O PROCESSO DE TRABALHO E A INTEGRALIDADE DO CUIDADO NAS ESFs DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU Rafaela Westphal 1 Vilma Margarete Simão Resumo Este estudo tem como objeto de investigação a Integralidade do cuidado no processo de trabalho das Equipes de Saúde da família no município de Blumenau, tendo como objetivo identificar se o processo de trabalho de trabalho desenvolvido nas Unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Blumenau possibilita a aplicação do princípio da integralidade do cuidado da política nacional de humanização, superando o modelo biomédico e praticando assistência integral a saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com o uso do método de estudo de caso. Os dados foram coletados por meio dos instrumentos de entrevista semiestruturada, observação sistemática e análise de documentos oficiais. Introdução Em qualquer processo de trabalho, há três questões envolvidas: finalidade, organização do trabalho e gestão do processo. Na organização de um trabalho, está presente a divisão como processo de trabalho e, enquanto tal é uma atividade orientada para um determinado fim. Ou seja, "os elementos simples do processo de trabalho são a atividade orientada para um fim ou o trabalho mesmo, seu objeto e seus meios. Quanto mais complexa for a transformação da matéria-prima ou objeto em um produto/resultado, maior será a quantidade de instrumentos necessários para se atingir o resultado. Assim, é o tipo de matéria-prima/objeto e a finalidade do produtor que mediarão à complexidade dos procedimentos. Então, num mesmo processo de trabalho, podemos encontrar distintas funções a serem desempenhadas, podendo ser desenvolvido por um grupo de pessoas associadas com o objetivo de cooperação no processo de feitura de um objeto/resultado com valor-de-uso. Definindo o que ele entende por cooperação, Karl Marx (2005, p. 378a) diz: “chamase cooperação a forma de trabalho em que muitos trabalham juntos, de acordo com um plano, no mesmo processo de produção ou em processos de produção diferentes, mas conexos”. Contudo, a cooperação entre trabalhadores só é possível quando, juntos, conseguem materializar as condições de trabalho. Com a reunião, num mesmo local, de vários 1 Fundação universidade Regional de Blumenau, Rua Antônio da Veiga, 140 - Itoupava Seca Blumenau - SC, 89012-900. Centro de Ciências Humanas e da Comunicação. Departamento de Serviço Social. Email: [email protected] fone: 99681877 ou 99441336. 2 trabalhadores, possuidores das condições mínimas objetivas de trabalho, é possível desenvolver um trabalho com a participação de todos no processo, na gestão e no resultado. Se pensarmos numa unidade de Estratégia de saúde da Família (ESF), logo teremos um grupo de produtores (profissionais da saúde + usuários) de saúde, e este grupo de produtores é que determinará as condições da produção da saúde. Assim, poderão estar sob o “comando” do Estado, mas, com possibilidade de um processo de trabalho desenvolvido autonomamente com a participação de toda a população usuária, dirigidos pela cooperação. Contudo, se é um grupo de produtores da saúde, o trabalho não será desenvolvido por apenas um; e quanto mais complexo o processo de trabalho, maior será a exigência de cooperação. Então, neste caso, teremos a presença do trabalhador coletivo, da cooperação voluntária e, de forma indispensável, uma gestão participativa, autogerida pelo grupo de produtores da saúde. Quando uma ESF com uma equipe que atende o princípio da integralidade do cuidado 2, será desenvolvido um processo de trabalho com divisão de tarefas entre o grupo de pessoas; ao mesmo tempo estará sendo reconstituída a cooperação como um dos sustentáculos da produção da saúde, pois, o trabalho será desenvolvido por trabalhadores que querem atuar de modo associado ou com uma cooperação voluntária, havendo então interdependência dos saberes no desenvolvimento do processo de trabalho. Para ser possível a materialização do resultado do trabalho na finalização de um serviço, cada um fará uma parte do processo, decorrendo na existência de um trabalhador coletivo. O conceito de integralidade do cuidado passou a ser implementado a partir Constituição Federal, onde discutiu-se seus princípios, a integralidade de assistência configurou-se como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema. Considerando o entendimento constitucional de integralidade, para ser possível a integralidade do cuidado são imprescindíveis diferentes ações, desde as mais básicas as mais complexas. Porém, para a efetivação da integralidade do cuidado é emergente a renúncia de uma caótica divisão social e fragmentação do trabalho em saúde. A articulação exige integração entre diferentes setores e segmentos da saúde. É fundamental o desenvolvimento de um trabalhador coletivo da saúde, desenvolvido por meio da prática multi e trans-disciplinar, construindo qualidade real da atenção individual e coletiva aos usuários do sistema de saúde. Todavia, concebendo a saúde como bem- estar 2 De acordo com Heidegger, o cuidado como ser do ser-aí é formalmente definido como o “anteceder-se a si mesmo por já ser junto aos entes que vêm ao encontro dentro do mundo” (In FLORES, 2009, p. 23). 3 completo, [...] as ações de promoção da saúde devem ser empreendidas por meio de um movimento articulado de políticas sociais que respondam aos problemas dos grupos populacionais (MACHADO, p.336, 2007) de modo equitativo. Então, a promoção da saúde extrapola o trabalho de equipe multiprofissionais de saúde, contudo, é ela a que mais tem condições subjetivas para despertar e articular as demais políticas sociais. Para superar o processo de trabalho que tem a consulta médica (seguidas de exames e cuidado de especialistas) como, praticamente, o único instrumento de trabalho e, ao mesmo tempo, construir a atenção integral é preciso que os elementos do processo de trabalho integrem atividades de: promoção à saúde, prevenção dos fatores de risco, assistência aos danos e reabilitação segundo a dinâmica do processo saúde-doença, articulação e integração em todos os espaços organizacionais do sistema de saúde; “[...] participação ativa da população na leitura e reflexão crítica de sua realidade, das estruturas socioeconômicas como constituintes de acessos na busca por condições humanas dignas; corrigir a tendência de um agir em saúde fragmentado e desarticulado, embasado em uma postura autoritária, verticalizada de imposição de um saber científico descontextualizado e inerte dos anseios e desejos da população no tocante a sua saúde e condições de vida; Necessidade da mudança a partir da formação das políticas públicas de saúde, dos serviços, suas práticas; profissionais de saúde defendam um modelo de atenção à saúde pautado no princípio da integralidade de forma que o relacionamento com o usuário/família seja profissional e sujeito e não profissional e objeto; desenvolvimento de um pensar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações transformadoras que levem o indivíduo a sua autonomia e emancipação enquanto sujeito histórico e social capaz de propor e opinar nas decisões de saúde para o cuidar de si, de sua família e da coletividade”. (MACHADO, p.338, 2007). Metodologia A proposta metodológica é estudo de caso construído em dois momentos distintos e complementares. No primeiro momento foi realizado estudo da documentação oficial existente na Unidade de saúde e observação sistemática do processo de trabalho desenvolvido na unidade e no segundo, aplicação de entrevistas semi-estruturada com os profissionais da ESF. Após a sistematização dos dados, foi organizado dois roteiros de entrevista os quais foram aplicados com usuários e conselheiros de saúde da ESF do bairro Garcia. No momento esta sendo realizada analise dos dados com uso do método de analise hermenêutico-dialética. Quanto à natureza, trata-se de um estudo teórico-empírico onde além da utilização de dados secundários, foi realizada coleta dados primários em pesquisa de campo e o tratamento 4 dos dados é qualitativo. Quanto aos fins caracteriza-se como pesquisa exploratória, pois possui a finalidade de identificar se o processo de trabalho desenvolvido nas Unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Blumenau possibilite a aplicação do princípio da integralidade do cuidado da política nacional de humanização, superando o modelo biomédico e praticando assistência integral a saúde. Para análise dos dados, foi levado em consideração: palavras utilizadas repetidamente, o contexto no qual a informação foi obtida, concordâncias entre as opiniões dos entrevistados, respostas dadas em função de experiências pessoais de maior relevância do que impressões vagas, ideias principais, dificuldades de compreensão das perguntas feitas, entusiasmos, dificuldades no enfrentamento de desafios, etc. As categorias de análise são: processo de trabalho, cooperação voluntária, trabalhador coletivo, autonomia, participação, saúde entendida como bem estar completo, sujeito histórico e participação. O universo desta pesquisa são as ESFs constituídas no município de Blumenau e que possuem atividades do PET-Saúde. Para a definição da amostra foi escolhida a ESF que tem maior número de linhas no PET-Saúde em desenvolvimento na unidade de ESF. No caso é a ESF Marco Francisco Barth, da rua Rui Barbosa do bairro Garcia. Para escolha dos usuários da ESF foi utilizado o critério de tempo de uso do serviço, participação nas atividades de grupo e patologia. 1-INTEGRALIDADE DO CUIDADO MEDIANDO O PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE De acordo com a Constituição Federal de 1988, possui entre os principios a integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos, curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema. Levando em conta o entendimento Constitucional de integralidade, para ser possível a integralidade do cuidado são imprescindíveis diferentes ações, desde as mais básicas as mais complexas. A articulação exige integração entre diferentes setores e segmentos da saúde. Desta forma, compreende-se que a visão integral do sujeito consiste em olhar para ele como um sujeito autônomo portador de uma história, e portador de direitos. E ainda 5 desfragmentar a visão da patologia para uma compreensão bio-psicosocial, que foi conquistada a partir da VIII conferencia Nacional de saúde. 3 O modelo biopsicossocial compreende em reconhecer o individuo e sua demanda de saúde ou doença como um ser humano não somente biológico, mas, também psicológico e social. O ser humano carrega dentro de si demandas emocionais e sociais que podem ser determinantes de sua condição de saúde. Cabe, a rede de atenção Primária cuidar dele, dentro da Rede de Atenção a Saúde. -RAS, e acompanhá-lo em sua trajetória nos diversos níveis de cuidado pelo qual o mesmo possa perpassar. A integralidade do cuidado, não permite que as ações e o acompanhamento em relação ao sujeito seja fragmentada e sim que visa o diálogo entre as redes verticais de cuidado, que as informações não se limitem a cada esfera do cuidado, mas que as mesmas acompanhem o sujeito de forma integral.( MENDES, 2011, p. 82). 1.1. Concepção dos profissionais sobre integralidade do cuidado em saúde A partir das analises realizadas das transcrições das entrevistas abstrai-se a concepção que os profissionais de saúde da unidade básica possuem em relação ao conceito de integralidade e como este é trabalhado no cotidiano dos profissionais. Quanto ao conceito de integralidade verifica-se falta de clareza por parte dos profissionais quanto ao referencial teórico. integralidade eu entendo como um todo do trabalho, é as funções o cotidiano do dia a dia, não é (pausa) como eu vou te explicar? (silencio) a rotina diária (A) integralidade pra mim seria agente conseguir abranger a família interira, todas as faixas etárias e a maior abrangência de tratamento possível. Não só atenção primária, mas, também atendimento já de doença. Tratamento e prevenção de comorbidade, que seria, prevenção, primária, secundária, terciária (mais em nível de hospital) (S. S.O) Dentre todas as entrevistas realizadas com a equipe de saúde percebe-se que os profissionais não possuem a clareza do que é a integralidade do cuidado. Somente a profissional que segue abaixo (enfermeira) conseguiu responder adequadamente. A profissional destacou a visão bio psicossocial que deve ser levada em consideração no atendimento dos usuários. Integralidade é ver o individuo na totalidade, todos os níveis, emocional, social, patológico; vendo a doença da pessoa, e todos os níveis dele né ele 3 Realizada em 1986, marcada pela luta da população por melhores condições de saúde, implantação de um sistema único de saúde universal e equitativo e controlado pela sociedade através dos conselhos de saúde, e reconhecimento da saúde enquanto direito cidadão. 6 nãoé um segmento, ele, as vezes não é só aquela queixa que ele ta verbalizando, muitas vezes por traz disso tem outros problemas que fazem com que ele esteja nessa situação de vulnerabilidade. Para mim, integralidade é ver o indivíduo de cima em baixo, nas três etapas: social, emocional e patológico. (S.K.P) Quanto à ausência de informação e desconhecimento das políticas, e principios do SUS fica latente uma questão a ser discutida, os profissionais de saúde estão preparados para trabalhar nas unidades de saúde junto a população? De acordo com as entrevistas, estes não receberam nenhuma orientação ou capacitação quando iniciaram seu trabalho na unidade. No entanto, acontecem capacitações direcionadas aos profissionais de saúde, e estas são fornecidas pelo município, acontecem periodicamente, porem os temas abordados não trabalham os principios e diretrizes do SUS, mas sim campanhas nacionais ou assuntos relacionados as rotinas diárias. É dever dos gestores capacitar teoricamente seus funcionários públicos para as áreas afins ou dever do profissional estar capacitado para ocupar devido cargo na área pública? 1.2. Referência e contra-referência Para discutir a necessidade das referencias e contra-referencias na perspectiva do cuidado integral é fundamental conhecer as redes de atenção em saúde- RAS. As redes de atenção à saúde são definidas como “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado” Objetivam-se por uma integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência econômica (Brasil, 2010). Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de atenção com o centro de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS), pela centralidade nas necessidades em saúde de uma população, pela responsabilização na atenção contínua e integral, pelo cuidado multiprofissional, pelo compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados sanitários e econômicos. Parte do principio que a atenção Básica é a porta de entrada do usuário na rede de serviços e de cuidado e esta é responsável pelo cuidado e acompanhamento do mesmo. (Brasil, 2010). 7 A portaria nº 2.488 GM/MS do dia 21 de outubro de 2011, dispõe sobre a Política Nacional de Atenção Básica estabelece como uma das funções das unidades básicas de saúde Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. A luz das analises hermenêuticas realizadas neste estudo, viu-se que a contra referencia dos profissionais, dos mais diversos níveis de atenção, acontece por meio de relatos dos usuários e, ainda, quando esses retornam a unidade de saúde e relatam a consulta e os encaminhamento(s) do(s) especialista(s) ao qual foram encaminhados. Outro meio do acompanhamento advém dos resultados de exames que os usuários da política de saúde trazem a unidade básica de saúde. O procedimento de apresentação de resultados do instrumental exames laboratoriais ocorre por meio da interveniência da pessoa com a função de recepcionar os usuários: os exames realizados são entregues, pelo usuário, a recepcionista que se encarrega de entrega-lo ao médico da unidade, após analise o profissional médico devolve-os a recepção para notificação à pessoa a qual pertence os resultados dos exames. Quando os exames não indicam situações de urgência, a recepcionista agenda com o usuário o retorno de sua consulta na unidade de saúde e a mesma não antecede 30 dias após ter consultado com o especialista. Essa prática amadora de contra-referencia é exposta de modo crítico pela enfermeira da unidade básica de saúde: Pela informação que o paciente traz, porque, porque muitos serviços não trazem contra- referencia. (...) Eu tenho uma paciente que tem mamografia alterada que foi para mastologista, eu preciso preencher o SIS MAMA para saber qual o segmento que dava. Eu tenho que ir atrás desta paciente, conversar com ela e ver o que o médico fez. Porque não vem retorno entendeu?! Não existe contra- referencia no município, alguns serviços. Não só no município,é comum em todo o Brasil, portanto, não é só em nível local. (S.K.P). Acerca da constatação de ineficiência do sistema de contra-referencia por parte dos profissionais de saúde, que trabalham com especialidades nas áreas de cuidado terciárias e quaternárias, questiona-se a pratica da integralidade do cuidado na rede de saúde pública. As RASs deveriam acontecer tanto em níveis horizontais quanto nos níveis verticais de cuidado, no entanto, esse diálogo não se concretiza em virtude da falta de respostas à unidade de atenção primária. 8 A Portaria nº 4.279, que estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), discute a importância do diálogo nos níveis de cuidado e a centralidade do cuidado integral pela unidade básica de saúde, ou seja, pela porta de entrada e de permanência do usuário no cuidado a saúde. A equipe de trabalho da atenção primária é mínima,contudo, ela é responsável por diversas atividades: conhecer a história de vida do usuário, identificar os processos de doença e saúde do coletivo inserido no território da unidade, desenvolver atividades de promoção, prevenção e reabilitação em saúde. Para que a unidade básica desenvolva estas ações é fundamental a contra-referencia que demarca a trajetória do usuário na rede de saúde, bem como seus avanços e retrocessos no cuidado integral. 1.3. Atividades de promoção da saúde. Por promoção de saúde entende-se toda a atividade desenvolvida por profissional de saúde dirigida ao usuário da política com o objetivo de promover a saúde, ou seja, realizar ações que evitem adoecimento ou situações onde a pessoas não se sinta com saúde. Promoção de saúde é o processo de capacitação das pessoas para aumentar seu controle sobre como melhorar a sua saúde. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, um indivíduo ou grupo deve ser capaz de identificar e realizar aspirações, satisfazer necessidades e transformar ou lidar com os ambientes. Saúde é, portanto, vista como um recurso para a vida cotidiana, não o objetivo da vida. Trata-se de um conceito positivo enfatizando recursos sociais e pessoais, assim como capacidades físicas. Portanto, promoção de saúde não é apenas responsabilidade de um setor e vai além dos estilos de vida saudáveis para o bem-estar (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1986). A organização mundial de saúde define promoção de saúde, como ações que desenvolvam o bem estar dos sujeitos e contribuam para a condição de saúde do mesmo. Pode-se perceber que a compreensão acerca da promoção de saúde apresentada por alguns profissionais estão sustentadas numa concepção mecanicista, atribuindo ao indivíduo total responsabilidade pela sua condição de saúde, mas também demonstram o quão importante são as condições coletivas na conquista e manutenção da saúde, embora permaneça marcante a concepção de saúde biomédica. Também foi identificada confusão conceitual das ações de prevenção e de promoção à saúde. Essas concepções são passíveis de averiguação nos relatos descritos abaixo: Quem promove saúde são: as políticas, paciente ter acesso, por exemplo, a uma boa calçada. Então, para promoção de saúde nós temos uma governabilidade. Entende?! Nós podemos fazer uma ação em nível de 9 prevenção do tipo vacinação, orientação de alimentação para os hipertensos, o uso racional de medicação, prevenção de drogas com orientação na escola. Tudo isso da parte preventiva a parte promocional depende da política governamental. Entendeu?! É o acesso à rua, ao calçamento, a água encanada para que as pessoas não tenham que pegar água do poço, porque o poço é muito alto, tem água encanada. Entende!! Isso é promoção (S.K.P). Grupo de puericultura que é feito para prevenção, de criança de um a três meses, grupo de hipertenso e diabético, grupo de gestantes, que é tudo feito promoção e prevenção, tem os grupos que não é só nós, mas é também o pessoal do PET, que é feito nas escolas, como prevenção, tem o grupo..... é são esses os grupos, eles são feitos promoção e prevenção (E. C). Partindo da compreensão de concepção de promoção de saúde discutida pelo OMS, pode-se dizer que toda atividade de promoção de saúde evita que a doença ou condição de não saúde se manifeste, a principal ferramenta da promoção de saúde é a educação, através de processos reflexivos que visam alterar hábitos de vida não saudáveis em virtude da promoção da saúde. Estas atividades podem ser vistas por meio dos grupos desenvolvidos nas unidades de saúde como grupos de gestantes, de puericultura, atividades de orientações que podem ocorrer na sala de espera ou outros ambientes de contato com o usuário. Já as ações de prevenção em saúde visam prevenir o reaparecimento ou agravamento da doença já diagnosticada. Estas ações podem ser identificadas, como grupos de diabéticos, hipertenções, o cuidado medicamentoso e importância de consumi-los nos horários agendados, controle de insulina e outros. 2. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA ESF Em todo processo de trabalho, há três questões envolvidas: finalidade, organização do trabalho e gestão do processo. A finalidade do trabalho desenvolvido na ESF é promover, prevenir, reabilitar a manutenção de saúde da população. A organização do trabalho possui mediações dos meios que possibilitam o processo de trabalho (SIMÃO, 2010, 47). Para a execução de um processo de trabalho, fazem-se necessários os meios e instrumentos. Os meios utilizados na unidade de saúde para desenvolver seu trabalho caracterizam-se de acordo com a finalidade, como por exemplo, para trabalhar o planejamento familiar, objeto a ser trabalhado, utiliza-se os meios de reflexões e exposições de métodos de contracepção, os instrumentos do processo de trabalho possíveis a ser utilizados são: reuniões de grupo, questionário direcionado, entrevista individual, entre outros. 10 2.1. Divisão técnica do trabalho: Na organização de um trabalho, conforme Simão, “ [...] está presente a divisão como processo de trabalho e, enquanto tal, é uma atividade orientada para um determinado fim”. (2010, p. 46). A organização do trabalho também objetiva a divisão sócio técnica do trabalho, onde cada profissional contribui com sua área de conhecimento, porém trabalhando em um processo conexo a finalidade proposta. A Estratégia de saúde da família possui uma equipe mínima de trabalho que a compõe, dentre estas estão, agente comunitário de saúde, auxiliar administrativo, auxiliar de enfermagem, auxiliar técnico bucal, auxiliar de serviços gerais, dentista, enfermeira(o), médica(o) e técnico de saúde bucal. Cada um desenvolve atividades inerentes a função dentro da unidade e em cooperação há um processo de trabalho de um coletivo de trabalhadores. Para a identificação dos trabalhos parciais, por fim, a composição do trabalhador coletivo, abaixo estão descritas, a partir das entrevistas com os profissionais, as tarefas atribuídas a cada função. Agente comunitário de saúde: orientar as pessoas quanto ao funcionamento da unidade de saúde, levantar dados sobre a demografia do território, com o uso do instrumento de visita domiciliar manter atualizada a equipe de saúde quanto a informações sobre a condição de saúde dos usuários e se há situação de risco na família: como, por exemplo, situações de violência doméstica, maus tratos à criança, trato ao idoso e outros. Com o domínio dessas informações, as agentes orientações de prevenção. Auxiliar administrativo: esclarece duvidas da população, distribui credenciais para demarcação da hora de chegada do usuário na unidade e, no mesmo tempo, localiza e organiza o prontuário facilitando o trabalho das técnicas de enfermagem, agenda as consultas e exames, recebe exames da “contra-referencia” e faz a escuta das críticas dos usuários na recepção. Auxiliar de enfermagem: faz vacina, presta orientação a população e orienta a cerca da medicação e seu correto uso. Auxiliar de consultório dentário: realiza escovação com os usuários, auxilia a dentista e atende ao telefone do consultório. Dentista: atendimento clinico, orientar, no ambiente escolar, as crianças fazer escovação. Na creche orienta as crianças a estimular a coordenação motora. Enfermeira: é responsável pela unidade de saúde atuando como coordenadora, realiza preventivo, a parte burocrática da unidade exigida pela secretaria de saúde do município, visita domiciliar, pré-consulta, 11 orientação, acolhimento e conversa com os profissionais sobre questões particulares que os mesmos apresentam. Médica: prescrição, exame clinico e orientação aos usuários. Auxiliar de serviços gerais: limpeza da unidade. 2.2. Trabalhador coletivo Trabalhadores coletivos são aqueles unidos por um processo de trabalho no qual cada um dentro de sua função contribui para o trabalho do próximo, este processo envolve a cooperação entre os trabalhadores, onde mesmo não trabalhando juntos no mesmo espaço físico estão conexos por um propósito em comum: a finalidade do processo de trabalho. Os trabalhadores coletivos são as equipes de trabalho. Assim, por meio da cooperação entre os trabalhadores, em que cada um desenvolve a sua função, a qual é necessária para o outro iniciar e completar a sua e, em seguida, outrem dar continuidade ao processo. Este tipo de cooperação é necessário pela presença da força coletiva. (SIMÃO, 2010, p 49). 2.3 . Divisão do trabalho e cooperação Em todo processo de trabalho é fundamental que haja uma equipe de trabalho e uma divisão sócio-técnica do mesmo. Nas equipes de trabalho de saúde há cumprimento das normativas do Ministério da Saúde e as equipes mínimas e multiprofissionais que devem estar presentes em cada escala de atendimento. Cada profissional de saúde atuará dentro de sua área de conhecimento, porém para que a unidade de fato exerça suas funções dentro da rede de cuidado da atenção primária cada trabalhador coopera com o outro desenvolvendo suas próprias tarefas e assim vai sendo possível ao outro o desempenho de suas próprias, deste modo há cooperação, logo o trabalho em equipe é cooperação no processo de trabalho operado entre os trabalhadores de saúde. Na pesquisa desenvolvida um dos propósitos foi justamente desvelar se o trabalhador da unidade possui o entendimento acerca do processo de trabalho em equipe e os locais e formas onde o mesmo se desenvolve. Quanto a descrição do processo de trabalho em equipe destaca-se [...]Agente sempre procura manter sigilo, tudo aqui acontece morre aqui, fica entre a gente conversando. Mas, se é uma coisa que é do interesse da comunidade do posto procuramos resolver entre nós e sem vazar para ninguém. O que entra aqui morre aqui. Esse é o nosso trabalho em equipe (D. M) 12 Se desenvolve nos grupos, nas reuniões, nas equipes e também quando agente faz algum evento. Agora mesmo, agente ta pensando em fazer algum evento no...dia da mulher, no dia 08. Então toda a equipe se envolve, no que e quando fazer, quando agente faz o grupo se envolve ... então, é uma equipe, aqui eu considero uma equipe. (S. K. P) [...]agente é uma equipe né o líder da equipe é o médico mas todo mundo tem que trabalhar de comum acordo tanto que a coordenadora da unidade é a enfermeira não é o médico, mas agente trabalha de comum acordo. [...]referente a adesão medicamentosa, ao acolhimento que eles dizem a mesma coisa que eu digo, com relação a marcar consultas a portadores de doenças crônicas, deixar a vaga para quem apresenta situações agudas o qual será atendido de manha cedo. Então, acho que agente consegue falar a mesma língua. (S.S.O) A odonto ainda não teve nenhum envolvimento com a equipe de enfermagem (C. G.P) Mediante ao exposto, pode ser conjecturado certo enviesamento no concernente concepção de equipe e de práticas em equipe. O trabalho em equipe não se limita apenas no ato do sigilo profissional. O sigilo profissional consiste em não revelar algo que lhe seja confiado por um sujeito. “O sigilo, o segredo, o calar-se pode ser entendido também como possibilidade de silêncio” (Ferreira, 2003, p.03). Este é um fator ético que deve acompanhar o profissional e a equipe de trabalho em todo o processo das atividades desenvolvidas, no entanto, não caracteriza, por si só, a existência de trabalho em equipe. As reuniões de equipe são um instrumento de avaliação, planejamento de ações e também uma forma de discussão a cerca do próprio processo de trabalho desenvolvido pela equipe, os eventos organizados pela unidade de saúde, são na verdade espaços onde acontece o trabalho de equipe, no entanto, não o único. O trabalho em equipe é desenvolvido no dia a dia, em cada ação, e desenvolvido por todos os profissionais, pois suas ações interferem e dão continuidade no trabalho do próximo profissional, logo acontece a cooperação entre os trabalhadores e ascende o trabalho coletivo. Na ultima citação acima apresentada, percebe-se que mesmo sendo uma equipe de saúde , não há o conhecimento das atividades desenvolvidas por todos os profissionais e troca de informações entre as áreas de conhecimento e as atividades cotidianas. A terceira citação, revela centralidade do processo de trabalho no profissional médico, muito próprio do modelo médico-centrico. Por outro, há uma vontade de superação desse modelo quando o profissional diz: “acho que agente consegue conversar a mesma língua”. A partir desta fala pode-se compreender que para a profissional acredita que a equipe de saúde deve estar em comum acordo a tudo e ter uma linguagem comum na relação com os usuários. 13 A importância do trabalhador coletivo e cooperado superado o trabalho individual é presente em todo processo de trabalho, onde compartilha-se da mesma finalidade e o objeto de trabalho. 3- O ACOLHIMENTO COMO INSTRUMENTO NO PROCESSO DE TRABALHO E INTEGRALIDADE DO CUIDADO O acolhimento é proposto a partir da política de humanização do SUS, constitui-se como uma ação tecno-assistencial que visa alterar os modos de relação entre o usuário e o profissional de saúde, e a rede de cuidado no qual esta inserido. Consiste em se tornar responsável pelo usuário a partir de sua entrada na unidade de saúde, atendendo-o integralmente. O acolhimento é um dos momentos do processo de trabalho coletivo em saúde, porém, ele fará parte dos processos de trabalho individuais dos membros do trabalhador coletivo, de maneira que atendam a todos demandantes dos serviços de saúde, fazendo a escuta e incorporando uma postura capaz de acolher e possibilitar resolutividade as demandas dos usuários. Ou ainda, de acordo com documentos do Ministério, alude em atender com resolutividade, e responsabilização, e sempre que necessário orientar os usuários a procurar outros serviços da rede para a continuidade da assistência e saúde, estabelecendo articulações com os serviços. (Brasil.2004, p. 5) O acolhimento não é entendido como um espaço ou ação desfragmentada que corresponde há uma etapa do processo de trabalho em saúde, pelo contrário o acolhimento é uma postura ética que, não necessita de profissional específico para desenvolvê-la, denota o compartilhamento de saberes, necessidades, possibilidades, angustias e invenções. Assim é o que o diferencia da triagem, não se configurando como uma etapa do processo de trabalho, mas esta presente em todas as ações, e locais onde acontece o serviço de saúde. (Brasil.2004, p. 9) Para que o acolhimento ocorra enquanto diretriz operacional necessita-se de que o fazer em saúde implique: Protagonismo dos sujeitos envolvidos no processo de produção de saúde; uma reorganização do serviço de saúde a partir da reflexão e problematização dos processos de trabalho, de modo a possibilitar a intervenção de toda a equipe multiprofissional encarregada da escuta e resolução dos problemas do usuário; elaboração de projeto terapêutico individual e coletivo com horizontalização por linhas de cuidado; mudanças estruturais na forma de gestão do serviço de saúde, ampliando os espaços democráticos de discussão/decisão, de escuta, trocas e decisões coletivas. A equipe neste processo pode, também garantir o acolhimento para seus profissionais, dificuldades de seus componentes na acolhida à demanda da 14 população; ma postura de escuta e compromisso em dar respostas, às necessidades de saúde trazidas pelo usuário, que inclua sua, cultura, saberes e capacidade de avaliar riscos; construir coletivamente propostas com a equipe local e com a rede de serviços e gerências centrais e distritais. (Brasil. 2004, p.10). A concepção repassada pelos profissionais de saúde da ESF em relação ao acolhimento descreve que está ligada a ouvir os usuários fazer a escuta, fazer a tiragem, ou ainda estar disposto a recebê-lo independente do horário, conforme demonstram as falas a seguir: Então o acolhimento pra mim é ouvir, é escutar é estar aberto pra receber os pacientes. Porém, não é só enfermeiro, não é só o médico, não é só a recepcionista, na verdade são todos e em todos os momentos. O primeiro acolhimento acontece na a recepção, então todas as pessoas que estão ali eles podem acolher. (S. K. P) É estar disponível para receber o paciente a todo o momento, porque nem sempre ele consegue chegar na hora, é... das fichas do atendimento livre demanda [...], nem sempre ele consegue marcar consulta. (S. S. O). Conversar ver porque eles procuraram a unidade de saúde, é questionando o que eles vieram fazer, e fazer a triagem, Pressão Arterial... Tudo certinho e tomar as devidas providencias, passos, o que tem que ser feito: encaminhar ao medico, agendar consulta [...]. (A) As descrições elencadas acima não demonstram clara evidência de que os profissionais possuam compreensão de que o acolhimento é parte do processo de trabalho coletivo. Constata-se que eles compreendem o acolhimento como uma etapa estanque de todo o processo de trabalho em saúde, embora, considerem factível o desenvolvimento dele em qualquer espaço do ambiente de trabalho e por qualquer um dos trabalhadores que compõem a equipe. A enfermeira da unidade destaca que os usuários não procuram o acolhimento, mas, procuram o atendimento médico. Esse entendimento demonstra o entendimento do acolhimento não como um princípio ético no modo de agir e a ser cumprida em todas as ações do processo de trabalho individual e do processo de trabalho do coletivo. Partindo da compreensão que o acolhimento manifesta-se em todas as ações desenvolvidas no processo de trabalho em saúde este deve ocorrer em todos os momentos de estada do usuário na unidade de saúde e em seu território e sendo desenvolvido por todos os profissionais quando desenvolvem suas tarefas específicas da divisão técnica do trabalho. Portanto, considerando o que apregoa a política de humanização do SUS, não há um técnico responsável especificamente para realizar acolhimento, pois todos devem desenvolve-lo a medida que atendem o usuário. Nenhum técnico pode apropriar-se da técnica do acolhimento. Como proposto pelo ministério da saúde na política de humanização o acolhimento não se caracteriza apenas e pela escuta do usuário que procura o serviço, configura por todo 15 uma rede de cuidado integral ao mesmo, caracteriza-se pela responsabilização da equipe pelo usuário, além de ouvi-lo deve apresentar respostas condignas a sua situação. Articular junto a rede de saúde possíveis encaminhamentos quando necessário, a o indivíduo e sua família. Conclusão: Para afiançar a integralidade é necessário mudanças na produção do cuidado, a partir da rede básica, secundária, atenção à urgência e em todos os outros níveis assistenciais. A rede básica de atenção à saúde como porta de entrada do sujeito na rede de cuidado em saúde é responsável pelo acompanhamento do usuário em sua trajetória nos níveis de atenção em saúde, pode contribuir para o maior controle da saúde do sujeito e acompanhamento o que decorre conhecimento da história de vida do usuário. Uma maior resolutividade da assistência prestada em nível das Unidades Básicas de Saúde poderá diminuir a demanda por consultas especializadas e exames, pois a partir da prática do acolhimento, da integralidade do cuidado, pode-se investir em ações de promoção e prevenção aos usuários que estão sendo atendidos e aqueles que ainda estão para adentrar a porta da atenção básica, diagnosticando desde cedo os problemas apresentados pela população e pontos a serem trabalhados com a mesma. Investir em Atenção Básica é esgotar todas as possibilidades possíveis de ser realizadas ações no âmbito da atenção básica, evitando ou tentando minimizar as incidências para os outro níveis de cuidado. Para Investir na resolutividade das demandas apresentadas pelos usuários da unidade básica é necessário o trabalho em equipe, coletivo e cooperado um contribuindo para o trabalho do outro profissional, mais que isso, responsabilizar-se pelo usuário, desenvolver práticas que contribuam a saúde e ao cuido do mesmo; evitando a fragmentação dos serviços, investindo em cuidado integral. Para que os trabalhadores da saúde se aprimorem sob estes conceitos necessita-se de uma contrapartida dos gestores das políticas de saúde, que invistam em capacitações que aprimorem as práticas de cuidado em saúde no nível da atenção básica. Nas redes de atenção e saúde capacitações em todos os níveis de cuidado investindo na importância de contrareferencia, e quem sabe, futuramente, implantar um sistema online de acompanhamento do transito dos usuários na rede de serviços. REFERÊNCIAS 16 ALVES VS. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface Comunicação Saúde Educ. 2005. AYRES, José Ricardo de Carvalho Mesquita. O cuidado, os modos de ser (do) humano e as práticas de saúde. Saude soc. [online]. 2004, vol.13, n.3, pp. 16-29. ISSN 0104-1290. _____________________________________. Organização das ações de atenção à saúde: modelos e práticas. Saude soc. [online]. 2009, vol.18, suppl.2, pp. 11-23. ISSN 0104-1290. BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal. 1988. BRASIL. Ministério da Saúde. 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