Jornal Valor --- Página 12 da edição "30/05/2012 1a CAD G" ---- Impressa por lmmorresi às 29/05/2012@16:36:09
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Quarta-feira, 30 de maio de 2012
Especial | Portos
LEONARDO RODRIGUES/VALOR
Projeto Amazônia tem potencial
para escoar soja do Centro-Oeste
Integração
com rios é
saída para
região Norte
Timóteo Camargo
Para o Valor, de Boa Vista
Os portos que compõem o Arco Norte - de Porto Velho, no rio
Madeira, a Itaqui, no litoral do
Maranhão - desenham uma parábola que tem ao centro a região
que mais produz grãos no Brasil.
Só o Mato Grosso colhe um terço
da soja nacional e a região Centro-Oeste responde por quase todo o excedente do grão exportado pelo país. O arco imaginário
aponta para os principais merca-
dos dos grãos brasileiros, que estão bem mais próximos da Amazônia do que dos atuais escoadouros nos portos de Santos e Paranaguá, a cerca de 2 mil quilômetros por terra.
Apenas a produção da região
Oeste do Mato Grosso é escoada
por portos do Arco Norte. A soja
vai de caminhão até Porto Velho
e embarca em barcaças que sobem o rio Madeira para ser exportada em navios maiores pelos
portos de Itacoatiara (AM) e Santarém (PA). Itaqui no Maranhão
Porto de Santarém (PA), que integra o Arco Norte, pode ser um escoadouro de grãos para o mercado externo
também embarca por ano cerca
de 2 milhões de toneladas de soja, mas atende principalmente as
regiões produtoras do Pará, Maranhão e Piauí. Em 2011, 3,2 milhões de toneladas de soja matogrossense foram embarcadas na
Amazônia, uma quantidade pequena diante da produção.
A Associação dos Produtores
de Soja e Milho de Mato Grosso
(Aprosoja) estima que nos próximos anos a produção de soja e
milho do Estado alcance um volume entre 40 a 50 milhões de to-
neladas/ano. “Esses portos são a
verdadeira vocação para o Centro-Oeste”, diz Carlos Fávaro, presidente da entidade, referência
aos terminais de Itacoatiara
(AM), Santarém, Itaituba, Santana, Outeiro, Vila do Conde (todos
no Pará) e Itaqui (MA).
A Aprosoja calcula que exportar pela Amazônia pode baratear
o frete de US$ 30 a US$ 60 por tonelada. Para chegar a Santos, cada tonelada de soja paga hoje cerca de R$ 250, percorre mais de 2
mil quilômetros em trens e cami-
nhões e enfrenta filas que podem
durar semanas. Mas a maioria dos
terminais amazônicos ainda está
a ver navios. A integração das fazendas com os portos emperra
em demandas antigas: pavimentação, manutenção e redimensionamento das rodovias para o tráfego de veículos pesados; a conexão das estradas com a Ferrovia
de Integração do Centro-Oeste e a
abertura das hidrovias de Teles Pires-Tapajós e Araguaia-Tocantins.
Governos e iniciativa privada tocam investimentos grandes, mas
tímidos diante do potencial do setor. “A esperança é que ao estabelecer uma nova possibilidade, com
vantagens para o produtor, isso se
torne um mecanismo de pressão
para que esses investimentos
saiam do papel”, diz Carlos José
Ponciano da Silva, presidente da
Companhia Docas do Pará (CDP).
No meio do Arco Norte, o Porto
de Santarém tem a possibilidade
de atender a várias áreas produtoras, inicialmente por meio da
BR-163 e pelas barcaças que vêm
de Porto Velho. O porto conta
com um terminal da Cargill Agrícola, que movimenta cerca de 1
milhão de toneladas/ano. Um novo terminal de granéis sólidos de
origem vegetal será construído. A
obra já está aprovada pela Antaq
e o todo o projeto tem o custo
previsto em R$ 170 milhões, alocados no PAC.
O Porto de Itaituba, às margens do rio Tapajós, tem hoje 12
empresas interessadas em instalar terminais para carregar barcaças com grãos do Mato Grosso.
A CDP trabalha com um grande
projeto para o Porto de Outeiro,
na região de Belém. A capacidade
prevista é de 18 milhões de toneladas/ano, superando Santos e
Paranaguá. O Porto de Itaqui
(MA) terá a capacidade ampliada
para 5 milhões de toneladas/ano
a partir do fim de 2013, segundo
a Emap (Empresa Maranhense de
Administração Portuária).
Caminho das águas tem potencial pouco aproveitado
De Boa Vista
Quatro grande rios com potencial para a movimentação de
carga cruzam a região de influência da soja mato-grossense,
no sentido Sul-Norte: Madeira,
Teles Pires-Tapajós, Araguaia e
Tocantins. Em 2011 todos os
grãos escoados pela Amazônia
chegaram a um terminal exportador pelo rio Madeira. As vanta-
gens da integração água-água levaram empresas privadas, como
o grupo André Maggi e a americana Cargill, a explorar terminais
de grãos em Itacoatiara e Santarém, respectivamente.
O potencial das outras duas hidrovias é ainda maior. Hoje o setor de grãos faz planos contando
primeiro com a adequação das
rodovias longitudinais, como a
Belém-Brasília (BR-153) e a Cuia-
bá-Santarém (BR-163). O Movimento Pró-Logística, presidido
pela Aprosoja, prevê que até
2014 cerca de 150 mil carretas
trafeguem pela BR-163, só em
Mato Grosso. A longo prazo, as
hidrovias podem substituir o
transporte dessas vias, e a integração por terra passaria a ser no
sentido Leste-Oeste.
“É uma dádiva divina ter rios
cortando a produção de grãos do
Estado. Só (rio) Mississipi (EUA) e
seus afluentes transportam mais
de 600 milhões de toneladas/ano. O Brasil desperdiça essa
vocação”, afirma Carlos Fávaro,
presidente da Aprosoja.
As estradas Norte-Sul atendem a
regiões produtoras específicas e
vão direcionar os grãos para os
portos mais próximos. A safra do
vale do Araguaia chega aos portos
de Itaqui, Outeiro e Vila do Conde
pela BR-158. Santarém pode receber grãos produzidos na região de
influência da BR-163; e Itacoatiara,
a carga do Oeste movimentada pelo Madeira. As hidrovias permitiriam ao produtor escolher o terminal mais adequado.
Um exemplo é interesse despertado pelo Porto de Itaituba. O
rio Tapajós é navegável num trecho de 345 quilômetros entre São
Luís do Tapajós e Santarém. A hi-
drovia do Teles Pires-Tapajós tem
mais de 1500 quilômetros de extensão e potencial para ser o principal corredor logístico de grãos
no Centro-Oeste. A área de abrangência da hidrovia tem a previsão
de dobrar a produção de grãos
nos próximos 20 anos, passando
dos atuais 18 milhões de toneladas para 36 milhões, aproveitando as pastagens degradadas, segundo a Aprosoja. (TC)
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Integ ração com rios é saída para região Norte