OSTEOARTROSE
O
que
é?
A
osteoartrose
é
a
doença
mais
prevalente
da
raça
humana
afectando
10%
da
população
dos
países
desenvolvidos.
É
também
a
patologia
reumática
mais
frequente
sendo
que,
aos
70
anos,
100%
da
população
tem
alterações
nas
radiografias
compatíveis
com
a
sua
existência
e
85%
tem
sintomatologia.
É
uma
doença
de
natureza
degenerativa,
que
envolve
toda
a
articulação,
e
que
tem
como
ponto
de
partida
a
cartilagem,
o
osso
subcondral
ou
a
sinovial,
resultando
de
um
desequilíbrio
entre
os
mecanismos
de
destruição
e
reparação
destas
estruturas.
Quem
corre
o
risco
de
sofrer
esta
doença?
A
sua
incidência
aumenta
com
a
idade,
sendo
rara
antes
dos
40
anos.
Outros
factores
que
parecem
contribuir
para
o
desenvolvimento
de
osteoartrose
são
o
excesso
de
peso,
a
sobrecarga
articular
excessiva
(desportistas
ou
esforços
repetidos)
e
uma
história
traumática
ou
de
inflamação
articular
prévia.
Qual
a
sua
causa?
A
osteoartrose
pode
ser
de
causa
primária
(idiopática)
ou
secundária.
Designamos
por
primária
ou
idiopática
quando
a
causa
não
pode
ser
determinada
ou
não
há
factor
de
risco
determinante
e
secundária,
se
ocorre
como
consequência
de
uma
sobrecarga
articular
e/ou
afecção
articular
prévia.
Geralmente
a
osteoartrose
é
multifactorial,
não
se
encontrando
apenas
uma
causa
implicada
nesta
cascata
de
eventos
que
resultam
nos
aspectos
patológicos
característicos
da
doença.
A
co‐existência
de
múltiplos
factores
de
risco
determina
a
capacidade
da
articulação
se
manter
saudável
e
auto‐reparar
pois,
quanto
maior
o
número,
o
risco
torna‐se
exponencial
no
desenvolvimento
da
osteoartrose.
Quais
são
os
sintomas
mais
comuns?
A
osteoartrose
pode
afectar
uma
articulação
(por
exemplo
os
joelhos,
as
ancas,
etc…),
um
conjunto
de
articulações
(pequenas
articulações
das
mãos,
etc…)
ou
vários
grupos
articulares,
assumindo
neste
caso
a
designação
de
osteoartrose
generalizada.
A
evolução
clínica
da
osteoartrose
é
geralmente
insidiosa,
embora
possa
ter
períodos
de
agudizações,
tipo
surto.
Os
doentes
referem
tipicamente
uma
dor
que
melhora
com
o
repouso
e
agrava
com
movimento,
com
sensação
de
rigidez
matinal
(“prisão
de
movimentos”)
inferior
a
30
minutos.
As
localizações
mais
frequentemente
acometidas
são
as
chamadas
“articulações
de
carga”
:
joelhos
(assumindo
a
designação
de
gonartrose),
as
coxofemorais
(coxartrose)
e
as
articulações
da
coluna
(espondilartrose).
O
que
acontece
ao
longo
da
evolução
da
doença?
Como
já
foi
referido,
tradicionalmente
a
osteoartrose
evolui
de
forma
insidiosa,
embora
possa
ter
períodos
de
agudização,
com
algum
grau
de
inflamação
articular.
Com
a
evolução
da
doença
podemos
encontrar
crepitações
(“estalidos”)
na
articulação,
restrição
de
movimentos,
sensação
de
bloqueio
articular,
perda
do
normal
alinhamento,
deformidade
das
articulações
e
atrofia
dos
músculos
adjacentes.
Como
se
trata?
O
tratamento
deve
assentar
em
4
objectivos
principais:
a
educação
do
doente
sobre
a
sua
condição,
redução
dos
sintomas,
optimização
e
manutenção
da
função
e
prevenção
ou
retardamento
da
progressão
da
doença.
A
terapêutica
farmacológica
usada
para
a
redução
dos
sintomas
inclui
os
analgésicos
e
anti‐
inflamatórios
(AINE),
sendo
o
paracetamol
o
fármaco
de
1ª
linha.
O
recurso
aos
AINE
deve
ser
limitado
aos
períodos
de
agudização
ou
quando
o
paracetamol
é
insuficiente.
Por
vezes,
nos
casos
mais
dolorosos,
pode
haver
necessidade
de
recorrer
a
analgésicos
mais
fortes
como
a
codeína
ou
o
tramadol.
Os
AINE
tópicos
e
a
capsaicína
podem
ser
uma
solução
quando
há
intolerância
à
toma
oral
destes
fármacos.
No
sentido
de
actuarem
como
retardadores
da
progressão
da
doença,
estão
actualmente
aprovados
para
o
tratamento
da
osteoartrose
o
sulfato
de
glucosamina
(na
dose
de
1500
mg)
e
o
sulfato
de
condroetina
(1200
mg).
Em
casos
particulares
pode
haver
necessidade
de
realizar
uma
terapêutica
intra‐articular.
As
injecções
intra‐articulares
são
geralmente
de
corticosteróides
(nos
surtos
que
não
respondam
a
AINE)
ou
de
ácido
hilaurónico
(a
chamada
viscossuplementação).
Recordar
a
importância
do
repouso
nos
surtos,
a
perda
de
peso
e
a
prática
de
exercício
físico
regular
fora
das
crises.
Por
vezes
é
necessário
o
recurso
a
ortóteses
(canadianas,
etc…)
e
aparelhos
ortopédicos
ou
tratamentos
de
fisioterapia.
Nos
casos
mais
severos,
a
abordagem
cirúrgica
pode
ser
a
solução,
com
lavagem
e
desbridamento
da
articulação,
osteotomias
e
colocação
de
prótese
articular.

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