Prof.ª Patrícia Viana “ Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina” Morte e Vida Severina, João Cabral de Texto 1 Melo Neto Texto 2 1. É possível identificar intertextualidade, analisando os textos I e II, embora seja um diálogo entre arte plástica e um texto em verso. Assina a alternativa que demonstra esse diálogo, utilizando como “elo”, um movimento de vanguarda que “incendiou” a Europa no início do século XX. Futurismo: Desvalorização da tradição e do moralismo; a) O Futurismo, de Marinetti, defendeu uma poesia baseada essencialmente na coragem. -Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico; -- Propaganda como principal forma de comunicação; propósito da arte cubista promover a de b) O Cubismo, que o Opoema, por exemplo, reduz-seera a uma recessão -Uso de onomatopéias (palavras com que imitam decomposição, fragmentação e a sonoridade geometrização anotações sem relacionamento causala visível. ruídos, vozes,Os sons de objetos) nas na poesias; das formas. artistas apostaram simultaneidade -Poesias com uso de frases fragmentadas passar a de visualizações permitidas a partir da análise para de um idéia deisto velocidade; O expressionismo foi arte um movimento artístico que da c) caracterizado pela criada osob impacto X O Expressionismo, objeto, é, o mesmo poderia ser sob visto vários -ângulos, Pinturas com usosuade cores e contrastes. surgiu no da final do interior. século XIX e iníciovivas do século XX expressão, mas da expressão vida embora totalidade pudesse ser Sobreposição de imagens, do traços e pequenas como uma reação à objetividade impressionismo, inteiramente preservada. deformações ideia movimento características que ressaltavam d) O Surrealismo, apresentando dizendo querefere apara arte pura verdadeira viriaa do e No que se aopassar campoea das artesdeliterárias, dinamismo; subjetividade. A visão expressionista suas subconsciente do artista. instaura-se uma fragmentação da aencontra realidade por O surrealismo procura expressar ausência de fontes na linguagem defesa à retratada expressão do irracional, dos meio da uso de palavras humana aspelo manifestações Oracionalidade Concretismo começa a edespontar no Brasil com do a e) Do Concretismo, explorando os aspectos auditivo e visual no papel. impulsos e das paixões individuais. No publicação Noigandres pelos três Décio dispostas daderevista maneira simultânea, nopoetas: intento de subconsciente. expressionismo, nãoCampos há pelas uma preocupação em Pignatari, Haroldo de e Augusto de Campos. formar uma imagem. Os surrealistas deslizam águas mágicas da relação à objetividade da expressão, mas sim, com ae Porém, fixa-se desprezando no Brasil com a a Exposição Nacional de Arte irrealidade, realidade concreta Concreta, em 1956, no Museu de Arte e Moderna de dos São exteriorização da individual subjetiva mergulhando na reflexão esfera da absoluta liberdade de Paulo. artistas. expressão, movida pela energia que emana da As poesias concretas trazem novas formas de expressão: psique. valorização da forma e da comunicação visual, Céu repleto de cores quentes. Rio com cores frias. Que sobe acima do horizonte. Datada de 1893, representa uma figura andrógena num momento de desespero existencial. Também possui cores frias. AZUL: angústia e dor. SEM CABELO: estado de saúde precário. O pano de fundo é a doca de Oslo ao pôr-do-Sol. “ Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas, e iguais também porque o sangue que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina” Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto 2. Observe a tira e, em seguida, analise as afirmativas que são atribuídas a ela. a) Percebe-se o uso constante da língua portuguesa padrão, sem perspectiva de sofrer qualquer tipo de variação linguística. X b) O exercício do coloquialismo na linguagem na primeira fala do personagem, demonstra solecismo gramatical. c) A moral da história é que a união sempre faz a força. d) Segundo o entendimento da tirinha deve-se subestimar a força de um só homem. e) O vocábulo “cada” , no segundo quadro, apresenta valor adverbial. Cálice Chico Buarque Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice Pai! Afasta de mim esse cálice De vinho tinto de sangue Como beber dessa bebida amarga Tragar a dor e engolir a labuta? Mesmo calada a boca resta o peito Silêncio na cidade não se escuta De que me vale ser filho da santa? Melhor seria ser filho da outra Outra realidade menos morta Tanta mentira, tanta força bruta A letra da música “Cálice”, composta por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973, expõe a realidade do regime militar nas entrelinhas. Com a intenção de informar, através da arte, sobre um período marcado pela degradação humana, os autores utilizam o poder da palavra, aliado à criatividade artística, como instrumento de combate a uma outra forma de poder 3. Desde a Antiguidade já se produziam textos cujo objetivo era registar, documentar, provocar reflexões sobre aspectos políticos, econômicos, religiosos e sociais. Nessa composição de Chico Buarque, linguística e semanticamente percebe-se corretamente: a) que há uma intenção político-social, evidenciando um determinado período histórico brasileiro. b) o uso da linguagem metafórica prejudica, através do vocábulo “cálice”, o entendimento, por parte do leitor (ou ouvinte), com relação a presença de valores humanas e sociais. c) “Cálice” deve se percebido semanticamente como um objeto que se usa, tão somente, para beber vinho. d) A repetição do vocábulo “Pai” no início dos primeiros versos, representa o recurso estilístico denominado de anástrofe. e) Entende-se pela expressão: “De vinho tinto de sangue”, que o sofrimento é Xapenas de âmbito pessoal.