Profa. Dra. Rita de Cássia Ariza da Cruz
FLG 1585-Geografia do Turismo
Turismo e produção do espaço urbano litorâneo
Pressuposto (1)
 Necessário pensar o fenômeno em suas
diferentes escalas:
- No que tange à DIT e ao uso alienado e
alienígena dos territórios
- No que diz respeito à DTT e à privatização do
território
- No que toca à escala urbana e intra-urbana e
às desarticulações resultantes bem como aos
processos de fragmentação e, ao mesmo
tempo, de reforço de áreas de centralidade
Pressuposto (2)
 Há uma (re)qualificação contemporânea dos
imóveis de uso ocasional:
- o turismo constitui apenas um elo da corrente ou
um fator convergente
- novas e diferentes tipologias
- crescente internacionalização
- urbanização sem urbanidade
DIT: as residências
secundárias no movimento
da totalidade-mundo
 Segundo Gilli (2003), citado por Hiernaux-Nicolás,
residências secundárias correspondem a 10,5%
do total dos domicílios da União Européia,
destacando-se:
- Espanha: 32,2%
- Portugal: 26,9%
- Grécia: 22,7%
- Itália: 17,7%
O Caso brasileiro
 No caso brasileiro, há uma expansão do
fenômeno, derivada da convergência de
fatores como:
- Aumento relativo das classes médias;
- Necessidade do mercado imobiliário
diversificar e expandir seus negócios;
- Valorização
(poupança);
econômica
do
de
imobiliário
- Crescente valorização cultural do imóvel de uso
ocasional;
O Brasil nesse movimento
 Crescimento econômico + visibilidade
 Maior ‘intervenção’ do Estado no setor turismo
 Valorização no espaço por meio da
implementação de infra-estruturas
Novos cenários...
 Crescimento do turismo residencial
 Internacionalização como tendência
 Maior inserção da Região Nordeste (relativa
descentralização territorial)
 Desconcentração (escala nacional) x
concentração (escalas regional metropolitana e
local)
DP e DPUO (Brasil)
Crescimento recente dos DPUO
no Brasil
 Em 1980, 2,36% dos domicílios particulares no
Brasil eram de uso ocasional.
 Vinte anos mais tarde, eles representavam 4,95%
do universo dos domicílios particulares no
território brasileiro.
 Em termos absolutos, passamos de 698.824
unidades para 1.685.526, ou seja, um
crescimento de cerca de 140%.
 Os vinte municípios com maior proporção de
domicílios de uso ocasional no Brasil são
litorâneos, revelando um certo perfil espacial do
turismo residencial no Brasilpaí
DPUO – interior x litoral
Residências secundárias –
estados litorâneos
Rio Grande do Sul
Sant a Cat arina
Paraná
São Paulo
Rio de Janeiro
Espí rit o Sant o
Bahia
Sergipe
Alagoas
Pernambuco
Paraí ba
Rio Grande do Nort e
Ceará
Piauí
Maranhão
Pará
Amapá
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
700000
800000
DIT/DTT e desconcentração
espacial dos DUO
Org.: André Sabino (2012)
Desconcentração dos DPUO
por macro-região
Org.: André Sabino (2012)
As escalas regionalmetropolitana e local
O Caso do Nordeste
 O “tsunami urbanizador” (Gaja i Díaz, 2008) e a
exportação de paraisos (Buades, 2006), ambos
citados por Silva e Ferreira (2012);
 rendas de monopólio + renda fundiária
 Escassez de terrenos e expansão para franjas
mais periféricas (Silva e Ferreira, 2012)
As residências secundárias
no contexto metropolitano
Forças centrífugas x forças centrípetas
- Forças centrífugas: dão origem a fluxos
emissivos (expressão populacional +
concentração de renda + estilo de vida
urbano)
- Forças centrípetas: fluidez territorial,
disponibilidade de infra-estruturas,
concentração de serviços
- “expansão da metrópole” ou território-rede
das segundas-residências
Bertioga (SP) e o uso
corporativo do território
Condomínios em Bertioga - SP
Praias Enseada e São Lourenço
Fonte: http://maps.google.com. Acesso em 15/11/2006.
Organização: André Luiz Sabino (2006
A Riviera de São Lourenço
(Bertioga, SP) e a privatização
da praia
Condomínio Hanga Roa
(Bertioga, SP), outro exemplo
Processos espaciais em curso –
uma tentativa de síntese
 Especialização produtiva de territórios
 Fragmentação do espaço
 Valorização do espaço X valorização da terra
 Criação ou reforço de áreas de centralidade
(por coesão)
Referências Bibliográficas
 CRUZ, Rita de Cássia A. da. Geografias do turismo, de lugares
a pseudo-lugares. SP: Roca, 2007.
 HIERNAUX-NICOLÁS, Daniel. La promoción inmobiliaria y el
turismo residencial – el caso mexicano. Revista Scripta Nova.
N. 194, Barcelona, 2005.
 SABINO, André Luiz. Turismo e expansão de domicílios de uso
ocasional no litoral Sudeste do Brasil. Tese de Doutorado
(Geografia), FFLCH/USP, 2012.
 SILVA, Alexsando F. C. Da & FERREIRA, Angela L. Imobiliárioturístico no litoral nordestino: investimentos estrangeros e
impactos locais nas praias potiguares. In: FONSECA, Maria
Ap. Pontes (org.). RN: Edufrn, 2012.
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