Espiritualidade do
Catequista
Guimarães
27 de Outubro de 2007
Espiritualidade e Religião

Maria Zambrano: o homem é um ser
carencial, que tem sempre de resolver
necessidades, de vária ordem, tendendo
para uma plenitude.
(Cf Maria ZAMBRANO, A metáfora do coração e outros escritos, Assírio
& Alvim, Lisboa 1993)
Pirâmide das Necessidades - Maslow
Pirâmide das Necessidades - Maslow
Carencial, mas não só…

O ser humano é um ser carencial, mas
isto não o descreve totalmente, porque
além de carente é capaz de, através do
seu “engenho e arte”, resolver um
quadro de necessidades, ainda que de
modo provisório ou não…
Necessidades espirituais e
resposta cultural

As necessidades de ordem espiritual
emergem da interioridade da pessoa,
embora se articulem em cada contexto
de acordo coma cultura e as tradições
do lugar onde a pessoa se encontra.
Necessidades espirituais e
resposta cultural

A dimensão espiritual do ser humano é
a que lhe permite ver para além de si
mesmo, é a capacidade de
transcendência, de ter esperança, de
abertura ao futuro e consciência da
própria finitude.
Necessidades espirituais e
resposta cultural

A espiritualidade não se pode
considerar uma necessidade artificial,
pois encontra-se em todas as culturas,
embora tenha expressões diferentes
em cada uma delas.
Espiritualidade e Religião

Religião – Capacidade de perceber, organizar
e expressar as questões espirituais em torno
de um princípio organizador coerente,
normalmente chamado deus – com um corpo
doutrinal concreto.

Se todo o ser humano tem espiritualidade,
pode não ter religião reconhecida.
Espiritualidade e Religião
As culturas sempre procuraram dar
resposta a esta necessidade.
 Enquadram-se aqui as religiões pagãs,
o modo como se expressam as
reveladas e as naturalistas
 Mesmo as culturas laicas, fenómeno
modernistas, têm uma «religião
invisível»(Peter Berger)

Espiritualidade
 Os
conteúdos da vida espiritual
referem-se:
 Ao
sentido da vida
 Aos valores
 Às crenças
Religião

Os conteúdos da vida religiosa
integram ainda:
Exigência da fé em Deus
 Comunidade de referência
 Descentrar da pessoa. O centro é Deus
 Simbólica:

 Oração
 Rito
Um catequista ao Serviço da
Iniciação Cristã
Para que haja iniciação cristã é
preciso um iniciador, chamado
catequista, que é a alma da
catequese. Aquele que é
“chamado a ‘ensinar Cristo’
deve, portanto, antes de mais
nada, procurar ‘esse lucro
sobreeminente que é o
conhecimento de Jesus Cristo’.
Um catequista ao Serviço da
Iniciação Cristã
Tem de ‘aceitar perder tudo (...)
para ganhar a Cristo e
encontrar-se n’Ele’ e ‘conhecêLo, a Ele, na força da sua
ressurreição e na comunhão
com os sofrimentos, conformarse com Ele na morte, na
esperança de chegar a
ressuscitar dos mortos”(CCE
428).
Chamado por Deus, na
Comunidade, a segui-Lo
O catequista é alguém chamado por Deus,
vocacionado; que acredita no Senhor, com
uma fé profunda; e consciente do seu ser
Igreja, com uma clara identidade eclesial.
Chamado por Deus

Com uma fé
profunda
Porque é chamado a
ser educador da fé,
o catequista deve
possuir, antes de
mais, uma profunda
vida de fé

Clara identidade
eclesial
A clara identidade
eclesial provém de
uma clara adesão
a Jesus Cristo e do
seguimento do
Senhor.
O catequista existe para…
para transmitir a Fé
Enviado pela Comunidade

O catequista realiza a sua missão no âmbito
da Comunidade e por mandato desta, pois a
catequese é uma responsabilidade de toda a
comunidade cristã.

a “catequese tem sido sempre e continuará a
ser uma obra pela qual toda a Igreja se deve
sentir e mostrar responsável” (CT16). Além
do mais a comunidade cristã, a Igreja, é
origem e meta da catequese, além de
conteúdo de fé.
Com Preocupação missionária

A situação que nos toca viver, com a
situação adversa à fé, pede que a
Igreja exerça duas acções
simultâneas no campo catequético:
a acção missionária e a catequese
de iniciação
Ao serviço da Palavra, como
testemunha

O catequista desempenha um ministério
que é o serviço da Palavra. Deve guiar o
itinerário de conversão daqueles que, tendo
descoberto Jesus Cristo, querem continuar
a descobrir a graça da fé, até alcançar a
plenitude da vida cristã.

Para conseguir este objectivo, deve, cada
catequista, para além de ter percorrido o
itinerário de iniciação cristã, estar imbuído
da experiência mística proveniente do
contacto assíduo e orante com a Palavra de
Deus
Para fazer discípulos, numa
Igreja sempre renovada


A finalidade da acção do catequista consiste
em acompanhar o catequizando ou
catecúmeno num processo de conversão,
em ordem a favorecer uma profissão de fé
viva, explícita e actuante; ou seja, fazer
discípulos de Jesus Cristo.
Os catequistas prestam um serviço eclesial
ao serem agentes de transmissão da fé e,
por consequência, edificadores da Igreja,
onde está presente o Mistério de Deus
Espiritualidade Teologal
A espiritualidade do catequista deve ter
também
como
fundamento
o
desenvolvimento da vida teologal,
percebida e configurada a partir da
missão de catequizar.
É que o apostolado “exercita-se na fé, na
esperança e na caridade, virtudes que
o Espírito Santo derrama no coração de
todos os membros da Igreja”(AA 3).
Espiritualidade Teologal
As virtudes humanas, as
qualidades de cada pessoa,
radicam nas virtudes teologais,
que adaptam as faculdades do
ser humano à participação na
natureza divina.
Espiritualidade Teologal
De facto, “as virtudes teologais
referem-se
directamente
a
Deus e dispõem os cristãos
para viverem em relação com a
Santíssima Trindade. Têm Deus
Uno e Trino por origem, motivo
e objecto”(CCE 1812).
Acredita, por isso anuncia
A fé é a virtude teologal pela
qual cremos em Deus e em
tudo o que Ele disse e revelou,
e que a Igreja transmite(Cf CCE
1814).
Acredita, por isso anuncia
A fé do catequista é alimentada
quotidianamente com o
Evangelho, uma vez que a sua
missão consiste em transmitir
os aspectos fundamentais do
Mistério cristão, tal como a
Igreja o apresenta e é comum
a todo o cristianismo(GCM 15).
Dá razões da sua esperança
A esperança é a virtude teologal
pela qual desejamos o Reino dos
Céus e a vida eterna como nossa
felicidade, por isso pomos toda a
nossa confiança nas promessas de
Cristo, apoiados não nas forças
humanas, mas na acção do Espírito
Santo(Cf CCE 1817).
Conhece o Senhor, acredita no
Amor
A caridade é a virtude teologal que
torna o cristão capaz de amar a
Deus sobre todas as coisas por Ele
mesmo, e ao próximo como a nós
mesmos, por amor de Deus(Cf CCE
1822). A caridade do catequista
orienta-se para Deus, dando-O a
conhecer aos irmãos.
A Alegria de anunciar a Boa
Nova
A alegria e o gozo do anúncio da Palavra e
do Evangelho de Jesus Cristo são
características próprias da espiritualidade do
catequista. É precisamente a alegria do
catequista, como gozosa participação na vida
do Espírito, a demonstração mais evidente de
que a Boa Nova que anuncia encheu o seu
coração.
Trabalho de grupo
O
que é espiritualidade?
 Como promovo a minha
espiritualidade?
 Dificuldades?
 Sucessos?
Espiritualidade do
Catequista
Guimarães
27 de Outubro de 2007
Qualidades a potenciar
Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo;
 São levadas por valores. São idealistas;
 Têm capacidade de encarar e utilizar a
adversidade;
 São holísticas (capacidade de ver a relação
entre coisas diversas);
 Celebram a diversidade;

Qualidades a potenciar
Têm independência (capacidade de lutar
contra as convenções);
 Perguntam sempre “porquê”?
 Têm capacidade de colocar as coisas num
contexto mais amplo;
 Têm espontaneidade;
 Têm compaixão.

Zohar, Danah e Ian Marshall, Inteligência Espiritual, ed. Sinais de Fogo, Lisboa 2005.
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