço de eletrônico do EQF no campo, “ITEM” o número seqüencial da não conformidade, no campo “ITEM DA AÇÂO” qual a ação proposta para resolver a não conformidade, no campo “LIDER” o nome do responsável pela implementação da ação corretiva, no campo “DATA DE ABERTURA” a data de abertura da ação corretiva, no campo “DATA ALVO DE FECHAMENTO” a data prevista para a implementação da ação corretiva, no campo “DATA REAL DE FECHAMENTO” a data que realmente a ação foi implementada que pode ser igual ou diferente da data prevista, no campo “ULTIMA ATUALIZAÇÃO” a data em que a ação foi monitorada pela última vez, no campo “SITUAÇÃO” deve-se preencher o primeiro quadro com a cor verde se a ação foi implementada na data prevista, com cor amarela se o auditor, por experiência ou por meio de informação, perceber que a implementação da ação corretiva poderá 82 atrasar. Se ocorrer um atraso, o primeiro quadro de “SITUAÇÃO” deverá ser preenchido de vermelho, o próximo quadro com um “W” (White - Branco) e informado no campo de “DATA REAL DE FECHAMENTO” ou na coluna “CONTRAMEDIDAS” a nova previsão para conclusão da ação corretiva e explicitar o motivo do atraso na Coluna “CONTRAMEDIDAS”, se ocorrer novos atrasos, o procedimento acima deverá ser realizado até que a ação seja implementada. A cor azul é utilizada quando a ação corretiva for suspensa ou não puder ser atualizada e ficará sem preenchimento quando a implementação da ação estiver dentro do prazo previsto e não concluída. A realização do workshop não é obrigatória, porém, fortemente recomendável porque encurta o tempo de implementação do QSB por mobilizar a “Alta Direção” e demais níveis com o objetivo de implementar as ações definidas no Master Dot. Este treinamento pode ser realizado pelos “providers” ou pelo Auditor do cliente (no caso da FIAT Automóveis seria o EQF FIAT). 3.1.2 Pré-avaliação Após conclusão do treinamento, elaboração do Master Dot e implementação das ações corretivas, o auditor interno do sistema de qualidade, que é uma função muito importante para a correta implementação e manutenção do QSB, deverá realizar uma nova avaliação da implementação das estratégias do QSB verificando o estado de prontidão do sistema de qualidade da empresa utilizando como referência 83 a guia de avaliação – QSB Audit (anexo 14) para, posteriormente, quando implementar todas as ações corretivas o Auditor do Cliente poder realizar a auditoria. 3.1.3 Elaboração do Master Dot – Auditoria pré-avaliação As não conformidades, observações e oportunidades de melhorias em relação aos requisitos das estratégias da metodologia QSB levantadas durante a pré-avaliação utilizando a guia de avaliação – QSB Audit como referência deverão ser incluídas em um “Master Dot” cujos prazos de conclusão deverão ser monitorados pelo auditor interno do sistema de qualidade. 3.1.4 Implementação das ações O auditor interno do sistema de qualidade deve monitorar a implementação das ações por meio do Master Dot, verificando a data de previsão de conclusão de uma atividade (coluna “DATA ALVO DE FECHAMENTO” do Master Dot) se a atividade foi concluída dentro do prazo no campo “SITUAÇÃO” deve-se preencher o primeiro quadro com a cor verde se a ação foi implementada na data prevista, com cor amarela se o auditor, por experiência ou por meio de informação, perceber que a implementação da ação corretiva poderá atrasar. Se ocorrer um atraso, o primeiro quadro de “SITUAÇÃO” deverá ser preenchido de vermelho, o próximo quadro com 84 um “W” (White) e informado no campo de “DATA REAL DE FECHAMENTO” ou na coluna “CONTRAMEDIDAS” a nova previsão para conclusão da ação corretiva e explicitar o motivo do atraso na Coluna “CONTRAMEDIDAS”, se ocorrer novos atrasos, o procedimento acima deverá ser realizado até que a ação seja implementada. A cor azul é utilizada quando a ação corretiva for suspensa ou não puder ser atualizada e ficará sem preenchimento quando a implementação da ação estiver dentro do prazo previsto e não concluída. Só poderá ter um responsável (“LIDER”) para cada atividade. O Master Dot deverá ser enviado à “Alta Direção” e ao Auditor do Cliente sempre que for atualizado e o campo “DATA REV.” revisado. Quando o auditor interno do sistema de qualidade julgar que a empresa implementou todas as ações para atender a todos os requisitos da metodologia QSB (atualmente não é admissível a perda de nenhum ponto durante a auditoria) a empresa estará com o QSB “implementado” e deverá acionar o Auditor do Cliente para realizar a auditoria de validação e certificação da metodologia QSB. 3.1.5 Avaliação pelo Auditor do Cliente Após conclusão da pré-avaliação, elaboração do Master Dot e implementação das ações corretivas, ou seja, a “implementação” do QSB, o Auditor do Cliente deverá realizar uma nova avaliação da implementação das estratégias do QSB para certificar que todos os requisitos estão sendo totalmente atendidos pela empresa utilizando como referência a guia de avaliação – QSB Audit. 85 FORNECEDOR INÍCIO LOCALIZAÇÃO DATA REV. EQF EQF FONE #: CÓDIGO EQF E-MAIL Commodity GRUPO PREPARADO POR Creativity Team: "Color Codes" G Y R W B Verde - Tarefa implementada no prazo Amarelo - Tarefa pode atrasar Vermelho - Tarefa está atrasada Branco - Tarefa replanejada, sem situação Azul - A situação da tarefa está incorreta / desatualizada Sem cor - Tarefa sendo executada TOTAL TOTAL 0 0 SITUAÇÃO SITUAÇÃO HISTÓRICA ITEM ITEM DA AÇÃO # RESPOSTA RÁPIDA LÍDER DATA DE ABERTURA DATA ALVO DE DATA REAL DE FECHAMENTO FECHAMENTO ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO CONTRA-MEDIDAS Most Recent Oldest 1 2 W CONTROLE DE PRODUTO NÃO-CONFORME REDUÇÃO DE RPN Standardized Training TRABALHO PADRONIZADO AUDITORIA ESCALONADA VERIFICAÇÃO DA PROVA DE ERRO C.A.R.E. LIÇÕES APRENDIDAS Figura 13 – Formulário Master Dot Fonte: QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03 3 4 5 6 86 3.1.6 Elaboração do Master Dot – Auditoria do cliente As não conformidades, observações e oportunidades de melhorias em relação aos requisitos das estratégias da metodologia QSB que foram evidenciadas pelo Auditor do Cliente deverão ser incluídas em um “Master Dot” que deverão ser monitoradas pelo auditor interno do sistema de qualidade e pelo Auditor do Cliente. 3.1.7 Aprovação do Master Dot O Master Dot, elaborado com base nas não conformidades, observações e oportunidades de melhoria evidenciadas pelo Auditor do Cliente, deverá ser enviado para aprovação do Auditor do Cliente que deverá atentar para a adoção, por parte das áreas que sofreram a auditoria, uma análise sistêmica para a elaboração do plano de ação, a consideração da falta de recursos (competências, treinamento e infra-estrutura), a integração do QSB com os processos reais, a falta de monitoramento contínuo, a prazos (muito longos ou curtos) e a previsão da concessão da “Certificação”. 87 3.1.8 Implementação das ações O auditor interno do sistema de qualidade deve monitorar a implementação das ações por meio do Master Dot, ver item 3.1.4 e enviar para a Alta Direção da empresa e para o Auditor do Cliente. 3.1.9 Acompanhar ações implementadas pelo fornecedor O Auditor do Cliente deverá acompanhar as ações implementadas pelo fornecedor na ocasião que julgar mais oportuna durante, ou após, a implementação das ações. 3.1.10 Emissão do Certificado Para receber a certificação de implementação do QSB, além do resultado aprovado em todas as estratégias da metodologia QSB utilizando como referência a guia de avaliação – QSB Audit a empresa deve comprovar, por meio dos indicadores de qualidade, que esta implementação gerou valor ou que seus indicadores de qualidade estão sendo monitorados adequadamente e estão atendendo aos objetivos traçados. 88 Para comprovação da geração de valor utilizaremos os seguintes indicadores de qualidade: • Índice de refugo e re-trabalho interno • IR / E • IPQE • Redução do RPN 3.2 MONITORAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO QSB A implementação do QSB não se conclui quando a empresa obtém a certificação. A performance qualitativa da empresa é monitorada mensalmente pelo cliente por meio dos indicadores IR/E e IPQE. Se ocorrer uma não conformidade grave ou se durante três meses consecutivos a empresa obtiver resultados dos indicadores de qualidade IR/E e IPQE fora dos objetivos, sua certificação é suspensa. Com a suspensão da certificação, a empresa deve propor um plano de ação corretiva que deve ser validado pelo auditor do cliente. A empresa tem um prazo máximo de 90 dias para obter a remoção da suspensão da certificação. Caso a empresa não obtenha a remoção da suspensão no prazo acima descrito, sua certificação será cancelada e deverá iniciar uma nova certificação conforme descrito no item 3.1. 89 A tendência dos objetivos de qualidade é de serem reduzidos ao longo do tempo, portanto, para as empresas conseguirem manter a certificação do QSB deverão apresentar um histórico de melhoramento contínuo. 90 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste capítulo é apresentada a implementação da metodologia QSB em duas empresas do setor de auto-peças, utilizando como base na metodologia do QSB que foi descrita no item nos capítulos anteriores. As etapas da implementação do QSB nestas empresas, que estão descritas no Capítulo 3, são: • Realizar workshop na Empresa. • Realizar Pré-avaliação. • Elaborar Master Dot (Plano de Ação). • Implementar ações. • Realizar Avaliação. • Elaborar Master Dot (Plano de Ação). • Aprovar Master Dot. • Implementar ações propostas. • Acompanhar Implementação das Ações Propostas pela Empresa. • Emissão do Certificado de Implementação do QSB. 91 4.1 IMPLEMENTAÇÃO DO QSB NA EMPRESA “A” Esta empresa é fabricante de componentes para suspensão de veículos automotores e está situada no estado de Minas Gerais. O seu nome será mantido em sigilo. O workshop foi realizado em agosto de 2006. O treinamento foi contratado junto a um “Provider” (que também terá seu nome mantido em sigilo). Nesta etapa foi realizado um treinamento sobre as nove estratégias que compõem a metodologia QSB durante dois dias. No primeiro dia ocorreu o treinamento teórico e foi apresentado um descritivo das nove estratégias, seus objetivos, escopo, responsabilidades e requisitos. No segundo dia, o grupo foi dividido em 3 (três) equipes de cinco pessoas que ficaram responsáveis por revisar as seguintes estratégias: • Equipe 1 – Redução de Risco, Verificação da Prova de Erro e Lições Aprendidas. • Equipe 2 – Treinamento Padronizado do Operador, Trabalho Padronizado, Controle do Produto “não conforme”. • Equipe 3 – Auditoria Escalonada, CARE, Resposta Rápida. Estas equipes revisaram as estratégias acima e determinaram quais os requisitos estavam sendo atendidos pelos procedimentos de seu sistema de qualidade e para aquelas que não estavam sendo atendidos elaboraram um Master Dot e implementaram as ações propostas para atenderem aos requisitos do QSB. 92 Após a conclusão do treinamento, obteve-se a elaboração do Master Dot. Então um colaborador foi definido como auditor interno do sistema de qualidade que monitorou a implementação das ações corretivas. Após a conclusão de todas as ações propostas, o auditor interno do sistema de qualidade realizou uma nova avaliação da implementação das estratégias do QSB e verificou que o sistema de qualidade da empresa estava pronto para ser auditado pelo cliente conforme pode ser visto no sumário de auditoria mostrado na figura 14. AUDITORIA DE QSB FORNECEDOR A CODIGO DO FORNECEDOR 99999 LOCALIZAÇÃO Minas Gerais DATA: 22/ago/06 AUDITOR: Fulano SUMÁRIO DA AUDITORIA ESTRATÉGIAS CHAVES POTENCIAL AUDITORIA STATUS 16 16 G 20 20 G 28 28 G TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR 20 20 G TRABALHO PADRONIZADO 12 12 G 28 28 G 12 12 G 12 12 G 12 12 G 160 160 G RESPOSTA RÁPIDA CONTROLE PRODUTO NÃO CONFORME REDUÇÃO DE RPN AUDITORIA ESCALONADA VERIFICAÇÃO DISPOSITIVO A PROVA DE ERRO C.A.R.E. LIÇÕES APRENDIDAS TOTAL AÇÃO CORRETIVA REQUERIDA REQUERIDO 160 PONTOS PARA APROVAR Figura 14 – Auditoria interna na empresa A de 22/ago/06 A auditoria pelo cliente foi realizada em 05/10/06, ver sumário de auditoria na figura 15. 93 AUDITORIA DE QSB FORNECEDOR A CODIGO DO FORNECEDOR99999 LOCALIZAÇÃO Minas Gerais DATA: 5/out/06 AUDITOR: Sílvio Silveira SUMÁRIO DA AUDITORIA ESTRATÉGIAS CHAVES POTENCIAL AUDITORIA STATUS 16 13 Y 20 17 Y 28 25 Y TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR 20 20 G TRABALHO PADRONIZADO 12 12 G 28 25 Y 12 12 G 12 9 Y 12 12 G 160 145 R RESPOSTA RÁPIDA CONTROLE PRODUTO “NÃO CONFORME” REDUÇÃO DE RPN AUDITORIA ESCALONADA VERIFICAÇÃO DISPOSITIVO A PROVA DE ERRO C.A.R.E. LIÇÕES APRENDIDAS TOTAL AÇÃO CORRETIVA REQUERIDA REQUERIDO 160 PONTOS P/ APROVAR Figura 15 – Auditoria do cliente na empresa A de 05/out/06 O Master Dot elaborado, com base nas não conformidades, observações e oportunidades de melhoria evidenciadas pelo Auditor do Cliente, foi aprovado pelo EQF Fiat e as ações de adequação foram monitoradas pelo auditor interno do sistema de qualidade e pelo Auditor do Cliente. Uma nova auditoria foi realizada em 7 de março de 2007 e o fornecedor foi considerado aprovado ver figura 16. Para receber a certificação de implementação do QSB, além do resultado aprovado em todas as estratégias da metodologia QSB utilizando como referência a guia de avaliação – QSB Audit a empresa deve comprovar, por meio dos indicadores de qualidade, que esta implementação gerou valor ou que seus indicadores de 94 qualidade estão sendo monitorados adequadamente e estão atendendo aos objetivos traçados. AUDITORIA DE QSB FORNECEDOR A CODIGO DO FORNECEDOR 99999 LOCALIZAÇÃO Minas Gerais DATA 7/m ar/07 AUDITOR: Sílvio Silveira SUMÁRIO DA AUDITORIA ESTRATÉGIAS CHAVES POTENCIAL AUDITORIA ST AT US 16 16 G 20 20 G 28 28 G TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR 20 20 G TRABALHO PADRONIZADO 12 12 G 28 28 G 12 12 G 12 12 G 12 12 G 160 160 G RESPOSTA RÁPIDA CONTROLE PRODUTO NÃO CONFORME REDUÇÃO DE RPN AUDITORIA ESCALONADA VERIFICAÇÃO DISPOSITIVO A PROVA DE ERRO C.A.R.E. LIÇÕES APRENDIDAS T OTAL AÇÃO CORRETIVA REQUERIDA REQUERIDO 160 PONTOS PARA APROVAR Figura 16 – Auditoria do cliente na empresa A de 07/mar/07 Para comprovação da geração de valor ou que os indicadores de qualidade estão atendendo aos objetivos traçados, foram utilizados os seguintes indicadores de qualidade: • Índice de refugo e re-trabalho interno, conforme mostrado nas fig. 17 a 24. Na figura 17, pode-se observar a evolução do índice de refugo de usinagem de hastes durante o período de maio de 2006 a fevereiro de 2007, anterior à implementação do QSB e de março de 2007 a abril de 2007, após a implementação do QSB. 95 Analisando-a, observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de índice de refugo de 2,40% contra um objetivo de 2,50% para o segundo semestre de 2006 e 2,36% para o ano de 2007. Está ligeiramente fora do objetivo do ano de 2007. Após a implementação do QSB a média de índice de refugo foi de 2,27%. Redução de 6% em relação ao período anterior à implementação do QSB e dentro do objetivo de 2,36% para o ano de 2007. Durante o período de março a setembro de 2007, o valor médio deste índice de refugo foi de 2,31%, com uma dispersão de 0,56% cujos valores máximos e mínimos foram, respectivamente, 2,68% e 2,12%. Isto representa uma redução de 4% ao longo de sete meses. Demonstrando que o melhoramento sustentou-se ao longo do tempo. Na figura 18, referente ao refugo de usinagem de tubos e para os mesmos períodos descritos acima, observa-se que antes da implementação do QSB obtevese uma média de refugo de 0,57% contra um objetivo de 0,60% para o segundo semestre de 2006 e 0,57% para o ano de 2007. Está dentro do objetivo dos anos de 2006 e de 2007. Após a implementação do QSB a média de refugo foi de 0,52%. Redução de 9% em relação ao período anterior à implementação do QSB e dentro do objetivo de 0,57% para o ano de 2007. Durante o período de março a setembro de 2007, o valor médio deste índice de refugo foi de 0,52%, com uma dispersão de 0,11% cujos valores máximos e mínimos foram, respectivamente, 0,56% e 0,45%. Isto representa uma redução de 9% ao longo de sete meses. Demonstrando que o melhoramento sustentou-se ao longo do tempo. 96 Na figura 19, referente ao refugo de montagem de suspensão observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de refugo de 0,32% contra um objetivo de 0,30% para o segundo semestre de 2006 e 0,29% para o ano de 2007. Está ligeiramente fora do objetivo dos anos de 2006 e 2007. Após a implementação do QSB a média de refugo foi de 0,42%. Aumento de 31% em relação ao período anterior à implementação do QSB e fora do objetivo de 0,29% para o ano de 2007. Durante o período de março a setembro de 2007, o valor médio deste índice de refugo foi de 0,35%, com uma dispersão de 0,16% cujos valores máximos e mínimos foram, respectivamente, 0,43% e 0,26%. Isto representa um aumento de 9% ao longo de sete meses. Fase a estes resultados negativos, a alta direção direcionou recursos para eliminar as principais causas das não conformidades. Na figura 20, referente ao refugo na pintura observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de refugo de 0,02% contra um objetivo de 0,027% para o segundo semestre de 2006 e 0,025% para o ano de 2007. Está dentro dos objetivos dos anos de 2006 e 2007. Após a implementação do QSB a média de refugo foi de 0,02%. Estável ao longo do tempo dentro do objetivo de 0,025% para o ano de 2007. Valor que se repetiu durante o período de março a setembro de 2007. Na figura 21 referente ao índice de retrabalho de usinagem de hastes observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de índice de retrabalho de 0,23% contra um objetivo de 0,24%. Está dentro do objetivo. 97 EVOLUÇÃO REFUGO USINAGEM DE HASTES 2006/2007 Redução de 6% após implantação do QSB 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 ANTES QSB DEPOIS QSB % REFUGO 2,22 2,47 2,30 2,84 2,30 2,32 2,39 2,37 2,34 2,48 2,28 2,25 2,40 2,27 META 2,63 2,63 2,63 2,63 2,50 2,50 2,50 2,50 2,36 2,36 2,36 2,36 Figura 17 – Índice de Refugo na operação de Usinagem das hastes – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 EVOLUÇÃO REFUGO USINAGEM DE TUBOS 2006/2007 Redução de 9% após implantação do QSB 1,25 1,00 0,75 0,50 0,25 0,00 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 ANTES QSB DEPOIS QSB % REFUGO 0,59 0,56 0,58 0,56 0,55 0,54 0,66 0,56 0,56 0,57 0,51 0,53 0,57 0,52 META 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,57 0,57 0,57 0,57 Figura 18 – Índice de Refugo na operação de Usinagem de tubos – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 98 EVOLUÇÃO REFUGO MONTAGEM SUSPENSÃO 2006/2007 Aumento de 31% após implantação do QSB 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 ANTES QSB DEPOIS QSB % REFUGO 0,30 0,32 0,28 0,30 0,27 0,30 0,35 0,35 0,40 0,31 0,40 0,43 0,32 0,42 META 0,33 0,33 0,33 0,32 0,31 0,31 0,30 0,29 0,29 0,29 0,29 0,29 Figura 19 – Índice de Refugo na operação de Montagem de suspensão – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 EVOLUÇÃO REFUGO PINTURA 2006/2007 Estável após implantação do QSB 0,06 0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0,00 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 % REFUGO 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,03 0,00 META 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,027 0,027 0,027 0,025 0,025 Figura 20 – Índice de Refugo na operação de Pintura – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 abr/07 ANTES QSB DEPOIS QSB 0,01 0,03 0,02 0,02 0,025 0,025 mar/07 99 Após a implementação do QSB a média de índice de retrabalho foi de 0,05%. Redução de 77% em relação ao período anterior à implementação do QSB e dentro do objetivo de 0,24%. Durante o período de março a setembro de 2007, o valor médio deste índice de retrabalho foi de 0,13%, com uma dispersão de 0,17% cujos valores máximos e mínimos foram, respectivamente, 0,21% e 0,04%. Isto representa uma redução de 44% ao longo de sete meses. Demonstrando que o melhoramento sustentou-se ao longo do tempo. Na figura 22, referente ao retrabalho de usinagem de tubos, observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de retrabalho de 0,23% contra um objetivo de 0,27% para o segundo semestre de 2006 e 0,26% para o ano de 2007. Está dentro dos objetivos dos anos de 2006 e de 2007. Após a implementação do QSB a média de retrabalho foi de 0,18%. Redução de 18% em relação ao período anterior à implementação do QSB e dentro do objetivo de 0,26% para o ano de 2007. Durante o período de março a setembro de 2007, o valor médio deste índice de retrabalho foi de 0,20%, com uma dispersão de 0,11% cujos valores máximos e mínimos foram, respectivamente, 0,25% e 0,14%. Isto representa uma redução de 13% ao longo de sete meses. Demonstrando que o melhoramento sustentou-se ao longo do tempo. Na figura 23, referente ao retrabalho de montagem de suspensão observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de retrabalho de 0,79% contra um objetivo de 0,76% para o segundo semestre de 2006 e 0,74% para o ano de 2007. Está ligeiramente fora do objetivo dos anos de 2006 e 2007. 100 Após a implementação do QSB a média de retrabalho foi de 0,90%. Aumento de 14% em relação ao período anterior à implementação do QSB e fora do objetivo de 0,74% para o ano de 2007. Durante o período de março a setembro de 2007, o valor médio deste índice de retrabalho foi de 0,82%, com uma dispersão de 0,35% cujos valores máximos e mínimos foram, respectivamente, 1,04% e 0,69%. Isto representa um aumento de 4% ao longo de sete meses. Fase a estes resultados negativos e, conforme descrito anteriormente, a alta direção direcionou recursos para eliminar as principais causas das não conformidades. Na figura 24, referente ao retrabalho na pintura observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de refugo de 1,31% contra um objetivo de 1,41 para o segundo semestre de 2006 e 1,38% para o ano de 2007. Está dentro dos objetivos dos anos de 2006 e 2007. Após a implementação do QSB a média de refugo foi de 1,45%. Aumento de 11% em relação ao período anterior à implementação do QSB e fora do objetivo de 1,38% para o ano de 2007. Durante o período de março a setembro de 2007, o valor médio deste índice de retrabalho foi de 1,30%, com uma dispersão de 0,48% cujos valores foram 1,54% em março; 1,36% em abril; 1,33% em maio; 1,29% em junho; 1,24% em julho; 1,27% em agosto e 1,06% em setembro. Demonstrando um melhoramento contínuo ao longo do tempo e representando uma redução de 1% ao longo de sete meses, praticamente estável e dentro do objetivo. 101 EVOLUÇÃO RETRABALHO USINAGEM DE HASTES 2006/2007 1,50 1,00 0,50 0,00 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 ANTES QSB DEPOIS QSB % RETRABALHO 0,40 0,12 0,01 0,45 0,20 0,27 0,16 0,48 0,00 0,15 0,06 0,04 0,23 0,05 META 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,24 0,25 Figura 21 – Índice de Retrabalho na operação de Usinagem Hastes – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 Redução de 77% após implantação do QSB EVOLUÇÃO RETRABALHO USINAGEM DE TUBOS 2006/2007 Redução de 18% após implantação do QSB 0,50 0,25 0,00 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 ANTES QSB DEPOIS QSB % RETRABALHO 0,19 0,26 0,24 0,22 0,20 0,26 0,27 0,21 0,19 0,24 0,19 0,18 0,23 0,18 META 0,27 0,27 0,27 0,27 0,27 0,27 0,27 0,27 0,27 0,26 0,26 0,26 Figura 22 – Índice de Retrabalho na Usinagem Tubos – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 102 EVOLUÇÃO RETRABALHO MONTAGEM SUSPENSÃO 2006/2007 Aumento de 14% após implantação do QSB 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 ANTES QSB DEPOIS QSB % RETRABALHO 0,82 0,94 0,70 0,54 0,58 0,75 0,86 0,96 1,04 0,74 0,77 1,04 0,79 0,90 META 0,94 0,94 0,87 0,84 0,82 0,78 0,76 0,74 0,74 0,74 0,74 0,73 Figura 23 – Índice de Retrabalho na operação de Montagem Suspensão – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 EVOLUÇÃO RETRABALHO PINTURA 2006/2007 Aumento de 11% após implantação do QSB 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 ANTES QSB DEPOIS QSB %RETRABALHO 1,41 1,38 1,17 1,29 1,37 1,33 1,28 1,20 1,40 1,28 1,54 1,36 1,31 1,45 M ETA 1,41 1,41 1,41 1,41 1,41 1,41 1,41 1,41 1,38 1,38 1,38 1,38 Figura 24 – Índice de Retrabalho na operação de Pintura – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 103 Analisando os gráficos das figuras 17 a 24 observa-se que, apesar do pouco tempo de implementação do QSB, os indicadores internos de qualidade dos processos de usinagem da haste e do tubo demonstram uma melhoria. Para o processo de montagem de suspensão e pintura houve um aumento do índice de refugo. • IR/E Na figura 25 mostra-se a evolução do IR/E, indicador de qualidade que expressa o índice referente a quantidade de itens devolvidos em relação a quantidade entregue, durante o período de abril de 2006 e março de 2007. O objetivo é 25ppm e este indicador da empresa A manteve-se estável e dentro do objetivo durante todo o período. PPM 20 18 18 16 14 12 12 9 10 8 8 6 3 4 2 0 0 0 0 0 0 0 JUL'06 AGO'06 SET'06 OUT'06 NOV'06 DEZ'06 JAN'07 0 1 0 ABR'06 MAI'06 JUN'06 FEV'07 MAR'07 6M 12 M Figura 25 – Índice de IR/E (PPM) – Empresa A FONTE: Indicadores FIAT de mar/07 • IPQE Na figura 26 mostra-se a evolução do IPQE, indicador de qualidade que expressa o índice referente à quantidade de reclamações em relação à quantidade de componentes entregue, durante o período de abril de 2006 e março de 2007. O objetivo é 770ppm. O gráfico mostra a tendência de queda do valor do indicador 104 após a implementação do QSB e que ocorreu uma tendência de aumento no período anterior à implementação do QSB. Após a implementação do QSB este indicador manteve-se dentro do objetivo. IPQE 2.000 1.795 1.800 1.600 1.427 1.343 1.400 1.200 924 1.000 891 722 800 964 678 600 820 831 6M 12 M 658 477 366 400 200 0 0 ABR'06 MAI'06 JUN'06 JUL'06 AGO'06 SET'06 OUT'06 NOV'06 DEZ'06 JAN'07 FEV'07 MAR'07 Figura 26 – Índice de IPQE (PPM) – Empresa A FONTE: Indicadores FIAT de mar/07 • Redução do RPN Na tabela 5 mostra-se a evolução da quantidade de RPNs que estão fora do objetivo de 40 pontos, índice considerado satisfatório por esta empresa e como ideal pela metodologia QSB (ver item 2.5.3.1). Manteve-se estável nos mês de fevereiro e em março e abril apresentou redução na quantidade de RPNs com valor superior a 40 pontos. Demonstrando que o processo de fabricação está mais confiável. Na figura 27 mostra-se a evolução mensal da faixa de valor do RPN. Quanto maior a quantidade de RPN abaixo do valor de 40, mais confiável será a performance do processo de fabricação. Entre outubro de 2006 e janeiro de 2007 estes índices permaneceram estáveis, em fevereiro aumentou a quantidade de RPNs com valores abaixo de 40 e reduziu as quantidades dos RPNs com valores superiores a 100. 105 TABELA 5 – Comparação Mensal de RPN Comparações Mensais da Operações Totais Linha Base JAN/07 Fev / 07 Mar / 07 Abr / 07 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 192 192 192 96 168 168 168 108 160 160 160 108 126 126 126 96 112 112 112 96 108 108 108 108 105 105 45 45 96 96 96 96 120 120 45 45 75 75 45 45 TOTAL 1262 1262 1097 843 Nº da Operação Tabela 5 – Comparação Mensal de RPN – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 Em março manteve-se estável em relação a fevereiro e em abril aumentou a quantidade de RPNs com valores abaixo de 40 e reduziu a quantidade de RPNs com valores entre 40 e 100. Este aumento de quantidade RPNs abaixo de 40 demonstra que o processo de fabricação tem uma probabilidade menor de produzir produtos “não conforme”. Considera-se que os objetivos gerais propostos para esta empresa foram atingidos. O melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação pode ser comprovado pela redução dos índices de refugo em 6% no processo de usinagem da haste e está dentro do objetivo, 9% na usinagem dos tubos e também está dentro do objetivo, na montagem da suspensão houve um aumento de 31% e está fora do objetivo e na pintura manteve-se estável e dentro do objetivo. Nos índices de re-trabalho obteve-se redução de 77% no processo de usinagem da haste e está dentro do objetivo, de 18% na usinagem dos tubos e está dentro do objetivo, aumento de 14% na montagem da suspensão e está fora do objetivo e aumento de 11% na pintura e está dentro do objetivo. 106 0-40 40-100 100+ Sumário Mensal da faixa de RPN 35000 30000 25000 20000 Total RPN 15000 10000 5000 0 OUT/06 NOV/06 DEZ/06 JAN/07 FEV/07 MAR/07 ABR/07 MAI/07 Mes Figura 27 – Sumario mensal da faixa de RPN – Empresa A FONTE: Indicadores empresa A de abr/07 JUN/07 107 Estes indicadores, apesar de alguns não apresentarem redução de índices, demonstram que houve melhoria nos mesmos. O comprometimento de todos os níveis e áreas da empresa, com o melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação, pode ser comprovado pela realização de reuniões mensais da alta direção e pelas auditorias escalonadas realizadas por todos os níveis. O banco de dados contendo histórico dos processos de fabricação para serem utilizados como benchmark em novos processos de fabricação ou similares foi criado com base nos registros das lições aprendidas. O correto acompanhamento dos distúrbios qualitativos pode ser comprovado por meio dos registros das reuniões de resposta rápida. Os objetivos específicos também podem ser comprovados visto que são desdobramentos dos objetivos gerais. A redução do número de produtos “não conforme”, produzidos pelos processos fabris, pode ser comprovada pela redução dos índices de refugo e retrabalho. A redução de reclamações pelo cliente devido ao recebimento de produtos “não conforme” pode ser comprovada pela redução de 28% no indicador IPQE e está dentro do objetivo. A redução de produtos “não conforme”, devolvidos pelos clientes, pode ser comprovada pela redução de 100% no indicador PPM e está dentro do objetivo. A redução a probabilidade dos processos fabris produzirem produtos “não conforme” pode ser comprovada pela redução de 33% no índice de RPN e na redução do número de RPNs com índices acima de 100. 108 Com base nas informações descritas e discutidas a empresa A foi certificada em QSB. 4.2 IMPLEMENTAÇÃO DO QSB NA EMPRESA “B” Esta empresa é fabricante de componentes para suspensão e moto-propulsor de veículos automotores e está situada no estado de Minas Gerais. O nome, também, é mantido em sigilo. O cliente foi responsável pelo treinamento nesta empresa que foi realizado em 2004. Não houve a definição do auditor interno do sistema de qualidade. Após este treinamento, todo o setor de qualidade desta empresa foi reestruturado e as ações para implementação do QSB foram colocadas em segundo plano. Em julho de 2005, esta empresa foi novamente treinada e foi realizada uma auditoria de QSB pelo cliente para saber como estava a sua implementação, o sumário de auditoria pode ser visualizado na figura 28. Nessa auditoria ainda não tinha sido definido o auditor interno do sistema de qualidade. Por motivos estratégicos do cliente, o EQF desta empresa foi substituído no final do ano 2005 e, novamente, a implementação do QSB não foi priorizada. Em 25/08/06, a implementação do QSB foi, novamente, retomada e a empresa realizou uma auto-avaliação e obteve o resultado descrito na figura 29. 109 A U D IT O R IA D E Q S B FO RNECEDO R B C O D IG O D O F O R N E C E D O R 9 9 9 9 9 L O C A L IZ A Ç Ã O M in a s G e ra is DATA 8 /ju l/0 5 A U D IT O R : F u la n o S U M Á R IO D A A U D IT O R IA E S T R A T É G IA S C H A V E S P O T E N C IA L A U D IT O R IA S T AT US 16 10 R M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 20 17 Y M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 28 24 Y M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 T R E IN A M E N T O P A D R Ã O DO O PERADO R 20 13 R M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 TRABALHO P A D R O N IZ A D O 12 11 Y M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 28 17 R M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 12 7 R M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 12 7 R M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 12 5 R M a ste r D o t - P ra z o : 2 5 /0 7 /2 0 0 5 160 111 R R E S P O S T A R Á P ID A C O N TR O LE PR O D U TO NÃO CO NFO RM E REDUÇÃO DE RPN A U D IT O R IA E S C A L O N A D A V E R IF IC A Ç Ã O D IS P O S IT IV O A P R O V A DE ERRO C .A .R .E . L IÇ Õ E S A P R E N D ID A S TO TAL A Ç Ã O C O R R E T IV A R E Q U E R ID A R E Q U E R ID O 1 6 0 P O N T O S P A R A A P R O V A R Figura 28 – Auditoria do cliente da empresa B em 08/jul/05 AUDITORIA DE QSB FORNECEDOR B CODIGO DO FORNECEDOR 99999 LOCALIZAÇÃO Minas Gerais DATA 25/ago/07 AUDITOR: Fulano SUMÁRIO DA AUDITORIA ESTRATÉGIAS CHAVES POTENCIAL AUDITORIA STATUS AÇÃO CORRETIVA REQUERIDA Prazo: 15/09/2006 16 15 Y 20 17 Y Prazo: 31/08/2006 28 19 R Prazo: 15/09/2006 TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR 20 13 R Prazo: 11/09/2006 TRABALHO PADRONIZADO 12 12 G 28 24 Y Prazo: 01/09/2006 12 11 Y Prazo: 31/08/2006 12 12 G 12 11 Y 160 134 R RESPOSTA RÁPIDA CONTROLE PRODUTO NÃO CONFORME REDUÇÃO DE RPN AUDITORIA ESCALONADA VERIFICAÇÃO DISPOSITIVO A PROVA DE ERRO C.A.R.E. LIÇÕES APRENDIDAS TOTAL Prazo: 15/09/2006 REQUERIDO 160 PONTOS PARA APROVAR Figura 29 – Auditoria interna da empresa B em 25/ago/06 110 A implementação das ações propostas foi comprometida pela alteração de lay out ocorrida na empresa que envolveu todos os setores e a falta de definição do auditor interno do sistema de qualidade. Em maio de 2007 a empresa B definiu o auditor interno que foi treinado por um “provider” em abril de 2007 e em maio de 2007 realizou uma nova auditoria com o resultado descrito na figura 30. AUDITORIA DE QSB FORNECEDOR B CODIGO DO FORNECEDOR 99999 LOCALIZAÇÃO Minas Gerais DATA 25/mai/07 AUDITOR: Fulano SUMÁRIO DA AUDITORIA PONTOS PONTOS POTENCIAIS OBTIDOS ESTRATÉGIA CHAVE SITUAÇÃO RESPOSTA RÁPIDA 16 15 Y CONTROLE DE PRODUTO NÃO-CONFORME 20 18 Y REDUÇÃO DE RISCO (RPN) 28 27 Y TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR 20 19 Y TRABALHO PADRONIZADO 12 12 G AUDITORIA ESCALONADA 28 26 Y VERIFICAÇÃO DA PROVA DE ERRO 12 12 G C.A.R.E. 12 12 G LIÇÕES APRENDIDAS 12 10 Y PONTUAÇÃO TOTAL: 160 151 R REQUERIDO AÇÃO CORRETIVA 160 PONTOS REQUERIDOS PARA PASSAR Figura 30 – Auditoria interna da empresa B em 25/mai/07 Foi elaborado um novo Master Dot cujas ações estavam previstas para serem implementadas até 15/jun/07. Por contar com a colaboração e engajamento de toda a estrutura da empresa, a empresa conseguiu implementar as ações em 30/05/07 e nos dias 04 e 05 de junho foi realizada a auditoria pelo cliente e obteve-se o resultado descrito na figura 31. 111 Este resultado demonstra que o auditor interno não foi adequadamente treinado pelo “provider”, pois, o resultado obtido na auditoria do cliente apresenta um valor muito abaixo pelo obtido na auditoria interna da empresa. AUDITORIA DE QSB FORNECEDOR B CODIGO DO FORNECEDOR 99999 LOCALIZAÇÃO Minas Gerais DATA 5/jun/07 AUDITOR: Fulano SUMÁRIO DA AUDITORIA ESTRATÉGIA CHAVE PONTOS POTENCIAIS PONTOS OBTIDOS SITUAÇÃO RESPOSTA RÁPIDA 16 13 Y CONTROLE DE PRODUTO NÃO-CONFORME 20 18 Y REDUÇÃO DE RISCO (RPN) 28 16 R TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR 20 16 Y TRABALHO PADRONIZADO 12 10 Y AUDITORIA ESCALONADA 28 21 Y VERIFICAÇÃO DA PROVA DE ERRO 12 9 Y C.A.R.E. 12 12 G LIÇÕES APRENDIDAS 12 10 Y PONTUAÇÃO TOTAL: 160 125 R REQUERIDO AÇÃO CORRETIVA 160 PONTOS REQUERIDOS PARA PASSAR Figura 31 – Auditoria do cliente da empresa B em 05/jun/07 A empresa B elaborou novo Master Dot que foi aprovado pelo auditor do cliente. A empresa, com acompanhamento do auditor do cliente, implementou todas as ações contidas no Master Dot em 21/ago/07 e em 25/ago/07 foi realizada nova auditoria pelo cliente que comprovou a implementação das ações propostas pela empresa em seu Master Dot e, conseqüentemente, considerou-se como implementado o QSB na empresa B ver figura 32. Na figura 33, pode-se observar a evolução do índice de refugo durante o período de outubro de 2006 a julho de 2007, anterior à implementação do QSB e de agosto de 2007 a setembro de 2007, após a implementação do QSB. 112 Analisando-a, observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de índice de refugo de 2,94% contra um objetivo de 2,75%. Está fora do objetivo. AUDITORIA DE QSB FORNECEDOR B CODIGO DO FORNECEDOR 99999 LOCALIZAÇÃO Minas Gerais DATA 25/ago/07 AUDITOR: Fulano SUMÁRIO DA AUDITORIA ESTRATÉGIAS CHAVES POTENCIAL AUDITORIA STATUS 16 16 G 20 20 G 28 28 G TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR 20 20 G TRABALHO PADRONIZADO 12 12 G 28 28 G 12 12 G 12 12 G 12 12 G 160 160 G RESPOSTA RÁPIDA CONTROLE PRODUTO NÃO CONFORME REDUÇÃO DE RPN AUDITORIA ESCALONADA VERIFICAÇÃO DISPOSITIVO A PROVA DE ERRO C.A.R.E. LIÇÕES APRENDIDAS TOTAL AÇÃO CORRETIVA REQUERIDA REQUERIDO 160 PONTOS PARA APROVAR Figura 32 – Auditoria do cliente da empresa B em 05/ago/07 Após a implementação do QSB a média de índice de refugo foi de 2,51%. Redução de 15% em relação ao período anterior à implementação do QSB e dentro do objetivo de 2,75% para o ano de 2007. Na figura 34, referente ao índice de retrabalho, observa-se que antes da implementação do QSB obteve-se uma média de índice de retrabalho de 1,57% contra um objetivo de 1,50%. Está fora do objetivo. Após a implementação do QSB a média de índice de retrabalho foi de 1,33%. Redução de 15% em relação ao período anterior à implementação do QSB e dentro do objetivo de 1,50%. 113 Redução de 15 % após implementação do QSB EVOLUÇÃO REFUGO 2006/2007 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 ANTES QSB DEPOIS QSB %REFUGO 3,30 3,01 2,83 2,84 2,57 1,99 2,42 3,08 3,40 3,96 2,52 2,49 2,94 2,51 M ETA 2,75 2,75 2,75 2,75 2,75 2,75 2,75 2,75 2,75 2,75 2,75 2,75 Figura 33 – Índice de Refugo – Empresa B FONTE: Indicadores empresa B de out/07 Redução de 15 % após implementação do QSB EVOLUÇÃO RETRABALHO 2006/2007 1,50 1,00 0,50 0,00 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 ANTES QSB DEPOIS QSB %RETRABALHO 1,36 1,19 1,53 1,41 1,77 1,82 1,91 2,03 1,41 1,29 1,45 1,20 1,57 1,33 M ETA 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 Figura 34 – Índice de Retrabalho – Empresa B FONTE: Indicadores empresa B de out/07 114 • IR/E Na figura 35 mostra-se a evolução do IR/E, indicador de qualidade que expressa o índice referente a quantidade de itens devolvidos em relação a quantidade entregue, durante o período de outubro de 2006 e setembro de 2007. O objetivo é 25ppm, o gráfico demonstra uma grande dispersão neste indicador desta empresa. Após julho de 2007, estes índices mostram uma tendência de queda e no mês de setembro de 2007 manteve-se dentro do objetivo com uma redução de 60% em relação ao mês de julho de 2007. PPM 160 144 140 120 100 73 80 48 60 40 55 22 20 14 60 60 43 45 32 17 12 0 0 OUT'06 NOV'06 DEZ'06 JAN'07 FEV'07 MAR'07 ABR'07 MAI'07 JUN'07 JUL'07 AGO'07 SET'07 6M 12 M Figura 35 – Índice de IR/E (PPM) – Empresa B FONTE: Indicadores FIAT de out/07 • IPQE Na figura 36 mostra-se a evolução do IPQE, indicador de qualidade que expressa o índice referente à quantidade de reclamações em relação à quantidade de componentes entregue, durante o período de outubro de 2006 e setembro de 2007. O objetivo é 1500ppm. O gráfico mostra a tendência de queda do valor do 115 indicador após a implementação do QSB e que ocorreu uma tendência de aumento no período anterior à implementação do QSB. Após julho de 2007, estes índices mostram uma tendência de queda e no mês de setembro de 2007 manteve-se dentro do objetivo com uma redução de 80% em relação ao mês de julho de 2007. IPQE 8.000 7.371 7.036 7.000 5.866 6.000 4.562 5.000 4.523 4.490 4.558 4.446 4.000 3.000 2.352 1.000 2.084 1.631 2.000 3.924 1.455 521 0 OUT'06 NOV'06 DEZ'06 JAN'07 FEV'07 MAR'07 ABR'07 MAI'07 JUN'07 JUL'07 AGO'07 SET'07 6M 12 M Figura 36 – Índice de IPQE (PPM) – Empresa B FONTE: Indicadores FIAT de out/07 • Redução do RPN Na figura 37 mostra-se a evolução da quantidade de RPNs que estão fora do objetivo de 50 pontos, índice considerado satisfatório por esta empresa. Esta empresa a partir do mês de maio iniciou uma revisão de seus FMEAs de processo para adequá-los às novas exigências do manual de FMEA terceira edição, a conclusão desta revisão está prevista para dezembro de 2007. Por este motivo ocorreu um pequeno aumento na quantidade RPNs com valores maiores que 50 de 163 para 169, porém, se compararmos o período de maio, quando se iniciou a revisão dos FMEAs, com agosto tem-se uma redução de 186 para 169. 116 ACOMPANHAMENTO DA META DE RPN QUANTIDADE NPR 280 260 240 220 200 180 160 140 120 243 100 186 80 168 163 169 jun-07 jul-07 ago-07 142 60 91 40 88 84 85 jan-07 fev-07 66 67 marc/07 abr-07 20 0 set-06 out-06 nov-06 dez-06 NPR > 50 mai-07 Após QSB Figura 37 – Acompanhamento da meta de RPN – Empresa B FONTE: Indicadores empresa B de out/07 Na figura 38 mostra-se a evolução mensal da faixa de valor do RPN. Quanto maior a quantidade de RPN abaixo do valor de 50, mais confiável será a performance do processo de fabricação. Entre os meses de junho e agosto ocorreu um aumento dos RPNs maiores que 150 de zero para 3, uma redução dos RPNs com valores de 100 a 125 de um para zero e com valores entre 75 a 100 de 21 para 12 e aumento de 8 para a faixa entre 50 e 75. A quantidade de RPNs maiores que 50 permaneceram, praticamente, estáveis mesmo com a adequação aos requisitos da FMEA terceira edição e demonstra a probabilidade do processo de fabricação estar mais confiável. Considera-se que os objetivos gerais propostos para esta empresa foram atingidos. O melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação pode ser comprovado pela redução dos índices de refugo em 15% e está 117 dentro do objetivo. Nos índices de re-trabalho obteve-se redução de 15% e está dentro do objetivo. QUANTIDADE ACOMPANHAMENTO DA FAIXA DE- RPN NPR 2007 2007 10000 139414041405 171016231717 QUANTIDADE 1000 146 150 154 100 21 13 12 10 3 1 1 0-25 25 -50 50 -75 75 -100 0 100 -125 0 0 0 0 125 -150 0 0 >150 FAIXA DE NPR Junho Julho Agosto Figura 38 – Acompanhamento da faixa de RPN – Empresa B FONTE: Indicadores empresa B de out/07 O comprometimento de todos os níveis e áreas da empresa, com o melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação, pode ser comprovado pela realização de reuniões mensais da alta direção e pelas auditorias escalonadas realizadas por todos os níveis. O banco de dados contendo histórico dos processos de fabricação para serem utilizados como benchmark em novos processos de fabricação ou similares foi criado com base nos registros das lições aprendidas. O correto acompanhamento dos distúrbios qualitativos pode ser comprovado por meio dos registros das reuniões de resposta rápida. Os objetivos específicos também podem ser comprovados visto que são desdobramentos dos objetivos gerais. 118 A redução do número de produtos “não conforme”, produzidos pelos processos fabris, pode ser comprovada pela redução dos índices de refugo e retrabalho conforme informado anteriormente. A redução de reclamações pelo cliente devido ao recebimento de produtos “não conforme” pode ser comprovada pela redução de 80% no indicador IPQE e está dentro do objetivo. A redução de produtos “não conforme”, devolvidos pelos clientes, pode ser comprovada pela redução de 60% no indicador IR/E e está dentro do objetivo. A redução da probabilidade dos processos fabris produzirem produtos “não conforme” pode ser comprovada pela redução no índice de RPN e na redução do número de RPNs com índices acima de 75. Com base nas informações descritas e discutidas a empresa B foi certificada em QSB. 119 5 COMENTÁRIOS GERAIS E CONCLUSÕES Este trabalho consistiu no estudo dos casos de implementação da metodologia QSB em duas empresas, teve como objetivo geral mostrar a aplicabilidade desta metodologia em empresas do setor automotivo por meio do emprego de suas estratégias. 5.1 PRINCIPAIS DIFICULDADES 1. Paradigmas – A empresa, colaboradores e alta direção, pensa que se trata “somente” de mais um modismo e que logo passará. Os resultados comprovam que o QSB vem para ficar e transforma-se numa metodologia de melhoramento contínuo e que está em sintonia com a filosofia do “Lean Manufacture” (fabricação enxuta). 2. Falta de envolvimento do cliente – O cliente não demonstrou claramente para as empresas que a implementação do QSB é uma necessidade de todos em busca da excelência. Esta demonstração, somente, ficou evidente no início de 2007 quando a obtenção da certificação em QSB passou a ser um de seus requisitos específicos. Com isto, para obterem o certificado de ISO TS–16949: 2002 e para estarem aptas para desenvolverem novos produtos para o cliente deverão comprovar sua implementação. 120 3. Falta de priorização da implementação do QSB por parte da empresa B. Como não era exigência ou requisito específico do cliente a empresa B não priorizou a sua implementação. A empresa B priorizou até a mudança do lay out de sua fábrica em detrimento à implementação do QSB. Quando o seu principal cliente definiu a implementação do QSB como seu requisito específico, esta empresa passou a priorizá-lo e ocorreu o envolvimento de todos, inclusive da alta direção. 4. Resistência de alguns colaboradores frente à implementação de uma nova metodologia, por pensarem tratar-se de mais um novo “modismo” que se perderá ao longo do tempo. Esta falta de envolvimento ocasionou alguns desligamentos de funcionários na empresa B e para evitar que esta metodologia torne-se um modismo, foram criados procedimentos específicos que fazem parte do Sistema de Qualidade das empresas. 5. Falta de bibliografia (Dissertações, Artigos, Livros, “Papers” e etc.) sobre o QSB para consulta e referência. 5.2 COMENTÁRIOS GERAIS Conseguiu-se implementar a busca pela melhoria continua da qualidade por meio das estratégias Resposta Rápida, Redução de RPN, Trabalho e Treinamento Padronizados, Verificação de Dispositivos à Prova de Erro, Auditoria Escalonada, CARE e Lições Aprendidas. 121 Promoveu-se o comprometimento de todos os níveis da empresas, seja durante a implementação das ações contidas nos “Master Dot” seja nas análises dos indicadores de qualidade e revisão das estratégias do QSB que são realizadas mensalmente durante as reuniões da Alta Direção das empresas que é um dos requisitos para a correta implementação do QSB. Criou-se um banco de dados contendo histórico dos processos de fabricações que poderá ser utilizado como benchmark em novos processos de fabricação ou similares por meio da correta implementação da estratégia Lições Aprendidas. Promoveu-se um correto acompanhamento dos distúrbios qualitativos por meio da implementação da estratégia Resposta Rápida e seus critérios de saída, ou seja, adoção de ações de contenção e correção, revisão de FMEAs e planos de controles, dispositivos à prova de Erro, trabalho e treinamento padronizados, CARE, auditoria escalona e lições aprendidas. Quanto aos objetivos específicos, eles foram atingidos, principalmente, por estarem ligados aos objetivos gerais e puderam ser demonstrados por meio dos indicadores de qualidade das empresas que podem ser vistos no capitulo anterior. Além das considerações anteriores, deste trabalho pode-se concluir que a figura de um auditor interno é de extrema importância para a implementação do QSB isto ficou evidente pela rápida implementação do QSB na empresa A e na demora da implementação na empresa B que só concretizou-se com a definição do auditor interno. Se a estrutura da empresa mantiver-se estável a implementação do QSB é facilitada. Por exemplo, na empresa A, a estrutura manteve-se estável e na B ocorreram várias modificações. 122 A implementação do QSB tem que ser priorizada e ter o apoio, colaboração, comprometimento e envolvimento da Alta Direção para se concretizar. A implementação do QSB deve ser priorizada e adequadamente monitorada pelo auditor do cliente. Isto foi evidenciado durante a implementação do QSB na empresa B, a partir do momento que houve uma priorização da implementação do QSB e adequado monitoramento por parte do auditor do cliente, ocorreu também uma priorização por parte da Alta Direção da empresa e de seus colaboradores implementando as ações propostas nos prazos estabelecidos. Se corretamente implementado o QSB gera valor para a empresa e seus indicadores de qualidade serão adequadamente monitorados (ver gráficos de indicadores de qualidade mostrados no capitulo anterior). Apesar das dificuldades encontradas durante a implementação do QSB na empresa B, após o término deste trabalho, comprovou-se a viabilidade da aplicação desta metodologia em empresas do setor automotivo desde que haja um comprometimento e engajamento de todos os setores da empresa e suporte adequado do cliente. Esta conclusão é suportada pelos resultados obtidos pelas duas empresas. 123 5.3 CONCLUSÕES Deste trabalho conclui-se que: 1. O melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação por meio da correta implementação do QSB foi comprovado por meio dos indicadores de qualidade. 2. O comprometimento de todos os níveis e áreas da empresa, com o melhoramento contínuo da qualidade dos produtos e processos de fabricação, foi obtido por meio de reuniões mensais da alta direção e divulgação dos indicadores de qualidade para todos os colaboradores. 3. Criou-se um banco de dados contendo histórico dos processos de fabricação para serem utilizados como benchmark em novos processos de fabricação ou similares por meio da estratégia Lições Aprendidas. 4. Promoveu-se um correto acompanhamento dos distúrbios qualitativos por meio da estratégia Resposta Rápida. 5. A redução do número de produtos “não conforme”, produzidos pelos processos fabris, foi comprovada por meio dos indicadores de qualidade refugo, retrabalho, IR/E e IPQE. 6. A redução de reclamações pelo cliente devido ao recebimento de produtos “não conforme” foi comprovada por meio do indicador IPQE. 7. A redução de produtos “não conforme”, devolvidos pelos clientes, foi comprovada por meio do indicador IR/E. 8. A redução da probabilidade, dos processos fabris produzirem produtos “não conforme”, foi demonstrada por meio da redução dos valores de RPN. 124 5.4 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS 5.4.1 DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA QUE ATENDA AOS DIVERSOS SEGMENTOS DA INDÚSTRIA Esta metodologia foi desenvolvida para ser aplicada especificamente em empresas do seguimento automotivo. Sugere-se o desenvolvimento de uma metodologia similar que possa ser aplicada nos diversos seguimentos, tais como comércio, área médica, setor petroquímico etc. 5.4.2 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS FERRAMENTAS DA METOLOGIA QSB E DA FILOSOFIA LEAN MANUFACTURE (PRODUÇÃO ENXUTA) A filosofia LEAN MANUFACTURE, que á a base do sucesso da Toyota, temse mostrado muito eficaz na busca por melhorias nos processos produtivos e a metodologia QSB está, praticamente, iniciando. Um trabalho comparativo buscará o aperfeiçoamento da metodologia e facilitar sua implementação. 125 5.4.3 APLICAÇÃO DESTA METODOLOGIA EM UMA QUANTIDADE MAIOR DE EMPRESAS Com a aplicação desta metodologia em uma quantidade maior de empresas pode-se produzir dados mais consistentes para validar a aplicação da metodologia e propor melhorias na sua implementação. 126 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) - NBR ISO-9000 – Sistema de Gestão da Qualidade, São Paulo, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) - NBR ISO-9001 – Sistema de Gestão da Qualidade - Requisitos, São Paulo, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) - NBR ISO-9004 9000 – Sistema de Gestão da Qualidade – Guia para a melhoria do desempenho, São Paulo, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) - NBR ISO / TS 16949 – Especificação Técnica, São Paulo, 2004. CAMARGO, Leônidas Lopes de. Uso de indicadores da Qualidade para o gerenciamento estratégico de empresa do ramo comercial. 142f. Dissertação (Mestrado em engenharia de Produção – Programa de pós-graduação em engenharia de produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000). CEP – Controle Estatístico do Processo Básico. VTB Consultoria e Treinamento, 2004. FEIGENBAUM, A. V. Controle da Qualidade Total. São Paulo: Makron Books, 1994. FMEA – Análise do e efeito da Falhas Potenciais. SCS – Bureau Veritas do Brasil – Rev. 3, Abril/03. FUNDAMENTOS do Sistema de Gestão da Qualidade. 3f. Boletim da Qualidade Politec Comunidade – Ano II – número 56 – jan/04. GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992 GENERAL Motors World wide purchasing. Basics of GM Supplier Quality. Warrem, Michigan. 2001. GLOBAL SUPPLIER QUALITY MANUAL – APQP para SQEs. Plexus Corporation and GM Corporation Worldwide Purchasing, 2004 GLOBAL SUPPLIER QUALITY MANUAL (GM 1927). Initial release replaces the GM Global APQP Manual (GM 1927), October, Revision 2. GIUSTI, Paulo Sérgio; VIVONE, Marcus Vinicius. QS X TS – Principais diferenças TS–16949: 2002 e QS-9000. Interction-Plexus. São Paulo, [2006]. HARO, Daniel Gárcia. Sistema de qualidade na indústria automobilística – Uma proposta de avaliação unificada. 155f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – 127 Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. ISHIKAWA, Kaoru. Controle de Qualidade Total – à maneira Japonesa. Ed. Campus, 1993. ISRAELIAN, Eliane ET al. Uma introdução às Normas da série ISO-9000. 9f. Instituto de Química da Universidade de São Paulo. [1996]. JEFFREY, K. Liker. The Toyota way: 14 management principles from the world’s greatest manufacturer. McGraw-Hill, 2004 JURAN, Joseph M. Juran na liderança pela qualidade. 2. Ed. São Paulo: Pioneira, 1993. MOLLER, Claus Nue. O lado humano da qualidade: maximizando a qualidade de produtos e serviços através do desenvolvimento das pessoas. 7. Ed., São Paulo: Pioneira, 1992. MSA – Análise do Sistema de Medição. VTB Consultoria e Treinamento, 2004. OAKLAND, John S. Gerenciamento da qualidade total. São Paulo: Nobel 1994. QSB Workshop – GM FIAT WWP. Rev. 11. 02/18/03. SALAZAR FILHO, Homero de Oliveira. A aplicação da metodologia de produção mais limpa – P+L, através dos círculos de controle de qualidade – CCQ em uma indústria do setor metal mecânico – estudo de caso. 120f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. SOARES, Sebastião Ribeiro; CARVALHO, Hilda Alberton de. Implementação de indicadores de Qualidade e desempenho através do gerenciamento por projeto, estudo de caso dos locais de produção de uma empresa em Curitiba. 18f. Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, Curitiba. [2004]. TAKASHINA, Newton Tadachi. Indicadores da qualidade e do desempenho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. TEBOUL, James. Gerenciando a dinâmica da qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991 ZANCUL, Eduardo; ROZENFELD, Henrique. QS-9000 – Conceitos Básicos. Nov/99. WOMACK, James P.; JONES, Daniel P.. A Máquina que mudou o mundo. 360f Editora Campus, 1ª Edição. 1992. 128 ANEXO 1 ACOMPANHAMENTO REUNIÃO RESPOSTA RÁPIDA SITUAÇÃO-CHAVE DO CRITÉRIO DE SAÍDA R Necessário mas não iniciado Y Iniciado mas não completado G Completo NA Não Aplicável Status Número do Ítem Descrição do ítem Aplicação Data Abertura Origem Responsável Contenção CRITERIO SAÍDA Próxima data para reportar para o time Correção (Solução Problemas 8 passos) G F210 517342410 - Chicote da boia do tanque - Curto circuito XXXX 26/out/06 AAAA Fulano 29/out/06 3 G G G G G NA G NA R F211 468427060 - Coxim susp. Lado motor - Rosca com folga excessiva apresentando espanamento durante torque YYYY 27/out/06 BBBB Beltrano 15/nov/06 19 G R R R R R R NA NA F214 517256300 / 517059040 Reforço cinto segurança direito - Barulho WWWW 27/out/06 CCCC Ciclano 5/nov/06 9 G NA NA NA NA NA NA NA Y F225 59428610 - Calço de válvulas - Erro de classificação gerando rumorosidade. ZZZZ 5/nov/06 DDDD Ciclano 20/nov/06 15 G Y Y R Y NA Y NA R F226 552011890 - Disco superior de mola de válvula - Rebarba e presença de dobra YYYY 5/nov/06 EEEE Fulano 12/nov/06 7 G Y Y R R NA Y NA Tempo de Resposta PFMEA Trabalho Padronizado Auditoria Escalonada Error Proofing (Prova de Erro) CARE Lições Aprendidas Data Fechamento 29/out/06 5/nov/06 Comentários As pçs foram retrabalhadas e não gerou refugo, o ítem não gerou impacto no processo de Fabricação e foi detectado na preparação de máquina (set up)) Contenção já concluída e demais ítens serão reportados em 12/11/06 129 ANEXO 2 PLANILHA DE RETENÇÃO Responsável pela Retenção no setor: José Silva Data: 13/11/2006 Setor: Laboratório Distanciador Denominação: 10066044 Desenho: Presença de Rebarba Não Conformidade: IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS ONDE PODEM SER ENCONTRADOS PRODUTOS NÃO CONFORME Local Qtde Potencial Qtde encontrada Responsável Recebimento 500 500 José Silva Laboratório 6 6 Joaquim Souza Armazenagem Interna 1000 1000 José Silva Caixas de Refugo 1000 1000 Manoel Santos Áreas de Retrabalho 42 42 Manoel Santos Área de Embarque 0 0 Joaquim Souza Peças e aServiços 0 0 Joaquim Souza Em trânsito 0 0 Joaquim Souza Cliente 0 0 Joaquim Souza 0 0 Joaquim Souza Processos Externos: Tratamento Térmico 0 0 Joaquim Souza Tratamento Superficial 0 0 Joaquim Souza Usinagem 0 0 Joaquim Souza Pintura 0 0 Joaquim Souza Montagem 0 0 Joaquim Souza Outros 0 0 Joaquim Souza Total Encontrado 2548 2548 Método de Seleção Visual (Ex.: Visual, Calibre, Peça padrão e etc.) Rebarba Máxima conforme padrão Critério de Seleção (Ex.: Isento de Rebarba, Peça padrão e etc.) Identificação Produto Pinta Branca Próxima Ex.: Marcação, etiqueta, sinal e etc. Aprovado área da Rebarba Identificação Pinta Vermelha Próxima Ex.: Marcação, etiqueta, sinal e etc. ProdutoReprovado área da Rebarba Elaborado por: Aprovado por: 130 ANEXO 3 Sistema Subsistema Subsistema FMEA DE PROCESSO Código peça: Descrição peça: 53111377 Responsável do processo (Nome/Assinatura): V. Costa Modo potencial de falha OP 10 Cravar a Roldana (131920) no Trilho (ver tabela). Montar Batente Inferior (131921). Montar Guia do Vidro LD/LE (53413039/040). Limpar região do suporte da roldana do trilho 4PT para colar o protetor anti-ruído (131934). Excesso de rebitage m Ausência de lubrificaç ão Ausência da espuma anti-ruído (131934) Código conjunto: 53111377 Time de trabalho: Efeito potencial da falha S E V E C L A S Causa potencial/Me canismo da falha O C O R 6 I Set-up de máquina incorreto Controle atual do processo Prevenção Detecção 3 Histórico do Produto Medição conforme IPC 3 Histórico do Produto 6 I Set-up de máquina incorreto Aumento da corrente 5 I Set-up de máquina incorreto 3 Histórico do Produto Travamento e desgaste prematuro da roldana 6 I Set-up de máquina incorreto 3 Histórico do Produto Rumorosidade 6 I Set-up de máquina incorreto 2 Histórico do Produto 6 Mecanismo Pálio RST Data elaboração 10/9/2003 Desgaste de roldana prematuro Ruído junto a ossatura da porta Descrição do conjunto: Engenharia, Eng. Industrial, Eng. Desenvolvimento, Garantia da Qualidade e Qualidade Processo Observação: Rumorosidade Rebitage m com folga 511163140 Palio RST Preparado por (Nome/Assinatura): J. C. Alves Função do processo e Requisitos DUM do desenho: Ver Código da Peça Código cliente: Mecanismo Modelo Veículo: I Região onde é montado espumas contendo impurezas 4 X X X Medição altura da rebitagem conforme IPC Medição altura da rebitagem conforme IPC Medição altura da rebitagem conforme IPC Medição altura da rebitagem conforme IPC Visual conf. IPC Data chave 15/6/2004 D E T E N P R Ação Recomendada Responsável e Prazo implantação 5 90 Não requer 5 90 5 Data revisão 17/11/2006 Resultado ações Ação implemen tada S E E V O C R O D E E T N P R --------- --------- -- -- -- -- Não requer --------- --------- -- -- -- -- 75 Não requer --------- --------- -- -- -- -- 5 90 Não requer --------- --------- -- -- -- -- 6 72 Não requer --------- --------- -- -- -- -- Incluir na Instrução de Processo e Controle a Limpeza do Suporte da Júlio 1/12/2003 Ação Concluíd a 6 3 4 72 Retornar espuma antí-ruído 131934 com área de contato maior Fabiano 15/11/03 Ação Concluíd a 6 2 6 72 6 144 131 ANEXO 4 "5 MAIS RPN Nº Operação 1 2 3 4 5 Função e Modo de falha Valor RPN Responsável Ações recomendadas Data Conclusão 132 ANEXO 5 RESUMO DA REDUÇÃO RPN PFMEA - NÚMERO PEÇA / NOME FORNECEDOR Resumo da Operação Nº Oper ação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 RPN Combinado Nº Total de Modos Falhas Comparações Mensais das Operações Totais Qtde Modos RPN mais alto Falha >40 Nº Linha Base RPN, Mês e Ano RPN, Mês e Ano RPN, Mês e Ano Operação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Plano de Redução RPN - "Dez Mais" 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 RPN Modo Falha Ações Recomendadas Data Conclusão Responsável Número Total de Modos Falha - Resumo por Faixa 1,2 Total Modos Falha Item Operação 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Mes/Ano Mês/Ano 0-40 40-100 100+ Total Mês/Ano Mês/Ano Mês/Ano 133 ANEXO 6 OPERAÇÃO PADRONIZADA - REGISTRO DE TREINAMENTO NOME DA OPERAÇÃO: DENOMINAÇÃO Operação de Equipamento / Segurança Trabalho Padronizado / Instrução de Trabalho Registros de Qualidade a serem preenchidos (ex.: Folha de Inspeção) Função do Componente / Produto Demonstrar funcionamento e responder perguntas Demonstrar Instrumentos de Controle / Calibres e responder perguntas Demonstrar aferidores e responder perguntas Solicitar para o operador realizar a operação e responder perguntas Ensinar problemas passados (ex.: PFMEA e lista de principais problemas) Verificar as primeira unidades produzidas e treinar, caso necessário Retornar dentro do turno, verificar, novamente,Trabalho Padronizado e Qualidade do Produto Retornar no próximo dia, verificar, novamente,Trabalho Padronizado e Qualidade do Produto Notificar operações que envolvam defeitos em potencial Assinatura do Operador: Assinatura do Instrutor: DATA DA CONCLUSÃO 134 ANEXO 7 OPERAÇÃO PADRONIZADA - RASTREAMENTO DO OPERADOR TREINADO NOME DA OPERAÇÃO: FUNCIONÁRIOS DESIGNADOS PARA O SETOR DATA DA CONCLUSÃO DO ÚLTIMO TREINAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DO INSTRUTOR FUNCIONÁRIOS ADICIONAIS DATA DA CONCLUSÃO DO ÚLTIMO TREINAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DO INSTRUTOR 135 ANEXO 8 Data atualização: Registro Qtde de 3/4 das tarefas por pessoa para atingir plano de rotatividade Nome da oper. Elaborado por: Nº Oper. TABELA DE TREINAMENTO / FLEXIBILIDADE Objetivo Nome Marcar "OK" se objetivo foi atingido Real Qtde de 3/4 das tarefas por pessoa para atingir plano de Objetivo cobertura Real Marcar "OK" se objetivo foi atingido % do grupo que atingiu o objetivo (qtde que atingiu / total pessoas) Conhece as etapas - Em treinamento Pode ensinar Pode executar sem supervisão Pode ensinar e fazer reparações % do grupo que atingiu o objetivo (qtde que atingiu / total pessoas) 136 ANEXO 9 100 1 RACK DE MATERIAIS 200 100 6 8 4 2 3 VEÍCULO 5 C 7 Q 137 ANEXO 10 AUDITORIA ESCALONADA - RESULTADOS DE AUDITORIA SETOR: ITEM / LOCAL NÚMERO DE OCORRÊNCIAS 138 ANEXO 11 AUDITORIA ESCALONADA - RESULTADOS DE AUDITORIA SETOR: 1000% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% % Conforme Nº itens avaliados Nº Avaliações Nº total de itens avaliados Nº de itens Conformes jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 139 ANEXO 12 MATRIZ DE AUDITORIA ESCALONADA Peças / Produto Inspeção da prova de erro Inspeção da primeira peça Inspeção da última peça Instrução de Trabalho Padrão atualizada Folha de Rastreamento de Treinamento do Operador Processo Ajuste Conformidade SPC Aprovação de Ferramental Índices de Qualidade Sistema Manutenção Preventiva Aferição Rastreabilidade Manutenção Voz do Cliente Indicadore de Qualidade do Cliente afixados Planos de ações atualizados Desempenho de entrega CARE CEO Presidente Gerente Corporativo Mensal Trimestral Gerente Executivo Gerente de Operações Gerente de Qualidade Semanal Gerente de Planta Supervisor Líder de Time Inspetor Operador Turno Diário 140 ANEXO 13 VERIFICAÇÃO PROVA DE ERROS - RESULTADOS DE AUDITORIA SETOR: 1000% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% % Conforme Nº itens avaliados Nº Avaliações Nº total de itens avaliados Nº de itens Conformes jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez ANEXO 14 – Página 1 AUDITORIA QSB FIAT (QUALITY SYSTEMS BASICS) REVISÃO DO CHECKLIST: NOVEMBRO DE 2006 FORNECEDOR: CÓDIGO DE FORNECEDOR: LOCALIZAÇÃO: DATA: AUDITORIA: SUMÁRIO DA AUDITORIA ESTRATÉGIA CHAVE PONTOS POTENCIAIS PONTOS SITUAÇÃO OBTIDOS RESPOSTA RÁPIDA 16 0 R CONTROLE DE PRODUTO NÃO-CONFORME 20 0 R REDUÇÃO DE RISCO (RPN) 28 0 R TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR 20 0 R TRABALHO PADRONIZADO 12 0 R AUDITORIA ESCALONADA 28 0 R VERIFICAÇÃO DA PROVA DE ERRO 12 0 R C.A.R.E. 12 0 R LIÇÕES APRENDIDAS 12 0 R PONTUAÇÃO TOTAL: 160 0 R REQUERIDO AÇÃO CORRETIVA 160 PONTOS REQUERIDOS PARA PASSAR Note: The status of each Key Strategy must be GREEN in order to pass audit. YELLOW and RED on individual Key Strategies requires corrective actions. Follow-up may be done on site or via E-mail; at the auditor's discretion. STATUS FOR INDIVIDUAL STRATEGIES No implementation: Corrective Action Required, or R Y Written implementation plan: Corrective Action Required, or In place, not followed: Corrective Action Required. YELLOW: requirement partially implemented G GREEN: requirement met Note: Status and Code entered automatically from audit sheet.. ANEXO 14 – Página 2 CHECKLIST DE AUDITORIA QSB FIAT - NOVEMBRO 2006 QUESTÃO RESPOSTA RÁPIDA Existe um sistema efetivo para responder imediatamente às falhas de qualidade internas e externas? EVIDÊNCIA REQUERIDA PROCURAR POR… Reunião de liderança diária (gerência de manufatura, exceção de alguns casos pode ser substituída por outra função previamente designada) endereça problemas de qualidade significativos, designa responsáveis e estabelece datas de reporte. Os participantes devem ser multifuncionais e de multiníveis. Os critérios de definição dos problemas significativos para entrada na reunião, devem ser acordados com o EQF FIAT (é válido um e-mail aprovado pelo EQF). Formulário de rastreamento de resposta rápida ou equivalente, um documento vivo com o problema, responsável (dono), data de relatório, critérios de saída e situação indicada (preferencialmente R/Y/G – vermelho, amarelo, verde). Relatórios emitidos pelo responsável (dono) incluem formulário de rastreamento, formulário de resolução do problema, PFMEA, Plano de Controle, alerta da qualidade, etc. Formulário de resolução do problema referenciado (8D), Planos de Controle, PFMEA. Acompanhar uma questão do Formulário de rastreamento de resposta rápida através dos critérios de saída. Questões de Respostas Rápidas são ligadas a Auditorias Escalonadas, C.A.R.E., Lições Aprendidas, Instruções de Trabalho Padronizadas, etc. Listas de verificação de Auditorias Escalonadas e C.A.R.E., Instruções de Trabalho Padronizadas e Lições Aprendidas contêm problemas de Resposta Rápida ocorridas e atuais. O problema é comunicado aos empregados apropriados. Situação da qualidade é publicada. Existe uma reunião mensal da Alta Direção que analisa a eficácia da Resposta Rápida incluindo análise do Bid List e 6 Panel? Qualidade Q ou equivalente é publicada e atualizada. Comparar Qualidade "Q" com o Formulário de Rastreamento de Resposta Rápida para correlação. Minuta de reunião da Alta Direção, com a análise e ações em relação a eficácia da resposta rápida. COMENTÁRIOS PONTOS R/Y/G 143 ANEXO 14 – Página 3 CONTROLE DE PRODUTO NÃO-CONFORME Existe um sistema efetivo para É usado um gerenciamento visual efetivo: "VERMELHO" indica material rejeitado ou garantir que produtos não conforme sucata e o AMARELO indica material especifição requerida são suspeito. VERDE ou qualquer outra cor corretamente segregados para evitar (com exceção de amarelo e vermelho) seu uso não intencional? indica produto aceitável. Codificação em cores de embalagem de sucata, etiquetas de interdição, etiquetas para sucata, etiquetas de produtos em processamento, em trânsito e em movimentação, etc. Formulário de contenção ou formulário de material não-conforme identifica quantidade esperada e localização do material suspeito. A qualidade de recebimento e o EQF devem ser notificados caso haja produtos suspeitos no cliente ou em transito. Planilha de contenção ou equivalente, área de material nãoconforme e documentação associada. A manutenção do ponto de corte requer 100% de inspeção e autorização da gerência (management) para liberação. Procedimento de contenção, dados e área de material não-conforme. Formulário com assinatura autorizada e inspeção de produto aprovada. Produto removido do fluxo de processo aprovado é reintroduzido no processo antes ou no ponto de remoção. Procedimentos e formulários que identificam processo para liberação do produto que volta para o processo. Existe uma reunião mensal da Alta Direção que analisa a eficácia do controle de produto não conforme e os custos da qualidade? Minuta de reunião da Alta Direção, com a análise e ações em relação a eficácia do controle de produto não conforme, com evidência de monitoramento dos indicadores internos e externos (6 panel) da qualidade e o custo da qualidade (falhas internas, falhas externas, atividades de avaliação e atividades de prevenção). 144 ANEXO 14 – Página 4 REDUÇÃO DE RPN Existe um sistema efetivo para reduzir o risco de todos os processos de produção de maneira a reduzir os maiores valores do RPN? Um grupo multidisciplinar identificou e analisou (via Gráfico Pareto, etc.) as falhas ocorridas de qualidade (internas e externas)? Existem PFMEA para todos os processos de produção. As tabelas de pontuação para Severidade, Ocorrência e Detecção são usadas para estabelecer os valores apropriados de RPN. Valores de RPN válidos correlacionados com alguns problemas conhecidos (IQFs, etc). PFMEA disponíveis para todas as peças e todas as operações, especialmente de alto risco como etiquetação e retrabalho. Equipes multidisciplinares comprovadamente qualificadas são responsáveis pela revisão de PFMEA e coordenação das ações de redução do RPN? Agenda da equipe multidisciplinar ou outra evidência de atividades de redução do RPN. Abordagem pró-ativa para reduzir os maiores valores do RPN foram implementadas. Lista dos 5 maiores (Top 5) com planos de ações. Lista dos 5 maiores (Top 5) ou equivalente, gráficos de intervalos de redução de RPN (gráfico da faixa de RPN) ou equivalente e minutas da equipe multidisciplinar notificando as ações de melhoria e detalhes de finalização (frequência mínima mensal). Existe uma reunião mensal da Alta Direção que analisa a eficácia do trabalho pró-ativo de redução de RPN? Minuta de reunião da Alta Direção, com a análise e ações em relação a eficácia do trabalho pró-ativo de redução de RPN. Cartas e publicação de gráficos de intervalos de redução de RPN (gráfico da faixa de RPN ou equivalente). Identificação e rastreamento das falhas ocorridas de Qualidade com a lista dos 5 maiores (Top 5) e planos de ações. Notas das reuniões da equipe multidisciplinar, planos de ação e falhas ocorridas de Qualidade da lista dos 5 maiores (Top 5). Pontuações reais para Detecção no PFMEA foram desenvolvidas para cada RPN das falhas ocorridas. Pontuações atualizadas para Detecção no PFMEA. Atenção para a data de revisão da documentação de PFMEA para endereçar verificação a prova de erros das 5 maiores falhas ocorridas (top 5). Existe uma reunião mensal da Alta Direção que analisa criticamente o progresso do time e as maiores falhas? Minuta de reunião da Alta Direção, com a análise e ações em relação a eficácia dos trabalhos do time em relação as maiores falhas? Lista dos 5 maiores (Top 5), gráficos de rastreamento. SCORE / POTENTIAL 0 28 145 ANEXO 14 – Página 5 TREINAMENTO PADRÃO DO OPERADOR Há um sistema efetivo para definir o Há registros de treinamento de operador que documentem áreas específicas de conteúdo mínimo e rastreamento treinamento como segurança, retenção de para todos os novos operadores para registro da qualidade, medição, etc? uma operação e/ou para operadores com necessidade de reciclagem de treinamento? Instrutores verificam a qualidade, a uma freqüência, para garantir que todas as normas são atendidas. Instrutor ou funcionário equivalente audita o funcionário dentro do turno e novamente aproximadamente um dia depois. Instrutores verificam que as instruções de trabalho padronizadas são seguidas. TRABALHO PADRONIZADO Existe um sistema efetivo para desenvolver instruções de trabalho padronizadas (métodos e seqüência) para todas as operações? Revisões e datas de formulários concluídos para operadores trabalhando na área de produção. Procedimento para armazenamento e recuperação fácil de registros. Registro de treinamento, checklist de verificação do instrutor, documentação de qualidade do operador ou equivalentes. Novos operadores seguindo as Instruções de Trabalho padronizadas. Operações posteriores (Downstream) são notificadas sobre novos operadores? Identificador de novo operador, etiquetas, carimbos ou equivalente para demonstrar o produto realizado por um operador em treinamento. Registros de treinamento para treinamento em documentos de reciclagem de operador, dentro dos últimos três meses (quando não estiverem atuando no processo a mais do que 3 meses). Documentação, programação e formulários de rastreamento para reciclagem de treinamento para operadores. Registros que reflitam a situação de treinamento de cada operador publicado para cada operação. Tabela de treinamento/flexibilidade ou equivalente publicado para todas operações. Todos os operadores listados incluindo empregados complementares. Análise crítica das datas de treinamento e planilha de rastreamento de revisão de datas. Instruções de Trabalho Padronizadas são publicadas em todas as operações onde existem operadores humanos Análise crítica das instruções; deve incluir elementos de trabalho, caminho de trabalho do operador e tempo do ciclo de operação. Todos os operadores afetados são treinados para o uso das Instruções de Trabalho Padronizadas. Registros de Treinamento de Operador ou equivalente publicado a cada operação. Procedimento exige equipes multidisciplinares e melhoria contínua. Formulários de Instruções de Trabalho padronizadas: emitido por, datas de revisão, etc. ANEXO 14 – Página 6 SCORE / POTENTIAL 0 20 SCORE / POTENTIAL 0 12 146 AUDITORIA ESCALONADA Existe um sistema efetivo que verifique a documentação do processo de montagem/produção através de auditorias escalonadas? Há um procedimento para auditoria escalonada que exige verificação diária em todos os turnos de itens de alto risco (características usadas pelo cliente) efetuadas pelo operador ou inspetor? Há evidências e documentos de ações corretivas imediatas para nãoconformidades? Há um procedimento para auditoria escalonada que exige verificação diária das auditorias efetuadas pelo operador e dos documentos da qualidade efetuados por um líder? Há evidências e documentos de ações corretivas imediatas para nãoconformidades? Auditorias completas a uma freqüência diária e por turno, efetuada por um operador ou inspetor. Há um procedimento para auditoria escalonada que exige verificação semanal por um supervisor, dos documentos da qualidade? Há evidências e documentos de ações corretivas imediatas para nãoconformidades? Auditorias completas a uma freqüência semanal, efetuada por um supervisor. Há um procedimento para auditoria escalonada que exige verificação mensal por um gerente, dos sistemas de produção e dos documentos da qualidade? Auditorias completas a uma freqüência mensal, efetuada por um gerente. Há um procedimento para auditoria escalonada que exige verificação trimestral pela Alta Direção, do sistema de produção, incluindo processos relacionados a satisfação dos clientes? Auditorias completas efetuadas pela Alta Direção, trimestralmente, demonstrando sua avaliação dos sistemas de produção, documentação de qualidade, parâmetros de processo, sistemas e atividades de clientes. Adicionar os problemas de Auditorias Escalonadas ao sistema de Lições Aprendidas. Formulários de Lições Aprendidas Completados que reflitam os resultados de auditorias escalonadas, não-conformidades e lições aprendidas. Existe uma reunião mensal da Alta Direção que analisa criticamente o resultado e ações oriundas de auditorias escalonadas? Minuta de reunião de análise crítica com análise da eficácia do processo de auditoria escalonada. Auditorias completas a uma freqüência diária, efetuada por um líder. SCORE / POTENTIAL ANEXO 14 – Página 7 0 28 147 VERIFICAÇÃO DA PROVA DE ERRO Existe um sistema efetivo para verificar que os dispositivos a prova de erro/detecção usados na produção e montagem funcionam adequadamente? C.A.R.E. Existe um sistema para designar e inspecionar 100% ítens de satisfação do cliente? Procedimento que solicite o registro da verificação dos dispositivos a "prova de erro"/ detecção. Lista mestra de todos os dispositivos que previnem/detectam a produção ou montagem de produtos nãoconforme. Registro da verificação dos dispositivos no mínimo de uma vez por dia. Procedimento exige plano de reação e ação corretiva imediata quando dispositivo falha na verificação. Registro de verificação e formulários de ações corretivas. Existe uma reunião mensal da Alta Direção que analisa criticamente o resultado das verificações do prova de erros? Minuta de reunião da Alta Direção, com a análise da eficácia da prova de erros. Resultados negativos na verificação da prova de erro na Planilha de Rastreamento de Resposta Rápida, Auditorias Escalonadas, Formulários de Rastreamento de Verificação disponíveis. Procedimento implementado que requer inspeção 100% dos itens de satisfação do cliente identificados. Procedimentos incluem análise crítica de retornos de garantia, problemas ocorridos, RPNs altos, itens pass-through (percepção só no cliente da falha) e IQFs. O critério de entrada do CARE deve ser validado com o EQF (formalização por e-mail aceito pelo EQF) Lista de Auditoria de itens de satisfação do cliente, especialmente itens pass-through. E-mail ou equivalente da formalização das entradas do CARE. Procedimento exige reação imediata ao aumento dos índices de rejeição no CARE e/ou falhas no cliente. Os conteineres auditados estão identificados como produtos "CARE" ? Quando aplicável, as peças auditadas são identificadas, marcadas ou escaneadas? Registros de Inspeção do CARE e ligação com a resposta rápida. dentificação nas peças auditadas e conteiner. Existe uma reunião mensal da Alta Direção que analisa criticamente o resultado do CARE e ações oriundas deste trabalho? Minuta de reunião de análise crítica com análise da eficácia do CARE. ANEXO 14 – Página 8 SCORE / POTENTIAL 0 12 SCORE / POTENTIAL 0 12 148 LIÇÕES APRENDIDAS Existe um sistema efetivo para Procedimento de Lições Aprendidas e procedimento referentes a Lições capturar ou identificar informação Aprendidas. que irá apoiar a melhoria contínua para todas as operações/ processos? SCORE / POTENTIAL 0 12 SCORE / POTENTIAL 0 12 Formulário de Lição Aprendida. Melhoria Contínua, APQP, e checklist do time de redução do RPN ou notas. Arquivos eletrônicos ou documentação em papel que contenha formulários/registros de Lições Aprendidas concluídas. Formulários de Lições Aprendidas concluídas.Para garantir implementação; datas da análise crítica, listas de distribuição, e Lições Aprendidas publicadas. Procedimentos apropriados (Ação Formulários de Ação Corretiva Corretiva, Melhoria Contínua) exigem concluídas. Notas e agendas da análises críticas de Lições Aprendidas. equipe de Melhoria Contínua. Existe uma reunião mensal da Alta Direção Minuta de reunião de análise crítica que analisa criticamente o resultado das com análise da eficácia das lições ações corretivas e realimentação as lições aprendidas, incluindo riscos de aprendidas, incluindo os resultados e desenvolvimento e processo problemas de desenvolvimento (program produtivo 1 ou 2 (One Page Report Review – One Page Report) e do processo do Program Review e do PCPA). produtivo (PCPA – One Page Report)? 0 1 2 3 4 Nenhuma implementação: Ação Corretiva Requerida Plano de implementação escrito: Ação Corretiva Requerida IImplementada, mas não seguida: Ação Corretiva Requerida AMARELO: requisito implementado parcialmente Nota: Entre com a pontuação apropriada e tecle "enter". A cor correta irá aparecer na VERDE: requisito atendido ATENÇÃO!!! SE VOCÊ ENTRAR UM NÚMERO MAIOR QUE 4 O CAMPO G/Y/R IRÁ INDICAR UM ERRO coluna R/Y/G.