AIDA CHRISTINE SILVA LIMA DO NASCIMENTO PEDAGOGIA DO ESPORTE E O ATLETISMO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INICIAÇÃO E DA ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE - 2.005 - AIDA CHRISTINE SILVA LIMA DO NASCIMENTO PEDAGOGIA DO ESPORTE E O ATLETISMO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INICIAÇÃO E DA ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE - 2.005 - Prefácio Apresentar esta obra, para mim, é motivo de alegria e orgulho. Trata-se de um estudo de mestrado de autoria da professora Aida, realizado na Faculdade de Educação Física da Unicamp, o qual tive a privilégio de orientar. O leitor encontrará neste livro uma discussão atual acerca da pedagogia do esporte, com aplicação na modalidade atletismo, abordando um tema ao mesmo tempo relevante e preocupante: a especialização esportiva precoce. Aida atualmente é professora universitária, técnica de atletismo, e também já foi atleta desta modalidade. Esta lembrança faz-se necessária para ratificar a competência com que a autora desenvolveu o tema. Como ex-atleta e técnica de atletismo Aida construiu o eixo do estudo levando em conta suas experiências adquiridas na pista de atletismo; como professora universitária estruturou seu trabalho com rigor científico levando em conta suas experiências acadêmicas. Os problemas abordados nesta obra referem-se ao esporte praticado por crianças na iniciação e suas implicações na prática esportiva adulta. Destaca-se como principal foco do estudo a especialização esportiva precoce. Para discutir esta temática Aida organizou seu estudo considerando duas referências: marco teórico e pesquisa de campo. O marco teórico foi construído através de consistente revisão da literatura que trata do assunto; a pesquisa de campo teve como ambiente o Troféu Brasil de 1999 e os sujeitos foram atletas que obtiveram os melhores resultados nas provas de fundo e velocidade. Analisando a história de vida dos atletas/sujeitos, da iniciação até o profissionalismo no atletismo, a pesquisadora constatou aspectos importantes no processo de “formação” esportiva. Estas constatações, de forma quantitativa e qualitativa, são reveladas nesta publicação. Seguramente, o conteúdo apresentado nesta obra trás contribuições significativas para a Educação Física, sobretudo aos profissionais que atuam com a pedagogia do esporte, da iniciação ao treinamento esportivo, em especial com a modalidade atletismo. Por fim, cumprimento a professora Aida pelo excelente trabalho e recomendo sua leitura, pois certamente esta obra se tornará referência para todos nós: técnicos esportivos e professores de Educação Física. Roberto Rodrigues Paes AIDA CHRISTINE SILVA LIMA DO NASCIMENTO PEDAGOGIA DO ESPORTE E O ATLETISMO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA INICIAÇÃO E DA ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE 2005 ii “Toda a natureza é uma harmonia divina, sinfonia maravilhosa que convida todas as criaturas a que acompanhem sua evolução e progressos.”... Pastorinho. iii Artigos retirados do Estatuto da Criança e do Adolescente anotado. Art. 4.º - “ É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária.” (2000, p.20) Art. 5.º - “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.” (2000, p.21) Art. 7.º - “A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.” (2000, p.23) Art. 59.º - “ Os Municípios, com apoio dos Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.” (2.000, p. 66) Art. 71.º - “A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.” (2.000, p.70) iv Agradecimentos À Deus, pela vida Ao meu Orientador e amigo Roberto Rodrigues Paes, pela paciência e incentivo, Ao meu esposo Arnaldo pelo amor, carinho e compreensão, Àos meus filhos Mariana e Arthur, pela sua inocência, a luz do meu viver Aos meus pais Antônio (in memorian) e Irece (in memorian), por tudo Aos meus irmãos Aroldo e Paula pela amizade À minha avó Mariana pela minha formação A minha família... Aos amigos pelo incentivo Aos meus colegas de trabalho pelo carinho, Aos meus monitores pela colaboração, Aos meus atletas da equipe de Santo André. Agradecimentos Especiais Aos professores da FEF-UNICAMP e ao Prof. Dr. Ademir De Marco pela cooperação, A minha sogra, uma verdadeira mãe À minha cunhada e amiga Tânia, pela dedicação Ao Renato na Arte Final Aos amigos Janisse, Ana Carolina e Júlio simplesmente pela amizade, Ao amigo Adauto Domingues pelo auxílio, Aos técnicos que permitiram a colaboração de seus atletas, Aos atletas que se dispuseram participar nas entrevistas, Ao apoio da FEFISA e da PMSA E a todos que direta ou indiretamente acreditaram em mim... Obrigada. v SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... i LISTA DE QUADROS ..................................................................................................... ii RESUMO .......................................................................................................................... iii ABSTRACT ..................................................................................................................... iv APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... v INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 02 CAPÍTULO I A PRÁTICA ESPORTIVA NA INFÂNCIA E JUVENTUDE .................................... 06 1 Atividade Motora Aplicada a Crianças e Jovens........................................... 07 2 Crescimento, Idade Biológica e Idade Cronológica...................................... 08 3 Ossos, Tendões. Ligamentos e as Influências no Crescimento..................... 11 4 A Criança no Contexto Esportivo................................................................. 13 5 As Fases de Desenvolvimento no Comportamento Humano........................ 18 6 Especialização Precoce e o Desenvolvimento das Capacidades Motoras......................................................................................................... 21 6.1 Velocidade ................................................................................ 23 6.2 Força ......................................................................................... 25 6.3 Resistência ................................................................................ 26 CAPÍTULO II O ATLETISMO E A PEDAGOGIA DO ESPORTE ........................................ 30 vi 1 Histórico ........................................................................................................ 31 1.1 O Atletismo no Brasil ............................................................... 32 1.2 O Atletismo Hoje ...................................................................... 36 2 Iniciação Esportiva: Considerações pedagógicas .................................... 37 3 Aspectos Emocionais da Criança na Competição.................................... 40 4 Especialização precoce: Implicações e Conseqüências .......................... 43 4.1 Causas ..................................................................................... 43 4.2 Conseqüências .......................................................................... 45 5 Reflexões a respeito da especialização esportiva precoce ....................... 47 CAPÍTULO III A PESQUISA ........................................................................................................ 51 1 O Contexto da Pesquisa .......................................................................... 52 2 Procedimentos Metodológicos e Técnicos ...............................................54 2.1 Sujeitos ...................................................................................... 55 2.2 Ambiente.................................................................................... 55 2.3 Instrumentos .............................................................................. 55 2.4 Procedimentos .......................................................................... 55 2.5 Tratamento dos Dados .............................................................. 56 2.5.1 Apresentação de Dados................................................. 57 2.5.2 Quadros ........................................................................ 58 2.5.3 Descrição Analítica......................................................107 CAPÍTULO IV RESULTADOS ..................................................................................................159 1 Discussão dos Resultados..........................................................................160 1.1 Análise das Questões ...........................................................160 1.2 Discussão dos Dados ............................................................166 1.3 Considerações Finais ............................................................171 vii REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................176 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA..................................................................................179 ANEXOS............................................................................................................................181 viii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Iniciação Esportiva....................................................................................... 58 FIGURA 2 – Iniciação Esportiva....................................................................................... 59 FIGURA 3 –Iniciação Esportiva....................................................................................... 60 FIGURA 4 – Iniciação Esportiva....................................................................................... 61 FIGURA 5 - Iniciação Esportiva.......................................................................................62 FIGURA 6 – Iniciação Esportiva....................................................................................... 63 FIGURA 7 - Especialização no Atletismo........................................................................ 64 FIGURA 8 – Especialização no Atletismo........................................................................ 65 FIGURA 9 - Especialização no Atletismo........................................................................ 66 FIGURA 10 – Especialização no Atletismo....................................................................... 67 FIGURA 11 - Especialização no Atletismo....................................................................... 68 FIGURA 12 – Especialização no Atletismo....................................................................... 69 FIGURA 13 – Especialização no Atletismo....................................................................... 70 FIGURA 14 – Vivência e melhores resultados no Atletismo ............................................ 71 FIGURA 15 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 72 FIGURA 16 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 73 FIGURA 17 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 74 FIGURA 18 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 75 FIGURA 19 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 76 FIGURA 20 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 77 FIGURA 21 – Iniciação Esportiva...................................................................................... 78 FIGURA 22 – Iniciação Esportiva...................................................................................... 79 FIGURA 23 – Iniciação Esportiva...................................................................................... 80 FIGURA 24 – Iniciação Esportiva ..................................................................................... 81 FIGURA 25 – Iniciação Esportiva...................................................................................... 82 FIGURA 26 – Iniciação Esportiva...................................................................................... 83 FIGURA 27 – Especialização no Atletismo........................................................................84 FIGURA 28 – Especialização no Atletismo........................................................................85 FIGURA 29 – Especialização no Atletismo........................................................................86 FIGURA 30 – Especialização no Atletismo........................................................................87 FIGURA 31 – Especialização no Atletismo........................................................................88 FIGURA 32 – Especialização no Atletismo........................................................................89 FIGURA 33 – Especialização no Atletismo........................................................................90 FIGURA 34 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 91 FIGURA 35 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 92 FIGURA 36 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 93 FIGURA 37 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 94 FIGURA 38 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 95 FIGURA 39 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................ 96 FIGURA 40 – Vivência e melhores resultados no Atletismo............................................. 97 ix LISTA DE QUADROS QUADRO 1 -Iniciação Esportiva - provas de fundo.......................................................... 98 QUADRO 2 -Especialização no Atletismo - provas de fundo........................................... 99 QUADRO 3 -Vivência e melhores resultados no Atletismo - provas de fundo.................100 QUADRO 4 -Vivência e melhores resultados no Atletismo - provas de fundo.................101 QUADRO 5 -Iniciação Esportiva - provas de velocidade..................................................102 QUADRO 6 -Especialização no Atletismo - provas de velocidade...................................103 QUADRO 7 -Especialização no Atletismo - provas de velocidade...................................104 QUADRO 8 -Vivência e melhores resultados no Atletismo- provas de velocidade..........105 QUADRO 9 -Vivência e melhores resultados no Atletismo- provas de velocidade..........106 x RESUMO A idéia deste estudo de investigação científica surgiu em 1.995, quando realizei uma pesquisa inicial para a conclusão do curso de Pós-Graduação em nível Lato Sensu em Treinamento Desportivo, na FEFISA - Faculdade de Educação Física de Santo André. Verifica-se que a especialização precoce no esporte vem se tornando um problema mundial. É cada vez maior o número de crianças e jovens que se especializam na prática esportiva prematuramente. Observa-se que essa especialização vem estimulando, sobremaneira, a conquista de resultados, o que vem a ser preocupante e, de certa forma, contribui para que a criança e o jovem abandonem o esporte precocemente. Este estudo tem como objetivo identificar os problemas que ocorrem com a especialização precoce na modalidade Atletismo, buscando, assim, contribuir com uma permanente discussão sobre a Pedagogia Esportiva. O universo metodológico utilizado foi a revisão bibliográfica. Optou-se por realizar uma pesquisa com esportistas do sexo masculino, atuantes no Atletismo no âmbito nacional. O procedimento utilizado para a coleta dos dados foi uma entrevista semi-estruturada com atletas de alto nível da categoria adulta, mais especificamente, praticantes da prova de velocidade (velocistas) e de longa distância (fundistas). O ambiente da pesquisa foi o Troféu Brasil - Edição 1.999, onde os sujeitos entrevistados foram 1º, 2º e 3º colocados de cada prova. Após a investigação, todos os dados foram analisados pela autora e vieram a fortalecer as discussões sobre a pedagogia esportiva com aplicabilidade no Atletismo. xi ABSTRACT The idea of this study about scientific research occurred in 1.995, when I did an initial research to the conclusion of the postgraduate work course in Later Sensu a level in Sport Training. We checked that the early specialization in the sport has become a world problem. It is bigger and bigger the number of children and young people who specialize themselves in the practical of early sport. We believe the collection of results has been estimulated by an emphasis in the early specialization which has taken to an increasement of the early neglict in sports. The aim of this project is to identify the problems that occurred because of the early specialization in Athletics and to contribute to a permanent discussion about the Pedagogy of Sport. The methodologie universe used was a bibliographic revision and we chose a research about of national male athletes at tho present time. The procedure used to collect the dates was an interview partly structured with a high performance adults athletes who pratice the speed races (sprint evens) and of long distance (long distances). The enviroment of the research was "Troféu Brasil" - 1.999 edition, where the ones interviewed were the 1st, 2nd and 3rd positions in each event. After the research, these dates passed by an author analysis which provided an increasement of the discussion about Sporting Pedagogy applied in Athletics. xii APRESENTAÇÃO xiii A intenção de estudar este assunto, que aborda a especialização esportiva precoce, surgiu com a minha própria vivência. Quando criança tive a oportunidade do contato com a modalidade de Atletismo na escola. Através do movimento, estive correndo, saltando, praticando esporte de modo não formal, como é a realidade de parte das crianças de nosso país. Alguns anos após, na fase de categoria juvenil, recomecei a praticar Atletismo treinando e competindo pela equipe de São Caetano do Sul - S. Paulo, e tive o prazer de conhecer e estar sob a orientação do Professor Clóvis Nascimento. Já na fase adulta, pratiquei o Atletismo de forma competitiva na equipe do SESI, na cidade de Santo André - S. Paulo, onde resido, filiada à Federação Paulista de Atletismo, com grande realização pessoal, porque naquele momento era a equipe em que estavam os melhores atletas e os maiores destaques desta modalidade no país. Nessa ocasião, tive a felicidade de ser atleta de um dos maiores técnicos de Atletismo que esse país já teve - o Professor Ms. Asdrubal Ferreira Batista. Tais fatos contribuíram para o enriquecimento de minha formação e para o interesse contínuo sobre a modalidade Atletismo ao longo de minha vivência. Atualmente, trabalho como professora universitária e como técnica da equipe da cidade de Santo André, diretamente com a formação e o treinamento de crianças e jovens na prática do Atletismo, atividade esta que muito me engrandece enquanto ser humano, pois a cada dia aprendo algo novo com essas pessoas incríveis: os meus alunos e atletas, que nos confiam a sua formação e a sua preparação. INTRODUÇÃO 2 A pedagogia esportiva é um campo de conhecimento que vem cada vez mais se desenvolvendo na área esportiva e muito tem colaborado para a valorização e a prática do esporte, buscando adequar situações às condições de ordem sociológicas, psicológicas, culturais, tendo em vista que o nosso país passa por uma transformação significativa nessa área, visto que o esporte pode ser considerado um dos maiores fenômenos deste século. As crianças e jovens envolvem-se com o esporte iniciando a prática esportiva, tendo contato com as formas básicas do movimento: correr, saltar, arremessar, lançar, gestos que são considerados naturais e diretamente são utilizados na modalidade de Atletismo. No decorrer do processo de aprendizagem, as tendências apontam para uma especialização esportiva precoce, com imposições de regras institucionalizadas, ações e gestos condicionantes, que fogem da necessidade da criança e vão ao encontro do interesse dos adultos e de todo o processo que os cerca. É comum surgir o desinteresse por parte dos jovens esportistas, em virtude de decepções, cobranças e frustrações, que refletem para uma evasão precoce do esporte. A especialização precoce ocorre em larga escala no Estado de São Paulo como retrata a reportagem “Os atletas precoces - crianças paulistanas começam a competir cada vez mais cedo”1, cujo tema central pretende-se discutir neste estudo científico. Vem se tornando um problema mundial a especialização precoce. Essa ocorrência também tem influenciado fortemente dirigentes e técnicos nas mais diferentes modalidades esportivas no Brasil. Muitas crianças e jovens, com grande potencial na prática esportiva, dedicam tempo e esforços em função de resultados e conquistas e desistem de alcançá-los antes de chegar à fase adulta. Em relação a esse fato, foram levantados alguns fatores que são determinantes nesse processo, entre outros: • Sobrecarga exagerada nos treinamentos que tornam os treinos excessivamente árduos causando a falta de motivação. 1 Veja, São Paulo, p.10-16, ago. 1992. 3 • Ausência de maturidade psicológica para lidar com cobranças e exigências de resultados . • Repertório motor limitado em função de gestos específicos. Atuo diretamente como técnica com as categorias que estão iniciando a modalidade de Atletismo na equipe da cidade de Santo André. Estas categorias estão divididas em: pré-mirim (até 13 anos), e mirim (14 15 anos). No dia-a-dia, tenho a oportunidade de vivenciar fatos relacionados aos interesses de técnicos, dirigentes e pais, preocupados em conduzir campeões precoces, sem se preocuparem com a criança e com as conseqüências físicas, psíquicas e sociais advindas desse procedimento. - A especialização precoce no Atletismo não é garantia de atletas bem sucedidos na modalidade. Essa hipótese foi formulada com base em Kerlinger2 "hipóteses são enunciadas conjeturais de relações e são essas conjeturas que são tratadas na pesquisa". Segundo o mesmo autor, hipóteses são sentenças declarativas e devem ser testadas. O universo metodológico foi a Revisão Bibliográfica com consultas de dissertações, teses, livros, trabalhos, artigos de revistas especializadas que trata a respeito de iniciação esportiva, especialização esportiva precoce e o abandono precoce do esporte, evidenciando Especialização/Competição. A presente dissertação tem por objetivo estabelecer contato com os diversos problemas ocorridos em função de uma especialização precoce no meio esportivo mais especificamente, na modalidade de Atletismo e contribuir para uma discussão permanente a respeito da pedagogia esportiva. É importante elucidar alguns pontos . São eles: → como formalizar uma pedagogia esportiva no Atletismo, visto ser um esporte que proporciona amplas e variadas experiências motoras; → discutir qual a contribuição obtida ao realizar-se competições formais em categorias iniciantes na modalidade de Atletismo; → questionar o estímulo à especialização precoce por entidades, 4 organizações e federações, visando a busca pelo resultado em curto prazo; → investigar a vivência de praticantes de êxito da categoria adulta, na modalidade de Atletismo, pensando-se traçar novos caminhos que possa incentivar a prática saudável de novos adeptos; → identificar os problemas surgidos em função de uma especialização esportiva precoce na modalidade Atletismo. Com esta dissertação, pretende-se influenciar e proporcionar mudanças na aplicabilidade da modalidade de Atletismo. Este estudo científico, pode representar uma contribuição, sobretudo para a valorização do ser humano, que procura não somente o Atletismo, mas qualquer modalidade esportiva, bem como para o enriquecimento do esporte que a autora acredita servir de base para os demais: o Atletismo. 2 KERLINGER, F. N- Metodologia da pesquisa em ciências sociais: um tratamento conceitual, p.39, 1980 5 CAPÍTULO I A Prática Esportiva na Infância e Juventude 6 É necessária uma abordagem inicial para melhor entendimento do assunto "crescimento", pois se observa o quanto é importante entendê-lo, saber como ocorre e conhecer o processo de desenvolvimento do ser humano. Tal observação está ainda mais presente, quando aborda-se uma faixa etária específica: crianças e adolescentes que iniciam-se na prática esportiva. Está claro que não se trata de contrariar a especialização esportiva, mas sim de discordar de uma especialização esportiva precoce em que se reforçam gestos repetitivos e movimentos condicionados, reproduzindo-se uma prática que é adequada à categoria adulta. O crescimento é um processo que envolve inúmeros fatores além de divisões celulares, e comum aos seres jovens. Segundo Marcondes (1994, p.11), "Crescimento é aumento de massa por hipertrofia, divisão celular e desenvolvimento, é a aquisição de capacidades". O crescimento pode ser observado pela medição da estatura e do peso, e o desenvolvimento, pela resolução de tarefas. Os profissionais da prática esportiva, utilizam as vantagens proporcionadas tanto pelo crescimento, quanto pelo desenvolvimento e, frequentemente não se preocupam com os fatores provenientes destes. Para Marcondes (l994), ao tratar do crescimento é preciso considerar: fatores neuroendócrinos, fatores ambientais, nutrição e atividade física. A partir disto, pode-se estimular nos educadores conscientes da área de Educação Física que estão atuando com crianças e jovens, a sensibilidade em relação à observância desses fatores. Foi feita uma tentativa, no decorrer da dissertação, de apontar algumas influências que ocorrem durante uma prática esportiva vivenciada por crianças e jovens. 1 Atividade Motora Aplicada a Crianças e Jovens Entende-se que a criança não pode ser vista como um adulto em miniatura e, em todos os aspectos ( físico psicossocial, emocional), difere de um adulto; a sua mente é diferenciada em qualidade e quantidade. Nesse sentido, deve-se atentar para a prática esportiva que é desenvolvida com essa criança e mesmo com esse jovem. Apesar desta consciência existir na cultura esportiva, muitas vezes, ocorre a aplicação pouco adequada de atividades físicas que podem provocar lesões na criança e no jovem. 7 O movimento em si, por meio ou não da atividade física deve fazer parte da rotina da criança e do jovem, pois estará auxiliando no desenvolvimento natural desse indivíduo. “Crianças e adolescentes necessitam para um desenvolvimento psicofísico harmonioso, uma dose movimentação. Esta é conduzida pela suficiente de necessidade geralmente própria criança através de seu acentuado ímpeto de movimento" (Weineck, 1991, p. 246). Como evidencia o texto, crianças e adolescentes não representam “adultos em miniatura”, nem devem ser submetidos a um “treinamento de adulto reduzido”. Devem, sim, ter amplas e variadas vivências motoras e atividades esportivas adaptadas à faixa etária em que se encontram, respeitando os seus limites. Pelo fato da criança e do adolescente estarem em pleno desenvolvimento, é necessário que, além dos aspectos físicos, psicológicos e psicossociais, se dê muita importância à capacidade de suportar carga. Este ponto é muito discutido, muitos optam pelo uso de sobrecarga porém acredita-se que essa ação deva ser limitada e às vezes evitada preservando o praticante de um maior o risco de lesões. 2 Crescimento, Idade Biológica e Idade Cronológica Como o tema proposto neste estudo científico tem relação direta com crianças e jovens considera-se necessário incluir conceitos sobre as características fisiológicas, anatômicas e psicológicas que estão diretamente inseridas no contexto geral da prática e especialização esportiva. Segundo Weineck, (1991, p. 247), a velocidade do crescimento ocorre em fases e após o nascimento, é maior durante o 1º ano de vida, mas diminui ainda na infância de forma acentuada e alcança valores relativamente estáveis na idade pré-escolar, que mostram uma certa constância até a entrada da puberdade. Na puberdade, através da fase de crescimento puberal, ocorre novamente uma maior aceleração. Em virtude da ação 8 hormonal ocorre essa magnitude, podendo ser considerado o máximo de crescimento alcançado. Foi verificado que as alterações que acontecem nas proporções corporais características de cada período de desenvolvimento têm grande influência na prática esportiva nas diferentes idades e tornam-se mais enfáticas, quando há ocorrência de uma especialização precoce. Segundo Tani (1988) o crescimento físico não é linear existindo momentos em que esse se torna mais acentuado. A velocidade de crescimento é bastante elevada nos primeiros meses após o nascimento, estabiliza-se até 10 à 13 anos, quando há um novo aumento, denominado estirão de crescimento, cujo ápice ocorre em torno de 11 anos em meninas e de 14 anos em meninos. Segundo Weineck (1991) a velocidade do crescimento que ocorre na fase da puberdade pode acarretar comprometimentos à prática esportiva. Para o sexo feminino essa idade situa-se em torno de 11 e 13 anos. E para o sexo masculino entre 13 e 15 anos. Observa-se que as idades acima citadas correspondem às categorias prémirim e mirim na modalidade de Atletismo. A fase de maior crescimento para o sexo feminino corresponde à categoria pré-mirim, enquanto que, para o sexo masculino, 12 e 13 anos correspondem à categoria pré-mirim e 14 e 15 anos à categoria mirim, ou seja, as categorias iniciantes nessa modalidade, em que a atenção dos profissionais envolvidos deveria ser redobrada. No Atletismo, e assim como nas demais modalidades esportivas, as categorias são determinadas pela idade cronológica, respeitando o ano de nascimento. Portanto, crianças com a mesma idade cronológica encontram-se em momentos distintos em relação à idade biológica. Aquelas que apresentam um desenvolvimento mais acelerado têm uma margem de lucro sobre os demais, e aquelas que apresentam um desenvolvimento mais lento, se tornam temporariamente prejudicadas em relação ao grupo. Conclui-se que, indivíduos embora tendo a mesma idade cronológica, apresentam diferentes características ou manifestações entre si. Essa situação pode explicar o fato de algumas crianças apresentarem resultado expressivo nas categorias menores: pré-mirim (12 e 13 anos), mirim (14 e 15 9 anos) e infantil (16 e 17 anos), e depois passarem por um período de estagnação de seus resultados. Se este fato não for bem trabalhado junto aos jovens atletas, pode ocorrer o desinteresse pela prática esportiva. "A idade cronológica é a idade determinada pela diferença entre um dado dia e o dia do nascimento do indivíduo." (Gallahue apud Tourinho Filho,1998, p.72) Segundo Araújo (1985), a idade biológica é verificada pelo estado maturacional. Pode ser obtida por meio da avaliação das idades mental, óssea, morfológica, neurológica, dental e sexual, possibilitando que se formem três grupos: pré-púbere, púbere e pós-púbere. Para um outro autor, Malina, (1988) os indicadores mais comumente usados para determinar a maturação biológica de crianças e jovens são a maturação esquelética e o desenvolvimento das características sexuais secundárias, ou seja, a maturação sexual. Deve-se atentar aos estágios do desenvolvimento sexual, os quais caracterizam a maturação biológica. Segundo Tani (1988), o desenvolvimento das funções sexuais promove o surgimento de caracteres sexuais secundários, tais como: aparecimento de pêlos na região pubiana, e desenvolvimento dos órgãos genitais e das mamas. Os professores e técnicos deveriam ter um cuidado muito especial com os jovens atletas na infância e na adolescência, pois estas fases representam uma transição para a fase adulta. Ambas as fases apresentam características próprias principalmente quando se atua em atividades esportivas e em condições de suportar sobrecarga. "A capacidade de suportar carga pode ser muito diferente em crianças com a mesma idade cronológica ou mesmo biológica." (Weineck, 1991, p. 249). Ao falar sobre a especialização precoce, a preocupação é ainda maior. Normalmente, em práticas esportivas, quando há ocorrência de uma especialização, se observa a idade cronológica, servindo esta, na maioria dos casos, como referência para a classificação das categorias. Além disso, verifica-se, às vezes a utilização de cargas no treinamento em idades cronológicas muito precoces. Quando se fala em cargas, parece bastante coerente a observação de Ferreira (1986) que descreve: aquilo que é ou pode ser transportado ou suportado por alguém, ou ainda o peso que alguém pode suportar. Marcondes (1994) relata que a idade óssea deve ser utilizada como índice de avaliação da maturidade, principalmente entre pré-adolescentes e adolescentes praticantes 10 de esportes. Sugere-se que um dos parâmetros utilizados para agrupar crianças e jovens de 10 à 16 anos numa prática esportiva deveria ser a idade óssea e não a idade cronológica, sobretudo para o sexo masculino. Acredita-se que seja importante uma maior investigação sobre a idade biológica para que a nossa população de crianças e jovens seja mais atendida e tenha maior adaptação à atividade física proposta, seja ela um treinamento específico ou não direcionada. 3 Ossos, Tendões, Ligamentos e as Influências no Crescimento O organismo da criança e do jovem está muito mais suscetível aos danos causados pela utilização de cargas. Ao utilizá-las, que seja de uma maneira crescente e ponderada, promovendo uma adaptação do organismo a esse tipo de esforço. "A forma básica do osso, é determinada pela herança e está estabelecida embriologicamente na cartilagem. Sabe-se que o comprimento do osso está sob forte controle dos fatores intrínsecos do crescimento e que o mais sensível diâmetro é muito aos fatores ambientais, entre os quais exercícios físicos" (Marcondes, 1991, p. 32-33). Sabe-se que para ganhos no treinamento esportivo, ou para obter melhoria em termos de resultado, faz-se necessário o uso de sobrecargas. Porém, ao lidar com crianças e jovens é interessante verificar a opinião de estudiosos no assunto. "A capacidade de suportar carga individual dos ossos, tendões e ligamentos representa a medida de desempenho limitante, na preparação de um treinamento, principalmente nas fases da infância e adolescência; isto porque as estruturas do aparelho locomotor passivo que estão em crescimento ainda não mostram a 11 mesma resistência à carga que na idade adulta." (Weineck, 1991, p. 249-50) É comum se encontrar crianças e jovens que praticam esporte regularmente, com queixas de dores ou apresentarem lesões. Essa ocorrência pode causar falta de estímulo para prosseguir e se manter nessa atividade. Segundo Tani (1988, p. 62): “Antes de completar a puberdade, devem ser evitadas as atividades que envolvem grandes sobrecargas sobre o sistema ósseo articular e contatos físicos violentos, pois há riscos de lesões sobre as cartilagens de crescimento ainda muito mais frágeis até esse período, as quais podem ser irreparáveis." São enumeradas algumas particularidades do crescimento na criança e no jovem (Weineck 1991, p. 250): Os ossos, devido a um armazenamento relativamente maior de material orgânico mole, são mais flexíveis, mas menos resistentes à pressão e à tração, o que leva, no geral, a uma menor resistência do sistema esquelético à carga. O tecido dos tendões e ligamentos, devido à fraca ordenação micelar - as micelas formam estruturas semelhantes a redes de cristais - e à maior parte de substâncias intercelulares ainda não é suficientemente resistente à tração. O tecido cartilaginoso e os discos epifisários que ainda não estão ossificados demonstram um grande perigo em relação a todas as forças de pressão e torção, devido à sua alta taxa de divisão, condicionada ao crescimento. A respeito da função compressiva ou tensional como estímulo para o crescimento ósseo, Marcondes (1994) afirma que o aumento de pressão ou tensão, além dos limites de tolerância, leva à destruição óssea através da reabsorção. Sempre que a pressão contínua ou intermitente - interferir com a circulação sangüínea do osso haverá uma reabsorção osteoclástica. 12 No treinamento com crianças e jovens o problema não está centrado na utilização de sobrecargas, mas sim na utilização exagerada deste procedimento. Essa ação pode ser prorrogada visando uma plenitude atlética no futuro. "Para um desenvolvimento harmônico das estruturas: ossos, tendões e do tecido cartilaginoso, é ideal o uso de cargas submáximas e de forma múltipla, e do mesmo modo, sejam evitadas cargas unilaterais, máximas ou despreparadas que podem levar imediatamente ou a longo prazo (dano tardio) a distúrbios nesses tecidos acima citados" (Weineck, 1991, p. 250-51). Não se pretende menosprezar a importância que a atividade física tem sobre o crescimento e o desenvolvimento da criança, porque é conhecida sua inesgotável contribuição. De acordo com Marcondes (1994, p. 34), "A compreensão energética intermitente, a força da gravidade, o suporte do peso corpóreo e a contração muscular são indispensáveis para o crescimento ósseo adequado". Entende-se que na atuação do educador cabe a aplicação de exercícios físicos numa medida adequada durante, e principalmente, nos anos que compreendem as fases da infância e da puberdade. “Pode-se dizer que a tarefa deve estar ajustada à criança e não a criança à tarefa" (Tani, 1988 , p. 62). 4 Criança no Contexto Esportivo É importante tecer alguns comentários a respeito de competição, para que sejam elucidadas e melhor possa-se absorver algumas idéias centrais do tema proposto, já que a competição está fortemente presente em nossa vida e cada vez mais cedo, torna-se a realidade das crianças. “Competir é um fato normal, pois desde o nascimento o ser humano 13 compete pela vida em todas as suas dimensões.” (De Rose, 1992, p. 26-31) A competição faz parte constante do dia-a-dia do ser humano. Da mesma forma faz-se presente na prática esportiva. Porém, numa determinada atividade física, pode-se buscar a melhoria da saúde, a manutenção do bem-estar e o conhecimento de novos amigos. Quando se atua no meio competitivo, normalmente o objetivo é a melhoria de resultados, a busca de conquistas e a quebra de recordes. Os educadores devem incentivar a cooperação e o crescimento mútuo, adotando uma concepção mais ampla da pedagogia esportiva. Dentre muitos fatores positivos da competição, ocorre o que se considera um fator negativo, que é a exigência de obter uma vitória, apresentada em muitos casos como o objetivo principal. Segundo De Rose (1992), na competição, objetiva-se a vitória; esta é conquistada com a busca do melhor resultado. Para tal, é necessário o treinamento especializado. Sabe-se que a competição é saudável, mas não deve, contudo, se tornar um incentivo para a especialização esportiva precoce. No esporte, a competição é o meio pelo qual o atleta é avaliado, comparado, possibilitando ao praticante mostrar não apenas suas capacidades e habilidades, mas tornar evidentes as suas dificuldades. Na competição, ocorre tanto o confronto como a colaboração. Nela, a comparação é constante e pode ser feita com os próprios padrões do atleta ou em relação a outros ou mesmo a uma equipe. O atleta é sempre testado em relação a padrões. Quanto mais evoluem suas capacidades e habilidades, mais é cobrado para uma constante melhoria, embora sua fragilidade possa se fazer presente. A partir daí, levanta-se um questionamento: como a criança ou mesmo o jovem, convivem com a competição e com a especialização? É importante lembrar que o problema não se encontra exatamente na competição, mas na forma como é apresentada para essa criança e para esse jovem, ou seja, no valor exacerbado que é dado à competição. Tratando esse tema, o autor De Rose (1992, p. 26-31) levanta algumas questões: 14 - A criança deve competir? E quando? - O que exigir do pequeno esportista? - Qual o papel dos adultos (pais, técnicos, professores, árbitros, etc…), envolvidos nesse processo? O treinador/técnico ou professor é uma figura primordial na prática esportiva do jovem, seja contribuindo para a melhoria técnica e tática, seja aperfeiçoando o condicionamento físico geral, e passando a ter uma grande influência na formação social e psicológica desse indivíduo. Por outro lado, quando ocorre a participação dos pais no processo, surge o fortalecimento do valor da prática esportiva. Existe a necessidade de um envolvimento maior dos pais, principalmente quando se trata de crianças e jovens. Estudos realizados no Canadá fortalecem essa argumentação. Nesses estudos, Smoll (1988), reforça que a prática esportiva é estimulada com a presença e participação dos pais no processo. Quando acontece o apoio dos pais e um bom entrosamento destes com o técnico, ocorre uma colaboração mútua, sendo obtidos êxito e um crescimento muito maior por parte do jovem. É esse "triângulo esportivo" formado por crianças ou jovens, pais e técnico, que faz com que o praticante se sinta mais seguro no próprio ambiente esportivo e competitivo, em que o objetivo é colaborar para a formação mais ampla dos educandos. Os educadores devem questionar a especialização esportiva precoce, reforçando resultados. Na busca da obtenção da vitória, na maioria das vezes, são utilizados artifícios que são considerados impróprios à pedagogia esportiva que se preocupa em respeitar o ser humano. A valorização da vitória é associada diretamente à especialização precoce no esporte, ou mesmo à reprodução de treinamentos elaborados para um atleta de alto nível. Desta forma o educador deve influenciar o jovem atleta de forma positiva por meio de estímulos e atitudes que propiciem uma melhoria constante. Deve-se valorizar sempre a tentativa e o esforço do educando, contribuindo assim, para a valorização desse indivíduo e o estímulo na continuidade dessa prática esportiva. Na tentativa de buscar respostas a tais questionamentos, é aceitável a 15 proposta de Heinemman (1993) que aborda os aspectos positivos da competição infantil. Afirma que a prática do esporte de alto nível poderia incentivar algo mais do que o mero desenvolvimento físico da criança, observando-se algumas condições, tais como: - Deixar as crianças com suficiente margem de ação individual; - permitir à criança ter tempo para as suas inclinações naturais; - cultivar outras amizades fora do esporte; - não prejudicar o desenvolvimento escolar; - as competições devem ser condicionadas à idade; - incentivar as competições coletivas. Porém, com a valorização do esporte pela mídia e com o envolvimento, cada vez mais cedo, de crianças na prática esportiva, é prudente observar as conseqüências negativas da competição infantil (Soares apud De Rose, 1993): - Efeitos sobre o crescimento, posturas deficientes, desvios axiais, lesões intervertebrais e epifisárias; - efeitos sobre o crescimento por hipertrofia, desigualdade de crescimento dos membros inferiores e diminuição do ritmo de crescimento; - efeitos sobre a traumatologia geral: microtraumatismos de repetição, lesões nas inserções musculares, amassamentos ósseos, fraturas de fadigas e miosites; - efeitos sobre o aparelho cardiorrespiratório: arritmias e insuficiências; - efeitos sobre a maturação sexual: retardamento da maturação, virilização, esterilidade e irregularidades dos ciclos menstruais; - Efeitos de ordem psicossocial: ansiedade exagerada, perda de identidade, síndrome de saturação esportiva e ocupação obsessiva. Para Kunz, (1994, p. 45-50), os maiores problemas que um treinamento especializado precoce exerce sobre a vida da criança e especialmente sobre seu futuro, após encerrar a carreira esportiva, podem ser enumerados como: 16 - Formação escolar deficiente, devido à grande exigência em acompanhar com êxito a carreira esportiva; - a unilateralidade de um desenvolvimento que deveria ser plural; - reduzida participação em atividades, brincadeiras e jogos do mundo infantil, indispensáveis para o desenvolvimento da personalidade na infância. Concluindo, a competição pode e deve estar presente na vida do jovem, desde que sejam equilibrados seus fatores positivos e negativos. Dentre os positivos, podem ser citados, no aspecto físico, a melhoria da saúde e o desenvolvimento das capacidades físicas básicas. No aspecto psicológico e social, destacam-se a cooperação, o respeito aos demais e o estímulo à responsabilidade e ao espírito competitivo, bem como respeito às regras. Neste sentido, o papel do professor, atuando como técnico esportivo é muito importante, respeitando a fase de crescimento e o grau de maturação em que esse educando se encontra. Da mesma forma, o estímulo psicológico à criança e ao jovem deve ser constante. Toda tentativa de melhoria no desempenho deve ser valorizada, independente do resultado. É interessante dar o devido valor ao esforço dedicado àquela ação, a qual se almejou, mesmo que não tenha sido alcançado o êxito desejado. A participação da criança e do jovem na competição deve ocorrer de forma natural. Esta não deve ser conseqüência da prática, durante um tempo excessivo, de uma atividade física. É ponderado evitar que a competição aconteça de forma muito antecipada na vida do educando, pois isto pode causar desânimo, frustração e possível desinteresse na continuidade desta modalidade esportiva, principalmente quando a vitória é valorizada em excesso. Se, por outro lado, a competição for vista como uma participação em determinado evento esportivo em que se aprenda a crescer, a cooperar e a colaborar com os demais indivíduos, e do mesmo modo lidar com as suas dificuldades e as suas fraquezas, não há fatores que desabonem a presença da criança e do jovem num processo competitivo que venha a auxiliá-lo no seu desenvolvimento. 17 5 As Fases do Desenvolvimento no Comportamento Humano Ao referir-se sobre as diferenças biológicas deve-se caracterizar as fases do desenvolvimento. Segundo Tani (1988), para a educação física o desenvolvimento pode ser caracterizado por três fases: pré-puberdade, puberdade e pós-puberdade. Nesta aceleração do crescimento, podem surgir inúmeras alterações e particularidades físicas, psicossociais com efeitos sobre a atividade motora. Portanto deve-se atentar para uma individualização de cada ser humano, de acordo com cada fase. Carazzato & Costa (1991, p. 311-14) apresentam quatro fases que deve-se observar no desenvolvimento humano: - Primeira fase: de zero a um ano, fase do "conhecimento", na qual ocorre aparecimento de padrões neurológicos. Nesta fase, recomenda-se o desenvolvimento da psicomotrocidade, o reconhecimento do meio aquático, do meio terrestre e do aéreo. - Segunda fase: de 1 a 6 anos, fase do desenvolvimento neuropsíquico motor com o estabelecimento da coordenação motora final: andar, saltar, cair, arremessar e pegar. - Terceira fase: de 6 a 12 anos, fase de desenvolvimento em conjunto do organismo; o crescimento ósseo e miotendíneo, o psíquico e o mental. Nessa fase, recomenda-se o início em "escolas de esportes", para a aquisição de conhecimentos de várias modalidades esportivas. Por volta dos dez anos, sugere-se iniciar atividades mais específicas, como ginástica olímpica, natação, corridas e saltos. - Quarta fase: de 12 a 18 anos, fase de desenvolvimento final do padrão físico, na qual recomenda-se o início da prática de alguns esportes competitivos, que irão aprimorar definitivamente a coordenação motora, a flexibilidade, a velocidade, a força e a resistência. 18 Weineck, (1999), apresenta a classificação de grupos etários a fim de facilitar a determinação do treinamento, levando em consideração as diferenças individuais. Do nascimento até um ano é a fase de amamentação da criança. A primeira infância é o período compreendido entre 1 e 3 anos de idade. Nesta fase, o papel dos pais é primordial por meio de estímulos psicossociais e motores que venham a contribuir para o desenvolvimento global da criança. A idade préescolar corresponde a fase dos 3 aos 6/7 anos de idade. “Ele se desenvolve sobre a influência de jogos e experimentação do próprio movimento" (Demeter apud Weineck, 1999, p. 108). Os jogos devem estimular o desenvolvimento da capacidade mental e muitas ações variadas, que podem ser relacionadas às formas básicas do movimento: andar, correr, saltar, saltitar, lançar, arremessar, contribuindo para novas experiências motoras, assim como para desenvolver o repertório motor. A quarta fase corresponde à primeira idade escolar 6/7-10 anos de idade. Nesta fase, ocorre o gosto pelo esporte, proporcionando o aumento da procura por entidades esportivas. "As crianças apresentam boa condição física por serem leves, graciosas e pequenas e possuem uma boa relação entre força e coordenação" (Weineck, 1999, p.108-09). Nesta fase, deve-se estimular a melhoria da coordenação, bem como o aumento de vivências motoras. A próxima fase, a última fase escolar, compreende a idade a partir dos 10 anos, início da puberdade, que varia para as meninas dos 11 aos 12 anos e para os meninos dos 12 aos 13 anos. É nessa faixa etária que se prepara para a aptidão física que virá depois, chamada de fase decisiva. "A melhoria adicional da relação entre carga/força possibilita às crianças um maior domínio sobre o seu corpo" (Weineck, 1999, p. 10910) . A próxima fase, que é a puberdade, divide-se em: primeira idade puberal ou pubescência, e segunda idade puberal ou adolescência. A primeira idade puberal tem início, para as meninas, aos 11/12 anos e 19 termina em torno dos 13/14 anos. Nos meninos, tem início aos 12/13 anos e o término ocorre por volta dos 14/15 anos. Esta fase é marcada por mudanças no físico que devem ser trabalhadas e respeitadas na atividade física. "As mesmas alterações físicas desta idade – despertar da sexualidade, perda de feições infantis, aumento das proporções físicas provocam uma instabilidade hormonal" (Weineck, 1991, p. 110-12). Ocorre, nesta fase, uma dificuldade em relação à coordenação provocada pelo aumento de peso e estatura. Os jovens já apresentam um grau elevado em relação à intelectualidade e à compreensão, permitindo outros movimentos. Deve-se estimular a participação e a intervenção do jovem no treinamento. A segunda fase puberal, para o sexo feminino, tem início aos 13/14 anos e término por volta dos 17/18 anos. Para o sexo masculino, inicia-se aos 14/15 anos e termina aos 18/19 anos. A adolescência é a fase de transição entre a infância e a idade adulta. Segundo Weineck (1999), esta fase tem como característica a redução do crescimento e desenvolvimento. Ocorre um crescimento significativo na força e uma maior capacidade de memorização de movimentos. "A adolescência deve ser utilizada para o aperfeiçoamento de técnicas esportivas e do condicionamento" (Weineck,1999, p. 112-13). A última fase corresponde à idade adulta a partir dos 17 aos18 anos ou dos 18 aos19 anos de idade. Verifica-se, com essa classificação relacionada à faixa etária, que cada uma das fases tem as suas particularidades e, cada vez mais, faz-se necessária a sua relação com a prática esportiva. Foi detectado que a fase correspondente à primeira idade escolar, dos 6/7 aos 10 anos, é quando ocorre um maior interesse pela prática esportiva. Este fato pode ser um incentivo para que as crianças realizem um treinamento especializado precoce. Kunz, (1994, p. 45-50) afirma que: "O treinamento esportivo precoce acontece quando crianças são introduzidas antes da fase pubertária, a um processo de treinamento planejado e organizado a longo prazo e que se 20 efetiva em um mínimo de três sessões semanais, com o objetivo do gradual aumento de rendimento, além de participações periódicas em competições esportivas". Conclui-se, que cada faixa etária tem as suas peculiaridades e características especiais de desenvolvimento e que devem ser respeitadas. Para cada faixa etária deve-se aplicar uma metodologia, com coerência, levando à criança ou ao jovem um acréscimo em seu repertório motor, desde que esteja pedagogicamente apropriada e utilize atividades que promovam a motivação e o bem-estar em seus praticantes. 6 Especialização Precoce e o Desenvolvimento das Capacidades Motoras Serão enfocadas as capacidades motoras e como estas podem ser desenvolvidas nas crianças e nos jovens, para que o esporte cumpra o seu papel de fenômeno social de forma eficiente e benéfica. "As manifestações das capacidades motoras são bastante variáveis em função das particularidades da constituição genética: idade, sexo, maturação das funções psicomotoras, diferenças sociais, culturais, e étnicas dos grupos e populações demográficas" (Moskotova, 1997, p. 17-24). Ao falar sobre o desenvolvimento individual das capacidades motoras, devese considerar o genótipo e fenótipo. Herdado pelos genes dos pais é o genótipo e determinado pela reação do organismo morfologicamente influenciado pelo ambiente externo, é o fenótipo. “Não existe limite inferior de idade para o desenvolvimento das capacidades motoras. Existem apenas métodos e meio adequados para isso, período de desenvolvimento mais intenso e outro de relativa estagnação”. (Mitra & Mogos , 1982, p. 39) 21 Tubino (1984), comenta que as capacidades físicas estão intimamente ligadas aos objetivos de treinamento: velocidade, força e resistência (aeróbia e anaeróbia). Segundo Moskotova (1997), a psicomotrocidade que é considerada como fenótipo, determina, em parte, a característica e o progresso da especialização esportiva, porém esta envolve características somáticas, bioquímicas, neurofisiológicas e psicofisiológicas de um indivíduo. Para uma correta análise das capacidades, existe a necessidade da realização de testes, porém autores como Nikolic & Paranosic apud Moskotova (1997), verificaram que nenhuma tecnologia moderna de treinamento pode superar o limite individual e geneticamente predeterminado das capacidades funcionais de um esportista. Portanto, não desmerecendo os efeitos conhecidos do treinamento esportivo, deve-se verificar a hereditariedade quando objetiva-se resultados mais expressivos. A partir das informações acima verificadas encontra-se mais convictos a cerca dos questionamentos iniciais, quando decide-se investigar a especialização esportiva precoce. Desta forma, conduz-se a uma análise onde inadequadamente considera-se, ou pouca importância é dada aos fatores genético e sobretudo não respeita-se a individualidade do ser humano e toda a sua complexidade. Esta situação pode ser observada em propostas preocupadas apenas com as questões motoras e o aperfeiçoamento da especialidade, de gestos técnicos que indicam uma especialização esportiva precoce. Observa-se que este procedimento reduz as possibilidades do esporte e limita a sua dimensão apenas na busca de um resultado a curto prazo. A seguir, serão abordadas as capacidades físicas que, diretamente, estão relacionadas com o treinamento esportivo. Não serão detalhadas todas as capacidades; foram selecionadas três que basicamente estão sempre presentes numa preparação física: velocidade, força e resistência. E duas delas por estarem diretamente envolvidas com os questionamentos deste estudo, através da pesquisa de campo elaborada com os grupos velocistas e fundistas. São elas: velocidade e resistência. 22 6.1 Velocidade Reconhece-se que a velocidade contribui irremediavelmente na prática esportiva é importante na maioria das modalidades esportivas. “A velocidade é o principal requisito motor, o qual permite tanto a movimentação, quanto a assimilação de outras capacidades do condicionamento duração e força - e também da coordenação" (Weineck, 1999, p. 378). Dentre muitas, e entre vários autores, elucida-se outra definição, velocidade é: "A máxima rapidez de movimento que pode ser alcançada" (Hollman & Hettinger apud Barbanti, 1997, p. 49). Apresenta-se mais uma definição desta capacidade física: "Velocidade no esporte é a capacidade de atingir maior rapidez de reação e de movimento, de acordo com o condicionamento específico, baseada no processo cognitivo, na força máxima de vontade e no bom funcionamento do sistema neuromuscular" (Weineck, 1999, p. 37879). Segundo Weineck (1991), a metodologia para treinamento de velocidade deve respeitar alguns critérios, primeiro o estímulo da motivação, mas deve-se estar atento aos sinais de fadiga e, na presença desta, interrompê-lo. Deve-se ainda observar a proporção adequada entre carga e recuperação. No treinamento de jovens o tempo de velocidade cíclica não deve ultrapassar 6 segundos. O autor ainda recomenda que o treinamento de velocidade deve ser iniciado na primeira idade escolar de 6 a 7/10 anos, porém faz um alerta: o treinamento complexo de velocidade só traz resultados positivos, quando o nível elementar da velocidade influenciar qualitativamente a coordenação e a precisão. Hollman & Hettinger apud Weineck (1991), afirmam que, na faixa de 8-11 anos deve-se trabalhar a formação da velocidade por meio da qualidade da educação corporal, que deve levar ao aumento da freqüência de movimento, e dos 12 aos 15 anos, 23 pode-se dar ênfase aos exercícios de esforço, de velocidade e de força. "A velocidade máxima, em termos de velocidade de corrida alcança seu ponto máximo nas meninas dos 15 aos 17 anos, e nos meninos de 20 à 22 anos" (Weineck, 1991, p. 274). Israel & Blaser apud Weineck (1999), não consideram impossível que a manifestação de velocidade de acordo com as fases biológicas ocorra muito cedo. O que não foi desenvolvido a tempo, não poderia ser alcançado mais tarde. Portanto, os autores consideram que o treinamento precoce dos fatores físicos, pode influenciar no desempenho da velocidade. Na infância deve-se utilizar muito os jogos para a melhoria dos requisitos de velocidade, incluindo atividades lúdicas e a aplicação de diversos exercícios, evitando assim a repetição maçante e cobranças rígidas de tempos inúteis, que de nada servirão para a motivação e o prazer na continuidade da prática esportiva. Segundo Prado (2000) a capacidade anaeróbica lática é reduzida em indivíduos antes da puberdade, sendo também menos treinável em crianças, pois estão menos aptas a atividades de intensidade máxima de 30 a 60 segundos de duração. Falar sobre a capacidade física velocidade implica em questionar em que medida fatores genéticos influenciam, limitando ou auxiliando no desenvolvimento, em virtude dos treinos, das tarefas motoras e pedagógicas e da exigência esportiva. Segundo Moskotova (1997), conforme pesquisas realizadas em relação aos resultados que os melhores corredores mundiais de curtas distâncias alcançaram foi constatado que depois de períodos de treinamento na faixa dos 8 a 10 anos apenas foi verificada uma melhoria entre 1,0 a 1,64 segundos, isto significa 8,5 a 13,3%. "Graças ao treinamento é possível aumentar a velocidade dos movimentos acíclicos em 7 a 12% e dos movimentos cíclicos até 20%" (Moskotova, 1997, p. 51) Estes dados refletem a uma confirmação: a capacidade física velocidade depende diretamente da dotação genética e são enfatizadas pela mesma. Portanto, é desaconselhável que num trabalho com crianças o treinamento esportivo vise constantemente à perfeição com a busca de resultados e de melhoria das marcas que estão fortemente enraizadas no esporte competitivo. "Nas crianças, a capacidade para realizar atividades do tipo anaeróbia é 24 significativamente inferior á dos adolescentes e adultos" (Bar-Or, 1983, p. 65-82). Segundo Adelino & Vieira & Coelho (1998), deve-se treinar a velocidade visando à aprendizagem de movimentos cíclicos e acíclicos rápidos e não às repetições quantitativas de estímulos. Após verificadas opiniões de alguns autores, conclui-se que a velocidade pode e deve ser trabalhada com crianças e jovens e acredita-se que, através de uma metodologia adequada pode-se, além de descobrir atletas velozes, prepará-los a longo prazo. 6.2 Força É reconhecida a importância da força para a melhoria da condição física e a sua contribuição para aumento de "performance". Segundo Barbanti (1986, p. 49), "Na teoria do treinamento, a força é entendida como um pressuposto para o rendimento que permite superar ou se opor a uma resistência". Gaya apud Weineck (1991), comenta que não importa saber apenas em que idade começar o treinamento com pesos. É muito mais importante conhecer correspondências das cargas utilizadas com as possibilidades da idade. Não se deve aplicar exercícios em termos máximos, quer na carga ou na intensidade, antes da formação plena do esqueleto, que se dá por volta dos 17 anos. Quando o assunto é força, é interessante saber que a dinâmica dos resultados esportivos atesta a existência de altas capacidades de reserva do aparelho muscular relacionadas à mesma. Mostrando uma evolução, Moskotova (1997) faz uma comparação de resultados alcançados desde os primeiros jogos Olímpicos, em 1.896, e relaciona estes com o aperfeiçoamento da técnica dos movimentos, com o desenvolvimento de metodologia do treinamento e justamente com as altas capacidades de reservas do aparelho locomotor humano. Esses fatores têm maior relevância, quando o grupo envolvido for de adultos. Com crianças e jovens deve-se ter um cuidado redobrado. 25 Por outro lado, para Weineck (1999, p. 359), "Muitas crianças e jovens deixam de atingir o seu potencial esportivo simplesmente porque os estímulos para o fortalecimento do aparelho motor e postural foram insuficientes ou unilaterais, durante a sua fase de crescimento". Para Santarém (1.997), há um consenso sobre o importante papel com que a capacidade força tem atuado na formação corporal de crianças e jovens, porém, é necessário impedir danos no aparelho motor de crianças e jovens que praticam esporte competitivamente. Deve-se evitar, principalmente, a especialização ou movimentos unilaterais visando ao treinamento, pois futuramente podem prejudicar os processos de crescimento e maturação. Segundo Prado (2000), as crianças adaptam-se bem à força muscular e apresentam uma melhoria nos padrões de recrutamento neural das unidades motoras. Questiona-se a aplicação visando o desenvolvimento da força na infância, em doses inadequadas ou exageradas, com o propósito de melhoria no desempenho e visando o treinamento esportivo precoce e o esporte de rendimento. Nas crianças e jovens, movimentos que exigem o uso da força são essencias com o objetivo de manter a postura e prevenir doenças ligadas ao sistema locomotor. Os estímulos devem ser aplicados em tempo certo para que benefícios promissores sejam alcançados, evitando estímulos antecipados. 6.3 Resistência As capacidades de resistência se fundamentam em fatores de ordem orgânica, fisiológica e psíquica. "Entende-se por Resistência Motora, a capacidade de executar um movimento durante um longo tempo, sem perda aparente da efetividade do movimento" (Barbanti, 1986, p. 66). “Apesar das particularidades condicionadas à idade, crianças mostram, a 26 princípio, as mesmas manifestações de adaptação que os adultos no treinamento de resistência” (Rochler & Lennartz & Pahl apud Weineck, 1986). Diem apud Weineck (1991) afirma que, no geral, as crianças são resistentes. Deve-se deixar que elas marquem um ritmo, praticando uma espécie de intervalo, alternando esforço e descanso. Segundo Weineck (1999), crianças e jovens apresentam, sob o ponto de vista metabólico e cardiopulmonar, grande capacidade de respostas a estímulos de resistência com mobilização aeróbia de energia. Em contrapartida, a capacidade anaeróbia de crianças apresenta melhoria em função da idade e do crescimento. Weinel apud Weineck (1991) relata que no desenvolvimento da resistência não são reconhecidos valores seguros dos 3 aos 6 anos de vida. Segundo ele a idade ideal é a partir dos 7 anos. Deve-se dar especial atenção ao desenvolvimento da capacidade de resistência básica geral na infância e adolescência, pois esta capacidade suficientemente desenvolvida representa um fundamento importante para a estimulação e estabilização da saúde geral e maior resistência contra infecções comuns (Israel, Guetter & Koehler & Pahlke & Petrus e outros apud Weineck, 1991). O treinamento da resistência com crianças e jovens deve apresentar variações e incentivar a diversão, deve ser aplicada amplamente em grandes e pequenos jogos, visando principalmente a melhoria da capacidade aeróbia, servindo de base para a melhoria das demais capacidades motoras. "O significado da instrução da resistência para crianças e adultos reside no fato de que a capacidade de resistência fornece o desenvolvimento de outros fatores do desempenho como velocidade, força e habilidade geral" (Frolov & Jurko & Kabackova apud Weineck, 1999, p. 205). Para Weineck (1991), a capacidade anaeróbia só vai aumentar no início da puberdade, as cargas que provocam um acúmulo maior de lactato devem ser evitadas na infância. "Em comparação com o adulto, a criança e o adolescente são ainda mais deficitários quanto à sua capacidade anaeróbia, diferença que parece ter 27 determinantes fundamentais de natureza bioquímica, pois a concentração de lactato no músculo e no sangue destes é mais baixa do que no adulto; também a sua taxa de glicólise anaeróbia é inferior" (Tourinho Filho, 1998, p. 75). Verifica-se que é prudente evitar exigências, buscando um rendimento anaeróbio lático no treinamento de crianças e pré-púberes, podendo ser até considerado um ato de pouca responsabilidade por parte de educadores. Segundo Bar-Or (1983), a potência aeróbia máxima aumenta ao longo da segunda infância, e acompanha o crescimento das dimensões do seu corpo. É indiscutível que a capacidade física resistência deva estar associada a todo programa de treinamento, porém quando se trata de crianças e jovens, sua prática deve ser lentamente introduzida para que não esteja vinculada à fadiga que comumente leva ao desinteresse. Segundo Tourinho Filho (1998) quanto mais jovem o indivíduo adulto, mais treinável é a sua performance tratando-se de potência aeróbia. Com crianças e adolescentes esse fato não ocorre. A resistência deve ser desenvolvida nos jovens de forma agradável, num processo gradativo, buscando desenvolver aspectos positivos e evitar sobrecargas, e não deve ser um conseqüente estímulo ao treinamento especializado precoce, que segundo Kunz (1994) é um dos problemas mais sérios do esporte na atualidade. Para concluir este tema, por meio do qual procurou-se entender as capacidades motoras e a especialização esportiva precoce, vamos nos utilizar de uma citação que reforça o nosso pensamento. "Ao centrar foco na especialização, esquadrinhando cada vez mais menores partes do corpo, a medicina madura perde freqüentemente o paciente como ser humano." (Capra apud Moreira, 1993, p. 201 ) Ao se falar em capacidades físicas básicas: velocidade, força e resistência, não se pode tomar por referências critérios que não estejam diretamente vinculados aos próprios praticantes. Encerrando esse tema, onde procurou-se apresentar algumas questões 28 diretamente relacionadas à prática esportiva desenvolvida com crianças e jovens, é necessário observar com mais ênfase a maturação, o crescimento e o desenvolvimento. E principalmente, traçar novos métodos para o treinamento esportivo destinado a esse grupo. Deve-se repensar a especialização precoce no esporte. Cresce a necessidade de uma discussão mais pormenorizada envolvendo prática esportiva, treinamento esportivo e treinamento esportivo precocemente direcionado a crianças e jovens. 29 CAPÍTULO II O Atletismo e a Pedagogia do Esporte 30 1 Histórico O esporte olímpico Atletismo, que serve como base para a maioria das demais modalidades, é uma atividade natural por excelência. No início dos tempos, essa prática era realizada, visando à conservação e à preservação da espécie e foi sendo incorporada à cultura humana. Assim começou o Atletismo, chamado esporte de base, por não apresentar grande dificuldade em sua prática, ser de fácil assimilação, e por utilizar as formas básicas do movimento: andar, correr, saltar, saltitar, lançar, arremessar. "Adotou-se a arte desses movimentos no lazer, medindose velocidade (rapidez), destreza e em relação aos outros”, segundo as regras oficiais do Atletismo1. No sentido etimológico, Atletismo tem a sua origem na raiz grega “athlon”, que significa combate (Teixeira, 1973)2. A Grécia pela sua cultura e filosofia é apontada como precursora da prática do Atletismo. Arquivos históricos apontam esse país como o berço do Atletismo, sendo praticado desde 1929 A.C. (Teixeira, 1973). É importante observar que não somente os homens praticavam o Atletismo, mas também mulheres e crianças. Esse fato, ocorrido em épocas tão remotas, vem reforçar a nossa tese de que o esporte tem boa aceitação por parte das crianças e a sua prática ocorre naturalmente, devendo preocupar-se somente com a forma pela qual esta acontece. Consta que a Grécia é a pioneira da codificação da antigüidade esportiva , inteligentemente programando corridas de diferentes distâncias. As mais curtas tinham o nome de Diallus e as longas, de doze voltas na pista, conhecidas como Dolikos. Nesta época, já realizavam saltos em distância, porém, sem a impulsão e também algumas formas ainda rústicas de arremessos de peso, lançamento de dardo e disco. É comum encontrar citações do Atletismo como sendo esporte base (Berezowski apud Teixeira, 1973), pois na sua manifestação está presente o correr, o saltar, o lançar, que são atividades naturais para o ser humano. Esse esporte se faz diferenciado dos demais, pois é composto de diversas especialidades diferentes entre si, o que o torna 1 Regras Oficiais do Atletismo: 1989-1992 - Págs. 3-11 2 (Op. cit.) Regras Oficiais de Atletismo – Págs. 9-13. 31 uma modalidade com uma complexidade que explora as diversas faces do talento físico do homem (Garcia apud Rolim, 19--)3. Lembra-se que a contribuição do talento não é somente no aspecto físico, dá-se também nos aspectos psicológico e social. Por tais características, evidencia-se a contribuição desse esporte em função de suas ações motoras estarem presentes em diversas modalidades esportivas, corroborando para a difusão esportiva em âmbito global e fortalecendo a relação do Atletismo como esporte de base. Encontra-se registrado que foi na Inglaterra que o esporte Atletismo nasceu em 554 D.C. (Rolim). Os gregos, precursores do esporte Atletismo contribuiram para o surgimento das corridas do salto em comprimento e os lançamentos de dardo e de disco. Os Celtas (Irlanda) inventaram os lançamentos do peso e do martelo (Cruz apud Rolim, 1986), ao passo que os britânicos do século XIX, estruturaram e regulamentaram o Atletismo moderno, quase na forma que atualmente nos surge. O Atletismo, desde o seu aparecimento até os dias de hoje, apresenta uma evolução que foi influenciada por fatores como “a investigação tecnológica, o desenvolvimento das ciências do treino e a evolução das técnicas desportivas” (Rolim, 19-, p. 11-15), bem como por áreas como a medicina, a filosofia e a psicologia. 1.1 O Atletismo no Brasil 4 Com a criação da Federação Internacional de Atletismo Amador (IAAF), em 1912, o Atletismo começou a expandir-se pelo mundo. Em 1914, foi fundada a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) que passou a dirigir quase a totalidade de modalidades esportivas no Brasil, inclusive o Atletismo, tendo a mesma nesse mesmo ano, filiado-se à IAAF. Em 1918, realizou-se os primeiros eventos de que se tem notícia no Brasil. O jornal “O Estado de São Paulo” organizou um campeonato para atletas em provas combinadas, “Duodecatlo”(12 provas). Iniciou-se também a disputa de uma corrida de 3 4 ROLIM, Ramiro – Regulamento Técnico de Atletismo - (Apostila) Dados obtidos das Regras Oficiais de Atletismo: 1997-1999 32 rua denominada “Estadinho”, no Rio de Janeiro, em 1921, no campo do Flamengo, uma das primeiras no Brasil. Em 1923, foi fundada a Federação Paulista de Atletismo, a primeira do Brasil, seguindo-se nos anos 30 a fundação de mais algumas federações no sul do país. Em 1925, foi realizado o I Campeonato Brasileiro de Atletismo de Adultos. Os primeiros Jogos Olímpicos que o Brasil disputou na modalidade foram os de Los Angeles, em 1932, tendo a equipe 29 atletas, 3 técnicos e 5 árbitros. As primeiras medalhas olímpicas do Atletismo brasileiro foram conquistadas nos Jogos de Helsinque – Finlândia, em 1952, com o ouro de Adhemar Ferreira da Silva no Salto triplo e o bronze de José Telles da Conceição no Salto em altura. O Brasil conquistou ainda as seguintes medalhas olímpicas: em 1956, em Melbourne – Austrália, novamente medalha de ouro com Adhemar Ferreira da Silva no Salto triplo; no México, em 1968, medalha de prata de Nelson Prudêncio no Salto triplo; em 1972, em Munique – Alemanha, novamente medalha de prata de Nelson Prudêncio no Salto triplo; em Moscou – URSS, em 1980, novamente o bronze no Salto triplo com João Carlos de Oliveira; em 1984, em Los Angeles – USA, medalha de ouro com Joaquim Carvalho Cruz nos 800 metros rasos e em Seul, Coréia, em 1988, prata com Robson Caetano da Silva nos 200 metros rasos. Em 2 de dezembro de 1977, é fundada a Confederação Brasileira de Atletismo na cidade do Rio de Janeiro, entidade que passa a reger o Atletismo Nacional em substituição à antiga CBD, que viria a ser extinta em 1979. A partir de 1987, a firme determinação da CBAt de fazer o Brasil presente em todos os eventos internacionais, sempre com o número máximo de atletas permitido, fez com que o Atletismo tivesse um grande crescimento e viesse, inclusive, a receber um respeito maior internacionalmente. Também é a partir desse período que o Atletismo Brasileiro começa a reorganizar-se para poder acompanhar o ritmo internacional, modernizando-se, buscando meios, instalações, preparação de recursos humanos, etc., para alcançar um melhor nível. Em 1985, é iniciada a disputa do Torneio Internacional de São Paulo que, a partir de 1990, passa a constituir uma etapa do Grande Prêmio Internacional, Promovido Pela IAAF. 33 Em 1989, é realizado na cidade do Rio de Janeiro o Campeonato Mundial Feminino de 15 Km em Estrada, o primeiro campeonato mundial de Atletismo a ser realizado na América do Sul. Em 1990, com a inauguração da Vila Olímpica de Manaus, equipada com pista e material olímpico, ganha o Brasil um grande palco para eventos internacionais, onde realizou-se, naquele ano, um Meeting internacional com atletas de renome mundial. No mesmo ano, Manaus sedia os Campeonatos Ibero-americanos, fortalecendo assim, a imagem do Brasil como organizador de grandes eventos. O Brasil tem evoluído em número de participantes nas últimas competições, assim como tem conquistado mais medalhas. Exemplo disto foi a participação nos últimos Jogos Pan-americanos. Nessa competição alguns atletas garantiram a sua vaga para a última Olimpíada que foi realizada em Sidney - Austrália, de 22 de Setembro à 1 de Outubro de 2000, dentre eles, Claudinei Quirino. Os outros são Sanderlei Claro Parrela, Eronildes Araújo e Mauheen Higa Maggi5. No âmbito geral, o Brasil inscreveu 225 atletas em 19 modalidades e dentre elas o Atletismo que contribuiu com 16 medalhas, 7 de ouro, 3 de prata e 6 de bronze, um recorde histórico para o país. De 1991 a 2000 encerra-se uma década e com ela uma geração de grandes atletas dentre eles Robson Caetano, Zequinha Barboza e Joaquim Cruz, que se destacaram entre os dez melhores do mundo. Louvor deve-se dar a Zequinha Barbosa que foi um atleta que durante dez anos manteve-se entre os melhores do mundo, os "top teen". Vale ressaltar também os resultados do nosso corredor das provas de 100 e 200 metros e também do revezamento 4 x 100 metros, Robson Caetano, que conquistou o 3º lugar nos 200 metros em 1992 na Olimpíada de Barcelona. Essa foi uma década em que se constatou um aspecto positivo no Atletismo Brasileiro que foi a profissionalização. Por outro lado, um aspecto negativo foi marcado pelo desaparecimento dos grandes clubes como São José, Sesi, Pão de Açúcar, Eletropaulo, equipes que foram vice-campeãs e campeãs do Troféu Brasil. Uma das causas que contribuíram para esse fato, é o crescente monopólio que alguns clubes e mesmo algumas 5 Inter-Esportes, Campinas, v. 2, n, 18, p. 24. 34 federações de grande porte em âmbito nacional exerceram (e ainda exercem) na modalidade de Atletismo. Nesse período, uma questão política merece relevância: pela primeira vez um brasileiro, Roberto Gesta de Melo, presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, conquista a presidência da Confederação da América do Sul. No último Mundial em Sevilha, um novo rumo foi dado ao Atletismo Brasileiro com a conquista de duas novas medalhas: uma delas por Sanderlei Claro Parrela, de 24 anos, nos 400 metros, e a outra pelo atleta Claudinei Quirino da Silva, na prova dos 200 metros. Anteriormente, apenas outro atleta, o Zequinha Barbosa, 2º colocado em 1.991, tinha realizado tal conquista. O atleta Sanderlei Claro Parrela foi o 2º colocado, perdendo apenas para Michael Johnson, o atual recordista mundial e sagrou-se também recordista sul-americano na prova de 400 metros rasos. Outro atleta também se destacou, foi Claudinei Quirino da Silva, que obteve a 2º colocação e foi vencido pelo atual recordista dos 100 metros rasos Maurice Greene. O melhor atleta brasileiro na prova dos 400 m s/barreiras, Eronildes Nunes de Araújo, por pouco não ficou com o 3º lugar ao qual foi definido por fotofinish. Num contexto geral, o Brasil nunca esteve tão bem ranqueado em provas diferenciadas, podemos citar: arremesso de peso, salto em distância, maratona e marcha atlética. Anteriormente, as provas que se destacaram eram sempre as mesmas, por exemplo: os 800 metros e o salto triplo. Uma atleta da atualidade tem elevado o nível do Atletismo brasileiro, Mauheen Higa Maggi que foi a primeira no ranking mundial, na prova de salto em distância em 1999, quando saltou 7.26 metros. Da mesma forma, outra prova em que ela se destaca é a dos 100 m s/barreiras baixando a marca de 13 segundos para 12"86. Traça-se uma síntese histórica da prática da modalidade de Atletismo em nosso país desde 1914, passando pelas importantes conquistas de brilhantes atletas e chega-se até os dias atuais. 35 1.2 O Atletismo Hoje Atualmente, o Atletismo divide-se em grupos de provas: provas de pista, provas de campo e provas combinadas. As provas de pista incluem todas as corridas, sejam elas de velocidade, meio-fundo e fundo, e também a marcha atlética. Já as provas de campo, são os saltos, os lançamentos. Os saltos se apresentam em quatro provas: salto em distância, salto triplo, salto em altura e salto com vara. E os lançamentos são: do dardo, do disco, e do martelo e o arremesso do peso. As provas combinadas são o decatlo, dez provas que são disputadas pelo sexo masculino, e o heptatlo, sete provas disputadas pelo sexo feminino. As categorias na modalidade de Atletismo dividem-se em pré-mirim (12-13 anos), mirim (14-15 anos), menores incluídos na categoria infantil (16-17 anos) de outras modalidades esportivas; juvenil (18-19 anos), adulto ( a partir dos 20 anos), veterano (40 anos - sexo masculino/35 anos - sexo feminino) e veteraníssimo (60 anos - sexo masculino/55 anos - sexo feminino). As provas oficiais, bem como os recordes, sempre se referem à categoria adulta, disputada pelos sexos masculino e feminino. Quando se fala de especialização precoce, vale retratar um fato ocorrido no final do ano de 1998, junto a F.P.A. (Federação Paulista de Atletismo). Houve um acréscimo de um ano na idade mínima da categoria pré-mirim porque havia crianças de 9 a 10 anos que já competiam em provas formais, pois não há uma restrição de idade mínima, ficando a critério dos professores e técnicos. Com a mudança feita pela Federação Paulista de Atletismo (FPA), que é uma das mais influentes federações do Brasil, consequentemente, as demais, também podem efetuar a alteração de faixa-etária. Houve assim, uma conquista, que foi absorvida por agremiações e clubes, demonstrando que, mesmo em pequena instância, ocorre a conscientização dos profissionais envolvidos na modalidade. No ano de 1.999, a iniciação no Atletismo começa na categoria pré-mirim (13 anos). As categorias ficam assim distribuídas: Pré-mirim - 12 e 13 anos, Mirim - 14 e 15 anos, Infantil – 16 e 17 anos, Juvenil 18-19 anos e Adulto a partir dos 20 anos. Esta ocorrência vem reforçar o tema proposto neste estudo, no qual se discute a especialização 36 precoce no esporte, evitando que crianças muito jovens e sem maturidade convivam com regras institucionalizadas e sejam levadas a um treinamento esportivo precoce. O Brasil tem um potencial excelente para a modalidade de Atletismo e temos atletas juvenis com grande chance de se sagrarem campeões nacionais com destaque internacional. Uma das grandes promessas é o atleta Thiago Jacinto Carayba Dias, de 16 anos e pertencente a categoria infantil, que já saltou 7.65 metros. Em resumo, a nossa evolução no esporte e especialmente na modalidade de Atletismo depende de um trabalho bem elaborado dos profissionais diretamente envolvidos com as categorias iniciantes. A pesquisa realizada neste estudo, vem contrapor a idéia de que começar no Atletismo cedo promove a revelação e a manutenção de atletas em idades adultas. Os atletas que atualmente estão em ascensão e apresentam os melhores resultados no Brasil, em sua grande maioria, tiveram outras experiências em modalidades esportivas diversas. E dentre aqueles que praticaram o Atletismo, não passaram pela especialização precoce. Fica evidente que, seguindo o curso natural e não contrariando a realidade dos fatos, devese preocupar em modificar a atual prática esportiva com ênfase na especialização precoce. 2 Iniciação Esportiva: Considerações pedagógicas Este tema pode ser abordado em diferentes direções. Essa pluralidade de possibilidades gera polêmica em consequência das inúmeras variáveis a serem consideradas. Por exemplo: as diferenças de um indivíduo para outro, de uma modalidade para outra, e principalmente, de objetivo para objetivo. Lembrando que o envolvimento direto é com crianças e jovens. Segundo Hatzidakis et al (1994), citando a opinião de autores como Wilke, Passer, Veroff, Pepitoni, Kurn, acredita-se que as crianças com idades de aproximadamente 5 a 8 anos devem participar de atividades com metodologias educativas e conteúdos multilaterais. A partir dos 8 anos e até os 12 anos aproximadamente, as crianças deveriam iniciar o processo de aprendizagem das técnicas específicas da modalidade, escolhida pela criança ou para a qual ela apresenta algum tipo de talento. 37 Roberts apud De Rose (1992), afirma que somente por volta dos 12 anos a criança apresenta características como: o nível ideal de crescimento, desenvolvimento e maturação para poder suportar as demandas do esporte competitivo, que envolvem os componentes físicos, motores, perceptuais, sociais, emocionais e cognitivos, os quais desenvolvidos a tempo e em condições adequadas, permitem o contato saudável da criança com a competição. Sobre a competição, Passer apud Hatzidakis et al. (1994), diz que devido à grande influência que a socialização exerce no ritmo da natureza do comportamento da criança, conclusões sobre a idade e prontidão para a competição ultimamente devem ser vistas dentro de um contexto cultural. Verifica-se que a idade dos 6 aos 12 anos é considerada ideal para adquirir habilidades corporais. Após leitura sobre o tema constata-se: "A iniciação da criança na prática desportiva deve seguir uma progressão pedagógica, lógica e natural, através de atividades livres, e de caráter natural sem a exigência de competição propriamente dita" (Nahas apud Paes, 1992, p. 25-40). É sabido, após estudos elaborados nesta área, que comumente ocorrem problemas que podem se tornar graves na prática esportiva com crianças e jovens em grandes números. Um desses erros, destacando sua importância, é a especialização esportiva precoce, tema central deste estudo. “Uma maçã não deve colher-se a meio de sua maturação. O seu sabor nunca será o mesmo” (Nadori apud Marques, 1991, p. 9-15). Técnicos e profissionais que atuam com o treinamento de crianças devem estar atentos a sérios problemas. Exigências excessivas podem causar desenvolvimentos corporais e motores desajustados, ocorrendo como conseqüência, danos ósseos e articulares. Se os danos físicos são graves, piores ainda são os psíquicos. Se a competição faz parte da formação da criança, e está constantemente presente no esporte, a 38 pressão de ganhar torna-se uma carga psicológica desnecessária e negativa. Sendo que a incerteza da competição gera tensão. Segundo Philippi (1992, p. 40-42), no desenvolvimento psíquico da criança, a forma como sucesso, fracasso e competição lhe serão colocados inicialmente, servirá como referencial para vivências posteriores. Não são de total conhecimento as conseqüências que a pressão psicológica causa na criança e no jovem, porém pensa-se que deve provocar mais danos do que as pressões físicas. É necessário um cuidado especial em relação às crianças. Os autores De Marco & Junqueira6 (1993) colocam que a vitória em si não é importante, mas sim o fato de a criança sentir a evolução do seu desempenho. Isso influencia na sua auto-estima e na maneira de lidar com situações competitivas. Uma outra questão sobre a especialização precoce diz respeito à saúde. Baseados em Weineck (1.991), os jovens que treinam com intensidade, adoecem com mais freqüência. Se essa criança e esse jovem que procuram a atividade física apresentam dores, indisposição, ou inflamações constantes, esse fato pode contribuir de forma negativa para a continuidade dessa prática. Diz Marques (1991, p.9-15); “Se o treino estiver adaptado ao desenvolvimento físico e psíquico da criança, não há razões para receios”. São muitos os problemas causados por um treinamento específico precoce, sendo indispensável a consciência de que, essa ação tem significância na vida esportiva de uma criança e de um jovem. O profissional da área de Educação Física, há de concordar com Marques (1991, p. 9-15), quando ele diz que: “Os modelos de preparação para jovens devem ser outros, e não aqueles que são do desporto de alto rendimento”. É cada vez mais necessária, a atuação de profissionais competentes e conscientes na formação esportiva específica de crianças e jovens, contribuindo para sua formação enquanto cidadãos. Os educadores devem ter o conhecimento para avaliar quando, e de que modo atuar com a especialização esportiva, com o objetivo a longo 6 Ademir de MARCO; Flávia JUNQUEIRA, Diferentes tipos de influências sobre a motivação da criança na mesma iniciação desportiva, In: Vilma Leni Nista PICCOLO, Educação Física escolar, p. 87-103. 39 prazo, visando um homem mais equilibrado e melhor preparado para o futuro. Além disso, a meta é dar a esse homem a oportunidade de ser um amante do esporte ou um profissional desse esporte, desde que tenha condições psíquicas, uma preparação física adequada, e um apoio financeiro. Como amante do esporte, deve ter adquirido boas experiências, aumentado o seu acervo motor e guardado boas recordações de convívio com outos indivíduos. Dessa forma, terá obtido uma contribuição da prática esportiva que incorporou à sua vida. 3 Aspectos Emocionais da Criança na Competição. Ao tratar do tema proposto, um dos assuntos de extrema relevância é a competição. Da experiência como atleta, técnica atuante na modalidade de Atletismo e professora universitária surge a busca de uma melhor compreensão da pedagogia do esporte. A questão psicológica tem sido tema de pesquisas do esporte competitivo. Surgem estudos na direção de investigar como o praticante lida com a realidade da competição, e como esse educando reage a estímulos positivos e negativos presentes na mesma. É importante salientar como a criança e o jovem convivem com as emoções na prática esportiva, diante de aspectos inerentes ao contexto esportivo, como as vitórias e as derrotas. São verificados muitos problemas de ordem psíquica. Para Nitsch, apud Kunz (1993), esses problemas são mais graves quando ocorrem desilusões: fracasso decorrente de uma falta de talento para a modalidade desejada. Dessa forma, essa criança e esse jovem sentem-se excluídos do meio esportivo. Gradativamente, as crianças vão entendendo como se processam as emoções. Harris (1996) analisa importantes e significativos estudos a cerca das emoções, com o objetivo do próprio ser humano entender seus pensamentos e desejos. O autor relata com bastante clareza aspectos emocionais da criança, retratando o desenvolvimento da compreensão da emoção para facilitar, assim, o entendimento da nossa vida mental. 40 Estudos demonstram que há dois grupos de emoções (Harris, 1.996). Um deles abrange as emoções simples como a alegria e a tristeza. O segundo grupo abrange as emoções complexas podendo-se considerar como exemplo desse último o orgulho, a vergonha e a culpa. As crianças menores diferenciam a alegria da tristeza, mas somente depois de um certo tempo conseguem compreender as emoções complexas, que exigem mais maturidade. É a respeito dessas emoções que será aprofundada a nossa discussão, abordando a visão infantil em relação à vida emocional de um indivíduo e procurando, inicialmente, saber de suas próprias ações e, posteriormente, entender que essas ações passam pela observação de outrem. Pode-se tomar como exemplo uma competição e, desse modo, analisar como ela passa pela aprovação de certos padrões normativos. Graham & Wriner apud Harris, (1996) afirmam haver duas grandes classes de emoções: a primeira visa simplesmente a uma avaliação de resultados, a segunda abrange emoções mais complexas, nas quais, além de uma avaliação do resultado, há também uma avaliação das causas desse resultado. Da realização de pesquisas com crianças, os autores acima citados verificouse a sensibilidade das crianças quanto à responsabilidade pessoal que varia de acordo com o aumento da idade. As crianças de 6 a 9 anos já são capazes de descrever episódios responsáveis por um sentimento de culpa. Referindo-se ao papel de padrões, Harris (1996) afirma que as emoções como o orgulho e a culpa dependem da análise de duas dimensões: a responsabilidade pessoal e a conformidade com padrões normativos. As crianças de 4 ou 5 anos vêem as pessoas como agentes capazes de realizar o que querem. Se estes conseguem, ficam alegres, felizes e se não conseguem, ficam tristes. Já as crianças mais velhas de 7/8 anos vêem as pessoas como agentes que devem se conformar a padrões normativos e morais. Quando conseguem, sentem-se orgulhosos mas se, propositadamente, não respeitam esses padrões, sentem-se culpados ou envergonhados. Pode-se relacionar essa ocorrência a uma criança imatura que participa de uma competição e não obtém um resultado entre os primeiros colocados. Este fato pode não ser o mais importante, porém tudo vai depender da realidade em que esta criança se encontra. Em casos extremos, esse fato pode causar uma frustração com possível desistência da prática esportiva. 41 Fazendo uma análise sobre o papel de uma platéia, verifica-se que o autor Cooley apud Harris (1996) identificou três componentes para a noção do "eu" refletido. Um seria a imaginação de nossa aparência aos olhos de outra pessoa; o outro, a imaginação da avaliação que se faz da nossa aparência; e ainda o conseqüente sentimento de orgulho ou vergonha. Susan Harter e Nancy Whitesel apud Harris (1996), verificaram através de um estudo com crianças de 4 a 11 anos que a compreensão que as crianças têm do orgulho e da vergonha está de fato vinculada ao reconhecimento do impacto de uma platéia. Segundo estudos de autores como Harter, Wright & Bresnich apud Harris (1996), verifica-se que para as crianças por volta de 8 anos, o objeto da emoção seria o próprio "eu " e, nesta fase a criança não substitui inteiramente o pai enquanto juiz. A respeito da compreensão das emoções sociais, se as reações emocionais de outras pessoas são ignoradas, o resultado passa a ser o único fator importante para a determinação da emoção, e não o modo pelo qual esse resultado é obtido, ou sua conformidade com normas ou padrões sociais. No entanto, quando se conserva em mente a aprovação e a desaprovação alheia, a importância dos padrões normativos e da responsabilidade é imediatamente enfatizada. Concluindo, essa abordagem sobre a aprovação e a desaprovação de uma platéia, de acordo com os padrões sociais e culturais, principalmente naqueles casos em que os pais e professores valorizam em excesso a vitória, tem como conseqüência o seguinte fato: quando a criança não alcança o êxito almejado, ela adquire um sentimento de derrota e sente-se culpada. Diante da gravidade deste fato, surge uma questão: para servir a que propósito, os educadores devem reforçar esta atitude? 42 4 Especialização Precoce: implicações e conseqüências 4.1 Causas A partir de conceitos de Marques (1991), rendimento é uma categoria central do esporte, da qual se faz o uso nas modernas sociedades industriais e tecnológicas. Para o autor, não há rendimento sem especialização. “A intensificação da especialização na organização das sociedades e na vida do homem tem ocorrido uma precocidade de especialização” (Marques,1991, p. 915 ). Para Waltowiski apud Marques (1.991), a especialização precoce no esporte de rendimento pode ser entendida como uma das manifestações da tendência geral para a especialização em todos os ramos de atividades do homem. Um importante problema ocorre na especialização precoce: a ausência de profissionais bem preparados, faz com que haja o aumento de jovens ex-atletas atuando como educadores. Esses jovens são despreparados e não possuem uma formação adequada para lidar com essa faixa-etária. O treino então, passa a ser uma reprodução de treinos resultantes de sua experiência como atleta. Uma questão surge a partir deste fato: - A adequação que deve ser realizada no treinamento com crianças acontece realmente? Buscando uma resposta condizente com a realidade que se mostra, passa-se por uma ingenuidade quando se acredita nessa ação. É mais comum se deparar com treinos de atletas adultos moldados para as crianças. A respeito do treino precoce, o autor diz, “O treino precoce acontece antes do tempo próprio sendo uma forma prematura” (Marques, 1991, p. 9-15). O treino é sempre responsabilidade dos adultos: pais, técnicos e dirigentes. A criança não tem condições de analisar o que está ocorrendo com ela. É consenso entre vários autores, Ulatowisk, Waltowisk, Grosser, Brüggeman, Zint apud Marques, (1991), que com as crianças só devem trabalhar os melhores treinadores. 43 Estes precisam ter melhor conhecimento da especialidade esportiva, das especificidade biológica, psicológica e social do desenvolvimento da criança e, ainda, ter a capacidade de integrar esses dados à preparação esportiva precocemente especializada. A respeito da especialização precoce, foram verificados alguns fatores. Dentre eles o fenômeno de aceleração7. .Este fenômeno é motivado por razões ainda não suficientemente conhecidas, mas que se supõe estão associadas a alguns aspectos, dentre eles: a melhoria de higiene corporal, alimentação, cuidados de saúde, atividade esportiva controlada e melhoria das condições sociais das populações das últimas décadas. Associados a esse fenômeno, verificam-se: - Constatação de que jovens das atuais gerações têm mais condições de suportar cargas de treino do que as gerações antigas. - Desenvolvimento científico dando indicações sobre a necessidade de um início de preparação mais cedo em alguns esportes, os ditos técnicos. - A adoção de um sistema de competições no esporte infantil que é a imagem das formas de competição do esporte de alto nivel. De todos os fatores citados, é possível que este último seja o que mais tenha influenciado a prática incorreta de uma especialização esportiva precoce. A influência dos pais e da família na sociedade moderna tem-se mostrado um grande incentivo na especialização esportiva precoce. Segundo o artigo da revista Veja, 1992, p.10, p.16), “os pais entram em campo”, entre os vários tipos de pais, duas posturas predominam; os que dedicam todo o seu tempo para ver o futuro atleta brilhar e os que ficam exigindo resultados. Os primeiros comemoram as vitórias, sofrem durante as competições e chegam a cobrar as derrotas. Para os outros, o desempenho não é tão importante. Verifica-se, portanto que, a curiosidade científica foi uma causa que incentivou e contribuiu, de forma marcante, para a preparação precoce, pois a investigação a respeito de jovens esportistas levou ao surgimento de novos conhecimentos; permitindo 7 Para Ulatowisk, Demeter o fenômeno já identificado e estudado em vários países que se traduz pelo alargamento dos períodos biológicos ativos, no sentido de mal precocidade, e pelo alcance de valores morfológicos e funcionais elevados como final do desenvolvimento. 44 uma melhor avaliação do organismo juvenil ao rendimento. Deve-se atentar aos meios e métodos que foram utilizados para tais conquistas. As descobertas são louváveis, porém deve-se primeiramente conhecê-las, para não colocar pessoas em situação de "cobaias", para saber como reagem a certos esforços, ainda mais tratando-se de crianças e jovens. Quanto aos pais, concordo com o que diz Barbanti (1992, p.34-39): “Eles devem proporcionar estímulo, mas sem pressionar a criança”. A prática esportiva deve ser algo que proporcione prazer a crianças e jovens e não uma obrigação, porém não são todos os pais que assim pensam e agem, e desrespeitam a vontade de seus filhos, enquanto seres humanos. "Crianças adoram a competição, mas detestam a pressão e a cobrança pelo resultado" ( Prado, 2000, p. 17). 4.2 Conseqüências A discussão desse problema, traz a consciência de que essas conseqüências relacionadas à especialização precoce ocorrem freqüentemente e todos (educadores, dirigentes, pais), direta ou indiretamente, têm conhecimento do fato, porém fecham os olhos em função dos interesses pessoais, científicos, materiais ou profissionais. Marques (1991, p. 9-15), a respeito do tema diz que não pode negar que, a curto prazo a unidirecionalidade do processo se traduz em resultados esportivos, mas também afirma que: 1- os jovens atletas, submetidos a tal processo, não atingem, nas etapas posteriores, e sobretudo, na etapa das elevadas prestações esportivas, os rendimentos prognosticados, os rendimentos que lhes eram facultados; 2- é mais reduzido o tempo de atividade esportiva de alto nível; 3- muitos não chegam a essas fases, porque esgotam prematuramente a sua capacidade de prestação, abandonando o treino e acabando a carreira esportiva mais cedo. 45 Barbanti (1992, p. 24-39) verifica que as conseqüências desse processo de especialização precoce em idades baixas são: - Aumento de cargas especializadas; - grande rapidez e disciplina no treino; - pressão das competições. Estudos sobre o fato tiveram lugar em vários países e concluíram por unanimidade, que só uma porcentagem muito reduzida de campeões, em idades jovens, chegam à idade dos elevados rendimentos. Autores como Bulganova, citado por Merhautova & Velenky (1982), Nadori, Platonov apud Marques (1991), afirmam que uma grande porcentagem de atletas abandona o esporte nas idades de 15 a 17 anos. Portanto, antes de atingirem a etapa de performances máximas. A prática do esporte não pode prejudicar os afazeres escolares nem roubarlhes todo tempo. A criança deve ter espaço para desenvolver atividades que lhe dêem prazer, sejam de ordem cultural, intelectual ou outra, sobretudo, deve-se deixá-la brincar. Os pais devem entender que o jogo, a brincadeira e o convívio com outra criança são de extrema importância para a criança e contribuirão para um saudável desenvolvimento da personalidade. Nota-se, ao longo do processo, que crianças e jovens atletas que dedicam parte importante de seus esforços na busca do aperfeiçoamento esportivo, não vendo o retorno esperado, tendem a abandonar o esporte. É preciso ter claro que numa prática esportiva ocorre um estímulo precoce, uma especialização precoce e um treinamento precoce. Deve-se atentar para um trabalho realizado de forma global, objetivando uma larga vivência e variadas experiências motrizes, voltadas para a modalidade, e só posteriormente iniciar a especialização esportiva. A especialização precoce pode acarretar definição por uma modalidade e a especificidade de uma posição ou de uma prova de forma antecipada. Esse fato pode acarretar a impossibilidade de outras experiências e a restrição de outros movimentos. 46 5 Reflexões a Respeito da Especialização Esportiva Precoce A especialização esportiva precoce deve ser embasada nas Ciências do Esporte, em princípios didáticos e metodológicos que contribuam para o desenvolvimento da personalidade do jovem e constituam meios para obtenção de rendimentos no futuro. As conclusões do Instituto de Investigação Científica e Cultura Física de Varsóvia (Ulatowiski apud Marques, 1991), bem como investigadores da RFA (Grosser, Brüggemann, Zintl, apud Marques, 1991, p. 9-15) convergem no mesmo sentido, apontando para a necessidade de: 1- respeitar na prática esportiva o princípio da universidade, isto é, o princípio da preparação multilateral sobre a preparação especializada, nas fases iniciais do processo de preparação esportiva; 2- adequar o treino à idade biológica dos atletas; 3 - assegurar a preponderância do desenvolvimento das técnicas esportivas sobre o aumento da capacidade funcional do organismo; 4 - privilegiar no desenvolvimento das capacidades motoras o princípio da dominância das exigências no plano coordenativo, isto é, dar prioridade ao desenvolvimento da velocidade, das capacidades coordenativas e da mobilidade articular; 5- assegurar um ritmo mais lento no incremento das cargas de treino, ou seja, observar o princípio da relação ótima entre carga e recuperação, passando a considerar também a necessidade de compatibilização de cargas duplas escola/treino num ser em crescimento e desenvolvimento. Com efeito, em paralelo com os processos de biosíntese necessários para a recuperação das cargas de treino, isto é para a renovação tecidular, ocorrem processos de biossíntese para o crescimento (Demeter, 1981); 6- respeitar o princípio da variação das condições de exercitação, da realização de movimento, da variação dos exercícios; 47 7- recorrer a métodos de treino mais atraentes e agradáveis, ou seja, uma maior valorização do jogo como método de treino, mais efetivo para a criança. E acrescenta-se o estímulo ao trabalho em grupo dentro dos jogos, procurando incentivar a colaboração e a cooperação mútua. Segundo Brotto (1.999), eu posso jogar com o outro e não contra o outro. Deve-se estimular a criança e o jovem ter o respeito pelo outro indivíduo e enxergá-lo como alguém que pode contribuir consigo. A palavra inimigo deve ser esquecida, assim como a ação que ela pode vir a representar. Com a especialização esportiva ocorrendo cada vez mais cedo, deve-se enfatizar a importância pedagógica e social do esporte para a criança, mas sem promover uma especialização precoce em idades cada vez mais baixas e do mesmo modo, não valorizar os vencedores. Segundo Marques (1991), tal fato é contrariado firmemente pelos cientistas do esporte, o que vem a reforçar a hipótese deste estudo. A especialização precoce não é garantia de atletas bem sucedidos, pois não há preparação esportiva especializada sem opção por uma determinada disciplina e, quanto mais precocemente for efetuada essa relação, menores serão as chances de uma criança ou de um jovem vir a obter altos rendimentos desportivos. Essa pesquisa ousa discutir sobre a especialização precoce no esporte com ênfase na modalidade de Atletismo, adotando-se procedimentos que nos levassem à compreensão da hipótese enunciada inicialmente, para que se consiga argumentos palpáveis para aumentar as reflexões sobre o tema. O objetivo desta pesquisa não é se tornar um fim em si mesma, mas sim contribuir em âmbitos gerais, para uma mudança de postura e uma possível conscientização dos profissionais e dirigentes que militam na área do esporte, diretamente com crianças e jovens. Parece correto o pensamento de Smoll apud Marques (1991), ao considerar os principais motivos que levam os jovens a fazer esporte: distrair-se (treinar), melhorar as ações dentro da modalidade escolhida e a aprendizagem de novos elementos. Neste estudo, as propostas pedagógicas envolvem um outro aspecto. Devese permitir à criança e ao jovem que fiquem entre amigos e tenham a oportunidade de 48 conquistar outras novas amizades, que tenham a noção do que é o esporte e sintam entusiasmo em praticá-lo, tenham êxito e tornem-se mais fortes e saudáveis. Segundo Kunz (1994), o treinamento esportivo precoce está inserido nas inúmeras dimensões do esporte e, este problema acontece com maior freqüência e intensidade nos países que exercem hegemonia mundial, principalmente em esportes como Ginástica Rítmica e Artística, Natação e o próprio Atletismo. Em estudos realizados em 1993, Kunz (1993, p. 45) verificou alguns fatos: "O problema do treinamento esportivo precoce no Atletismo brasileiro começa a ficar sério, não somente para o atleta, como para a própria modalidade, pois cabe a grandes talentos alcançar o máximo de seu rendimento quando adulto". Portanto, essa afirmação vem reforçar o questionamento inicial. Ao trabalhar com competições infantis, ou esporte na infância, deve-se evitar a especialização precoce. Pretende-se estimular e não medir esforços para que cada vez mais um maior número de crianças e jovens tenha a oportunidade de chegar na fase adulta saudável, equilibrado e responsável. E mais: esses esforços são necessários para que se possa promover a manutenção de atletas durante um maior tempo como praticantes do esporte na fase adulta, mantendo uma boa atuação na carreira esportiva. Com relação a isto verifica-se interessante artigo sob o título "Campeões do tempo", que focaliza alguns ídolos nacionais como Ida, a Ana Margarida do voleibol, 34 anos; Oscar Schimidt do basquetebol aos 41 anos; Mauro Galvão, 37 e Romário, 33 anos, os dois do futebol. Verificou-se que aspectos como "as dietas com suplementos alimentares e a programação individual desses atletas foram importantes para estender os limites de suas carreiras" (Veja, abr.1999, p.105). Esses dados podem ser acrescentados como fatores importantes na melhoria da saúde para a população como um todo. É vasta a literatura e grande número de estudiosos acerca do assunto "especialização esportiva precoce". Em sua maioria, não são favoráveis a que esta ocorra muito cedo. O que se quer propor é que esses conceitos sejam aplicados à prática, de forma a levar o esporte a se tornar mais centrado no próprio homem, promovendo os 49 valores positivos de sua prática e evitando a cobrança feita a crianças e jovens para atingirem o sucesso, índices e resultados elevados em idades cada vez menores. 50 CAPÍTULO III A PESQUISA 51 1 O Contexto da Pesquisa Chega-se ao ponto de verificar a realidade dos fatos para contrapor aos conceitos vistos ou para reforçar as questões que inicialmente motivaram esta pesquisa, ajudando a traçar novos rumos à prática do Atletismo. Para tal, foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório com o objetivo de investigar as "histórias de vida" de atletas da categoria adulta praticantes da modalidade de Atletismo. Esta pesquisa teve como ambiente o "XVIII Troféu Brasil de Atletismo - Edição 1.999", que foi realizado no período de 03 à 06 de Junho no ano de 1999, na cidade do Rio de Janeiro, no complexo esportivo Célio de Barros. O Troféu Brasil de Atletismo é a mais importante competição em âmbito nacional, contando com a participação das federações estaduais de todo o território nacional. As federações que têm apresentado o maior número de representantes tem sido as das regiões sudeste e sul, com destaque para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais. Nesta competição, estavam presentes os melhores atletas do país, pois havia a necessidade prévia da classificação, ou seja, existe um índice (resultado/marca) em todas as provas a ser conquistado para efetivar a participação de cada integrante. Todos os atletas da modalidade desejam participar dessa competição de maior expressão no calendário nacional. A título de pesquisa esse evento de grande porte foi acompanhado nos quatro dias em que se realizou e, em virtude do grande número de participantes e de provas, seria impossível entrevistar a todos nesse período. Para melhor encaminhar a pesquisa, o estudo foi limitado às modalidades relacionadas diretamente às provas de pista, mais exatamente com as provas de velocidade e de fundo, desde 100 metros rasos até as provas de marcha atlética de 20.000 metros. No total de entrevistados, estão computados os atletas de ambos os sexos que colaboraram para o êxito desta pesquisa e autorizaram a utilização dos dados sem restrições. 52 As provas de pistas, incluem as corridas e a marcha atlética. As corridas dividem-se em rasas e com obstáculos. As provas rasas são todas aquelas que não têm nenhum obstáculo a ser transposto. As corridas com obstáculos são as provas com barreiras e obstáculos. As corridas com barreiras são 100 s/barreiras para o sexo feminino, 110 s/barreiras para o sexo masculino e 400 s/barreiras para ambos os sexos. As corridas com obstáculos, assim como a prova de 400 s/barreiras, atualmente têm a mesma metragem para ambos os sexos: é a prova de 3.000 com obstáculos. Numa classificação mais ampla, tanto as corridas rasas como as que utilizam os obstáculos são subdivididas de acordo com a metragem a ser desenvolvida. Trata-se de provas de velocidade, meio-fundo, fundo e grande-fundo. As provas de velocidade são 100 metros rasos, 100 metros s/barreiras, 110 s/barreiras, 200 metros rasos, 400 metros rasos e 400 s/barreiras; as provas de meio-fundo são os 800 metros rasos, os 1.500 metros rasos e 3.000 c/obstáculos; as provas de fundo são os 5.000 metros rasos, e os 10.000 metros rasos e a prova considerada de grande fundo é a maratona que compreende 42.195 metros. As provas de marcha atlética, atualmente têm uma extensão de 20.000 metros para ambos os sexos e 50.000 metros para o sexo masculino. No total, foram estudadas 13 provas: - Provas de corridas: 100, 200, 400 metros; 100 s/barreiras, 110 s/barreiras e 400 s/ barreiras; 800, 1.500, 5.000 e 10.000 metros; 3.000 c/obstáculos. - Provas de marcha atlética: 10.000 metros para o sexo feminino e 20.000 metros para o sexo masculino. Cabe observar a mudança da metragem para a prova de marcha atlética feminina que era 10.000 metros até 1.999 para 20.000 metros atualmente. Em virtude do grande número de provas e atletas envolvidos, o estudo foi limitado a uma categoria e sexo. A pesquisa foi fechada com a categoria adulto do sexo masculino. Concentram-se esforços sobre as provas para o sexo masculino, são elas: 100, 200, 400, 800, 1.500, 5.000 e 10.000 metros rasos; 110 e 400 s/barreiras e 20.000 metros da marcha atlética. Totalizaram-se 24 atletas entre velocistas e fundistas (que são praticantes de provas de longa distância) e marchadores. 53 Foi permitida, através da pesquisa, a elucidação de questões que nos incomodavam. Esses dados ofereceram uma riqueza enorme, além de esclarecer fatos que reforçam a posição a respeito da especialização esportiva precoce aplicada à modalidade de Atletismo. O Troféu Brasil de Atletismo foi uma competição de alto nível, na qual houve quebra de recordes brasileiros e sul-americanos. Muitos atletas tentaram e conquistaram o índice para o Pan-Americano, competição que ocorreu em julho, na cidade de Winnipeg Canadá. 2 Procedimentos Metodológicos e Técnicos Para traçar as etapas fundamentais da pesquisa, o método utilizado foi a coleta de dados através de uma entrevista semi-estruturada, elaborada antecipadamente para aplicação neste estudo, possibilitando clareza e verdade nos fatos. A metodologia desenvolvida, conforme adverte Trivinos1, foi a análise do conteúdo das entrevistas. Serviu como referência a investigação das "histórias de vida", de 24 atletas do sexo masculino, na categoria adulta, do Atletismo, que participaram como finalistas das provas de pista nas corridas e marcha atlética. As entrevistas foram gravadas e minuciosamente transcritas na íntegra para uma análise posterior, buscando-se consistência metodológica, conforme recomenda Trivinos (1987, p.148) - “Nós recomendamos a gravação da entrevista, ainda e seja cansativa sua transcrição, somos partidários disto fundamentalmente por duas razões surgidas de nossa prática como investigadores. A gravação permite contar com todo material fornecido pelo informante, que não ocorre seguindo outro meio. Por outro lado, e isto tem dado para nós muito bons resultados, o mesmo informante pode ajudar a completar, aperfeiçoar e destacar, etc. as idéias por ele expostas, caso fizermos escutar suas próprias palavras gravadas”. 1 Augusto N. D. TRIVINOS, Introdução à pesquisa em ciências sociais, p. 7 54 2.1 Sujeitos A pesquisa baseou-se em 24 atletas do sexo masculino, praticantes das provas de pista: 1º,2º e 3º colocados. A categoria pesquisada foi a adulta, e a modalidade Atletismo. 2.2 Ambiente O ambiente da pesquisa foi o Troféu Brasil de Atletismo - Edição 1999, que foi realizado no mês de junho, na cidade do Rio de Janeiro, nas instalações da pista do Complexo Esportivo Célio de Barros. A escolha deste evento deveu-se ao fato de ser a competição de maior porte nacional da categoria adulta. 2.3 Instrumentos Para o desenvolvimento da pesquisa, foi elaborada uma entrevista que continha quatro tópicos. No primeiro deles foram coletadas informações pessoais. No segundo, trata-se da iniciação esportiva, no terceiro, é abordada a especialização esportiva na modalidade Atletismo, e no quarto, e último tópico, procura-se saber a respeito da prática e vivência dentro do Atletismo na atualidade, incluindo os resultados e conquistas obtidas. 2.4 Procedimentos Foram questionados os três primeiros atletas da categoria adulta do sexo masculino, totalizando 24 atletas das categorias - rasas e com obstáculos - das provas de pista, corridas e marcha atlética. As provas requisitadas foram: Corridas rasas: 100, 200, 400, 800, 1.500, 5.000 e 10.000 metros; 55 Corridas com obstáculos: 110 sobre barreiras e 3.000 c/obstáculos; Marcha Atlética: 20.000 metros. Para maior esclarecimento, no total trata-se de 10 provas e deveria haver, portanto, 30 atletas; porém, alguns deles praticam mais de uma modalidade e se classificaram entre os três primeiros colocados em mais de uma prova, daí o resultado final de 24 atletas. Seguiu-se um roteiro básico estabelecido para as entrevistas que foram gravadas em fita cassete. Houve a preocupação de solicitar a autorização dos atletas para a realização das entrevistas, a fim de fortalecer a validade dos dados. A autora tomou a precaução de salientar e colher a assinatura de todos os entrevistados, o que possibilita a sua divulgação sem receio. Posteriormente, todos os dados obtidos foram transcritos na íntegra e, na seqüência, os itens mais importantes foram grifados. 2.5 Tratamento dos dados O tratamento dos dados foi qualitativo e quantitativo. Qualitativo porque investigou a história de vida dos atletas individualmente, sendo realizado o estudo de cada caso. Quantitativo, porque para a coleta dos dados foi extraída uma amostra do universo investigado a qual foi aplicado um questionário considerando as suas respostas, para posterior análise dos dados. 56 APRESENTAÇÃO DOS DADOS O estudo em questão apresenta uma riqueza de informações por conta dos dados coletados no decorrer do Troféu Brasil de Atletismo em junho de 1999. Foi efetuada uma entrevista com os três primeiros colocados do sexo masculino nas provas de corridas e marcha atlética. Acredita-se que esteja aqui representada a elite do Atletismo nacional da atualidade. Dentre os atletas entrevistados estão os atuais recordistas brasileiro e sulamericano e atletas com conquistas de títulos internacionais como o pan-americano. Optou-se por transcrever na íntegra as respostas dos entrevistados e, no segundo momento, salientar os pontos mais importantes. De posse desses dados, foi elaborado um gráfico por grupo de questões, sendo respeitada a seqüência da entrevista. Posteriormente, realizou-se uma análise dos gráficos, procurando verificar individualmente todos os dados obtidos. A entrevista foi dividida em 4 tópicos. No primeiro deles, foram destacados os dados pessoais dos sujeitos. No segundo, abordou-se a iniciação esportiva; no terceiro, como ocorreu a prática na modalidade de Atletismo e no quarto, e último tópico, a vivência e os melhores resultados obtidos de cada indivíduo entrevistado. 57 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de Fundo ) Praticou algum esporte antes do Atletismo? Respostas Futebol Handebol Voleibol Natação Outros Nunca praticou 61,5 15,3 15,3 7,7 30,8 15,3 % 61,5 15,3 15,3 7,7 30,8 15,3 RESPOSTAS MÚLTIPLAS Futebol 70 60 50 40 30 20 10 0 Handebol Voleibol Natação Outros 1 Nunca praticou N = 13 atletas FIGURA 1 - Revela que o esporte mais praticado antes do Atletismo foi acentuadamente o futebol. A prática de outros esportes variados aparece com evidência, seguidos por handebol e voleibol com o mesmo valor, 15,3%. 58 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de fundo) Onde iniciou a prática de algum esporte? Respostas Na própria cidade Em outra cidade Ñ praticou outro esporte TOTAL 76,9 7,7 15,4 % 76,9 7,7 15,4 100,0 Na própria cidade 15,4 7,7 Em outra cidade 76,9 Ñ praticou outro esporte N = 13 atletas FIGURA 2 - Em sua grande maioria se iniciou a prática esportiva na própria cidade. Os municípios devem incentivar o esporte para que mais pessoas possam praticá-lo. 59 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de fundo) Como ocorreu a prática de outras modalidades ? Respostas Sem compromisso Na escola ou clube Competitivamente Nunca praticou % 38,4 23,1 23,1 15,4 TOTAL 15,4 % 38,4 23,1 23,1 15,4 100,0 Sem compromisso 38,4 Na escola ou clube 23,1 Competitivamente 23,1 Nunca praticou N = 13 atletas FIGURA 3 - Aponta a princípio para uma tendência da prática de outros esportes,de atletas praticante de provas de fundo, antes do Atletismo, de modo descompromissado. Sendo seguido igualmente por uma prática na escola e/ou clube com o mesmo grau de significância para a prática de forma competitiva. 60 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de fundo) Com que idade iniciou a prática de outras modalidades? Respostas De 6 à 10 anos De 12 à 16 anos 17 anos 40 39 39 8 % 38,5 38,5 7,7 De 6 à 10 anos 30 De 12 à 16 anos 20 17 anos 10 0 1 N = 13 atletas FIGURA 4 - Uma parcela significativa do grupo dos atletas entrevistados, iniciou a prática de outras modalidades na faixa etária de 6 à 10 anos e dos 12 aos 16 anos em igual proporção. 61 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de fundo) Quanto tempo praticou outras modalidades? Respostas Menos de 1 ano De 1 à 3 anos Mais de 5 anos TOTAL 23,1 53,8 23,1 23,1 23,1 % 23,1 53,8 23,1 100,0 Menos de 1 ano De 1 à 3 anos 53,8 Mais de 5 anos N = 13 atletas FIGURA 5 - Esses dados apontam que a grande maioria dos entrevistados praticaram outros esportes por um período de 1 à 3 anos. 62 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de fundo) Por que parou de praticar essa modalidade? Respostas Por causa do Atletismo Por ter que trabalhar Devido a idade Pratica até hoje Motivos de Saúde Nunca praticou outro esporte 53,8 7,7 15,4 % 53,8 7,7 15,4 7,7 7,7 7,7 15,4 7,7 15,4 RESPOSTAS MÚLTIPLAS 60 Por causa do Atletismo 50 Por ter que trabalhar 40 Devido a idade 30 Pratica até hoje 20 Motivos de Saúde 10 0 1 Nunca praticou outro esporte N = 13 atletas FIGURA 6 - Evidencia que grande parte dos atletas deixou de praticar outras modalidades ao ter contato com o Atletismo. 63 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de fundo) Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Respostas De 12 à 15 anos De 16 à 19 anos Acima de 20 anos TOTAL 46,2 46,2 7,6 % 46,2 46,2 7,6 100,0 De 12 à 15 anos 7,6 46,2 De 16 à 19 anos Acima de 20 anos 46,2 N = 13 atletas FIGURA 7 - Demonstra que o vínculo ao Atletismo deu-se em sua maioria nas faixasetárias dos 12 aos 15 anos e em igual proporção dos 16 aos 19 anos, totalizando as duas faixas etárias 92,4% dos entrevistados. 64 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de fundo) Como foi sua primeira experiência nesta modalidade? (Atletismo) Respostas Muito difícil / Sofrido Em Jogos Escolares Muito bom Corridas de rua Competições Nacionais 23,1 23,1 7,7 30,8 23,1 % 23,1 23,1 7,7 30,8 23,1 RESPOSTAS MÚLTIPLAS 40 Muito difícil / Sofrido Em Jogos Escolares 30 Muito bom 20 Corridas de rua 10 Competições Nacionais 0 1 N = 13 atletas FIGURA 08 - Revela a primeira experiência desses atletas praticantes de provas de longa distância, foi justamente em corridas de rua. E em igual proporção nos Jogos escolares, competições internacionais e com a declaração de ter sido muito difícil / sofrido. 65 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de fundo) Quais fatores influenciaram o seu início no Atletismo? Respostas Sempre gostei Influência da família Convite de professores e amigos Olimpíadas e atletas famosos Outros 30,8 30,8 23,1 7,7 15,4 % 30,8 30,8 23,1 7,7 15,4 RESPOSTAS MÚLTIPLAS Sempre gostei 40 Influência da família 30 Convite de professores e amigos 20 Olimpíadas e atletas famosos 10 Outros 0 1 N = 13 atletas FIGURA 9 - Demonstra em igual grau de influência: o gostar da modalidade (30,8%) e o incentivo da família (30,8%) e em menor proporção o convite de professores e amigos (23,1%). 66 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de fundo) Onde ocorreu a sua prática no Atletismo? Respostas Na própria cidade Em outra cidade TOTAL 92,3 7,7 % 92,3 7,7 100,0 7,7 Na própria cidade Em outra cidade 92,3 N = 13 atletas FIGURA 10 - A grande parcela dos praticantes iniciaram na modalidade em sua própria cidade. O apoio e estímulo à prática esportiva deveria ser um objetivo na política dos municípios. 67 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de fundo) Quais provas você iniciou no Atletismo nesta fase? Respostas Provas de rua Marcha Atlética Provas de velocidade Provas de resistência Outras provas 30,8 23,1 23,1 61,5 15,4 % 30,8 23,1 23,1 61,5 15,4 RESPOSTAS MÚLTIPLAS 70 Provas de rua 60 Marcha Atlética 50 40 Provas de velocidade 30 20 Provas de resistência 10 Outras provas 0 1 N = 13 atletas FIGURA 11 - Aponta para as provas de fundo em sua maioria, pois tratam-se de atletas que praticam provas de longa distância, e em seguida indica para as provas de rua, que são amplamente praticadas por esses atletas. 68 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de fundo) Fez treinamento específico para alguma prova? Respostas Sim Não TOTAL 53,8 46,2 % 53,8 46,2 100,0 Sim 46,2 Não 53,8 N = 13 atletas FIGURA 12 - Significa que praticamente a metade dos entrevistados, 53.8% fizeram treinamento específico para alguma prova, o que não representa ser especificamente a prova que atualmente pratica. E o outro ponto importante é que 46,2% não fizeram treinamento específico para nenhuma prova dentro do Atletismo. 69 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de fundo) Qual o melhor resultado alcançado (conquistas / marcas) na fase de início da modalida Respostas Competições a nivel nacional Competições a nível estadual Resultados individuais/marcas Não se recorda 23,1 15,3 38,5 15,4 % 23,1 15,3 38,5 15,4 RESPOSTAS MÚLTIPLAS Competições a nivel nacional 40 30 Competições a nível estadual 20 Resultados individuais/marcas 10 Não se recorda 0 1 N = 13 atletas FIGURA 13 - Indica que o melhor resultado alcançado pela maioria dos atletas das provas de fundo na fase da especialização da prática do Atletismo foram marcas individuais. Também revela uma porcentagem com significância para competições em âmbito nacional. 70 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de fundo) Que especialidade pratica? Respostas Marcha Atlética De 800 à 1.500 mts De 3.000 à 5.000 mts 10.000 mts Milha 23,1 53,8 46,2 23,1 7,7 % 23,1 53,8 46,2 23,1 7,7 RESPOSTAS MÚLTIPLAS 60 50 Marcha Atlética De 800 à 1.500 mts De 3.000 à 5.000 mts 10.000 mts Milha 40 30 20 10 0 1 N = 13 atletas GRÁFICO 14 - Por se tratar de atletas que praticam provas de fundo, evidenciam-se as especializações nas provas de 800 à 1.500 m, seguidas das provas de 3.000 à 5.000 metros. 71 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de fundo) Com que idade você se especializou nesta prova (prática atual)? Respostas Dos 16 aos 18 anos Dos 19 aos 20 anos Dos 22 aos 25 anos Ainda não se especializou 46,2 23,1 30,8 7,7 % 46,2 23,1 30,8 7,7 50 Dos 16 aos 18 anos 40 Dos 19 aos 20 anos 30 Dos 22 aos 25 anos 20 Ainda não se especializou 10 0 1 N = 13 atletas FIGURA 15 - Verifica-se a especialização na sua prova em maior número, entre 16 e 18 anos, seguidas das faixas etárias de 22 aos 25 anos e 19 à 20 anos. 72 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de fundo) Qual o melhor resultado alcançado? Respostas Recordista Brasileiro Títulos no Sul-Americano Títulos no Pan-Americano Títulos no Troféu Brasil Marcas individuais 15,4 46,2 23,1 38,5 84,6 % 15,4 46,2 23,1 38,5 84,6 RESPOSTAS MÚLTIPLAS Recordista Brasileiro 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Títulos no SulAmericano Títulos no PanAmericano Títulos no Troféu Brasil Marcas individuais 1 N = 13 atletas FIGURA 16 - Indica que os melhores resultados alcançados são marcas individuais, aponta também para um valor considerável referente à títulos SulAmericanos. 73 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de fundo) Com que idade ocorreu esse melhor resultado na prática do Atletismo? Respostas Com menos de 20 anos Dos 20 aos 22 anos Dos 23 aos 25 anos Dos 26 aos 28 anos 15,4 15,4 38,5 53,8 % 15,4 15,4 38,5 53,8 Com menos de 20 anos 60 50 Dos 20 aos 22 anos 40 Dos 23 aos 25 anos 30 20 Dos 26 aos 28 anos 10 0 1 N = 13 atletas FIGURA 17 - Verifica-se que o melhor resultado dos atletas praticantes de provas de fundo é alcançada, com maior ênfase dos 26 aos 28 anos, onde ocorre a maturidade atlética. 74 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de fundo) Quais os fatores que você julga mais importantes para continuar no Atletismo? Respostas Incentivo financeiro 53,8 Apoio da família 7,7 15,4 Patrocínio Participação em eventos importantes Outros 38,5 % 53,8 7,7 15,4 46,2 38,5 RESPOSTAS MÚLTIPLAS 60 Incentivo financeiro 50 Apoio da família 40 Patrocínio 30 20 Participação em eventos importantes 10 Outros 0 1 N = 13 atletas FIGURA 18 - Revela que entre as preocupações dos atletas praticantes das provas de fundo, além do incentivo financeiro, também é a participação em eventos mais expressivos. 75 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de fundo) Teve alguma contusão? Respostas Sim Não TOTAL 54,1 46,0 % 54,1 46,0 100,0 Sim 46,0 54,1 Não N = 13 atletas FIGURA 19 - Demonstra que mais da metade dos praticantes, 54,1% de provas de fundo, tiveram algum tipo de contusão. 76 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de fundo) Quanto tempo ficou afastado? Respostas Menos de 1 mês De 1 à 3 meses De 1 à 2 anos Sem esclarecimento Nunca se afastou TOTAL 30,8 7,7 15,4 15,4 31 % 30,8 7,7 15,4 15,4 30,8 100,0 Menos de 1 mês 30,8 31 De 1 à 3 meses De 1 à 2 anos 15,4 7,7 Sem esclarecimento 15,4 Nunca se afastou N = 13 atletas FIGURA 20 - Demonstra que igualmente as parcelas mais significantes retratam que 30,8% nunca se afastou da prática do Atletismo e a outra com mesmo valor se afastou durante menos de um mês por causa de contusões. 77 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de Velocidade) Praticou algum esporte antes do Atletismo? Respostas Futebol Handebol Voleibol Outros Nunca praticou 54,5 27,2 27,2 18,1 27,2 % 54,5 27,2 27,2 18,1 27,2 60 50 Futebol Handebol Voleibol Outros Nunca praticou 40 30 20 10 0 1 N = 11 atletas FIGURA 21 - Evidencia que quase a totalidade dos praticantes, iniciou em outra modalidade esportiva, sendo a prática do futebol a de maior valor. 78 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de Velocidade) Onde iniciou a prática de algum esporte? Respostas Na própria cidade Em outra cidade Ñ praticou esporte TOTAL 54,5 18,2 27,3 % 54,5 18,2 27,3 100,0 27,3 54,5 Na própria cidade Em outra cidade Ñ praticou esporte 18,2 N = 11 atletas FIGURA 22 - Indica que mais da metade dos atletas iniciaram a prática esportiva de outra modalidade na sua própria cidade. 79 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de Velocidade) Como ocorreu a prática de outras modalidades? Respostas No colégio Escolinha de futebol Vinculado a clubes Por lazer Nunca praticou outro esporte 40 35 30 25 20 15 10 5 0 % 36,3 9,1 18,1 18,1 27,2 % 36,3 9,1 18,1 18,1 27,2 No colégio Escolinha de futebol Vinculado a clubes Por lazer Nunca praticou outro esporte 1 N = 11 atletas FIGURA 23 - Demonstra que a maioria dos atletas iniciou a prática de outra modalidade esportiva na própria escola. 80 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de Velocidade) Com que idade iniciou a prática de outras modalidades? Respostas De 8 à 11 anos De 12 à 15 anos De 16 à 18 anos De 19 à 21 anos Nunca praticou 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 36,3 27,2 45,4 9,1 27,2 % 36,3 27,2 45,4 9,1 27,2 De 8 à 11 anos De 12 à 15 anos De 16 à 18 anos De 19 à 21 anos Nunca praticou 1 N = 11 atletas FIGURA 24 - Demonstra que a maior parte dos atletas iniciou a prática esportiva entre 16 e 18 anos, com uma parcela significativa, iniciando dos 08 aos 11 anos. 81 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de Velocidade) Quanto tempo praticou outras modalidades? Respostas Menos de 1 ano De 1 à 4 anos Mais de 5 anos Nunca praticou TOTAL 27,2 18,3 9,1 45,4 18,3 27,2 % 9,1 45,4 18,3 27,2 100,0 9,1 45,4 Menos de 1 ano De 1 à 4 anos Mais de 5 anos Nunca praticou N = 11 atletas FIGURA 25 - Aponta que a maior parcela dos entrevistados praticou outras modalidades durante um período que oscilou entre 1 e 4 anos 82 INICIAÇÃO ESPORTIVA (Provas de Velocidade) Por quê parou de praticar essa modalidade? Respostas Por causa do Atletismo Desgaste de praticar 2 modalidades O esporte praticado não era promissor Nunca praticou % 45,4 18,3 9,3 27,2 45,4 18,3 9,3 27,2 RESPOSTAS MÚLTIPLAS Por causa do Atletismo 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Desgaste de praticar 2 modalidades O esporte praticado não era promissor Nunca praticou 1 N = 11 atletas FIGURA 26 - Evidencia que ao ter contato com o Atletismo, abandonaram a prática da outra modalidade. É relevante também, a parcela de atletas que nunca praticou outra modalidade antes do Atletismo. 83 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Respostas De 12 à 15 anos De 16 à 18 anos Com 20 anos TOTAL 18,3 27,2 54,5 18,3 % 27,2 54,5 18,3 100,0 27,2 De 12 à 15 anos De 16 à 18 anos Com 20 anos 54,5 N = 11 atletas FIGURA 27 - Demonstra que o vínculo ao Atletismo ocorreu a partir de 16 à 18 anos em sua maioria. 84 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Como foi sua primeira experiência nesta modalidade? (Atletismo) Respostas No colégio Em competições Em clube Num teste 37,2 48,4 9,1 9,1 % 37,2 48,4 9,1 91,0 No colégio 50 45 Em competições 40 35 Em clube 30 25 Num teste 20 15 10 5 0 1 N = 11 atletas FIGURA 28 - Relata que 48,4% dos entrevistados viveram a sua primeira experiência em competições; demonstra que outra parcela teve o seu primeiro contato com a modalidade de Atletismo no colégio. 85 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas Velocidade) Quais fatores influenciaram o seu início no Atletismo? Respostas Televisão Atletas famosos Convite de professores e amigos Influência de familiares O gosto pela modalidade Em competições 27,2 27,2 36,3 9,1 27,2 27 % 27,2 27,2 36,3 9,1 27,2 27,2 RESPOSTAS MÚLTIPLAS Televisão 40 35 Atletas famosos 30 Convite de professores e amigos 25 20 Influência de familiares 15 10 O gosto pela modalidade 5 0 1 Em competições N = 11 atletas GRÁFICO 29 - Demonstra que os fatores que mais influenciaram o início dos atletas de provas de velocidade , foi o convite de professores e amigos. Seguidos igualmente pela mídia, atletas famosos, o gosto pela modalidade e por causa de competições. 86 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas Velocidade) Onde ocorreu a sua prática no Atletismo? Respostas Na própria cidade Em outra cidade TOTAL 72,7 27,3 % 72,7 27,3 100,0 27,3 Na própria cidade Em outra cidade 72,7 N = 11 atletas FIGURA 30 - Evidencia que a maioria dos praticantes iniciou a modalidade de Atletismo em sua própria cidade. Observa-se com esse dado que, se maior for o estímulo à prática esportiva por entidades e órgãos públicos, mais atletas podem despontar no Atletismo brasileiro. 87 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Quais provas você iniciou no Atletismo nesta fase? Respostas Salto em distância Provas c/barreira Provas de velocidade Provas de resistência Outras provas 54,5 18,1 81,8 45,4 27,2 % 54,5 18,1 81,8 45,4 27,2 90 Salto em distância 80 70 Provas c/barreira 60 50 Provas de velocidade 40 30 20 Provas de resistência 10 Outras provas 0 1 N = 11 atletas FIGURA 31 - Aponta para as provas de velocidade, como as provas que a maior parcela desses atletas, iniciaram no Atletismo, sendo seguido pelo salto em distância. 88 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Fez treinamento específico para alguma prova? Respostas Sim Não TOTAL 9,0 91,0 % 9,0 91,0 100,0 9,0 Sim Não 91,0 N = 11 atletas FIGURA 32 - Demonstra que praticamente quase todos os atletas de provas de velocidade não realizaram treinamento específico para alguma prova dentro do Atletismo. 89 ESPECIALIZAÇÃO NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Qual o melhor resultado alcançado? Respostas Competições a nível nacional Competições a nível estadual Resultados individuais/marcas Não se recorda Não tem resultados nesse nível 9,1 27,2 45,4 9,1 9,1 % 9,1 27,2 45,4 9,1 9,1 50 Competições a nível nacional 40 Competições a nível estadual 30 Resultados individuais/marcas 20 Não se recorda 10 Não tem resultados nesse nível 0 1 N = 11 atletas FIGURA 33 - O melhor resultado alcançado pela maioria dos atletas das provas de velocidade, são resultados individuais, também indica uma porcentagem significante para as competições a nível estadual. 90 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Que especialidade pratica? Respostas 110 s/barreiras 100 metros 200 metros 400 rasos 400 s/barreiras Revezamento Salto em distância 36,3 36,3 27,2 36,3 27,2 9 9 % 36,3 36,3 27,2 36,3 27,2 9,1 9,1 110 s/barreiras 40 100 metros 30 200 metros 20 400 rasos 10 400 s/barreiras Revezamento 0 1 Salto em distância N = 11 atletas FIGURA 34 - Revela que três parcelas iguais, de 36,3% praticam as provas de 110 s/barreiras, 100 metros rasos e 400 metros rasos, pois tratam-se de atletas que praticam essencialmente provas de velocidade. 91 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Com que idade você se especializou nesta prova? Respostas Dos 17 aos 19 anos Dos 20 aos 22 Dos 23 aos 26 anos TOTAL 36,3 54,6 9,1 % 36,3 54,6 9,1 100,0 9,1 36,3 Dos 17 aos 19 anos Dos 20 aos 22 Dos 23 aos 26 anos 54,6 N = 11 atletas FIGURA 35 - Aponta que a especialização em sua prova, ocorreu em maior proporção dos 20 aos 22 anos. 92 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Qual o melhor resultado alcançado? Respostas Títulos Sul-Americano Títulos no Pan-Americano Títulos em Olimpíadas Títulos no Troféu Brasil Resultados Pessoais/Marcas 45,4 9,1 9,1 18,1 81,8 % 45,4 9,1 9,1 18,1 81,8 Títulos SulAmericano 100 Títulos no PanAmericano 80 60 Títulos em Olimpíadas 40 Títulos no Troféu Brasil 20 0 1 Resultados Pessoais/Marcas N = 11 atletas FIGURA 36 - Indica que os melhores resultados alcançados são resultados pessoais a nível de marcas. Aponta também para a conquista referentes à títulos Sul-Americanos. 93 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas Velocidade) Com que idade ocorreu esse melhor resultado na prática do Atletismo? Respostas Dos 20 aos 22 anos Dos 23 aos 25 anos Com 26 anos 27,2 63,6 18,1 % 27,2 63,6 18,1 80 Dos 20 aos 22 anos Dos 23 aos 25 anos Com 26 anos 60 40 20 0 1 N = 11 atletas FIGURA 37 - Revela que os melhores resultados dos atletas praticantes de provas de velocidade, ocorreu dos 23 anos aos 25 anos. 94 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Quais os fatores que você julga mais importantes para continuar no Atletismo? Respostas Gostar muito do esporte Incentivo técnico (Apoio) Patrocínio Fator Financeiro Outros 70 60 50 40 30 20 10 0 18,1 45,4 27,2 27,2 63,6 % 18,1 45,4 27,2 27,2 63,6 Gostar muito do esporte Incentivo técnico (Apoio) Patrocínio Fator Financeiro 1 Outros N = 11 atletas FIGURA 38 - Revela que os fatores que esses atletas consideram importantes para continuar na prática do Atletismo são outros diferentes dos apontados no gráfico. Segundo as entrevistas, nestes se incluem: força de vontade, objetivo de uma Olimpíada ou de um Pan-Americano, saúde física e mental e boa alimentação. 95 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Teve alguma contusão? Respostas Sim Não TOTAL 54,6 45,4 % 54,6 45,4 100,0 Sim 45,4 54,6 Não N = 11 atletas FIGURA 39 - Demonstra que mais da metade dos praticantes de provas de velocidade apresentaram algum tipo de contusão durante a sua carreira dentro do Atletismo. 96 VIVÊNCIA E MELHORES RESULTADOS NO ATLETISMO (Provas de Velocidade) Quanto tempo ficou afastado devido a contusões? Respostas Menos de 1 mês De 1 à 3 meses De 4 à 6 meses Nunca se afastou TOTAL 27 9,1 37,2 18,1 27 % 19,1 37,2 18,1 26,2 100,0 9,1 37,2 Menos de 1 mês De 1 à 3 meses De 4 à 6 meses Nunca se afastou 18,1 N = 11 atletas FIGURA 40 - Revela que uma parcela significativa 37,2% se afastou de 1 a 3 meses por ter sofrido alguma contusão. Também aponta que 26,2% embora tendo contusões, nunca se afastou da prática do Atletismo. 97 98 13 12 11 10 09 08 07 06 05 04 03 02 01 Adalberto Batista Garcia (31 anos) Valdenor P. dos Santos (29 anos) Tiago Antº Oliveira Fraga (26 anos) Flávio Oliveira Godoi (29 anos) Márcio Ribeiro da Silva (23 anos) Wander Prado Moura (30 anos) Hudson Santos de Souza (22 anos) Ricardo Alexandre Reinert (23 anos) Mário José dos Stos. Jr. (19 anos) Elenilson da Silva (27 anos) Sérgio Vieira Galdino (30 anos) Celso Ficagna (23 anos) José Mauro Valente (30 anos) Entrevistados Na minha cidade (Cubatão) Em Bela Vista Mato Grosso do Sul Na própria cidade Armazém - SC Judô, canoagem e natação Sim, futebol e rodeio Não Não Futebol Blumenau Na escola Futebol Handebol Clube Futebol, judô e natação, por lazer Futebol Belo Horizonte Curitiba/Paraná Em Manaus mesmo Na escola Na cidade de Ilhapoã Onde? Futebol e vôlei Jogava bola, futebol e voleibol Handebol Praticou algum esporte antes do Atletismo? Futebol Em clubes da região Sem compromisso Nada compromissado Só nas aulas de Ed.Física A nível competitivo Iniciação Competitivamente, futebol Por lazer Dos 8 aos 13 anos 17/18 anos Dos 7 aos 13 anos 6 anos Mais ou menos 7 anos Canoagem 2 anos Mais ou menos 1 ano 5 anos 2 meses Judô mais tempo 6 / 7 meses 7 anos Na verdade, pratica até hoje Quebrei o ombro e desloquei a clavícula Por causa do Atletismo porque só depende de você Por causa do Atletismo Houve o interesse pela marcha atlética Eu era muito novo e era perigoso. Por causa do atletismo 1 ano e meio 12 aos 20 anos A partir dos 10 anos Dos 8 aos 15 anos 15 anos Por causa da idade e por causa do Atletismo Por ter que trabalhar 3 anos 14-15 anos Por que parou de praticar esse esporte? Por causa do Atletismo Por causa do Atletismo Quanto tempo praticou? 2 à 3 anos 1 ano e meio De 15 à 17/18 Sem compromisso Sem compromisso Na escola 15 anos Com que idade? Como? QUADRO 1 Iniciação Esportiva (Provas de Fundo) 99 Adalberto Batista Garcia Valdenor Pereira dos Santos Tiago Antº de Oliveira Braga Flávio de Oliveira Godoi Márcio Ribeiro da Silva Wander do Prado Moura Hudson Santos de Souza (22 anos) Ricardo Alexandre Reinert (23 anos) Mário José dos Santos (19 anos) Elenilson da Silva (27 anos) Sérgio Vieira Galdino (30 anos) Celso Ficagna (23 anos) José Mauro Valente (30 anos) 01 02 06 07 08 09 11 12 13 10 05 04 03 Entrevistados Q 12/13 anos 17 anos 14 anos 18 anos 12 anos 13 anos 16 anos 15 anos Aos 16 anos 21 anos 17 anos 15 para 16 anos Com quantos anos você iniciou no Atletismo? 18 anos Nos Jogos Estudantis Comecei na escolinha, provas de rua Numa corrida de rua,venci o favorito c/facilidade Numa corrida rústica,prova de mais ou menos 5 Km. Um campeonato de fundo e meio-fundo Jogos da Primavera (4 vitórias) Foi muito difícil O irmão mais velho que corria Por ter deixado o handebol e 1 oportunidade Força de vontade e dom p/a modalidade Professores da própria cidade Muito difícil, sem nenhuma noção Foi o Campeonato Brasileiro Juvenil 3º lugar no Troféu Brasil e 1.991 Nos Jogos Escolares (ñ tinha cond. de treinar e trabal.) Foi ótimo, me identifiquei c/o Atlet. Incentivo de um tio que era atleta Uma pessoa que treinava me convidou. Corri numa prova sem ter experiência nenhuma e corri muito bem. Uma delas foi a Olimpíada de 84 e o Joaquim Cruz ganhando medalha Um convite de um prof. que praticava Atletismo. 1º foi meu pai, 2º pelo gosto ao Atletismo. Os pais que deram muito apoio A individualidade do esporte Quais fatores influenciaram o seu inicío no Atletismo? Eu sempre gostei de correr. Como foi sua 1ª experiência neste esporte? Um pouco sofrido Na própria cid. Em Cubatão Bela Vista Mato Gros so do Sul Na própria cid. Armazém S.Jorge D'Oeste Blumenau Em Brasília Na própria cid. 1.500 e 5.000 Corridas + de resistência,rústicas,3.000 em pista e a marcha 1.500 e 5.000 Começou fazendo 5.000 e 10.000 Somente Marcha 800 metros Salto em altura e 400 metros. Marcha atlética e corrida de rua. 400 e 100 metros. Eu já comecei nos 800 e 1.500 metros. 1.500, 3.000 metros e 1.500 c/barreiras. Mais provas de rua. Em Brasília Em Manaus No exército(RJ) Limeira Na minha cidade Quais provas você iniciou no Atletismo nesta fase? Provas de rua de 5.000 à 21 Km Onde ocorreu? QUADRO 2 Especialização no Atletismo ( Prova de Fundo) 4 min. nos 1.500 metros. Não,corria somente fundo. Não,meu treino espec.foi p/ corrida Sim, para a Marcha Não Já fazia treinamento específico adeq.c/a idade Não Na escolinha c/treino específico para provas longas. Sim, para 1.500 e 5.000 Qual o melhor resultado alcançado? Ganhei os jogos regionais e fui 2º nos 10.000 metros. 5.000/10.0000 e maratona. Classificação no Camp.Bras.Juv./90. 46"40 nos 400 metros. 3'40"80 nos 1.500 metros. Campeão Bras. 1.500, 3.000 e 3.000 c/barreiras. 1.80 metros na altura e nos 400 58"/59". Eu ñ me lembro, foram bons, não ótimos. Campeão estad.e 10' 58" nos 2.000-mirim. 3º lugar nos JEBS (Jogos Escolares Brasileiros). Não tenho lembrança - teve 2º e 3º em competição. 3º lugar nos Jogos Abertos de SC. Não, era mais por recreação Não, sempre chegava lá atrás Para as provas de 800 e 1.500 Fazia Fez treinamento específico para alguma prova? A partir dos 19 anos. 100 Adalberto Batista Garcia Valdenor Pereira dos Santos Tiago Antº de Oliveira Fraga Flávio de Oliveira Godoi Márcio Ribeiro da Silva Wander do Prado Moura Hudson Santos de Souza (22 anos) Ricardo Alexandre Reinert (23 anos) 01 02 03 04 05 06 07 08 Entrevistados 20.000 metros Marcha Atlética. 800 metros, 1500 metros e a milha (1.608metros). 3.000 metros c/ obstáculos De 800 à 10.000 metros 800 e 400 metros 3.000 metros c/ obstáculos 5.000 metros De 5.000 à 10.000 metros Que especialidade pratica? Troféu Brasil,campeão Sul-Amerciano,5º do mundo no Mundial da Bélgica 18 anos No juvenil, carreira promissora. Campeão PanAmericano/95 Campeão Pan-Americano recordista Sul-Americano 8'14"41 nos 3.000 c/obstáculos e 5 x campeão do Troféu Brasil Record Sul-Americano do Mundial Juvenil 3'48" 1h32'05"-Estadual de SP e conquista 3ºlugar Troféu Brasil/99 Juvenil, 18 anos 18 anos Fazem 4 anos (19 anos) 400 - 46"40 800 - 1'46"09 Começou aos 16 anos e pelo fato de ser resistente 25 anos 8'46", melhor marca, 3º lugar no Troféu Brasil. Sou recordista brasileiro dos 5.000 A partir dos 22 anos Eu acho que 23 anos Qual foi o melhor resultado? Com que idade você se especializou nessa prova? O ponto + alto no esporte-Olimpíada Tentar conquistar mais provas, mais títulos. 20 a 22 anos 23 anos Fator financeiro, treinamento visando Olimpíada e Pa namericano, o desejo de melhorar. Um suporte por trás, garra e vontade de treinar 19 para 20 anos Em Março/95, 8'14"4 - Record Sul Americano (26 anos) Psicologia e engrandecimento físico e espiritual Dinheiro, apoio e melhores condições Gostar muito e ter que abrir mão de algumas coisas em prol do esporte 2 anos parado. 2 semanas Canelite Contusão nunca teve. Apresentou problema no estômago (apendicite) Todas me afastaram. Nunca se afastou 3 meses (Trabalho de recuperação) Não se afastou 1 ano parado Não esclareceu Quanto tempo ficou afastado? Várias contusões tendão de áquiles atrofiou a coxa di reita de 1,5 centimetros perôneo. Qdo começo a trabalhar + rígido me machuco Bastante,a pior foi 1 tendinite no joelho Dores na região lombar. Em 1.996 tive uma contusão muito grave na virília. Quais os fatores Teve alguma que você julga mais contusão? importante para continuar no Atletismo? Incentivo e apoio 1 contusão (problema no joelho/ ligamentos) 400 - 28 anos 800 - 25 anos 25 anos 22/23 anos(pista), 27(maratona). A partir dos 28 anos Com que idade ocorreu esse resultado? Vivência e melhores resultados no Atletismo (Provas de Fundo) QUADRO 3 101 1.500 e 3.000 metros Celso Ficagna (23 anos) José Mauro Valente (30 anos) 12 13 1.500 e 800 metros Prova de 20 Km de Marcha Atlética 5.000 e 10.000 metros 20 Km de Marcha Atlética Sérgio Vieira Galdino (30 anos) Mario José dos Santos (19 anos) Elenilson da Silva (27 anos) Que especialidade pratica? 11 10 09 Entrevistados 17 anos Não se especializou (Fase de adaptação) 23 anos e 24 anos ano que vem A partir dos 16 anos Dos 23 aos 26 anos 23 anos 26 anos, em 1.995 26/27 anos 18 anos Bi-Campeão SulAmericano, recordista Brasileiro. Campeão Brasileiro Sul-Americano,Paulista e bronze no Mundial em 1.998 6º lugar no Mundial de Stretgand na Alemanha,a 2ª marca a nível Sul-Americano 1h19'56" e 1º lugar Troféu Brasil de 99 12"40 num campeonato,o ano passado no Rio e em 97, nos 1.500 3'24"5,no Ca m peonato Estad.SP Camp.Pan-Americano/91 8º na Copa do Mundo em 94 e 9º no Mundial Indoor/95 19 anos Em 92, 20 anos Com que idade ocorreu esse resultado? Qual foi o melhor resultado? Com que idade você se especializou nessa prova? Quais os fatores Teve alguma contusão? que você julga mais importante para continuar no Atletismo? Incentivo financeiContusão no joelho devido a fortaleciro, acho que é o mento. principal Apoio da família, Vários problemas lombares na coxa. patrocínio e condição para o Atleta (a perna direita é treinar 2cm mais curta). Participação de Lesão na virilha eventos a nível no músculo adutor nacional e interlongo nacional e uma estrutura financeira. A vontade para Nenhuma contusão alcamçar o ínapenas uma lesão dice para compeno Tendão de tições importanAquiles. tes(Olimpíadas) Competições, Não maior divulgação e patrocínio QUADRO 4 Vivência e melhores resultados no Atletismo ( Provas de Fundo) Nunca se afastou 1 semana 2 semanas (totalmente parado) Não se afastou 40 dias Quanto tempo ficou afastado? 102 Cleverson Oliveira da Silva (24 anos) André Domingos da Silva (26 anos) Sanderlei Claro Parrela (24 anos) 09 11 10 08 07 06 05 04 03 02 Luíz André de Camargo Balcers (25 anos) Emerson Perin 24 anos Márcio Simão de Souza (24 anos) Rafael Raimundo Oliveira da Silva (20 anos) Claudinei Quirino da Silva (28 anos) Eronildes Nunes de Araújo (28 anos) Anderson Jorge dos Santos (27 anos) João Carlos dos Santos (24 anos) 01 Entrevistados Handebol Não Não Futebol, handebol, vôlei e equitação Futebol Futebol Não Futebol de Campo Praticou algum esporte antes do Atletismo? Futebol de campo, handebol,vôlei e natação Futebol, voleibol e judô Natação, vôlei, basquete e futebol Na escola Na própria cidade (Chapecó) Na própria cidade Em Brasília (no colégio) Jogava por outra cidade(Petrópolis) Na própria cidade (São Carlos) No Sesi (Mauá) São Paulo Onde? Sem compromisso Na escola e no clube No colégio Não profissionalmente Vinculado a um clube Escolinha de futebol No colégio 1º no colégio, depois fora Como? QUADRO 5 Iniciação Esportiva (Velocidade) 15/16 anos Vôlei-9/10 anos Futebol - até 17 Handebol - 18 Equitação-desde pequeno 20 anos 15/16 anos 10/11 anos Dos 8 aos 10 anos 10 anos Dos 12 aos 16 anos Com que idade? 2 anos Dos 9 aos 17/18 anos Pouco Dos 15 aos 17 (2 anos) 2 anos 2 anos 12 anos Quanto tempo praticou? 4 anos QUADRO 5 Iniciação Esportiva (Velocidade) Por que parou de praticar esse esporte? Fazia futebol e Atletismo ao mesmo tempo Em virtude do Atletismo Porque não agüentava jogar bola uma semana Por causa do Atletismo Por causa do Atletismo Por causa do Atletismo Equitação praticou mais tempo, parou porque não era promissor na época Porque comecei a praticar o Atletismo 103 Luíz André de Camergo Balcers (25 anos) Emerson Perin (24 anos) Márcio Simão de Souza (24 anos) Rafael Raimundo de Oliveira Silva (20 anos) Claudinei Quirino da Silva (28 anos) Eronildes Nunes de Araújo (28 anos) Anderson Jorge dos Santos (27 anos) João Carlos dos Santos ( 24 anos) Cleverson Oliveira da Silva (24 anos) 01 02 03 04 05 06 07 08 09 Entrevistados 12 anos 17/18 anos 20 anos Em 1.987, com 17 anos 19 para 20 anos Na própria cidade aos 18 anos 12 anos 16 anos Com quantos anos você iniciou no Atletismo? 17 anos Numa competição numa prova de longa distância. Foi uma corrida de rua, fui 3º na época. Em 97,participei de um campeonato e já me saí bem. Fiz um teste, o técnico gostou e eu fiquei. Campeonatos colegiais, na própria cidade. Correndo provas de rua e depois de pista Fazia fundo, depois saltos, depois barreira. Numa competição Inter-Classes Como foi sua 1ª experiência neste esporte? No colégio, sempre gostei de correr Acompanhei pela TV e acreditava que tinha o biotipo de corredor. Jogos Abertos de Santa Catarina,na cidade todo menino queria ser um atleta, e a mentalidade do técnico ajudou muito. Influencias do pai e irmão que já foram atletas. Persistência dele e do técnico Eu já tinha o dom, aí quando fiz o teste gostei. Foi um amigo, ele era vistoso, forte, robusto Corri uma prova de 3.000 na rua e tive uma boa colocação, também ver o Robson Caetano. Os técnicos gostaram e comecei a treinar Quais fatores influenciaram o seu inicío no Atletismo? Foi pela TV,Olimpíadas de 84,Carl Lewis -4 medalhas 3.000 na rua, 1.000, 800,salto c/vara, distância e barreira. Em Mauá Em Londrina mesmo. Célio de Barros (pista) Chapecó (Santa Catarina) Em São José do Rio Preto Em Lençóis Paulista. Em Brasília Provas de longa distância,depois salto em dist.e velocidade 800 metros Iniciei no salto em distância,depois 100, depois os 200metros 200 e 400.1987 c/17 anos-400 s/barreiras 1989 c/19 anos. 400 e 200 metros 100,revezamento e salto em distância Pelota, dardo e distância No Paraná Em Marília Quais provas você iniciou no Atletismo nesta fase? Salto em distância e barreira Onde ocorreu? QUADRO 6 Especialização no Atletismo ( Velocidade) Não, fazia todas as provas Fazia treinamento para corrida de rua. Sim, 800 mts. Barreira Não,treinava uma semana antes da competição. Não,o treino lá era bem simples. Eu treinava para todas as provas Não,só o básico, um pouco de cada prova Fez treinamento específico para alguma prova? Eu fazia um pouco de tudo.Iniciação mesmo Eu nem tenho resultados nesse nível 1 minuto 79 segundos 200 - ñ lembro 400 - 50 minutos e 10 segundos 57 segundos Foi 11"40, nos 100 metros Qual o melhor resultado alcançado? Em 90/Vice Campeão Paulista em salto em distância Na época de menores eu tinha o melhor resultado do Brasil,eu fazia 11"2 e 11"3. Campeão menores 300 s/barreiras,2º nos 80 s/ barreiras e 4º no salto c/ vara. 11"40 nos 100 metros 104 André Domingos da Silva (26 anos) Sanderlei Claro Parrela 24 anos 10 11 Entrevistados 16 anos Com quantos anos você iniciou no Atletismo? 13 anos Não foi dos melhores,mas não foi tão ruim assim. Como foi sua 1ª experiência neste esporte? Na escolinha do Sesi.(Sto.André) Ganhou os Jogos Regionais Quais fatores influenciaram o seu inicío no Atletismo? Pela TV,vendo os corredores norte-americanos 400, 100 e 200 metros. Em Santos Na escola e no Sesi Quais provas você iniciou no Atletismo nesta fase? 100 metros. Onde ocorreu? QUADRO 7 Especialização no Atletismo ( Velocidade ) Era mais velocidade. Fez treinamento específico para alguma prova? Não,somente aos 19 anos. Infantil - 50"3 Qual o melhor resultado alcançado? 13" 105 Luíz André Camargo Balcers (25 anos) Emerson Perin (24 anos) Márcio Simão de Souza (24 anos) Rafael Raimundo de Oliveira Silva (20 anos) Claudinei Quirino da Silva (28 anos) Eronildes Nunes de Araújo (28 anos) Anderson Jorge dos Santos (27 anos) 01 02 03 04 05 06 07 Entrevistados 400 mts. rasos 400 c/ barreiras e 400 rasos. A minha especialidade é 200, mas corro 100 e agora começando os 400 100, 200 e revezamento 110 s/barreira e salto em distância 110 s/barreiras e 100 rasos, para melhorar a velocidade 110 s/barreiras Que especialidade pratica? Qual foi o melhor resultado? Vice-Campeão Paulista/99 e Vice-Campeão Brasileiro/99 A nível de Brasil estou entre os 3 primeiros, porém os resultados estão em baixa. No salto em distância 7'75 e nos 110 s/barr.13"38 e 3º lugar no Grand Prix do Rio de Janeiro/ Campeão Estadual 1.999. Nos 100-10"43,e nos 20021"32 e 3º colocado nos 100 mts do Troféu Brasil Bi-Campeão dos 100 mts, Campeão dos 200 mts, Recordista Sul-Americano dos 200 mts e Recordista Sul-Americano dos 4x100 Recordista Sul-Americano 48"04 nos 400 mts s/ barreira. Há um mês em USA (45"92) Com que idade você se especializou nessa prova? Aos 22 anos 17 para 18 anos 22 anos 100 e 200 mts aos 18 anos Eu comecei todos c/ 20 anos,mas os 200 eu retomei aos 23 anos. 19 anos 1.989 - barreira 26 anos 26 anos 25 anos Com mais ou menos 25 anos 20 anos 24 anos 21/22 anos 24 e 25 anos Com que idade ocorreu esse resultado? Objetivo de uma Olimpíada, um Pan-Americano O dinheiro e pelos resultados que a gente tem. Dois fatores: o patrocínio e o técnico. Tem que haver um suporte, um incentivo. Incentivo técnico e um pouco mais de patrocínio. Muita força de vontade e ter um acompanhamento. Tem que ser louco e gostar muito,paixão pelo esporte. Quais os fatores que você julga + importante para continuar no Atletismo? QUADRO 8 Vivência e melhores resultados no Atletismo (Velocidade) 4 meses 3 meses Não se afstou Uma só, no posterior Contusão não, mas em 1.987 fiz uma cirurgia no pé esquerdo Não Não se afastou Não se afastou Machuquei a fascia plantar do pé esquerdo. Não, nunca tive. 2 semanas. 2 meses,já fazendo fisi o terapia Várias contusões, a mais grave em 94, no músc.post.coxa Tive muitas contusões, mas a nível de lesão, uma só Quanto tempo ficou afastado? Teve alguma contusão? 106 João Carlos dos Santos (24 anos) Cleverson Oliveira da Silva (24 anos) André Domingos da Silva (26 anos) Sanderlei Claro Parrela 24 anos 08 09 10 11 Entrevistados 400 mts. 100 e 200 mts. 400 s/ barreiras 110 s/ barreiras 400 s/ barreiras Que especialidade pratica? 100 mts - 10"05, 200 mts 20"54, Prata no Campeonato In Door de Toronto, Bronze no Pan-Americano 100 mts rasos e Bronze nas Olimpíadas de Atlanta 4x100 mts. 22 anos 44"72 - Record Brasileiro e Sul-Americano Campeão Sul-Americano e Vice-Campeão de vários títulos nacionais. 400 s/barreiras 20 anos 19 anos 50" - 3º no Troféu Brasil Qual foi o melhor resultado? 20 anos Com que idade você se especializou nessa prova? 24 anos Saúde, sorte, dinheiro e uma boa assistência Boa alimentação, condições financeiras e apoio do clube. Patrocínio, saúde física e mental. 23 anos 23 anos 10"10 nos 100 mts. Circuito Internacional, Olimpíada e Campeonatos Mundiais Quais os fatores que você julga + importante para continuar no Atletismo? 22/23 anos Com que idade ocorreu esse resultado? QUADRO 9 Vivência e melhores resultados no Atletismo (Velocidade) Tendão de Aquiles,tendinite,distensão Um estiramento de quase grau 3 na coxa esquerda Tive duas contusões por não alongar direito. Não Teve alguma contusão? Mais de 4 meses 6 meses 2 meses Não se afastou Quanto tempo ficou afastado? DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 1 Nome: Adalberto Batista Garcia Idade: 31 anos Equipe: Vasco da Gama Naturalidade: Ilhaporã - SP Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol em sua cidade (Ilhaporã - SP), na faixa de 15 a 17/18 anos. Praticou durante aproximadamente 3 anos o futebol e parou para se dedicar ao Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou o Atletismo com 18 anos por influência de um colega. A sua primeira experiência causou-lhe sofrimento até chegar numa fase de melhor adaptação em relação à prática do Atletismo. O sujeito em questão sempre gostou de correr mesmo quando jogava futebol. O início da sua prática foi na sua própria cidade (Ilhaporã no estado de São Paulo). Participou de várias provas de rua com metragens aproximadas de 5.000 à 21.000 Km. Fez treinamento específico a partir dos 19 anos e o seu melhor resultado ainda nesta fase, foi correr os 5.000 em 15'03, venceu os jogos regionais e foi 2º nos 10.000 metros. Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O atleta é especialista, atualmente, dos 5.000 m e 10.000 m. Especializou-se nestas provas a partir dos 22 anos de idade. Atualmente é recordista brasileiro dos 5.000 m, foi campeão do Troféu Brasil em 1.996 nos 5.000 m e 10.000 m, e detém a 2ª melhor marca do Brasil, 13'41 nos 5.000 m. Esses melhores resultados ocorreram a partir dos 28 anos. O entrevistado considera importantes dois fatores para sua continuidade na prática do Atletismo, são eles: incentivo e apoio. O sujeito relatou uma pneumonia contraída em 1.996 que o impediu de treinar mais forte e uma contusão no joelho (ligamentos) que o deixou afastado por algum tempo. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Vale ressaltar as questões mais importantes que vêm ao encontro do eixo central da pesquisa. O entrevistado praticou futebol antes do Atletismo, o que deve ter-lhe acrescentado uma gama de experiências motoras. Iniciou a prática do Atletismo aos 18 anos e a partir dos 19 fez treinamento específico para as provas que pratica atualmente, 5.000 e 10.000 m. Porém os melhores resultados surgiram a partir dos 28 anos e atualmente é o recordista brasileiro dos 5.000 m. Verifica-se com esta entrevista que a especialização da prática da modalidade Atletismo não ocorreu precocemente, o que somou para resultados promissores na fase adulta vindo ao encontro das hipóteses elucidadas nessa pesquisa. 108 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 2 Nome: Valdenor Pereira dos Santos Idade: 29 anos Equipe: Vasco da Gama Naturalidade: São Raimundo Nonato / Piauí Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol e voleibol, na escola, sem compromisso. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado em questão, iniciou no Atletismo entre 15 e 16 anos, tem aproximadamente 12 anos de prática no esporte. A sua primeira experiência foi muito difícil, pois não tinha noção nenhuma. Foi influenciado pelo seu irmão mais velho para iniciar neste esporte. Não realizou nenhum treinamento específico e também chegava muito atrás nas provas de rua que eram as provas que praticava. Estas experiências ocorreram ainda na cidade em que morava, Brasília. Os melhores resultados alcançados foram nas provas de 5.000 m , 10.000 m e maratona. Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O indivíduo pratica a prova dos 5.000m em pista, especializou-se nesta prova aos 18 anos de idade. Dentre os melhores resultados dentro do Atletismo, já foi Campeão do 109 Troféu Brasil, Campeão Sul-Americano, realiza muitas maratonas e foi 5º colocado no Mundial da Bélgica. Os melhores resultados em sua carreira ocorreram nos anos de 1.993, com a idade de 22/23 anos, nas provas de pista (5.000 m e 10.000 m) e aos 27 anos em provas de rua (maratona). O entrevistado considera que os fatores que influenciaram para a sua continuidade no Atletismo são: gostar muito da modalidade, ter boa mentalidade e acha que tem de abrir mão de algumas coisas em prol do esporte. No ano de 1.996, teve uma contusão muito grave na virilha e pensou que encerraria a sua carreira. Depois, retornou no Troféu Brasil no ano passado (1.998) e venceu os 5.000 e 10.000 m. Ficou um 1 ano parado por causa deste problema. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado praticou futebol e voleibol na escola, sem maior compromisso, só por brincadeira. Iniciou a prática do Atletismo entre 15 e 16 anos, sem noção nenhuma e não realizou nenhum treinamento específico. O atleta passou a praticar a prova dos 5.000 m, especificamente, a partir dos 18 anos. Os seus melhores resultados surgiram com 22/23 anos. Dentre muitos títulos conquistados, pode-se registrar Campeão do Troféu Brasil, Campeão Sul-Americano, muitas vitórias em provas de maratonas e 5º colocado no Mundial da Bélgica. Com essa entrevista, observa-se que este atleta não fez um treinamento específico, e praticou de forma bem natural outras vivências esportivas, como um jovem comum, o que proporcionou um desenvolvimento mais adequado em sua idade adulta, e as conquistas foram ocorrendo. 110 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 3 Nome: Márcio Ribeiro da Silva Idade: 23 anos Equipe: Asics - Funilense Naturalidade: Limeira - SP Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O sujeito praticou futebol, judô e natação por lazer, começou aos 10 anos a prática esportiva e desistiu em virtude de fratura no ombro e deslocamento da clavícula. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou no Atletismo aos 16 anos, e a sua primeira experiência nesse esporte ocorreu nos Jogos Escolares, pois o mesmo não tinha condições de treinar e trabalhar, sendo ajudado por um professor. Esse fato ocorreu em sua própria cidade, em Limeira – SP, e o mesmo iniciou nas provas de 800 m e 1.500 m. Nesta ocasião não fazia nenhum treinamento específico, os treinos visavam à melhoria da condição geral. Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O indivíduo pratica provas desde 800 m até a metragem de 10.000 m, assim como cross, pois acredita ter facilidade em virtude da resistência e a da velocidade serem qualidades naturais. Relatou que a sua especialização ocorreu aos 16 anos, porém não se 111 definiu por somente uma ou duas provas. Foi Campeão Pan-americano em 1.995 e esse melhor resultado em sua carreira aconteceu aos 20 anos. O sujeito em questão acredita que o fator importante para a continuidade no Atletismo seja todo um suporte como nutricionista, fisioterapeuta, além de ter muita garra e vontade de treinar. O entrevistado declarou machucar-se muito todas as vezes em que começa a treinar com maior intensidade, visando à prova dos 800 m. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado praticou futebol, natação e judô por lazer,informalmente. Iniciou a prática do Atletismo aos 15/16 anos e não realizou treinamento especializado. Atualmente corre provas com distâncias de 800 a 10.000 metros, assim como cross country. Teve uma carreira muito promissora na categoria juvenil e os melhores resultados surgiram a partir dos 19/20 anos quando foi campeão Pan-americano em 1.995. O sujeito declarou se contundir muito, o que o impede de treinar com maior rigidez para a prova a qual objetiva, os 800 m. Através desta entrevista, concluí-se que o indivíduo não realizou treinamento específico e começou a treinar por volta dos 15/16 anos. E mesmo hoje, com a idade de 23 anos, não se especializou numa prova. Embora já venha apresentando bons resultados, acredita-se que tenha uma carreira promissora, quando se definir por uma prova específico, porque ainda é muito jovem. 112 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 4 Nome: Luíz André de Camargo Balcers Idade: 25 anos Equipe: Asics - Funilense Naturalidade: São Paulo - SP Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol de campo, handebol, voleibol e natação em São Paulo, primeiramente no colégio e depois também fora do colégio, dos 12 aos 16 anos de idade. Praticou futebol de campo durante 4 anos e num curto período praticou futebol e Atletismo ao mesmo tempo, chegando a abandonar o futebol em função do Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou a modalidade de Atletismo junto com o futebol de campo. Nessa ocasião se encontrava com 17 anos de idade. O sujeito em questão sempre gostou de correr e a sua primeira experiência nesse esporte foi no próprio colégio onde estudava. Foi influenciado pelas Olimpíadas de 84 em Los Angeles, que assistiu pela televisão. Nessa competição, o atleta que chamou sua atenção foi Carl Lewis, ganhando 4 medalhas de ouro. O início de sua prática foi em Marília, por incentivo de um tio. As provas que o atleta iniciou foi salto em distância e provas com barreiras. Não fez treinamento específico 113 neste período, era um trabalho voltado mais para a iniciação, pois segundo relato "fazia um pouco de tudo". O seu melhor resultado foi Vice-Campeão Paulista no salto em distância. Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O entrevistado compete atualmente na prova de 110 m s/barreiras, especializandose na mesma aos 22 anos. É o atual Vice-Campeão Paulista e Vice-Campeão Brasileiro, sendo que esses melhores resultados em sua carreira vêm ocorrendo a partir dos 24 anos. O atleta em questão, considera que dentre os fatores importantes para a sua continuidade nessa modalidade são gostar muito dela e ser um amante do esporte, e cita até que "…tem que ser louco" para permanecer no mesmo. Relata que já teve muitas contusões e a mais grave delas foi no músculo posterior da coxa, que o deixou 2 meses afastado da prática esportiva, só fazendo fisioterapia. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Vale a pena observar algumas questões que têm grande relevância no estudo. O atleta praticou vários esportes, handebol, voleibol, natação e futebol de campo paralelamente ao Atletismo até abandonar todos os outros e permanecer somente no Atletismo, aumentando de forma significativa o seu acervo motor. Atualmente, é especialista na prova de 110 m s/barreiras e especializou-se na mesma aos 22 anos. Tem obtido seus melhores resultados a partir dos 24/25 anos de idade, sendo Vice-Campeão Paulista e Vice-Campeão Brasileiro. 114 O atleta iniciou no Atletismo aos 17 anos e não realizou treinamento específico, tendo contato com várias provas da modalidade e se encontra em sua melhor fase, com possibilidades de superação de suas marcas, pois é ainda jovem. Verifica-se com a entrevista que não houve especialização precoce deste atleta. 115 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 5 Nome: Emerson Perin Idade: 24 anos Equipe: São Carlos Naturalidade: Paraná Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O atleta vivenciou a prática de diversas modalidades esportivas, a saber: futebol, voleibol e judô, na sua própria cidade - São Carlos. Essa prática ocorreu dos 8 aos 10 anos no colégio. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou o Atletismo aos 16 anos, numa competição interclasses, sendo esta sua primeira experiência nesta modalidade. O fatore que influenciou o seu início no Atletismo foi justamente o estímulo dos técnicos que gostaram da sua participação nesse evento e o mesmo começou a treinar. Esse fato ocorreu no Paraná. Nesta ocasião participava de várias provas como: dardo, pelota e salto em distância. Não realizou treinamento específico para nenhuma prova, o treino era tido como básico, segundo o mesmo "…um pouco de cada prova"; o seu melhor resultado na fase da categoria “menores” foi 11"2 e 11"3, era o melhor resultado em nível nacional. 116 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo Esse atleta pratica atualmente duas provas, 110 s/barreiras e 100 m rasos de acordo com o seu relato "para melhorar a velocidade". Especializou-se nesta prova entre 17 e 18 anos. Em nível nacional, encontra-se entre os 3 primeiros, porém no momento não tem bons resultados. As suas melhores marcas ocorreram dos 21 aos 22 anos de idade. Os fatores que ele considera importantes para continuar na prática do Atletismo são ter muita força de vontade e um acompanhamento que permita pensar somente no Atletismo. Relata que teve muitas contusões, mas apenas uma lesão que o afastou durante 2 semanas. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado praticou os esportes: futebol, voleibol e judô, nenhum deles formalmente, no próprio colégio ainda em sua cidade (São Carlos). Iniciou a prática do Atletismo aos 16 anos e não fazia treinamento específico para nenhuma prova e sim um pouco para cada uma delas. Os melhores resultados surgiram entre 21 e 22 anos. Na época da categoria “menores”, tinha o melhor tempo em nível nacional, participou da última Olimpíada em 1.996 (Atlanta) e participou do Mundial Universitário em 1.997, porém, atualmente, não tem nenhum resultado que o satisfaça. Verifica-se com tal questionamento que a prática da modalidade não ocorreu precocemente, e também as provas que iniciou no Atletismo são todas diferenciadas de sua especialidade atualmente, as quais acredita-se terem contribuído para uma gama rica de vivências motoras. 117 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 6 Nome: Wander do Prado Moura Idade: 30 anos Equipe: Funilense Naturalidade: Belo Horizonte Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol na sua própria cidade, Belo Horizonte - MG, dos 8 aos 15 anos. Após esses 7 anos, e abandonou o futebol por causa do Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou o contato com o esporte Atletismo aos 15 anos, e essa segunda experiência, de acordo com o relato do mesmo foi ótima, pois houve uma identificação com o esporte por causa da individualidade, sendo este um dos fatores que influenciou a prática. Este fato ocorreu na própria cidade (Belo Horizonte). As provas de que ele participava eram 1.500, 3.000 m e 1.500 c/barreiras. Na ocasião, fez treinamento específico adequado à sua idade. Conquistou o título de Campeão Brasileiro nos 1.500 m, 3.000 m e 3.000 m c/ barreiras, num torneio que tinha o nome de "Ano Internacional da Juventude". 118 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O entrevistado atualmente é especialista dos 3.000 c/ obstáculos e se especializou nesta prova aos 18 anos. Ele foi Campeão Pan-Americano, é recordista Sul-americano com a marca de 8'14"41 nos 3.000 c/ obstáculos e por cinco vezes foi campeão do Troféu Brasil. O seu melhor resultado ocorreu com a idade de 26 anos. Entre os fatores que o atleta julga importantes para a sua continuidade no Atletismo, encontra-se o fator financeiro, o treinamento visando às Olimpíadas e ao Pan-Americano e o desejo de melhorar. Durante a prática esportiva, o mesmo diz ter sofrido várias contusões: tendão de Áquiles, atrofia da coxa direita, perôneo, todas elas o afastaram, não permitindo a continuidade no esporte. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado praticou futebol antes do Atletismo, o que proporcionou um acréscimo em vivências motoras. Iniciou a pratica do Atletismo aos 15 anos e fez treinamento específico, segundo relato, "adequado à idade que tinha na época". Especializou-se na prova que pratica atualmente aos 18 anos, e os melhores resultados ocorreram com a idade de 26 anos. É o atual recordista Sul-Americano dos 3.000 c/ obstáculos, foi Campeão Pan-Americano e por cinco vezes foi Campeão do Troféu Brasil de Atletismo. Verifica-se que a especialização no Atletismo não ocorreu em idades que pudessem vir a comprometer a vida atlética deste praticante, o que proporcionou uma permanência no esporte com conquistas de resultados expressivos. 119 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 7 Nome: Flávio de Oliveira Godoi Idade: 29 anos Equipe: Flamengo Futebol Clube Naturalidade: Petrópolis - RJ Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol e voleibol na cidade de Curitiba - PR. O futebol foi praticado competitivamente, durante um ano e meio, parou por ter necessidade de trabalhar para ajudar a família. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou no Atletismo aos 21 anos e a sua primeira experiência foi de altíssimo nível, ocorreu em 1.991, quando ficou em 3º lugar no 1º Troféu Brasil de que participou. Os fatores que o influenciou a praticar o Atletismo foram força de vontade e dom para a modalidade, quando ingressou no exército no Rio de Janeiro. Nesse período, as provas que realizava eram 400 e 100 metros. Fez treinamento específico e o melhor resultado alcançado na época foi nos 400 metros. 120 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O atleta é especialista dos 800 e 400 metros, especializando-se nestas provas a partir dos 25 anos de idade. Os seus melhores resultados ocorreram nos 400 metros - 46"40 e nos 800 metros - 1'45"09, respectivamente aos 28 anos e 25 anos. O entrevistado considera importante um fator para a continuidade na prática do Atletismo: esforça-se psicologicamente em prol de algo, fato que o engrandeceu espiritual e fisicamente. O sujeito relatou machucar-se bastante e falou a respeito de uma tendinite no joelho que o deixou afastado durante 3 meses, fazendo trabalho de recuperação. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Vale ressaltar as questões mais importantes que vêm ao encontro ao eixo central da pesquisa. O entrevistado praticou futebol e voleibol antes do Atletismo, o que deve ter-lhe acrescentado experiências motoras. Iniciou a prática do Atletismo aos 21 anos e fazia treinamento específico para as provas de 400 e 800 metros. O entrevistado já iniciou no Atletismo com destaque em nível nacional e os melhores resultados obteve aos 28 anos na prova dos 400 metros e aos 25 anos na prova dos 800 metros. Verifica-se, com esta pesquisa, que a especialização na prática da modalidade Atletismo ocorreu já na fase adulta, aos 21 anos, e permanece na prática aos 29 anos mostrando-se em boas condições físicas. 121 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 8 Nome: Anderson Jorge dos Santos Idade: 27 anos Equipe: Vasco da Gama Naturalidade: Minas Gerais - MG Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol, na própria cidade aos 20 anos. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado em questão iniciou o Atletismo aos 20 anos. A sua primeira experiência foi nas provas de rua, depois nas provas de pista. Foi influenciado pela televisão para começar a pratica na modalidade e porque acreditava ter o biótipo de corredor. A iniciação ocorreu na pista do Estádio Célio de Barros no Rio de Janeiro. As provas que iniciou foi 400 e 200 metros, nessa ocasião fazia treinamento para corrida de rua. O melhor resultado foi 57"nos 400 metros, considerado não significativo, pois segundo relato, "…foi a primeira vez que coloquei uma sapatilha". Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O atleta disputa a prova de 400 metros rasos e se especializou nesta prova aos 26 anos. A melhor marca de sua vida aconteceu há um mês nos Estados Unidos foi 45"92. 122 Esse resultado expressivo ocorreu aos 26 anos e o entrevistado considera estar chegando atualmente ao ápice de sua forma física: dos 27 aos 28 anos. Ele considera que os fatores que influenciam a continuidade no Atletismo são o objetivo de chegar nas Olimpíadas e no Pan-Americano, por meio de uma melhor estrutura dada pelos clubes. E ele nunca sofreu contusão. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado praticou futebol como qualquer brasileiro, na sua própria cidade, na época do colégio. Iniciou a prática do Atletismo aos 20 anos, correndo provas de rua. O atleta passou a praticar as provas de 400 e 200 também com essa mesma idade. Os seus melhores resultados ocorreu aos 26 anos, recentemente. Com esta entrevista, observa-se que este atleta iniciou já na fase adulta no Atletismo e fazia inicialmente provas de rua, e somente depois se especializou nas provas que pratica atualmente. 123 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 8 Nome: Mário José dos Santos Jr. Idade: 19 anos Equipe: Asics - Funilense Naturalidade: Cubatão - SP Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O atleta praticou judô, canoagem e natação em sua própria cidade - Cubatão. Fez canoagem durante 2 anos e parou porque era muito novo, iniciou aos 6 anos, e esse esporte era muito perigoso. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou no Atletismo aos 12 anos e a sua primeira experiência foi na escolinha, em prova de rua, e iniciou na marcha porque não se classificou em provas de pista. Ele marchou e foi muito bem na competição e começou a praticar, também estimulado por um convite de uma pessoa em Cubatão. Fez treinamento específico para a marcha atlética e o melhor resultado alcançado nessa ocasião foi Campeão Estadual Mirim nos 2.000 metros. 124 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O atleta pratica atualmente 20 Km de marcha atlética. Relatou que se especializou na prova aos 19 anos. Foi Bi-Campeão Sul-Americano em 1.998 e bateu o recorde Brasileiro nos 10.000 m. Esse resultado ocorreu aos 18 anos. O sujeito em questão acredita que o fator mais importante para a continuidade no Atletismo seja o incentivo financeiro. O entrevistado declarou ter sofrido uma contusão no joelho devido a fortalecimento, e que em decorrência deste fato ficou afastado durante 40 dias sem poder treinar. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O atleta praticou judô, canoagem e futebol. Iniciou a prática do Atletismo aos 12 anos em escolinha de esportes, começou correndo e só depois descobriu que tinha boas chances na marcha atlética, e realizou treinamento já específico para esta prova . Teve uma carreira promissora na categoria juvenil. Foi Bi-Campeão Sul-Americano e recordista brasileiro nos 10 Km de marcha. O entrevistado declarou que teve uma contusão no joelho que o afastou 40 dias da prática esportiva. Através desta entrevista, concluímos que o indivíduo começou aos 12 anos e se especializou aos 19 anos. Porém passa por uma adaptação em relação à metragem da prova que disputa de 10.000 para 20.000 m de marcha atlética. É muito jovem e pode continuar apresentando bons resultados dentro da prova que disputa. 125 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 10 Nome: Ricardo Alexandre Reinert Idade: 23 anos Equipe: Solimarcha Naturalidade: Blumenau - SC Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol, em sua própria cidade - Blumenau - em nível competitivo dos 7 aos 13 anos de idade. Essa prática durou aproximadamente 7 anos e desistiu dessa modalidade porque houve o interesse pela marcha atlética. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou a modalidade de Atletismo aos 13 anos. A sua primeira experiência foi nos Jogos de Primavera, quando obteve 4 vitórias, e a partir daí não parou mais de praticar. Foi influenciado pelo pai que já fazia Atletismo e em segundo lugar pelo gosto à modalidade. O começo de sua prática foi em provas de 800 metros, realizava treinamento específico para as corridas e posteriormente teve contato com a marcha. Ele não tem recordação de resultados ótimos nesta fase. 126 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O entrevistado compete atualmente a prova de 29 Km de marcha atlética, especializou-se nesta prova há 4 anos, quando tinha 19 anos de idade. Os seus melhores resultados são 1h32'05 no Campeonato Estadual de São Paulo e a conquista do 3º lugar no Troféu Brasil/99, sendo que esses melhores resultados em sua carreira vêm ocorrendo a partir dos 23 anos, ou seja, no atual momento. O atleta em questão tem por objetivo, hoje, conquistar mais provas dentro do Atletismo, já que ficou parado por 2 anos em virtude de uma apendicite. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Vale a pena ressaltar algumas questões que têm grande relevância no estudo. O atleta praticou futebol em nível competitivo e a partir dos 13 anos iniciou a prática do Atletismo. Primeiramente, em provas de corrida, e posteriormente, descobriu a sua facilidade para a marcha. Atualmente, é especialista na prova dos 20 Km de marcha atlética e se especializou na mesma aos 19 anos, tendo obtido seus melhores resultados neste atual momento, aos 23 anos de idade, quando foi 3º colocado no Troféu Brasil/99 e alcançou a marca de 1h32'05" no Estadual em São Paulo/99. O atleta realizou treinamento específico para provas de corrida e depois iniciou a prática das provas de marcha atlética. Encontra-se em sua melhor fase, superando suas marcas, com possibilidade de longevidade na prática esportiva. 127 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 11 Nome: Cleverson Oliveira da Silva Idade: 24 anos Equipe: Asics - Funilense Naturalidade: Londrina - Paraná Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O atleta não praticou nenhum esporte antes do Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou o Atletismo aos 12 anos, numa competição em uma prova de longa distância, sendo que nessa primeira experiência segundo relato "…foi supermal, por aquele resultado eu tinha parado". O fatore que influenciou o início no Atletismo foi a influência do pai e do irmão que já praticavam a modalidade. Esse fato ocorreu em Londrina, no Paraná. Nessa ocasião, começou participando de provas de longa distância e depois de salto em distância e provas de velocidade. Segundo relato: "eu comecei com 12 anos, mas foi um trabalho bom, eu fazia todas as provas". E ele não apresentava bons resultados nesse nível. 128 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo Esse atleta pratica atualmente duas provas, os 400 s/barreiras e os 110 s/barreiras, especializando-se nesta prova aos 20 anos. Já conquistou títulos como Campeão SulAmericano várias vezes, na categoria juvenil e adulto, e já foi Vice-Campeão de vários títulos nacionais. Os fatores que ele considera importantes para continuar na prática do Atletismo são o patrocínio para que possa apresentar retorno nas pistas , além do fator da saúde física e mental. Relata que teve duas contusões ao longo de sua carreira, causadas por não realizar um bom alongamento, o que o afastou da prática esportiva durante 2 meses. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado não praticou nenhum esporte antes do Atletismo. Iniciou a pratica do Atletismo aos 12 anos e não fazia treinamento específico, vivenciou todas as provas. Os melhores resultados surgiram aos 23 anos. O atleta já participou de competições internacionais como os Jogos Olímpicos de Atlanta, e já foi Campeão Sul-Americano várias vezes, nas categorias juvenil e adulto, além de conquistar vários títulos nacionais. Verifica-se com este questionamento que o atleta, apesar de praticar a modalidade de Atletismo a partir dos 12 anos, teve contato com muitas outras provas, só se especializou em sua prova , os 400 s/barreiras, aos 20 anos, não ocorrendo a especialização precoce. 129 E segundo relato do próprio atleta: "eu tenho apetite ainda para continuar melhorando as minhas marcas, descobrir o Atletismo, porque eu passei pelas fases coerentemente". 130 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 12 Nome: Rafael Raimundo de Oliveira da Silva Idade: 20 anos Equipe: Olímpikus Naturalidade: São José do Rio Preto Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol vinculado a um clube em Penápolis, durante 2 anos, dos 10 aos 11 anos e parou. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou o contato com o esporte Atletismo na própria cidade, São José do Rio Preto, aos 18 anos. A sua primeira experiência foi em 1.997 quando participou de um campeonato e se saiu muito bem. Os fatores que influenciaram o seu início no Atletismo foi o próprio dom para a modalidade e, quando teve oportunidade de fazer um teste, tanto o atleta quanto o técnico gostaram do resultado. As provas que começou a disputar foram 100 metros, o revezamento e o salto em distância. Não fazia treinamento específico nem treinava. Segundo relato do próprio atleta, como era interior, dizia "vai ter uma competição tal dia, aí uma semana antes eu dava um trote, achava que já estava bem treinado e ía para a competição". O seu melhor resultado alcançado foi 11"40 nos 100 metros rasos. 131 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O entrevistado é atualmente especialista dos 100 metros, 200 metros e revezamento 4 x 100 metros. O seu melhor resultado foi nos 100 m, é 10"43. Nos 200 metros seu melhor tempo é 21"32 e a sua melhor colocação foi o 3º lugar nos 100 metros no Troféu Brasil / 99. O seu melhor resultado ocorreu com a idade de 20 anos, ou seja, atualmente. O fator que ele considera mais importante para a sua continuidade no Atletismo é ter um incentivo, um suporte, um incentivador que o estimule. E felizmente ele já tem esse apoio. Durante a prática esportiva o atleta declarou que nunca teve contusões. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado praticou futebol antes do Atletismo, o que lhe proporcionou um acréscimo de vivências motoras. Iniciou a prática do Atletismo aos 18 anos e não fez treinamento específico, realizava trote uma semana antes da competição. Os seus melhores resultados são 10"43 nos 100 metros e 21"32 nos 200 metros e a conquista de 3º lugar no Troféu Brasil / 99. Verificou-se com essa entrevista que não ocorreu a especialização precoce, ao contrário, o atleta já começou o Atletismo na fase adulta, e que o mesmo se encontra no melhor momento de sua carreira esportiva. Por ser muito jovem e disputar provas de velocidade, tem condições de melhorar os seus resultados. 132 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 13 Nome: Celso Ficagna Idade: 23 anos Equipe: Vasco da Gama Naturalidade: São José D'oeste - PR Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado não praticou nenhum esporte antes do Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou o contato com o esporte Atletismo aos 17 anos. A sua primeira experiência foi num campeonato de fundo e meio-fundo em Santa Catarina. O convite de um professor que praticava Atletismo foi o fator que o influenciou à prática da modalidade. As provas de que ele participava na ocasião eram 1.500 e 5.000 metros Realizou treinamento específico para ambas as provas. O melhor resultado dessa fase foi 3º lugar nos Jogos Abertos de Santa Catarina. Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O entrevistado atualmente disputa as provas de 1.500 e 3.000 metros. Até o ano passado, fazia os 100 metros e deixou esta modalidade em prol dos 3.000 metros. Não se 133 especializou ainda nestas provas, está num período de adaptação, visando a um melhor trabalho para o próximo ano. O seu melhor resultado foi 3'24"5 num campeonato Estadual de São Paulo. E a conquista mais expressiva foi o 1º lugar no Troféu Brasil / 99. Este ocorreu atualmente aos 23 anos. O fator que o atleta julga mais importante para a continuidade no Atletismo é a vontade de alcançar o índice para competições mais importantes como as Olimpíadas. Durante a prática esportiva, o mesmo disse que não teve nenhuma contusão, apenas uma lesão no tendão de Aquiles, que o deixou afastado durante 1 semana. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado não praticou nenhum esporte antes do Atletismo. Iniciou neste esporte aos 17 anos e fez treinamento específico para os 5.000 e para os 1.500 metros. Não se especializou definitivamente nesta prova, e encontra-se em fase de adaptação aos 3.000 metros e aos 1.500 metros. Sua maior conquista, foi o 1º lugar no Troféu Brasil, na prova dos nos 3.000 metros c/obstáculos, ocorrida recentemente. Constatou-se que não houve especialização precoce na modalidade de Atletismo, o praticante começou aos 17 anos, e até o atual momento, com a idade de 23 anos não se definiu por uma prova. É jovem, e por estar se adaptando às provas é possível que tenha uma longa carreira dentro do esporte com conquistas de bons resultados. 134 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 14 Nome: Márcio Simão de Souza Idade: 24 anos Equipe: Funilense - São Caetano Naturalidade: Santo André - SP Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O atleta praticou judô, canoagem e natação em sua própria cidade - Cubatão. Fez canoagem durante 2 anos e parou porque era muito novo, iniciou aos 6 anos, e esse esporte era muito perigoso. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou no Atletismo aos 12 anos e a sua primeira experiência foi na escolinha, em prova de rua, e iniciou na marcha porque não se classificou em provas de pista. Ele marchou, foi muito bem na competição e começou a praticar, também estimulado por um convite de uma pessoa em Cubatão. Fez treinamento específico para a marcha atlética e o melhor resultado alcançado nessa ocasião foi Campeão Estadual Mirim nos 2.000 metros. 135 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O atleta disputa atualmente a prova dos 20 Km de marcha atlética. Relatou que se especializou na prova aos 19 anos. Foi Bi-Campeão Sul-Americano em 1.998 e bateu o recorde Brasileiro nos 10.000 m. Esse resultado ocorreu aos 18 anos. O sujeito em questão acredita que o fator mais importante para a continuidade no Atletismo seja o incentivo financeiro. O entrevistado declarou ter sofrido uma contusão no joelho devido a fortalecimento, e que em decorrência deste fato ficou afastado durante 40 dias sem poder treinar. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O atleta praticou judô, canoagem e futebol. Iniciou a prática do Atletismo aos 12 anos em escolinha de esportes, começou correndo e só depois descobriu que tinha boas chances na marcha atlética, realizando treinamento já específico para esta prova . Teve uma carreira promissora na categoria juvenil. Foi Bi-Campeão Sul-Americano e recordista Brasileiro nos 10 Km de marcha. O entrevistado declarou que teve uma contusão no joelho que o afastou por 40 dias da prática esportiva. Através desta entrevista, concluí-se que o indivíduo começou aos 12 anos e se especializou aos 19 anos. Porém passa por uma adaptação em relação a metragem da prova que disputa de 10.000 para 20.000 metros de marcha atlética. É muito jovem e pode continuar apresentando bons resultados dentro dessa prova. 136 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 15 Nome: Eronildes Nunes de Araújo Idade: 28 anos Equipe: Olímpikus Naturalidade: Bom Jesus da Lapa (BA) Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol amador no colégio, em Brasília, durante 2 anos, dos 15 aos 17 anos, desistindo deste esporte para praticar Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou no Atletismo em 1.987 aos 17 anos, tendo 11 anos de prática nessa modalidade. A sua primeira experiência no Atletismo foi em campeonatos colegiais, na própria cidade onde residia, Brasília. Dentre os fatores que influenciaram o seu início no Atletismo pode-se destacar a sua persistência bem como a de seu técnico. As provas nas quais iniciou foi os 200 e 400 metros em 1.987, aos 17 anos, e 400 s/ barreiras, em 1.989, aos 19 anos. Nessa ocasião, realizou treinamento específico para as provas com barreiras. E o melhor resultado alcançado foi nos 400 metros - 50"10. Nos 200 metros não se recorda. 137 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo Este corredor atua nas provas de 400 metros rasos e 400 com barreiras, especializou-se nessas provas aos 19 anos. Dentre os melhores resultados na prática do Atletismo, destaca-se o recorde Sul-Americano nos 400 s/ barreiras com o tempo de 48"04, além de outros. Esse melhor resultado em sua carreira ocorreu aos 25 anos de idade. O atleta considera que os fatores que influenciaram a sua continuidade no Atletismo são: retorno financeiro e os resultados obtidos. Declarou não ter sofrido nenhuma contusão, mas em 1.987 passou por uma cirurgia no pé esquerdo que o afastou durante 3 meses da prática esportiva. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O atleta praticou futebol no próprio colégio, de forma não profissional entre 15 e 16 anos. Iniciou a prática de Atletismo aos 17 anos. Fez treinamento específico para provas de barreira, e os seus melhores resultados surgiram aos 25 anos. Entre muitos títulos conquistados podemos registrar o de recordista Sul-americano nos 400 s/barreira. Posteriormente à nossa entrevista, o mesmo participou com brilhantismo dos Jogos PanAmericanos no Canadá, conquistando o 1º lugar na prova de 400 s/ barreiras, além de integrar a equipe do revezamento 4x400, que se classificou em 3º lugar. Com esta entrevista, observa-se que este atleta realizou treinamento específico para provas de barreiras, que é uma das provas que pratica atualmente, porém tal fato ocorreu aos 17 anos, o que não considera-se uma especialização precoce. É importante registrar que 138 os melhores resultados surgiram a partir dos 25 anos, e que esse praticante se mantêm no Atletismo há 11 anos, com excelentes resultados. 139 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 16 Nome: Sanderlei Claro Parrela Idade: 24 anos Equipe: Flamengo Naturalidade: Santos / SP Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O atleta em questão praticou handebol pela própria escola, dos 15 aos 16 anos. Esta prática ocorreu durante 2 anos, e foi interrompida porque começou a praticar o Atletismo, dando preferência a este esporte. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou o Atletismo aos 16 anos a partir de 1.989. A sua primeira experiência foi num campeonato infantil na prova dos 400 metros, segundo relato "não foi dos melhores, mas não foi tão ruim". Tal fato ocorreu na sua própria cidade - Santos. Os fatores que o influenciaram na prática desta modalidade foi a preferência pelo Atletismo em relação ao handebol e os resultados em competições. As provas nas quais iniciou foi 400, 100 e 200 metros. A respeito de treinamento específico, relatou que "nessa época era o treinamento que o treinador passava, era mais velocidade". O melhor resultado nessa fase, na categoria, foi 50"3 segundos. 140 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo A especialidade deste atleta atualmente é a prova de 400 metros. O atleta se especializou nesta prova aos 19 anos e a sua melhor marca é 44"72, que é recorde brasileiro e sul-americano. Esse melhor resultado ocorreu aos 24 anos. Dentre os fatores que o mesmo considera como mais importantes para a continuidade no Atletismo então saúde, sorte e dinheiro, além de uma boa assistência em âmbito geral. Declarou ter sofrido contusão no tendão de Aquiles e distensão na região posterior da coxa (tendinite). O problema mais grave foi a "canelite", que o afastou da prática durante 4 meses. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Vamos elucidar as questões mais importantes que vêm ao encontro da investigação da pesquisa. O entrevistado praticou handebol durante dois anos, o que deve ter-lhe acrescentado experiências motoras. Iniciou a prática do Atletismo aos 16 anos e não realizou treinamento específico, apenas tinha mais ênfase na capacidade física velocidade. Nessa ocasião, disputava as provas de 400, 100 e 200 metros, sendo que o mesmo se especializou nesta prova aos 19 anos. O seu melhor resultado ocorreu aos 24 anos e atualmente é recordista brasileiro e sul-americano. Constata-se que a especialização da prática da modalidade não ocorreu precocemente, bem como a especialização na prova que hoje o atleta defende, o que contribuiu para resultados ótimos na fase adulta. 141 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 17 Nome: Claudinei Quirino da Silva Idade: 28 anos Equipe: Funilense / Olimpikus Naturalidade: Lençóis Paulista Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado não praticou nenhum esporte antes do Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou a modalidade de Atletismo dos 19 para os 20 anos. A sua primeira experiência nesse esporte foi num teste que fez, o técnico considerou seu desempenho promissor e o atleta começou a treinar. Depois de um mês, participou dos Jogos Regionais e foi bem sucedido. Foi influenciado por um amigo, por ele ser forte, robusto, vistoso e ele também já gostava de correr. O início de sua prática foi em sua própria cidade, Lençóis Paulista; realizava, nessa época, o salto em distância, e depois passou para os 100 e, posteriormente, para os 200 metros. Não fez treinamento específico. Segundo relato "o treino lá era bem simples, o técnico era recém-formado, e não tinha muita experiência". O seu melhor resultado foi 11"02. Depois baixou seu tempo para 10"40 e considerou essa evolução normal. O título conquistado na ocasião, foi Campeão Regional nos 100 metros. 142 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O entrevistado é especialista na prova de 200 m, mais corre também 100 m e, segundo declarou, está começando a correr os 400 m. Especializou-se nestas provas aos 20 anos, porém parou de disputar a prova dos 200 m e depois retornou a partir dos 23 anos, quando começou a treinar com o 3º técnico. É o atual campeão dos 200 m, bi-campeão dos 100 m e recordista sul-americano dos 200 m. É também o recordista sul-americano e Brasileiro do 4x100 metros. Ficou em 3º no Mundial em 97 na Grécia e 5º no Mundial de 95; o ano passado foi 3º no "Buduil Games" de Nova York e campeão dos Jogos Abertos 4x100, 100 e 200 m, e campeão paulista. Esses melhores resultados ocorreram por volta dos 25 anos. O atleta em questão, considera que dentre os fatores importantes para a sua continuidade no Atletismo estão: o patrocínio e o técnico. E declara que com esse último técnico ele se adaptou muito bem. Relata que teve uma contusão na região posterir da coxa, que o afastou durante 4 meses. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado não praticou nenhum esporte antes do Atletismo. Iniciou a prática do Atletismo dos 19 para os 20 anos e disputava as provas de salto em distância, 100 e 200 metros. Relatou que os melhores resultados ocorreram na faixa dos 25 anos. O atleta é bicampeão brasileiro dos 100 m e campeão brasileiro dos 200 m. É o atual recordista sulamericano dos 200 m e recordista sul-americano dos 4x100 metros. 143 Constatou-se com esta entrevista que o atleta iniciou o Atletismo já na fase adulta e não houve a especialização precoce, levando a crer que esse fato colaborou com os resultados tão expressivos que vem obtendo. Este atleta participou do Pan-Americano em Junho/99, no Canadá, e do Mundial de Sevilha em Agosto/99 com resultados representativos, sendo estes reconhecidos pela CBAT (Confederação Brasileira de Atletismo). Segundo relato do próprio atleta, que pode-se considerar palavras de um campeão que passou por muitas dificuldades na infância e foi persistente: "Não desista não, no começo a gente sempre padece, mas um campeão não é só feito de vitórias, é de derrotas também. Então, se você tem um sonho, como eu tive um sonho de chegar aqui, ou mesmo numa Olimpíada, não desista". 144 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 18 Nome: Hudson Santos de Souza Idade: 22 anos Equipe: Arpoador Naturalidade: Brasília Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O atleta vivenciou o handebol na escola onde estudava, nas aulas de Educação Física. Essa prática ocorreu aos 15 anos e durou apenas 2 meses. A prática dessa modalidade esportiva foi interrompida, pois surgiu o interesse pelo Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou o Atletismo aos 16 anos, relata que a sua primeira experiência foi muito difícil pela grande diferença que há entre o handebol e o Atletismo. Os fatores que influenciaram o seu início no Atletismo foi o apoio dos pais que não permitiram que o mesmo trabalhasse. Esse fato ocorreu na própria cidade onde nasceu, Brasília. Nessa ocasião, disputava duas provas, são elas: o salto em altura e os 400 metros. Não realizou treinamento específico e o seu melhor resultado na categoria infantil foi 1,80 metros no salto em altura e 55, 58" nos 400 metros, o que ele mesmo não considera um tempo muito bom. 145 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo Esse atleta pratica atualmente as provas de 800 metros, 1.500 metros e a milha, que corresponde a 1.608 metros. Especializou-se nessas provas aos 18 anos. Os seus melhores resultados vêm ocorrendo dos 20 aos 21 anos, e o mesmo detém o recorde sul-americano conquistado no Mundial Juvenil, com o tempo de 3'48"3 minutos e 48 segundos. Posteriormente a nossa entrevista, esse atleta participou dos 13º Jogos Pan Americanos e conquistou a 3ª colocação nos 1.500 metros, prova de corrida. Segundo relato "desde o momento em que você está num esporte competitivo, você está sujeito a ter um machucado". Falou sobre uma "canelite" que o afastou durante 2 semanas dos treinamentos. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Verifica-se com esta entrevista que a prática da modalidade não ocorreu precocemente, e uma outra questão interessante é que as provas as quais o mesmo iniciou na modalidade de Atletismo são todas diferenciadas das provas que disputa atualmente. Concluindo, esse atleta é especialista em três provas e, por sua jovialidade, no momento se encontra aos 22 anos, não se definiu por apenas uma prova. Observados todos esses fatores, considera-se que venham contribuir para um aumento de vivências motoras, assim como melhoria de resultados, e uma contribuição para aumento de sua longevidade na prática da modalidade Atletismo. 146 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 19 Nome: André Domingos da Silva Idade: 26 anos Equipe: Asics - Funilense Naturalidade: Santo André Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O atleta não praticou nenhum esporte antes do Atletismo Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou no Atletismo aos 13 anos, na escolinha do Sesi, a sua primeira experiência foi em competições na própria escola, e ganhava a maioria delas. Os fatores que influenciaram o seu início no Atletismo foram os corredores norte-americanos e a paixão pelo esporte. Tal fato ocorreu em Santo André, sua própria cidade, em 1.986. As provas que ele iniciou nesta fase foi os 100 metros. Não realizou treinamento específico. Nesta fase o melhor resultado alcançado foi 13"0 nos 100 metros, e se encontrava na categoria infantil. Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo 147 Esse atleta disputa atualmente as provas de 100 e 200 metros, sendo que o mesmo se especializou nestas provas aos 22 anos. Dentre os melhores resultados cita-se 10"05 nos 100 metros e 20"54 nos 200 metros, conquista do 2º lugar no Campeonato Indoor de Toronto, 3º lugar no último Pan-Americano, nos 200 metros e 3º lugar nas Olimpíadas de Atlanta, no revezamento 4 x 100 metros. O melhor resultado alcançado em sua carreira ocorreu aos 23 anos. Declarou que entre os fatores que julga importantes para continuar na prática do Atletismo são: boa alimentação, condições financeiras adequadas e apoio do clube. Teve um estiramento de quase 3º na coxa esquerda que o afastou durante 6 meses da prática da modalidade. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O entrevistado não praticou nenhum esporte antes do Atletismo. Iniciou a prática do Atletismo aos 13 anos e não fez nenhum treinamento específico, este ocorreu aos 19 anos, sendo especialista atualmente dos 100 e 200 metros rasos. O melhor resultado conquistado ocorreu aos 23 anos. Já participou das Olimpíadas, e do Pan-Americano com ótimos resultados, e é integrante do revezamento 4x100 brasileiro que conquistou o 3º lugar em Atlanta. Verifica-se que este atleta só se especializou aos 22 anos nas provas de 100 e 200 metros, não ocorrendo a especialização precoce. 148 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 20 Nome: Sérgio Vieira Galdino Idade: 30 anos Equipe: Solimarcha Naturalidade: Armazém Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol na própria cidade onde nasceu, sem compromisso, dos 8 até os 13 anos, porém não parou de praticar até hoje. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou no Atletismo aos 14 anos, sua primeira experiência ocorreu numa corrida rústica, prova de mais ou menos 5 Km. Os fatores que influenciaram o seu início nessa modalidade foram as Olimpíadas e a conquista de medalha pelo atleta Joaquim Cruz. Esse fato ocorreu em Armazém - Santa Catarina. As provas que iniciou foram corridas de resistência, corridas rústicas, 3.000 metros em pista e marcha atlética. Fez treinamento específico para provas longas e não recordou-se de resultados desta fase, comentou ter conquistado 2º e 3º lugares. 149 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O entrevistado disputa a prova de 20 Km de marcha atlética, especializou-se nesta prova a partir dos 16 anos de idade. Os seus melhores resultados foram o 6º lugar no Mundial de Stretgard, a 2ª marca no Sul-Americano, 1h 19'56", e o 1º lugar no Troféu Brasil/99. Essas conquistas ocorreram com a idade de 26 anos em 1.995. O entrevistado considera que os fatores importantes para continuar no Atletismo são a participação em eventos nacionais e internacionais e uma estrutura financeira. Declarou ter sofrido de uma lesão na virilha, no músculo adutor longo, que o afastou 2 semanas da prática esportiva. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS O atleta praticou futebol antes do Atletismo e continua a praticá-lo até hoje. Iniciou a prática no Atletismo aos 14 anos e fez treinamento específico para provas mais longas, corridas e marcha atlética. O entrevistado se especializou na prova que defende atualmente, os 20 Km da marcha atlética aos 16 anos. Os seus melhores resultados ocorreram aos 26 anos, dentre eles pode ser citados o 6º lugar no mundial de Stretgard na Alemanha, 15º lugar na Copa do Mundo de Marcha Atlética, a 2ª melhor marca em nível sul-americano e 1º lugar no Troféu Brasil/99. 150 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 21 Nome: Elenilson da Silva Idade: 27 anos Equipe: Vasco da Gama Naturalidade: Bela Vista - Mato Grosso do Sul Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado antes de começar a treinar o Atletismo lidava com boi, trabalhava em rodeio e depois com futebol, a princípio em Bela Vista mesmo, sua cidade, e depois em clubes da região, dos 17 aos 18 anos. Parou com a prática do futebol por causa do Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou o Atletismo aos 18 anos, sua primeira experiência foi numa corrida de rua que ele venceu com facilidade, chegou mais de 14 Km à frente do então favorito. O seu início no Atletismo foi influenciado pelo fato de que ele se saiu muito bem nesta prova, apesar de não ter experiência nenhuma anterior em corrida. Este fato ocorreu na cidade onde nasceu. As provas que ele iniciou foram 5.000 e 10.000 metros, e na ocasião não realizava nenhum treinamento específico. O melhor resultado alcançado foi 3º colocado nos Jebs - Jogos Escolares Brasileiros. 151 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo Atualmente o atleta pratica 5.000 e 10.000 metros sendo especialista destas provas desde 1.992, quando tinha 20 anos. Entre os seus melhores resultados citam-se Campeão Paulista Brasileiro, e Sul-Americano e 3º colocado no Mundial em 1.998. Esses melhores resultados ocorreram aos 26/27 anos. Inclusive posteriormente à entrevista concedida, o atleta conquistou a medalha de prata nos 5.000 metros e a de ouro nos 10.000 metros nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg - Canadá. Os fatores que ele julga mais importantes para a sua continuidade no Atletismo são o apoio da família, patrocínio e condições para o atleta treinar. Declarou ter sofrido vários problemas lombares e numa das coxas. Tem um problema em um de seus membros inferiores que é mais curto do que o outro 2 centímetros; porém tem muita força de vontade e tem superado estas dificuldades. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Foi observado com essa entrevista que o atleta praticou rodeio e futebol, e só começou no Atletismo aos 17/18 anos. Não fez treinamento específico e já começou praticando provas longas de 5.000 e 10.000 metros. Especializou-se aos 20 anos e tem apresentado os melhores resultados aos 26/27 anos. Esse atleta vem apresentando uma evolução em seus resultados muito provavelmente pelo fato de sua carreira no Atletismo ter acontecido de forma bem natural, sem uma especialização precoce. 152 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 22 Nome: João Carlos dos Santos Idade: 24 anos Equipe: Flamengo Naturalidade: Chapecó - SC Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado praticou futebol, voleibol, handebol e equitação em sua própria cidade, na escola e no clube. Iniciou praticando equitação desde pequeno, e praticou por último o handebol, ou seja, dos 9 aos 17/18 anos. De todos os esportes, o que ele praticou durante mais tempo foi a equitação e desistiu do mesmo por não ser promissor na época. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou o Atletismo aos 17/18 anos, a sua primeira experiência foi numa corrida de rua, na qual foi 3º colocado. Os fatores que influenciaram o seu início na modalidade foram os Jogos Abertos de Santa Catarina, que incentivaram todos participantes a se tornarem atletas, além da mentalidade do técnico. Esse fato ocorreu em Chapecó. A prova que o mesmo iniciou foi os 800 metros. Nesta ocasião, ele fez treinamento específico para a prova que iniciou, ou seja, os 800 metros rasos. O resultado foi expressivo. 153 Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo Atualmente, o entrevistado disputa a prova de 400 metros s/ barreiras, na qual se especializou aos 20 anos. O seu melhor resultado foi 50", sendo 3º colocado no Troféu Brasil. Esse melhor resultado ocorreu aos 22/23 anos. Entre os fatores que o mesmo julga importantes para a sua continuidade na prática do Atletismo observam-se circuitos internacionais, Olimpíadas e Campeonatos Mundiais. Declarou nunca ter sofrido contusão durante a sua vivência no Atletismo. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Verifica-se com esta entrevista que o atleta iniciou no Atletismo aos 17/18 anos, e antes deste fato praticou vários outros esportes. Iniciou realizando os 800 metros e fez treinamento específico para esta prova, sendo que atualmente é especialista dos 400 s/ barreiras, prova na qual se especializou aos 20 anos. Se observa que não houve uma especialização esportiva precoce e aconteceu mudança de uma prova para a outra. Tudo indica que esse atleta ainda está por alcançar a sua plenitude esportiva. 154 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 23 Nome: Tiago Antônio Oliveira Fraga Idade: 26 anos Equipe: Amazorte Naturalidade: Manaus Quadro 1 - Iniciação Esportiva: A atleta jogou handebol em Manaus, na escola aos 14/15 anos. Essa prática permaneceu durante 3 anos, e parou com a mesma por causa do Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O entrevistado iniciou o Atletismo aos 17 anos, e a sua primeira experiência foi no Campeonato Brasileiro Infantil. O fator que o influenciou para iniciar na prática do Atletismo foi a busca de uma nova oportunidade após ter abandonado o handebol. Essa prática ocorreu em Manaus, as provas que iniciou foram as de rua e a marcha atlética. Na ocasião, realizou treinamento específico para as provas de 800 e 1.500 metros, e o melhor resultado foi a classificação no Campeonato Brasileiro Juvenil em 1.990. Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O atleta disputa atualmente a prova de 3.000 c/ obstáculos, sendo que o mesmo se especializou nessa prova aos 23 anos. O melhor resultado foi 8'46" e o 3º lugar no Troféu 155 Brasil/99. Esse melhor resultado ocorreu aos 25 anos, e entre os fatores que ele julga importantes para a continuidade na prática do Atletismo encontram-se dinheiro, apoio e melhores condições. Declarou ter sofrido dores na região lombar, porém nunca se afastou do esporte. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Por meio desta entrevista foi observado que o atleta praticou handebol antes do Atletismo, iniciou nesta modalidade aos 17 anos e realizou treinamento específico para as provas de 800 e 1.500 metros, sendo que atualmente pratica a prova de 3.000 c/ obstáculos, o que não caracteriza uma especialização precoce nem em relação à prova. 156 DESCRIÇÃO ANALÍTICA - 24 Nome: José Mauro Valente Idade: 30 anos Equipe: Vasco da Gama Naturalidade: Senador Firmino - MG Quadro 1 - Iniciação Esportiva: O entrevistado não praticou nenhum esporte antes do Atletismo. Quadro 2 - Especialização no Atletismo: O atleta iniciou o Atletismo entre 12 e 13 anos em competições, nos Jogos Estudantis, sendo esta a sua primeira experiência neste esporte. E quem o influenciou foi um tio que disputava provas de longa distância. Esse fato ocorreu na sua própria cidade e as provas que ele praticava eram 1.500 e 5.000 metros. Na ocasião, realizou treinamento específico e o melhor resultado alcançado foi 4 minutos nos 1.500 metros. Quadro 3 - Vivência e melhores resultados no Atletismo O entrevistado pratica atualmente as provas de 1.500 e 800 metros, e pretende treinar para a prova dos 5.000 metros. O atleta se especializou aos 17 anos nos 1.500 e nos 800 metros. Os melhores resultados alcançados foram: Campeão Sul-Americano/91, 8º colocado na Copa do Mundo em 1.994 e 9º colocado no Mundial Indoor /95. 157 Dos fatores que o mesmo considera importantes para a continuidade da sua prática no Atletismo citou as competições, divulgação por parte da própria imprensa e patrocínio. Declarou não ter sofrido nenhuma contusão durante a sua carreira esportiva. DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS Com esta entrevista constata-se que esse atleta iniciou o Atletismo aos 12/13 anos e não praticou outro esporte. Especializou-se aos 17 anos e sempre praticou provas de longa duração. Teve seu auge em termos de resultados dos 23 aos 26 anos. 158 CAPÍTULO IV RESULTADOS 159 1 Discussão dos Resultados Neste capítulo será desenvolvida uma análise dos dados coletados, obedecendo à seqüência da entrevista que foi elaborada de forma semiestruturada e organizada em quatro tópicos: - Dados pessoais; - Iniciação esportiva; - Especialização esportiva; - Vivência e melhores resultados. Procura-se por meio dessa disposição manter a fidedignidade dos dados e dar às entrevistas um contexto, organizando-as em quadros e gráficos. Houve o cuidado de descrever os resultados individualmente analisados. Com essa disposição, foram verificados os pontos coincidentes, os aspectos comuns e divergentes de cada questão, os quais estão reproduzidos na íntegra nos anexos, que serviram para manter a clareza dos fatos elucidados e colaborar para que sejam traçadas novas diretrizes na prática da modalidade de Atletismo. 1.1 - Análise das questões Tema 1: Iniciação esportiva: Questão 1 : Praticou algum esporte antes do Atletismo? Traçando-se um paralelo entre os praticantes de velocidade e de provas de fundo, foi observado que os entrevistados praticaram outras modalidades esportivas antes do Atletismo. O futebol foi o mais praticado pela maioria dos velocistas, 54,5% e dos fundistas 61,5%. As outras modalidades praticadas ou vivenciadas foram: handebol, seguido pelo voleibol, e alguns atletas de provas de fundo citaram a natação. É necessário esclarecer que uma parcela significativa dos dois grupos declarou que praticou outros esportes como por exemplo: judô, canoagem, equitação e rodeio. Finalizando, uma parcela de 15,3% dos fundistas e de 27,2% dos velocistas declarou nunca ter praticado nenhuma modalidade esportiva antes do Atletismo. Questão 2: Onde iniciou a prática de algum esporte ? 160 A maior parcela de atletas velocistas e fundistas iniciou a prática de outros esportes em sua própria cidade. Os percentuais são: 76,9% para os praticantes de provas de fundo e 54,5% para os praticantes de provas de velocidade. Evidencia a importância de uma política voltada ao incentivo do esporte, principalmente nos pequenos grupos. Questão 3 :Onde ocorreu essa prática de outras modalidades ? Entre os praticantes de provas de fundo, 38,4% realizaram diversas atividades sem compromisso, constatando-se, posteriormente, duas parcelas igualmente expressivos: 23,1% praticaram esporte na escola ou no clube e competitivamente. Entre os praticantes de provas de velocidade apareceram os números mais significativos: 36,3% praticaram esporte no colégio. A seguir, 18,1% estiveram vinculados a clubes em geral e ainda o mesmo percentual relata que essa prática ocorreu por lazer. Questão 4: Com que idade iniciou a prática de outras modalidades ? Realizando a comparação entre a idade de iniciação no esporte dos praticantes de provas de fundo e provas de velocidade, observa-se que entre os fundistas 38,5% iniciaram entre 6 e 10 anos de idade e a outra parcela igualmente referida iniciaram entre 12 a 16 anos. Entre os velocistas, o percentual é maior: 45,4% iniciaram a prática de outras modalidades entre 16 e 18 anos. Observa-se que esse valor é siginificativo. Demonstra que não existe necessidade que se inicie muito cedo para conquistar bons resultados no Atletismo. Questão 5 : Quanto tempo praticou outras modalidades ? Os velocistas praticaram outras modalidades em torno de 1 a 4 anos em sua grande maioria. Entre os fundistas foi observado que a maior parcela, mais precisamente 53,8%, praticou outras modalidades (futebol, handebol e outros) entre 1 e 3 anos de idade. 161 Questão 6 : Porque parou de praticar essa modalidade ? Os resultados foram semelhantes; ambos os grupos, fundistas e velocistas, deixaram de praticar outras modalidades em função do próprio Atletismo. Os percentuais são: Fundistas: 53,8%. Velocistas: 45,4%. Tema 2: Especialização no Atletismo: Questão 7 : Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Entre os velocistas, 54,5% iniciaram em idades que variam de 16 a 18 anos. Entre os fundistas, 46,2% iniciaram dos 12 aos 15 anos e exatamente o mesmo percentual (46,2) começou a prática esportiva dos 16 aos 19 anos. Questão 8 : Como foi a sua primeira experiência nesse esporte (Atletismo)? Obs.: Experiência tendo como termos sinônimos: contato; vivência; o que foi vivido; sentiu-se, como e onde ocorreu. Os praticantes das provas de velocidade, em sua maioria, relataram que essa primeira experiência ocorreu em competições (interclasses no colégio, no clube, campeonatos colegiais). E entre os fundistas foi relatado que o primeiro contato ocorreu em provas de rua. Questão 9 : Quais os fatores que influenciaram o seu início na modalidade de Atletismo? Quando esses fatores são investigados, percebe-se uma variedade de fatores. Os fundistas declararam que os principais motivos foram gostar da modalidade e influência da própria família com percentuais iguais. E para o grupo de velocistas o fator de maior relevância foi o convite de professores e amigos, e na seqüência, com percentuais iguais, foram relacionados a influência da televisão, e de atletas famosos, o gosto pela modalidade e a participação em competições. 162 Questão 10 : Onde ocorreu a sua prática da modalidade de Atletismo? Foi observada uma resposta única quando confrontaram-se os dados de velocistas e fundistas. Percentuais expressivos ambos os grupos, inicialmente, praticaram Atletismo em sua própria cidade, ou seja, no próprio município onde nasceram ou viviam naquela ocasião. Cabe a discussão da importância de um maior incentivo à prática dessa modalidade. Do que é necessário? Na opinião da autora, professores bem preparados e um pouco de vontade política. Questão 11 : Quais foram as provas que você iniciou na modalidade de Atletismo nesta fase? O grupo de fundistas iniciou a sua prática em provas longas, também conhecidas como provas de fundo, nas quais se incluem as provas de rua com metragens de 800, 1.500, 3.000, 5.000, 10.000 e até 21.000 metros. No grupo de velocistas, as provas mais citadas foram justamente provas de velocidade de diferentes metragens. Entre elas: revezamentos, 100, 200 e 400 metros. Questão 12 : Fez treinamento específico para alguma prova (na fase de iniciação na modalidade)? Ao serem questionados se haviam realizado treinamento específico para alguma prova, 53% dos praticantes de provas de velocidade declararam ter realizado treinamento específico. E para o grupo de praticantes de provas de fundo, quase que a totalidade, 91%, não realizou treinamento específico na modalidade de Atletismo. Verifica-se a diferença entre os grupos. Os velocistas tendem a se especializar com maior ênfase se comparados ao fundistas. 163 Questão 13 : Qual o melhor resultado alcançado nessa fase (início da prática na modalidade)? Ambos os grupos quando questionados sobre quais os elhores resultados conquistados, relataram que foram marcas ou resultados individuais melhoria de tempos, de classificação). Tema 3: Vivência e melhores resultados no Atletismo: Questão 14 : Que especialidade pratica? Entre o grupo de fundistas os atletas dividiram-se entre as metragens de 800 a 1.500 metros, 53,8% e 3.000 a 5.000 metros, 46,2%. Para o grupo de velocistas a variedade de provas foi maior; 3 parcelas iguais para as provas de 110 s/barreiras, 100 metros rasos e 400 metros rasos. Questão 15 :Com que idade você se especializou nesta prova (prática atual)? Dentre os praticantes de provas de fundo especializaram-se entre 16 e 18 anos 46,2%. Um segundo grupo que totalizou 30,8% buscou a especialização entre 22 e 25 anos . Dentre os praticantes de provas de velocidade a maior parte do grupo especializou-se entre 20 e 22 anos. Em síntese, foram definidos três grupos distintos de faixa etária: 16 a 18 anos, 22 a 25 anos, 20 a 22 anos, e nenhum deles reflete uma especialização esportiva precoce. A partir desses dados comprova-se que o incentivo à prática globalizada, pode contribuir para a melhoria do esporte. Questão 16 : Qual foi o melhor resultado alcançado? A respeito do melhor resultado na prática atual da modalidade Atletismo, a totalidade do grupo fundistas e velocistas afirma que, sem discussões, os melhores resultados obtidos são conquistas individuais. Entre o grupo de fundistas, 46,2% conquistaram títulos Sul-Americanos e posteriormente títulos do Troféu Brasil. Entre os velocistas 45,4% conquistaram títulos Sul-Americanos. 164 Questão 17: Com que idade ocorreu esse melhor resultado . na prática do Atletismo? Questionados sobre a idade em que obtiveram os melhores resultados, a maior parcela dos velocistas, 63,6% dos entrevistados declarou que estes ocorreram dos 23 aos 25 anos. Constata-se portanto que esse grupo estudado, encontra-se em sua melhor forma física, alcançou a sua plenitude atlética na categoria adulta, não sendo necessário a especialização antecipada de forma precoce. Questão 18: Quais fatores você julga mais importantes . para a continuidade no Atletismo? Os fatores que colaboram para que esses atletas permaneçam na prática do Atletismo são muitos. Os velocistas citaram: força de vontade, objetivo de participar de Jogos Olímpicos e de Jogos Pan-Americanos, assim como a manutenção da saúde em seus aspectos físico e mental. A maioria dos fundistas, a maioria do grupo referiu-se ao incentivo financeiro e à participação em eventos importantes. Questão 19 : Teve alguma contusão? Houve a curiosidade de saber em que níveis ocorrem as contusões numa prática esportiva competitiva na categoria adulta. Os dados foram coincidentes tanto para fundistas como para velocistas: 54% de todo o grupo sofreu alguma contusão. Questão 20: Quanto tempo ficou afastado ( devido a Contusões ) ? Entre o grupo de fundistas, embora muitos - 30,8% - tenham sofrido contusões, não se afastaram da prática esportiva. Um percentual idêntico declarou que afastou-se menos de um mês da prática esportiva. Entre os velocistas, 37,2% declararam que se afastaram de suas 165 atividades esportivas de 1 a 3 meses em decorrência de contusões. Outros 26,2%, embora estivessem machucados, não pararam os treinamentos e competições. 1.2 - Discussão dos dados Futebol indiscutivelmente é o esporte mais praticado em função da própria cultura. Os órgãos públicos (Prefeitura do Estado de São Paulo) devem estar atentos pois cabe a eles divulgar o esporte e oferecer à criança e ao jovem condições para a prática esportiva. Uma grande parcela de fundistas declarou que iniciou a prática esportiva sem compromisso, seguida daqueles que iniciaram em escolas e clubes. Entre os velocistas, situa-se em primeiro lugar o grupo que ingressou no esporte no colégio, seguido por aqueles que iniciaram em clubes e simplesmente por lazer. Reitera-se a importância das escolas na vida dessas crianças onde, naturalmente, ocorre o primeiro contato com a prática esportiva. Faz-se necessária uma mudança curricular que privilegie a disciplina Educação Física. Verificou-se que a idade inicial de contato com outra modalidade esportiva ocorreu entre a maioria dos velocistas dos 16 aos 18 anos, outro valor significativo é a faixa dos 08 aos 11 anos. Dentre os fundistas foi observada uma faixa ampla que oscilou dos 06 aos 16 anos. Com relação ao tempo de prática de outras modalidades esportivas foram obtidos resultados semelhantes entre fundistas e velocistas: 166 - Velocistas: 01 a 04 anos. - Fundistas: 01 a 03 anos. As modalidades citadas, além do futebol, foram handebol e voleibol, todas atividades coletivas. Todo o grupo entrevistado a partir do momento em que conheceram a modalidade de Atletismo deixaram a prática dessa outra modalidade. Constata-se o valor que o Atletismo tem na vida desses indivíduos, vindo a transformá-los em atletas (amadores ou profissionais). De modo geral, a maior parcela de fundistas e velocistas iniciou a prática do Atletismo entre 16 e 19 anos. Esses dados são muito contundentes, pois comprovam que não há necessidade de uma especialização precoce na modalidade de Atletismo. Quando foram questionados sobre como ocorreu a primeira experiência com a modalidade de Atletismo, os velocistas declararam que foi em competições no próprio colégio, campeonatos entre escolas e ainda em clubes. Os fundistas afirmaram, em sua maioria, que esse primeiro contato foi justamente em "provas de rua" as quais atualmente, servem como referência para a divulgação do Atletismo. Dados interessantes foram obtidos quando questionaram-se quais os fatores que influenciaram o início na modalidade do Atletismo. Entre eles aparecem o convite de professores e amigos, o prazer pela prática, a influência da família, da televisão, de atletas famosos e a própria participação em competições. Essas respostas demonstram a importância do meio sob os aspectos culturais e sociais, direcionando ações e formando opiniões. Refletem a importância de aspectos positivos 167 dentro do esporte, promovendo a amizade e a admiração por ídolos. Quando investigados a respeito de onde iniciaram a sua prática do Atletismo a resposta foi unânime. Quase que em sua maioria, os grupos (velocistas e fundistas) começaram na própria cidade onde residiam. Pequena parcela apontou a prática em outra cidade. Daí a necessidade dos governos perceberem que os municípios, por pequenos que sejam, podem incentivar e estimular a prática da modalidade de Atletismo, que precisa de poucos recursos físicos. Dito de outra forma, dos espaços para a prática dessa modalidade toda cidade dispõe: ruas e campos. Não é preciso haver, necessariamente, uma pista oficial de Atletismo. É necessária apenas a boa vontade dos governantes. Em ambos os grupos, o início da prática na modalidade de Atletismo apontava uma tendência que veio confirmar-se posteriormente. Os velocistas, em sua maioria praticavam provas de velocidade. E os fundistas estiveram praticando provas de longa distância. Chega-se à discrepância de resultados relacionada a treinamento específico para alguma prova na modalidade de Atletismo. Entre os fundistas, a grande maioria não realizou treinamento algum e a outra parcela que não realizou um treino específico para determinada prova. É importante salientar que entre os velocistas que fizeram treinamento específico, esse treino não foi para a prova que o atleta pratica atualmente. Concluindo, teve experiência de treino para provas diferentes. Com referência a conquistas e melhores resultados, tanto o grupo de fundistas como o grupo de velocistas declararam 168 que naquele momento os resultados alcançados foram melhorias de tempo e de colocação referentes a marcas individuais. Entre os fundistas existe uma parcela significativa com resultados em nível nacional e entre os velocistas há uma parcela de menor representatividade com resultados em nível estadual. Relacionando a especialidade que praticam atualmente houve uma amplitude nas respostas. Os fundistas realizam provas de 800 metros a 5.000 metros em sua maioria. E os velocistas dividem-se em provas de 110 s/barreiras, 100 metros rasos e 400 metros rasos com uma parcela significativa de atletas que ainda não se especializou somente em uma prova. Muitos praticam mais de uma prova dentro da modalidade de Atletismo. A respeito da idade daqueles que se especializaram, foi constatado que o grupo de atletas estudados especializouse com idades bem avançadas, a menor idade citada foi 16 anos e a maior foi 26 anos. Esses dados são contundentes e refletem que esses atletas não tiveram uma especialização precoce. E diga-se mais: acredita-se que esse fato propiciou os resultados conquistados posteriormente e contribuiu para que esses atletas alcançassem o melhor de sua forma em etapas futuras. Ocorre uma constatação quando o ponto de questionamento é a idade em que esse grupo de entrevistados conseguiu os seus melhores resultados na prática do Atletismo. Todos (velocistas e fundistas) citam a faixa etária dos 20 anos em diante, ou mais especificamente; velocistas: 23 a 25 anos e fundistas 26 aos 28 anos. São dados concretos que refletem o quanto é 169 desnecessária a especialização esportiva precoce no Atletismo. Os atletas da modalidade de Atletismo, campeões das provas de pista no Troféu Brasil edição 1.999 interessaram-se em continuar na prática esportiva por vários motivos, os mais citados foram: - Força de vontade; - Participação em competições expressivas (Jogos Olímpicos, Pan-Americanos); - Manutenção da saúde (física e mental); - Incentivo financeiro; - Incentivo técnico. A respeito de contusões sofridas na prática competitiva da modalidade de Atletismo, chega-se a 54% do grupo entre velocistas e fundistas que declararam apresentar esse tipo de problemas. Sabe-se que comumente ocorre contusões na prática do esporte considerado de alto nível. Acreditava-se que esses valores fossem em maior proporção do que aqueles constatados na pesquisa. Grande parte dos atletas entrevistados nesta pesquisa, tanto velocistas como fundistas campeões do Troféu Brasil do ano de 1.999, declararam que mesmo com alguma contusão não se afastaram da prática da modalidade. E os que se afastaram foi durante pouco tempo. - Velocistas: de 1 a 3 meses; - Fundistas: menos de 1 mês. Deve-se louvar o esforço de muitos atletas que mesmo machucados mantêm-se em treinamentos e competições. 170 1.3 Considerações finais Traçando um paralelo com o que foi elucidado até o momento a respeito da especialização esportiva precoce, depara-se com a teoria da especialização motora desenvolvida por Krebs (1992). Inicialmente, o autor citado acreditava que nenhuma atividade esportiva poderia ser desenvolvida com crianças antes de 9 a 11 anos. A opção era a educação psicomotora. Ao se referir a características ambientais e características inatas e utilizando os conceitos de Gallahue (1992), verifica-se que ele propõe algo além das interações entre o inato e o ambiente. Krebs (1992) ao desenvolver essa teoria dividiu-a em 4 fases. São elas: - fase da estimulação motora; - fase da aprendizagem motora; - fase da prática motora; - fase da especialização motora. O autor considera que a fase da estimulação motora é um sistema totalmente aberto, devendo a criança ser estimulada a elaborar o seu plano motor. A fase da aprendizagem motora Krebs considera como um sistema parcialmente aberto no qual o educador já define os movimentos de forma parcial. Segundo o mesmo autor, a fase da prática motora passa a ser um sistema parcialmente fechado em que o plano motor e a tarefa estão definidos. Essa fase é caracterizada pela automatização do movimento. E na quarta e última fase, que é a fase da especialização motora, enfatiza-se a tarefa em que o praticante busca a perfeição sendo um modelo totalmente fechado. 171 Pode-se deduzir que, a especialização esportiva ou a especialização motora apresentada por Krebs (1992), deve ocorrer em fases ou etapas. Segundo o autor, o aprendiz deve passar por uma sequência na qual lhe é dada a oportunidade da vivência. No primeiro momento, não há uma execução errada, o que é a ação. No segundo momento, há uma execução correta proposta, porém são aceitáveis gestos próximos daqueles apresentados. Num terceiro momento, há apenas uma resposta correta. As demais devem ser desconsideradas. Na construção da sua teoria, Krebs, (1992, p.38-44), a propõe dividindo-a em axiomas e postulados. É importante relacionar os cinco axiomas propostos: 1- A especialização motora requer uma sequência de etapas caracterizadas como estimulação, aprendizagem e prática. 2- A especialização motora depende de dois fatores: (a) os inatos, caracterizados pela herança genética, que define as potencialidades e talentos; (b) os ambientais, caracterizados pelos elementos materiais e sociais que estimulam os interesses, definem as oportunidades, e representam a cultura. 3 - A natureza da destreza, alvo da especialização, irá determinar o tempo necessário para o executante vivenciar cada uma das fases que conduzem à especialização motora. 4- Embora a especialização motora não seja dependente da idade, parece haver um período da vida do indivíduo mais propício para atingi-la. 172 5 - Parece existir uma relação diretamente proporcional de modalidades vivenciadas em nível de estimulação e aprendizagem, com o número de modalidades pelas quais alguém pode optar para praticar ou especializar-se. Krebs (1992) levanta alguns pontos importantes numa especialização motora. O praticante deve ter talento, potencial e entre outras características deve demonstrar interesse pela mesma, além de conviver num meio que propicie essa especialização. O autor cita também as diferenças individuais que determinam a duração do indivíduo em cada fase da especialização. Observa-se os maturadores precoces e aqueles que tiveram mais estímulos do ambiente. No geral, o praticante de modalidades individuais, por exemplo, a ginástica, a natação e também o atletismo tendem a especializar-se mais cedo de que nas modalidades coletivas. E da mesma forma que especializam-se mais precocemente, há a tendência com esses praticantes de modalidades individuais permanecerem um tempo menor na prática esportiva. E por fim, Krebs (1992) levanta a questão daqueles que se especializam numa única modalidade, reduzindo a vivência e a oportunidade de outras práticas esportivas. O contexto que envolve a especialização esportiva precoce é muito amplo e cada vez mais discutível, principalmente porque a aplicação é diretamente relacionada à população jovem. Não se pretende tecer críticas aos profissionais da área de Educação Física e Esportes, porém considera-se necessário que aqueles envolvidos com 173 crianças e jovens numa prática esportiva, tenham uma compreensão mais ampla da importância do seu papel na sociedade. Para a criança e o jovem, são primordiais estímulos positivos que os incentivem à continuidade de uma prática esportiva, feita através de um contato com os outros indivíduos da mesma faixa etária e ao convívio com os seus próprios limites, bem como com os limites do outro. E, sobretudo, deve ser dado a esses jovens o direito de escolher se estão nessa atuação como “pequenos esportistas” por vontade própria, evitando a pressão dos pais nesta escolha. Enfim, o esporte deve ser praticado pelo prazer e não pela busca de uma plenitude atlética precoce. É oportuno lembrar que a criança e o jovem adaptam-se lentamente ao uso de cargas. Portanto, deve-se evitar o uso precoce de estímulos com sobrecargas e se utilizado deve ser cauteloso e de forma gradativa, para que se evitem danos e a ocorrência de lesões. Devem ser observadas as diferenças entre o jovem e o adulto. Se compararmos os sexos, pode-se verificar que até a puberdade, meninas e meninos não apresentam grandes diferenças quanto à força muscular ou massa muscular, essas mudanças passam a ocorrer em função da ação hormonal que se apresenta com ênfase nessa fase. Ao analisar as idades, verifica-se que a fase correspondente à primeira idade escolar compreendida dos 6/7 anos até 10 anos é quando ocorre um grande interesse pelo esporte, que pode ser interpretado erroneamente quando essas crianças são incentivadas à prática esportiva regular, ou para treinamento especializado precoce. Com o desenvolvimento desse estudo científico pode-se constatar que os atletas brasileiros entrevistados, os quais são praticantes da modalidade de Atletismo, não se especializaram precocemente nas provas que disputam atualmente. e pelo 174 referencial bibliográfico pesquisado podem ser verificados importantes fatores relacionados à especialização esportiva precoce. Conclui-se, portanto, que uma especialização esportiva precoce deve favorecer o indivíduo primeiramente no conhecimento e nas vivências motoras para posteriormente se aprofundar em gestos específicos. “A especialização motora deve ser uma opção de vida além de exigir uma dedicação exclusiva, parece estar reservada para uma minoria” ( Krebs, 1992 p.19). A especialização esportiva precoce estimula resultados momentâneos e pode prejudicar resultados promissores. Não se acredita que essa ação favoreça o desenvolvimento do esporte como um todo, assim como na modalidade de Atletismo. Muitas discussões e questionamentos devem prosseguir sobre o tema abordado. A especialização esportiva precoce encontra-se muito inserida em todo o contexto esportivo. Sugerem-se mudanças relacionadas à abordagem e à aplicabilidade. Coerência e bom senso nunca serão demais quando o assunto for atividade física, jovens, e principalmente crianças. 175 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ADELINO, J; VIEIRA, J; COELHO, O.Jovens no desporto - Um pódio para todos Revista Treino Desportivo, Potugal, n. 2, Março, 1998, p. 19-32 ARAÚJO, C. G. S. Fundamentos biológicos: medicina desportiva. Rio de Janeiro : Ao Livro Técnico, 1985. Os ATLETAS precoces: crianças paulistanas começam a competir cada vez mais cedo. Veja, São Paulo, n. 32, p.10-16, ago. 1992. BAR-OR, O. Pediatric sports medicine for the practitioner. New York : Springer, 1983. BARBANTI, E. J. A criança e o esporte competitivo. SIMPÓSIO DE PSICOLOGIA DO ESPORTE, 1., São Paulo. Anais ... São Paulo : USP : EEFUSP, 1992. p. 35-38 BARBANTI, V. J. 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São Paulo : Atlas, 1987. 180 Anexos 181 XIX TROFÉU BRASIL DE ATLETISMO 2000 REGULAMENTO Emitido em 05/04/2000 **** "Troféu Brasil de Atletismo" é uma competição realizada anualmente com a finalidade de promover o intercâmbio entre as Associações que praticam o Atletismo no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento e melhoria do nível técnico da localidade. **** Troféu é dirigido e organizado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e terá quatro dias de duração, em data por ela estabelecida, e com o apoio da federação sede do evento. **** Podem participar do Troféu somente as associações que estão plenamente regularizadas perante as federações a que estão filiadas, ou à CBAt, e que atendam às normas da legislação em vigor. DO TROFÉU **** O Troféu representativo da competição tem a denominação de "Troféu Brasil de Atletismo" e é entregue anualmente à Associação considerada vencedora da competição, que é aquela que conseguir somar o maior número de pontos nas provas masculinas e femininas. **** Para efeito de classificação individual e colocação coletiva da equipe, os seis primeiros atletas representando equipes obtém os seguintes pontos: 182 1º lugar - 10 pontos 2º lugar - 6 pontos 3º lugar - 4 pontos 4º lugar - 3 pontos 5º lugar - 2 pontos 6º lugar - 1 ponto DA ORGANIZAÇÃO DA COMPETIÇÃO **** O Troféu é realizado segundo as regras da IAAF, as normas da CBAt e as contidas neste regulamento e as disposições emanadas das leis desportivas nacionais e internacionais. **** Podem tomar parte do Troféu os atletas regularmente registrados e inscritos na CBAt, pela associação que irão representar na competição e que tenham obtido os índices abaixo em cada prova, em competições, no período de 1º de janeiro a 16 de julho de 2.000: Masculino Prova Feminino 10.74 / 10.5 100 metros 12.47 / 12.2 21.80 / 21.5 200 metros 25.19 / 24.9 48.39 / 48.2 400 metros 56.65 / 56.5 1.52.25 800 metros 2.17.5 3.55.74 1.500 metros 4.39.66 14.33.05 5.000 metros 17.40.1 29.50.5 10.000 metros 38.42.28 15.10 / 14.8 110/100 metros c/ bar. 15.35 / 15.1 54.52 / 54.3 400 metros c/bar. 1.05.12 / 1.04.9 9.28.73 3.000 c/obst. 12.43.81 1h54.38.1 20.000 Marcha Atlética 2h15.00 2.00 Salto em Altura 1.65 7.12 Salto em Distância 5.54 14.73 Salto Triplo 11.58 4.00 Salto com Vara 2.71 14.22 Arremesso do Peso 12.04 43.20 Lançamento do Disco 37.40 56.41 Lançamento do Dardo 38.35 45.63 Lançamento do Martelo 39.16 62.43 Decatlo / Heptatlo 4292 183 **** Somente são válidos índices obtidos em competições oficiais das federações filiadas à CBAt que constem dos calendários oficiais enviados para a confederação até março de 2.000 e cujos resultados sejam homologados pela CBAt e de competições internacionais reconhecidas pelas federações nacionais de Atletismo dos países onde são realizadas. **** Cada entidade participante do Troféu pode inscrever até o máximo de 3 (três) atletas por prova, desde que os mesmos tenham obtido os índices mínimos estabelecidos nas condições do artigo 9º deste regulamento. DO PROGRAMA DA COMPETIÇÃO **** São disputadas no Troféu as seguintes provas: a) Masculino: Corridas rasas: 100, 200, 400, 800, 1.500 , 5.000 e 10.000 metros. Corrida com barreiras: 110 e 400 metros. Corrida com obstáculos: 3.000 metros. Revezamentos: 4x100 e 4x400 metros. Marcha Atlética: 20.000 metros. Saltos: Altura, Distância, Triplo e com Vara. Arremesso/Lançamentos: Peso, Disco, Dardo e Martelo. Prova Combinada: Decatlo. b) Feminino: Corridas rasas: 100, 200, 400, 800, 1.500, 5.000 e 10.000 metros. Corrida com barreiras: 100 e 400 metros. Corrida com obstáculos: 3.000 metros. Revezamentos: 4x100 e 4x400 metros. Marcha Atlética: 20.000 metros. Saltos: Altura, Distância, Triplo e Vara. Arremesso/Lançamentos: Peso, Disco, Dardo e Martelo. Prova Combinada: Heptatlo. 184 **** O programa-horário é elaborado pelo Delegado Técnico de Organização da CBAt, seguindo indicação do Conselho Técnico Consultivo da CBAt na distribuição de provas pelos dias de competição, bem como o melhor horário para as mesmas e atendendo as necessidades da transmissão ao vivo por televisão do evento. DA DIREÇÃO E ARBITRAGEM **** A arbitragem da competição é efetuada somente por Árbitros devidamente registrados na CBAt e de conformidade com o que dispõem as normas específicas sobre a matéria. **** Cabe ainda à Direção da competição a composição das séries e o sorteio de raias, a ordem de saída e a ordem de tentativas para as diversas provas, dentro do disposto nas regras da IAAF. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS **** À federação sede do Troféu compete providenciar a segurança dos participantes da competição, no período compreendido desde 48 (quarenta e oito) horas antes de seu início até 24 (vinte e quatro) horas após o seu término. **** Cabe à CBAt a montagem de todo o sistema de atendimento médico aos participantes da competição, devendo a federação sede facilitar o seu trabalho. **** A CBAt conduzirá controle antidopagem na competição, dentro das normas da IAAF para tal. 185 ENTREVISTA 1 - Dados Pessoais: • Nome: • Idade: • Equipe: • Naturalidade: 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? • Como foi o primeira experiência nesse esporte? • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? • Onde ocorreu? • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? • Fez treinamento específico para alguma prova? • Qual o melhor resultado alcançado? 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? • Com que idade se especializou nesta prova? • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) • Com que idade ocorreu esse resultado? • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? • Teve alguma contusão grave? Qual? • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? 186 ENTREVISTA - 1 1 - Dados Pessoais: • Nome: Valdenor Pereira dos Santos • Idade: 29 anos • Equipe: Asics - Funilense • Naturalidade: São Raimundo Nonato - Piauí 2º 10.000 metros e 3º 5.000 metros 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? - Jogava bola, futebol e voleibol só para brincar, na escola, sem compromisso. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Vai fazer 12 anos de prática - 15 para 16. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Muito difícil, sem noção nenhuma. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Meu irmão mais velho corria, e eu comecei a correr junto, sempre que meu irmão ia eu acompanhava de bicicleta. • Onde ocorreu? - Em Brasília 187 • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Mais provas de rua. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, sempre chegava lá atrás. • Qual o melhor resultado alcançado? - 5.000 metros, 10.000 metros e maratona. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 5.000 metros. • Com que idade se especializou nesta prova? - 18 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Troféu Brasil, ganhou campeão Sul Americano, realiza maratonas, 5º do mundo no mundial da Bélgica. • Com que idade ocorreu esse resultado? - 1.991 à 1.993 (Pista 22/23 anos e Maratona 27 anos) • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Gostar muito, em termos de organização e ter muito boa mentalidade, tem que abrir mão de algumas coisas em prol do esporte. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Em 1.996 tive uma contusão muito grave na virilha, disseram que era hérnia, pensei que tinha encerrado a carreira. Voltei no Troféu Brasil do ano passado e venci os 5.000 e 10.000 metros. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Fiquei 01 ano parado. 188 *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). 189 ENTREVISTA - 2 1 - Dados Pessoais: • Nome: Wander do Prado Moura • Idade: 30 anos • Equipe: Funilense • Naturalidade: Belo Horizonte - MG 3º 3.000 metros c/obstáculos. 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? - Futebol em Belo Horizonte, nada compromissado, dos 8 aos 15 anos mais ou menos; depois comecei direto no colégio - me interessei por um esporte individual porque só depende de você, no caso do atletismo, se você treinou se dá bem, se não treinou… 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Com 15 anos em Belo Horizonte. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi ótima, me identifiquei com o atletismo, me interessei de princípio de uma forma de recreação, depois foram vindo os resultados e depois uma coisa mais séria, profissional. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Foi a individualidade do esporte. • Onde ocorreu? - Na própria cidade. - 190 • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - 1.500 metros, 3.000 metros e 1.500 metros com obstáculos. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Já fazia um treinamento específico adequado pela idade que eu tinha na época. • Qual o melhor resultado alcançado? - Campeão Brasileiro do 1.metros, 3.000 mts e 3.000 metros com obstáculos, na época tinha um torneio que chamava-se Ano Internacional da Juventude. Eu alcancei 3 medalhas de ouro para Minas Gerais e fui Campeão Brasileiro. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 3.000 mts com obstáculos. • Com que idade se especializou nesta prova? - Juvenil, 18 anos de idade. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Campeão panamericano, recordista panamericano, 8'14"41 nos 3.000 metros com obstáculos e cinco vezes campeão do Troféu Brasil. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Em Março de 95, com 26 anos - 8'14"4 (Record Sul-Americano). • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Fator financeiro, o fator de treinamento mais visando olimpíada, Jogos Panamericanos, o desejo de estar melhorando e ter condições e superar os resultados. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Tive várias contusões. Tendão de Aquiles, atrofiei a coxa direita de 1,5 cm, perôneo; todos elas me afastaram o melhor tempo. Quando eu fiz meu melhor tempo, não pude dar continuidade. - 191 • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Todas me afastaram *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA - 3 192 1 - Dados Pessoais: • Nome: Adalberto Batista Garcia • Idade: 31 anos • Equipe: Vasco • Naturalidade: Ilhaporã - SP 3º 10.000 metros e 2º 5.000metros 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? - Pratiquei futebol, na cidade de Ilhaporã com a idade de 15 à 17, 18 anos. Parei de praticar por causa do Atletismo, comecei a fazer Atletismo com um colega. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 18 anos em Ilhaporã. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - No começo foi um pouco sofrido, até me adaptar. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Eu sempre gostei de correr, mesmo quando eu jogava futebol, ficava fazendo exercícios, correndo por conta, então pra mim foi mais fácil me adaptar. • Onde ocorreu? - Na minha cidade. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Fiz várias provas de rua, de 5.000 metros à 21 Km, 15 Km. 193 • Fez treinamento específico para alguma prova? - A partir de 87 com 19 anos eu comecei um treinamento específico. • Qual o melhor resultado alcançado? - Corri 5'03 nos 5.000 metros. Ganhei os Jogos Regionais e fui 2º nos 10.000 metros. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Hoje estou correndo pista de 5.000 à 10.000 metros. • Com que idade se especializou nesta prova? - A partir dos 22 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Hoje eu sou recordista Brasileiro dos 5.000 metros, 13'28, fui para a última Olimpíada (Atlanta - USA), melhor do Brasil 13'75; fui campeão do Troféu Brasil em 1.996 nos 5.000 metros e 10.000 metros e esse ano a 2º melhor marca do Brasil, 13'41". • Com que idade ocorreu esse resultado? - Aconteceu a partir dos 28 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Incentivo e apoio visando os resultados de alto nível. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Logo que eu voltei da Olimpíada, eu peguei uma pneumonia, fiquei mal mesmo e não conseguia rodar mais forte, no ano passado eu tive uma contusão que me deixou afastado, e problema no joelho, ligamentos. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Não esclareceu 194 *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA - 4 195 1 - Dados Pessoais: • Nome: Márcio Ribeiro da Silva • Idade: 23 anos • Equipe: Asics • Naturalidade: Limeira - SP 2º 1.500 mts 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? - Jogava futebol, Judô e Natação por lazer. Comecei aos 10 anos, fazia Judô e pratiquei durante 6 ou 7 meses - quebrei o ombro e desloquei a clavícula. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Treinando direitinho 15/16 anos, só comecei fazer Atletismo aos 16 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Nos Jogos Escolares, não tinha condições de treinar e trabalhar, então o Professor Germano me ajudou muito. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Professores da própria cidade • Onde ocorreu? - Limeira • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Eu já comecei nos 800 mts e nos 1.500 mts. - 196 • Fez treinamento específico para alguma prova? - Tinha que pegar uma condição mais geral, nada específico • Qual o melhor resultado alcançado? - 3'40"80 nos 1.500 mts 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Eu tenho facilidade para correr de 800 à 10.000 mts, como cross, de 800 à 10.000 mts ., eu fico ranqueado no Troféu Brasil. • Com que idade se especializou nesta prova? - Começou aos 16 anos e pelo fato de ser resistente, e a velocidade é natural • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Muitos problemas de contusão, no juvenil tive 1 carreira muito promissora, Campeão Panamericano em 95 • Com que idade ocorreu esse resultado? - 20 anos, 19 para 20 alcancei os resultados. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Acho que para eu continuar os fatores são a fisioterapia, uma nutricionista, um suporte por trás, garra, vontade de treinar. Hoje eu vou correr os 1.500 mts à tarde, quero tentar o índice para o Panamericano. • Teve alguma contusão grave? Qual? - O meu objetivo para prova de 800 mts, quando eu começo a trabalhar mais rígido eu machuco muito, e também mudança de treinador / treino. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Nunca me afastei. 197 *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 5 198 1 - Dados Pessoais: • Nome: Emerson Perin • Idade: 24 anos • Equipe: São Carlos • Naturalidade: Paraná 3º nos 110 s/ barreiras 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Eu fazia todos os esportes, futebol, voleibol, judô; • Onde? - Na própria cidade • Como? - No colégio • Com que idade? - Mais ou menos de 8 à 10 anos. • Quanto tempo praticou? - 9 anos • Por que parou de praticar esse esporte? - Eu parei com os outros esportes com 17 anos. Por último handebol e voleibol. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Eu comecei aos 16 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi numa competição inter-classes, onde eu fiz lançamento de pelota e distância. 199 • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Os técnicos gostaram e comecei a treinar. • Onde ocorreu? - No Paraná. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Comecei a treinar a pelota, o dardo e a distância. O 110 s/ barreiras, eu comecei meio ano depois, numa aposta com um colega e fui bem, aí eu comecei a fazer a prova.. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, só o básico, geralmente melhor não aprofundar muito, fazer um pouco de cada prova. • Qual o melhor resultado alcançado? - Na época de menores eu obtive bons resultados, resultados que surpreendem os técnicos. Digamos assim, na época de menores eu tinha o melhor resultado do Brasil, no dardo também tinha bons resultados, tipo com 15 e 16 eu fazia 11"2 e 11"3. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 110 s/ barreiras e 100 metros, mais para melhorar a velocidade. • Com que idade se especializou nesta prova? - 17 para 18 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Os melhores resultados estão abaixo... machuquei muito, mudei de técnico, em termos de medalhas e colocações eu tenho bastante, mas a nível de resultados nenhum que me satisfaça entendeu? - A nível Brasil estou sempre entre os 3 primeiros. Participei da última Olimpíada (Atlanta USA) e participei do Universitário Mundial em 97. • 200 Com que idade ocorreu esse resultado? - 21/22 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Muita força de vontade, e ter um acompanhamento, que a pessoa possa ter a cabeça só para o Atletismo. Atualmente não chega a ser boas condições, mas está no limite. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Tive muitas contusões, mas a nível de lesão tive uma só. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Tive uma lesão que fiquei no máximo afastado 2 semanas. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). 201 ENTREVISTA – 6 1 - Dados Pessoais: • Nome: Luíz André Camargo Balcers • Idade: 25 anos • Equipe: Asics - Funilense • Naturalidade: Brasileiro - Filho de Belga - Nascido em São Paulo. 2º no 110 s/ barreiras 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Futebol de campo, joguei handebol, volei, natação, eu pratiquei muitos esportes. • Onde? - Em São Paulo. • Como? - Primeiro no colégio e também pratiquei fora do colégio. • Com que idade? - Depois eu pratiquei futebol de campo durante 4 anos, até os 16 anos. • Quanto tempo praticou? - 4 anos. • Por que parou de praticar esse esporte? - Praticava futebol e Atletismo ao mesmo tempo, escolhi o Atletismo. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Eu iniciei no Atletismo junto com o futebol de campo. Eu jogava futebol três vezes por semana e comecei fazer o Atletismo, também três vezes por semana. Tinha 17 anos 202 - Eu comecei a fazer Atletismo como aluno do Conjunto Ibirapuera como iniciação, foi onde eu conheci o meu técnico que é professor do conjunto né, e ao mesmo tempo ele era técnico da Eletropaulo, e 1 ano depois ele me levou para a Eletropaulo. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - No colégio, sempre gostei de correr, quando era moleque sempre apostei corrida com todo mundo, mas não tive oportunidade. É que aqui no Brasil não se dá apoio aos esportes de base como o Atletismo. Enquanto que lá fora o Atletismo faz parte do esporte de base. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Foi pela televisão das Olimpíadas de 84 de Los Angeles que marcou mais; foi o Carl Lewis ganhando as 4 medalhas de ouro, e aquela experiência me marcou muito.. • Onde ocorreu? - Para falar a verdade o meu tio em Marília treinava e eu cheguei a fazer alguns testes para o Atletismo e esse técnico me indicou para fazer no Ibirapuera.. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - A minha primeira prova foi salto em distância. • Fez treinamento específico para alguma prova? - A princípio eu fazia um pouco de tudo, iniciação mesmo, eu fazia muita brincadeira com barreira e saltos. • Qual o melhor resultado alcançado? - Comecei a competir em 90 não federado, participando nesses campeonatinhos não federados e eu fui vice-campeão paulista no salto em distância. Naquela época eu tinha condições e comecei a aumentar a quantidade de treino. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Eu faço 110 s/ barreiras. - 203 • Com que idade se especializou nesta prova? - Em 91 eu comecei no juvenil já federado. Eu fiz as duas provas, o salto em distância e o 110 s/ barreiras. Aí em 92 eu comecei a treinar para o decatlo. E em 95 (com 22 anos) me especializei nos 110 s/ barreiras porque foi a prova que eu sempre tive mais facilidade, apesar de nem treinar muito. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - São esses últimos, porque eu comecei relativamente tarde no Atletismo, nos últimos anos eu tenho aprendido muita coisa, com certeza esse ano... que esse ano eu fui vice-campeão paulista, agora eu fui vice-campeão brasileiro, o ano passado eu fui campeão paulista. Eu estou muito perto de alcançar o índice para o Pan, ou seja, esse resultado é o melhor que eu já tive, estou na melhor fase para melhor. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Aos 24 e 25 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Bom, tem que ser meio louco, muito louco, gostar muito, ser uma coisa de paixão mesmo. Aqui no Brasil você tem que acreditar que você pode e uma estrutura inexistente, que as condições são terríveis; eu posso dar Graças a Deus de Ter uma condição social, me dar uma certa estrutura, dormir bem, me alimentar bem, que eu posso me dedicar inteiramente ao esporte. Tenho certeza, se eu não tivesse me dedicado inteiramente ao esporte eu não tinha conseguido esses resultados Se fosse lá fora eu até podia trabalhar e treinar, e lá tem muito mais condições de fazer resultado; aqui você tem que torcer muito, correr atrás. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Ao longo dos anos eu tive várias contusões, mas a mais grave foi em 94, no músculo posterior da coxa, muito grave, foi por excesso de treinamento, eu tive uma contratura durante o treinamento e aí eu tive estiramento. E essa contusão foi ótima e serviu de termômetro e nunca mais se repetiu, não tive mais contusão grave. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - 2 meses sem treinar pra valer, só fazendo fisioterapia. 204 *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 7 205 1 - Dados Pessoais: • Nome: Cleverson Oliveira da Silva • Idade: 24 anos • Equipe: Asics Funilense • Naturalidade: Brasileiro / Região Sul / Londrina / Paraná 2º nos 400 s/ barreiras 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Não. • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 12 anos, numa escolinha de Atletismo na minha cidade (Londrina - PR). • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi numa competição, numa prova de longa distância, eu fui super mal, por aquele resultado eu tinha parado, daí eu desisti. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Meu pai, que fazia esporte, que começou a praticar esporte (correr) aos 28 anos, então ele começou muito velho; e os filhos ele incentivou a correr desde novo, e meu irmão fazia e depois passou a jogar futebol. • Onde ocorreu? - Na minha cidade 206 • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Eu corria em provas de longa distância, depois eu comecei a fazer salto em distância e provas de velocidade. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, fazia todas as provas • Qual o melhor resultado alcançado? - Olha, eu nem tenho resultados nesse nível. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 400 s/ barreiras, 110 s/ barreiras • Com que idade se especializou nesta prova? - 400 s/barreiras, 19 anos, não, 20 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Eu já fui para o Mundial, já fui aos Jogos Olímpicos de Atlanta, fui campeão Sul-Americano várias vezes, juvenil e adulto, já fui vice-campeão, vários títulos nacionais, Brasileiro. • Com que idade ocorreu esse resultado? • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no Atletismo? - Fatores, fator patrocínio é muito importante para eu continuar participando, principalmente com a idade que tenho, porque se eu não tiver retorno financeiro não dá pra ter retorno nas pistas. E a minha condição de saúde, que é uma condição..., conforme vai chegando a idade, vai desgastando a musculatura, mas já tem uma condição muito boa. Então, as duas condições principais são saúde física e mental e a financeira, que graças a Deus ambas estão boas. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Eu tive duas contusões que me deixaram afastado por dois meses dois anos seguidos, mas eu acho que foi relaxo meu, que não alonguei direito. 207 • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - 2 meses. - RELATO - Eu comecei com 12 anos, mas foi um trabalho bom, eu fazia todas as provas; comecei no fundo, fiz salto em distância, velocidade, e só aos 20 anos é que eu me especializei nos 400 s/barreiras. Que é a prova que eu faço hoje, que já fazem 5 anos que eu me dedico exclusivamente, então eu tive tempo e não me saturei na prova, tem gente que com 12 anos já está saturado, não agüenta mais, se eu tivesse feito isso, eu não agüentaria mais ver barreiras na minha frente, e não, eu tenho apetite ainda pra continuar melhorando as minhas marcas, descobrir o Atletismo, porque eu passei pelas fases coerentemente. Então o Atletismo, apesar de trabalhar, o Atletismo nas escolas, eu tenho vários relatos de muitos atletas bons no Brasil, o próprio Claudemir e o Edson, que iniciaram muito tarde, não teve o trabalho de certa forma profundo nas escolas para descobrir esses talentos, antes, porque se eles tivessem feito um trabalho na escola de periodização, de vivenciar o esporte nas escolas, hoje eles estariam melhores do que estão. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 8 1 - Dados Pessoais: • 208 Nome: Ricardo Alexandre Reinert 3º na Marcha - 20 Km • Idade: 23 anos • Equipe: Solimarcha - Unimep • Naturalidade: Blumenau. 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Futebol. • Onde? - Blumenau. • Como? - A nível competitivo também. • Com que idade? - Dos 7 até os 13 anos. • Quanto tempo praticou? - Mais ou menos 7 anos. • Por que parou de praticar esse esporte? - Bom, comecei a participar de uma prova que tem lá em Blumenau, e fui dar uma olhada nesses jogos e me interessei pela Marcha Atlética, entrei em contato com alguém e comecei fazendo Marcha, e estou até hoje. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - O Atletismo comecei a praticar com 13 anos de idade. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi na competição dos Jogos da Primavera, eu tive 4 vitórias consecutivas, e desde então não parei mais de fazer. 209 • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Primeiro foi meu pai, que já fez Atletismo, fez maratona, e segundo pelo gosto de ter o Atletismo em mãos, de começar a praticar o Atletismo que é muito legal. • Onde ocorreu? - Na minha cidade mesmo, Blumenau. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - 800, corrida mas em prol da Marcha Atlética, depois que eu vi, fiz a Marcha. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, o meu treinamento específico foi para a corrida, atualmente o professor de Educação Física me convidou também, depois que ele me viu correndo, viu que eu tinha muito futuro e me convidou para fazer marcha também, e aí desde então estou até hoje fazendo Marcha Atlética aqui no Troféu Brasil, tentando conseguir algumas posições boas, e está muito bom agora, e eu não pretendo sair tão cedo. • Qual o melhor resultado alcançado? - Eu sempre tive muitos resultados bons, mas não foram ótimos, e eu não me lembro praticamente dos resultados; foram médios, médios para baixo, eram provas de corrida meio fundo.. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Minha especialidade, hoje no Atletismo é a marcha atlética, os 20.000, tem os 50.000 mas atualmente eu só pratico os 20.000. • Com que idade se especializou nesta prova? - Faz 4 anos que eu me especializei nos 20.000, porque desde então eu era juvenil, só fazia 10.000, e agora estou nos 20 Km marcha atlética. • 210 Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Meu melhor resultado foi no estadual de São Paulo, há 3 semanas, 1 hora 32'05", e a nível de conquista, eu venho há 3 Troféus Brasil, o primeiro foi em São José eu fui desclassificado, era o meu 1º, o ano passado foi em Paraná- Curitiba, eu fiquei em 6º e agora em 1.999, no Rio de Janeiro em 3º lugar. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Os melhores resultados estão acontecendo agora (23 anos), e daqui pra frente sempre melhor, nunca para pior. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no Atletismo? - Tentar conquistar mais provas, mais títulos. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Acho que não seja uma contusão, não era contusão, era um problema que eu tinha no estômago, e nem era, era uma apendicite que eu tinha, e fui operado e fiquei quase dois anos parado, eu voltei e hoje estou aí, de novo tentando conquistar mais provas. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Dois anos parado - uma apendicite. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 9 1 - Dados Pessoais: • Nome: João Carlos dos Santos 3º 400 s/ barreiras 211 • Idade: 24 anos • Equipe: Flamengo • Naturalidade: Santa Catarina – Chapecó. 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Futebol, voleibol, handebol, equitação. • Onde? - Na própria cidade (Chapecó). • Como? - Na escola e no clube. • Com que idade? - Vôlei, foi bem cedo, 9 - 10 anos; futebol até aos 17 anos, equitação desde pequeno; handebol, na época .... entre o Atletismo, 18 anos. • Quanto tempo praticou? - Dos 9 aos 17/18 anos. • Por que parou de praticar esse esporte? - Equitação pratiquei mais tempo, parei porque não era promissor na época. 3 - Prática no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 17/18 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Mais ou menos, a primeira que eu lembro, foi uma corrida de rua, eu fui 3º na época. • 212 Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Estava próximo do colégio onde eu estudava, e na época na minha cidade (Chapecó), era Jogos Abertos de Santa Catarina, o esporte era uma coisa muito legal, então lá, todo menino queria ser atleta, queria fazer algum esporte, e como o Atletismo era próximo de onde eu estudava, próximo da minha casa, aí eu acabei fazendo Atletismo. E a mentalidade do meu técnico ajudou muito. • Onde ocorreu? - Chapecó - Santa Catarina. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - 800 m. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Eu treinava 800 m. • Qual o melhor resultado alcançado? - 1'79, por aí, não era expressivo. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 400 m s/ barreiras. • Com que idade se especializou nesta prova? - 20 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - 50", 3º Troféu Brasil é um dos melhores resultados que eu tenho,mas já venci o Grand Prix Brasil, que era algumas que tem, etapas, já. • Com que idade ocorreu esse resultado? - 22 - 23 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? 213 - Eu creio que, um dos fatores é o Circuito Internacional, Olimpíadas e Campeonatos Mundiais. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Graças a Deus, nenhuma. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Não me afastei. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 10 1 - Dados Pessoais: • Nome: Hudson Santos de Souza • Idade: 22 anos • Equipe: Arpoador / correndo pelo Flamengo (Troféu Brasil) • Naturalidade: Brasília. 214 1º 1.500 m e 1º nos 800 m 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Handebol durante 2 meses. • Onde? - Foi na escola. • Como? - Só nas aulas de Educação Física. • Com que idade? - Começou com 15 anos, daí para lá até os 22, o Atletismo. • Quanto tempo praticou? - Só nas aulas de Educação Física na escola. • Por que parou de praticar esse esporte? - Parei o futebol por causa do Atletismo. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Iniciei com 16 anos / Estádio de Atletismo lá de Brasília. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi muito difícil, saí do handebol para o Atletismo, handebol e Atletismo é uma diferença muito grande.. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Os meus pais, meus pais me deram muito apoio no Atletismo, não deixaram eu trabalhar. • Onde ocorreu? - Em Brasília. 215 • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Salto em Altura e 400 m. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não. • Qual o melhor resultado alcançado? - Eu era infantil nessa época, saltei 1.80 na altura e nos 400 eu não tinha um tempo muito bom, tinha 59", 58", não lembro bem. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Minha especialidade é os 800, 1.500 e a milha. • Com que idade se especializou nesta prova? - Eu estava com 18 anos quando fui para São Paulo,comecei a praticar profissionalmente. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Record Sul-Americano no mundial juvenil, 3'48, meu melhor resultado adulto foi 8'38"41, na milha eu tenho 3'55, nos 800 1'47"06, esse resultado eu fiz com 21 anos de idade, de 20 à 22 foram os melhores resultados. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Com 20 à 22 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Desde a minha idade que eu comecei, com 15 anos admirava o Joaquim Cruz o ponto mais alto no esporte é a Olimpíada, é isso que me leva a praticar o Atletismo. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Desde o momento em que você está num esporte competitivo, você está sujeito a ter um machucado. Esse ano até foi uma gripe, foi uma canelite que me deixou afastado por 2 216 semanas.Eu pretendo ficar bem até o Pan, tentar fazer o índice para o mundial e até para a Olimpíada. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - 2 semanas. - *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 11 1 - Dados Pessoais: • Nome: Eronildes Nunes de Araújo • Idade: 28 anos • Equipe: Anterior - Asics Funilense / Atual - Olímpikus • Naturalidade: Bom Jesus da Lapa - BA 2º 400 m e 1º nos 400 m s/ barreiras 217 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Pratiquei não profissionalmente futebol. • Onde? - Saí dos 2 anos da Bahia e fui para Brasília, lá joguei futebol com mais ou menos 15 ou 16 anos. • Como? - Não era profissional, comecei no colégio em 1.987, depois profissionalmente com 17 anos. Depois em Brasília. • Com que idade? - 15/16 anos. • Quanto tempo praticou? - Dos 15 aos 17 anos. • Por que parou de praticar esse esporte? - Por causa do Atletismo. 3 - Prática no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Em 1.987, com 17 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Campeonatos colegiais na própria cidade. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Persistência minha e do técnico. • 218 Onde ocorreu? - Em Brasília. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - 200 m e 400 m - 1.987 com 17 anos 200 e 400 - 1.989 com 19 anos 400 m s/barreiras. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Barreira. • Qual o melhor resultado alcançado? - 200 m - não me lembro - 400 m - 50"10. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 400 m c/barreiras e 400 m rasos. • Com que idade se especializou nesta prova? - Com 19 anos - 1.989 - barreira. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Recordista Sul-Americano - 48"04 nos 400 mts. c/barreiras. • Com que idade ocorreu esse resultado? - 25 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Igual ao Sanderlei, o dinheiro né, e a gente vive disso, e pelos resultados que a gente tem né?!... • Teve alguma contusão grave? Qual? - Contusão não; mas em 1.987 deixei de ir para o Mundial devido a uma cirurgia no pé esquerdo. - 219 • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Outubro de 1.987 à Janeiro de 1.988 (Três meses). *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 12 1 - Dados Pessoais: 220 • Nome: Sanderlei Claro Parrela • Idade: 24 anos • Equipe: Flamengo • Naturalidade: Santos / SP 2º 800 m e 1º nos 400 m 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Handebol. • Onde? - Pela escola. • Como? - Sem compromisso. • Com que idade? - 15/16 anos. • Quanto tempo praticou? - Durante 2 anos. • Por que parou de praticar esse esporte? - Parei porque comecei a praticar o Atletismo e preferi ficar no Atletismo. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Atletismo, a partir de 1.989 aos 16 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Campeonato Infantil, 400 m, não foi das melhores, mas não foi tão ruim. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? 221 - Os resultados em competições. • Onde ocorreu? - Ainda em Santos. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - 400, 100 e 200 m. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Nessa época era o treinamento que o treinador passava. No início era mais velocidade. • Qual o melhor resultado alcançado? - Infantil - 50"3. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 400 m. • Com que idade se especializou nesta prova? - 19 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - 44"72 - melhor marca - Recorde Brasileiro e Sul-Americano. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Com 24 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Saúde, sorte, dinheiro que tem que ser, e continuar com o treinamento, boa alimentação, uma boa assistência tanto técnica, faz um conjunto perfeito, hoje, para mim, virou uma profissão, vivo disso, do Atletismo. • 222 Teve alguma contusão grave? Qual? - Já tive, tendão de Aquiles, distensão na posterior e canelite (tendinite). O mais grave foi a "canelite". • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Mais de 4 meses. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 13 1 - Dados Pessoais: • Nome: Márcio Simão de Souza • Idade: 24 anos 1º nos 110 m s/barreiras 223 • Equipe: Funilense / São Caetano • Naturalidade: Santo André 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Todos, menos a Marcha Atlética; todos mesmo: natação, vôlei, basquete, futebol... menos esporte radical. • Onde? - No Sesi de Mauá. • Como? - Na escolinha de futebol. • Com que idade? - 10 anos. • Quanto tempo praticou? - Pratiquei o futebol durante 2 anos. Comecei com 12 anos, treinando mesmo somente com uns 5 anos. • Por que parou de praticar esse esporte? - Parei porque eu não agüentava jogar uma semana, e o Atletismo não. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Foi na escola e na rua. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Eu fazia fundo - 1.000 m, 800 m, depois salto em altura, salto c/ vara, salto em distância, depois eu passei para barreira, 80 s/barreiras, 110 s/barreiras. - 224 • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Eu corri numa prova de 3.000mts na rua, e tive uma colocação boa, de lá eu comecei a fazer Atletismo; fora assistir Olimpíada, Robson Caetano, daí dava vontade. • Onde ocorreu? - Em Mauá • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - 3.000 na rua, 1.000, 800, salto com vara, distância e barreira. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Eu treinava para todas as provas, eu ia para uma competição, chegava lá, eu podia escolher quais eram as provas que eu ia entrar. • Qual o melhor resultado alcançado? - Fui campeão menores 300 s/ barreiras, 2º nos 80 s/barreiras e 4º no salto c/ vara. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 110 c/barreiras e salto em distância. • Com que idade se especializou nesta prova? - 22 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - No salto em distância eu tenho 7.75, e nos 110 s/barreiras 13"38; e a nível de conquista, 3º lugar, Grand Prix no Rio de Janeiro e Campeão Estadual em 1.999. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Melhor resultado com 24 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Incentivo do técnico, e um pouco mais de patrocínio. 225 • Teve alguma contusão grave? Qual? - Machuquei a fascia plantar do pé esquerdo, eu não posso fazer o salto em distância por enquanto, posso fazer o salto mas não tenho confiança, para fazer a prova de barreira eu não sinto nada, graças a Deus. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Não me afastei. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 14 1 - Dados Pessoais: • Nome: Celso Ficagna. • Idade: 23 anos • Equipe: Vasco da Gama 226 1º no 3.000 m c/obstáculos • Naturalidade: São Jorge D' oeste - PR 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? Não. • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? 3 - Prática no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 17 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Eu competi um campeonato de fundo e meio-fundo em Santa Catarina. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Foi um convite que um professor que já praticava Atletismo fez numa corrida que eu participei, e através deste convite que eu comecei a praticar. • Onde ocorreu? - Na própria cidade. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Eu comecei fazendo 1.500 e 5.000, no começo, quando eu comecei a treinar. Até que fiz a tempo, até o final do Juvenil eu fiz ainda 3.000 c/ obstáculos também, que eu tentei índice para o Mundial Juvenil, não conseguindo larguei do 3.000 e comecei a correr 800 e 1.500. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Mais para o 1.500 e 5.000, 3.000 nunca fiz, até mesmo esse ano ainda não fiz um trabalho específico para os 3.000. 227 • Qual o melhor resultado alcançado? - Fui 3º colocado num campeonato nos Jogos Abertos de Santa Catarina. - 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Mais 1.500 e 3.000, estava fazendo 800 até o ano passado, e vi que já não era a minha prova, larguei para fazer os 3.000. • Com que idade se especializou nesta prova? - Não me especializei, estou tentando fazer um trabalho agora esse ano e para o ano que vem, vamos tentar fazer um trabalho melhor (23/24 anos). • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - 12"40 esse ano, num campeonato que teve esse ano aqui no Rio mesmo e no 1.500 foi em 97, que eu fiz 3'24"5 no Campeonato Estadual de São Paulo. A minha conquista mais expressiva é o 1º Troféu Brasil, agora em 99. • Com que idade ocorreu esse resultado? - 23 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Eu tenho um objetivo maior acho que de todo mundo que entra no esporte, que é… tentar, tentar não…vou fazer o índice para Olimpíada, que é o meu objetivo maior. Aí esse é o motivo que mais me segura. Até eu não conseguir fazer isso, eu não vou descansar. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Eu tive uma lesão, mas não tão séria, no 1º ano em que comecei a praticar, no tendão de Aquiles, que eu fiquei uma semana sem poder treinar, daí na outra semana voltei a treinar fraquinho, mas não foi nada assim tão sério, nunca tive uma contusão que me deixou uma temporada fora. 228 • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - 1 semana. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 15 1 - Dados Pessoais: • Nome: Rafael Raimundo de Oliveira da Silva • Idade: 20 anos • Equipe: Agora eu tô na Olímpikus, sou atleta Olímpikus. • Naturalidade: Brasileiro - São Paulo mesmo - São José do Rio Preto 3º nos 100 m e 3º nos 200 m 2 - Iniciação Esportiva: 229 • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Sim, futebol de campo. • Onde? - Eu jogava por outra cidade. • Como? - Vinculado a um clube. • Com que idade? - 10/11 anos. - Quanto tempo praticou? - 2 anos. • Por que parou de praticar esse esporte? - Não… foi uma coisa,um dia tive um teste para competir, aí eu fiz o teste e passei, foi aí que eu me interessei pelo Atletismo. Foi ainda na minha cidade, para campeonato colegial. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Na própria cidade, em 97 (18 anos). • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - 97, e aí participei do campeonato e já me saí bem. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Eu já tinha o Dom, tanto é que quando eu praticava futebol, eu era ponta direita, aí quando eu fiz o teste, o técnico gostou, eu gostei também, e já continuei. • Onde ocorreu? - Em São José do Rio Preto. - 230 • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - As mesmas de hoje, 100, revezamento e salto em distância. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, não treinava, como era interior, dizia assim: vai ter competição tal dia, aí uma semana antes eu dava um trote, achava que já estava bem treinado e ia para a competição. • Qual o melhor resultado alcançado? - Naquele tempo, 11'40. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 100, 200 e revezamento. • Com que idade se especializou nesta prova? - É, 100 e 200, 18 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Nos 100 m é 10'43, nos 200 21"32, e no revezamento ainda vou correr aqui. E agora 3º colocado no Troféu Brasil. Não igualei a marca, fiz 10"45. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Atualmente, 20 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Ajuda do pessoal, você tem que ter uma base, um suporte para que você continue no Atletismo, porque você sozinho não consegue, tem que ter um incentivo, um incentivador, que faça você a confiar. Porque sozinho você não consegue. Já tenho esse apoio. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Não, nunca tive. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Nunca me afastei. 231 *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 16 1 - Dados Pessoais: • Nome: Claudinei Quirino da Silva • Idade: 28 anos • Equipe: Funilense / Olímpikus • Naturalidade: Lençóis Paulista 2 - Iniciação Esportiva: 232 1º nos 100 m e 1º nos 200 m. • Praticou algum esporte antes do Atletismo? Não. • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? 3 - Prática no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 20 anos, mais ou menos 19 para 20 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Eu comecei através de um amigo meu, eu fiz um teste lá, o técnico gostou de mim aí e u fiquei, depois de um mês eu participei dos Jogos Regionais, aí eu fui bem. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Foi o amigo, e a primeira vez que eu vi ele, ele era vistoso, todo forte, robusto, aí eu me interessei, e pela aparência, e eu já gostava de correr. • Onde ocorreu? - Em Lençóis Paulista. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Eu iniciei no começo salto em distância, depois eu passei para os 100 e depois nos 200 m, e atualmente estou entrando nos 400 mts. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, porque o treino lá era bem simples, o técnico era recém-formado e não tinha muita experiência. • Qual o melhor resultado alcançado? - No começo, eu não lembro, o melhor resultado foi 11"02, eu corri 10"40 e foi normal. Só Campeão Regional nos 100 m. 233 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - A minha especialidade mesmo é os 200 mts, mas eu corro 100 e agora estou começando com os 400 m. • Com que idade se especializou nesta prova? - Eu comecei todas com 20 anos, mas os 200 eu parei um pouco e voltei aos 23. Depois que eu passei para o 3º técnico. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Eu sou Bi-Campeão dos 100 m, sou atual Campeão dos 200 m sou recordista Sul-Americano dos 200 mts, sou recordista Sul-Americano e Brasileiro dos 4x100 mts; fiquei em 3º no Mundial em 97 na Grécia, se no Mundial de 95, o ano passado no Buduil Games de Nova York em 3º, e Campeão dos Jogos Abertos 4x100, 100 e 200 mts, e Campeão Paulista. • Com que idade ocorreu esse resultado? - A idade eu não sei, com 25 anos mais ou menos, a partir dos 25 anos, é que eu já comecei - tarde. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Importante, eu acho que dois fatores, o patrocínio e o técnico. Com esse técnico eu já me adaptei muito bem. Então são esses dois fatores. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Eu tive uma só, no posterior, na Olimpíada de 96, que eu fiquei mais tempo afastado me recuperando, 4 meses • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - 4 meses. - 234 OBS: Palavras de um Campeão: "Não desista não, no começo a gente sempre padece, mas um Campeão não é só feito de vitórias, é de derrotas também. Então se você tem um sonho, como eu tive um sonho de chegar aqui, ou mesmo numa Olimpíada, não desista". *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 17 1 - Dados Pessoais: • Nome: Elenilson da Silva (Soró) • Idade: 27 anos • Equipe: Hoje, graças a Deus, nós estamos na equipe do Vasco da Gama no Rio de Janeiro e 1º nos 5.000 m e 1º nos 10.000 m estamos feliz pelo esporte profissional, no caso o futebol vem dando apoio para nós, o Atletismo. Após ficarmos feliz por ter também a oportunidade de trabalhar e fazer o melhor, e representar bem o clube.. 235 • Naturalidade: Brasileiro - sou de Bela Vista - Mato Grosso do Sul, eu vim para São Paulo e graças a Deus estou feliz porque estou dando continuidade a um trabalho que eu gosto muito e tô muito feliz. 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Sim, eu antes jogava futebol, antes um pouco eu mexia com boi, com rodeio, aí eu parti pro futebol, larguei o futebol pra praticar o Atletismo, acho que o dom mesmo é o Atletismo e graças à Deus estou fazendo grandes resultados e tenho muita fé em Deus que vou fazer muito ainda pra alegria do nosso povo, do nosso Brasil, nosso país.. • Onde? - Foi lá em Bela Vista em Mato Grosso do Sul, porque eu nasci desde criança mexendo nessa vida, correndo atrás de gado, de animais e isso já me deu uma condição para o esporte igual o pessoal funciona aqui no Quênia, porque eles nascem desde novinho já anda 10, 12 Km para ir pra escola, isso que tem a vantagem dos corredores do Quênia, já nasce num país de altitude alta, já é genético, andam muito e isso dá muita condição pro esporte. • Como? - Eu joguei muito nos clubes da cidade na região, mas eu tive um convite de um time grande que foi o Bahia né, pra jogar futebol. Eu tinha um preparo físico muito bom, jogava na ponta direita, e na época tinha um outro amigo que foi convidado para o Flamengo do Rio de Janeiro e eu iria para o Bahia, no caso aí eu, no primeiro dia da final, que foi na minha cidade tinha essa corrida, e eu falei eu não vou jogar a partida, eu vou correr, e comprei um short e uma camiseta e entrei na prova. Cheguei mais de 14 Km na frente do favorito. A partir daquele dia, eu comecei a correr. • Com que idade? - 17/18 anos. - Quanto tempo praticou? - Mais ou menos 1 ano. • 236 Por que parou de praticar esse esporte? - Por causa do Atletismo 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 18 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Fiquei feliz e ao mesmo tempo perdido porque eu era uma coisa, nova né, e lá em Mato Grosso não tinha uma alimentação adequada, um acompanhamento de um professor, um técnico, aí eu vim para São Paulo né, cheguei em São Paulo em 92, isso foi em 89, 92, treinei 4 anos no São Paulo Futebol Clube com o meu técnico José Luiz também uma pessoa que eu tenho um carinho muito grande por ele também, e hoje estou no Vasco, treino com o Humberto, estou feliz, cada dia que passa, cada ano, evoluindo mais. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - É… foi uma coisa que realmente aconteceu, eu corri uma prova sem ter experiência nenhuma, corri muito bem, aí 3 meses depois já fui participar dos Jebs - Jogos Escolares Brasileiros, onde fiquei em 3º lugar e a partir daí a minha carreira foi as mil maravilhas. Hoje, graças a Deus estou muito feliz mesmo. • Onde ocorreu? - Bela Vista - Mato Grosso do Sul. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Eu comecei fazendo provas de rua, 5.000 e 10.000 m, inclusive eu estou classificado para correr agora nos Jogos Pan-Americanos no Canadá, nos 5.000 já, mas eu vou correr os 10.000 hoje, no caso aqui, mas eu tô muito feliz, pois a cada dia que passa eu vou evoluindo mais e tudo é tempo ao tempo né. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não. • Qual o melhor resultado alcançado? 237 - 3º lugar nos Jebs - Jogos Escolares Brasileiros. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 5.000 e 10.000 m. • Com que idade se especializou nesta prova? - Eu comecei em 92, porque daí eu vim para São Paulo, comecei a treinar nas pistas sintéticas, comecei a fazer um trabalho para os 5.000 e cada dia que passa eu estou me especializando melhor. E pretendo evoluir devagarzinho conforme o tempo, né, a gente entrega na mão de Deus e devagarzinho a gente chega lá. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Eu graças a Deus, em caso de provas de rua, eu já ganhei várias provas de rua, provas importantes, talvez as provas mais importantes do Brasil, já fui Campeão Brasileiro, SulAmericano, Campeão Paulista, medalha de bronze no ano passado no Mundial e tô classificado este ano para os Jogos Pan-Americanos. • Com que idade ocorreu esse resultado? - 26/27 anos • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - É um conjunto de coisas para fazer um campeão né, é apoio, no caso seria da família, é patrocínio, dar condição para o atleta treinar, porque o atleta de alto nível tem muito gasto né, financeiro, isso dá condição para que o atleta venha a treinar entendeu? Hoje, no caso o Atletismo a nível Brasil, graças a Deus melhorou muito, porque as empresas, os clubes no caso estão investindo. Isso dá condição para que o atleta não trabalhe e faça exclusividade o Atletismo, a modalidade que ele goste. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Eu tenho um problema, muitos problemas no caso, essa minha perna direita são 2 cm mais curta do que a esquerda, mas isso já é uma nascença, e as vezes me dá muitas dores lombares, dores de coluna, e eu já acostumei com esse problema. Porque Jesus me deu esse dom pra 238 correr, isso pra mim é o mínimo, eu tenho muita fé em Deus, e em primeiro lugar Jesus Cristo na minha carreira, na minha vida, e eu consigo superar isto com a cabeça, com a parte psicológica muito boa, porque não é fácil. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Eu tive vários problemas, problemas lombares, problemas na coxa, mas hoje eu uso uma palmilha específica e tô fazendo, já sei como devo treinar, no caso que venha acarretar problemas, e graças a Deus eu estou superando isso, porque Jesus é tudo na nossa vida. Nunca me afastei. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 18 1 - Dados Pessoais: • Nome: Mário José dos Santos Jr. • Idade: 19 anos • Equipe: Asics - Funilense • Naturalidade: Cubatão - São Paulo 2º na Marcha 20 Km 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? 239 - Pratiquei judô, canoagem e futebol. • Onde? - Na minha cidade. • Como? - Não, não iniciando. • Com que idade? - 6 anos, eu fazia um pouco de tudo. - Quanto tempo praticou? - Canoagem - 2 anos • Por que parou de praticar esse esporte? - Porque eu era muito novo, minha mãe não queria, porque era muito perigoso. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 12 anos em Cubatão. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi… comecei na escolinha, em prova de rua, aí para a pista, eu tinha que marchar, porque não fui classificado, aí fui para marcha e arrebentei. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - No Atletismo, uma pessoa que treinava lá me convidou e eu fui, e na marcha atlética é porque eu fui competir, e competi bem. • Onde ocorreu? - Em Cubatão mesmo. • 240 Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Somente marcha. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Isso, já fazia treinamento específico para marcha • Qual o melhor resultado alcançado? - Campeão Estadual, e 10'58" - nos 2.000 no mirim. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 20 Km na marcha atlética. • Com que idade se especializou nesta prova? - É o meu primeiro ano nos 20.000. Foi um Bi-Campeão Sul-Americano fui o ano passado, eu bati o record Brasileiro, apesar de ter ido a Mundial Pan-americano, Pan-americano Juvenil, eu não fui muito bem, fui melhor no Pan-americano adulto em Miami, 1º Brasileiro fui 13º e aqui no Troféu Brasil fui 2º. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Eu acho que foi o ano passado; Bi-Campeão Sul-Americano, recordista brasileiro • Com que idade ocorreu esse resultado? - 18 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Incentivo financeiro acho que é o principal, porque sem incentivo financeiro não tem como se manter. Eu não moro com os meus pais, e tenho que arcar com os custos. Eu vou ter que fazer uma faculdade porque o Atletismo não é para sempre, então vou ter que pagar, dinheiro para a minha alimentação, aluguel e estudo. E ainda tem que sobrar um pouco ainda, para garantir o futuro, senão, não tem como continuar. O primeiro ano de adulto é um ano muito delicado, porque as pessoas não sabem como é que você está, e ainda que está mudando a prova de 10 mil para 20, se você não tiver incentivo, você pára. Por isso a cada 10 atletas 241 marchadores que começam no adulto, 1 fica, é por isso. Atletismo é uma carreira muito rápida, 10 anos você está encerrando. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Ano passado eu tive muitos problemas devido a fortalecimento, aí tive contusão no joelho, mas agora está tranqüilo. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Fiquei 40 dias sem poder treinar. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 19 1 - Dados Pessoais: • Nome: Anderson Jorge dos Santos • Idade: 27 anos • Equipe: Vasco da Gama • Naturalidade: Minas Gerais 2 - Iniciação Esportiva: • 242 Praticou algum esporte antes do Atletismo? 3º nos 400 m - Futebol, como qualquer brasileiro. • Onde? - Na cidade mesmo. • Como? - Na época do colégio. • Com que idade? - Comecei um pouco já com 20 anos. Não considero, eu acho que era para eu começar com essa idade mesmo. - Quanto tempo praticou? - Poucos meses. • Por que parou de praticar esse esporte? - Por causa do Atletismo 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 20 anos • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Eu comecei correndo provas de rua e depois provas de pista, eu tive pouco tempo de treino e já tive resultado. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - O Atletismo eu acompanhei pela televisão e eu acreditava que eu tinha o biotipo de corredor e aí comecei a praticar, não teve nenhuma pessoa que me incentivou, não. Olhando assim mais ou menos o meu corpo, a minha forma física. • Onde ocorreu? - Foi aqui mesmo no Célio de Barros, os 400 m, que é a prova que corro mesmo. 243 • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Eu corri inicialmente no traking, 400 e 200 m também. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, eu fazia treinamento para corrida de rua, gostava de corrida de pista. Eu alternava o treinamento, corrida de pista, corrida de rua. • Qual o melhor resultado alcançado? - Por incrível que pareça, o meu melhor resultado nessa época foi 57", um resultado que eu perderia pra mulher. Mas na época foi representativo. Foi a primeira vez que coloquei uma sapatilha. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Atualmente eu sou especialista nos 400 m rasos, mas para o futuro é possível que eu me especialize nos 800 rasos. • Com que idade se especializou nesta prova? - Começou a aparecer como prova única, como prova com âmbitos olímpicos e pan-americano, a partir de novembro que eu comecei a treinar com o Profº Luiz Alberto, e ficou mais interessante para mim. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - A minha melhor marca eu consegui há um mês atrás nos U.S.A. que eu corri com 45"92 a melhor marca da minha carreira e da minha vida. No Troféu Brasil, já há dois anos atrás eu havia ficado em 3º e essa é ainda a minha melhor colocação, e espero melhor. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Com 26 anos de idade, eu ainda estou chegando na época da minha forma que ocorre mais ou menos aos 27 e 28 anos. • 244 Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Olha, eu acho que um dos principais fatores é que uma melhor estrutura que os clubes deveriam dar ao Atletismo. Eu acho que se tivesse um pouco mais de apoio o Atletismo Brasileiro se desenvolveria muito mais. Olha, o objetivo dentro do Atletismo a gente sempre tem, todo mundo que está aqui hoje quer ir a uma Olimpíada, um Pan-americano, é isso. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Contusão grave, no treinamento felizmente não. Apenas algumas lesões. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Nunca me afastei. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 20 1 - Dados Pessoais: • Nome: Flávio de Oliveira Godoi • Idade: 29 anos • Equipe: Flamengo Futebol Clube • Naturalidade: Petrópolis - RJ 2º nos 800 m 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? 245 - Futebol e vôlei. • Onde? - Curitiba/Paraná • Como? - Competitivamente. • Com que idade? - 12 aos 20 anos. - Quanto tempo praticou? - 1 ano e meio, competitivamente. • Por que parou de praticar esse esporte? - Por ter que trabalhar e ajudar minha irmã e o meu cunhado. 3 - Prática no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 21 anos, pelo exército em 89, pelo exército do Rio de Janeiro, eu competi lá, foi então que fui descoberto pelo Gomes Barreto, como ele me chamou para treinar, continuei treinando com ele até 91, 91 a 92 parei de treinar porque eu não pude mais treinar com ele. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi de Atletismo nível né, eu estava com 21 anos, foi quando Zequinha, Joaquim Cruz, o Edgar, o Gilmar, todos estavam em altíssimo nível. Então pra mim foi bom. Nessa época, em 91, eu fiquei em 3º lugar, foi o primeiro Troféu Brasil meu, com 21 anos. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Força de vontade, mais a força de vontade, e dom pelo esporte ,pela modalidade. • Onde ocorreu? - Essa competição foi no exército, e até hoje eu ainda estou lá. 246 • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - 400 e 100 metros. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Fazia, fazia (400 e 100 mts). • Qual o melhor resultado alcançado? - Foi 46"40, meu melhor resultado no Brasileiro de 91, foi um ano em que realmente despontei no Atletismo Brasileiro, com 21 anos, 91. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 800 e 400, sou regular nas duas provas.. • Com que idade se especializou nesta prova? - Com 25 anos que comecei a me especializar mesmo. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Nos 400 é 46"40, feito o ano passado no Troféu Brasil né, e nos 800 é 1'46"09 feito em 95 no Mundial Militar em Roma. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Bem, os 400 o ano passado com 28 anos né, e os 800 foi em 95 com 25 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Fatores…bem em matéria de tratamento em psicologia me ajuda muito, de fazer tudo aquilo que a gente não tem vontade, mas a gente pensa um pouquinho, no esforço do trabalho do dia-a-dia, isso faz com que eu me engrandeça cada vez mais espiritualmente e fisicamente, e é por isso que eu me mantenho no Atletismo até hoje, e procuro manter mais a frente ainda. - 247 • Teve alguma contusão grave? Qual? - Tive bastante, bastante. A pior delas foi a tendinite na rótula do joelho, me afastou em 92 do índice de Olimpíada de Barcelona. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Fiquei 3 meses fazendo trabalho de recuperação. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 21 1 - Dados Pessoais: • Nome: Tiago Antônio de Oliveira Fraga • Idade: 26 anos • Equipe: Amazorte • Naturalidade: Manaus 2 - Iniciação Esportiva: • 248 Praticou algum esporte antes do Atletismo? 3º nos 3.000 m c/obstáculos - Handebol. Eu morava no interior de Manaus, em Itatiara, então em 1.985 eu fui para Manaus e 1.985 mesmo eu comecei a praticar Handebol. O pessoal na escola pediu quem quisesse participar do handebol ou de Educação Física, aí eu escolhi o handebol. • Onde? - Em Manaus mesmo. • Como? - Na escola. • Com que idade? - 14/15 anos. - Quanto tempo praticou? - 3 anos até 1.988. • Por que parou de praticar esse esporte? - Em 1.990,lá em Manaus a Vila Olímpica foi inaugurada lá, e tinha Atletismo, aí eu disse: "Pô, já estou com a idade de 17 anos, aí pô já estou com a idade assim muito avançada", porque nos esportes que estavam querendo lá, até pro handebol, já estava um pouco mais ou menos velho prá entrar na escolinha, e pro Atletismo tinha muita vaga, então o pessoal queria né. Aí, eu doido pra treinar Atletismo, chegou um dia lá fui reprovado, brincadeira né, no Brasil é tudo por debaixo do pano, um professor da minha escola, ele mesmo, ao invés de me ajudar, me atrapalhou. Por causa do documento, precisava entregar documento, tinha que levar em mãos, aí ele estava com todos os documentos, só faltava atestado médico que tinha que ter pra participar, pra ver se estava apto, aí ele pegou e disse: "Vocês não vão poder não, agora vocês vão ter que ir no hospital ali, lá ver se vocês conseguem". Aí a gente foi lá e não conseguimos. Não, não, o que deu mais raiva é que ele pegou a foto de uma senhora né. Ela disse: "Olha, eu tenho a foto, mas só posso trazer o atestado na outra semana". Aí ele pegou né, aí ficou desagradável, já que estava lá né…a gente ficou chateado. - Aí passou, demorou um tempo e voltei de novo, não consegui. Aí em 1.995 começou o projeto, os testes, aí teve mais incentivo, melhorou muito, começaram a dar alimentação, ficou muito bom, realmente o que mais estraga é o clima que não é muito favorável, pré provas de velocidade é bom, mas para prova de fundo não é muito bom porque é um clima muito quente e 249 - úmido. Então é uma luta pro pessoal se adaptar. Aí em 95/96 eu comecei a treinar, aí eu entrei nesse projeto em 96, aí foi a maior luta, a gente foi batalhador mesmo, briguei com todo mundo lá para entrar no projeto porque já estava com a idade avançada, mas aí eu disse: "Pô, agora que estão dando tudo aí né, eu tenho que aproveitar agora, eu tenho que pegar um pouco, senão, como é que eu vou melhorar?". Briguei, briguei com todo mundo lá porque queria entrar no projeto. Aí depois de tanta briga lá dentro, aí por causa dos benefícios lá dentro, aliás, não tinha ajuda de custo, mas tinha alimentação que era uma coisa importante, eu não me alimentava bem né. Eu morava em casa então a gente não se alimentava bem, então lá já tinha uma alimentação boa. Briguei, briguei com todo mundo lá, aí tive que ter um resultado bom; meu 1º Troféu Brasil foi em 96, corri o 3.000 c/obstáculos, 9' 01”, fui 7º na época, aí eu pedi alimentação de novo, aí viram que eu estava melhorando e me deram. Aí depois porque eu tive problemas com a minha família, porque eu era filho adotivo, então a minha família me cobrava muito porque tinha que trabalhar igual ao pessoal cobre, então como a gente tem um sonho né, um objetivo né, eu quero, eu vou querer isso então eu vou trabalhar, e o pessoal não acreditava muito lá em casa, então eu brigava muito por causa disso. Em 96 mesmo eu saí de casa, aí fiquei na casa do meu amigo Borges ficou lá, depois foi outra briga para morar no projeto, que eles também não queriam dar, aí eu fui, consegui e fiquei lá, aí comecei a treinar com o técnico Luíz Alberto que estava la', aí melhorei muito mesmo a partir do momento que eu comecei a treinar com ele, fui melhorando…melhorando… aí… 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - No Atletismo, com 17 anos em 1.990. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi o Campeonato Brasileiro Juvenil, eu nunca tinha viajado de avião então uma experiência muito grande mesmo, muito boa, gostei. Já sabia o que a gente ia fazer no próximo ano, que era uma coisa muito difícil, sabia que tinha que treinar muito. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Fatores, eu deixei o handebol, e eu vou tentar um outro esporte, uma oportunidade, uma carreira. - 250 • Onde ocorreu? - E Manaus mesmo. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Foi marcha atlética, aí depois eu comecei corrida de rua também, que eu fazia marcha atlética e corrida de rua, então ganhava deles né, juvenis né, o cara é marchador e vem e ganha deles. Aí o pessoal falou: "É melhor você ficar correndo cara". Aí eu troquei, deixei a marcha fui para as provas de 800, 1.500 e depois para os 3.000. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, eu fazia só específico para provas, para os 800 e 1.500 e depois mais especificamente para os 3.000. Só que para você correr bem um 3.000, você tem que correr um 5.000 e um 1.500 e até mesmo um 800 bom. Aí eu continuei correndo ainda. • Qual o melhor resultado alcançado? - Não consta. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 3.000 c/ obstáculos. • Com que idade se especializou nesta prova? - Foi…eu acho que eu tinha 23 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Olha, 97 eu fiz 8'53, lá mesmo em Manaus, três vezes eu repeti esse tempo no Grande Prêmio que tinha lá, aí eu fui lá e fui 4 º, aí eu vim aqui no Rio, fui 7º, 8'53 de novo no Troféu Brasil, o ano passado 8'55 no Troféu Brasil em Porto Alegre, 1ª etapa e fiquei a 1ª colocação em 5º né, e esse ano graças a Deus melhorou muito também, 8'46 é a minha melhor marca e a melhor classificação também a nível de carreira, foi ótimo, 3º no Troféu Brasil de 1.999.. • Com que idade ocorreu esse resultado? 251 - Com 25, vou fazer 26 agora em 14 de Junho. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Os fatores importantes, eu creio que é dinheiro, hoje em dia o pessoal no Rio e São Paulo, na minha prova estão ganhando muito dinheiro, dinheiro que eu falo é assim, para se manter, apoio. Eu tenho… mas hoje em dia eu preciso de dinheiro porque eu preciso comprar alguma coisa, e não tenho. Eu ganho um salário lá, de um patrocínio lá que é do Guaraná Real, uma firma de água mineral e refrigerante, aí tenho estrutura lá, eu ganho alimentação, esse negócio todo, só que chega um certo tempo que não é mais aquilo o que eu mais precisava. Eu preciso de dinheiro, porque eu preciso comprar coisas pra mim, a minha vida não é só no esporte. Um dia eu vou ter que parar, aí o pessoal diz: "você quer ganhar dinheiro no Atletismo", eu acho, na minha concepção dá pra ganhar, ganhar um dinheirinho, dizer assim, eu ganhei dinheiro. Porque hoje em dia os corredores de rua, o pessoal que faz maratona ganha R$ 28.000,00, um carro zero, a Márcia Narlock já tá bem né. Eu tô pensando né, se não melhorar as condições, caso o pessoal não der, eu vou acabar tentando aqui né…(Sul/Sudeste), porque é o jeito. O pessoal tá fazendo isto né, então é o que também eu vou fazer. Tem que buscar onde dão condições. Se você tem todas as condições péssimas, tipo assim, sempre se machuca, tem isso tudo. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Tive, foi esse ano, eu fiquei até com medo porque foi em Abril, eu fiz uma prova de obstáculo lá dia 10 de Abril, e no dia passado na 2ª feira que eu fui treinar, eu liguei pra ele: "ô Luíz, que é que eu tenho que fazer?", "ô, você faz dois tiros de 1.200", aí eu falei: "1.200 hoje?", "por que? Você tá cansado?", eu disse: "Eu tô cansado", "então você faz 50 minutos, amanhã você faz os tiros". Aí eu fui fazer a rodagem, quando chegou na rodagem eu não rodei nem 10 minutos, a minha região lombar começou travar, eu senti aquele negócio, continuei, continuei, não agüentei, aí eu voltei e falei para o médico lá, que nós temos um médico cubano que tem lá. "Eu tô sentindo aqui…ruim…que só parece que tem alguém preso nas minhas costas, aí eu não estou conseguindo com a minha corrida, desde aí eu fiquei até, eu treinava, parava, sentia dores né, então era muito puxado, você fazer o treinamento e parar no meio do treinamento, aí você ficava até psicologicamente abatido né, querendo melhorar e não consegue né. Aí fizemos o tratamento lá, porque o que tinha ao alcance lá, ele fez. Eu acho que na época peguei um fungo né, aí então por causa do fungo, se você tomar o remédio vai parar, aí eu fui no médico, tomei o remédio, e mesmo assim não melhorou. Eu fui melhorar quando tomei um anti- 252 inflamatório, tomei aí eu fui melhorando, fui fazendo um outro tipo de alongamento que eu não estava acostumado a fazer, então fui fazendo, mudando um pouco para recuperação. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Não me afastei… continuei (mesmo machucado). *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 22 1 - Dados Pessoais: • Nome: André Domingos da Silva • Idade: 26 anos • Equipe: Asics - Funilense • Naturalidade: Brasileiro - Santo André - SP 1º nos 100 m e 2º nos 200 m 2 - Iniciação Esportiva: 253 • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Não, eu tinha vontade de fazer vôlei, mas nunca cheguei a fazer. • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Eu comecei o Atletismo na escolinha do Sesi, com 13 anos, primeiramente eu treinava com Nakaue, não desculpe, com o Valdemar, técnico de Santo André, depois com o Kiyoshi, depois que eu cheguei numa idade entre 17/18 anos eu treinei com o falecido Roberto, e depois eu vim para Prudente, logo após as Olimpíadas e Barcelona. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi na Olimpíada de Barcelona, fiz o índice em Maringá, foi a última chance que a gente teve, foi a minha 1ª Olimpíada. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Foi mais por paixão mesmo, eu sempre via os corredores norte americanos, Carl Lewis, Michael Jonhson correndo na televisão, isso despertou uma luz dentro de mim, aí eu comecei a praticar e comecei a criar amor pelo esporte, eu também posso né. • Onde ocorreu? - Foi no Sesi Santo André em 1.986, né, começando na escolinha do Sesi, na verdade despertou essa vontade imensa, e essa grande paixão pelo Atletismo, na escola onde eu estudava, o diretor fazia competições e eu ganhava a maioria de todas as provas, foi onde o diretor da escola bateu uma carta para o Sesi, hoje eu nem sei se ele é vivo também, mas foi aí onde eu comecei, na escola. - 254 • Quais provas você iniciou no Atletismo nesta fase? - 100 metros • Fez treinamento específico para alguma prova? - Treinamento específico não, só veio a partir dos 19 anos, com 18 anos u fui Campeão Estadual, Brasileiro e Sul-Americano, com 19 anos eu fui à Olimpíada de Barcelona, daí com 22 anos eu já estava praticando um treinamento mais intenso, com halteres, com saltos com a carga mais elevada, um treinamento mais desgastante. • Qual o melhor resultado alcançado? - Nessa fase de início, quando eu era infantil, eu cheguei a correr 13 cravado os 100 metros.. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo: • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Eu faço 100 e 200 m, a minha melhor marca nos 100 é 10"05 e nos 200 m. 20"54. • Com que idade se especializou nesta prova? - Mais específico, a partir dos 22 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - A nível de conquista nós fomos medalha de prata num Campeonato In Door em Toronto, em 1.993 eu fui medalha de bronze nos Jogos Panamericanos na Argentina, no Mar Del Plata nos 100 m rasos e logo a seguir Atlanta, onde nós fomos medalha de bronze no revezamento 4x100. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Com 23 anos • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Não adianta só a gente ter seriedade, ter vontade, ter dedicação, porque tem que ter toda uma estrutura por trás de tudo isso, estrutura que eu falo é , você ter uma boa alimentação, uma boa condição financeira, o clube te ajudar em boas condições, não só financeira, mas 255 também material, dar uma tranqüilidade para o atleta poder chegar não só em campeonatos estaduais, campeonatos paulistas, como campeonatos brasileiros, a gente que já tem um certo nível, a gente quer chegar mais longe, e para você chegar a ser um recordista mundial, um medalhista numa Olimpíada você tem que ter toda essa estrutura por trás. Felizmente eu conquistei isto, é claro que se eu dissesse que eu não tenho apoio, eu estaria mentindo, mas a gente sabe que ainda é muito pequeno o apoio que a gente tem, a gente precisa de mais e mais. A gente tinha em Presidente Prudente os melhores atletas do país, a gente tem um grande problema que é o problema da pista, a gente não tem uma pista decente para treinar, uma pista muito dura, que é a mesma coisa que treinar no asfalto. E isso o que acontece? Causa lesões, prejudica a sua carreira. Então, o que a gente quer, o que a gente almeja para o nosso país, que faça, que dê condições para os nossos atletas brasileiros chegarem no ponto mais alto do podium. Então é isso que a gente deseja. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Tive, eu tive uma lesão muito séria que foi nos Jogos Pan-Americanos em Mar Del Plata, foi logo após eu Ter sido medalha de bronze nos 100 m, um dia depois nós estávamos treinando o revezamento 4x100, onde eu fui fazer uma passagem para o Robson Caetano, na última passagem, eu tive um estiramento de quase grau 3 na minha coxa esquerda, onde eu tive quase que fazer uma operação. Eu fiquei nada mais, nada menos 6 meses para mim voltar. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - 6 meses fazendo tratamento de fisioterapia, de manhã, á tarde e á noite, tratamento intensivo, então é muito difícil em conseqüência da pista. Eu fiquei 6 meses afastado, e depois de seis meses quando queria voltar, a dor aparecia de novo, com todo esse tratamento de fisioterapia de manhã, de tarde e à noite, mesmo assim…foi, foi bem séria a contusão. Esse ano eu quase fui prejudicado também, porque já desde o ano passado eu venho tendo lesões, esse ano eu já tive algumas lesões, mas não foram tão graves como essa de 1.995. Não só eu, mas o Eronildes Araújo dos 400 s/barreiras teve uma lesão séria no tendão, que teve que fazer uma cirurgia, então ele quase perdeu o ano todo, e quase nunca mais pode voltar a correr, a expectativa do médico era essa, que ele nunca mais poderia voltar a correr, por causa da pista. E todo mundo sabe, agora o que a gente quer mesmo é que até mesmo o Presidente da República chegue e não veja só o futebol, porque infelizmente, a gente sabe que a paixão nacional é o futebol. Mas ele tem que ver que o esporte que mais trouxe medalhas para o Brasil foi o Atletismo, tem sido 256 o Atletismo. E é um descaso muito grande também. Então, a gente espera que isso venha a melhorar prá gente brilhar nas Olimpíadas e em Campeonatos Mundiais também. *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). ENTREVISTA – 23 1 - Dados Pessoais: • Nome: Sérgio Vieira Galdino • Idade: 30 anos • Equipe: Solimarcha • Naturalidade: Armazém (Sul do estado de Santa Catarina) 1º nos 20.000 - Marcha Atlética 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? 257 - Futebol, a nível de competição, torneios, nada sério. Sério mesmo só o Atletismo. • Onde? - Na própria cidade • Como? - Em torneios, porém nada muito sério • Com que idade? - Dos 8 aos 13 anos - Quanto tempo praticou? - 5 anos • Por que parou de praticar esse esporte? - Na verdade, pratico até hoje. 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - 14 anos. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? • Experiência,foi numa corrida de rua, rústica, prova de mais ou menos 5 Km, foi a 1ª experiência de corrida. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Uma das influências foi a Olimpíada de 84, também o Joaquim Cruz ganhando medalha, isso aí empolgou né, os amigos que participaram também me convidaram, onde me levou a ir tentar treinar, e desde então estou na competição. • Onde ocorreu? - Na minha cidade. - 258 • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - Corridas mais de resistência, rústicas, 3.000 m em pista e a própria marcha, a qual estou até hoje. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Fiz, comecei já treinando com o professor da escolinha, o qual ele dava uma certa acessoria para determinadas distâncias. Já específico para provas mais longas. Teve uma bateria de testes, provas de velocidade, mas eu me destaquei mais em provas de resistência. • Qual o melhor resultado alcançado? - Não tenho uma lembrança, assim, de resultados da época, mais por serem rústicos, ter participado de torneios, realmente não tinha acesso a resultados, não me preocupava, mas tive 2º e 3º em competições. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - Provas de 20 Km na Marcha Atlética. • Com que idade se especializou nesta prova? - A partir dos 16 anos. • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - A nível de colocação, melhor resultado, 6º lugar no mundial de Stutgard na Alemanha em Atletismo, 15º colocado na Copa do Mundo de Marcha Atlética e uma das melhores marcas a nível Sul-Americano, 2º melhor marca a nível Sul-Americano 1h19"56 e 1h 27" no Troféu Brasi/99 (1º colocado). • Com que idade ocorreu esse resultado? - 26 anos, em 1.995. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Uma das coisas mais importantes , eu acho que é a participação de eventos a nível nacional e internacional, claro que é toda uma estrutura financeira , para você conseguir um alto nível né. O alto nível do atleta é necessário que haja toda uma estrutura financeira por trás para 259 que se dedique ao máximo ao esporte, principalmente quem tem o objetivo de chegar bem numa Olimpíada. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Para essa prova, há 3/4 semanas atrás, eu sofri uma grave lesão na virílha, no músculo adutor longo, e segundo o resultado do ultrassom né, tive um hematoma de mais ou menos 1 cm, então eu comecei a treinar uma semana antes do Troféu. • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Praticamente quase 1 mês de tratamento, mas 2 semanas eu fiquei totalmente parado. Isso aí pra quem quer atingir um nível técnico elevado no limite, as diferenças, as pequenas coisas fazem diferença, então não deixe de ser pequena né, uma lesão para o atleta. Porque uma lesão pode ser bastante prejudicial. Comentário Final "É muito importante para o atleta. Acho que o treinamento esportivo tem que acompanhar a pesquisa científica". *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). 260 ENTREVISTA – 24 1 - Dados Pessoais: • Nome: José Mauro Valente • Idade: 30 anos • Equipe: Vasco da Gama • Naturalidade: Senador Firmino - MG 2 - Iniciação Esportiva: • Praticou algum esporte antes do Atletismo? - Não. 261 • Onde? • Como? • Com que idade? • Quanto tempo praticou? • Por que parou de praticar esse esporte? 3 - Especialização no Atletismo: • Com quantos anos você iniciou no Atletismo? Onde? - Com 12 - 13 anos em competições. • Como foi o primeira experiência nesse esporte? - Foi nos Jogos Estudantis. • Quais os fatores que influenciaram o seu início no atletismo? - Incentivo de um tio que era fundista • Onde ocorreu? - Na própria cidade.. • Quais provas você iniciou no atletismo nesta fase? - 1.500 e 5.000, se deu melhor nos 5.000. • Fez treinamento específico para alguma prova? - Não, corria treinando somente fundo. • Qual o melhor resultado alcançado? - 4 min. nos 1.500 m. 4 - Vivência e melhores resultados no Atletismo • Que especialidade pratica dentro do atletismo? - 1.500 / 800 e pretendo treinar para os 5.000 m. - 262 • Com que idade se especializou nesta prova? - 17 anos • Qual foi seu melhor resultado na sua especialidade? (Nacional / Internacional) - Nos 1.500 - 3'38"07 - Nos 800 - 1'47"00 - Nos 5.000 - 14'10" - Títulos: Campeão Pan-Americano/91 aos 23 anos, foi o seu melhor resultado, 8º na Copa do Mundo em 1.994 e 9º no Mundial Indoor em 1.995. • Com que idade ocorreu esse resultado? - Dos 23 aos 26 anos. • Quais os fatores que você julga como mais importantes para a continuidade no atletismo? - Competições, maior divulgação por parte da própria imprensa e patrocínio, se não a gente tem que trabalhar e não dá pra treinar. • Teve alguma contusão grave? Qual? - Não • Se houve contusão, quanto tempo ficou afastado(a)? - Nunca me afastei *Obs.: Solicito a sua autorização para possível utilização desses dados em uma dissertação de mestrado, que tem por objetivo estudar a iniciação na modalidade de Atletismo, realizado na Unicamp (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS). 263