Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Sociais e da Educação Curso de Licenciatura em Matemática DANIEL MONTEIRO DA SILVA MOREIRA DIEGO RODRIGO HABR DE LIMA Dificuldades no Processo Ensino Aprendizagem de Função Afim Belém - Pará 2009 DANIEL MONTEIRO DA SILVA MOREIRA DIEGO RODRIGO HABR DE LIMA Dificuldades no Processo Ensino Aprendizagem de Função Afim Trabalho apresentado à Banca examinadora da Universidade do Estado do Pará, como exigência parcial para obtenção de grau de LICENCIADO PLENO EM MATEMÁTICA, sob orientação da Professora Msc. Acylena Coelho Costa. Belém - Pará 2009 Dados Internacionais de catalogação na publicação Biblioteca do Centro de Ciências Sociais e Educação da UEPA Moreira, Daniel Monteiro da Silva Dificuldades no processo ensino aprendizagem de Função Afim/ Daniel Monteiro da Silva Moreira e Diego Rodrigo Habr de Lima; orientação de Acylena Coelho Costa. Belém, 2009. Trabalho de Conclusão de Curso ( Licenciatura Plena em Matemática ) – Universidade do Estado do Pará, Belém, 2009. 1. Funções - Matemática 2. Matemática – Estudo e ensino I. Lima, Diego Rodrigo Habr de II. Título. CDD: 21 ed. 515.7 DANIEL MONTEIRO DA SILVA MOREIRA DIEGO RODRIGO HABR DE LIMA Dificuldades no Processo Ensino Aprendizagem de Função Afim Trabalho apresentado à Banca examinadora da Universidade do Estado do Pará, como exigência parcial para obtenção de grau de LICENCIADO PLENO EM MATEMÁTICA, sob orientação da Professora MSc. Acylena Coelho Costa. Data da aprovação: 06/02/2009 Banca examinadora ___________________________________ - Orientadora Professora MSc. Acylena Coelho Costa Universidade do Estado do Pará ___________________________________ Professor MSc. Jose Messildo Viana Nunes Universidade do Estado do Pará ___________________________________ Professor MSc. Osvando dos Santos Alves Universidade do Estado do Pará Belém - Pará 2009 Agradecemos a Deus pelo dom que nos proporcionou e esperamos recompensá-lo através do sucesso no aprendizado de nossos futuros discentes. (Dedicatória) AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela força, paciência e sabedoria que foi proporcionado a minha pessoa, durante esses quatro anos de curso. Dedico esse trabalho aos meus pais Zara Monteiro da Silva Moreira e Osmar da Silva Moreira Filho por tudo que fizeram e ainda fazem por mim. À minha namorada Kelly Cristina Silva Braga pela paciência e compreensão que teve nesses anos de difíceis conquistas. A todos os meus familiares, avó, tios, primos e parentes em especial ao meu tio e professor de Matemática Raimundo Luiz (in memoriam) que me ajudou muito durante a vida escolar (fundamental e médio) e certamente o faria no ensino superior. Aos meus colegas e amigos do curso em especial ao Diego Lima, pela parceria nesse trabalho e pela amizade que foi concretizada no decorrer do curso e ao Raimar Aracaty pelo apoio e pela amizade nesses quatro anos em que vivenciamos esta caminhada. Um obrigado especial a todos os professores, mestres e doutores, que de alguma forma contribuíram na construção e na compreensão do meu saber matemático; em especial à professora mestre Acylena Coelho Costa pela orientação neste trabalho. (Daniel Moreira) AGRADECIMENTOS A Deus por ter-me dado, condições físicas, mentais e psicológicas para seguir adiante e concluir este trabalho. Aos meus pais, José Luiz Batista de Lima e Maria do Perpétuo Socorro Habr de Lima por estarem sempre ao meu lado nos momentos bons ou ruins me motivando para crescer e vencer na vida. A minha futura esposa Elaine Cristina Pantoja Lima, que foi compreensiva e paciente comigo durante o desenvolver deste trabalho, mesmo nos momentos mais difíceis. Em especial à professora Msc. Acylena Coelho Costa, não só pela competência e orientação deste trabalho, mas pela colaboração fundamental em minha formação. Ao meu amigo, Daniel Monteiro que participou de todos os momentos bons e ruins nestes últimos dois anos de curso e pela parceria na elaboração deste trabalho. À professora Selma Santalice, pela sua capacidade e sabedoria demonstrada durante todo o desenvolver do curso e pela valiosa contribuição também em minha formação. Ao professor Msc. Natanael Freitas, pela sua competência e clareza como docente, que me fez refletir sobre a escolha da profissão, onde nada será fácil, portanto, é preciso lutar. A direção do Colégio Vera Cruz que abriu as portas para que eu pudesse desenvolver a atividade que é parte fundamental deste trabalho. E aos alunos do Colégio Vera Cruz, que colaboraram com sua participação no desenvolvimento do deste trabalho. (Diego Lima) RESUMO LIMA, Diego Rodrigo Habr de & MOREIRA, Daniel Monteiro da Silva. Dificuldades no processo ensino e aprendizagem de função afim. 2009. 94f. Trabalho de Conclusão do Curso (Licenciatura Plena em Matemática) – Universidade do Estado do Pará, Belém, 2009. O presente trabalho apresenta um estudo de caráter diagnóstico, cuja finalidade fora investigar quais as principais dificuldades dos alunos no processo ensino e aprendizagem de função afim, verificar se estas dificuldades encontram-se: na falta de embasamento teórico, na forma como o conteúdo é ministrado ou em situações extra-classe. Para isto, foram investigados 35 alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola particular do município de Belém, esta investigação ocorreu por meio da aplicação de dois questionários, um contendo dados referentes ao perfil do sujeito investigado quanto estudante e sobre o seu conhecimento acerca do conteúdo de função afim e outro contendo questões matemáticas envolvendo os conteúdos sobre função Afim. A análise dos dados baseou-se em teóricos como: Pelho (2005) sobre o conceito de função, Duval (1995) a respeito das dificuldades nas diferentes representações da função, entre outros. Foram observadas inúmeras dificuldades encontradas pelos sujeitos investigados principalmente em relação à definição e representação da função; além disso verificou-se também que na escola onde ocorreu à aplicação dos questionários, a metodologia utilizada pelo professor continua sendo a tradicional e muitos alunos apresentam uma postura de pouca dedicação aos estudos. Palavras – dificuldades. chave: Função Afim, processo ensino e aprendizagem, ABSTRACT LIMA, Diego Rodrigo Habr de & MOREIRA, Daniel Monteiro da Silva. Difficulties in teaching and learning process of afim function. 2009. 94pp. Curse Conclusion Work (Full Licenciatura in Mathematics) – University of the State of Pará, Belém, 2009. The following work presents a study of diagnostic character that aims to investigate the main difficulties of students in the teaching and learning process of Afim function, verifing if such difficulties are consequences of missing theoretical knowledge, in the way that the subject is taught or in extra-class situations. In order to achieve this purpose, it was analysed 35 (thirty – five) first year high school students of a privated school in Belém city. Through the application of two questionaries, in which the first contains the data related to the profile of the students and the knowledge they have about the subject, and the second has mathematical tasks that involve the same subjetct. The data analyses was done based on authors like: Pelho (2005) that argues about the concept of function, Duval (1995) that talks about the difficulties in representate the function, and others. In the end of the research, was it was perceived that the students have a deep difficulty in define and representate the functions. Besides, it was noticed that in the school the metodology used by the teacher remains being the traditional and the missing of dedication of the students is one factor that affects the teaching and learning process. Key – words: Afim function, teaching and learning process, difficulties. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Idade dos alunos. pág. ......................................................... 25 Tabela 2: Resultados para questão 1. ............................................. 25 Tabela 3: Resultados para questão 2. ............................................. 26 Tabela 4: Resultados para questão 3. ............................................. 26 Tabela 5: Resultados para questão 4. ............................................. 27 Tabela 6: Resultados para questão 5. ............................................. 28 Tabela 7: Resultados para questão 6. ............................................. 30 Tabela 8: Resultados para questão 7. ............................................. 30 Tabela 9: Resultados para questão 8. ............................................. 31 Tabela 10: Resultados para questão 9. ............................................ 31 Tabela 11: Resultados para questão 1 (questionário II). ........................ 32 Tabela 12: Resultados para questão 2 (questionário II). ......................... 33 Tabela 13: Resultados para questão 3 (questionário II). ........................ 34 Tabela 14: Resultados para questão 4 (questionário II). ........................ 35 Tabela 15: Resultados para questão 5 (questionário II). ........................ 36 LISTA DE FIGURAS pág. Figura 1: Questão 1 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A32. ............. 37 Figura 2: Questão 1 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A25. ............. 37 Figura 3: Questão 2 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A22. ............. 40 Figura 4: Questão 2 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A12. ............. 40 Figura 5: Questão 3 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A17. ............. 42 Figura 6: Questão 3 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A29. ............. 42 Figura 7: Questão 4 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A32. ............. 44 Figura 8: Questão 4 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A11. ............. 44 Figura 9: Questão 5 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A6. ............... 45 Figura 10: Questão 5 (Questionário II) resolvida pelo sujeito A20. ............ 46 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 11 1.1. Estrutura do Trabalho .................................................................... 12 2. PRINCIPAIS DIFICULDADES NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DE FUNÇÃO AFIM ...................................................... 14 3.TRAJETÓRIA DA PESQUISA ............................................................... 17 3.1. Objetivo da Pesquisa ..................................................................... 18 3.1.1.Objetivo Geral ....................................................................... 18 3.1.2. Objetivos Específicos ........................................................... 18 3.1.3. Questão Norteadora ............................................................ 18 3.1.4. Procedimentos Metodológicos ............................................. 19 4. PROTOCOLOS DE PESQUISA X ANÁLISE DE RESULTADOS ......... 20 4.1. Introdução ...................................................................................... 20 4.2. Instrumento de Coleta de Dados ................................................... 20 4.2.1. Objetivos das Questões ....................................................... 20 4.3. Análise dos Resultados ................................................................. 24 4.3.1. Introdução ............................................................................ 24 4.3.2 Análise Quantitativa (Questionário I) .................................... 25 4.3.3 Análise Quantitativa (Questionário II) ................................... 31 4.3.4 Análise Qualitativa Geral (Comparativo entre os questionários I e II ......................................................................................................... 36 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 50 APÊNDICES ............................................................................................. i 11 1. INTRODUÇÃO A matemática hoje em dia continua sendo uma disciplina considerada complexa por grande parte dos alunos, desde o ensino fundamental até o ensino superior, se a dividirmos em tópicos veremos que independente de qual seja, sempre os alunos apresentarão alguma dificuldade em um ou outro conteúdo matemático. Essas dificuldades podem estar associadas a inúmeros fatores, seja a aversão que os alunos criam desde o ensino fundamental por conta de alguns professores, por opinião dos pais que também já vivenciaram situações como estas, por falta de dedicação por parte dos alunos, por causa da falta de preparo de alguns professores, falta de estrutura e incentivo aos alunos, enfim, podemos tentar justificar tais dificuldades de inúmeras formas, porém, não conseguimos encontrar soluções concretas para a superação destas, pois o que existe de fato para melhorar ainda é pouco para revertermos este quadro. Um dos conteúdos matemáticos que os alunos apresentam maiores dificuldades é o de função afim, que é considerado fundamental na matemática, segundo o PCN (1999), além das conexões internas à própria Matemática, o conceito de função desempenha também papel importante para descrever e estudar através da leitura, interpretação e construção de gráficos, o comportamento de certos fenômenos tanto no cotidiano, como de outras áreas do conhecimento, como a Física, Geografia ou Economia. Cabe, portanto, ao ensino de Matemática garantir que o aluno adquira certa flexibilidade para lidar como o conceito de função em situações diversas e, nesse sentido, através de uma variedade de situações problema de Matemática e de outras áreas, o aluno pode ser incentivado a buscar a solução, ajustando seus conhecimentos sobre funções para construir um modelo para interpretação e investigação em Matemática (p.44). Além disso, Meira (1997) apud Costa e Messias (2007) destacam que: Tal conceito representa uma parte fundamental da matemática; Diversos tópicos no currículo de ensino fundamental e médio podem estar relacionados ao ensino de funções, suas representações gráficas e algébricas; O estudo de funções pode gerar atividades com múltiplos sistemas de representação. 12 Ou seja, este conteúdo fundamental na matemática deve ser bem assimilado pelos alunos para um aprendizado significativo, porém não é exatamente isto que ocorre, pois já foi verificado em inúmeras pesquisas realizadas por professores na área de educação matemática e até mesmo em nossa vivência de sala de aula como estagiários e na própria sala de aula como discentes, que os alunos apresentam grandes dificuldades em relação a este assunto. Essas dificuldades se concentram principalmente na parte conceitual e na variação de representações deste conteúdo, mas existe outro problema que também interfere no processo ensino e aprendizagem de função, é que este conteúdo é ministrado em séries variadas, por exemplo na 7ª série, outrora na 8ª série do ensino fundamental e de fato no primeiro ano do ensino médio e como a base deste conteúdo é fundamental para seu aprendizado este processo sofre com a falta de uma seqüência de ensino. Diante destas dificuldades na matemática e especificamente em relação ao conteúdo de função afim, dada sua importância em relação à disciplina, resolvemos concentrar nosso estudo no processo ensino e aprendizagem de função, tentando identificar quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos neste processo, para isso investigamos alunos de uma escola particular do município de Belém quanto ao seu perfil, o conhecimento em relação ao conteúdo de função afim e seu desempenho na resolução de questões envolvendo este conteúdo. Para fundamentar nossa pesquisa, realizamos uma busca em dissertações, teses e periódicos para verificarmos o que já fora produzido sobre o assunto e percebemos que alguns autores tais quais Pelho (2003), Markovits, Eylon e Bruckeimer (1995) dentre outros, compartilham da idéia de que os estudantes apresentam dificuldades em relação ao conteúdo de função afim. 1.1. ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho está estruturado da seguinte maneira: 13 a) Na seção 1 apresentamos uma breve introdução sobre nosso estudo, bem como a estrutura do presente trabalho; b) Na seção 2 registramos algumas pesquisas já realizadas no âmbito da matemática, especificamente sobre função afim e suas principais dificuldades no processo ensino e aprendizagem. c) Na seção 3 destacamos a trajetória geral de nossa pesquisa, objetivos, questão norteadora e procedimentos metodológicos; d) Na seção 4 realizamos a análise dos resultados obtidos em nossa pesquisa; e) A seção 5 apresenta as considerações finais deste trabalho. 14 2. PRINCIPAIS DIFICULDADES NO PROCESSO ENSINO E APRENDIZAGEM DE FUNÇÃO AFIM As dificuldades encontradas no processo ensino e aprendizagem da matemática são inúmeras, principalmente quando tratamos de um conteúdo tido como fundamental como é o caso da função afim. Em pesquisas realizadas na área de Educação Matemática, percebemos que estas dificuldades partem desde as raízes deste conteúdo, como conceito, formalização e vão se estendendo até outras representações e contextualizações. A seguir destacaremos algumas pesquisas realizadas nessa área, as quais envolvem o conteúdo de função afim e suas respectivas dificuldades. No campo conceitual, ao tratarmos da definição e da parte estrutural deste conteúdo encontramos na pesquisa de Pelho (2003) uma justificativa para tal dificuldade, onde afirma que: Apesar dos alunos freqüentemente terem contato com expressões que utilizam o termo de função com o significado de dependência, como por exemplo: o consumo de gasolina de carro é função de sua velocidade; (...) a possibilidade de aprendizagem deste conceito é prejudicada por sua introdução por meio de definições diretas e formais, muitas vezes abandonando-se a noção de dependência (p. 8) Além disso verificamos no trabalho de Markovits, Eylon e Bruckeimer (1995) que: (...) a complexidade do conceito de função também é parcialmente responsável pelas dificuldades dos alunos. Notemos que a definição de função, tal como é ensinada atualmente, envolve muitos conceitos – domínio, contradomínio, conjunto imagem, regra de correspondência. Assim, ou temos de ter certeza de que esses conceitos foram compreendidos em todas as representações, antes de continuarmos a ensinar mais coisas sobre funções, ou temos de optar por deixar de lado alguns aspectos (p.59) Ou seja, as dificuldades também estão relacionadas com a complexidade do conceito de função, que pode fazer com que o professor fique confuso em distinguir quais alunos foram capazes de assimilar ou não este conteúdo. 15 Encontramos na pesquisa de Fossa e Fossa (2001) um problema que atinge inúmeros alunos, que é a distinção entre equação e função, apesar de haver uma relação entre estes conteúdos segundo os autores, A noção de função se desenvolve naturalmente do trabalho com equações e, de fato, é apresentado nas escolas em associação com estas. Infelizmente, parece que o aluno tem grandes dificuldades em distinguir equações que representam relações funcionais empregadas de outra forma (p.164) As definições diretas e formais nem sempre são ferramentas suficientes para um aprendizado significativo, neste caso devemos compreender o conceito de função a partir de outras situações, buscando mecanismos diversificados. Duval (1995), em seu trabalho afirma que, essas dificuldades estão relacionadas à pluralidade de registros e suas possíveis transformações, já que a matemática é uma área que apresenta como destaque sua diversidade, que muitas vezes não é valorizada, portanto, esta ausência de variações pode tornar o ensino menos compreensivo, ou seja, é de fundamental importância que a utilização das várias representações de um determinado objeto matemático faça parte de uma ferramenta didática comumente trabalhada pelo professor e, portanto, quando o aluno domina este processo de diversificação, a possibilidade de aprendizado pode se tornar mais clara e evidente. As outras formas de representação da função também apresentam suas dificuldades apesar de ser um mecanismo diferenciado de aprendizado, a conversão é o principal problema encontrado pelos alunos como verificamos no trabalho de Duval (1995). Em uma pesquisa realizada por Souza e Cordeiro (2002) e Souza (2003) sobre função, eles verificaram que os alunos ao utilizarem os registros de representação na resolução, na maioria das vezes o fazem preferencialmente em linguagem algébrica e tabular e apresentam dificuldades na utilização de gráficos. Para Duval (apud PELHO, 2003), a aprendizagem das representações gráficas não está na diferenciação entre forma e conteúdo apresentado, mas nas unidades significantes constituintes da forma. É necessária a 16 diferenciação dos valores visuais pertinentes e não pertinentes da figura-forma. (Duval,1999). Na tese de mestrado de Lopes (2003), foi realizada uma análise dos fenômenos didáticos ocorridos na resolução de problemas envolvendo a conversão do registro gráfico de uma função afim para o algébrico e vice-versa. Os resultados evidenciaram que se faz importante utilizar as múltiplas representações no processo de conceituação de funções, o que favorece a coordenação entre as variáveis no registro gráfico e seus respectivos valores no registro algébrico. Estas pesquisas e dificuldades que foram citadas serviram de suporte para que nós pudéssemos desenvolver nosso trabalho e posteriormente após análise, reafirmar as situações encontradas ou definir novas situações, mas o importante de tais pesquisas é conscientizar a todos na área da matemática da existência destas dificuldades para que possam servir de exemplo para futuros docentes analisarem e refletiram na busca de possíveis soluções para uma melhora no processo ensino e aprendizagem de função afim. 17 3. TRAJETÓRIA DA PESQUISA No decorrer de nossa vida estudantil desde o ensino fundamental até o ensino superior nos deparamos com este conteúdo fundamental na matemática, denominado função afim. Notamos que independente do nível de ensino o conteúdo de função afim ou é ministrado ou está associado a outros conteúdos matemáticos. Nosso interesse em realizar uma investigação sobre as dificuldades encontradas pelos alunos no processo ensino e aprendizagem de função afim se deu no ano de 2005 ao realizarmos uma pesquisa para a disciplina Introdução a Educação Matemática, a qual nos revelou inúmeras dificuldades encontradas pelos alunos no que se refere aos conceitos básicos da matemática, tais como: operações de multiplicação, operações de divisão, regra de sinais e equação do 1° grau. Além disso, consideramos o conteúdo, função afim, muito importante na formação de profissionais da área de matemática, desta forma poderíamos também ampliar nosso conhecimento. Diante destas dificuldades e de outros trabalhos pesquisados na área, nos questionamos, as possíveis dificuldades encontradas no processo ensino e aprendizagem da função Afim podem ser associadas aos conhecimentos básicos deste conteúdo? Quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos no processo ensino e aprendizagem de função afim? É fundamental que discentes e futuros docentes tenham conhecimento acerca destas dificuldades, para possíveis melhoras neste processo. A partir daí, propusemo-nos a desenvolver uma pesquisa, cujos resultados pudessem viabilizar tais dificuldades neste processo e para que pudessem ser de grande valia para docentes e futuros docentes desta área. Iniciamos nosso estudo realizando um levantamento bibliográfico sobre pesquisas em educação matemática concernentes ao processo de ensinoaprendizagem de função afim e encontramos nas pesquisas realizadas por Markovits, Eylon e Bruckheimer (1995), Fossa e Fossa (2001), Lopes (2003), Pelho (2003), dentre outros, suportes teóricos para o desenvolvimento desta pesquisa. Após definirmos os referenciais teóricos, decidimos desenvolver nossa pesquisa em uma escola particular do município de Belém (Colégio Vera Cruz). 18 Os sujeitos dessa pesquisa foram alunos do 1º ano do ensino médio, pois este conteúdo já havia sido ministrado, segundo bimestre, pelo professor da turma investigada. Utilizamos como instrumento de coleta de dados dois questionários (APÊNDICE I e II) contendo no primeiro, nove questões com dados referentes ao perfil do sujeito investigado quanto estudante e sobre o seu conhecimento acerca do conteúdo de função afim e no segundo, cinco questões com base em questões matemáticas envolvendo os conteúdos sobre função afim, que deveriam ser respondidas individualmente. Os resultados obtidos foram relevantes e indicaram algumas das principais dificuldades apresentadas pelos alunos no processo ensino e aprendizagem de função afim. 3.1. OBJETIVO DA PESQUISA 3.1.1 OBJETIVO GERAL Esta pesquisa tem como intuito contribuir com o processo ensino e aprendizagem de função afim, portanto, propusemo-nos a verificar o desempenho dos alunos do ensino médio na resolução de questões baseadas neste conteúdo, além de uma análise paralela do perfil desses sujeitos quanto estudantes, para diagnosticar possíveis dificuldades no processo. 3.1.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS Verificar quais as principais dificuldades dos alunos na resolução de questões envolvendo o conteúdo de função afim. Investigar se os alunos apresentam tais dificuldades apenas pela falta de embasamento teórico ou se existem outros motivos que influenciam neste desempenho. 3.2. QUESTÃO NORTEADORA Este trabalho foi desenvolvido mediante as seguintes questões: 19 Quais as principais dificuldades dos alunos na resolução de questões envolvendo o conteúdo de função afim? Estas dificuldades são reflexo apenas da não compreensão do conteúdo ou falta de embasamento teórico? 3.3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta é uma pesquisa de caráter diagnóstico, cujo intuito é o de verificar quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos de uma escola particular do município de Belém, em resolver questões envolvendo o conteúdo de função afim. A pesquisa desenvolveu-se da seguinte maneira: a) Levantamento bibliográfico acerca de pesquisas realizadas no âmbito da Educação Matemática sobre as principais dificuldades no processo ensino aprendizagem de função afim; b) Formulação do instrumento de coleta de dados - dois questionários – o primeiro baseado em dados referentes ao perfil do sujeito investigado quanto estudante e sobre o seu conhecimento a respeito do conteúdo de função afim e o segundo com base em questões matemáticas envolvendo os conteúdos sobre função afim; c) Aplicação do questionário para alunos do 1º ano do ensino médio de uma escola particular do município de Belém (Colégio Vera Cruz); d) Sistematização e análise dos dados a partir dos resultados obtidos na resolução dos questionários, com ênfase para os principais erros cometidos. 20 4. PROTOCOLOS DE PESQUISA X ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1. INTRODUÇÃO Os resultados desta pesquisa se baseiam na observação das anotações realizadas pelos sujeitos investigados nos questionários que foram aplicados aos alunos do 1º ano do ensino médio de uma escola particular do município de Belém. A aplicação do instrumento de coleta de dados ocorreu no mês de Agosto de 2008 para um total de 35 alunos do 1º ano do ensino médio. 4.2. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Como instrumento de coleta de dados para essa pesquisa foram elaborados dois questionários, o primeiro, contendo nove questões e o segundo, cinco questões, os quais foram elaborados levando-se em conta o levantamento bibliográfico e outras pesquisas já realizadas com base neste conteúdo. O levantamento bibliográfico nos possibilitou verificar pesquisas em Educação Matemática voltadas para função afim e subsidiou a elaboração do questionário aplicado aos alunos investigados. Após a aplicação dos protocolos de pesquisa, pretendemos confrontar os resultados encontrados com os de pesquisas já realizadas, tais quais Markovits, Eylon e Bruckheimer (1995), Fossa e Fossa (2001), Lopes (2003), Pelho (2003). 4.2.1. OBJETIVOS DAS QUESTÕES Os questionários se encontram, na íntegra, em apêndices neste trabalho. A seguir, apresentamos as questões e seus respectivos objetivos. QUESTIONÁRIO I Onde você cursou o seu Ensino Fundamental? Como acontece o acompanhamento de seus conteúdos escolares? Em que momento, você estudou os assuntos envolvendo a função afim (1º Grau)? 21 Sobre a Função Afim que conteúdos você (1) e (2): (1) Lembra ter estudado; (2) Acredita possuir maior domínio. Em qual nível de dificuldade você classificaria o conteúdo de função afim (1º grau) que você estudou? Com que freqüência você estudou os assuntos envolvendo a função afim (1º grau)? Se você considera o conteúdo de função afim (1º grau) difícil, você atribuiria esta dificuldade a que ou a quem? Qual a metodologia utilizada pelo seu professor para o ensino de função afim (1º grau)? Você acha que a metodologia de ensino aplicada pelo seu professor é suficiente para o seu aprendizado? Estas questões foram elaboradas com o intuito de fornecer informações que possam mais tarde servir de análise para possíveis dificuldades de aprendizado, de fato será feito um comparativo entre as informações obtidas neste questionário e os desempenhos dos sujeitos investigados após a resolução de um segundo questionário contendo questões matemáticas, para que desta forma possamos identificar tais dificuldades. O principal objetivo na elaboração deste primeiro questionário é verificar se as dificuldades que os alunos apresentam se concentra exatamente no processo ensino aprendizagem, ou seja, em sala de aula e não extra-classe. QUESTIONÁRIO II Questão 1 01) Responda SIM ou NÃO. Das funções abaixo quais delas podemos afirmar que são do 1º grau (afim), sendo definida por ? a) f(x) = 22x + 5______ d) f(x) = x 5 ______ 2 7 b) f(x) = 3______ e) 2 x 8 ______ c) f(x) = 2 + x2______ 22 OBJETIVO: A questão 1 foi elaborada com o intuito de revelar se os sujeitos investigados possuem o conhecimento acerca do conceito associado ao registro algébrico da função afim, para isso no item (a) o aluno deveria afirmar que o registro apresentado era uma função afim, no item (b) novamente o aluno deveria afirmar que o registro apresentado era uma função afim por ser uma de suas particularidades, neste caso, uma função constante, no item (c) o aluno deveria discordar da estrutura apresentada por representar uma função do 2º grau e não uma função afim, no item (d) o sujeito deveria considerar a estrutura apresentada como sendo uma função afim, pois apesar dos coeficientes estarem representados por números racionais, de acordo com o enunciado da questão a estrutura é válida. Questão 2 02) Veja a tabela a seguir e encontre a expressão analítica da função afim definida de : R: x y 0 5 2 9 3 11 OBJETIVO: A questão 2 exige do sujeito investigado o conhecimento em relação a outros tipos de representações da função afim. Neste caso o aluno deveria utilizar as informações da tabela para definir os pontos e através de um sistema de equações encontrar os coeficientes linear e angular, para posteriormente construir a expressão analítica da função. 23 03) Qual dos gráficos abaixo pode representar uma função f ( x) ax b de a > 0? a) b) d) e) c) OBJETIVO: A questão 3 foi elaborada com a finalidade de revelar se o sujeito investigado é capaz de reconhecer uma função afim a partir de outras representações, neste caso através da representação gráfica. O aluno deveria marcar o item (d) no qual o gráfico representa a função definida pelo enunciado da questão. Questão 4 04) Encontre a expressão analítica do gráfico seguinte e responda se a função é crescente ou decrescente: R: 24 OBJETIVO: A questão 4 tem por objetivo mostrar a capacidade do sujeito investigado quanto à análise de gráficos, para identificar os pontos presentes na reta e a partir destes pontos construir a expressão analítica. Além disso, o aluno deve reconhecer se uma função é crescente ou decrescente a partir desta representação. Questão 5 05) A família de Seu Luiz ficou entusiasmada com o anúncio abaixo, tanto que passaram cinco dias na praia. Entre refeições e diárias acabaram gastando R$ 680,00. Escreva a função que representa a despesa diária (y) em função do número de pessoas (x) e determine o número de pessoas da família que foram ao passeio. ANÚNCIO Apto. próximo à praia, com acomodações para até 6 pessoas. Diária R$ 80,00 mais refeição opcional (R$ 14,00 ao dia por pessoa) OBJETIVO: A questão 5 requer do sujeito investigado o poder de interpretação de situações problemas muito rotineiras na matemática, no qual o aluno deveria reconhecer o conteúdo – função afim – em uma questão contextualizada, bem como interpretá-la pertinentemente, para posteriormente encontrar a estrutura algébrica desta função e o valor numérico do seu domínio que deverá ser encontrado a partir da imagem fornecida. 4.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.3.1. INTRODUÇÃO Os resultados foram obtidos mediante a observação das anotações realizadas pelos alunos que participaram dessa pesquisa. Foi nossa intenção realizar um levantamento acerca do conhecimento dos alunos em relação ao 25 conteúdo de função afim e suas dificuldades ao desenvolverem tarefas envolvendo o conteúdo sobre função afim, para uma possível comparação e compreensão de tais dificuldades. 4.3.2 ANÁLISE QUANTITATIVA (QUESTIONÁRIO I) De acordo com os resultados obtidos no questionário I (ver apêndice I), fizemos uma análise quantitativa e destacamos alguns aspectos relacionados ao nosso público alvo, como: predominância de idade, conhecimento adquirido por parte dos alunos em relação ao conteúdo de função afim e metodologia de ensino. Tabela 1: Idade dos alunos. IDADES QUANTIDADE DE % ALUNOS 14 3 8,58 15 22 62,85 16 5 14,28 17 3 8,58 18 2 5,71 TOTAL 35 100 Fonte: Pesquisa de campo. Com relação às idades, pôde-se verificar que, dos 35 alunos, a maioria, ou seja, 22 alunos (62,85%) possuem 15 anos, em contrapartida apenas 2 alunos (5,71%) possuem 18 anos e a média de idade é de 15,4 anos. Tabela 2: Resultados para questão 1 QUESTÃO 1 – Onde você cursou o seu Ensino Fundamental? % Escola Pública e Particular 7 20 Escola Pública 2 5,71 Escola Particular 26 74,29 TOTAL 35 100 Fonte: Pesquisa de campo. 26 No que diz respeito às instituições onde os alunos cursaram o Ensino Fundamental verificou-se que, 26 alunos (74,29%) são oriundos de Escola Particular e a minoria, ou seja, 2 alunos (5,71%) são de Escola Pública, vale ressaltar também que 7 alunos (20%) tiverem seu ensino fundamental concluído em instituições particular e pública. Tabela 3: Resultados para questão 2 QUESTÃO 2 – Como acontece o acompanhamento de seus conteúdos % Escolares? Professor particular 9 25,72 Individualmente 23 65,72 Estudando com os pais 2 5,71 Grupo de estudos 1 2,85 TOTAL 35 100 Fonte: Pesquisa de campo. Quanto ao acompanhamento dos conteúdos escolares, a maioria, 23 alunos (65,72%), responderam que o fazem de forma individual, e apenas 1 aluno (2,85%) considera seu acompanhamento feito por estudo em grupo, mas é importante lembrar a participação dos pais neste acompanhamento que obteve como resposta, apenas 2 alunos (5,71%). Tabela 4: Resultados para questão 3 QUESTÃO 3 – Em que momento, você estudou os assuntos % Envolvendo a função Afim (1º Grau)? 8ª Série 19 54,28 1º Ano 10 28,58 7ª Série 2 5,72 Não Lembra 4 11,42 TOTAL 35 100 Fonte: Pesquisa de campo. No que se refere ao ano ou série em que o aluno estudou os assuntos envolvendo a função Afim, 19 alunos (54,28%), disseram que estudaram o 27 conteúdo na 8ª série, 10 alunos (28,58%) no 1º ano e a minoria, 2 alunos (5,72%) na 7ª série, ainda tem aqueles que não lembram quando estudaram este conteúdo, representado por 4 alunos (11,42%). Tabela 5: Resultados para questão 4 QUESTÃO 4: Sobre a Função Afim que conteúdos você (1) e (2): Conteúdos (1) Lembra ter estudado % (2) Acredita possuir maior domínio % (3) Não Lembram % 31 88,57 4 11,43 0 0 23 65,72 6 17,14 6 17,14 17 48,57 17 48,57 1 2,86 22 62,85 9 25,72 4 11,43 24 68,57 6 17,14 5 14,29 Taxa de variação da função afim 22 62,85 6 17,14 7 20 Situações – Problemas envolvendo a função afim 28 80 5 14,29 2 5,71 Definição de Função Afim (1ºgrau) Casos particulares da função afim Equações do 1º Grau Construção e identificação de Gráficos da função afim Crescimento e decresciment o de função afim Fonte: Pesquisa de campo. No que concerne ao conhecimento dos alunos em relação ao conteúdo de função afim, nota-se que, em relação á definição, 31 alunos (88,57%) lembram ter estudado, 4 alunos (11,43%) acreditam possuir maior domínio e 28 nenhum aluno não opinou, sobre os casos particulares da função afim, 23 alunos (65,72%) lembram ter estudado, 6 alunos (17,14%) acreditam possuir maior domínio e 6 alunos (17,14%) não lembram deste assunto. Quanto às equações do 1º grau, 17 alunos (48,57%) lembram ter estudado e 17 alunos (48,57%) acreditam possuir maior domínio e 1 aluno (2,86%) não lembra ter estudado o assunto, já em relação à construção e identificação de gráficos da função afim, 22 alunos (62,85%) lembram ter estudado, 9 alunos (25,72%) acreditam possuir maior domínio e 4 alunos (11,43%) não lembram do assunto. Sobre crescimento e decrescimento de função afim, 24 alunos (68,57%) lembram ter estudado, 6 alunos (17,14%) acreditam possuir maior domínio e 5 alunos (14,29%) não lembram ter visto o assunto. A respeito da taxa de variação da função afim 22 alunos (62,85%) lembram ter estudado, 6 alunos (17,14%) acreditam possuir maior domínio e 7 alunos (20%) não lembram ter estudado o assunto, por último, o conteúdo a partir de situações problemas, onde, 28 alunos (80%) lembram ter estudado, 5 alunos (14,29%) acreditam possuir maior domínio e 2 alunos (5,71%) não lembram do assunto. Tabela 6: Resultados para questão 5 QUESTÃO 5 – Em qual nível de dificuldade você classifica o conteúdo de função afim (1º grau) que você estudou? Conteúdos MF % F % M % D % MD % Definição de função Afim (1º Grau) 2 5,71 14 40 9 25,71 9 25,71 1 2,86 Casos particulares da função afim 1 2,86 8 22,86 15 42,86 10 28,57 1 2,86 12 34,29 16 45,71 4 11,43 3 8,57 0 0 2 5,71 8 22,86 7 20 15 42,86 1 2,86 0 0 5 14,29 12 34,29 16 45,71 2 5,71 Equações do 1º Grau Construção e identificação de gráficos da função afim Crescimento e decrescimento da função afim 29 Taxa de variação da função afim Situações – Problemas envolvendo a função afim 1 2,86 5 14,29 13 37,14 14 40 2 5,71 0 0 9 25,71 10 28,57 14 40 2 5,71 Fonte: Pesquisa de campo Legenda: MF = Muito Fácil F = Fácil M = Moderado D = Difícil MD = Muito Difícil A respeito do nível de dificuldade no qual o aluno classifica o conteúdo de função afim, verificou-se que, sobre a definição de função Afim a maioria dos alunos, ou seja, 14 alunos (40%) consideraram o tópico fácil e a minoria, 1 aluno (2,86%), muito difícil, quanto aos casos particulares da função, a maioria, 15 alunos (42,86%), acharam moderado e a minoria, 1 aluno (2,86%) achou muito difícil. O tópico de equações obteve 16 alunos (45,71%), que consideravam o conteúdo fácil, ou seja, sua maioria, em contrapartida ninguém considerou muito fácil, sobre a construção e identificação de gráficos, grande parte dos alunos (42,86%) considerou o tópico difícil e uma pequena quantidade de alunos, apenas 1 (2,86%) muito fácil, quanto ao crescimento e decrescimento da função, a maioria dos alunos, ou seja, 16 alunos (45,71%) consideraram o conteúdo difícil, por outro lado ninguém o achou muito fácil, em relação à taxa de variação, a maioria, 14 alunos (40%) considerou difícil e a apenas 1 aluno (2,86%) considerou muito fácil, por último, a respeito das situações problemas envolvendo função, a maioria dos alunos, 14 alunos (40%) considerou o conteúdo difícil, enquanto que ninguém o considerou muito fácil. 30 Tabela 7: Resultados para questão 6 QUESTÃO 6 – Com que freqüência você estudou os assuntos % envolvendo a função afim (1º grau)? Na semana da prova 11 31,43 Um dia antes da prova 5 14,28 Diariamente 4 11,43 Só em sala de aula 6 17,15 Uma vez por semana 7 20 Não estudava 2 5,71 TOTAL 35 100 Fonte: Pesquisa de campo. Com relação à freqüência com que os alunos estudam o conteúdo de função afim a maioria dos alunos, ou seja, 11 alunos (31,43%) afirmaram estudar apenas na semana da prova e a minoria, 2 alunos (5,71%) afirmaram não estudar. Tabela 8: Resultados para questão 7 QUESTÃO 7 – Se você considera o conteúdo de função afim (1º Grau) % difícil, você atribuiria esta dificuldade a que ou quem? Ao professor 1 2,86 Não considero difícil 14 40 Ao conteúdo 10 28,57 A você mesmo(a) 10 28,57 TOTAL 35 100 Fonte: Pesquisa de campo. No que diz respeito ao nível de dificuldade atribuído ao conteúdo por parte dos alunos, a maioria, 14 alunos (40%) não considera o conteúdo difícil, apenas 1 aluno (2,85%) atribui esta dificuldade ao professor, outros 10 alunos (28,57%), atribuíram a dificuldade ao conteúdo e mais 10 alunos (28,57%), a eles próprios. 31 Tabela 9: Resultados para questão 8 QUESTÃO 8 – Qual a metodologia utilizada pelo seu professor para o % Ensino de função afim (1º grau)? Modelando situações reais 1 2,85 Definição – Exemplos – Exercícios 30 85,72 Formalização de situações problemas 2 5,72 Outros Métodos 2 5,71 TOTAL 35 100 Fonte: Pesquisa de campo. Em relação á metodologia utilizada pelo professor no ensino de função, a maioria dos alunos, ou seja, 30 alunos (85,72%) disseram que o professor utiliza-se de definição – exemplos – exercícios e a minoria, 1 aluno (2,85%) que o professor utiliza modelos de situações reais. Tabela 10: Resultados para questão 9 QUESTÃO 9 – Você acha que a metodologia de ensino aplicada pelo seu % professor é suficiente para o seu aprendizado? Sim 21 60 Não 14 40 TOTAL 35 100 Fonte: Pesquisa de campo Quanto ao fato da metodologia utilizada pelo professor ser suficiente para o aprendizado dos alunos, verificamos que 21 alunos (60%) acreditam que esta metodologia seja suficiente, enquanto que 14 alunos (40%) não concordam com esta metodologia. 4.3.2 ANÁLISE QUANTITATIVA (QUESTIONÁRIO II) A partir da analise quantitativa do questionário II (ver apêndice II) destacamos os seguintes aspectos: quantidade e percentual de acertos e erros. 32 A respeito do conhecimento dos alunos quanto à estrutura da função afim, os resultados da tabela (1) mostram que, com relação ao item (a) Função Afim, os 35 alunos (100%) reconheceram a representação da função classificado-a como função afim, no item (b) Caso Particular, apenas 11 alunos (30%) reconheceram a estrutura como sendo uma função afim e 24 alunos (70%) não a reconheceram, no item (c) Função do 2º grau, 26 alunos (75%) afirmaram que a função afim não possui a mesma representação da função do 2º grau, enquanto que, 9 alunos (25%) consideraram a função do 2º grau como sendo função afim, no item (d) Representação através de números racionais, 23 alunos consideraram esta representação como sendo uma função afim e 12 alunos (35%) afirmaram que a representação da função afim através de números racionais não é válida, o item (e) Equação do 1º grau, obteve 25 alunos (72%) que afirmaram que equação do 1º grau não representa função afim e 10 alunos (28%), consideraram uma equação como sendo uma função afim. Questão 1 01) Responda SIM ou NÃO. Das funções abaixo quais delas podemos afirmar que são do 1º grau (afim), sendo definida por ? a) f(x) = 22x + 5______ d) f(x) = x 5 ______ 2 7 c) f(x) = 2 + x2______ b) f(x) = 3______ e) 2 x 8 ______ Tabela 11 : Resultados para questão 1 Itens Acertos % Erros % a) Função afim 35 100 0 0 b) Função afim (Caso 11 30 24 70 c) Função do 2º grau 26 75 9 25 d) Função afim 23 65 12 35 25 72 10 28 Particular) (Representação através de números racionais) e) Equação do 1º grau Fonte: Pesquisa de campo. 33 Em relação à construção da expressão algébrica da função a partir de pontos ou pares fornecidos em uma tabela, a tabela (2) revela que, nenhum aluno foi capaz de solucionar a questão na íntegra, dentre ao quais estão 14 alunos (40%) que erraram a questão, 8 alunos (22,85%) que a deixaram em branco e foram “consideradas” 13 resoluções (37,15%) da questão, devido o aluno ter encontrado os coeficientes linear e angular, porém os mesmos não construíram a expressão a partir dos dados encontrados, por isso o número de que obtiveram êxito foi 0 (0%). Questão 2 02) Veja a tabela a seguir e encontre a expressão analítica da função afim definida de : R: x y 0 5 2 9 3 11 Tabela 12 : Resultados para questão 2 Quantidade % Acertos 0 0 Erros 14 40 Brancos 8 22,85 “Considerados” 13 37,15 Fonte: Pesquisa de campo. Quanto ao reconhecimento da função afim a partir da sua representação gráfica, a tabela (3) mostra que 22 alunos (63%) conseguiram identificar o gráfico da função afim e 13 alunos (37%) não conseguiram. 34 Questão 3 03) Qual dos gráficos abaixo pode representar uma função f ( x) ax b de a > 0? a) b) d) e) c) Tabela 13: Resultados para questão 3 Quantidade % Acertos 13 37 Erros 22 63 Fonte: Pesquisa de campo. Sobre a construção da expressão analítica da função afim a partir de sua representação gráfica e classificação quanto crescente ou decrescente, a tabela (4) nos revela que, em relação à expressão analítica 100% dos alunos não conseguiram construí-la e com relação à função ser crescente ou decrescente, 17 alunos (49%) acertaram afirmando ser crescente a função, enquanto que 18 alunos (51%) erraram afirmando ser decrescente. 35 Questão 4 04) Encontre a expressão analítica do gráfico seguinte e responda se a função é crescente ou decrescente: R: Tabela 14: Resultados para questão 4 Expressão analítica Quantidade % Acertos 0 0 Erros 35 100 Crescente ou Decrescente Quantidade % Acertos 17 49 Erros 18 51 Fonte: Pesquisa de campo. A questão (5) que exigia do aluno resolver uma situação problema para encontrar a estrutura algébrica da função afim e encontrar o valor numérico do domínio da função a partir de uma imagem fornecida, obteve segundo a tabela (5), 2 alunos (5,6%) alcançaram o objetivo da questão e 33 alunos (94,4%) não tiverem mesmo eficácia, porém devemos ressaltar o poder de iniciativa por parte do alunado, no qual dos 33 alunos que erraram apenas 4 alunos tentaram encontrar uma solução. 36 Questão 5 05) A família de Seu Luiz ficou entusiasmada com o anúncio abaixo, tanto que passaram cinco dias na praia. Entre refeições e diárias acabaram gastando R$ 680,00. Escreva a função que representa a despesa diária (y) em função do número de pessoas (x) e determine o número de pessoas da família que foram ao passeio. ANÚNCIO Apto. próximo à praia, com acomodações para até 6 pessoas. Diária R$ 80,00 mais refeição opcional (R$ 14,00 ao dia por pessoa) Tabela 15: Resultados para questão 5 Quantidade % Acertos 2 5,6 Erros 33 94,4% Fonte: Pesquisa de campo. 4.3.4 ANÁLISE QUALITATIVA GERAL (Comparativo entre os questionários I e II) Viabilizando a interpretação das anotações dos indivíduos dessa pesquisa, realizaremos uma análise minuciosa com base em ambos os questionários, fazendo um comparativo entre os registros dos alunos no 1º questionário e no 2º questionário para tentarmos identificar possíveis dificuldades na resolução das questões envolvendo o conteúdo de função afim. Para isso, tomaremos como base algumas pesquisas realizadas anteriormente, e tentaremos justificar alguns erros encontrados em respostas que foram selecionadas e aqui destacadas. Os protocolos de pesquisa destacados encontram-se em apêndice (APÊNDICE III) neste trabalho. 37 Análise referente à 1ª Questão: A priori consideramos dois grupos: grupo G1 que representa os alunos que obtiveram êxito na questão e o grupo G2 que representa os alunos que erraram pelo menos um item da mesma. G1: Neste grupo encontramos 7 alunos que obtiveram êxito em tal questão na integra, ou seja, estes alunos conseguiram identificar em todos os itens, quais representavam uma função afim e quais não representavam. Como referência de tal sucesso, destacamos abaixo a resposta do protocolo de pesquisa A32 (ver apêndice III). Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 1) G2: Neste grupo encontramos 28 alunos que não obtiveram êxito em tal questão, ou seja, estes alunos responderam de forma equivocada pelo menos um item da mesma. Como referência de tal insucesso, destacamos abaixo a resposta no protocolo de pesquisa A25 (ver apêndice III). Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 2) 38 Comentários gerais: Notamos que apenas 7 alunos conseguiram alcançar o objetivo da questão identificando quais estruturas representavam uma função afim, porém, 28 alunos tiveram insucesso em pelo menos um item. O item (a) foi o único respondido por todos os 35 alunos de forma pertinente. O item (b) foi respondido de forma equivocada por 24 alunos, isso deve – se ao fato de estarmos trabalhando com um caso particular da função afim denominada função constante, no qual o coeficiente angular é zero e isto ocasiona uma diferença na estrutura formal da função, de f(x) = ax + b para f(x) = b, talvez por esse motivo o aluno não considere a expressão como sendo uma função afim. Vale ressaltar que esta dificuldade encontrada pelos alunos em nossa pesquisa também fora encontrada nas pesquisas realizadas por Markovits, Eylon & Buckheimer (1995). O item (c) foi respondido de forma incorreta por 9 alunos, que não souberam diferenciar uma função do 2º grau de uma função do 1º grau, este tipo de erro reflete a falta de conhecimento dos alunos acerca do conteúdo e principalmente acerca dos conceitos e definições que o envolve, de acordo com Meira (1997), “o aprendizado do conceito de funções é importante pelo fato deste conceito ser considerado uma ferramenta fundamental na matemática”, e esta importância não esta sendo assimilada por grande parte dos alunos, o que reflete nos resultados de nossa pesquisa. O item (d) obteve consideráveis 12 alunos que não responderam a questão de forma correta, afirmando que, pelo fato dos coeficientes da função estarem representados por números racionais, a mesma não pode ser classificada como uma função afim, refletindo mais um problema de definição. O item (e) reflete de fato a falta de conhecimento teórico acerca do conteúdo de função afim, pois 10 alunos consideraram uma equação do 1º grau como sendo uma função afim, além de nossa pesquisa este tipo de erro já ocorreu também em outro trabalho realizado por Fossa e Fossa (2001), onde eles afirmaram que o conceito de equação, função e gráfico se confundem para 39 a maioria dos sujeitos investigados. Por isso eles sugerem, que a noção de função seja apresentada por meio de atividades de modelagem de situações físicas concretas, além de enfatizarem o fato de que podemos usar certas equações e gráficos para representar relações funcionais. Para finalizarmos nossa análise em relação à questão 1 gostaríamos de salientar e justificar tais dificuldades encontradas, pois ao fazermos um comparativo com o questionário I (ver apêndice I) verificamos que grande parte dos alunos afirmou que apenas lembravam ter estudado a definição de função afim mas não afirmou possuir maior domínio, o que confirma o baixo desempenho nas atividades relacionadas com a definição de função afim e um deles é o caso do sujeito A 25 destacado como exemplo tal insucesso nos itens b, c, d e e na questão para análise. Análise referente à 2ª Questão: Para a questão (2), também separamos dois grupos que refletem o desempenho dos alunos, seja positiva ou negativamente. Selecionamos um registro que pudesse representar o grupo de alunos que quase obtiveram êxito na questão, o grupo G1 e outro registro que demonstra o insucesso de outro grupo o G2, no qual os alunos não conseguiram resolver a questão. G1: Neste grupo não encontramos alunos que tivessem acertado 100% da questão, mas decidimos considerar algumas resoluções pertinentes da mesma, de modo que se tenha percebido que o aluno possuía algum conhecimento acerca do conteúdo e por isso consideramos a questão meio certa como é o caso do sujeito A22 (ver apêndice III) que nos chamou a atenção apenas pelo erro do sinal, por isso mereceu destaque: 40 Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 3) G2: No segundo grupo encontramos 8 questionários em branco, e 14 errados, no exercício em questão, portanto destacamos o registro do sujeito A12 que mostra este tipo de erro comum cometido pelos alunos: Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 4) Comentários Gerais: Na questão (2), notamos que nenhum aluno acertou a questão por completo, portanto, dos 35 alunos que erraram, 14 alunos tentaram achar uma solução, 8 alunos deixaram em branco e 13 alunos conseguiram fazer a metade. Dos 14 alunos que tentaram resolver a questão muitos tiveram insucesso como no exemplo do sujeito A12 (ver apêndice III). Isto pode ocorrido pelo fato de não conhecerem outras formas de representação da função, que neste caso estava representada por tabela, e esta dificuldade encontrada pelos alunos é vista no trabalho de Duval (1995) quando salienta 41 que as dificuldades são geradas pela falta da diversidade que é característica fundamental na matemática, ou seja, as várias representações no ensino de função é um mecanismo fundamental de aprendizado. Dos 13 alunos que conseguiram encontrar a solução pela metade, a maioria não conseguiu montar a expressão analítica da função, mas conseguiu encontrar os coeficientes linear e angular da mesma e que representa parte fundamental na sua construção. A dificuldade encontrada pelos alunos pode ser justificada também pelo fato de que em alguns casos as variações também possuem suas restrições, como enfatiza Meira (1997, p. 80) afirmando que “o uso tradicional de tabelas apenas como um „arquivo‟ de coordenadas a serem grafadas no plano Cartesiano limita seriamente as possibilidades deste sistema representacional”, talvez daí surja à necessidade de se compreender inúmeras variações possíveis para que se possa ter sempre um leque de opções que tornem o aprendizado mais efetivo. Apenas um aluno conseguiu montar a expressão analítica que é o caso do sujeito A22 (ver apêndice III), mas cometeu um equívoco no sinal do coeficiente angular da função, por causa do “jogo de sinal”. Realizando uma análise da questão resolvida pelos alunos e os resultados do questionário I (ver apêndice I), verificamos que esta dificuldade também pode estar relacionada a metodologia de ensino adotada pelo professor, pois metade dos alunos reprovaram esta ação como suficiente para o seu aprendizado, não obtemos informações das diferentes representações que podem ter sido utilizada por ele, portanto, este comentário é apenas uma suposição. Análise referente à 3ª questão: Na terceira questão, consideramos apenas dois grupos, o grupo G1, referente aos alunos que não conseguiram reconhecer a representação da função afim através do gráfico e o grupo G2 que conseguiu reconhecer a função através da representação e marcou o item correto. 42 G1: Neste grupo 22 alunos não reconheceram a função a partir da representação gráfica e como exemplo deste insucesso destacamos o sujeito A17 (ver apêndice III): Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 5) G2: Este grupo é representado pelos 13 alunos que obtiveram êxito na questão e conseguiram reconhecer o gráfico que representava uma função afim, dentre eles está o sujeito A29 (ver apêndice III): Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 6) 43 Comentários Gerais: Na questão (3) verificamos que 22 alunos não reconheceram a função afim a partir da representação gráfica e 13 alunos a reconheceram, um deles é o sujeito A29 (ver apêndice III) utilizado como exemplo na análise da questão. Consideramos tal resultado insatisfatório, pois a representação gráfica é muito utilizada no ensino médio, e o percentual de alunos que não conseguiram identificar o gráfico foi considerável, como mostramos no exemplo do sujeito A17 (ver apêndice III), este é mais um problema que pode ser justificado não só pela ausência de conhecimento do conceito, mas principalmente pela falta da diversidade citada na questão anterior. Fazendo uma relação do exercício em questão com o dos resultados obtidos no questionário I, podemos verificar que grande parte dos alunos afirmou ter dificuldade na construção e identificação de gráficos, o que pode justificar este baixo nível de acertos, e que pode ser justificada pelas observações acima. Análise referente à 4ª questão: Na quarta questão, selecionamos três grupos, o grupo G1, que representa os alunos que não acertaram a primeira pergunta da questão, o grupo G2, que representa os alunos que não acertaram a segunda pergunta da questão e o grupo G3, que representa os alunos que obtiveram êxito apenas na segunda pergunta. G1: Na primeira pergunta nenhum aluno foi capaz de encontrar uma solução, totalizando 35 alunos que erraram a questão, assim como no G2, temos 18 alunos que não conseguiram responder a segunda pergunta corretamente, com destaque, representando os dois grupos, o sujeito A32 (ver apêndice III): 44 Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 7) G3: Neste grupo, encontramos 17 alunos que conseguiram responder a questão corretamente, afirmando que a função apresentada classificava-se como crescente, como destacamos o registro do sujeito A11 (ver apêndice III): Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 8) Comentários Gerais: Na questão (4), encontramos um índice muito baixo de aproveitamento nas respostas da primeira situação exigida, ou seja, encontrar a expressão analítica da função, pois nenhum aluno foi capaz de solucionar a questão, os alunos deveriam identificar os pontos na reta e a partir deles seja por sistema ou determinante, encontrar a função desejada, além disso 18 alunos não conseguiram identificar que a função era crescente. Estes resultados refletem novamente a situação já citada anteriormente, que é a dificuldade pela ausência do conhecimento das diferentes representações da função, e um exemplo utilizado, como o do sujeito A32 (ver 45 apêndice III) nos revela total desconhecimento acerca do conteúdo, já no caso do sujeito A11 (ver apêndice III), podemos encontrar uma tentativa de resolução que pode ser mais bem trabalhada, neste caso tratando das questões algébricas. Análise referente à 5ª questão: Na quinta questão, encontramos apenas dois grupos, o grupo G1, referente aos alunos que não conseguiram acertar a questão e o grupo G2, representando os alunos que tiveram sucesso na resolução da mesma. G1: Neste grupo encontramos 33 alunos que não conseguiram solucionar o problema matemático envolvendo o conteúdo de função, como exemplo, destacamos o protocolo do sujeito A6 (ver apêndice III): Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 9) G2: Este grupo representa apenas os dois alunos que conseguiram solucionar a questão de forma coerente, construindo a expressão analítica e solucionando o problema, portanto destacamos o sujeito A20 (ver apêndice III), que representa tal sucesso na resolução: 46 Fonte: Pesquisa de campo. (Figura 10) Comentários Gerais: Na quinta questão 33 alunos não conseguiram solucionar a questão, no caso encontrando além da expressão analítica construída a partir de dados do texto a solução exigida após a construção e apenas 2 alunos conseguiram desenvolver a questão de forma coerente. Dos alunos que resolveram a questão corretamente, destacamos o sujeito A20 (ver apêndice III) que solucionou a questão de maneira bem organizada e coerente. Com relação aos alunos que não conseguiram obter êxito na questão, destacamos o sujeito A6 (ver apêndice III), que apesar de tentar solucionar a questão não conseguiu interpretar o problema de forma correta. Esta dificuldade pode estar relacionada principalmente com a interpretação da situação problema e também com relação ao conhecimento básico dos conteúdos matemáticos, por exemplo, o conceito, para Duval (1995) é importante a utilização de diferentes formas de representação da função, que neste caso é feita com os elementos dispostos em uma situação problema, quanto menos isto ocorre menos compreensão o aluno terá, pois o aprendizado permanecerá mecânico. 47 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Propusemo-nos com esta pesquisa verificar quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos no processo ensino e aprendizagem de função Afim, e para tanto, aplicamos dois questionários para alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola particular do município de Belém nos mês de Agosto de 2008. : Após aplicarmos o instrumento de coleta de dados realizamos um comparativo do questionário I (ver apêndice I) com o questionário II (ver apêndice II) verificando de que forma o perfil do sujeito investigado, sua vida estudantil e a metodologia de ensino adotada pelo professor interferem positiva ou negativamente no processo. Com relação à origem das dificuldades encontradas pelos alunos verificamos que, grande parte dos alunos estuda individualmente e o que nos chamou atenção foi à falta de acompanhamento de seus estudos por parte dos pais ou de outra pessoa, pois, pelos resultados encontrados no questionário II este acompanhamento se faz muito necessário. Também notamos que a maioria dos alunos estudou este conteúdo a primeira vez na 8ª série do ensino fundamental e talvez pelo fato de não ter tido uma boa base do conteúdo isto tenha interferido no processo. Os alunos em geral afirmaram que apenas lembravam ter estudado determinados tópicos que foram colocados a eles na questão sobre o conteúdo, além afirmarem que estes tópicos eram considerados difíceis, portanto não possuíam um bom domínio, alguns afirmaram ter este domínio apenas em equações do 1º grau também classificando este tópico como fácil, pois consideremos que este tópico por ser ministrado na 6ª série tenha sido assimilado melhor pelos alunos. Outra situação que requer reflexão é a falta de preparação dos próprios alunos, pois a maioria afirmou estudar apenas véspera de provas. Verificamos mais além e destacamos aqui o fato dos alunos terem afirmado que o professor utiliza-se de uma metodologia tradicional, com definição, exemplo e exercícios e quase metade dos alunos afirmou não 48 concordar com esta metodologia por não ser eficaz para a aprendizagem dos conteúdos matemáticos. Em relação às questões resolvidas pelos alunos, encontramos em nossos protocolos de pesquisa situações extremamente preocupantes, pois com relação à questão (1) do questionário II, envolvendo a estrutura da função Afim, muitos alunos confundiam equações, funções do 2º grau, com a função desejada, segundo Markovits, Eylon e Bruckheimer (1995), os alunos muitas vezes têm a concepção errada de que toda função é uma função afim, a falta de conhecimento e apreensão do conceito pode ter gerado estas dificuldades, talvez a forma como seja repassada a idéia, como Pelho (2005) afirma em seu trabalho, que o conceito é introduzido sempre de maneira direta e formal o isso prejudica a seu aprendizado. Na questão (2), (3) e (4) os alunos tiveram grande dificuldade quanto às diferentes representações da função (tabelas e gráficos). Portanto, verificamos como citado anteriormente que o ensino direto e formal poderia ter momentos de reflexão para que de alguma forma os professores possam ter ferramentas de substituição e os alunos passem a ter mecanismos diferenciados de aprendizado, em sua pesquisa Duval (1995) considera a matemática como um universo diversificado, e estes diferentes registros, é que podem tornar o ensino mais eficaz, além disso ele cita também que as conversões devem ser executadas forma coerente. Na questão (5) além do conhecimento acerca do conceito da função, no geral os alunos não conseguiram interpretar a situação problema, logo vários alunos deixaram a questão em branco, consideramos nesta questão além das dificuldades citadas anteriormente o problema da interpretação. Dessa maneira, percebemos que os sujeitos investigados têm dificuldades em desenvolver atividades envolvendo o conteúdo de função Afim e estas dificuldades estão relacionadas principalmente com: Apreensão do conceito, principalmente de maneira formal. Outras formas de representação entre elas, gráfico e tabelas. 49 Interpretação de situações problemas. De acordo com os resultados obtidos no questionário I atribuímos estas dificuldades também aos próprios alunos, principalmente pela aversão a disciplina e sugerimos um acompanhamento aos seus conteúdos escolares por parte de pais ou responsáveis e dedicação dos próprios alunos. Outra situação a ser registrada é a metodologia adotada pelo professor, sugerimos também que novas metodologias de ensino possam fazer parte dessas ferramentas utilizadas por eles, pois talvez dessa forma, seja possível gerar incentivo aos alunos, tornando-os mais compreensivos e sabedores, principalmente àqueles que não aceitam a disciplina. Vivenciamos diariamente inúmeras dificuldades encontradas pelos alunos no processo ensino e aprendizagem da matemática, desde o ensino fundamental até o ensino superior e algumas delas por exemplo, em função Afim que foram citadas anteriormente, notamos que pouco tem sido feito para que esta situação melhore, o que se tem de concreto são trabalhos realizados na área da educação matemática que demonstram tais dificuldades e que servem de orientação para futuros docentes, na verdade não temos um documento ou um fato que comprove que estas pesquisas são utilizadas com eficiência para uma possível melhora neste processo, portanto, desejamos que de alguma forma tenhamos sido úteis para esse processo de reflexão e ao menos podemos afirmar que para nossa vida profissional este estudo será bem assimilado e por conseqüência utilizado com eficiência. 50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Educação (MEC) Secretaria de Educação Média eTecnológica (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília:MEC/Semtec, 1999. COSTA, A. C. e MESSIAS, M. A. Um estudo sobre as principais dificuldades em função afim no nível médio. In: Revista Eletrônica. Sbem-PA, 200?. DUVAL, R. Semiosis et pensée humaine: Regitres sémiotiques et apprentissages intellectuels. Bern: Peter Lang, 1995. FOSSA, J. e FOSSA, M. G. Funções, equações e regras. In: FOSSA, J. (Org.). Ensaios sobre a Educação Matemática. Belém: EDUEPA, 2001, p. 153-165. LOPES, W. S. A importância da utilização de múltiplas representações no desenvolvimento do conceito de função: uma proposta de ensino. Dissertação de (Mestrado em Educação Matemática) – PUC, São Paulo, 2003. MARKOVITS, Z., EYLON, B. S. e BRUCKHEIMER, M. Dificuldades dos alunos com o conceito de função. In: As idéias da álgebra. Org.Arthur F.Coxford e Albert P. Shulte.São Paulo: Atual, p.49-69, 1995. MEIRA, L. L. Aprendizagem e ensino de funções. In: Estudos em Psicologia da Educação Matemática. 2ªed. Recife: Universitária da UFPE, 1997, p. 62 – 83. PELHO, E. B. B. Introdução ao conceito de função: a importância da compreensão das variáveis. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) – PUC, São Paulo, 2003. SILVA, M. C. ENSINO E APRENDIZAGEM DE FUNÇÕES: Considerações sobre os parâmetros curriculares nacionais e pesquisas desenvolvidas na educação matemática. PUC - SP, 2008. SOUZA, R. N. S. de, A construção da noção de função linear: transitando em diferentes registros de representação semióticos. Programa de Mestrado Acadêmico em Educação: Universidade do Vale do Itajaí. Itajaí - SC. Dissertação de Mestrado. 2003.146p. 51 SOUZA, R. N. S. e CORDEIRO, M. H. Os registros de representação como ferramenta do pensamento na resolução de problemas matemáticos que envolvem o conceito de função linear: In: Contrapontos. Itajaí: Editora da Univali, ano 2, nº 6, p.439-448, set/dez 2002. http//:dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/6601/3/TeseV3.pdf <acesso em: 12 de dezembro de 2008> www.sbempaulista.org.br/epem/anais/Comunicacoes_Orais%5Cco0018.doc <acesso em: 2 de novembro de 2008> 52 Centro de Ciências Sociais e da Educação Curso de Matemática Av. Djalma Dutra S/n 66030-010 Belém - PA